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domingo, 31 de janeiro de 2016

[Pausa Musical] - A Nova Música Portuguesa: Diabo na Cruz

Pra quem não conhece, e embora seja difícil de encontrar os arquivos dessa banda na web, o som é muito bom. O Brasil desaprendeu a fazer música (não se pode ganhar sempre, rs) e Portugal faz uma nova música muito interessante, com som renovado e linguagem moderna (visual e musical).

Achei essa banda ao acaso no Youtube, ou o Youtube que sugeriu (não lembro) e é um misto de rock com uma sonoridade folclórica-popular de Portugal (algumas músicas têm essa sonoridade). Os clipes também são bem feitos, o melhor deles (visual e pela música) talvez seja o "Bomba-canção", as imagens foram tiradas de um filme (quando eu procurar de novo o nome do filme coloco aqui, rs, agora que eu vi que se encontra no final do clipe, "Campo de flamingos sem flamingos", de André Príncipe). O outro vídeo com visual muito bacana pois mostra coisas do folclore (dança e o visual do país) é a música "Siga a rusga", embora a música que os colocou no cenário musical português deva ser a "Dona Ligeirinha" (o que chamam de sucesso comercial, que não é necessariamente sinônimo de má música), que no vídeo também mostra a dança típica de Portugal (o visual combinou com a sonoridade da música).

Ainda sobre os vídeos (clipes), o vídeo "Luzia" foi gravado em alguma cidade do interior de Portugal, em alguma procissão ou marcha cultural local com trajes típicos (folclore, música) e tem uma sonoridade de música de baile (mais ou menos), e o vídeo de "Ganhar o dia" mostra cenas de alguma turnê/apresentação pelo cenário musical (pop/rock) português em algumas localidades, também tem sonoridade inovadora mas sem deixar de lado o som de guitarra misturado com um som bem português.

Bom, em parte o post de certa forma resgata certas origens do Brasil, de Norte a Sul, é um remédio pros "separatismos" exóticos que pipocam (ainda que) virtualmente, por gente ignóbil. Sinto pelo restante (quem chegou depois, paciência... rs), mas o impacto da cultura portuguesa, africana e indígena do país ainda dão forma ao Brasil, tanto que não preciso citar o nome do idioma oficial do país, quer alguns gostem ou não. E vem desse "não gostar" ou "sentir ódio" ao país, por sua formação cultural, a crise de identidade atual do Brasil, embora sempre caiba mais um ou uma cultura, rs.

Vejam o cerco cultural que o Brasil vive, a gente só tem acesso ou ouve falar dessas bandas graças à internete o Youtube porque a grande mídia do país (o oligopólio de mídia), americanófilo, só passa lixo importado dos EUA fora os lixos nacionais (que destruíram a indústria musical do país, apesar de alegarem que não). A música brasileira, que antes era sinônimo de qualidade e respeito no mundo foi reduzida a pó pela mídia do país e falta de escrúpulo da indústria fonográfica nas mãos de multinacionais, se bem que o quadro em alguns países é desolador (nos próprios EUA a indústria musical anda um verdadeiro esterco).

A cena rock/pop em Portugal é menos volumosa (o porte) que a espanhola, que acabei tendo ideia (sabendo da existência) graças à internet, aos kamikazes (a banda tem uma música com esse título, rs) e à banda Amaral (de Saragoça), que era a banda mais conhecida e popular na Espanha, embora não creio que hoje estejam em alta na Espanha, tanto pela crise econômica daquele país (que já perdura desde 2008 e altera o humor da população) e apesar do disco novo, pois a banda Amaral (que na verdade é um duo) demora muito pra lançar um disco de um pro outro lançamento e isso afeta consideravelmente a popularidade da banda, preciosismo em excesso apesar da qualidade bem alta. Como também eles já não têm mais o ritmo que tinham no começo (quando estouraram, entre os anos de 2002 e 2005, apogeu) porque saíram de um selo de peso (EMI, agora Universal) pra adotar o próprio selo independente e consequentemente piorou a distribuição/divulgação dos discos, concertos etc. A meu ver um erro feio deles.

Confiram a música do Diabo na Cruz abaixo (selecionei uns vídeos, quem quiser ver mais, virem-se no Youtube) e os clipes das músicas. O novo som que veio de Portugal. Pro Brasil sair desse bitolamento midiático imposto pela Globo e seguido pelo resto da mídia do país que só repassam enlatado dos EUA (música de quinta) e lixo musical nacional.

Diabo na Cruz - Bomba-Canção (video oficial)


Diabo na Cruz - Dona Ligeirinha (video oficial)


Diabo na Cruz - "Siga a Rusga"


Diabo na Cruz - Luzia (video oficial)


Diabo na Cruz - Ganhar o Dia

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

[Pausa Musical] - Llévame Muy Lejos (Amaral, Espanha)

Em primeira mão, ou segunda, não sei, rs (eu acho que é em primeira mesmo pois mal sai algo do cenário musical da Espanha no país, vi uma matéria mas tiraram do ar), a quem não viu, pode ver (e ouvir) de novo o post sobre Eva Amaral cantando "Camino Soria", música de uma banda dos rock dos anos 80 na Espanha, com Jaime Urrutia (que era membro da banda).

Aviso: a quem quiser pular logo pra música, pode descer direto pro fim do post (não precisa ler o texto).

Voltando ao post. O post com "Camino Soria" era só ela participando de um tributo sem a formação (a dupla) dela com o Juan Aguirre, a dupla de Saragoça (Espanha). Eu ia fazer um post sobre uma banda portuguesa, mas fica pra próxima.

A banda é praticamente desconhecida no Brasil e é uma das, ou a mais conhecida na Espanha. Curioso isso, parece que não chega cultura alguma de outros países exceto a dos EUA no Brasil, pela exibição massiva na TV aberta e TV a cabo. Algo deliberado e medíocre.

O máximo que me recordo, remotamente, dessa banda no país eram cenas do clipe "El universo sobre mi" que passava diversas vezes como propaganda de uma rádio, curiosamente não dava pra notar que era uma banda espanhola porque só passava um trecho da música e como comentei acima, pra chegar música, filmes etc da Europa ou de outras partes do mundo (até de países vizinhos) no Brasil, é como se houvesse um bloqueio imposto pelo oligopólio de mídia no país. Este comentário vai pros que acham que isto não é nocivo ao país. O povo não ter acesso à cultura de vários países e ser direcionado a ver aquela pobreza musical atual dos EUA é algo simplesmente esdrúxulo, culturalmente pobre.

Estão lançando disco novo, acho que no fim do mês ou fim de outubro (como demoram), o último disco foi em 2011 e divulgaram mais uma música do álbum novo já que já havia saído duas (ainda em 2014) e mais algumas tocadas em concertos que dão na Espanha, só que com gravação amadora da plateia como a música Nocturnal que dá nome ao álbum. A música Nocturnal nem se chamaria assim só que mantiveram o nome a pedido do público e deram o nome ao disco também.

Essa música foi composta nos EUA (alguma turnê sem o público que a banda merece pois não investem na penetração do mercado Latino-americano e no Brasil) e o som é muito bom (sou suspeito pra falar pois eu acho bom mesmo, rs).

É um clipe "meia boca" mas é mais pra divulgação, mas ficou bom. O som da música também, principalmente a parte final dela:
"Llévame muy lejos, borra todos mis recuerdos, de este país sin corazón"

A quem não entendeu: "Leva-me para longe, apaga todas minhas recordações, deste país sem coração".

Letra que provavelmente tem a ver com o momento político (e econômico) vivido na Espanha, só que lembrei de outro país da América do Sul, que fala português, que muitas vezes tem parte da população que não tem coração também (essa expressão é simples e forte). Pesa na concepção dos clipes a mudança da banda, saíram do selo da EMI prum selo próprio, e não a mesma superprodução de uma gravadora (acho que foi um equívoco deles, apesar da tecnologia hoje compensar muita coisa, mas a divulgação não é a mesma).

"Momento nada a ver": Wagner Moura, reclamaram do teu sotaque na série Narcos (o pessoal da América do Sul), era só imitar o sotaque da Espanha (do castelhano, espanhol peninsular como chamam, o da música do vídeo abaixo) que paravam de frescura e de te encher o saco, rs. Ainda se fez propaganda da série (rs).

Escutem a música e tirem suas conclusões. Há outra música anterior, que teoricamente seria inclusa no disco e agora está em "suspenso", por conta do teor político do clipe, que teve repercussão pesada naquele país, e uma que foi apresentada num festival, ao vivo, mas esta é oficialmente a primeira música de divulgação do disco, confiram.

Amaral - Llévame Muy Lejos


Pra conferir as outras "Pausas", cliquem na tag "Pausa Musical".

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

[Pausa Musical] - Benny Andersson Orkester (BAO) - Allt syns när man är naken

Pra quem não conhece, essa é uma banda ou mini-orquestra formada (e encabeçada) pelo ex-integrante do ABBA, Benny Andersson (o que ficava ao piano/teclados), a Benny Anderssons Orkester (sigla BAO), e que circula pela Suécia e às vezes pelo resto da Europa em pequenas turnês ou apresentações, mas a maioria das apresentações da BAO que aparece no Youtube são pela Suécia mesmo. O som dela tem uma sonoridade de músicas folclóricas da Suécia embora tenha alguma influências sonora do som do ABBA.

Incrível ter levado tanto tempo pra descobrir essa banda. Pra quem sentir saudades da sonoridade do ABBA, embora não seja a mesma coisa, é uma boa dica.

Com o vocal impressionante (figura carismática, com potência vocal fora de série, o fato de ser cantora lírica, ou próximo a isso, também ajuda) de Helen Sjöholm, que dá o contorno final à banda. Ela participou deste filme sueco, que gostaria de assistir, de Kay Pollak, "Så Som I Himmelen" (Título em português: A Vida no Paraíso; Título em inglês: As it is in Heaven), que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e tem uma cena memorável dela cantando a música "Gabriellas Sång" (Música de Gabriella) que foi removido do Youtube pela turma do Copyright (pra variar, gente mala da pior espécie, e não me apareça gente defendendo esses malas. Vão se ferrar ambos, a turma do Copyright e os defensores), só que achei um vídeo semelhante ao que havia visto e foi removido (demora uns 15 segundos pro áudio começar, não tirem antes), assistam enquanto a "turma do copyright" não apronta de novo:
Helen Sjöholm - Gabriellas sång. ( Så som i himmelen ) Allsang På Grensen. Norway


Link alternativo:
As it is in Heaven (Så Som I Himmelen) - Gabriellas Sång
Helen Sjöholm a TV sueca com "Gabriellas sång-TV4"
Link morto: Helen Sjöholm - Gabriellas sång (OST - Så Som I Himmelen)
https://www.youtube.com/embed/PvVFPqQOJAc

Não vou me alongar pois não conheço direito os discos da BAO (não deu pra decorar todas as músicas pois eles cantam em sueco, com exceção de um disco lançado em inglês com versões das músicas em inglês, Story of a Heart) embora já tenha ouvido a maioria

Aqui a música Story of a heart (versão em inglês). E aqui a versão em sueco, ao vivo, do DVD da banda: Sommaren Du Fick - BAO. Prefiro a versão no idioma original.

A maioria das composições é da mesma dupla do ABBA, Benny Andersson e Björn Ulvaeus.

Outra curiosidade sonora da coisa é que o sueco, apesar da visível diferença das línguas neolatinas, tem muito som de vogal, por isso que soa agradável as músicas cantadas nesse idioma, e acho legal quando cantam no idioma original da banda.

Boas festas e fiquem ao som de "Allt Syns När Man Är Naken", que quer dizer mais ou menos "Tudo fica visível quando você está nu" ou "As coisas ficam mais claras quando você fica despido", música da dupla Björn e Benny com melodia fora de série, na voz de Helen Sjöholm acompanhada de Tommy Körberg e Kalle Moraeus nos vocais auxiliares (secundários). Como curiosidade, vídeo de gravação da música com a BAO:
ABBA BENNY ALLT SYNS NAR MAN AR NAKEN 2011

A música ao vivo, inteira, em algum programa sueco:
Benny Anderssons Orkester - Allt Syns När Man Är Naken



Link alternativo, aqui com a apresentação dela no DVD:
Benny Anderssons Orkester (DVD) - Allt syns när man är naken
E este outro com outra apresentação (ao vivo) da mesma música na TV sueca:
Benny Anderssons Orkester (BAO) - Allt Syns När Man Är Naken

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

[Pausa Musical] - Roger Taylor - o autor de Radio Ga Ga a canta

Eu acho que muita gente conhece essa música com o Queen mas poucos sabem que o autor dela é o baterista da banda que tem alguns álbuns solo.

Por sinal, ele lançou disco ano passado. A quem nunca ouviu ele cantando a própria composição, segue abaixo uma apresentação de 1998 dele cantando Radio Ga Ga.

Mas queria dedicar essa música à mídia oligopolizada do Brasil que está igual ao rádio da música, falando: ga ga, ga ga, ga ga, hahahaha.

A mitomania (mentira) da mídia oligopolizada sem parar um instante e querendo apresentar versões de "divisão do país" (ui! confiram a vitória apertada do Obama em 2012 e você não ouviu a mídia de lá falar em EUA dividido, ou mesmo ouvir falar em "país dividido" com a não-vitória na votação normal por W. Bush em 2000) é patologia ou simplesmente defesa de interesses corporativos, com posturas antidemocráticas como cometer crime eleitoral em véspera de eleição, coisa que não se via tão descaradamente desde a fraude de 1989 quando esta mídia apoiava o candidato Collor.

Quando me refiro à mídia oligopolizada eu quero dizer que são estes meios de comunicação no Brasil que controlam quase tudo que sai publicado (TV e impresso) no país, formando um oligopólio: grupo Abril, TV Bandeirantes, SBT, Globo (jornal, TV, canais fechados), Estado de São Paulo (jornal), Folha de São Paulo e grupos menores regionais como o tal RBS.

Aos "liberais" de faz-de-conta do Brasil, liberais de verdade são contra oligopólios por afetar a concorrência do mercado, menos vocês "liberais brasileiros", é claro, rsrsrsrs.

Radio Ga Ga pra vocês, hahahaha. Só que o rádio do Queen ainda ama, o da mídia oligopolizada e vendida não ama ninguém e é gagá, hahahaha.

"All we hear is Radio Ga Ga
Radio Goo Goo; Radio Ga Ga
All we hear is Radio Ga Ga
Radio Blah Blah
Radio, what's new?
Radio, someone still loves you"

Roger Taylor - Radio Ga Ga - Live at the Cyberbarn - Revisited 2014


Aqui a música com o Queen ao vivo, show antológico de Wembley no Live Aid (1985) que empurrou o Queen a fazer mais uma turnê que seria sua última turnê em 1986 com as apresentações antológicas de Wembley (eu ia colocar a versão do show antológico de Wembley mas o Youtube removeu deixando só a do dia anterior) e no Knebworth (que não tem registro completo pró-shot (profissional) até hoje lançado porque perderam as fitas do show, sendo este o último show ao vivo do Queen):

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Polícia tcheca chega à organização neonazi Wotan Jugend

A polícia da República Tcheca desarticulou uma célula da organização neonazista Wotan Jugend que estava estabelecida no país. Cinco de seus membros, entre eles um cidadão russo, está sendo atualmente investigados por delitos contra a liberdade e os direitos humanos.

Baixar: MP3

Foto: ČTK
A célula tcheca da organização neonazi russa Wotan Jugend foi desarticulada esta segunda-feira pela Polícia. Ainda que não se tenha realizado detenções, cinco de seus membros estão sendo investigados, e se condenados podem enfrentar até cinco anos de prisão por apologia do nazismo.

A intervenção policial chegou a tempo de evitar maiores males. "Em nosso caso este grupo neonazi foi dissolvido quando se encontrava em fase de preparação de ações violentas e delitos mais graves", explicou o diretor do departamento policial contra movimentos extremistas, David Jand.

Foto: ČTK
A organização neonazi Wotan Jugend surgiu no terreno fértil e propagado pela banda russa de Black Metal nacional-socialista M8l8th (Moloth), que constitui não só um dos grandes promotores da ideologia neonazi em seu país, como além disso, contribui ativamente para seu estabelecimento. M8l8th conta com dezenas de milhares de membros na Rússia e agora tenta se expandir para outros países, incluindo a República Tcheca.

De fato, a ramificação da Wotan Jugend foi fundada pelo cidadão russo Serguei Busygin, de 21 anos, relacionado diretamente com a M8l8th e que agora pode perder a permissão de residência permanente. Outro dos fundadores foi detido antes dessa operação e se encontra agora em prisão preventiva.

Não é a primeira vez que membros da Wotan Jugend têm problemas com a lei. Na Grã-Bretanha um de seus membros foi condenado à prisão perpétua por assassinato e tentativa de pôr uma bomba em uma mesquita. Na Rússia vários componentes do M8l8th foram investigados por delitos de difusão do nazismo e violência contra estrangeiros.

Foto: ČTK
O nome do M8l8th contém em si mesmo uma referência ao nazismo, entendendo que os dois números oito aludem aos dois agás (HH), ou seja, sigla da expressão Heil Hitler. O nome da Wotan Jugend se conecta com o paganismo ao mencionar o deus germânico Wotan (Odin), e ao mesmo tempo se atrelar ao nazismo, já que Jugend (juventude) contém reminiscências das Hitlerjugend ou juventudes hitleristas. O símbolo da organização é a mesma runa nórdica a SS usava.

A Wotan Jugend se financia com a venda de artigos como bonés, cartazes ou camisetas, com lemas ou simbologia nazis ou do grupo M8l8th. Sua ideologia destaca pelo seu ultranacionalismo e suas teorias de superioridade racial branca, seu darwinismo social, fascismo, antiliberalismo e evocações à Europa pagã pré-cristã, assim como seu culto à violência.

06-05-2014 14:57 | Carlos Ferrer

Fonte: site da Radio Praha (República Tcheca, versão espanhola)
Título: La Policía checa para los pies a la organización neonazi Wotan Jugend
http://radio.cz/es/rubrica/notas/la-policia-checa-para-los-pies-a-la-organizacion-neonazi-wotan-jugend Link2
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

[Pausa Musical] - Supertramp

Capa do disco "Breakfast in America"
Bom, eu acabei esquecendo do que ia escrever por isso que segue de qualquer jeito esse post. O post era sobre outro músico (a) mas como os caras do Supertramp não colaboram, vai sobre eles mesmo. Pra quem não conhece, o Supertramp é uma banda de rock britânica formada ainda no fim dos anos sessenta só que chegando ao auge no final da década de setenta e início dos anos oitenta, quando um dos cabeças da banda, Roger Hogdson abandona a banda e praticamente a liquida (o que sobrou foi um caco da mesma). O auge da banda foi o disco Breakfast in America (embora eu até goste mais do disco sequente ...Famous Last Words...) chegando à venda de 20 milhões de cópias, um dos discos mais vendidos da história da indústria fonográfica e a banda hoje é praticamente desconhecida do grande público.

Eles removeram todos os vídeos com versões ao vivo da banda do Youtube e qualquer outro site de vídeos (aqueles sites com muito acessos, mas se pegam algum vídeo desses shows eles removem), por isso que não há nenhum vídeo de show ao vivo pra colocar sobre a banda a não ser apresentações solo dos ex-membros principais, Roger Hodgson e Rick Davies (link2), que viviam as turras e se reuniram depois do lançamento de um DVD/Blu-ray sem autorização dos dois de um concerto na França. Quem quiser ver detalhes da briga com o DVD/Blu-ray checar o link.

O problema de músicas da banda no Youtube (e sites semelhantes) é sério, você não encontra nem um vídeo com áudio da música Crazy (isto aqui é um cover desta música, melhor cover que achei) que abre os shows de 1983 e demais músicas no Youtube, versões dos shows ao vivo pior ainda (todas foram removidas, eu cheguei ainda a ver algumas no Youtube).

Por sinal, incrível o empenho dos dois pra detonar este lançamento, que mesmo sem autorização dos dois resgata um momento importante da trajetória da banda já que ambos não preservam o legado da banda exceto pelo ego exacerbado dos dois se apresentando em separado.

Nenhum DVD remasterizado, com imagem restaurada, dos shows de Munique (Alemanha) e Toronto (Canadá), ambos de 1983, últimos shows do grupo com a formação clássica, foi lançado; apenas uma coletânea com vídeos de execuções dos dois concertos de 1983, suponho que com truques pra esconder falhas na imagem que não me parece ter sido da cópia master dos shows (fica numa névoa escura nas bordas (inferior e superior, se não me engano) do vídeo pra esconder provavelmente falhas da imagem (daqueles traços que ficam em imagem de fitas VHS). Vergonhoso.

Só não é vergonhoso o talento dos caras. Então segue em separado algumas apresentações solo deles com algumas músicas bem conhecidas da banda, o que é uma pena pois pra quem já assistiu os dois shows (Munique e Toronto) sabe a diferença que há entre essas apresentações individuais pra da banda original.

Achei duas músicas do show de Munique em 1983, pra acessar cliquem no link com nome da música:
Give a Little Bit - Supertramp
From Now On - Supertramp

Nesse concerto de Munique o Hodgson anuncia que sairia da banda antes de começar "Give a little bit". A conta da banda no Youtube é mais outra vergonha, parece abandonada (quase não tem vídeos e os que tem não estão em HD, não foram restaurados pra serem lançados), em todo caso, prossegue...

Algumas curiosidades de dois videoclipes abaixo: no videoclipe de "It's raining again" a banda aparece no clipe no meio da história do mesmo, no ônibus, dando carona etc. No clipe de "My kind of lady" a banda aparece de barba feita, algo não muito comum por isso é estranho ver a banda com esse visual.

Essa todo mundo conhece, não?
Supertramp - It's Raining Again
(álbum ...Famous Last Words...)


E eu achando que quem fazia a voz fina no refrão dessa música era o Hodgson, o Davies repete o truque de Goodbye Stranger, do mesmo disco ...Famous Last Words...


Aqui uma muito conhecida, Logical Song, só que ele sozinho com orquestra, acho que isso foi gravado na Alemanha (citando de memória, depois completo as infos) e nunca vi DVD disso.


Essa é uma das que eu gosto mais, também do mesmo show com orquestra
Hide in your shell

Mas essa não podia ficar de fora


Pra não carregar mais o post pois em algumas máquinas é pesado de carregar os vídeos, segue o link dessa apresentação de Babaji nos anos 70. Milagre não terem apagado também esse vídeo.
Supertramp - Babaji

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

[Pausa Musical] - Paralamas do Sucesso. Feliz 2014

Eu ia soltar um "pausa musical" bem antes mas acabou não dando. Em todo caso, seguem abaixo duas músicas que não ouvia há muito tempo e não lembrava do quanto tinha qualidade as músicas, principalmente "Alagados" que, além da qualidade musical (e dos riffs da música e ritmo 'meio reggae' acelerado). Essa música é uma crítica social que toca na ferida da desigualdade social do país, sendo que o clipe da música vai além disso mostrando que a desigualdade social é também (e principalmente) "racial" (segregação étnica) já que as favelas do país literalmente parecem guetos étnicos.

Tem gente que nega isso, cinicamente ou não (no caso, quem nega cinicamente sabe que o problema existe mas não quer vê-lo resolvido, e há os que negam por ignorância, esse segundo caso ainda dá pra dar um "desconto"... até quando, não sei). E por que digo isso? Porque volta ou outra sempre aparece um desses fascistas ou "reaças" negando um monte de fatos, ideologicamente, sempre chamando todo mundo que retrata o problema de "comunista" etc e tal. Aliás, é bem conveniente pra esse pessoal chiliquento dizer que todo mundo é comunista pra nunca discutir a questão, deixar tudo como está, tem sido esse um dos artifícios de discurso da elite brasileira pra empurrar os problemas graves do país (o mais sério deles, disparado, é o da desigualdade de renda e regional) pra debaixo do tapete.

Não falo com certeza pois não há registro disso sobre a música (não achei na web) e lembro vagamente, mas se eu não estiver enganado (caso alguém saiba de mais detalhes e queira comentar), esse clipe de "Alagados" mostra imagens da Favela da Maré (Rio de Janeiro capital) e parece (não tenho certeza, portanto, caso não tenha sido nem levem a sério essa parte) o clipe foi trocado na TV por outra versão de clipe mais leve com a música (vocês acham no Youtube, eu já assisti no Youtube por isso me veio à mente a questão).

A dedução de segregação "racial" (ou étnica) é minha, vendo as imagens do clipe hoje dá pra ter uma leitura melhor da coisa, embora não seja algo novo pra ninguém. A letra da música compara a situação de três grandes favelas, Alagados (Salvador, Bahia, link1 link2), Trenchtown (Kingston, Jamaica) e Favela da Maré (Rio de Janeiro capital), que são cidades conhecidas por serem "festivas" embora a realidade "oculta" dessas cidades (pra maioria da população delas) seja bem diferente. A alegria acaba se transformando em uma forma de mascarar as desgraças (mazelas sociais).

O clipe de "Alagados" era e continua chocante (atual) pois mostra sem retoques coisas que a própria TV brasileira tenta negar diariamente perpetuando o estado de segregação brasileiro que lembra muito o quadro da África do Sul. Quando não é isso, é fomentando atrito regional pra camuflar problemas.

Talvez a diferença dos dois modelos de segregação seja que a segregação na África do Sul era escancarada, explícita, em pleno século XX (onde houve muitos registros gráficos) quando não se tolerava mais isto, enquanto no Brasil se adotou o discurso cínico do "lusotropicalismo", depois de extinguirem a segregação estatal no século XIX aplicando a eugenia pra branquear a população como política de Estado da Monarquia "brasileira", sendo essa segregação da ideologia do "lusotropicalismo" mais silenciosa, "oculta", feita na surdina usando o discurso de que "somos todos mestiços" então "racismo não existe" ("ignorando" que o racismo é uma construção social). E agora há gente insuflando um monte de gente simpática (e idiota) a escancarar os preconceitos, adotando um discurso não mais mascarado de segregação racial com slogans como "os brancos estão sendo perseguidos" e coisas desse tipo. No fundo eu fico me perguntando se essas pessoas ao dizerem isso acha que vão convencer alguém de que a segregação não existe, pois mesmo o país não querendo resolver o problema, pelo menos muita gente sabe que existe. Negacionistas são sempre escrotos.

Seguem as duas músicas, "Cinema Mudo", em homenagem especialmente pro Lobão (os 'fortes' entenderão o porquê da homenagem, rsrsrsrs) e o clipe de "Alagados" (1986) que é chocante até hoje, a banda grava em locações da própria Favela da Maré e aparece um baile da época na favela onde a banda visita o baile e grava com a população dela, Bi Ribeiro, João Barone e Herbert Vianna, os Paralamas do Sucesso.

Não lembrava do quanto essa música era boa pros que acham que brasileiro não sabe fazer música (desliguem a TV um pouco e parem de assistir besteira na TV aberta, tem conteúdo de sobra na web basta ter curiosidade e saber procurar). Realidade nua e crua que causa mal estar e fúria na elite segregadora do país.






Pra não perder viagem no post, segue um bônus com Vital que acabou deixando a bateria por sua moto. Essa música é demais e a edição do clipe ficou fantástica. Mais uma dedicada ao Lobão (hahahaha), #partiuLobão

sábado, 12 de outubro de 2013

[Pausa Musical] - Paul McCartney - álbum "New" [2013]

Como essa "pausa musical" é um "off topic", meio que pra fazer um contraponto ao tema do blog (que é bem pesado), nunca havia mencionado lançamento de disco do Paul no blog, por isso não deixaria essa chance passar de novo. Em todo caso, tentarei não me alongar (embora duvide que isso ocorra) pois a melhor crítica de música é a própria pessoa ouvir a música e tirar suas conclusões, embora cada um possa emitir o que pensa. O lançamento do disco é dia 14/15 de outubro próximo (próxima semana), quem quiser escutar tudo descole o disco, ou escute no youtube, mp3 etc (já vazou por sinal), mas deixarei vídeo de três músicas do novo álbum, que se chama New (sem trocadilho), três músicas que ele vem tocando ao vivo pois são as melhores do disco, junto de outras duas ou três.

O disco não é brilhante em relação a vários que ele já fez, refiro-me obviamente ao álbum inteiro e não a músicas separadas pois a música "New" tem um clima nostálgico, e eu diria que é bem decepcionante as outras faixas do disco que não vazaram no começo, mas mesmo assim o material é acima da média do que sai ano após ano como "grande coisa" pela decadente indústria fonográfica e seu amontoado de enlatados de baixa qualidade musical que são exibidos à exaustão na TV e internet. Essa enxurrada de enlatados se deve a algumas coisas, mas creio que a principal seja que a indústria fonográfica considera que é melhor lançar porcaria barata e apelativa (pelo retorno fácil pro que aplicam de dinheiro nesse tipo de "atração", só que a cada ano o número de discos vendidos diminui como "resposta" a essa postura dela, e ao contrário do que alegam não é só por "culpa" da internet a queda de venda de discos mas principalmente pela baixa qualidade dos "artistas") do que encontrar e lançar novos talentos.

O que escrevi acima é a opinião de um "fã" (na verdade prefiro usar o termo admirador), que não segue modismos pois os ditos "modinhas" (a turma do "modismo") acham tudo "lindo" "maravilhoso" e "ai" de você se der um pio divergindo deles. Não irei comentar o termo "modinha" neste post mas obviamente não foi um "elogio".

Mas deixando esses 'queixumes' de lado (embora seja necessário fazê-los), seguem três músicas nos vídeos, New (que dá nome ao álbum) com um vídeo com imagens das turnês de 2012-2013, Save Us (que lembra música de 007 ou de filme de ação) e Everybody Out There (que lembra o som de músicas antigas dele, mas nada excepcional em relação a outras músicas dele). Eu acho que há dois discos dele mais recentes que são melhores que esse álbum, Chaos and Creation in the Backyard (link1 e link2) e Memory Almost Full (link1 link2).

Um dos motivos pra eu não apreciar o som dele atual em relação a outros discos se deve a formação da banda em estúdio, essa banda atual dele (que vem desde o princípio da década passada) não é boa de estúdio, e acredito que ele produz melhor quando compõe com outro músico.

Será lançado um videoclipe em breve coma a música Queenie Eye que eu gostei embora não seja uma música "comercial". Eu destacaria desse disco também as músicas Looking at her, I can bet, Early days, Turned out e On my way to work.

New (com imagens das turnês de 2012-2013)


Save Us [ao vivo no iHeart Radio Festival, Las Vegas, 21 de setembro de 2013]


Everybody Out There [ao vivo no iHeart Radio Festival, Las Vegas, 21 de setembro de 2013]

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

[Pausa Musical] - Helene Fischer - Russian Medley (Russisches Medley)

O youtube é uma maravilha, o que a gente acha de música lá é algo fora de série. Vou "homenagear" novamente os "revis" na Pausa Musical com músicas que ele certamente irão odiar (rsrsrs).

Essa cantora alemã nasceu na Rússia, mais precisamente na Sibéria (de uma comunidade alemã que vivia por lá e emigrou pra Alemanha na reunificação da mesma ou nos anos oitenta, citando de memória), a cantora se chama Helene Fischer e muito provavelmente por ela falar russo, nos shows dela ela sempre canta um medley com músicas folclóricas da Rússia, várias delas conhecidas. Segue abaixo no vídeo um medley do show de 2011 dela com três músicas, Poluschko Pole/Lutsche Bulo/Dorogoj Dlinnoju. A última das três (Dorogoj Dlinnoju), apesar de assustar ao ler o nome, é bem conhecida no Brasil através de versões e se tornou mundialmente popular com a versão em inglês de Mary Hopkin com o título de Those were the days, no Brasil essa música costumava tocar muito num programa de auditório do SBT. Como curiosidade, Mary Hopkin na época que essa música estourou era um lançamento da Apple (empresa dos Beatles).

Mais um detalhe da terceira música do medley: aparentemente trata-se de uma música cigana russa, ou pelo menos é reclamada como tal, só que tem oficialmente compositor (Boris Fomin) e a letra é um poema de outro autor, por isso que disse (ironizando, pois a maioria deles nem iria saber se não citasse) que os "revis" não iriam gostar, rs.

Sobre a cantora, é uma beleza por completo (em todos os sentidos, se me entendem)... Vão entender o comentário quando assistirem o vídeo, (rs). Muita gente reclama que só passa porcaria (músicas) na TV brasileira (o que é verdade), então reclamem menos (gente pra gostar de "mimimi"), desliguem a TV e vão à caça de bandas/cantores e músicas pela internet.

Helene Fischer - Russisches Medley: Poluschko Pole/Lutsche Bulo/Dorogoj Dlinnoju

sábado, 14 de setembro de 2013

[Pausa Musical] - The Beatles - Real Love (a versão original)

Em dezembro de 1995 foi lançada mundialmente a série-documentário The Beatles Anthology (A Antologia dos Beatles) que retrata a trajetória da banda contada pelos mesmos. A série exibida durante cinco dias da semana encerrava com a regravação de Real Love, música de John Lennon, que já havia aparecido no documentário Imagine só que no formato original com violão.

O arranjo pra música com os quatro era inédito até a exibição na TV (não havia internet em larga escala no Brasil e a potência dela na época era pífia, por isso que o público só teve acesso à regravação quando passou a série na TV aberta no Brasil). A música ganhou arranjo dos três remanescentes só que com um problema que é desconhecido por muita gente, incluindo "fãs" (as aspas são meio que em tom irônico pois, se há uma banda com uma quantidade incrível de gente mala sem alça no Brasil que se diz "fã" da mesma, é desta banda inglesa, infelizmente, mas isso é um "capítulo" à parte. Deixemos pra lá... prosseguindo...), embora desse pra notar algo estranho na música: a velocidade da música foi alterada propositalmente pra ficar mais rápida, pra parecer mais "pop", e com isso parece que o tom da música também foi alterado. Estou citando por alto pois não irei reler a descrição do vídeo com a música na rotação original (quem quiser pode ler na descrição do vídeo na conta do cara que alterou a rotação da música pra rotação original).

Um fã no Youtube colocou a música com a voz do Lennon na rotação/velocidade original pra mostrar como ficaria se tivessem lançado dessa forma e não a versão alterada mais 'rápida' que afina a voz do Lennon e a torna meio estranha com os arranjos. O cara do Youtube manteve a velocidade do arranjo mas reduziu a velocidade da voz pra ficar com o som original, algo que os engenheiros de som não fizeram na época (a meu ver um "ato criminoso" com a obra). É incrível a diferença. Segue abaixo as duas versões, embora graças a turma do "copyright" os clipes da música foram removidos do Youtube (é difícil de encontrar embora achei um legendado em espanhol).

Há mais alguns detalhes sobre essa regravação caso alguém se interesse em ouvir a música: há dois clipes dela. Na exibição do Anthology o clipe é um, quando lançaram a música oficialmente em 1996 lançam com outro clipe com pequenas modificações. Além de que, no DVD, lançado anos mais tarde (não lembro de ter visto o VHS com a fita final da série), a ordem as músicas foi invertida, na TV, Real Love encerra a série, no DVD ela abre a série ao contrário de Free as a bird (se alguém quiser ver o clipe mesmo que com edição totalmente torta, de trás pra frente, por conta do copyright, link) que no DVD encerra a série. Alteração a meu ver bizarra pois a edição da TV aberta foi melhor com a ordem que escolheram pra lançamento das músicas.

Há mais outro detalhe: iriam lançar uma terceira música, composição do Lennon, com a voz dele, só que desistiram de lançar pois Real Love foi um fiasco em vendas, que é a música Grow old with me que ganhou arranjos de George Martin anos depois.

A versão que saiu no Anthology, mais rápida com a voz mais fina, com o clipe (pra acessar clique no link, não foi possível incorporar o vídeo aqui pra ouvir direto no post):
http://www.youtube.com/watch?v=U46Hz4E0CuA

Aqui a música com a voz na rotação original, com os arranjos como saíram (na rotação do CD de 1996), como deveria ter sido lançada, impressionante a diferença, dá pra ouvir mais nitidamente a voz do Lennon e o som é muito melhor.

Como a versão anterior (deixei o link abaixo da outra só pra mostrar a remoção) foi removida do Youtube ou pelo dono da conta (que era muito babaquinha e insuportável, apesar de ter feito esta contribuição com a música), aqui o link alternativo:
The Beatles - Real love (video clip). original pitch/key, final speed




Pra conferir as outras "Pausas", cliquem na tag "Pausa Musical".

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

[Pausa Musical] - Camino Soria (Eva Amaral)

A próxima música se chama "Camino Soria" (Caminho para Sória) de uma banda espanhola dos anos oitenta chamada Gabinete Caligari, na voz do líder vocal Jaime Urrutia.

Mas quem divide o vocal com ele nessa apresentação (acho que de 2007), ou melhor, quem faz a voz principal nessa apresentação é a cantora espanhola Eva Amaral do duo (ou banda) Amaral, banda espanhola de Saragoça que carrega o sobrenome dela, ao lado de Juan Aguirre, sendo o grupo de maior sucesso na Espanha e incrivelmente desconhecida no Brasil, enquanto se toca pilhas de "música" de baixa qualidade no país (monte de estrume "musical" mesmo, não vamos "dourar" a pílula pois a situação é crítica) propagada principalmente pelas gravadoras, mídia televisiva e pelas rádios, embora esse estouro de música ruim não seja um fenômeno somente do Brasil, só que 'machuca' bastante os ouvidos e as imagens ferem a vista. Mas deixando essa crítica de lado, noutra ocasião espero poder falar dessa banda aqui.

A música fala da ida à Sória (cidade capital homônima da província) através do rio Douro (em espanhol, Duero) que corta Portugal e Espanha, para apagar da memória as más recordações. O arranjo lembra alguma coisa do Sgt. Pepper's com as trompetes na música. É dispensável elogiar a voz da cantora (confiram abaixo). Letra do música no link.

domingo, 14 de julho de 2013

[Pausa Musical] - La Marseillaise (Casablanca)

Dia 14 de julho, data da Queda da Bastilha, nada mais justo do que fazer uma "homenagem" aos "revis" (os pimpolhos autoritários viúvas do bigodinho raivoso da Áustria) com esta cena do filme Casablanca. Assistam abaixo:



Link: https://www.youtube.com/watch?v=HM-E2H1ChJM

sábado, 13 de abril de 2013

Pausa Musical - Paul McCartney, músicas inéditas no Brasil

Como o cara vem falar Uai próximo dia 04 de maio, segue abaixo uma coletânea de músicas 'mais rock' (ou nem tanto ssim) tocadas em shows/apresentações que nunca foram tocadas em shows no Brasil.

Hippy Hippy Shake (música do tempo do Cavern Club em
Liverpool, antes do sucesso dos Beatles, Liverpool Arena)


Party (álbum Run Devil Run, 1999, tocada no programa
Jools Holland, fim de 1999)


Honey Hush (arranjo diferente da versão de 1999,
do Run Devil Run, Liverpool Academy)


(Também toca em passagens de som antes dos shows
com esse arranjo novo)


You won't see me (do Rubber Soul, 1966, na 04' Summer Tour,
show em São Petersburgo, Rússia)


Two many people/She came in through the bathroom window
(álbuns Ram, 1971, Wins/Abbey Road, 1969, Quebec 2008)


She's leaving home (álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band,
Moscou, Praça Vermelha, 2003)


Getting Better (do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band,
turnê Driving US, EUA, 2002)


Mull of Kintyre (música saiu como compacto, Wings, 1977,
show de Halifax, Canadá)


Please Please Me (álbum Please Please Me, 1962, turnê dos EUA,
2005, DVD Space Within US)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Pausa Musical - Feliz Natal e Boas Festas

Feliz Natal a todos e Boas Festas. Ao som dos 4 de Liverpool.

Wonderful Christmas Time

Ding Dong, Ding Dong

Rudolph The Red-Nosed Reindeer

Happy Xmas (War Is Over)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

[Pausa Musical] - Mélanie Laurent - En t'attendant (álbum)

Post "off topic", mas a música é sempre uma boa pedida para acalmar as feras. Brincadeiras à parte, acho que não há problema em usar o espaço do blog pra sugerir ou citar alguma banda, música ou cantante.

Primeira da lista, e é uma surpresa pois não vi divulgação desse disco no país, pra variar, pois com algumas exceções a programação cultural atual da TV brasileira é quase literalmente um esgoto a céu aberto de "qualidade". Mas como eu dizia, a primeira da lista é a Mélanie Laurent.

Pra quem não consegue associar o nome à pessoa, a bela francesa fez o papel da Shosanna Dreyfus no filme Bastardos Inglórios. E a mesma aparece neste filme francês lançado em 2010, sobre a deportação dos judeus franceses, La Rafle, título em português ficou como "Amor e Ódio", trailer.

En t'attendant é o álbum de estréia da moça, gostei do som, é diferente, bem produzido e arranjado. Logo abaixo, seguem alguns vídeos das músicas do disco:

Mélanie Laurent - Kiss


Mélanie Laurent - Insomnie


Música título do disco, En T'anttendant,
ao vivo no estúdio da Europe1.fr:

O clipe de En T'Anttendant.
Abaixo

Esse vídeo segue em separado pois a última música "Tango", que é tocada colada com "Circus", só saiu na edição Deluxe do disco. Abaixo as músicas executadas ao vivo também no estúdio da Europe1.fr:


Bom som a todos, mas dessa vez sem 'Au revoir, Shosanna'. (hehehehehe).

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mostra em Bayreuth expõe destinos de músicos vítimas do antissemitismo

Cultura

Dos ressentimentos antissemitas do próprio Richard Wagner até o Holocausto nazista parece haver um contínuo. "Vozes silenciadas" explora de frente aspecto delicado na história do clã Wagner.

O reboco está se soltando da fachada em algumas partes do Teatro do Festival de Bayreuth. No parque, logo abaixo do prédio, atualmente sempre cercado de curiosos, flores brilham coloridas. Cercas vivas, podadas com esmero, circundam o gramado recentemente cortado. O vento sopra forte por entre as folhas das árvores. Um punhado de visitantes passeia pelo terreno bem cuidado.

À primeira vista, parece ser apenas mais um verão na chamada "Colina Verde". Mas, desta vez, algo está diferente. Logo ao lado do busto de Richard Wagner – feito pelo artista-modelo do nazismo Arno Breker – foram recentemente montados 40 painéis cinzentos.

Maestro Franz Allers, um dos primeiros judeus expulsos do Teatro de Wuppertal

De longe, eles fazem pensar em lápides modernas e esta primeira impressão não é de todo equivocada. As placas trazem impressas fotos em preto e branco e breves biografias de músicos mortos há muito tempo, que participaram do Festival Wagner em Bayreuth e foram proscritos devido a sua origem judaica.

Portanto, as vítimas do furor nazista durante o Terceiro Reich não foram apenas dois músicos da orquestra do teatro – como até agora tem se afirmando, minimizando o terror. Pesquisas recentes provam que 12 músicos foram deportados para os guetos e assassinatos nos campos de concentração e extermínio.

Porém, como documenta essa mostra ao ar livre, alguns membros do clã Wagner circulavam como antissemitas convictos muito antes da tomada de poder por Adolf Hitler. De certa maneira, eles prepararam o solo para a catástrofe nazi-fascista já durante Império Alemão (1871-1918).

Tema delicado para o clã

Vozes silenciosas – O Festival de Bayreuth e os "judeus" de 1876 a 1945 é o título da exposição que informa sem rodeios sobre os mais recentes dados desta questão – com o aval das duas diretoras do festival. Naturalmente a mostra ganha certo potencial explosivo no contexto do Festival Wagner deste ano. E mais ainda devido à dispensa do barítono russo Evgeny Nikitin, acusado de portar no peito a tatuagem de uma suástica.

Barítono Herman Horner cantou em Bayreuth em 1928, morto num campo de concentração em 1942

A exposição no local e a mostra complementar na Nova Prefeitura podem ser visitadas até 14 de outubro. Partindo dos primórdios do evento dedicado à obra de Wagner, o foco também é a chamada "limpeza" das casas de ópera alemãs de todo o pessoal artístico de origem judaica, durante o regime nazista.

Entretanto a Colina Verde da cidade da Alta Francônia, Baviera constitui um foco especial. Para os historiadores, que se basearam em jornais e fontes históricas – mas que não puderam examinar todos os arquivos para realizar seu trabalho – a iniciativa é o sinal de uma abordagem cautelosa de um tema extremamente delicado para o clã Wagner.

Cosima: pior ainda

"Com seu panfleto O judaísmo na música e com os escritos anti-semitas, sobretudo em seus últimos anos de vida, Wagner naturalmente forneceu um quadro ideológico sólido para todos os seus sucessores", declara Hannes Heer, curador da mostra histórica.

"Ele era radicalmente antissemita. Sua visão era a seguinte: deportar os judeus da Alemanha em 1879", afirma o curador. O compositor tolerava o maestro Hermann Levi, embora considerasse a "raça judaica" como "o inimigo nato da humanidade pura e de tudo o que é nobre".

Apesar disso, Levi pôde até reger a estreia de Parsifal em 1882, embora somente por pressão do rei da Baviera Ludovico II. "[Wagner] o torturava, o humilhava. Depois o chamou novamente porque era também fascinado pela capacidade [de Levi] como regente. Mas, pelo menos, o compositor não exercia "terror psicológico" contra o maestro", ressalva o curador Heer.

Já com Cosima Wagner, a esposa, a história era outra. De certo modo, ela praticava uma "política de apartheid". Ao assumir o leme na Colina Verde, após o falecimento do compositor, ela parecia ter prazer em atormentar Levi e outros judeus, da pior forma possível. Sistematicamente, excluía os músicos judeus da lista de elenco.

Tradição contínua

Soprano Bella Alten, uma das 44 "vozes silenciadas"

Na nova prefeitura de Bayreuth, onde se encontra a segunda parte da mostra sobre o destino de 44 astros perseguidos da cena operística alemã, é também possível escutar novamente algumas das "vozes silenciadas".

Entre elas encontra-se a do barítono judeu Friedrich Schorr. Siegfried Wagner, filho do compositor, seguiu o curso antissemita de Cosima, e só entregou a Schorr o papel de Wotan na tetralogia O Anel do Nibelungo a fim de esvaziar os argumentos dos que acusavam Bayreuth de ter se degenerado em um local de culto nacionalista com toque antissemita.

Após uma cerimônia de caráter nacional germânico, acompanhada por palavras de ordem antissemitas, diversos jornais de gabarito haviam zombado que os festivais foram cooptados para comício partidário.

A mostra em duas partes documenta de forma vívida o quão cedo regentes do festival e membros da família Wagner – como por exemplo a nora do compositor Winifred, diretora do evento até 1944 – já simpatizavam com a ideologia nacional-socialista.

Trata-se, portanto, de uma tradição contínua, indo desde os ressentimentos antissemitas de Richard Wagner até o extermínio dos judeus nos campos de concentração de Hitler.

Autoria: Thomas Senne (av)
Revisão: Marcio Pessôa

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,16124253,00.html

sábado, 30 de junho de 2012

A dupla Prussian Blue - desgosto e baixa no credo "revisionista"

Apesar do título sensacionalista a matéria é curiosa. Mais uma 'baixa' no "mundo" "revisionista" neonazi.

Maconha transforma ex-nazistas em hippies
Charles Nisz | Vi na Interne

Aos 20 anos, as gêmeas Lamb e Lynx Gaede mudaram a sua vida de maneira drástica. Elas ficaram conhecidas por lançar um disco com o nome de Prussian Blue, o gás que matou milhares de judeus nos campos de concentração. Mas a defesa do neonazismo ficou na adolescência.

Em entrevista ao jornal inglês Daily Mail, Lynx explica o motivo da mudança. Ela foi diagnosticada com câncer e fumava maconha para aliviar os efeitos da quimioterapia. Já Lamb sofria de dores causadas por estresse e também começou a usar a maconha para fins medicinais.

Por causa disso, elas ficaram mais liberais e deixaram de acreditar no nazismo. Antes dessa mudança, elas negavam até mesmo o Holocausto. Segundo elas, o passado nazista foi motivado pela mãe, que era filiada a um partido extremista.

Fonte: 24horasnews
http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=417602

A matéria em português saiu no Yahoo!, o título sensacionalista e a matéria original saiu no jornal tablóide britânico Daily Mail.

À parte a 'bizarrice' da matéria, há um fato relevante relatado na mesma e que já fora citado outras vezes que é a influência negativa dos pais (no caso acima foi a mãe) empurrando esse pessoal pra esse extremismo de direita, como atestam as garotas agora afastadas desse cenário neonazi/fascista. Esse fator tem peso crucial na coisa, embora não seja o único, pois muita gente vinha indagar ou perguntar como "surgem" esses nazis tupiniquins, ignorando (conscientemente ou não) que vários deles vêm de famílias que apoiavam a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), e que apoiam o autoritarismo e rejeitam a democracia. O negacionismo do Holocausto é só parte da agenda desse tipo de extrema-direita envolvida com crenças racistas.

terça-feira, 29 de março de 2011

Projeto resgata obras de compositores perseguidos pelo nazismo

Kletzki: judeu, parou
de compor após o nazismo
Pesquisadores de uma universidade do Texas buscam registros e obras de músicos que foram forçados a interromper a carreira após a chegada dos nazistas ao poder.

O músico Timothy Jackson, professor da Universidade do Norte do Texas, em Denton, nos Estados Unidos, vem trabalhando num projeto importante para a música: resgatar os trabalhos de dez compositores que ficaram "perdidos" na história. Sobretudo por conta da ascensão do nazismo na Alemanha.

Um desses compositores é Paul Kletzki. Nascido em 1900 na cidade polonesa de Lodz, Kletzki logo se tornou uma das estrelas do cenário musical alemão. Respeitado por compositores e maestros, alcançou particular sucesso em Weimar, com suas sinfonias e concertos ao piano.

Só que Kletzki era judeu, e os compositores judeus eram proscritos pelos nazistas, não interessando a que tipo de música se dedicassem. "Quando Paul Kletzki estava começando a estourar, Hitler chegou ao poder (em 1933) e o compositor percebeu que seu futuro estava arruinado", conta Jackson.

Primeiramente, Kletzki fugiu para a Itália. Em seguida foi para a Rússia e logo depois para a Suíça. Traumatizado com as atrocidades dos nazistas – ele perdeu os pais e a irmã na perseguição – Kletzki parou de compor em 1942 e enterrou os papéis com suas músicas dentro de uma caixa.

Arte desenterrada

A caixa foi descoberta em 1964, mas o compositor não pôde ir ao local abri-la. Apenas após a sua morte, em 1973, a viúva, Yvonne, viu que todas as composições permaneciam intactas. Ela repassou todo o trabalho do marido para Timothy Jackson e desde então várias das composições de Kletzki foram gravadas em CD. A última gravação, um concerto de piano, chegou a ser indicado ao Grammy deste ano.

De acordo com o curador musical do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, Bret Werb, vários compositores perseguidos pelo regime nazista vêm sendo redescobertos e seus trabalhos resgatados após vários anos, em pesquisas realizadas em diversos lugares do mundo. Werb ressalta que a Internet tem facilitado e intensificado o intercâmbio de informações. Com isso, se sabe cada vez mais sobre esse período perdido.

"Não fosse isso, grande parte da música produzida naquele tempo ficaria perdida", diz Werb. "É nosso dever dar uma segunda chance àqueles que foram injustiçados no passado".

Mesmo doente, Oppel foi
chamado pelos nazistas
Músico na guerra

Outro nome importante revelado pelas pesquisas foi o do músico Reinhard Oppel. Jackson chegou a ele quando estava pesquisando sobre músicos contemporâneos do famoso teórico de música Heinrich Schenker, de Viena, logo no começou de seu projeto, no início dos anos 1990. Oppel e Schenker haviam sido professores na Universidade de Kiel.

O pastor Kurt Oppel, de 80 anos de idade e residente em Heidelberg, era filho de Reinhard Oppel. Ele lembra que seu pai era um homem incomum e interessante, que conseguia ser "dócil e colérico ao mesmo tempo". Ele era, sobretudo, um músico. Ele aprendeu a tocar órgão aos seis anos de idade, antes mesmo de entrar para a escola, e trombone, aos 60.

Reinhard Oppel nunca fizera segredo da sua má vontade em relação aos nazistas. Aos 62 anos de idade, já enfrentando graves problemas cardíacos, foi chamado para uma inspeção militar. Ele morreu em 1941.

Após a guerra, seu filho Kurt foi para a Alemanha Ocidental, deixando as obras parcialmente enterradas ou em caixas de margarina numa casinha de jardim de amigos da família.

Compositores perdidos

O pesquisador Jackson também busca também detalhes da história de sua própria família. Sua mãe foi uma artista e cresceu sob a sombra do Holocausto. Por meio de suas buscas, ele espera descobrir mais "compositores perdidos". O professor afirma que grande parte de suas descobertas acabam vindo à tona por "acaso", dependendo de quanto os familiares pretendem resgatar de seus ancestrais.

"Nós esperamos que suas músicas não sejam relacionadas a arte proibida ou de compositores exilados, ou mesmo consideradas músicas do Holocausto. Mas que as obras sejam vistas, simplesmente, como música", defende Werb.

Autora: Christina Bergmann (msa)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,14941773,00.html

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Arquivo recupera memória da música banida pelos nazistas

Centro da Arte Proscrita, em Schwerin, recupera memória da música banida pelos nazistas. O arquivo reúne partituras e manuscritos de compositores que se exilaram ou acabaram morrendo nos campos de concentração.

(Foto)Por trás de cada nota, uma biografia

Não apenas os artistas plásticos, mas também muitos músicos foram alvo de perseguição do regime nazista entre 1933 e 1945. Vários compositores e intérpretes, que até então haviam influenciado a vida musical do país, receberam ordens que os proibia de se apresentar em público e até mesmo de exercer a profissão.

A fim de recuperar a memória desses músicos, cujas obras acabaram sendo esquecidas, o Conservatório Musical da cidade de Schwerin, no Leste alemão, criou o Arquivo da Arte Proscrita, que reúne partituras e manuscritos de compositores e intérpretes perseguidos durante o regime nazista.

Um dos nomes presentes no arquivo é o do compositor italiano de origem judaica Aldo Finzi, considerado até a ascensão do nazismo um dos nomes mais promissores de sua época. Finzi morreu de infarto em 1945, deixando composições até hoje praticamente desconhecidas do público.

"Um artista como Finzi, hoje praticamene desconhecido, teve várias de suas obras interpretadas em concertos realizados em Schwerin, o que só foi possível graças à colaboração de seu filho, Bruno Finzi", diz o pianista Volker Ahmels.

Centenas de obras

Ao lado do musicólogo Birger Petersen e do copositor francês Philippe Olivier, Ahmels dirige o Centro da Arte Proscrita, sediado no Conservatório de Música de Schwerin. "O leque de gêneros do arquivo é enorme, indo do jazz à chanson e à opereta", diz ele.

Até hoje, conta o pianista, não se sabe ao certo quantos músicos tiveram seus destinos modificados pelas arbritrariedades do nazismo. Muito material acabou se perdendo, mas 400 obras de 50 compositores foram compiladas pelo arquivo.

Difícil definição

Há muitas obras de vanguarda que hoje seriam enquadradas no que se chama de Música Nova, mas há também aqueles que se aproximavam do Romantismo. De forma que não se pode definir a música proscrita, pois ela é muito diversa", explica Jennü Swensson, especialista sueca que participa do projeto.

A busca de antigos registros é um trabalho árduo, diz Swensson, pois muitos desses compositores não deixaram registros escritos, quanto menos peças gravadas. Isso faz com que as principais fontes de pesquisa sejam os descendentes dos músicos e sobreviventes da época.

Poucos sobreviventes

Para os pesquisadores, qualquer informação mínima pode se tornar valiosa. O projeto, acrescenta a pesquisadora, deixa claro como o regime nazista fez com que uma enorme herança musical simplesmente desaparecesse.

O arquivo de Schwerin reúne não apenas informações relacionadas aos compositores, mas também de intérpretes que foram perseguidos pelo regime nazista. Uma delas é Edith Kraus, nascida em 1913 e uma das poucas sobreviventes ainda vivas. No início do século 20, Kraus, que foi aluna de Arthur Schnabel, era considerada um verdadeiro gênio musical.

Participação dos jovens

Para o especialista Ahmehls, uma das funções mais importantes do arquivo e do projeto de reconstrução da memória musical é o envolvimento dos jovens.

"Não necessariamente daqueles que já têm alguma ligação com a música. Fazer com que os jovens se ocupem da vida e obra desses compositores já é fantástico. Há dois anos, tivemos excelentes resultados ao trabalharmos a história de Izzi Fuhrmann, um violinista que estava totalmente esquecido. Sua vida foi reconstruída de forma tão interessante, que resultou numa exposição, levada até mesmo a Los Angeles", conta o pianista, lembrando que, para os envolvidos no projeto de reconstrução da memória musical, por detrás de cada nota se esconde uma biografia e atrás de cada harmonia está uma história a ser descoberta.

Christoph Richter (sv)

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 29.02.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3158653,00.html

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