quinta-feira, 16 de outubro de 2014
E se o Holocausto foi pior do que pensamos? (Enciclopédia USHMM)
"Se alguém me perguntasse quantos destes lugares existiram, eu teria dito 7000, 8000, 10 mil - 15 mil, no máximo. 42.500 é um número que nunca me teria passado pela cabeça", diz ao PÚBLICO Deborah Lipstadt, historiadora do Holocausto e professora na Emory University em Atlanta.
Geoffrey Megargee, o coordenador da investigação do Museu do Holocausto, admite que o número possa vir a aumentar porque o projeto ainda vai a meio. A data prevista de conclusão é 2025.
A descoberta mostra até que ponto a história do Holocausto ainda está a ser escrita, 68 anos depois do fim da II Guerra, que revelou ao resto do mundo a existência dos campos de concentração. O novo número oferece um retrato mais complexo e disseminado do horror nazi, um sistema por onde terão passado entre 15 e 20 milhões de pessoas, segundo as estimativas dos investigadores, e não apenas judeus, mas também outros grupos étnicos, homossexuais e prisioneiros de guerra. E, sublinha Megargee, o número de vítimas - seis milhões de judeus mortos - permanece inalterado.
"O Holocausto acaba de tornar-se mais chocante", escreveu o New York Times no início deste mês, quando publicou uma notícia sobre a nova contagem dos investigadores do Museu do Holocausto. "Quando uma pessoa lê isso, pensa: "O quê??? Isso é impossível!", diz Deborah Lipstadt. "Isto não muda as coisas, mas vem reforçar o que nós, que trabalhamos nesta área, já tínhamos constatado: que quando existem 42.500 diferentes campos, instalações, o que lhes quiser chamar, é virtualmente impossível que as pessoas na Alemanha e nos países alinhados não soubessem o que se estava a passar."
Essa também é a conclusão de Geoffrey Megargee. "Quando chegamos a um número como este, as pessoas podiam não saber os detalhes do que estava a acontecer nalguns destes lugares, podiam não estar cientes da sua escala, podiam não saber quantos judeus é que estavam a ser mortos na Europa de Leste, mas literalmente era impossível dobrar uma esquina na Alemanha sem encontrar centros de detenção de prisioneiros de guerra ou campos de concentração com trabalhadores forçados. As pessoas sabiam que os direitos humanos estavam a ser violados, se quisessem pensar no assunto. Podem ter preferido não ver os piores aspectos do sistema. Mas até certo ponto, o sistema estava à frente dos olhos de toda a gente."
Só em Berlim, os investigadores identificaram três mil campos de concentração e casas de reclusão para judeus. Nem todos os 42.500 lugares tinham como objetivo o extermínio de pessoas. Eles variavam em termos de função, organização e tamanho, conforme as necessidades dos nazis. Megargee e o seu colega Martin Dean contabilizaram mais de 30 mil campos de trabalhos forçados, 1150 guetos judeus, 980 campos de concentração, mil campos de prisioneiros de guerra, 500 bordéis onde as mulheres eram obrigadas a ter relações sexuais com militares alemães. Megargee nota que havia campos "especiais" de trabalhos forçados para judeus e campos de trabalhos forçados especificamente para não-judeus destinados a ajudar a economia alemã durante a guerra. As experiências podiam variar imenso. "Um prisioneiro de guerra americano ou um britânico tinha condições relativamente aceitáveis - e quero sublinhar a palavra "relativamente"", diz Megargee, porque, por regra, os campos onde se encontravam eram fiscalizadas pela Cruz Vermelha Internacional que, entre outras coisas, fazia chegar remessas alimentares.
"Mas no outro extremo dos prisioneiros de guerra estavam os soviéticos: 60% dos soldados soviéticos capturados pelos alemães morreram ou de fome, ou devido a abusos ou porque foram mortos."
Os investigadores também identificaram 100 clínicas, dirigidas por pessoal médico: quando uma trabalhadora forçada engravidava, era enviada para um destes estabelecimentos, onde era obrigada a abortar. Nos casos em que as mulheres davam à luz, os bebês eram mortos, normalmente por um lento processo de subnutrição. Em qualquer dos casos, a mulher regressava para o campo de trabalhos forçados.
"As pessoas perguntam-me: "Por que é que os alemães estavam a fazer isto quando tinham uma guerra para combater?" E a resposta é que isto fazia parte da guerra que estavam a combater. Eliminar os judeus era um objetivo de guerra para eles, não era uma distração", diz Geoffrey Megargee.
Levantamento exaustivo
Muitos dos lugares documentados pelos investigadores eram previamente conhecidos, mas apenas a nível local. Mas este é o primeiro levantamento exaustivo, que procura reunir toda essa informação num mesmo projeto.
O objetivo é catalogar tudo numa enciclopédia de sete volumes, dois dos quais já foram publicados e contêm cerca de duas mil páginas cada. O segundo volume, sobre guetos na Europa de Leste, contém cerca de 320 lugares cuja existência nunca tinha sido documentada em nenhuma publicação.
Sam Dubbin, um advogado da Florida que representa a maior organização de sobreviventes do Holocausto nos Estados Unidos, a Holocaust Survivors Foundation USA, nota ao PÚBLICO que há casos de sobreviventes a quem foram negadas compensações por não haver qualquer registro do lugar onde dizem ter sido encarcerados ou sujeitos a trabalhos forçados. Dubbin acredita que o trabalho dos investigadores do Museu do Holocausto pode ajudar a reparar essa lacuna. Segundo este advogado, muitos destes lugares permaneceram longe do conhecimento público durante tanto tempo porque havia entidades interessadas em manter essa informação secreta - companhias de seguros que protegiam os bens e propriedades que foram confiscados aos judeus, os Governos alemão e de países colaboracionistas - para não terem de pagar indenizações às vítimas do nazismo.
É uma tese que Deborah Lipstadt não rejeita inteiramente, mas considera algo exagerada. "Detesto teorias da conspiração. Passei grande parte da minha vida a lutar contra pessoas que difundem teorias da conspiração", diz, referindo-se aos revisionistas que negam o Holocausto. "Eu diria que é muito provável que tenha havido instituições, organizações, até mesmo organismos governamentais que não viram qualquer benefício em ter essa informação cá fora. Agora, quer isso dizer que havia pessoas sentadas sobre essa informação, a tentar escondê-la? Não me parece."
Geoffrey Megargee diz que começou por pensar no projeto como qualquer acadêmico pensaria. "Achei que a enciclopédia seria muito valiosa enquanto obra de referência, ponto. Mas quando saiu o primeiro volume, fiz uma apresentação no museu a um grupo de sobreviventes e houve um deles que se levantou, pôs a mão sobre o livro e disse: "Este é um livro sagrado." Para os sobreviventes, é muito importante que alguém esteja finalmente a documentar todos estes milhares de lugares que, de outra forma, estariam condenados ao esquecimento."
Kathleen Gomes, Washington
17/03/2013 - 00:00
Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/culturaipsilon/jornal/e-se-o-holocausto-foi-pior-do-que-pensamos-26233035#/0
Ver mais:
O Holocausto ainda mais chocante: catalogaram 42.500 campos nazis na Europa (Matéria do New York Times)
terça-feira, 2 de julho de 2013
Até onde foi Hollywood para ajudar os nazis?
A Oeste Nada de Novo (Nada de Novo no Front), o filme com que tudo começou DR |
Ben Urwand passou uma década mergulhado em arquivos alemães e americanos para contar um “episódio escondido da história de Hollywood”, diz ao semanário britânico The Observer – o da relação dos patrões dos grandes estúdios de cinema com o regime nazi nos anos 1930. O resultado da sua pesquisa será publicado em Outubro pela Harvard University Press, com o título The Collaboration: Hollywood’s Pact with Hitler, e promete instalar a polémica.
O envolvimento da indústria com os estúdios já era conhecido, mas agora o investigador garante que o material reunido lhe permite concluir que a “colaboração” – termo usado dos dois lados para descrever a natureza da sua ligação – entre Hitler e a indústria norte-americana de cinema envolvia autocensura nos filmes já produzidos e o abandono de projectos que poderiam conter críticas aos nazis.
Segundo Urwand, a relação era tão emaranhada que a MGM, o maior dos estúdios da época, chegou a investir no rearmamento alemão para assim contornar restrições à circulação de capitais (havia uma lei alemã que impedia a saída de dinheiro estrangeiro do país). “Não se pode ir mais longe do que ter o maior dos estúdios da América a financiar armamento um mês depois da Noite de Cristal [9 de Novembro de 1938, data em que várias lojas, sinagogas e outros lugares ligados aos judeus na Alemanha e na Áustria foram destruídos por ordem do regime]”, diz o historiador. A Paramount, por seu lado, aplicava parte dos lucros que fazia com o mercado germânico em pequenos documentários noticiosos que muitas vezes enalteciam os nazis.
Thomas P. Doherty, autor de Hollywood and Hitler, 1933-1939, outra obra lançada recentemente, lembra, no entanto, que há documentos que mostram que a atitude da MGM respeitava indicações do próprio Departamento do Comércio dos Estados Unidos. E o também historiador Steven Ross sublinha que os mesmos patrões colaboracionistas financiavam o combate à espionagem nazi em Hollywood.
“Nos anos 1930, os estúdios não colaboravam só recusando-se a fazer filmes que atacassem os nazis – também não defendiam os judeus nem tocavam no tema da perseguição alemã aos judeus”, diz o académico da Universidade de Harvard ao Observer. Na relação entre o Reich e Hollywood era bem claro que a última palavra pertencia sempre aos alemães, defende Urwand, com base em documentação até aqui inédita. A indústria, acrescenta ao diário americano The New York Times, colaborava “com Adolf Hitler, a pessoa, o ser humano”.
O mais paradoxal, sublinha o investigador, é que a maioria dos grandes estúdios estava na mão de imigrantes judeus, muitos chegados aos Estados Unidos para fugir aos nazis. Para o jovem Urwand, de 35 anos, tudo se resumia a uma questão de dinheiro: “Eles sentiam que Hitler poderia vir a ganhar a guerra e, por isso, queriam trabalhar com os nazis para preservarem os seus negócios.”
O começo de tudo
O receio de que o mercado alemão virasse as costas a Hollywood começou em Dezembro de 1930, quando o Partido Nazi protestou contra a exibição de A Oeste Nada de Novo (All Quiet on the Western Front, no original), filme de Lewis Milestone baseado no romance homónimo de Erich Maria Remarque, em que o autor escreve sobre o cansaço físico e mental dos soldados alemães durante a Primeira Grande Guerra (Óscar para Melhor Realizador e Melhor Produção, pela primeira vez na história da Academia). Encorajados por Joseph Goebbels, homem de confiança de Hitler que viria a ser ministro da Propaganda do Reich, membros do partido soltaram ratos e lançaram bombas de mau cheiro nas salas berlinenses onde o filme de Milestone estava a ser exibido.
Com medo de perder novas oportunidades de negócio, os patrões dos estúdios começaram a aceder aos pedidos do Governo alemão, explica-se na sinopse do livro The Collaboration disponível na Internet. E quando Hitler – que sabia reconhecer como poucos políticos do seu tempo o impacto que o cinema podia ter na opinião pública – chegou ao poder, os patrões da indústria cinematográfica passaram a lidar directamente com os seus representantes. O diálogo – mantido muitas vezes em reuniões entre executivos dos estúdios e o cônsul alemão em Hollywood, Georg Gyssling – podia acontecer ao mais alto nível, tendo chegado a envolver o próprio Goebbels e Louis B. Mayer, o lendário produtor a quem se atribui a criação do star system nos anos dourados da MGM.
“Não quis que o que eu escrevi sobre os judeus fosse generalizado, mas há certos judeus no negócio do cinema que decidiram trabalhar com líderes nazis”, continua o académico, lembrando que três dos maiores estúdios – a MGM, a Paramount e a 20th-Century Fox – só saíram da Alemanha em meados da década de 1940.
Urwand descobriu uma carta datada de Janeiro de1938, e assinada “heil Hitler”, em que a delegação alemã da 20th-Century Fox se manifesta interessada nas opiniões do führer sobre os filmes americanos. Explica ainda o investigador que Hitler gostava de produções que girassem à volta de líderes fortes, como Lanceiros da Índia ou Revolta na Bounty, e detestava Chaplin e o seu O Grande Ditador, como seria de esperar.
Deborah Lipstadt, historiadora do Holocausto da Universidade de Emory, está ansiosa por ler o livro do jovem Urwand e diz que ele pode ter em mãos um verdadeiro blockbuster. Em declarações ao New York Times a académica elogia-lhe a “audacidade da história” que tem para contar.
Ben Urwand, nascido na Austrália e com antepassados judeus (os seus avós maternos fugiram da Hungria e passaram os anos da guerra escondidos), começou o projecto que agora vai dar um livro em 2004, quando deu com uma entrevista em que o argumentista Budd Schulberg se referia vagamente a reuniões entre o produtor Louis B. Mayer e o cônsul alemão em Los Angeles para discutir cortes nos filmes.
Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/cultura/noticia/ate-onde-foi-hollywood-para-ajudar-os-nazis-1598898
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
"Revisionismo"(negação do Holocausto): Não ignorar, e sim esclarecer!
O impacto causado pelos revisionistas é difícil de se avaliar e certamente não pode ser medido. Entretanto, uma coisa fica clara quando nos ocupamos mais de perto desses autores. Seus objetivos não são genuinamente histórico-científícos, como querer saber e averiguar o que realmente ocorreu. Seus objetivos são políticos, porque eles querem provar que não foi assim.
Através do questionamento, da negação, da colocação em dúvida, eles querem reabilitar Hitler e o nacional-socialismo. Ou seja, o que eles querem é a volta do totalitarismo. Porque se Auschwitz não foi assim como acreditamos que foi, o que restaria então da condenação do nazismo, da culpa da Alemanha, da autocompreensão da democracia depois da guerra? Tudo isto teria sido construído sobre areia e a História teria que ser fundamentalmente rescrita e revisada. Por isso, eles se chamam, coerentemente, de revisionistas. O que eles querem é causar insegurança e - é o que supomos - é o que eles fazem.
As alegações dos revisionistas também não podem ser recusadas apressadamente, porque se desconsiderarmos, por um momento, o conteúdo do que eles defendem, veremos que eles utilizam uma certa metodologia e o grau com que eles o fazem deve ser examinado com rigor. Pode-se dizer que tais métodos, cuja aplicação é preciso analisar caso a caso obviamente, possuem níveis de eficácia, à primeira vista. Isto porque o questionamento, a dúvida, a objeção racional, a exigência de documentações inequívocas de fatos e de testemunhos parecem depor em seu favor. Qual é o cientista que, em princípio, não gosta de ouvir este tipo de linguagem?
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Os revisionistas também se fazem passar por perseguidos pelos meios de comunicação cooptados e manipulados pelos "políticos". Eles gostam de referir-se a si próprios como pessoas cuja voz estaria sendo silenciada, como mártires da verdade e do direito, paladinos do preceito jurídico que diz "que seja ouvida também a outra parte". Provavelmente o impacto causado por esses autores é considerável. Assim, é preciso fazer frente a eles e isto deve ser feito com argumentos. O que ocorre é que não se pode fazer frente às pessoas que negam a existência de câmaras de gás e do extermínio em massa, ignorando-os ou simplesmente manifestando indignação.
Faz-se necessário um esclarecimento dos fatos ocorridos nos campos de extermínio. Em muitos casos, coisas que já foram há muito tempo esclarecidas, devem ser mais uma vez tornadas acessíveis à opinião pública. Na conclusão de Denying the Holocaust, Deborah Lipstadt afirma:
Antigamente eu era uma defensora declarada da atitude de ignorar. Quando comecei a trabalhar neste livro, o que me perseguiu foi antes o temor de que eu iria consolidar a credibilidade dos revisionistas, se eu me ocupasse com as fantasias que eles produzem. Entretanto, depois de ter me aprofundado nas maquinações dessas pessoas, estou convicta de que a mera desconsideração não representa uma alternativa. A época na qual se poderia esperar que eles se dissipariam por si mesmos como poeira já passou. Muitos de meus alunos já me dirigiram as seguintes perguntas: de onde nós sabemos que houve realmente câmaras de gás? Os diários de Anne Frank são uma invenção? Existem documentos dos quais se pode concluir que os nazistas planejaram o extermínio dos judeus? Alguns desses alunos sabem que perguntas deste tipo são colocadas em circulação pelas pessoas que negam o Holocausto. Outros, porém, não estão conscientes disto. Eles ouviram tais objeções em algum lugar e se sentem inseguros. (Lipstadt, 1994: 453)Dificilmente teremos condições de discutir com os próprios defensores da negação, dado o ponto ao qual eles chegaram, enterrando a si próprios numa atitude de isolamento e encapsulamento. Tendo em vista essa atitude, pouco temos a dizer aos revisionistas; e, certamente, pelas razões que já expus, pouco ou quase nada eles têm a dizer-nos, pesquisadores do tema do Holocausto e do nacional-socialismo.
Entretanto, visto que a dúvida e a insegurança são disseminadas pelas perguntas que eles formulam, mesmo que tais perguntas não sejam reconhecidas, faz-se necessário, no contexto da formação política e histórica, acionar uma argumentação clara em contraposição a esses defensores da negação.
É perfeitamente concebível que, no futuro, os neonazistas venham a escolher outros campos para o seu trabalho de agitação. As sentenças emitidas pelos tribunais por causa da negação de Auschwitz, têm-lhes infringido penas de prisão consideráveis. Por isso, é de se esperar que, num futuro breve, o fantasma da mentira da culpa pela guerra, segundo o qual a II Guerra Mundial teria sido imposta ao Reich alemão pelos aliados ou por Stalin, venha a ser reabilitado. Publicações que apontam nessa direção já estão disponíveis no mercado. (19)
Embora essa tese seja, a partir das fontes, aparentemente mais simples de ser defendida, também nesse caso, temos a obrigação de refutar tal tolice, caso a mesma venha a obter alguma repercussão junto ao público; e devemos fazê-lo, sempre com base em argumentos.
Texto destacado e selecionado por Leo Gott (25/06/07)
Fonte: Neonazismo, negacionismo e extremismo político (Livro)
(Coord. Luis Milman e Paulo Fagundes Vizentini)
http://www.derechos.org/nizkor/brazil/libros/neonazis/cap8.html
Texto completo de: Díetfrid Krause-Vilmar
Universidade de Kassel, Alemanha
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Relatório de Cracóvia sobre Zyklon-B, breve comentário
Quanto a isso o governo brasileiro já se pronunciou(quem quiser ver é só checar os posts anteriores). No mais é aguardar o desenrolar do caso, mas algumas coisas já são de conhecimento público: indiferença de partidos políticos na Suíça com neonazistas, tentou o tempo todo diminuir a questão e acusar e ameaçar com processo a moça sem relatório definitivo ou investigação concluída fora o espetáculo que a polícia suíça deu pra TV daquele país, o partido em questão de extrema-direita faz propaganda xenofóbica explícita naquele país(propaganda racista), fora o que foi postado numa tradução de uma matéria do San Francisco Chronicle sobre o livre trânsito de extremistas islâmicos em contato direto com neonazistas naquele país.
Essas últimas considerações sobre xenofobia, partidos de extrema-direita xenofóbicos, afronta a uma autoridade diplomática brasileira e sem querer alongar a discussão pra questão da retenção de dinheiro de vítimas do Holocausto em bancos daquele país por décadas, não são especulações, são fatos. Esses fatos ocorreram(o do dinheiro retido de vítimas do Holocausto)e outros continuam a ocorrer, não só na Suíça como em vários países da Europa, independentemente deste caso. Portanto, "posar" de "santo" com um histórico desses ou achar que há "instituições" humanas "acima de quaisquer suspeitas" "porque são de um país europeu", não cola, pros que querem ofender a moça arrumem outra 'crença' pra se arragarem porque essa é frágil, principalmente quando a própria polícia dá indícios pra se desconfiar da postura dela mesma.
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Deixando isso(a "polêmica") de lado de vez e tentando voltar propriamente à temática do blog(embora o neonazismo deve ser denunciado e atacado), sobre o Relatório feito pelo Instituto Forense de Cracóvia(Polônia) pra detectar a presença de Zyklon-B em Auschwitz nas instalações nos locais de gaseamento em massa, serão feitos abaixo alguns comentários antes de postá-lo inteiro(é bem longo e é necessário ainda ajustar as tabelas pro formato do blog)com indicações de alguns links sobre ele que remetem a estudos do Dr. Richard Green.
No site Orkut foi aberto um tópico sobre o "revisionista" e farsante Fred Leuchter(o mesmo alegou que tinha formação em engenharia sem ter)em que se discutiu o fraudulento Relatório Leuchter(no blog há vários textos do Richard Green, PhD em Química, sobre as picaretagens desse documento). Vou repassar um comentário que o Roberto(Muehlenkamp)fez complementando com um comentário sobre uma "crítica" do Rudolf("revi")e de uma resposta do próprio Richard Green ao "revi".
O Relatório se encontra(a cópia)em inglês no site The Holocaust History Project no link(pra quem quiser checá-lo em inglês, pode ir direto ao link):
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/
Com um prefácio do Dr. Richard Green. Este relatório de Instituto de Cracóvia, como dito acima(comentários do Roberto, palavras dele, estou ajustando esta parte ao post)foi objeto de árduas "críticas" por parte de Germar Rudolf, que são rebatidas pelo Dr. Green no seu artigo "Chemistry is not the Science":
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science/
E no relatório de peritagem que foi apresentado pelo Dr. Green ao tribunal de apelação no litígio Irving contra Lipstadt:
http://www.holocaust-history.org/irving-david/rudolf/
Pra quem não sabe(pequena observação já que foi citado o caso), a historiadora do Holocausto Deborah Lipstadt foi processada pelo negador do Holocausto, o britânico David Irving, por difamação(ou calúnia) por conta de seu livro "Denying the Holocaust" onde ela mostra do que se trata a negaçãodo Holocausto detalhadamente e de que grupos estão por trás da negação e quais os interesses deles com a "causa"(há textos neste blog com tradução de algumas partes desses textos, é só procurarem pelo título 'direita radical', pleonasmo pra fascistas, neonazistas e congêneres).
Trecho da revista Morashá sobre o caso(pra quiser consultar diretamente a historiadora, eis o blog dela):
Iniciou um processo, dizendo-se vítima de calúnia, contra a historiadora americana Deborah Lipstadt, autora do livro "Denying the Holocaust - the growing assault on truth and memory"" (Negando o Holocausto - o crescente ataque à verdade e à memória). Lipstadt, em livro publicado no já quase longínquo 1993, enumera, entre outras coisas, atividades de um militante que certa feita se definiu como o responsável pela "Intifada de um homem só contra a história oficial do Holocausto".Matéria completa - Os vendedores de mentiras e os holofotes
Lipstadt prefere desenhar outra definição para Irving. Qualifica-o de "um dos mais perigosos porta-vozes do revisionismo histórico" e, sabiamente, evita entrar em polêmicas diretas com esses pseudo-historiadores. A professora da Universidade de Emory, em Atlanta, afirma não querer conceder-lhes um "reconhecimento intelectual"ao aceitá-los como interlocutores.
Enfim, concluindo, o Relatório do Instituto Forense de Cracóvia sobre as quantidades de Zyklon-B presentes em Auschwitz será postado em breve no blog, acho que na íntegra(num post só), apesar do tamanho do texto. Se o texto de fato ficar muito extenso pra leitura num único post, ele será dividido em duas partes.
terça-feira, 8 de julho de 2008
Negação [do Holocausto]: Uma ferramenta da Direita Radical (Parte 3)
A alegação de que os nazistas estavam interessados na emigração judaica exemplifica o modo como os negadores desenham as mentiras acerca da verdade. Emigração foi efetivamente empregada pelos nazistas no fim dos anos trinta como um meio de eliminação dos judeus do Reich. De 1933 até 1939 vigorosamente os nazistas forçaram os judeus a emigrar, e mais de 300 mil, ou seja, aproximadamente 50 por cento da população judaica alemã, fizeram-na. Enquanto negadores utilizam esses dados para retratar os nazistas como benevolentes com a população envolvida em uma transferência, as verdadeiras intenções dos nazistas durante a década de 1930 foram brutalmente destruir a comunidade judaica alemã e, simultaneamente, semear as sementes do anti-semitismo no estrangeiro. Durante o período do pré-guerra este meio de criação de uma Alemanha era a Judenrein. O caos da guerra permitiu ou, como alguns alegam, forçou-os a passar de emigração para aniquilação. ** Mas, mesmo essa emigração - quando empregadas pelos nazistas como solução para o "problema" judeu no Reich - tinha intenções diabólicas. Um [109] memorando do Escritório de Relações Exteriores de 25 de janeiro de 1939, delineava o mais cínico dos aspectos do plano de emigração: "Os mais pobres e, portanto, a mais onerosa parte de imigrantes judeus para um país, absorvendo a eles, mais forte será a reação do país e mais favoráveis serão ao efeito do interesse da propaganda alemã." (24) Tal como os nazistas exportaram os sem dinheiro e desesperados judeus, eles também exportaram o anti-semitismo. Este foi, em parte, o motivo pelo qual eles despojaram os judeus de seus bens através das taxas de emigração cada vez mais onerosas. Até Janeiro de 1939, tinham sido totalmente excluídos da economia alemã. Na ocasião os líderes do Reich simplesmente tomaram os grupos de judeus e colocaram - fora das fronteiras da Alemanha - obrigando os seus vizinhos a ter de acomodar um grande grupo de imigrantes miseráveis. O mais conhecido destes incidentes tiveram lugar, na fronteira polaca, no final de outubro de 1938, na véspera da Noite de Cristal, em um pogrom anti-judaico de novembro de 1938 durante o qual centenas de sinagogas foram destruídas pelos nazistas e 26.000 judeus foram confinados em campos concentração. O mito da emigração - a idéia de que o objetivo inicial dos nazistas era se livrar dos judeus pela emigração - é facilmente refutado pelos documentos nazistas, jornais, revistas e deles mesmos, que estão repletos de declarações da alta cúpula dos líderes partidários e seus funcionários, atestando o seu objetivo final. O líder nazista, Dr. Robert Ley, articulou essas intenções em 1942, quando ele disse que não era o suficiente para "isolar o inimigo judeu da humanidade. Os judeus têm de ser exterminados." (25) Em seu depoimento em Nuremberg, Victor Brack, que esteve a cargo dos gaseamentos de 50.000 deficientes mentais, doentes crônicos e os judeus alemães no âmbito do programa de eutanásia de 1939 a 1941, reconheceu que, até março de 1941, não era nenhum segredo entre os maiores círculos do partido que os "judeus estavam sendo exterminados." (26) Em um artigo de maio de 1943 do semanário de Berlim Das Reich Goebbels anunciou: "o Fuhrer profetizou e está a ser cumprido com incontornável garantia de que se o mundo entrasse em outra guerra, esta iria causar a extinção da raça judaica." (27) Em outubro de 1943 Heinrich Himmler, o chefe da SS, disse para oficiais da alta cúpula em Posen que "nós tínhamos um dever moral para com nosso povo, o dever de exterminar esse povo [os judeus]." (28)
Com base nestes e em uma infinidade de outras declarações de líderes nazistas, incluindo do próprio Hitler em janeiro 1939 com a promessa para exterminar os judeus se repetisse outra guerra, não há dúvida que, embora a emigração fosse empregada para livrar a Alemanha da sua população judaica durante a década de 1930, depois veio a Polônia sob controle nazista e porções da União Soviética, com a sua grande população judaica, foram alvos a serem conquistados, se tornaram a própria aniquilação da política alemã.
[110] O anti-semitismo foi um aspecto tão fundamental do nacional-socialismo que até mesmo os mais criativos negadores não podem alegar que não existia. Assim, aquilo que eles não podem negar ou falsear, eles racionalizam. Já vimos isto na tentativa de retratar os judeus como espiões na Alemanha e partisans que mereciam qualquer condenação dada pelos nazistas. Harwood ampliou seu alcance. Ele interpretou que o anti-semitismo na Alemanha nazista era legítimo em resposta a ataques como ele chamou da "judiaria internacional". Ele argumentou que a declaração do líder sionista Chaim Weizmann em 1939, com a eclosão da guerra, os judeus seriam suportados pela Grã-Bretanha e lutariam ao lado das democracias, os judeus constituíam uma "declaração de guerra à Alemanha nazista e transformando-os em uma ameaça para a segurança da Alemanha. (29) Na realidade, Weizmann nunca mencionou a Grã-Bretanha, em sua declaração, mas falou das democracias em geral. Harwood adicionou a referência à Grã-Bretanha. Harwood insistiu que, sob os princípios do direito internacional Hitler tinha o direito de declarar a intenção de guerra do inimigo judeu devido a uma perseguição contra o Reich. Eles poderiam, portanto, ser legitimamente submetidos a uma política de internamento. Harwood ignorou o fato de que as políticas anti-semitas nazistas datavam de quase 7 anos do pronunciamento de Weizmann. A declaração de Weizmann foi uma resposta a estas políticas e não o contrário. Desde 1933 a Alemanha tinha excluído a maioria dos judeus e também suas profissões, sujeitaram a eles boicotes econômicos, encarceramento, violência física, e horrenda degradação. Esse processo foi seguido pela exclusão dos judeus nos termos da legislação de 1935 de Nuremberg [Leis de Sangue e Honra de Nuremberg], a destruição e a brutalidade da Noite dos Cristais, em 1938. Weizmann estava a falar como o líder de um povo apátrido que não estava em posição de custear uma guerra de qualquer tipo, contra uma nação independente e bem armada. (30) Ele era, afinal, um cidadão da Grã-Bretanha e a Palestina era um território britânico. Uma declaração de lealdade para com as democracias na sua guerra contra a Alemanha foi o mínimo que ele poderia fazer.
Esse truque para expressar o anti-semitismo nazista como uma resposta legítima a uma ameaça para a segurança da Alemanha poderia ter sido descartada se não fosse forma como foi adotada por proeminentes historiadores. O historiador alemão Ernst Nolte, cujos livros sobre o fascismo se tornaram clássicos históricos patrocinava o mesmo argumento referente à declaração de Weizmann, em sua tentativa de diminuir a responsabilidade das atrocidades nazistas na Segunda Guerra Mundial. Nolte foi o historiador mais proeminente na década de 80 com o que se tornou conhecido na Alemanha como a Historikerstreit, um esforço por parte de alguns historiadores, especialmente aqueles com tendências políticas conservadoras, a normalizar e relativizar a história do nazismo pelo período [111], alegando que muitas das políticas nazistas, incluindo a perseguição aos judeus, foram reações defensivas para estrangeiros e as ameaças não foram diferentes do que outros países já fizeram no passado.
domingo, 6 de julho de 2008
Negação [do Holocausto]: Uma ferramenta da Direita Radical (Parte 2)
Estas vívidas publicações constituem exemplos da relação entre a negação Holocausto, o nacionalismo racista, e o anti-semitismo. Harwood queixou-se que a "grande mentira" do Holocausto estimulou o crescimento do nacionalismo, e que a tentativa da Grã-Bretanha ou qualquer outra nação européia de preservar a sua "integridade nacional", foi imediatamente marcada como neo-nazista. (14) Preservação da integridade nacional de uma nação tinha um significado específico para ambas as publicações. O “mito” do Holocausto ameaçou a “sobrevivência da própria raça”. Harwood fez eco de que os encargos extremistas no mundo anglo-saxão enfrentaram o mais sério perigo de sua história: a presença de "raças alienígenas", no seu seio. Unindo a negação do Holocausto com a defesa da "raça", ele argumentou que algo foi feito para travar a imigração e a assimilação de não-caucasianos, anglo-saxões foram determinantes à experiência e não só "alteração biológica" mas a "destruição" da Europa e sua cultura e herança racial. (15)
Este argumento - um elemento básico na ideologia da Frente Nacional - culpou os judeus pela engenharia racial e a degeneração nacional da Inglaterra, assim como a Europa como um todo. Pouco após a publicação do panfleto de Harwood, um líder Frente Nacional acusou os judeus de verter "bilhões" para promover a "mistura racial", a fim de enfraquecer a identidade nacionalista em todo o mundo, aumentando, assim, a possibilidade de sua própria dominação mundial. (16) De acordo com Harwood, os judeus têm utilizado o “mito” do Holocausto para preservar a sua herança e, ao mesmo tempo, tornaria [107] outros povos "impotentes" em suas tentativas de auto-preservação. (17) Na sua opinião, os judeus, que têm confiado ao seu formidável poder de manipulação, ter ceifado pessoal e ganhos comunitários a um custo substancial para o bem-estar e segurança de outras nações. (Não havia nenhuma dúvida que, obviamente, as nações que Harwood estava se referindo eram brancas.) Harwood queixou-se de que a qualquer momento se uma pessoa se atrevesse a correr para falar do problema, ele ou ela era marcado de racista, uma palavra de código nazista, e que era nazista, obviamente, sinônimo de um perpetrador do Holocausto. (18)
A introdução ao livro americano teve o mesmo propósito, argumentando que o “mito” do Holocausto tornou impossível para a América para lidar com o seu "esmagador problema de raça." O Holocausto tinha causado o nazismo a cair em descrédito, por conseguinte, para os problemas que provinham do "contato Negro-Branco" na mesma sociedade não poderia ser dirigida por aquilo que realmente foram: biológicos e políticos. Qualquer um que se atreve a fazê-lo foi acusado de defender "o racismo, o hall da marca nazista!" (19) Desde a década de 1960 o aumento da imigração de não-caucasianos na Europa, particularmente para a Grã-Bretanha e a França, a extrema-direita em cada um desses países tem articulado este estranho mélange de argumentos que tricotados juntos contra o racismo, a revitalização do fascismo, e a negação Holocausto. Na América do Norte tem sido patrocinada por uma matriz da direita -- grupos extremistas de direita. Dada a ligação entre estas duas ideologias, é lógico esperar que o "hoax" do Holocausto continue a ser um elemento fixo da ladainha de argumentos colocados à margem da sociedade por estes extremistas. A fim de reabilitar a reputação do nacional-socialismo, estas duas publicações tentaram provar que a intenção dos nazistas era "era e emigração, e não aniquilação". Primeiro eles alegaram que a solução final era nada mais do que um plano para evacuar todos os judeus a partir do Reich. Em seguida, eles tentaram dar a este plano de evacuação uma legitimidade histórica articulando-a com o nome do fundador do moderno movimento sionista, Theodor Herzl. Eles alegaram que os nazistas estavam simplesmente a tentar perceber que a meta inicial de Herzl era transferir todos os judeus para Madagascar. Herzl, na realidade, nunca abordou a questão de Madagascar. Em um ponto ele brevemente considerou Uganda como uma alternativa para a terra de Israel, mas deixou esta idéia quando se deparou com uma furiosa oposição de outros sionistas.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Negação [do Holocausto]: Uma ferramenta da Direita Radical (Parte 1)
Traduzido por Leo Gott
Negacao [do Holocausto]: Uma ferramenta da Direita Radical
Estes grupos, cuja ideologia abraçou o racismo, o etnocentrismo, e o nacionalismo, enfrentaram um dilema. Desde a Segunda Guerra Mundial, o nazismo, em geral e o Holocausto nomearam o fascismo como um nome ruim. Aqueles que continuaram a alegar depois da guerra que Hitler era um herói nacional e o socialismo era um sistema político viável, como esses grupos tendiam a fazer, foram olhados com revolta. Por conseguinte a negação do Holocausto se tornou um elemento importante na estrutura da sua ideologia. Se o público [104] pudesse ser convencido de que o Holocausto foi um mito e, em seguida, o relançamento do nacional-socialismo poderia ser uma opção viável.
Esse esforço para negar o Holocausto foi assistida materialmente pela publicação em 1974 – uma brochura de vinte e oito páginas - Did Six Million Really Die? (Seis Milhões Realmente Morreram?) A última verdade por Richard Harwood. Enviaram a todos os membros do Parlamento, a um amplo espectro de jornalistas e acadêmicos, aos principais membros da comunidade judaica, e a uma ampla gama de figuras públicas, e perto de dez anos foi considerado como o proeminente trabalho britânico sobre a negação do Holocausto. (1) Em menos de uma década, mais de um milhão de exemplares foram distribuídos em mais de quarenta países. (2) À primeira vista, parecia ser um sóbrio esforço acadêmico, muitos fora do círculo dos negadores confundiram as alegações feitas. Negadores continuamente o citavam como uma fonte fidedigna.
Dada a ampla distribuição do panfleto, houve significativa curiosidade do público sobre a identidade dos autores e editores. Richard E. Harwood foi descrito como um escritor especializado em aspectos políticos e diplomáticos da II Guerra Mundial e que estava "atualmente na Universidade de Londres." Não demorou muito para a imprensa britânica descobrir que isso era falso. A Universidade de Londres disse ao Sunday Times que Harwood não foi nem membro do pessoal e nem estudante e era totalmente desconhecido para ela, ela retornou todas as cartas para Harwood como: "Destinatário Desconhecido". (3) Na verdade Richard Harwood era o pseudônimo de Richard Verrall, editor da Spearhead, uma publicação da direita Britânica – ala neofascista da organização Frente Nacional. Did Six Million Really Die? Era idêntico em formato, layout, e impressão com a Spearhead. (4) Nem a Frente Nacional, nem Verrall negou que ele era o editor do panfleto. Em 1979 em uma carta para o New Statesman, Verral, que era graduado em História pela Universidade de Londres, respondeu a artigos sobre o Holocausto, reiterou base da argumentação do panfleto e se defendeu dos ataques contra as suas conclusões que tinham aparecido na imprensa britânica. Apesar da maior parte de suas conclusões já haviam demonstrado que eram falsas. (6) Ele não fez qualquer contestação da afirmação de que ele era o autor, apesar de no artigo do New Statesman ele foi especificamente identificado como tal. Sua carta para a revista foi descrita pelos editores como uma "grande simulação - acadêmico de letras" que recebeu da regularidade de Verrall.
Além de dissimular a verdadeira identidade do autor, os editores também tentaram camuflar a sua identidade. Embora a caderneta de endereços listados do seu editor, Historical Review Press, o endereço era [105] de uma construção abandonada cujo proprietário, a imprensa britânica descobriu se Robin Beauclair, um agricultor com ligações na Frente Nacional e de diversas outras organizações, todas elas estavam dedicadas à defesa da "pureza racial". (7) Questionado pela imprensa sobre a publicação, ele declarou que o Holocausto parte de uma rede de "propaganda judaica" e revelou o seu profundo e enraizado anti-semitismo. "Não sabem que vivemos sob dominação judaica? A grande mídia em sua totalidade é controlada pelo judeus. É tempo de nós, como povo britânico ditar nosso próprio destino."(8)
Não foi uma criação original, este trabalho foi, em grande parte baseado em um pequeno livro americano, chamado The Myth of the Six Million [O Mito dos Seis Milhões], publicado em 1969 pela Noontide Press, uma subsidiária da anti-semita Liberty Lobby. A publicação americana continha um prefácio do editor sem assinatura, e uma introdução de E.L. Anderson, identificado como um editor e contribuinte do American Mercury, que nessa altura tinha-se tornado um anti-semita. O editor anônimo aparentemente era Willis Carto, fundador da Liberty Lobby, Noontide Press, e do IHR (Institute for Historical Review). Carto tinha, como veremos em um capítulo posterior, longos e permanentes laços permanentes com uma ala de políticos dos Estados Unidos de Extrema Direita(Segundo os antigos associados de Carto, E.L.Anderson era um pseudônimo seu). (9) The Myth of the Six Million [O Mito dos Seis Milhões] também continha um apêndice composto de cinco artigos que inicialmente tinha aparecido na controlada de Carto – a American Mercury em 1967 e 68. Eles também incluíram os apêndices de "The Elusive 'Six Million,'" Barnes's "Zionist Fraud," Teressa Hendry's 'Was Anne Frank's Diary a Hoax?", "The Jews That Aren't," de Leo Heiman, "Paul Rassinier: Historical Revisionist," de Herbert C. Roseman, e as revisões do livro de Rassinier por Harry Elmer Barnes.
A publicação americana foi aparentemente escrita por David Hoggan, o Ph.D. de Harvard cujo trabalho tinha influenciado Harry Elmer Barnes. Em 1969 ele processou a Noontide Press por perdas e danos, alegando ser o autor de The Myth of the Six Million. (10) (Na introdução do livro o autor é descrito como um professor universitário que tinha escrito esta brochura em 1960, mas foi incapaz de obter um editor ousado o suficiente para assumir os riscos envolvidos. Ele alegou que não podia revelar sua identidade porque um dia ele iria querer se aposentar com uma boa pensão.)(11)
sexta-feira, 21 de março de 2008
Carta de Deborah Lipstadt ao LA Times
O comovente texto de Rachel Patron (Páginas Editoriais, 30 de abril) sobre uma infância na Sibéria durante a Segunda Guerra Mundial destacou a maneira na qual a guerra pode fazer com que as coisas mais mundanas, neste caso o sabão, convertam-se num luxo.
Ela sobreviveu a anos de fome, horror e brutalidades provocadas por um regime que tratava aos estrangeiros que viviam sobre ele, e inclusive seus próprios cidadãos, de uma forma que nem sequer havia a mínima consideração humana. Patron e sua família eram parte dos milhares de judeus que foram levados a força dos setores da Polônia ocupada pelos russos ao interior da Sibéria e que viveram durante a guerra num estado de semi-cativeiro. Apesar de duras que foram suas condições, ao menos se salvaram da aniquilação sistemática praticada pelos alemães com os judeus que tiveram a miserável sorte de viver na Polônia ocupada pelos alemães.
Ao final da guerra, enquanto a família Patron voltava à Polônia, detiveram-se na cidade ucraniana de Dobra Matka. Enquanto esperavam o trem, Rachel descobriu um alpendre cheio de sabão, e depois de se lavar alegremente e de se desfazer do sebo da Sibéria, levou uns sabonetes para sua mãe. A abundante disponibilidade deste artigo caseiro comum, parecia indicar a Rachel e a sua mãe que a guerra havia terminado.
A alegria das crianças de repente se evaporou quando sua mãe descobriu as letras "RJF" nas barras de sabão. A mãe lhes explicou entre seu pranto de horror que as letras queriam dizer Rein Judisch Fett: Pura Gordura de Judeu. A alegría infantil havia se covertido num pesadelo.
Rachel Patron provavelmente sofre mais pesadelos sobre aquele período. Se sua família houvesse vivido numa parte diferente da Polônia, provavelmente não haveria sobrevivido para sofrer esses pesadelos. Teriam se convertido em uma mais das milhões de crianças judias que pereceram nas mãos dos assassinos nazis. Haveriam-se convertido numa cifra, e não em uma narradora de histórias. Mas não haveriam se transformado em sabão.
A realidade é que os nazis nunca usaram os cadáveres de judeus, ou os de quaisquer outros, para a produção de sabão. O rumor sobre o sabão foi muito espalhado durante e depois da guerra. Pode ser que teve sua origem na história sobre as atrocidades da fábrica de cadáveres que surgiu na Primeira Guerra Mundial. As letras "RJF" provavelmente eram o nome da fábrica que produzia o sabão. O rumor sobre o sabão foi detalhadamente investigado depois da guerra e se demonstrou que era falso.
Os nazis levaram a cabo inumeráveis atos de horror. Atos que, se não houvesse provas definitivas e inegáveis de que ocorreram, poderiam ser desestimados como demasiado incríveis para ter ocorrido. O cabelo das mulheres alemãs era reenviado ao Reich para que o povo alemão o utilizasse. Retirava-se o ouro das dentaduras dos judeus e se enviava aos bancos alemães para que o fundissem.
Em alguns campos, como Buchenwald, tiveram lugar fatos ainda mais macabros. Ali a jovem esposa do comandante usou pele de judeus para fazer cúpulas de abajur e outros objetos para seu lar. E o maior ato de horror foi, evidentemente o quase exitoso plano dos nazis para eliminar o povo judeu do continente europeu.
Durante a guerra os nazis realizaram um grande esforço para ocultar suas ações ao público. Usaram todo tipo de eufemismos para camuflar suas ações em relatórios oficiais: "eliminado", "acabado", "submetido a tratamento especial", e "solução para a questão judaica". Haveria de estar completamente contra a sua política de ocultação o ato de imprimir as siglas de "Pura Gordura de Judeu" em barras de sabão que distribuíam entre a população do Reich e os países ocupados.
A necessidade de exatidão ao enfrentar os horrores da guerra se converteu em algo ainda mais importante hoje em dia quando existem grupos que tratam de nos fazer crer que o Holocausto é uma "invenção". O Institute of Historical Review (IHR) de Torrance tem aparecido como o principal defensor americano deste argumento. Existem grupos similares na Europa. Estes grupos dizem que ainda que se pudesse morrer muitos judeus devido às privações "normais" da guerra, nenhum morreu numa câmara de gás ou como resultado de um assassinato sistemático. A base de sua argumentação é que os únicos que se beneficiam do mito do Holocausto são os sionistas.
O IHR quer nos fazer crer que os sionistas propagaram a história do Holocausto e utilizaram a simpatia do mundo para conseguir êxito em seus fins. Ao apresentar esta conclusão ignoram a quantidade de detalhadas declarações de testemunhas, tanto de vítimas como de perpetradores destes crimes.
As faculdades e os estudantes da Univerdidade da Califórnia tem se tornado muito sensíveis com respeito as perigosas palhaçadas do IHR. Em novembro de 1981, o IHR dera uma conferência sobre "a invenção do Holocausto" no centro de retiro da Universidade da Califórnia no lago Arrowhead. Ele tem alugado o centro disfarçando-se de entidade educativa. Tem que se assinalar que, dado que o centro de Arrowhead recebe fundos públicos, os cidadãos do estado da Califórnia, cujos impostos financiam a Universidade da Califórnia, estão apoiando dessa forma ao IHR e a seu intento de se burlar da verdade.
Enfrentando um panorama tão inquietante, é muito importante que todos aqueles que escrevem e falem sobre a aniquilação dos judeus da Europa o façam com o maior cuidado e precisão. É também muito importante que todos aqueles que valorizem a verdade e a honestidade lutem contra os intentos do IHR de propagar suas falsas opiniões.
Deborah Lipstadt
Los Angeles
Lipstadt é professora de História Judaica Moderna na UCLA.
Engano e Tergiversação
Técnicas de Negação do Holocausto
Apêndice 5
Fonte: http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/appendix-5-02-sp.html
Tradução: Roberto Lucena
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - Concentrações de cianeto exigidas para fins homicidas
II. Concentrações de cianeto exigidas para fins homicidas
Rudolf cita uma passagem no Julgamento para o Juiz Gray, a fim de discordar com a alegação de que muito mais cianeto é necessário para matar piolhos do que é necessário para matar seres humanos.
Mesmo se estivesse completamente correto em sua argumentação, a alegação de Rudolf teria poucas ou nenhuma conseqüência no que diz respeito à veracidade dos acontecimentos em Auschwitz e Birkenau.
As possíveis consequências são que a ventilação das câmaras eram demasiadamente lentas, que a vítima não teria morrido tão rápido como relatado, ou que de alguma forma o montante da exposição deveria aumentar os vestígios de cianeto encontrados pelos investigadores forenses.
Eu mostro que os números de Rudolf são quase que certamente exagerados, e que mesmo assim os números de Rudolf são números que não produzem tais conseqüências. Rudolf escreve:
13.79 A razão pela qual Irving inicialmente negou a existência de câmaras de gás em Auschwitz foi, como se viu, em função do Relatório Leuchter. Tenho resumidas em detalhes as constatações feitas por Leuchter em nos itens 7.82 a 7.89 acima. Não vou repetir-me. Tenho também estabelecido nos itens 7.82 a 7.89 acima, as razões pelas quais van Pelt em nome da ré indeferiu o Relatório Leuchter como imperfeito e pouco fiável. Essas razões foram apresentadas para Irving em reperguntas. É um resumo das evidências para que ele aceite a validade dos mesmos. Ele concordou que o Relatório Leuchter estava fundamentalmente errado. No que se refere à análise química. Irving foi incapaz de contrariar as evidências do Dr. Roth (resumidas no parágrafo acima 7.106), que o cianeto, teria penetrado no tijolo e argamassa, até uma profundidade não mais de um décimo da largura de um cabelo humano, qualquer cianeto relativamente presente nas grandes amostras colhidas por Leuchter (que tiveram de ser pulverizadas antes da análise) teriam sido tão diluídas que os resultados sobre os quais Leuchter se baseou não tinha efetiva validade. O que é mais significativo é que Leuchter assumiu, equivocadamente e acordado com Irving, que uma concentração maior de cianeto teria sido necessária para matar seres humanos e não para fumigar roupas. De fato, a concentração necessária para matar seres humanos é 22 vezes menor do que o necessário para fins de fumigação.
É certo que muito mais cianeto é necessário para matar insetos do que é necessário para matar seres humanos, Leuchter aparentemente não têm consciência desta realidade. Rudolf, no entanto, reconhece este fato:
É verdade que mamíferos são muito mais sensíveis ao HCN do que insetos. A questão é, no entanto, qual a concentração de cianeto de hidrogênio é necessária para realizar um gaseamento em massa, conforme descrito pelas alegadas testemunhas oculares.
Muitos críticos e Negadores do Holocausto vêm argumentando que, devido ao nível letal de cianeto de um ser humano ser menor do que para usar em piolhos, as concentrações mais baixas foram de fato utilizadas no processo assassinar. O fato de 300ppm de HCN ser rapidamente letal para os seres humanos realmente não prova que essas pequenas concentrações foram utilizadas na câmaras de gás homicidas. A vantagem de se utilizar uma concentração mais elevada é dupla:
Convém salientar que um despiolhamento demora mais tempo do que um gaseamento homicida.
Devido a este tempo adicional, o Zyklon utilizado para despiolhamento teria tido tempo suficiente para evaporar completamente.
Portanto, para a mesma quantidade de Zyklon, a última fase gasosa da concentração de HCN é um pouco mais elevada no caso de despiolhamento.
Em sua seção de cálculos, Rudolf encontra um resultado diferente baseado erroneamente no pressuposto de que o Zyklon não foi introduzido pelas aberturas.
Eu discuto esta questão a seguir na minha análise sobre os cálculos de Rudolf.
Provas da existência de ventilação podem ser encontradas na apresentação de Keren, McCarthy e Mazal.[31]
Embora a concentração mais alta na fase gasosa das câmaras de gás ter sido muito provavelmente menor do que nas câmaras de despiolhamento, as concentrações provavelmente não teriam diferenças por muito como os críticos negadores têm assumido.
Estes resultados não são reivindicados por Leuchter ou pelo Leuchter Report.
As concentrações que foram utilizadas muito provavelmente são consistentes com os testemunhos, de uma forma consistente com a capacidade dos Sonderkommando para retirar os corpos, e coerentes com as diferenças nos vestígios químicos entre as câmaras de gás e as câmaras de despiolhamento.
Na seção acima sobre ventilação eu mostrei que em até duas vezes o valor das estimativas de Rudolf de concentração de gás, não poria em perigo o pessoal do Sonderkommando.
Abaixo eu discuto a questão dos vestígios químicos de cianeto.
Aqui eu discuto a questão de quanto Zyklon B foi utilizado e qual é a sua toxicidade.
1 – Testemunhos da quantidade de Zyklon B aplicada.
Rudolf afirma:
Não existem muitos testemunho oculares no que se refere à quantidade de Zyklon B utilizada, mas de acordo com uma fonte polaca eles referem-se à aplicação de 6 a 12 kg de cianeto de hidrogênio.Como Rudolf não forneceu a sua fonte, é impossível avaliar a precisão de sua afirmação ou até saber a qual câmara de gás estes montantes se referem. Supondo que a referência é o morgue 1 no Krema 2, estas concentrações correspondem a 12-24g/metro cúbico. Estas concentrações não estão fora de sintonia com os pressupostos que Jamie McCarthy e eu fizemos em nosso artigo[32].Nossas estimativas foram baseadas com as seguintes considerações. A nossa menor estimativa de 4-5g/metro cúbico veio de uma estimativa do nosso colega Mark Van Alstine.[33] Nossa estimativa alta de 15-20g/metro cúbico veio de Pressac.[34] [Perry]Broad testemunhou que duas latas de 1 kg foram utilizadas,[35], o que trabalharia a 4g/metro cúbico e coerente com a nossa estimativa mais baixa. Por segurança, usamos um intervalo de 5-20g/metro cúbico. Estes valores correspondem a 4500 e 18100 ppm, respectivamente.[36] Para efeitos de comparação, a concentração sugerida pela Degesch [fabricante do Zyklon B]para despiolhamento é de 8g/metro cúbico. [37] Estas são as concentrações finais para toda evaporação de uma vez do HCN. Durante um despiolhamento se desenvolveria a concentração alta. Durante um gaseamento homicida Zyklon o restante do Zyklon já teria sido removido após a morte aparente e antes de ventilação, de modo que a maior concentração teria efectivamente sido atingido, teria sido menos como o Zyklon e não teria evaporado totalmente de dentro da câmara.
2. Testemunhas oculares sobre o tempo necessário para matar todos os seres humanos dentro da câmara de gás.
Rudolf escreve:
Uma forma indireta de calcular a quantidade de Zyklon B que seria necessária para matar todos os seres humanos em uma "câmara de gás" é o tempo que foi alegadamente necessário para matá-los. De acordo com quase todos os "testemunhos oculares" existiram apenas alguns segundos e até dez minutos para matar nas alegadas câmaras de gás dos Crematorium II e III. [Nota 448 de Rudolf] Esta informação pode ser usada para fazer um cálculo aproximado da quantidade de Zyklon efetivamente necessária para atingir o tempo da matança.A fim de fazer tal cálculo aproximado, Rudolf compara este testemunho com os tempos relatados nas câmaras de execução dos EUA empregando HCN como gás letal. Existem sérias falhas neste argumento de Rudolf:
1) Existem mais variações de testemunhos do que o alegado por Rudolf
2) Para que as vítimas de uma câmara de gás parecessem mortos para as testemunhas oculares exigiria apenas silêncio e imobilidade.
Rudolf cita: “De acordo com quase todos os "testemunhos oculares" existiram apenas alguns segundos e até dez minutos para matar(...)” Na nota 448, ele afirma que "a única exceção", é o bloco de internos em Auschwitz (presumivelmente bloco 11).
A porta seria aparafusada e fechada à espera dos esquadrões de desinfecção que iriam imediatamente jogar o gás [cristais] pelas aberturas do teto da câmara de gás que estabelece uma coluna de ar até ao chão. Este garantiria a rápida distribuição do gás. O processo poderia ser observado através do olho mágico [peep hole] na porta. Aqueles que estavam de pé ao lado da coluna de ar foram mortos imediatamente. Posso afirmar que cerca de um terço deles morreram imediatamente. O restante cambaleante começou a gritar na luta por ar. Os gritos, no entanto, logo mudaram para tosses e desmaios e depois de alguns momentos todos estavam deitados. Após vinte minutos, movimentos não podiam ser detectados. Os tempos necessários para o gás surtir efeito eram variados, de acordo com as condições meteorológicas e dependia se estava úmido ou seco, frio ou quente. Também dependiam da qualidade do gás, o que nunca foi exatamente o mesmo, bem como sobre a composição dos transportes, que poderiam conter uma alta proporção de judeus saudáveis, ou velhos e doentes, ou crianças. Algumas vítimas ficaram inconscientes depois de alguns minutos, variando de acordo com a
distância da coluna de ar. Aqueles que gritavam e aqueles que estavam velhos, doentes, ou fracos, ou as pequenas crianças morreram mais rápido do que aqueles que eram saudáveis e jovens.
Não deve ser surpreendente, se as quantidades usadas nem sempre foram igualmente precisas ou eficazes. Na verdade, não existe, pelo menos, um relatório de alguém que sobreviveu a um gaseamento. Suponho que o Dr. Nyiszli é outra exceção: [39]
Por precaução eu agarrei meu instrumento, e arremeti à câmara de gás. Contra a parede, próximo à entrada da imensa sala, metade estava coberta de corpos, vi uma menina proceder a uma morte-barulhenta, com o seu corpo apreendido com convulsões. O homens do kommando de gás à minha volta estavam em estado de pânico. Nada como isto nunca tinha acontecido no decurso de sua terrível carreira.[...]
Eu calmamente relatei [ao Sargento SS Mussfeld], o terrível caso que nos confrontamos. Eu descrevi as dores que a criança deve ter sofrido na sala de despir, e as cenas horríveis que precederam à morte na câmara de gás. Quando a sala tinha sido mergulhada em trevas, ela ainda respirava pouco com seus pulmões cheios do gás Zyklon. Apenas alguns, porém, o seu frágil corpo estava como uma massa que empurra e puxa, pois lutou contra a morte. Por acaso ela caiu com o rosto contra o chão de concreto úmido. Essa pouca umidade tinha de ser mantida para que o gás Zyklon asfixiasse e não reagisse sobre condições úmidas. Estes foram meus argumentos, e eu pedi-lhe para fazer qualquer coisa para a criança. [...]
"Não há maneira dela escapar", disse ele, "a criança terá que morrer".
Meia hora depois, a garotinha foi levada, ou melhor carregada, para a fornalha no corredor, e ali Mussfeld [Sargento SS] enviou outro no seu lugar para fazer o trabalho. Uma bala na parte de trás do pescoço.
A explicação de Nyiszli sobre a menina sobrevivente pode não ser correta, mas o episódio lembra que o gaseamento não foi necessariamente uma ciência perfeita. Não eram necessariamente conduzidas idealmente a cada vez, na verdade, sem dúvida vários perfis de concentração de gás variaram de gaseamento para gaseamento.
3 - O tempo necessário para matar prisioneiros nas câmaras de execução americanas.
O que seria necessário para o tipo de estimativa aproximada de concentração utilizada nas tentativas de Rudolf é que as vítimas deveriam estar expostas ao cianeto tempo suficiente para que a maioria das vítimas estivessem mortas em 10 minutos ou menos.
O argumento de Rudolf é que as concentrações utilizadas nas câmaras de gás devem ter sido, pelo menos, tão grande quanto às das câmaras de gás dos EUA, com vista para a morte ocorrer dentro de 10 minutos.
Mas, mesmo em circunstâncias normais, as execuções nas câmaras de gás dos EUA levam, em média 10 a 14 minutos. A concentração de cianeto de hidrogênio aplicada durante estas execuções é geralmente semelhante ao aplicado durante os procedimentos normais de despiolhamento(0,3% -- 1%).[Nota 450 de Rudolf] A vítima é imediatamente exposta à grande concentração de gás tóxico, assim se desenvolve por baixo dela, e se ergue até o seu rosto.O tempo reportado da morte de uma execução nos EUA não é o mesmo que um testemunho de Auschwitz teria relatado. Para que um prisioneiro executado nos EUA seja declarado morto, pelo menos, os batimentos do seu coração devem ter parado. Nas câmaras de gás [nazistas] a inconsciência, o silêncio e a imobilidade seriam mais prováveis para relatar como morte. Ninguém entrou nas câmaras de gás até que elas fossem ventiladas. Durante o tempo de ventilação, a exposição das vítimas ao HCN teria continuado, de modo que qualquer vítima inconsciente iria continuar a ser exposta às concentrações letais de HCN. Portanto, esta comparação de Rudolf é realmente inválida. Em vítimas de intoxicação por cianeto, o coração pode continuar batendo, mas os outros sinais vitais desaparecem:
Em muitos casos, a morte é retardada, mas depois de uma dose muito elevada de cianeto, a morte pode ocorrer de 1 a 2 min. Nestes casos, o indivíduo desmaia e a respiração progride para apnéia. Convulsões e perda de consciência acontecem rapidamente. Com doses menores, respiração rápida pode ser vista, devido à estimulação da chemoreceptors carótida pelo cianeto [...]Inconsciência e completa [areflexia] podem ocorrer e podem continuar durante 15 a 60 minutos antes da morte. A respiração cessa antes da parada cardíaca.
Em um apêndice a este depoimento, eu examinei as fontes de Rudolf sobre o tempo de morte nas câmaras de execução nos EUA. Dois fatos são dignos de nota a partir desse exame. As fontes suportam a noção de que a inconsciência e a imobilidade precedem a morte cardíaca. Elas também põem em dúvida a média de 10-14 minutos que Rudolf afirma, durante o tempo de morte. Estes números são certamente mais altos que as fontes citadas pelo próprio Rudolf.
Agora eu volto à questão de saber qual foi a concentração usada nas execuções nos EUA. Rudolf reporta uma concentração de 0.3-1%, mas ele cita apenas uma única fonte. Esta fonte é listada na nota de rodapé 450 como "Cf. A News & Observer, Raleigh (NC), 11 de Junho de 1994, p. 14." No apêndice acima mencionado eu cito uma história que começa em p. A1 desta mesma emissão.[41] Este artigo não dá a concentração utilizada. Tem algumas informações que podem ser usadas para extrapolar uma concentração, mas tal estimativa não seria muito precisa. Na p. A14 há um artigo sobre a apelação de Phil Donahue para o Supremo Tribunal de Justiça pedindo a suspensão da execução. E não menciona as concentrações de cianeto utilizadas. Eu entrei no site News & Observer http://newsobserver.com/ e procurei artigos em 11 de junho de 1994.
A pesquisa sobre a palavra "cianeto" trouxe um artigo independente de Bill Krueger em p. A1 e um artigo sobre anúncios de cigarro.
A pesquisa sobre a "pena de morte" trouxe-me apenas o artigo de Krueger.
Uma pesquisa sobre "execução" trouxe-me até o artigo de Krueger, bem como o artigo sobre Phil Donahue. A pesquisa com o termo "concentração" não trouxe nenhum resultado que fez uma pesquisa sobre "0,3". Sem ter acesso a uma cópia impressa ou microfilmes da p. A14 não posso absolutamente excluir a possibilidade de Rudolf estar sendo honesto, mas deve ser suspeito seu valor de 0,3 a 1% de concentração de cianeto em execuções nos EUA. Mesmo que ele possa proporcionar uma fonte para esta afirmação, é questionável que a uniformidade é de tal uso. E sem dúvida não tem nenhuma maneira de fazer uma estimativa do LC100 (a concentração necessária para matar 100% das pessoas expostas, em um dado período de tempo).
4 – Cálculos subseqüentes
Por comparação, a 5g/m3, as vítimas teriam sido expostas a 930 ppm dentro de 10 minutos e, a 20g/m3, as vítimas teriam sido expostas a 0,37% dentro de 10 minutos. Esta estimativa não é muito diferente da baixa final de Rudolf. Dado que a variação do tempo de um gaseamento foi superior às reivindicações de Rudolf, que as câmaras de gás estavam mais quentes do que ele alega, e que leva mais tempo para morrer uma pessoa “em pena de morte” do que uma morte aparente, e que as estimativas que Jamie McCarthy e eu fizemos não são irracionais.
Deve-se notar que a estimativa de Rudolf de 0.3-1% magicamente torna-se 1% em seus cálculos subseqüentes.
Vale a pena revisitar os limiares da DuPont:[42]
2-5 ppm Odor
4-7 ppm [OSHA] exposição limite de 15 minutos, tempo médio ponderado
20-40 ppm ligeiros sintomas após várias horas
45-54 ppm Tolerado de ½ a 1 hora, sem significativos efeitos imediatos
100-200 ppm Fatal dentro de 1/2 a 1 hora
300 ppm rapidamente fatal (não existe tratamento)
Não é previsto tratamento para alguém que se pretende matar, por isso para os nossos propósitos 300ppm é "rapidamente fatal". No entanto a DuPont acrescenta:
Estes números devem ser considerados como estimativas razoáveis, não precisas, estes efeitos variam para diferentes pessoas, e os dados não são exatos. Além disso, respiração forte por causa do esforço físico aumentará a ingestão de cianeto e reduz o tempo para os sintomas aparecerem. O "rapidamente fatal", exposição ao nível de 300 ppm não assume primeiros socorros ou tratamento médico. Aliás é muito eficaz quando usado rapidamente.[grifo da DuPont] Quanto é rapidamente?
Contagem de segundos, o tratamento deve ser prestado em até 200 segundos (3-4 minutos).
Um artigo publicado na revista Human Toxicology dá limiares semelhantes: [43]
Imediatamente fatal 270
Fatal após 10 min -----> 181
Fatal após 30 min -----> 135
Fatal após 30-60 min ou mais, ou perigoso à vida -----> 110-135
Tolerado de 30-60 min sem efeitos imediatos -----> 45-54
Ligeiros sintomas após horas -----> 18-30
Este mesmo artigo descreve um caso tão notável que valeu a pena publicar um artigo sobre um acidente no qual um trabalhador sobreviveu a 6 minutos de exposição a 500 mg/m3 (450 ppm).
Este caso é incomum, a sobrevivência sem seqüelas ocorreu apesar da exposição ao HCN na ordem de 500 mg/m3 e 6 min de exposição; especialmente porque o tratamento foi iniciado 1h após a exposição.
Mesmo com a exposição inicial inferior a 500 mg/m3, experimentos realizados posteriormente revelaram que o acúmulo de HCN nas circunstâncias descritas foi rápido.
Neste caso, o paciente desmaiou e ficou inconsciente dentro de 3 minutos.Após a retirada do tanque em que ele ficou exposto, a sua respiração era imperceptível e ele entrou em coma à chegada ao hospital 40 minutos depois.
Diante do exposto, é razoável supor que a alegação de que 300 ppm é "rapidamente fatal" seria aplicável aos tempos de 10 minutos, no máximo.
Há de se preocupar no entanto, se este valor é LC100. Sem citar o que ele considera doses letais,
A dose letal de 100%, LD100, dá a concentração ou quantidade de venenonecessária para matar todos (100%) indivíduos de observados. Este valor é usado para certifica de que todas as pessoas são mortas com êxito.
A dose letal 1%, LD1, dá a concentração ou quantidade de veneno necessária para matar 1% de todos os indivíduos observados. Este valor é usado para marcar um limiar para além do qual a exposição ao veneno é definitivamente perigosa.
Obviamente, os dois valores diferem enormemente, ou seja, o valor de LD100 é muito superior ao valor LD1.
Aqui Rudolf parece implicar, mas não indicar explicitamente que citava muitas vezes o valor de 300 ppm a toxicidade do HCN que é um valor LD1 e seu 1% é um valor LD100, presumivelmente, a dez minutos de tempo de exposição. Quando citamos uma concentração letal normalmente se refere à concentração letal (LC), em vez de valores de dose letal (LD). Uma concentração letal requer um tempo a ele associado. Uma fonte fornece os seguintes valores para o LC50: [44]
Valores exatos para toxicidade aguda de HCN para os seres humanos são desconhecidos. A letalidade aguda é por analogia com os animais e sobre fundamentos teóricos, suscetível de ser dependente do tempo, algumas orientações estão disponíveis nos dados da tabela 2.
Tempo -----------LC50(mg m3)------------LCt50(MG min m3)
15s-------------------------- 2400------------------------------ 660
1min-------------------------1000----------------------------- 1000
10min------------------------ 200------------------------------2000
15min-------------------------133------------------------------4000
No entanto, deve-se afirmar que estes números são muito incertos, e um valor maior de 4400 mg m -3 foi dado por MacNamara com base numa estimativa de Moore e Gates ....
A própria estimativa de MacNamara para a toxicidade do HCN inalado em humanos baseia-se na semelhança de respostas a HCN dos seres humanos e dos caprinos, e ele dá a 1 min-LC50 de 3404 mg m-3.
O valor dado de 10 minutos é equivalente a 181 ppm. Independentemente da absoluta precisão destes números, seria ridículo sugerir que 300 ppm é LC1 em dez minutos. A estimativa de LC50 durante 15 segundos, corresponde a 0,21%, que é menor do que a afirmação de Rudolf de LC100 durante 10 minutos. O valor de LC50 de McNamara para 1 minuto é 3080 ppm, enquanto este é o LC100 mínimo de Rudolf durante 10 minutos. O valor de 4400 mg m -3 é difícil de se interpretar sem um [timeframe]. Talvez seja um valor de LCt, mas as unidades estariam erradas nesse caso.
... Apenas piolhos em mau (sic) estado podem ser mortos com apenas 0,03% de cianeto de hidrogênio, por isso é possível que um homem inteligente e saudável possa sobreviver a 5 minutos de exposição a 1% de cianeto de hidrogênio.
Rudolf não apresenta evidências para esta afirmação.
Basear-se na estimativa dada acima, de que o montante do Zyklon foi utilizado entre 5 e 20 gramas por metro cúbico (4500-18100 ppm), é uma estimativa conservadora, que as vítimas foram expostas a 450-1810 ppm dentro de 5 a 15 minutos, ou entre 2,5 e 10 vezes do tempo a LC50 da estimativa acima. Esta estimativa depende das câmaras estando a apenas 15°C. As câmaras de gás são suscetíveis de ter sido muito mais quentes do que a temperatura mais quente que ele estudou. A temperatura dos humanos por exemplo, é de 37 ° C, e as câmaras estavam cheias de pessoas antes da inserção do Zyklon.
Sob essas condições a liberação do gás (HCN) do Zyklon seria mais rápida e o tempo de exposição maior.
Rudolf escreve:
A inspecção da ilustração 1 do estudo de Irmscher[45] mostra que cerca de 10% do Zyklon evapora dentro de um período de cerca de 5 a 15 minutos, mesmo nas baixas temperaturas que ele estudou. Irmscher fez seus estudos com temperaturas variando entre -18°C e 15°C. Em seus cálculos, discutidos abaixo (ver p. 235 do seu depoimento), Rudolf encaixa os dados de Irmscher na forma funcional 1-exp (-t/43.5), onde t é dado em minutos.É óbvio que o tempo dos assassinatos em massa relatados pelas alegadas testemunhas oculares com Zyklon B em Auschwitz e em outros locais, e que são menores ou semelhantes às execuções nos EUA, seriam necessários, pelo menos concentrações semelhantes, tal como aplicado nos execuções nos EUA (0.3%-1%). Devido ao fato da liberação do cianeto de hidrogênio do Zyklon B ser muito lenta, cerca de 10% nos primeiros 10 min. [Nota 451 de Rudolf] Além disso, uma vez que obviamente não havia nenhum dispositivo para distribuir o gás rapidamente ao longo de toda a sala, mais minutos se passaram antes que todas as vítimas teriam sido cercadas por altas concentrações de cianeto de hidrogênio (mesmo aqueles encostados nos cantos da sala). Devemos, portanto, assumir que o montante mínimo de Zyklon B para ser introduzido nestes quartos teriam sido na ordem de magnitude de dez vezes o valor normalmente utilizado para os procedimentos de despiolhamento, a fim de atingir uma concentração semelhante já nos primeiros 5 a 10 minutos da execução, mesmo no canto da sala.
John Zimmermann escreve[47]:
A descoberta dos Arquivos de Auschwitz em Moscou sugere que os problemas técnicos de aquecimento do "gassing cellar" foram superados. Uma nota fiscal dos construtores do forno de Auschwitz para as autoridades pedindo o pagamento de um "sistema de indução de ar quente" [warmluftzufuhrung] para o Crematorium IIAlém disso, houveram de fato, dispositivos para distribuir o gás ao longo da sala.[48] Portanto, a estimativa de Rudolf é no mínimo do pior cenário possível; e tem várias hipóteses:
instalado em junho de 1943.
1) que a sua média de 10-13 minutos das câmaras de gás dos EUA é exata. Tal como acima demonstrado, algumas mortes de fato demoraram mais, mas é difícil justificar como uma média de tempo.
2) Que as testemunhas oculares dos gaseamentos de Auschwitz teriam relatado “morte legal”, em vez de inconsciência e cessação de movimento.
3) que 10 minutos é o tempo máximo reportado de Auschwitz somente com uma única excepção.
4) Que não existiam dispositivos de introdução [do Zyklon]
5) Que a temperatura presente era fria (Ele usa dados do Zyklon B de 15°C).
6) Que 0.3-1% é um argumento preciso das concentrações utilizadas nas câmaras de gás dos EUA.
7) Que se deve usar 1% em vez de 0,3%
8) Que apenas 10% evapora no prazo de dez minutos, em contraste com a forma funcional.
1% corresponde a 11g/m3. Se se assume sob as piores condições que é necessário utilizar 10 vezes o máximo para conseguir uma tal concentração, em apenas 10 minutos a uma temperatura de 15°C, então é preciso 110g/m3. Para efeitos de comparação, as concentrações sugeridas pela Degesch para despiolhamento eram de 8g/m3.[49] Se, por outro lado, olhar para os números que eu e Jamie McCarthy chegamos baseado na evidência disponível 5-20 g/m3 concentração que foi utilizado, revela-se razoável na imagem.
Na sequência abaixo eu parto do princípio de que o relatório de Rudolf para a saída do Zyklon B é válido, e que o Zyklon foi removido após apenas 10 minutos e que a taxa de ventilação que foi dada por Rudolf de 9,94 trocas por hora.
É importante notar que as vítimas iriam continuar a ser expostos a HCN durante ventilação. Uma vítima inconsciente, que ainda não tinha sido morta, teria toda a probabilidade ser morta no tempo que os corpos eram removidos. Notar que a estimativa mínima mostra que as vítimas teriam sido expostas a concentrações acima de 300 ppm por 14 minutos. Recordo que LC50 por dez minutos é cerca de 181 ppm. Sob essas condições as vítimas seriam expostas ao excesso de concentração de 181 ppm por 18 minutos.
Agora eu vou plotar os resultados para o caso em que o Zyklon não foi removido durante 20 minutos:
A menor estimativa mostra que as vítimas seriam expostas a uma concentração acima de 300 ppm por 27 minutos. Novamente, LC50 por dez minutos é de cerca de 181 ppm. Sob essas condições as vítimas seriam expostas a concentração em excesso de 181 ppm por 31 minutos. Ainda é difícil de acreditar que Rudolf iria alegar que uma vítima poderia sobreviver tal tratamento. Nossa estimativa máxima aqui é quase que certamente muito grande. Essa estimativa revela que as vítimas seriam expostas a concentrações acima de 0,1% ppm por 29 minutos, e concentrações superiores a 0,3% ppm durante 16 minutos. Esta concentração corresponde a LC50 durante 15 segundos.
Sem aceitar as evidências de Rudolf, que vale a pena dizer que as diferenças entre as nossas estimativas são praticamente inconseqüentes. Até mesmo Rudolf reportou exatamente correto que é necessário desenvolver uma concentração de 1% dentro de 10 minutos, não há nada de incompatibilidade entre este valor e os fatos conhecidos dos gaseamentos homicidas. Tal como acima demonstrado, a concentração de 1% seria facilmente ventilada em uma quantidade de tempo razoável. Como mostrado acima, mesmo que a concentração fosse duplicada o sistema de ventilação teria sido adequado. Conforme mostrado a concentração de 1% não garante a formação de Azul da Prússia. De fato devemos levar em conta as considerações de que é extremamente improvável que quantidades significativas de Azul da Prússia teriam formado nas câmaras de gás.
FONTES DO CAPÍTULO:
[31] Daniel Keren, Ph.D, Jamie McCarthy, Harry W. Mazal OBE, " A Report on Some Findings
Concerning the Gas Chamber of Krematorium II in Auschwitz-Birkenau", an appendix to Robert Jan van Pelt's expert report.
[32] Richard J. Green, and Jamie McCarthy, Chemistry is not the Science: Rudolf, Rhetoric and
Reduction, 1999, http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science
[33] Mark Van Alstine, private communication. Van Alstine writes:
Given that Zyklon B came in 200 g, 500 g, 1 kg, and 1.5 kg canisters, arguably "one of the smallest cans" would have been a 500 g can of Zyklon B. That would mean that in Krema II either 1.5 or 2.0 kg of Zyklon B (depending on whether or not one or both gas chambers of L.Keller 1 were used) would have been poured in. Since L.Keller 1 had a volume of about 500 cu m, that would mean a HCN concentration of about 3-4 g cu m. (Cf. Pressac, Technique, op. cit., pp. 16-17, 21, 494)
[34] Jean-Claude Pressac, "The Deficiencies and Inconsistencies of 'The Leuchter Report'" in Shapiro, S. Truth Prevails: Demolishing Holocaust Denial: The End of the Leuchter Report, NY: The Beate Klarsfield Foundation (1990).
[35] Robert Jan van Pelt, second supplementary opinion, p.31.
[36] Concentrations of trace gases in air are conveniently described in terms of parts per million by volume (ppm) as follows: Concentration of species X in ppm = 106*(volume of species X alone)/(volume of air). See for example, John H. Seinfeld, Atmospheric Chemistry and Physics of Air Pollution, John Wiley & Sons, New York, 1986, p.6. Degesch defines in their publications that they mean ppm as parts per million by mass (a convention brought over from the liquid phase). Pressac has also followed this usage. Modern references to gas phase toxicity, however, are by volume. In the case of HCN, the point is moot. HCN has a molecular mass of 27 versus the atmosphere's roughly 28.8. Thus their densities are nearly equal at the same temperature and one may be loose about switching between the two conventions. In other words, the value in ppm by mass will be different by a factor of 27/28.8 or 0.94, an insignificant difference. To convert from g/m3 to ppm by volume, one can use the following equation: Conc. in ppm = ((Conc. in g/m3)/27.0)* (8.31441*298.15/101325) Where 8.31441 is the ideal gas constant, 298.15 is the temperature in Kelvin (again note that a 30 degree temperature difference leads only to 10 % error), and 101,325 is atmospheric pressure in pascals. 1 g/m3 is 906 ppm or 0.09%, so that dividing the concentration in g/m3 by 10 roughly gives the concentration in percent.
[37] NI-9912, section IX, reprinted in Pressac, Jean-Claude, Technique and Operation of the Auschwitz Gas Chambers, The Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p.19. This document is online at the CODOH (denial) website, at http://www.codoh.com/incon/inconzyklon.html.
[38] Rudolf Höss, Death Dealer: The Memoirs of the SS Kommandant at Auschwitz, Steven Paskuly, Ed., 1996, p. 44.
[39] Miklos Nyiszli, Auschwitz: A Doctor's Eyewitness Account, New York: Arcade Publishing, 1993, pp. 114-120.
[40] Joseph L. Borowitz, Anumantha G. Kanthasamy, and Gary E. Isom, "Toxicodynamics of Cyanide" in Satu M. Somani, Chemical Warfare Agents, Harcourt, Brace Jovanavich, San Diego, 1992, p.213
[41] Bill Krueger, "Execution Will Use Gas Chamber" in The News & Observer, Raleigh, NC, June 11, 1994, p. A1.
[42] Du Pont, Hydrogen Cyanide: Properties, Uses, Storage, and Handling, Wilmington: Du Pont, 195071/A (1991).
[43] J.L. Bonsall, Human Toxicol. (1984), 3, 57-60.
[44] Timothy C. Marrs, Robert Maynard and Frederick R. Sidell, Chemical Warfare Agents: Toxicology and Treatment, John Wiley & Sons, Ltd. (Chichester, West Sussex, England), 1996 ISBN 0-471-95994. Chapter 9: Cyanides, pp. 203-219
[45] Irmscher, R., Nochmals: "Die Einsatzfähigkeit der Blausäure bei tiefen Temperaturen" (Once More: "The Efficiency of Prussic Acid at Low Temperatures"), Zeitschrift für Hygienische Zoologie und Schädlingsbekämpfung, Feb/Mar 1942, pp. 35-37. Available on the web at http://www.holocausthistory.org/works/irmscher-1942/ See also appendix II to this affidavit.
[46] See appendix II of this affidavit.
[47] John C. Zimmerman, Holocaust Denial: Demographics, Testimonies and Ideologies, University Press of America, 2000, p. 193. His reference reads: "Bill from Topf and Sons dated August 20, 1943 in AA File 502-1-327, Reel 42, p. 2 of the memo.
[48] Jamie McCarthy and Mark Van Alstine, Zyklon Introduction Columns, http://www.holocausthistory.org/auschwitz/intro-columns/
[49] NI-9912, section IX, reprinted in Pressac, Jean-Claude, Technique and Operation of the Auschwitz Gas Chambers, The Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p.19. This document is online at the CODOH (denial) website, at http://www.codoh.com/incon/inconzyklon.html
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
The Leuchter FAQ
Traduzido por Lise Sedrez, Ahmed Al-Suflair, Marcelo Hiramatsu Azevedo e Marcelo Oliveira
2.01 Disparidades nos Níveis de Compostos Hidrociânicos
Os negadores do Holocausto muitas vezes alegam que, uma vez que mais foram encontrados compostos hidrociânicos nas câmaras de despiolhamento do que nas ruínas das chamadas câmaras de "extermínio", e o inverso seria verdadeiro se as pessoas fossem realmente gaseadas nelas, é claro que não ocorreu nenhum gaseamento.
Mas o HCN é muito mais eficiente em animais de sangue quente (incluindo humanos) do que em insetos, e por esta razão o período de exposição ao HCN é muito maior para "despiolhar" roupas do que o necessário para gaseamentos homicidas, e é necessária uma concentração muito menor para matar pessoas do que insetos.
Uma concentração de até 16.000 ppm (partes por milhão) às vezes é usada, com tempo de exposição de até 72 horas, para matar insetos, mas apenas 300 ppm causará morte a humanos dentro de quinze minutos, mais ou menos.
Breitman oferece informação de fundo sobre o desenvolvimento do Zyklon B como dispositivo de matança, e fornece evidência clara de que os nazistas determinaram a concentração efetiva de Zyklon B através de um processo de tentativa e erro. (pegue pub/camps/auschwitz/auschwitz.faq1)
Quando a diferença entre a concentração do gás exigida para matar insetos e humanos foi mencionada no interrogatório cruzado de Leuchter no julgamento de Zündel, Leuchter respondeu: "Eu nunca matei insetos. E, você sabe, eu não sei. Eu não fiz cálculos para matar insetos" - Dificilmente a resposta que se esperaria de um "expert" no assunto...
Devido às concentrações relativamente reduzidas necessárias para exterminar humanos, em vez de piolhos, e devido ao tempo de exposição necessário, muito menor, o HCN nas câmaras de gas usado para matar humanos dificilmente teria tempo para formar compostos químicos nas paredes.
As câmeras de gas não eram muito grandes (aquelas em Kremas II e III tinham cerca de 210 metros quadrados) e o Zyklon B era despejado através de quatro aberturas no teto, espalhando o gás rapidamente. Estas aberturas são ainda visíveis no que restou das câmares de gas, e existem algumas raras fotografias destas, tiradas quando o campo estava em pleno funcionamento; cópias destas fotos estão disponíveis (Brugioni et al.) nas fontes indicadas na Seção 6.1, abaixo.
Uma vez que a concentração usada eram mais do que letal, a morte era rápida. (Veja pub/holocaust/gifs/krema4.gif – Krema IV ficava ao nível do solo, e Zyklon B era introduzido através de fendas claramente visíveis nas paredes. Veja também ~/gifs/c_krema4.gif, que apresenta uma ampliação das aberturas nas paredes.
Os dados de Leuchter são ainda suspeitos porque as câmeras de desinfeção (de piolhos) onde ele obteve suas amostras foram deixadas intactas pela SS, enquanto as câmeras de extermínio foram destruídos. Claramente, suas paredes ficaram expostas aos elementes por 45 anos, o que certamente influiria na validade das amostras retiradas. (As ruínas de Krema II eram inundadas com até um metro de água durante certos períodos do ano, e compostos de HCN eventualmente dissolveriam sob tais condições. Ainda assim, tal a quantidade de “gaseamentos” occorera ali que alguns destes compostos permaneceram.
Em resumo, as paredes das câmeras de extermínio por gás estiveram em contato com HCN por um período de tempo muito mais curto que as câmaras de desinfecção, e pelos últimos 45 anos estiveram expostas a um ambiente que dissolve compostos, ao contrário das câmaras de desinfeção. Portanto é óbvio que uma quantidade menor de traços de compostos permaneceriam nestas. Isto desmistifica a maior “surpreendente descoberta” no relatório Leuchter, o qual, em retrospectiva, não era de nenhuma forma surpreendente.
Este fato—que a totalidade, ou quase totalidade, dos compostos teriam desvanecidos após 45 de exposição aos elementos – foi claramente enunciado no relatório redigido por peritos do Instituto de Pesquisa Forênsica de Cracow.
INSTITUTO DE PESQUISA FORENSE
Em nome do Prof. Dr. Jan Seh, Cracóvia
Divisão de Toxicologia Forense
Cracóvia, 24 Set. 1990
Westerplatte 9 / Código 31-033
Tel. 505-44, 592-24, 287-50
Telex 0325213 eksad ...
O ácido hidrociânico (HCN) que é liberado do preparado
Zyklon B é um líquido com um ponto de ebulição de cerca
de 27 graus Celsius. Ele tem um caráter ácido, e portanto
forma compostos com sais metálicos, que são conhecidos
como cianetos. Os sais de metais alcalinos (tais como sódio e
potássio) são solúveis em água.
O ácido hidrociânico é um ácido muito fraco, e,
portanto, seus sais dissolvem-se facilmente em ácidos mais fortes. Mesmo
o ácido carbônico, que é formado pela reação de dióxido de
carbono com água, dissolverá o ferrocianeto.
Ácidos mais fortes, tais como ácido sulfúrico, facilmente
dissolvem os cianetos. Os compostos de íons de cianeto
com metais pesados são duradouros. Isto inclui o já mencionado
azul da prússia, embora este também se dissolva lentamente
num ambiente ácido.
Portanto, dificilmente se pode assumir que traços de compostos
ciânicos pudessem ainda ser detectados em materias de construção
(gesso, tijolo) após 45 anos, depois de terem sido expostos ao
clima e aos elementos (chuva, óxidos ácidos, especialmente
sulfúrico e óxidos de nitrogênio). Mais confiável seria a
análise de gesso de paredes [amostras] de salas fechadas
as quais não tivessem sido expostas ao clima e aos elementos
(incluindo chuva ácida).
A descoberta de compostos de ácido hidrociânico em amostras
de material que foram expostas aos elementos só pode ser
acidental.
Os negadores do Holocausto alegam com frequência que a câmara de gás em Krema I foi deixada intacta, e portanto que as suas paredes nao foram exposta ao elementos. Curiosamente, eles tambem fazem questao de frisar que Krema I foi convertido em um abrigo antiaéreo, e então reconstruido pelo exército sovético, após a liberação do campo, para reproduzir a sua forma original. (A lógica sustentando ambas as alegações conforme elas se mostrem mais vantajosas pode escapar a compreensão do leitor, mas o uso a lógica não tem é recurso ao qual se deve recorrer quando se trata de negar o Holocausto. Veja seção 3.0).
A modificação consistiu, essencialmente, na remoção de algumas paredes divisórias dentro da câmara de gás, as quais foram colocadas como uma característica típca de abrigos contra bombas. Apesar disso, esta é a sala onde as pessoas foram asfixiadas; ainda existem traços de cianeto em suas paredes, como admitiu Leuchter (ele encontrou traços em 6 das 7 amostras).
Mas, a câmara de gás de Krema I foi usada apenas por um curto período de tempo, antes da conversão. Isto, e o fato que "apenas" cêrca de dez mil pessoas foram executadas dentro dela, comparadas com as trezentas e cinquentas mil e quatrocentas pessoas que foram executadas em Krema II e III, explica porque relativamente pequenas quantidades de compostos de cianeto permaneceram. Os outros Kremas foram destruidos pela SS antes da liberação do campo pelos soviéticos.
Finalmente, compostos de cianeto foram encontrados nos dutos de ventilação das câmaras de exterminação, provando acima de qualquer dúvida que houve gaseamento naqueles locais.
2.02 A Propriedade Explosiva do Zyklon B e a Proximidade dos Fornos
O negacionismo do Holocausto muitas vezes afirma que o Zyklon B não poderia ter sido usado para a matança nas câmaras de gás, por ser explosivo, e os fornos ficavam próximos a elas.
Entretanto, eles negligenciam o fato de que a concentração de HCN necessária para causar morte é aproximadamente 200 vezes menor que a necessária para causar uma explosão. Embora a SS usasse uma concentração mais alta que a concentração letal, ela é muito menor do que a que seria necessária para causar uma explosão.
Como referência, pode-se consultar o "The Merck Index" e o "CRC handbook of Chemistry and Physics", ou consultar qualquer manual que trate da toxicidade e inflamabilidade de produtos químicos. Para o HCN, uma concentração de 300 ppm (partes por milhão) mata humanos dentro de poucos minutos (Merck, 632, registro 4688), enquanto a concentração mínima que pode resultar numa explosão é de 56.000 ppm.
Frank Deis fornece a seguinte informação da Merck, com comentários editoriais entre chaves:
-Ácido hidrociânico;- "Blausaeure" (Alemão). CHN; peso mol. 27,03 ... HCN. Preparado em grande escala pela oxidação catalítica de misturas de amônia-metano [refs. omitidas]. Também pode ser preparado pela decomposição catalítica de formamida.
O sal férrico do ferrocianeto é solúvel na água. Outros sais, como o sal de potássio do ferrocianeto, são bastante solúveis em água] [mais refs. omitidas]
Gás ou líquido incolor; odor característico; ácido muito fraco (não deixa vermelho o papel de litmus); queima no ar com uma chama azul; =intensamente venenoso= mesmo quando misturado com ar. d(gás) 0.941 (ar = 1) [Nota do editor: perceba que o gás é MAIS LEVE que o ar]; d(liq) 0.687. mp -13.4. bp 25.6 <[ a última defesa de Leuchter deu grande importância ao modo como o gás se condensaria sobre as paredes frias. Isto claramente ocorreria em algum nível numa sala fria. Se a sala fosse preenchida com pessoas, o gás permaneceria aquecido] Miscível com água, alc; levemente sol em éter. LC50 [concentração letal que mata 50% das cobaias, PERCEBA que isto depende tanto do tempo QUANTO da concentração!] em ratos, camundongos, cães: 544 ppm (5 min), 169 ppm (30 min), 300 ppm (15 min), [ref. omitida].
Toxicidade humana: alta concentração produz taquipnéia (causando inalação maior de cianeto) [taqui = rápido, pnéia = respiração] então dispnéia [dis = dificuldade, pnéia = respiração], paralisia, inconsciência, convulsões e parada respiratória. Dores de cabeça, vertigem, náusea e vômito podem ocorrer com menores concentrações. Exposição crônica por longos períodos podem causar fadiva e fraqueza. Exposição a 150 ppm por 1/2 hora a 1 hora pode colocar a vida em risco. A morte pode resultar de uma exposição de poucos minutos, a 300 ppm. Dose média fatal [ingerida] 50 a 60 mg. =Antídoto= Nitrito de sódio e tiosulfato de sódio.
Uso: o gás comprimido é usado para exterminar roedores e insetos e para matar insetos em árvores, etc. =Deve ser manuseado com peritos especialmente treinados.=
[fim do artigo] (Merck, 632)
Cianeto é uma molécula pequena. Basicamente, ele é tóxico porque têm aparência semelhante à molécula de oxigênio, o O2 ou OO se parece como HCN para os locais de ligação na mitocôndria e também provavelmente para os grupos heme na hemoglobina e mioglobina. Se o cianeto "se assenta" sobre o complexo citocromo a/a3 ao final da cadeia respiratória mitocontrial, então o oxigênio que você respira não mais lhe ajudará. Você não pode usá-lo como aceptor para elétrons de alta energia, e você não pode criar ATP pelo método usual de fosforilação oxidativa. Seu corpo faz você respirar mais rápido no começo, numa tentativa de superá-lo, e então as células começam a morrer por falta de oxigênio e falta de energia ATP.
Em geral, as afirmações sobre química na defesa de Paul Grubach ao relatório Leuchter parecem válidas. ( JHR, V12, Nº 4) As =premissas=, é claro, estão abertas ao questionamento, ou estão erradas. Sim, altas concentrações de cianeto causarão formação de azul da prússia em tijolos frios e molhados que contenham altos níveis de íons de ferro. Mas os tijolos estavam realmente frios e molhados? O ar era frio o bastante para condensar o HCN? Existiam as "altas concentrações", considerando-se as concentrações relativamente baixas necessárias para matar as cobaias humanas, ao contrário dos insetos?
De qualquer forma, espero que esta informação se mostre útil. Ensino bioquímica na Universidade Rutgers, e é de lá que vem minha informação sobre a toxicidade do cianeto. O Merck Index é um livro de referência padrão que provavelmente toda biblioteca possui. Frank Deis (DEIS@PISCES.RUTGERS.EDU)
2.03 As Camaras de Gás Não Poderiam Ser Abertas em Segurança em 20-30 Minutos
A alegação que são necessárias 20 horas para arejar uma sala que foi desinfetada com Zyklon-B é ouvida com bastante frequências, e portanto os depoimentos de testemunhas oculares que estimam um tempo de 20-30 minutos desde o início do gaseamento até o instante em que os cadáveres começam a ser removidos são impossíveis, porque as pessoas carregando os cadáveres iriam perecer asfixiadas.
Esta alegação é verdadeira para o caso de desinfecção de um prédio comercial, não deve-se entrar nele por 20 horas. Este intervalo de tempo, entretanto, não possui sentido algum com relação as camaras de extermínio, que eram dotadas de ventilação forçada. Quinze minutos era uma quantidade abundante de tempo para repor o ar após o gaseamento. Quando a ventilação não era usada, os Sonderkommando (prosioneiros utilizados nos trabalhos forçados) que retiravam os cadáveres vestiam máscaras de gás. Os alemães possuiam ampla experiência com gases, especialmente HCN, o qual era amplamente empregado para despiolhamento.
Eles sabiam como lidar com ele com segurança. É absurdo usar o valro de 20 horas neste contexto, dado que o mesmo não supõe o uso de ventilação forçada e leva em conta um fator de segurança muito grande. A SS não estava preocupada com a segurança dos Sonderkommando que tinham que entrar nas camaras de gas para remover os cadáveres de forma alguma. Em alguns casos, estas pessoas sofreram com os resíduos de gás (veja, por exemplo, Pressac, pag. 473).
Além disso, o que torna a ventilação de um ambiente difícil e demorada é a presença de móveis, cortinas, pisos acarpetados, etc. É desnecessário mencionar, estes não encontravam-se presentes nas câmaras de gás - havia apenas concreto nú, tornando a ventilação muito rápida e eficiente.
Se o "período de ventilação de 20 horas" acima fosse verdadeiro, isto significaria que os cadáveres das pessoas executadas usando gás cianídrico nas prisões dos EUA iriam permanecers amarrados as cadeiras por 20 horas após a execução...evidentemente sem sentido, como Fred Leuchter, que se diz expert na operação de câmaras de gás, sabe muito bem.
"Cianeto (HCN gasoso) é um veneno notório (Gee, 1987) mas também e' ideal como um uma arma química. Ele mata rapidamente, dissipa-se num instante e não deixa resíduos tóxicos." (Somani, Satu M. "Chemical Warfare Agents", Departamento de Farmacologia, Escola de Medicina, Southern Illinois University, EUA. Academic Press 1992, pag. 211
2.04 As Câmaras de "Extermínio" Eram na Realidade Necrotérios?
O negacionismo do Holocausto muitas vezes afirma que a as as "alegadas" câmaras de gás eram na realidade necrotérios, e que o Zyklon-B era usado nelas como um desinfetante.
Esta alegação parte do fato de que compostos hidrociânicos foram encontrados nas grelhas de ventilação das câmaras de gás nos Kremas II e III (a análise química foi executada pelo Dr. Jan Robel do Instituto Forense de Cracóvia em Dezembro de 1945, e foi parte da evidência no julgamento do comandante de Auschwitz Höss). Isto prova que o gaseamento ocorreu naquela câmara - mas como isto vai de encontro às alegação dos negacionistas de que era uma câmara mortuária subterrânea, eles alegaram que "uma câmara mortuária é desinfectada com Zyklon-B."
O Relatório do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia o qual se seguiu à emissão do Relatório Leuchter está disponível em nossos arquivos.
Infelizmente para as pessoas que oferecem esta assertiva como verdadeira, o Zyklon-B é inútil para desinfectar cadáveres, uma vez que ele não mata bactérias anaeróbicas - ele mata apenas organismos aeróbicos.
Finalizando, o "necrotério" é mencionado especificamente como um "porão de gaseamento" numa carta de 29 de janeiro de 1943, do departamento de construção de Auschwitz para o General da SS Kammler. Por que chamara um necrotério de "porão de gaseamento"? E por que a outra sala subterrânea é chamada de "porão de despir"? (ver Pressac, p. 221; também The Final Solution: The Attempt to Exterminate the Jews of Europe, 1939-1945 - G. Reitlinger, South Brunswick, T. Yosellof, 1968, p. 158. Estes documentos são reproduzidos na seção "AUSCHWITZ" do arquivo "Original Nazi Documents", juntamente com outros documentos sobre o processo de gaseamento em Auschwitz).
A seguinte correspondência entre um oficial da SS e a firma que fabricava os crematórios mostra que os porões subterrâneos nos Kremas II e III deveriam ser pré-aquecidos. Desnecessário dizer, isto prova que eles não foram projetados para servir como necrotérios; não faz muito sentido aquecer um necrotério. Mas faz sentido aquecer uma câmara de gás homicida, para facilitar a evaporação do Zyklon-B.
"
Carta do SS-Sturmbannführer Jahrling para a Topf e Filhos, 6 de março de
1943 Assunto: KL Auschwitz Krematorien II e III De acordo com a sua sugestão, o
serviço concorda que o porão 1 deveria ser pré-aquecido com o ar que vem das
salas, das 3 instalações de corrente de ar forçadas. O suprimento e a instalação
das tubulações e ventiladores necessários para este fim estão para ser
produzidos o mais rápido possível. Conforme você comenta na sua carta acima
mencionada, a execução deveria começar esta semana. Nós lhe pedimos que envie
informação detalhada para o fornecimento e instalação. Ao mesmo tempo, nós lhe
pedimos que envie uma informação adicional para a modificação da instalação de
extração de ar na sala de despir. (Pressac, 221) "
2.05 Era impossível matar 6 milhões de pessoas em Auschwitz
A julgar pela quantidade e o espaço das câmaras de gás, e o número de fornos crematórios, é impossível terem sido assassinadas 6 milhões de pessoas no intervalo de tempo pelo qual o campo existiu.
Ninguém afirma que seis milhões de pessoas morreram em Auschwitz. Muitos morreram em outros campos da morte, em guetos e nos territórios ocupados pelos soviéticos. Estimativas do número de pessoas que foram envenenadas pelo gás em Auschwitz variam, mas a menor corresponde a 900.000, e a maior em cerca de 1.600.000.
É óbvio que as instalações de extermínio e cremação em Auschwitz davam conta de tal número.
Basta ver as fotografias dos fornos do Krema II . Havia cinco Kremas em Auschwitz. O número II, por exemplo, tinha 15 fornalhas de grande porte, especialmente projetadas para queimar rapidamente e com eficiência. Cada um consumia 3 a 4 corpos de uma vez (cabe salientar que muitas crianças estavam presentes, e muitas pessoas estavam esquálidas), e levava, no máximo, 45 minutos para executar a tarefa. Os SS tentaram diversas combinações com cadaveres de diversos tamanhos e temperatura para determinar qual método traria a melhor relação custo-eficiência.
A estimativa que Leuchter dá como o número máximo de pessoas que poderiam ser processadas em uma semana – 1693 – é absurda, conforme demonstrado pelos cálculos a partir de um único Krema, o número II:
Uma camara de gás, com cerca de 210 metros quadrados de área, facilmente acomodava algumas centenas de pessoas, as quais eram cremadas dentro dela.
Quinze fornos, cada um capaz de incinerar pelo menos 3 corpos em 45 minutos, poderia comportar 720 corpos em uma jornada de 12 horas.
Em um único ano, Krema II poderia incinerar mais de 250.000 corpos. Soma-se a este número a capacidade dos Kremas III, IV, e V, e você começa a ter noção. Além disso, corpos também eram queimados em enormes fossas. Duas fotografias horríveis destas “fossas ardentes”, tiradas em segredo em Auschwitz-Birkenau, sobreviveram. São de razoável qualidade, e mostram homens de pé, em frente a uma pilha de cadáveres nus, com a fossa em chamas a frente deles.
Alguns corpos estão sendo arrastados para dentro da fossa.
Como referência, pode-se verificar uma carta data de 20 de junho de 1943, mandada ao General SS Kammler em Berlim, citando o número de corpos que podem ser processados em 24 horas: 4.756 (Isso é menor que 5 X 1440 = 7200 pois alguns dos Kremas tinham menos fornos que o II e o III. A divisão exata, descrita em carta de Jahrling para Kammler, é de 340 corpos para Krema I, 768 para a IV e a V, 1440 para a II e III.
É no mínimo ingênuo, e de uma desonestidade desprezível, afirmar que tal número de crematórios foram erguidos para tão somente cuidar dos corpos gerados pelo extermínio em massa de vítimas indefesas.
Leuchter conclui seus cálculos presumindo que as pessoas poderiam ocupar as câmaras de gás a uma densidade de no máximo uma pessoa por 9 pés quadrados (nota: um pé = 30,48 cm) e que levaria uma semana para ventilar as câmaras de gás antes que estas pudesses ser utilizadas para outra execução em massa. Essa presunções são absurdas.
Por fim, outras duas instalações de gaseamento existiam em Auschwitz – os chamados “Bunker I” e “Bunker II”. Eles também foram demolidos pelos SS em fuga.
2.06 As Portas das Câmaras de Gás Eram Muito Fracas Para Prevenir Fugas
Os negadores do Holocausto afirmam que as portas das "supostas" câmaras de gás eram muito fracas para impedir a pressão das pessoas tentando escapar da morte dentro delas.
Como nenhum dos Kremas permaneceu em seu estado original (Bunker I & II e Kremas II, III, IV e V foram destruidos, e Krema I foi modificado) não há evidência físicas a respeito de como eram as portas das câmaras de gás. Entretanto, uma porta que provavelmente pertenceu a uma câmara de exterminação por gás foi descoberta no pátio do campo; ela é sólida e reforçada com barras de ferro. Além disso, a pequena vigia é protegida do lado interno por uma tela metálica forte, instalada provavelmente para impedir que as vítimas quebrassem o vidro da vigia.
Aqueles que afirmam isto apresentam fotos das portas de câmaras de despiolhamento, as quais não eram reforçadas, provavelmente apostando que os leitores são muito ineptos para perceber esta mudança. Para ver uma fotografia de uma porta provavelmente usada numa câmara de extermínio por gás, veja Pressac (486) (Acesse pub/holocaust/gifs/aukdoor.gif)
2.07 Eles Não Teriam Usado Zyklon-B Para Gaseamento
- O negacionismo do Holocausto muitas vezes alega que, se os nazistas pretendessem matar pessoas através de gaseamento letal, elesteriam usado algo diferente do Zyklon B.
O Zyklon-B estava em uso em Auschwitz como um agente para matar piolhos, e por esta razão estava prontamente disponível. Os nazistas também tinham experiência em usá-lo com segurança, o que o tornava ainda mais interessante.
Além disso, o Zyklon-B era fácil de transportar e de armazenar, o que também o tornava interessante à SS, que, conforme mostrou Höss em seu testemunho, ordenou a compra de quantidade suficiente para matar dois milhões de pessoas. Yitzhak Arad menciona a rejeição de Christian Wirth ao Zyklon-B para uso em extermínios: Wirth desenvolveu suas próprias idéias com base nas experiências que adquiriu no programa de eutanásia. Dessa forma, em Belzec ele decidiu abastecer as câmaras de gás fixas com gás produzido pela combustão interna de um motor de carro. [Ele] rejeitou o Cianeto B que foi usado posteriormente em Auschwitz. Assim, preferiu um sistema de extermínio baseado em combustíveis comuns e universalmente disponíveis, gasolina e diesel. (YVS XVI, 211)
Numa carta solicitando que um caminhão trouxesse Zyklon-B para Auschwitz, o termo de camuflagem padrão "reassentemento de judeus" é usado para se referir a extermínio. Um outro documento desses solicita "material para tratamento especial" - um outro termo para disfarçar o extermínio (Veja ~/gifs/resett.gif; também Pressac, 557. Para mais exemplos de termos camuflados mencionados, veja arquivo dos documentos nazistas originais).
<
Recebida 2 de outubro de 1942 no Kommandantur do campo de concentração de Auschwitz
A autorização deve ser dada ao motorista.
Liebehenschel
Tenente Coronel SS
Representante permanente do chefe
do serviço com patente de tenente-general da Waffen SS
Para arquivamento
Chefe da estação de rádio>>
Quando o juiz Hofmeyer perguntou ajudante de campo R. Mulka o que significava "material para o reassentamento dos judeus", ele respondeu "bem, claro. Zyklon-B" (Julgamento de Auschwitz em Frankfurt, 11 set. 1964).
2.08 As câmaras de gás nunca foram vedadas...ou não havia procedimentos para escoar o gás delas...ou não havia modo para os guardas jogarem as cápsulas lá dentro, ou...
Como foi dito antes, as câmaras de extermínio foram implodidas pelos SS quando eles fugiram do campo. Portanto, não há evidência direta da maneira pela qual elas operavam, exceto algumas fotografias tiradas pelos aliados e os SS durante a guerra. Os planos de construção realmente incluiam um sistema de extração de ar, o qual foi mencionado em vários documentos. Algumas das aberturas para ventilação são ainda visíveis nas ruinas das câmaras de gás. Os planos incluiam até mesmo as duchas colocadas na câmara de gás para enganar as vítimas.
É uma triste constatação da integridade de Leuchter e sua capacidade de utilizar a lógica para perceber que ele admite que as Kremas foram demolidas mas, ainda assim, continua a afirmar que ele pode deduzir, do seu estado atual, como elas eram em 1944, antes de serem implodidas!
A seguir, temos um trecho de seu depoimento ao Sr. Pearson, no julgamento de Zündel:
P(ergunta): o Crematório III havia sido demolido.Leuchter admite que o telhado da câmara de gás da Krema III havia sido explodido e desabou, e que Krema IV e V haviam desaparecido exceto pela fundação. Quanto ao Krema II, seu depoimento também é intrigante:
R(esposta): Um, há
ainda partes do Crematório III lá, mas em sua maioria, o telhado da suposta
câmara de gás ruiu e está espalhada em pedaços nas fundações do que você
alegariam ser a câmara de gás.
P: Então não é mais subterrâneo?
A:
Correto. Há um buraco no chão?
P: Com relação às câmaras de gás no
Crematório IV e V, estes foram totalmente demolidos.
A: Com exceção da
fundação, sim.
P: Logo, tudo que há para ser examinado são as fundações do
prédio. Isso está certo?
A: Está correto.
Q. Então, as instalações da câmaras de gas em si estão no subsolo?
A.
Partes dela sim e outras não.
P: Certo. E as partes que são subterrâneas,
acredito que o telhado não está mais intacto, é correto?
R: Um, um dos
telhados foi quebrado em vários pedaçõs mas está praticamente intacto.
P:
Está quebrado mas praticamente intacto?
R: Quero dizer que não está
fragmentado.
P: Em quantos pedaços?
R: Creio que três. Eu disse isso
apenas para mostrar que não estão fragmentados. Há ainda grandes partes da laje
no telhado.
P: Certo. E desabou.
R: Afundou vários metros. Está
parcialmente comprometido.
P: Há detritos sobre o telhado? Ou é subterrâneo?
P: Está certo. E em relação ao crematório II?
A. Está correto.
Ainda mais inacreditável é o que Leuchter escreveu em seu relatório:
“Evidência quanto às funções do Krema não existem uma vez que o forno do
Krema I foi completamente reconstruido, Kremas II e III estão parcialmente
destruídas com componentes faltando, e Kremas IV e V desapareceram”.
“Desapareceram”! Mesmo assim, ele pode ainda especular a maneira que elas funcionavam antes de serem destruídas...
As câmaras de gás foram totalmente demolidas e não há modo pelo qual uma pessoa normal possa afirmar que esteja apta a concluir qualquer coisa sobra a maneira pela qual elas operavam antes de serem demolidas.
Leuchter faz um papel ainda mais ridículo ao afimar que as câmaras de gás nunca foram vedadas e que seria perigoso utilizar gás ciânicos dentro delas. Mas, ele admite que o gás fora utilizado nelas (para propósitos de desinfecção, como ele afirma). Isto é absurdo, logicamente; se as câmaras não fossem vedadas, a introdução do gás seria perigosa não importa para qual propósito. Só esta óbvia contradição é razão suficiente para desconsideramos o “Relatório Leuchter”.
2.09 Se as câmaras de gás fossem ventiladas, o gás iria matar as pessoas que estivessem do lado de fora delas.
Alegação sem sentido; é uma questão de concentração. Uma vez que o gás é liberado na atmosfera, a concentração dele cai deixando de ser perigosa. Além disso, o HCN dissipa-se rapidamente. As câmaras de execução nas prisões dos EUA também são ventiladas dirtetamente na atmosfera. Além disso, se este argumento valesse para as câmaras de extermínio, êle também deveria ser válido para as câmaras de despiolhamento, e seríamos obrigados a concluir que nem as câmaras de despiolhamento chegaram a existir .
2.10 Se tantas pessoas foram realmente executadas e cremadas, onde foram parar as cinzas delas?
Após a cremação de uma pessoa, resta uma quantidade muito pequena de cinzas - ela cabe em uma pequena urna, ou caixa. Isto significa que as cinzas de milhares de pessoas cabem em um caminhão. As cinzas das vítimas foram espalhadas nos campos ao redor, enterradas, ou - em Auschwitz, por exemplo - jogadas em um rio.
2.11 As pessoas que jogavam o Zyclon-B nas câmaras teriam morrido intoxicadas por ele.
Totalmente sem sentido. Da mesma forma que aqueles que usavam o Zyclon-B nas câmaras de despiolhamento, os homens da SS que realizavam o gaseamento, utilizavam máscaras de gás. (É inconcebível que um "expert em câmaras de gás" imagine uma coisa destas).
2.12 As listas de mortos de Auschwitz não mostram que alguma pessoa tenha sido gaseada, e apontam para um número menor de vítimas
Isto é porque aquelas listas referem-se apenas aos mortos que chegaram a
receber um número de série. A maioria das pessoas transferidas para o
campo foram classificadas como "inapropriadas para o trabalho" e imediatamente
gaseadas.
Este fato é destacado, por exemplo, em um relatório escrito por um alto oficial SS Franke-Gricksch para Himmler, (Leia os arquivos pub/camps/auschwitz/gricksch.rpt; & ~/auschwitz.faq1, que descrevem o processo de registro).
Estas pessoas não foram registradas em nenhum lugar e ninguem anotou os nomes delas. (Testemunho de um prisioneiro polonês Aloiz Oskar Kleta, Shelly, p. 284; Fertig, 12; Fleming, 174. Veja também, o testemunho de Henryk Tauber, Pressac, página 488, sobre como os SS queimavam rotineiramente os documentos sobre o número de vítimas.
2.13 Havia uma piscina em Auschwitz, portanto ele não pode ter sido um campo de extermínio
De fato, um reservatório de água de Auschwitz I (o campo principal) foi convertido em uma piscina que era usada pelos funcionários do campo. Outras formas de entretenimento para o pessoal da SS que também existira - uma banda composta de prisioneiros, e um bordel (ao qual foi permitido o acesso de alguns prisioneiros).
Como isto "prova" que Auschwitz não era um centro de extermínio está além do autor deste texto.
2.14 A maior parte da área de Auschwitz está em uma região com lençol freático raso, portanto, os corpos não poderiam ser calcinados em valas.
Existem fotos destas valas com corpos queimando dentro delas (Veja em http://www.nizkor.org/ftp.cgi/camps/auschwitz/images/ as fotografias disponíveis). Durante o período em que Auschwitz esteve ativo, a SS mantiveram a área drenada; como pode ser visto hoje, a drenagem, que não foi mantida desde 1945, deteriorou-se e o lençol freático subiu.
Além disto, as valas não eram usadas o tempo inteiro, mas apenas quando não haviam fornos suficientes para cremar as vítimas ou durante o extermínio dos Judeus Húngaros, quando tanta gente foi morta por dia que os fornos não conseguiam dar conta da quantidade de corpos. As "valas de incineração" estiveram confirmadamente ativas nos períodos de Outubro-Novembro de 1942 e no verão de 1944, os quais não coincidem com a época do degelo da neve e a subida do lençol freático
2.15 Como as testemunhas oculares do gaseamento sobreviveram? Porque os Nazis não as mataram?
A resposta é bem simples - os SS mataram a maioria delas. Depois da guerra, por exemplo, haviam cerca de 70 sobreviventes de Treblinka (mais de 700.000 vítimas, veja também o arquivo com excertos das sentenças das cortes alemãs - pegue pub/camps/aktion.reinhard/reinhard.faq1 e ~/reinhard.faq2).
Estes sobreviventes escaparam do campo, a maioria durante a rebelião que eles conduziram. O mesmo ocorre com Auschwitz: a maioria dos membros do "Comando Especial" que assistiram o gaseamento e que tinham que carregar e cremar as vítimas, foram executados pela SS, mas um pequeno número deles escapou, a maioria durante a rebelião de outubro de 1944.
Outro fator é o fato que no final da guerra Auschwitz estava em caos total - os soviéticos estavam se aproximando rapidamente, e eles chegaram a bombardear o campo. Portanto, não houve tempo para executar todos os ocupantes, e alguns foram transferidos para campos dentro da Alemanha. Muitos deles morreram naquelas "marchas da morte".
2.16 Gases de um motor a diesel não são tóxicos o suficiente para matar pessoas.
(Esta alegação é feita com relação ao campo de morte de Treblinka - veja o arquivo com julgamento de tribunais alemães sobre isto. Em outros campos da morte, motores a gasolina foram usados. O método de matança era simples - as pessoas eram amontoadas nas câmaras de gás, e os gases do escapamento de motores poderosos eram bombeados para dentro deles).
Idéia sem sentido. Numa câmara fechada, é claro que gases do diesel irão matar. Houve realmente um estudo sobre isto, e seus resultados são relatados em "A Toxicidade de Gases de um Motor a Diesel Sob Quatro Condições de Operação Diferentes", de Pattle et al., British Journal of Industrial Medicine, 1957, Vol 14, p. 47-55. Esses pesquisadores executaram alguns experimentos em que vários animais foram expostos a gases do diesel, e estudaram os resultados.
Nos experimentos, os gases do escapamento de um pequeno motor a diesel (568 cc, 6 BHP) foram conectados a uma câmara de 10 metros cúbicos (340 pés cúbicos) em volume, e os animais foram colocados dentro dela. Em todos os casos, os animais morreram. A morte ocorreu mais rapidamente quando a admissão do ar no motor era restrita, uma vez que isto causa um grande aumento na quantidade de monóxido de carbono (CO) que é emitido. (Veja, por exemplo, Diesel Engine Reference Book, por Lilly, 1985, p. 18/8, onde é afirmado que a uma proporção alta de ar/combustível a concentração de CO é de apenas algumas partes por milhão, mas para proporções mais baixas (25:1) a concentração de CO pode aumentar para 3.000 ppm. É muito fácil restringir a admissão de ar - os pesquisadores britânicos assim o fizeram cobrindo parcialmente a abertura da entrada de ar com uma peça de metal.)
Mesmo nos casos onde a saída de CO era baixa, os animais ainda morreram de outros componentes tóxicos - principalmente irritantes e dióxido de nitrogênio.
Agora, os motores a diesel usados em Treblinka eram muito maiores - eles pertenciam a tanques soviéticos T-34 capturados. Estes tanques pesavam 26-31 toneladas (dependendo do modelo) e tinham um motor de 500 BHP (comparados a meros 6 BHP nos experimentos britânicos). O volume das câmaras de extermínio em Treblinka é, obviamente, um fator.
Mas o volume das câmaras era de cerca de 60 metros cúbicos (2040 pés cúbicos); isto é 6 vezes mais que aquele dos experimentos britânicos, mas a diferença no tamanho dos motores é muito maior que o fator de 6.
Deve-se lembrar que o que importa no envenenamento por CO não é a concentração de CO, mas a proporção de CO em relação ao oxigênio. Numa sala pequena e vedada contra gás, lotada de pessoas, os níveis de oxigênio caem rapidamente, tornando assim mais rápida a morte por envenenamento por CO. Como observado, outros componentes tóxicos nos gases aceleram ainda mais a mortalidade.
A SS tinha conhecimento do fato de que amontoando o máximo de pessoas possível dentro da câmara de gás, não deixando assim espaços vazios, aceleraria a mortalidade. Isto é evidente, por exemplo, em uma carta mencionando "vans de gaseamento" (usadas no campo de extermínio de Chelmno e outras localidades) enviada ao SS-Obersturmbannführer Walter Rauff, em 5 de junho de 1942. A carta é bastante longa (mais dela é reproduzida no arquivo dos documentos nazistas originais), mas aqui está uma parte relevante (Nazismo, documento 913).
As vans são carregadas normalmente com 9-10 pessoas por metro quadrado. Com
as grandes vans especiais Saurer, isto não é possível porque, embora elas não
fiquem sobrecarregadas, sua manobrabilidade fica muito comprometida. A redução
da área de carga parece desejável. Pode ser conseguida reduzindo-se o tamanho da
van em cerca de 1 metro. A dificuldade mencionada não pode ser superada
reduzindo-se o tamanho da carga. Isto porque uma redução nos números necessitará
de um período mais prolongado de operação, porque os espaços abertos terão que
ser preenchidos com CO. Por outro lado, uma menor área de carga que seja
completamente preenchida exige um período de operação muito mais curto, uma vez
que não há espaços abertos.
Um outro testemunho macabro sobre a "ciência do gaseamento" desenvolvida pela SS está na carta do Dr. August Becker para o SS-Obersturmbannführer Rauff, de 16 de Maio de 1942 (Nazi Conspiracy, 418)
2.17 Não existiam Judeus em quantidade suficiente na Europa para alcançar o número de 6 milhões de vítimas.
Esta alegação é ridícula, conforme é atestado por todas as estatísticas populacionais daquela época, incluisive os números de Judeus que aparecem em muitos documentos Nazi originais... por exemplo:
Extratos das minutas da conferência de Wannsee, 20 de Janeiro de 1942, com relação a "Solução Final da Questão Judaica" [Julgamentos dos Criminosos de Guerra perante os Tribunais Militares de Nuremberg - Washington, U.S. Govt. Print. Off., 1949-1953., Vol. XIII, pag. 210]
II.
No início da reunião, o Chefe da Polícia de Segurança e Tenente General SS e SD Heydrich, relatou sua indicação pelo Marechal do Reich [Goering] para servir como Coordenador da preparação da Solução Final do Problema Judaico Europeu...
No decorrer desta solução do Problema Judaico Europeu, estão envolvidos
aproximadamente 11 milhões de Judeus. Eles estão distribuidos da seguinte forma
entre os países envolvidos:
..
A. Território Original do Reich
[Altreich] 131.800
Austria 43.700
Territórios do Leste 420.000
Governo Geral [Polônia ocupada pelos Nazi] 2.284.000
..
..
Terras Baixas 160.800
..
..
Romênia, incluindo Bessarábia
342.000
..
Hungria 742.800
URSS 5.000.000
..
..
Rússia
Branca, excluindo Bialystok 446.484
[Muitos paises removidos por brevidade]
TOTAL mais de 11.000.000
Sob direção apropriada os Judeus agora devem, durante o processo de
Solução Final, ser conduzidos para o Leste de uma forma apropriada para seu uso
como força de trabalho. Em grandes grupos de trabalho, com separação por sexo,
os Judeus capazes de trabalhar são conduzidos para essas áreas e empregados na
construção de estradas, durante este processo indubitavelmente um grande números
deles morrerá naturalmente.
Finalmente, os restantes que mostrem-se capazes de sobrevivier a tudo
isto - uma vez que estes possuem uma resistência física mais forte - devem ser
tratados de acordo uma vez que estas pessoas, representando uma seleção natural,
devem considerados como células germe capaz de prover um novo desenvolvimento
dos Judeus. (Vide a experiência da história).
No programa de realiazação na prática da Solução Final, a Europa será varrida no sentido do Oeste para o Leste.
As alegações feitas frequentemente pelos negadores do Holocausto sobre a emigração de Judeus após a guerra são absurdas. Por exemplo, haviam 370 mil Judeus na Palestina em 1937, e 600.000 em 1948. Os números obtidos pelo comitê Anglo-Americano para o estudo do Holocausto são: (Conclusões do comitê Anglo-Americano para o estudo do genocídio inflingido
aos Judeus da Europa pelos Nazi, com a contagem exata, país por país.)
Número de Judeus desaparecidos (pós-guerra menos pré-guerra):
Alemanha 195.000
Áustria 53.000
Checoeslováquia 255.000
Dinamarca 1.500
França 140.000
Bélgica 57.000
Luxemburgo 3.000
Noruega 1.000
Holanda 120.000
Itália 20.000
Iugoslávia 64.000
Grécia 64.000
Bulgária 5.000
Romênia 530.000
Hngria 200.000
Polônia 3.271.000
URSS 1.050.000
Refugiados dispersos (308.000)
Número total de Judeus exterminados: 5.721.500
2.18 O "mito" do Holocausto foi criado exclusivamente para o benefício financeiro do estado de Israel
A negação do Holocausto frequentemente afirma que a única razão do "conto do Holocausto" ter sido promulgado é que ele criou uma chuva financieira sobre o Estado de Israel.
Deborah Lipstadt fornece esta informação no livro "Deniying the Holocaust" (Negando o Holocausto):
As autoridades israelenses detalharam suas acusações contra a Alemanha em
seu comunicado de março de 1951 às Quatro Potências, e este documento tornou-se
a base oficial do acordo de reparações. Ele continha uma explicação dos meios
utilizados por Israel para calcular o tamanho das reparaçoes exigidas. No
comunicado, as autoridades israelenses explicaram que a perseguição nazista
estimulou um segundo êxodo judeu de aproximadamente 500 mil pessoas. Baseado no
tamanho deste êxodo, Israel determinou a quantia das reparações que iria
requisitar:O governo de Israel não está em uma posição de obter e apresentar uma
declaração completa de todas as propriedades judaicas tomadas ou saqueadas pelos
alemães, ditas superar um total de 6 bilhões de dolares. O governo de Israel
pode apenas calcular a quantia com base no total de despesas feitas e nas
despesas necessárias para a integração dos judeus imigrantes originários dos
países dominados pelos nazistas. O número destes imigrantes é estimado em 500
mil, o que significa um gasto total de 1.5 bilhoes de dolares.
Parece desnecessário salientar que, uma vez que o dinheiro recebido pelo
estado de Israel foi baseado no custo de reassentamento dos sobreviventes, se
Israel desejasse aumentar a quantia de reparações que obteve da Alemanha, seria
do maior interesse argumentar que menos Judeus foram executados e que mais deles haviam consegui fugir para Israel. (Lipstad, 57)