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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

'Liberalização' da esquerda e crescimento da Extrema-direita

Este texto saiu originalmente no site Sputnik (em inglês: How the Liberalization of the Left Led to the Rise of the Far-Right) e mostra um dos motivos do caos atual em várias partes do mundo (Europa principalmente, ou mais especificamente o Reino Unido) e como a esquerda capitulou pra grupos considerados mais radicais (à direita). O texto fala sobre um livro que comenta as razões pra certa extrema-direita ter ganho força no Reino Unido e como a esquerda britânica afundou (só que o caso é ilustrativo também pro resto da Europa, Brasil etc).

A resposta sobre o surgimento do caos aparenta ser quase sempre a mesma: o neoliberalismo, ou como esta ideologia adentrou nas esquerdas (na Europa isso é bem visível, no Brasil idem) e implodiu a "coisa toda" por dentro (até com a capacidade de se opor à agenda neoliberal), porque no começo ela era exclusiva da direita. Leiam o texto abaixo e tirem suas próprias conclusões. O texto chegou a mim através de terceiros, então os créditos dos sites ficam no final (de onde li primeiramente, do site do Luís Nassif). Caso alguém (que leu o texto) encontre algum erro na tradução, favor avisar, caso eu não corrija antes).

E já me antecipando caso algum "desavisado" venha com a pergunta clássica de sempre: "o que isso tem a ver com Holocausto, segunda guerra etc?". O blog trata também da questão da extrema-direita, e isso não está isolado do caos que se passa hoje no Brasil e no resto do mundo, não há uma "só direita" agindo no mundo de forma homogênea, ela tem suas vertentes como a esquerda também. Fora que o fenômeno de ascensão de certa extrema-direita, provocado pelo neoliberalismo depois da queda da URSS, é algo real, não existe fenômeno isolado como "negação do Holocausto" e afins separados dessas coisas. Quem quiser ficar em uma bolha sem conectar os problemas e causas, fique por sua conta e risco. Essas questões era algo que sempre criticava naqueles conclusões banais que muita gente fazia sobre esses assuntos (como "propagação de neonazis na Europa", "as causas") quando as comunidades do Orkut ainda existiam. Achavam que era algo "marginal" ao sistema e nunca foi.

Muita gente só olhou pros negacionistas negligenciando o outro problema: o extremismo liberal, o mesmo que ajudou a parir o fascismo com a Europa destruída após a Primeira guerra mundial. Extremismo como o dessa corja liberal que solapou o país na era FHC e agora destrói tudo de novo com o golpe de estado de 2016, vide o que se passa no Brasil atualmente, o desmonte do Estado brasileiro tocado a "toque de caixa" pra aniquilar o país como nação ou qualquer bem-estar social da maioria da população, o que tornará o país terreno fértil pra todo tipo de "discurso salvacionista" demagógico, principalmente do bando entreguista. Extremismo liberal do qual partidecos "radicaloides" (inofensivos ao entreguismo) como PSOL e PSTU fazem parte, mesmo se dizendo "contrários" a isso.

Parece que com o aprofundamento do golpe o discurso mentiroso e demagogo do bando golpista (corrupto, vira-lata e entreguista) virou fumaça, eu sabia que isso iria acontecer, só não tinha ideia do tempo que iria levar pra "ficha cair" pra boa parte do país (já é um começo, mas é necessário ir além disso se quiserem ainda ter algum país de pé, a coisa é bem séria).

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'Liberalização' da esquerda e crescimento da extrema direita
03/02/2017, Neil Clark, SputnikNews


No brilhante livro que acabam de publicar(ing.) The Rise of the Right, [A Ascensão da Direita]* três criminologistas de renome Simon Winlow, Steve Hall e James Treadwell, dedicam-se a explicar o crescimento do nacionalismo de direita na Inglaterra.

Embora o livro se dedique principalmente à sociedade e à política inglesas, há ali lições valiosas para todos os leitores nos EUA e também no resto da Europa. De fato, posso até dizer que se a esquerda ocidental não ouvir com atenção o que Winlow et al têm a dizer, pode acontecer de ela ser varrida do palco para sempre.

A situação é realmente, muito, muito grave.

'O Horizonte Capitalista'

O problema básico identificado pelos autores é que a esquerda, que outrora punha as preocupações da vida diária dos trabalhadores no ponto central chave de seu programa, virou liberal.

Com o neoliberalismo tornando-se hegemônico, os principais partidos da esquerda e seus representantes tiraram os olhos da reforma econômica e passaram a combater 'guerras culturais'. Propriedade pública e o compromisso com igualitarismo genuíno saíram da pauta – e as políticas das identidades entraram. A conversa passou a ser só "tolerar" e "tolerar". Ninguém mais deu atenção à exploração e aos explorados.

"A esquerda perdeu o interesse no campo tradicional da economia política, e em vez dela, inaugurou novos teatros de conflito no campo da cultura. Falando em termos gerais, a esquerda aceitou o horizonte capitalista" – explicam Winlow et al. [BINGO! (NTs)]

A vida política na Grã-Bretanha tornou-se estéril, com Trabalhistas e Conservadores convergindo para promoverem uma agenda pró-capitalista, economicamente e socialmente liberal. A classe trabalhadora foi excluída desse consenso novo, aprovado na City, em Londres.

Nas eleições gerais de 2001, obrigados a escolher entre Tweedledum Tony Blair e Tweedledee William Hague, só 59% das pessoas deram-se o trabalho de sair para votar. Compare esse nível de engajamento e os 83,9% de comparecimento às urnas, em 1950. Mas naquele tempo, a classe trabalhadora estava adequadamente representada.


Os autores de Ascensão da Direita destacam que, embora a "dominação da classe trabalhadora pelo pensamento e pela política da classe média liberal não seja novidade" – basta pensar no papel que os Fabianos tiveram na história dos primeiros anos do Partido Trabalhista —, as coisas pioraram muitíssimo na era do pós-socialdemocracia.

Demonização do Socialismo

O ex-carpinteiro Eric Heffer, que morreu em 1991, é citado como "um dos últimos pesos pesados honestos e confrontacionais, classe-trabalhadora autênticos, que houve no Partido Trabalhista." Os autores explicam o modo como a CIA desempenhou o papel que lhe coube na destruição de toda a genuína esquerda socialista — como se lê no livro de H. Wilford, The CIA, the British Left and the Cold War: Calling the Tune?, citado no capítulo 3:

"Central nesse processo foi abandonarem a classe e voltarem-se para linguagem, identidade cultural e movimentos sociais (...) O hábito norte-americano liberal-progressivista de demonizar o socialismo, falando dele sempre no mesmo parágrafo em que falam do fascismo, foi importado para a Europa para garantir apoio mais sutil e mais atraente ao programa de demonização de que a direita conservadora passou a fazer meio de vida."

A CIA conseguiu exatamente o que queria.

Na era do neoliberalismo hegemônico, quem ouse desafiar a direita liberal, de um ponto de vista socialista, pode contar com ser denunciado/a pelos guardiões do Establishment como "Stalinista" ou, até, "de extrema direita." Até advogar um retorno às políticas econômicas muito mais justas de 1945-79 é visto como perigoso e absolutamente 'sem noção'.

A mídia-empresa 'liberal'

De volta aos anos 70s? Quando o fosso entre ricos e pobres na Grã-Bretanha foi o menor em toda a história, e o país ainda contava com uma base de manufatura — oh... você deve estar doido! Os parâmetros aceitáveis para o debate são hoje desesperadamente rasos, com a mídia-empresa "liberal" encarregada de manter todas as soluções alternativas, que beneficiariam as maiorias, "fora da conversa"

"A mídia-empresa liberal de direita e liberal de esquerda diferenciam-se porque têm ideias diferentes sobre Estado de Bem-Estar, multiculturalismo e impostos, mas é só pressentirem 'perigo', remoto que seja, de acontecer um retorno de qualquer coisa que se assemelhe a real política de esquerda... toda a mídia-empresa imediatamente se reúne e se apresenta como uma só voz" – dizem os autores.

Não pode portanto surpreender ninguém que, com as suas vozes persistentemente ignoradas pelos que antes se diziam seus representantes, a classe trabalhadora britânica tenha procurado outras vias?

A metade final de The Rise of the Right inclui entrevistas com trabalhadores e trabalhadoras que apoiam grupos de extrema direita como a English Defence League (EDL) [Liga Inglesa de Defesa]. Aqui fala Steppy, 39 anos, sobre por que não vota com os Trabalhistas:

Ascensão da Extrema Direita

"Aqueles brancos vagabundos (...) Tomaram conta do Partido Trabalhista. Estão tomando conta de tudo, por toda parte. E vejam o que estão fazendo. Primeira coisa, pegam os empregos dos patrões. Viram patrão e arranjam emprego para os amigos. Suas feministas são gente dessa raça. Falam de democracia, mas não há democracia aqui. Não nesse país…"

O preconceito antimuçulmanos é disseminado entre os entrevistados.

Islamofobia cresce na Europa. Tuítos ofensivos alcançam o mais alto ponto de disseminação de todos os tempos.

Muçulmanos converteram-se em bodes expiatórios para a ira, a frustração e a alienação que caracteriza a Liga EDL e outros grupos de extrema direita.

Mas o grande problema, como os autores demonstram, tem sido o sistema econômico voraz sob o qual vivemos, que é adversário absoluto dos melhores interesses das maiorias. O neoliberalismo destruiu completamente comunidades inteiras de trabalhadores, e o espírito de solidariedade que havia. Toda a solidão, toda a ansiedade foram criadas pelo neoliberalismo.

Tony, como vários outros entrevistados recordam com nostalgia a Grã-Bretanha de 40 anos passados:
"Tudo era muito melhor (...) Para pessoas como eu era muito melhor. Nos divertíamos na escola e, ora, tudo simplesmente parecia funcionar direito. Havia empregos. Todos trabalhavam. As pessoas viviam juntas."
De volta ao começo do jogo

Em vez de ouvir a trabalhadores como Tony, muitos representantes políticos da "esquerda" preferem seguir o mote ditado pelos colunistas da mídia "liberal" de classe média, e focar questões que aqueles colunistas daquela mídia creiam que seriam mas 'mais urgentes'. Se alguém ainda espera deter o crescimento da extrema direita, é preciso acabar com esse relacionamento doentio com a mídia-empresa.

No capítulo oito do livro, os autores argumentam que a esquerda "tem de recomeçar do começo, outra vez":

"Para nós a esquerda hoje têm de voltar à classe trabalhadora. Quem deve vencer a luta por justiça social e econômica são os trabalhadores, é a classe trabalhadora. Liberais de classe média não podem (de fato, jamais sequer tentarão) vencer aquela luta, 'em nome' dos trabalhadores mais pobres."

Os autores dizem que os 'de esquerda' têm de se dar conta de que o que conhecem como "contraculturalismo 'de tendência'" foi erro de proporções colossais. Em seguida, têm de começar a desfazer o dano que causaram.

Não se trata de abandonar a cultura, mas de "devolvê-la ao seu lugar não dominante". A prioridade tem de ser a reforma econômica, e em especial, pôr fim à ditadura do capital financeiro. Um banco de investimento nacional público, a renacionalização de indústrias chaves e a volta dos empregos – empregos adequados, de trabalho que faça sentido, bem pago, com contratos de tempo integral para áreas que hoje estão convertidas em terra abandonada, são itens que têm de voltar ao topo da agenda dos trabalhistas.

A ascensão da extrema direita não é inevitável, nem é irreversível. Mas a esquerda está condenada para sempre, a menos que reaprenda a fazer campanha pelas questões arroz-com-feijão das classes trabalhadoras, e se separe bem claramente do pensamento da elite que dá apoio ao neoliberalismo. Se o líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn ainda não encomendou um exemplar de The Rise of the Right, sugiro que o faça logo, o mais depressa possível.*****

* The Rise of the Right, English Nationalism and the Transformation of Working-Class Politics— Simon Winlow, Steve Hall and James Treadwell, fevereiro, 2017, Policy Press.

Fonte:
Sputnik/jornal GGN (site Luís Nassif)/Blog do Alok (tradução: Coletivo Vila Vudu)
http://jornalggn.com.br/blog/almeida/liberalizacao-da-esquerda-e-crescimento-da-extrema-direita

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

"O autoritarismo nosso de cada dia". O baixo nível da discussão política no Brasil - à direita e à esquerda

Esse post era pra ser sobre o "Mein Kampf" (Minha Luta), mas antes de prosseguir irei ironizar o assunto: estão cansados do assunto sobre o livro de Hitler? Não? Sim? De qualquer forma ele será citado mais vezes porque, se a mídia faz alarde dessa publicação, aqui há espaço de expor outra opinião além do "senso comum" da mesma, e há textos melhores "soltos" pela web que não tratam com sensacionalismo o tema.

Mas voltando ao que dizia, este post seria sobre o "Mein Kampf", mas há uma parte no texto que saiu na DW Brasil que descreve bem o "nível" político da discussão política neste país e merece ser destacado e não como parte de um post sobre "Mein Kampf". Está tão raro aparecer na mídia uma crítica séria neste país sobre política, mesmo que seja sobre um livro, que quando sai a gente tem que destacar.

Como hpa gente que fica em alvoroço querendo atacar opinião quando vê o blog e afins, porque acham que toda opinião é válida mesmo se for composta só com idiotices (o que já a tornaria inválida), esta parte do texto que mencionei destaca o (baixo) nível da direita e esquerda do país.

Como já fiz vários posts citando a extrema-direita brasileira (confiram na parte de História do Brasil), dessa vez o lado destacado será o outro, e ainda ficarem em dívida por eu teria mais coisas pra apontar e criticar de "setores" da esquerda brasileira, mesmo porque eu estou "amando" o baixo nível de gente enchendo meu saco com: esquerdismo, autoritarismo (com direito a fazer "beicinho", esquecendo que cara feia, pra mim, sempre foi sinal de "fome", como dizem na minha terra) e idiotice.

Ao menos aqui não terei que aturar "beicinho" (frescura) de gente que não tolera opinião contrária/divergente, gente que fica patrulhando e enchendo o saco. Quem quiser discutir, pode vir, mas se baixar o nível e não tiver educação, eu não sou (nem ninguém) obrigado a tolerar esse tipo de comportamento (grosseria, falta de educação):
"A nova direita brasileira é deploravelmente estúpida, grotesca e iletrada. Não leem nada. Nosso país intelectualmente subdesenvolvido tem uma esquerda radical iletrada que não lê Marx e uma direita estúpida que não lê os filósofos e economistas conservadores. Eles não chegarão perto de Mein Kampf. Acho que nossa edição será mais para estudiosos de História e curiosos", diz ele à DW Brasil."
O trecho acima foi tirado de uma matéria da DW Brasil (link abaixo), comentário do publisher da Geração, Luiz Fernando Emediato, leiam a matéria inteira:
Editoras preparam relançamento do livro de Hitler no Brasil

Ele (o Emediato) disse mais ou menos o que já escrevi aqui muitas vezes, só que com outras palavras (foi até mais duro, curto e mais preciso). Gente iletrada, que eu chamo de ignorantes, e eu acrescentaria: intolerantes, cheios de complexo de vira-lata, que não sabem discutir sem xingar e coisas do tipo.

Não procuram ler nada, mas o pior: sentem raiva profunda de quem lê ou procura se informar. Comportamento que não será aceito por qualquer pessoa sã.

O L. Emediato está correto, quem provavelmente procurará esse livro no país é o espectro que ele citou, estudiosos de História (quem tem interesse no assunto segunda guerra) ou curiosos.

Tem gente que manifesta "interesse" nesse livro quando sai matéria sobre o mesmo, mas só pra fazer "pose" (como se isso impressionasse alguém, futilidade), ou então por conta da capa, mas não leem nada (se lessem saberiam que há edição do livro na web há mais de década), usam o livro como decoração ou pra "meter medo" em alguém com a foto de Hitler (caso tenha foto dele na capa).

A quem pensar que o fenômeno do "urro coletivo" (comportamento agressivo de manada) é só à direita, quebrará a cara, o que existe de gente tosca que se diz de "esquerda" nesse mesmo "nível" (de burrice e intolerância) da direita, é um verdadeiro 'festival'

Em comum com os ignorantes de direita, esses à esquerda também não leem nada, ou quando leem não entendem direito o que leem, não assistem nem documentários. Os dois extremos se tocam pois são muito parecidos (basta ver este grupelho MPL e suas "máximas políticas" demagógicas).

A questão da leitura recai diretamente na forma como as pessoas se expressam, é só ver a dificuldade em articular uma ideia, qualquer que seja, e transmitir isso adiante. Não é um problema banal (qualquer). Afeta inclusive as relações sociais num país.

Como disse, esse pessoal não assiste nem um mísero documentário sobre qualquer assunto, já que em tese seriam mais "politizados", não conseguem emitir uma opinião analisando algo friamente, são passionais ao extremo, fazem birra quando não têm o que dizer e quando desaprovam algo (embora não digam do que discordam exatamente), são pessoas manobráveis (gente passional é extremamente manipulável), são completamente alienados do que se passa no mundo, ou só se informam pelo que o Globo diz.

Esse pessoal é pautado pela programação da Globo, embora vários digam que a odeiam, mas assistem as novelas dela sem perder nada, fora os programas esdrúxulos que a mesma transmite (eles sabem a programação dela decorada), e só se informam pelo que A, B ou C (que eles consideram "gurus" ou como os chamo: "subcelebridades" de Facebook) comentam naquela rede social.

Quando a gente repassa algo (informação, matéria), ficam fazendo beicinho com raiva porque acham um 'atrevimento' alguém "saber" (entre aspas) mais que eles. Se não for alguém que dê pra eles puxar o saco (pela carteirada), pra bajular, o ódio vem fácil. Tudo por conta de complexo. É o famoso "puxar pra baixo" (o nível), não sabem de nada mas não querem que ninguém saiba.

Na verdade, o que se discute aqui não se trata de "saber mais" disso ou daquilo, essa ânsia em quem "sabe mais" é uma tolice extrema, é uma neurose fruto de complexo. O que se passa é que esse pessoal não lê nada, não se informam decentemente, não se interessam por nada (mas querem estar no "rebuliço" mesmo assim, no meio da discussão), não sabem discutir nada, e acabam se sentindo por baixo com quase todo mundo. A tendência de quem se comporta assim é sempre essa. Gente complexada é um perigo, costumam ser agressivos gratuitamente por qualquer coisa e não é um problema banal. Ou seja, é caso pra psicólogo tratar e não pra web resolver.

Por "complexo" não me refiro à depressão (muita gente confunde as duas coisas, mas não são sinônimos), depressão é uma doença séria que todo mundo está sujeito a ter durante a vida e não é "frescura" (como a massa ignorante costuma tratar/dizer no Brasil). Complexo neste caso é um sentimento de inferioridade fruto do próprio comportamento que esse pessoal se autocondiciona.

É um festival de indigência cultural fora do comum, é porcaria nos dois polos, nos dois extremos políticos, e tem pra todo gosto. Você fica num fogo cruzado. Toma "paulada" dos dois extremos.

Os de direita (refiro-me a esse perfil citado mais acima) são mais afoitos, defecam a estupidez em tudo quanto é página de jornal na rede (aqui mesmo no blog já fizeram isso na caixa de comentários), uma parte é seguidora de um astrólogo "metido a filósofo" (expulso da Página do Exército), mas mesmo assim ainda é possível discutir com alguns deles, mesmo que repitam os mantras que assistem na Globo etc.

Os de esquerda, de tanto bullying que tomaram, ou porque sofrem de 'cagaço' crônico (covardia), ficam em guetos falando entre si, que eu apelidei de a "revolução do gueto". Eu acho que não sou uma pessoa boa com esse pessoal (rs), vejam a ironia que acabo fazendo com eles (isto se chama "saco cheio").

Prosseguindo, os da extrema-esquerda são mais arrogantes e intolerantes (por incrível que pareça), principalmente com gente de esquerda que pensa diferente deles (tem opinião divergente). Em suma: não toleram divergência, opinião contrária, coisas que são o alicerce de uma democracia, de uma sociedade que tem pluralidade e não "pensamento único".

O que essa gente (dos dois extremos) diz de absurdo sobre episódios históricos e de política é coisa que deixaria um Freud (se fosse vivo) enlouquecido de tanta bizarrice, com tanta estupidez junta, e sentem um certo orgulho em agir assim, isso é que é o pior, não existe nem humildade da parte deles em reconhecer que não sabem algo (mesmo porque ninguém nasce sabendo, saber é algo construído, adquirido, acumulado, surge da interação entre humanos, via livros, contatos, vídeos etc).

Há alguns anos era comemorado a inclusão digital no país. Nada contra, de fato é bom que o país tenha acesso total à internet, mas... (tem sempre um "mas") o que emergiu desse acesso foi igual a abrir a tampa de um esgoto.

E antes que alguém chie com os termos, sou contra o "politicamente correto" que essa tranqueira do PSOL prega e enche o saco de forma exacerbada. Preconceito se acaba com livre discussão e rebatendo a idiotice proferida (com argumentos, conhecimento, gozação, ironia etc, até elevando o tom se for necessário), não com censura simplesmente. Minha última resistência a essa questão era justamente sobre o PL da negação do Holocausto e hoje sou contra este projeto de lei que fará aniversário de dez anos em breve (o pessoal do Holocaust Controversies me convenceu do problema dessas restrições).

Não se acaba preconceito por decreto e sim com educação, conhecimento e livre discussão.

Quem achar que acaba com preconceito por decreto, irá alimentá-lo no "submundo". Ele fica circulando no submundo, "fermentando", e numa hora isso emerge com muita força (como se vê nos últimos anos).

Só pra ilustrar o que citei acima, não lembro mais do ano exatamente mas acho que foi em 2014 (não tenho certeza), alguém foi comentar algo no perfil daquele deputado do Rio, Jean Wyllys (PSOL), e achei que o ambiente do cidadão era democrático (a página dele), fiz um comentário, acho que sobre a Globo, e a equipe dele simplesmente apagou.

Ele andou fazendo "sucesso" com uma viagem que fez a Israel, mas não entremos nesse assunto, a menos que alguém queira (isso foi uma provocação, rs).

Pra quem achar que eu "morro de amores" pelo PSOL, sinto se decepcionar alguém. Eu considero este partido algo ridículo e delirante. Foi este partido que disseminou, junto com essa extrema-direita liberal esse clima de ódio político no país baixando o nível da discussão política. O PSOL é um partido liberal mal assumido que usa cor vermelha, com um discurso radicaloide pra enganar trouxa, basicamente. É o mesmo discurso/agenda do Partido Democrata dos EUA (da ala dos Clinton).

É esse o "modelo de democracia" que o deputado em questão defende: censura e "fim de papo"? É essa "ideia" de democracia dele que não é democracia alguma? E ao que parece que é, isso explica e muito deu ter aversão à figura dele.

Não fiz uma agressão, só um comentário que nem o citava, e tive o comentário cortado só porque a "equipe" dele não gostou. Estou comentando aqui sobre uma figura pública, político, não de "gente comum". Vejam quanto tempo faz que isso ocorreu (2014), só vim comentar agora porque o assunto do post é pertinente e já estava com essa questão entalada há tempo.

Quem lê o blog e me conhece sabe do que penso dos rivais políticos diretos dele (como o Bolsonaro e cia), não gosto de nenhum deles, mas também não gosto do PSOL, o deputado em questão e os rivais dele se nivelam por baixo, desviam o foco de discussões mais sérias pro país com briga de quitanda.

O PSOL é um partido rancoroso, infantilizado (tem uma dancinha da ciranda pra "derrubar o capitalismo", hahahaha), antidemocrático que nasceu no ressentimento incontido que sente pelo PT (de onde parte da cúpula do PSOL foi expulsa por radicalismo).

Quero ver algum "revi" vir encher o saco alegando que eu defendo Wyllys e o PSOL, na verdade eu quero que vocês da extrema-direita (liberal ou não) e essa extrema-esquerda do PSOL-PSTU se explodam. Vocês se merecem.

Esse cidadão e o Bolsonaro dependem um do outro politicamente, são unha e carne, ambos se elegem sob o pretexto dessa suposta "briga-polarização" que ajuda a projetar ambos e desviar o foco da discussão política de coisas mais sérias pro país (ataque especulativo ao pré-Sal etc). Um é demagogo e só diz besteira (e agora virou neoliberal, Bolsonaro liberal-conservador), o outro se elege sob o manto do "combate ao preconceito" mas não acaba com preconceito algum, isso quando não projeta ainda mais essa bancada religiosa fundamentalista e afins com a polarização que cria no congresso, pois o deputado do PSOL não passa de um intolerante também como o seu rival, ambos sem preparo político algum. Revejam (quem vota) o voto de vocês nesse tipo de radicalismo pueril, depois não reclamem do "baixo nível" na discussão política do país.

Os dois encarnam o nivelamento por baixo da política brasileira, são o que há de pior. Quer dizer, o Eduardo Cunha consegue ser mais "punk" que esses dois, ainda (esse é duro de superar).

Teve outro exemplo de intolerância política e truculência. Não lembro a quantidade exata de comentários, mas vamos chutar, por baixo foram uns cinco. Mas houve mais comentários com problemas, que só foram liberados depois da matéria descer, pra não gerar discussão e o povo não ler.

Estou citando o site do Nassif. Fui comentar no site do Nassif e tive comentário (s) não publicado (s). Ou seja, sou "subversivo" e não sabia, hahahaha.

Essa é pros "revis" que leem o blog não virem encher o saco falando de "censura", como se só eles tivessem o "privilégio isolado" de ter comentário cortado naquele site/blog pois já publicaram o assunto da "negação" por lá.

Eu tive mais comentários cortados que eles/vocês juntos. Pelo visto sou um "perigo" à sociedade (à sociedade de pensamento único, autoritária) na concepção desse site (aos desavisados, isso é uma ironia).

"Ah, mas pode ser a equipe do blog e não ele". Pode ser, embora ele seja o responsável pelo site e deve traçar alguma linha editorial pra equipe, embora eu também lembre que comentei em posts que ele fez. Ou seja, ele vê os comentários.

Só que é ruim de salvar este tipo de corte porque você não espera ser cortado, até por não ter feito comentário ofensivo. Quando a coisa começou a se repetir (da terceira vez) comecei a prestar atenção. O fato é que deixei de comentar naquele espaço depois disso, e não faz falta.

Lembrei de outro caso que foi com o Emir Sader (figura que essa "neodireita" adora).

Ele também cortou comentário por discordância, mas sem dizer o motivo. Lembro vagamente do post. Quando ele estava escrevendo besteira sobre Pernambuco, sem escrever o nome do Estado e mais alguma idiotice (só citam o nome da região, pedantismo insuportável desse povo). Ou seja, tenho que ler o cara escrever besteira de algo que conheço e sou parte e aceitar a idiotice quieto. Petulância extrema desse pessoal.

Esses cidadãos deixam espaço pro povo comentar e quando não gostam, cortam. Pela postura parece que se sentem, sei lá, "semideuses" ou algo do tipo. Nunca vi tanta cretinice e futilidade juntas. Não é a toa que o país vive a crise política que passa, não é só questão econômica a causa (antes fosse).

No dia que ele souber mais sobre meu estado (e eu sei quando dizem besteira, ele não acompanha o que se passa no estado, só sabe superficialidades, na melhor das hipóteses, além de ter aquela visão idiotizada genérica regional que acha que estado não tem bandeira, hino e constituição, ou que o país não é uma República Federativa e sim uma "República regional", quando ele deveria saber já que é tido como "intelectual"), sem aquela visão preconceituosa idiota dele, eu saio com uma melancia pendurada na cabeça pelado pela rua.

Ele pensa que é um Evaldo Cabral de Mello? Que duvido fosse me tratar assim. Pra quem não conhece a pessoa, o Evaldo Cabral de Mello (irmão do João Cabral de Melo Neto e primo de Manuel Bandeira e Gilberto Freyre, só "nomes fracos", rs) é um diplomata e talvez o maior historiador vivo do Brasil, e duvido que ele trate alguém com a petulância dessas figuras citadas acima.

No dia que eu precisar de alguma "estrela" dessas criticadas acima (os da censura) como "fonte de conhecimento", eu prefiro pular de cabeça de uma ponte. Parece que quando a gente dirige a palavra a essas pessoas, eles pensam que estão fazendo um "favor" falar com a gente. Estão no mundo das nuvens, fora de si.

Mas voltando às críticas, quando esse pessoal fala de Fascismo, é uma calamidade, e ficam com raiva quando a gente "corrige" (comenta).

Teve gente irritada com o Ian Kershaw, o autor da que é considerada a melhor biografia sobre Hitler/nazismo, historiador britânico renomado (conhecido no mundo inteiro), e citaram um título idiota que circula no país "sobre fascismo" que é um amontoado de bobagens (aparentemente). A quem se interessar, leiam uma crítica aqui, não sei se sobre o livro mas tem a ver. Repetir o clichê como se Fascismo fosse sinônimo de autoritarismo, puro e simples (fascismo também virou xingamento, mas tem o sentido original) sem entender o significado original é simplesmente bizarro. É surreal ver essas coisas, a pessoa entra em depressão (rs).

Depois chega gente achando que a gente é pedante simplesmente porque o nível intelectual da produção acadêmica sobre esses temas políticos no país anda muito baixo, não querendo generalizar (tem partes boas, sobre racismo e integralismo, só pra ficar nessas, mas esse pessoal "engajado" com o PSOL, não dá).

O que mais me choca nisso é a arrogância, pretensão ou petulância desse pessoal.

Criticam a mídia oligopolizada do país, que é o maior problema do Brasil hoje (país sem mídia plural, de qualidade, fica no limbo, vulnerável), mas se comportam de forma parecida ou pior à mídia que criticam.

Nem a Globo me tratou assim (pausa pro riso de novo), e eu "amo" a Globo (rs), mas tenho que ser justo na crítica, "A César o que é de...".

Querem formar opinião assim? Tá feia a coisa.

Mudem de postura. Em internet não tem espaço pra "vedetismo" e "estrelismo". Aquela idolatria e histeria dos anos 60 passou.

Como revido sempre (minha forma de revide muitas vezes é só o famoso ignorar esse tipo de "figura" ou ironizar, o deboche sempre irrita o autoritarismo), deixei de ver o perfil do cidadão e também não repasso nada que ele publicar (mesmo porque nunca publiquei nada dele mesmo, então não faz muita diferença, rs). Bateu, toma de volta, curto e direto, sendo de direita ou de esquerda.

Não tolero esse tipo de autoritarismo.

Já tive que barrar comentários por conta do teor racista e agressivo por conta da legislação do país, mas sempre discuti abertamente. Estou acostumado a esse tipo de cultura de discussão aberta e não a de censores, "estrelinhas". Mas são essas "estrelas" que o povo traz pra gente.

Eu leio coisa melhor em jornal estrangeiro e as pessoas nessas publicações/jornais não se comportam com esse vedetismo que se observa no país. A tal "mídia alternativa" do país, com exceções obviamente (o Azenha, o Paulo Henrique Amorim e outros) está nesse "nível". Eu fico abismado com o baixo nível político do país. Não vou nem falar da Veja e cia, pois o fato é que está tudo nivelado por baixo. Uma porcaria.

E tem mais casos, se eu for enumerar tudo a lista é muito grande.

É muito ódio e ressentimento juntos misturados com estupidez extrema, petulância e falta de valores democráticos, uma cultura autoritária e muita infantilidade, um bando de adultos com comportamento de criança birrenta de escola se sentindo "deuses".

Se uma rede social sobe à cabeça desse povo, imagina se aparecessem direto na TV com muita audiência. Iriam comer o fígado de todo mundo.

Parece que estamos diante de "pop stars", do Pink Floyd, dos Stones. Francamente, só rindo.

Por isso que muita gente se irrita e se isola dessa/nessa rede. Não dá pra passar a mão na cabeça desse povo e dizer que está tudo bem, pois não está, estamos chegando a um limite (se já não chegou).

Em 2015 essa estupidez política levou à exaustão o país inteiro. Chega.

Aqui ao menos posso descrever o fenômeno (problema) sem esse pessoal castrar/patrulhar o que a gente pensa ou diz.

Leiam mais (não só sobre Brasil, a cobertura geopolítica do país é um completo chiqueiro, muito ruim), aprendam a discutir - mesmo que role alguma rusga na discussão -, tenham a mente mais aberta, mas não esperem mais tolerância com comportamento agressivo gratuito e falta de educação (educação aqui significa aquela "educação formal", do "bom dia" etc). Tolerância zero com grosseria e estrelismo.

Ninguém é obrigado a suportar/tolerar esse tipo de "comportamento excêntrico" autoritário porque esse povo não sabe conviver numa democracia, não toleram divergência (à direita e à esquerda). Chegamos a um limite onde, ou se reverte isso ou a incivilidade dessa gente (dos dois extremos, esse culto à cretinice) levará o país à barbárie.

Acho que a maioria da população no fundo não quer isso, mas precisa se manifestar mais contendo esses extremos, sair de cima do muro porque uma hora o muro desaba com todo mundo junto. Não tenham medo de tomar posição porque tem gente "urrando" e babando saliva.

Atualização: 24.01.2016
Fiz uma revisão do texto (não tinha revisão alguma, foi publicado como foi escrito) pra corrigir erros e cortar trechos com mesmo sentido repetidos (sem necessidade). Fica melhor de ler assim.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

"O negócio da revolução" - Gene Sharp - Como os EUA desestabilizam países "pacificamente"

A quem quiser assistir o documentário vou colocar o vídeo no final do post, porque se eu colocar logo abaixo do parágrafo dificultará a leitura do texto. Mas pra situar o documentário no contexto brasileiro: lembram das marchas "difusas" de 2013?

Achou que aquilo foi um movimento espontâneo? Pois tem todos os indícios de que não foi. E como tem...

Foi tanta coisa "estranha" que ocorreu naquelas marchas que em um post só não dá pra comentar tudo, por isso colocarei esses posts numa tag chamada Marchas de 2013 pra ficar como uma série, pra quem quiser ler post a post ir compreendendo o que se passou à medida que forem surgindo mais textos/posts.

O documentário "O negócio da revolução", que não sei se está completo eu achei esta cópia no Youtube que é suficiente pra ser assistida, descreve como um grupo mercenário (o mercenário eu rotulei pois agem por dinheiro) situado na Sérvia treina "grupos" a usarem o método Gene Sharp de "revolução pacífica" (entre aspas, pois isso não existe), pra desestabilizar "ditaduras" mundo afora.

Mas aí que reside o nó da questão: não são só ditaduras os alvos, quaisquer países podem ser alvo disso, mesmo democracias, dependendo do interesse geopolítico dos Estados Unidos (caso algum país represente uma ameaça a expansão de sua influência e empresas), pois países fragilizados por turbulências tornam-se alvos de países militarmente e economicamente mais organizados com uma política externa agressiva (imperialismo) que é o caso dos Estados Unidos.

O vídeo descreve o método e como os grupos treinados por esta organização da Sérvia agem mundo afora. Agiram primeiramente na própria Sérvia e nas ex-repúblicas soviéticas pra desestabilizarem seus governos e contribuindo com a ascensão de governos fantoches (de oligarcas) dos EUA pra cercar a Rússia, politicamente e militarmente.

Os EUA veem a Rússia como um rival geopolítico, mesmo com o colapso da União Soviética. E por extensão, quem estiver dentro dos BRICS (o Brasil está), tornará-se alvo também. Mas o Brasil sempre foi alvo dos EUA, antes mesmo dos BRICS.

Começam a entender que o "surto" de "revolta" de 2013 não foi algo tão espontâneo assim, apesar do povo ter saído às ruas como manada por mimetismo (imitação, efeito manada)?

Começam a entender que Black Blocs não "caem do céu"? De onde vieram? Para onde foram? Por que a polícia não interferiu nesses grupos quando podia e os deixou atacar livremente?

Qualquer pessoa podia/pode ser um "Black Bloc", desde um idealista estúpido (Maria vai com as outras) achando que iria "derrubar o Estado" com aquelas ações pueris sem nem compreender o que é o Estado, e muito provavelmente provocadores treinados com objetivos claros: de desestabilização e criar um clima de caos midiático (pra mídia aumentar dando a impressão de um caos nacional), e conseguiram o intento por algum tempo, o suficiente pra fazer estragos e até começarem a ser rechaçados pela opinião pública.

O Ministro da Justiça, José Cardozo, deve explicações sobre a não apuração de toda essa arruaça organizada que estimulou as pessoas a saírem às ruas "protestando", sem pauta definida, de forma difusa e que deu força à extrema-direita, força esta que se refletiu na eleição do congresso nacional dos próximos 4 anos. Se há uma ascensão de uma extrema-direita destas marchas, então fica claro qual o grupo beneficiado disto. Não é uma extrema-direita tradicional do tipo fascista, como muita gente chama, são mais udenistas/larcedistas aos moldes do neoliberalismo defendendo pela Veja e pelo resto da mídia oligopolizada, são grupos que defendem o alinhamento do Brasil com os EUA (submissão), saída dos BRICS, entrega do pré-Sal e por aí vai, todo receituário neoliberal.

Começam a entender como é estranha a quantidade de PDFs ou páginas de extrema-esquerda (e algumas de extrema-direita liberaloide) difundindo o manual deste Gene Sharp? O "velhinho pacifista idealista" onde pairam suspeitas de ser gente ligado à CIA. Algo não incomum, ao contrário do que muita gente pensa.

Uma parte da esquerda radical foi "útil" (costuma ser útil pelo idealismo infantil ou ingenuidade, ou mesmo raiva) a esse tipo de desestabilização visando demonizar o governo federal pra fazer uma "revolução colorida", porque eles achavam que iria "brotar uma revolução" sem entender a conjuntura política e o contexto social do país. Só veio a cair a ficha pra eles na disputa eleitoral do segundo turno este ano. Espero. O estrago já está feito, vide o congresso eleito (o pior desde 1964):
Congresso eleito é o mais conservador desde 1964, diz Diap

Ao pessoal 'nacionalista', relaxem, o fato do congresso ser o mais conservador desde 1964 não quer dizer que ele seja nacionalista, este conservadorismo neocon tem aversão a nacionalismo e é profundamente neoliberal e conservador (pra inglês ver) nos "costumes".

Eu não sei como este senhor, Sharp, dorme em paz sabendo que muita gente morreu por conta desse experimento cretino dele, pois não se modifica uma realidade somente derrubando um regime sem haver nada organizado e enraizado democraticamente no seio do povo, pra ficar no lugar daquilo que é derrubado. Não são "revoluções coloridas" fabricadas que trarão paz ao povo, vide o que se transformou os países onde essas coisas ocorreram. Viraram terra de máfias e oligarquias, com miséria e desigualdade crescentes. É essa a ideia de "liberdade" de Gene Sharp? A liberdade da "miséria e da desigualdade"? Que sujeito "nobre".

A quem não sabe o que é uma revolução colorida, só um breve trecho do verbete da Wikipedia. Eu estou utilizando o trecho, embora saiba que muita gente critica a Wikipedia, porque sei que o trecho está correto, pra agilizar (aliás, eu só utilizo isto nessas condições):

Revoluções Coloridas
O alcance e o significado dessas "revoluções" ainda estão em discussão, bem como o papel desempenhado por agentes externos, principalmente por norte-americanos - CIA, Fundação Soros, USAID e o National Endowment for Democracy. Apesar de apoiar esses movimentos e de apresentá-los como puramente nativos ou nacionalistas, críticos os acusam de serem manipulados e maximizam a importância desses agentes externos.
Pois é bom assistirem o documentário pra entenderem como começou a "Primavera Árabe" (que já virou Outono Sangrento) com esses grupos de desestabilização e o que surgiu no lugar: mais ditaduras, regimes sangrentos como o EI (Estado Islâmico), guerra civil e todo tipo de aberração que o estado de anarquia causado por este tipo de grupo provoca com o vácuo deixado por regimes que antes governavam um Estado, em locais onde o povo tem pouca ideia do que seja Estado ou haja uma sociedade civil organizada e politizada (nacionalmente).

Curiosamente outro documentário sobre Sharp foi exibido no canal GNT da Globosat (das Organizações Globo). Não seria pra "esclarecer" o povo a exibição deste tipo de documentário, obviamente.

Este assunto será tratado em outros posts à medida que eu for lembrando dos detalhes das marchas, pois tem coisas como o vídeo daquela garota contra a Copa do Mundo, e mais coisas do tipo que "apareceram do nada", que fizeram parte dessa mixórdia de "supostos idealistas".

Mixórdia de "gente bem intencionada" "preocupada com o país" (pausa para o riso, rs), tudo no fundo para criar um clima de mau estar generalizado propício pra extremistas ditarem o caos, as regras do jogo e atacarem a democracia, o mesmo clima que abriu espaço, mesmo após as eleições desse ano, pra grupos pedirem volta da ditadura e bizarrices do tipo.

Não adianta esses "supostos idealistas" agora quererem tirar o deles da reta ou fazer mea culpa. Os fatos falam por si (as consequências dos atos de vocês também).

Mas há que deixar claro uma coisa: isso só tomou vulto e foi adiante porque o povo brasileiro (ou parte dele) não soube ser sábio e cético diante daquele voluntarismo que se avolumou com as tais marchas.

Havia sim muita gente que achou a princípio que aquilo era algo bom, sem ter a dimensão do que estava se passando (faltou um pouco de ceticismo), só que acabaram sendo usados como massa de manobra da extrema-direita liberal e midiática (que é quem vem tentando desestabilizar o país há muito tempo) pra outros fins políticos.

O governo federal também errou e erra ao não discutir essas questões políticas e a questão dos BRICS mais abertamente e detalhadamente com a população. Discussão de política externa no Brasil parece algo "exótico", "distante" quando não é.

O governo deixa que a mídia dite a "versão dos fatos" e acaba gerando essa balbúrdia informativa distorcida. Ficar em silêncio não vai ajudar muito na contenção desse tipo de golpismo calculado pelos EUA e por setores capachos da elite interna (a mídia oligopolizada é o principal deles).

Assistam o documentário e tirem suas conclusões. O documentário choca a quem acha que todos esses movimentos mais recentes mundo afora e no Brasil são movimentos espontâneos ou genuínos e populares como foram as Diretas Já! e o movimento de democratização do Brasil (que tinham lideranças políticas de fato e eram organizados, tinham meta definida e apoio popular forte), como a Revolução dos Cravos e vários outros movimentos legítimos e realmente autênticos do passado, que por serem legítimos, possuem raízes fortes no seio do povo e da sociedade civil ao contrário dessa desestabilização artificial bancada por Washington (governo norte-americano) propagada por mercenários também bancados pelos EUA de forma não-oficial.

Eu disse que iria elucidar (ou tentar) mostra a escrotidão que fizeram contra o país, mas também cabe ao povo também ter ciência/consciência disso, do que se passa e não ficar só como espectador.

O Brasil não está alheio ao mundo, há muita potência com o olho bem arregalado querendo os recursos do país. Há não, sempre houve.

Nenhum país com a dimensão territorial do Brasil, com recursos imensos e uma reserva de petróleo do tamanho do pré-Sal é "ignorando" pelo mundo, potências fazem guerra por isso, ao contrário do que muito brasileiro cretino com complexa de vira-lata pensa que o Brasil seja (um "país qualquer").

Seja cético com "movimentos contestatórios" inflados e caóticos surgidos do nada, sem liderança ou organização, como se fossem teatro e espetacularização que se formam nos mesmos, com Black Blocs, grupos anônimos e cia. Esses grupos não são movimentos espontâneos, parem de romantização e idealização dessas coisas, isto é sério, traz consequências reais pro país.

É preciso haver um determinado grau de organização desses grupos arruaceiros de forma antecipada para pôr isso em prática quando estoura algum rebuliço com multidão. Lembro que começou o corre-corre nas ruas após um confronto da polícia em SP, mas mesmo antes já havia grupos mascarados "tocando terror" na rua inflando os ânimos, o resto acabou sendo decorrência disto, mais os que foram aparecendo no decorrer da coisa, justamente no período da Copa das Confederações quando a imprensa estrangeira estava toda de olho no Brasil. Sinto, mas isto não foi espontâneo, exceto o voluntarismo de parte da população que foi conduzida ao erro pelo emocionalismo que esses grupos provocam em quem não tem algum grau de ceticismo para ver que quando as convulsões sociais são muito estranhas é porque há algo de errado nelas.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Sobre o post "Os selfies de Auschwitz" e o conflito no Oriente Médio

Selfie sendo feito na "Marcha da Vida", 2013 Auschwitz-Birkenau.
A foto não está sendo tirada num concerto de rock, trata-se do
campo de extermínio mesmo.
Comentar neste post à parte o post com a tradução da matéria "Os selfies de Auschwitz. A banalização da memória" que toca num problema sério ligado à questão da memória do Holocausto, uso político em propaganda nacionalista e o conflito no Oriente Médio.

Numa parte do texto tem escrito (destaco):
"Quando as palavras esvaziam a história

"De certa maneira não é culpa desses garotos", disse ao The New Yorker a criadora da página no Facebook "Com minhas melhores amigas em Auschwitz", que apresentava uma coleção de selfies publicados no Instagram pelos jovens turistas. A exibição dessas imagens, acompanhadas por sarcásticos pies de fotos, fez estourar o debate em Israel.

"Muitos políticos usam cinicamente o Holocausto para fazer avançar seus próprios interesses", assinalou a revista estadunidense. No seu entendimento, o tema do extermínio judeu tem sido utilizado também pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como moeda corrente em sua retórica nacionalista.

Os políticos têm usado a memória do Holocausto para exacerbar o nacionalismo israelense. (EFE/Abir Sultan)

Algumas vozes em Israel questionaram a intenção política desses périplos escolares pelos campos de concentração, que contribuíram para exacerbar a paranoia e o nacionalismo nos jovens, em especial nos homens obrigados a prestar serviço militar desde os 18 anos.

A página no Facebook foi desativada na quarta-feira passada, mas sua autora considera que cumpriu seu objetivo. "Aqueles que não entenderam a mensagem até agora, provavelmente nunca a compreenderão", disse a The New Yorker.
O texto vai direto ao ponto central problema e mesmo sem citá-las ele remete àquelas Marchas da Vida que citei na observação do post anterior, pois 'aparentemente' servem pra direcionar esse público jovem pra Israel visando o que chamam de Aliá (ou em inglês Aliyah), pra que futuramente emigrem pra Israel ou pra reforçar discurso ultranacionalista interno pros grupos de adolescentes que vão de Israel pra visitar esses campos.

Isso obviamente é um uso político indevido (ou no mínimo altamente questionável) da memória pra fins políticos diversos que não o de educar pessoas para uma formação humanista para compreenderem a questão do genocídio de forma mais ampla e da intolerância do fascismo e o que um regime ultranacionalista pode causar em qualquer país, incluindo Israel.

A quem quiser ver uma denúncia melhor elaborada (detalhada) sobre o problema citado acima, pode e deve conferir o documentário Defamation (Link2) produzido pelo cineasta israelense Yoav Shamir, o mesmo do documentário Checkpoint.

Uma crítica ao filme (em inglês):
Yoav Shamir’s great film, ‘Defamation’, offers a devastating and transcendent portrait of Foxman

Mas farei um comentário sobre o documentário pois esse documentário aparece em vários sites "revis" quando o mesmo não é negacionista, muito longe disso, é uma crítica séria e necessária. Os "revis" costumam citar o documentário com aquelas propagandas "bombásticas" de sempre e que acabam ficando sem resposta por parte das entidades citadas no filme ou mesmo de entidades ligadas a este tipo de questão, porque não dá simplesmente pra fazer de conta que o filme não existe e nem ignorar o conteúdo do mesmo.

Caso alguém queira assistir, não irei colocar o link dele aqui pois o vídeo legendado no Youtube está numa conta de extrema-direita, mas quem quiser pode assistir lá, é fácil o acesso. Outra opção é a de baixar da web (com a legenda, pela web dá pra achar fácil) e assistir.

O documentário é feito por um israelense que questiona o uso político citado acima dessas Marchas da Vida, sendo usadas pra doutrinar adolescentes, de Israel e fora de Israel, e mostra vários maus usos da memória pra fins políticos.

Muita gente acaba nem assistindo achando que se trata de um filme antissemita ou algo do tipo porque no começo do filme o cineasta coloca alguns cidadãos judeus anciãos em tom de ironia (inclusive a avó dele) repetindo vários clichês ditos por antissemitas, mas passada essa parte o filme foca em questões realmente sérias. É parte do humor do cineasta, eu particularmente não acho graça nesse tipo de "humor" mas se ele acha... questão de gosto, cada um com o seu... mas isso não deve impedir que as pessoas prossigam e assistam o filme inteiro.

Muita gente também cisma com o filme porque as "fontes de divulgação" são suspeitas (sites "revis" adoraram o filme mas sem entender a crítica, pra variar...) e por apenas lerem o título da coisa acabam deixando de lado (isso mesmo que você leu, muita gente só lê o título do filme e não vê o conteúdo). Há também o problema que citei acima de que as entidades citadas no filme (e várias entidades ligadas a Israel, em todos os países) deveriam ter uma autocrítica sobre essas questões do ultranacionalismo e sobre o conflito no Oriente Médio, mas não o fazem, pelo contrário, a "culpa" (conceito religioso) é sempre do outro, nunca há "problemas" no governo israelense, quando não comentam repetindo discurso oficial do governo israelense, simplesmente fazem de conta que as coisas não existem, ou desviam o foco da discussão e deixam circular de qualquer maneira na internet os vídeos sem resposta à altura, sem autocrítica.

A incapacidade de se autocriticar é um sintoma grave de sociedades conturbadas. Eu chamo isso de a famosa postura do avestruz, apesar de ser um mito pois o avestruz não enfia a cabeça no chão com medo, o dito popular diz que o animal mete a cabeça no chão com medo e deixa o tempo fechar ao redor com o famoso "não é comigo" (mesmo sendo). A analogia é pertinente pois é um ato de covardia fazer vista grossa.

Por que o problema causa tanta repulsa e controvérsia? Porque, como fica claro no filme, você levar um bando de aborrecentes (adolescentes) cheios de espinha na cara e com a cabeça na lua pensando em mil e uma bobagens pra ter "terapia de choque" em campos de extermínio, das duas uma, ou estão formando um bando de lunáticos traumatizados que vão descarregar esses traumas adquiridos em alguém (vão servir o exército pra matar alguns e depois virarem 'pacifistas arrependidos' pra consciência 'pesar' menos) ou até gente que futuramente com raiva se voltará contra os idealizadores dessas campanhas que provavelmente são mantidas pela direita israelense e seus apoiadores (dos grupos que votam e apoiam Netanyahu, Lieberman etc, dentro e fora de Israel), como alguns "radicaizinhos" vindos de Israel que descambam até pro antissemitismo como esse Gilad Atzmon que é cultuado por vários grupos de extrema-direita, "revis" e até gente na extrema-esquerda que não consegue separar antissemitismo de crítica à política israelense. A motivação dele, pelo que dá pra deduzir pois ele não fala isso textualmente, é que um dia 'viu' o que o sionismo era e "virou" um judeu antissemita (isso mesmo, você não leu errado, o tal Gilad é judeu e antissemita). Achou bizarra a coisa? Pois existe.

E não me refiro aquele slogan questionável criado nos EUA ou em Israel de "self-hating jews" pra calar ativistas contrários à política israelense acusando-os de se "auto-odiarem". O exemplo que citei acima é de um judeu que odeia ser judeu, só que atrela toda sua identidade a essa questão ao invés de deixá-la de lado ou se afastar (seria a postura de alguém sério). Ou ele fala a sério no ódio pois não é o único com essa postura, ou está fazendo cortina de fumaça pra direita israelense pois radicais desse tipo são "amados" pela direita de Israel que acaba tendo espaço pra tocar na tecla da questão do genocídio da segunda guerra por conta desse discurso antissemita e de ativistas sem noção que vivem reduzindo a questão do Oriente Médio ao nazismo achando que estão "politizando" as pessoas com isso e não estão.

Assistam o documentário que vocês entenderão melhor o problema. O documentário também toca na ADL (dos EUA) com acusações graves que ficaram sem resposta, e não são acusações quaisquer, daquelas feitas por antissemitas e sim algo sério.

Não dá pruma pessoa normal assistir um negócio desses e ficar indiferente a não ser que seja desprovido de qualquer senso crítico e de humanismo, por isso que comentei que evito discutir Oriente Médio aqui pois primeiro: atrai muita gente sem noção/maluca (fanáticos) enchendo o saco e agredindo (de todo tipo de vertente, pró-palestino, pró-Israel etc), ou tentando te "convencer" via retórica dos "pontos de vista" de A, B ou C achando que estão discutindo com idiotas, e geralmente quebram a cara pois não estão discutindo com idiotas. Eu não tenho paciência com esse tipo de pessoa (digamos que eu também não seja lá muito paciente com gente intolerante ou que fica tentando escamotear os assuntos e direcioná-los achando que a gente não percebe isso), já chega os "revis" como "malucos", tolerância zero pro resto e até com eles se encherem o saco.

Segundo que: por não haver uma autocrítica séria proveniente de entidades judaicas no Brasil e em outros países em relação às críticas e denúncias sobre esse nacionalismo exacerbado em Israel e assuntos ligados a esses conflitos do Oriente Médio, que não foram feitas por antissemitas ou "revis", a não ser demonstrarem apoio irrestrito e cego a Israel, eu não farei "papel" de "consciência moral" por essas entidades e pessoas pois, além de não ter ligação com aquele país, minha consciência e posição política não tolera este tipo de conduta. Não gosto de covardia e de gente querendo ser "esperto" tirando o corpo fora. A gente critica o fascismo e extremismo justamente por coisas como o que se passa. E como já deixei claro noutro post, o Oriente Médio (como um todo, Israel incluso) não é uma região do planeta que me cause qualquer fascínio (no sentido ruim do termo).
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1. Só quero deixar de aviso que já sei decorado o discurso de Israel e do lado palestino e como já demonstrei, tenho posicionamento na questão e não preciso de radical dos dois lados vir dar "lição de moral" quando não possuem moral alguma pra dar. Portanto a quem quiser me propagandear que aquela região do globo é 'fascinante' por conta de idealizações românticas, guarde isso pra você, sou cético, propaganda e idolatria alheia não me comovem, pelo contrário, isso me irrita profundamente, não me impressiono fácil com essas coisas. A quem acompanha o blog já viu aqui críticas pesadas aos "revis" por esse tipo de postura de idealizarem o "mundo europeu encantado" (países alheios) quando destratam o país que nasceram, ou por ignorância, complexo ou burrice ou as três coisas juntas, comportamento que precisa ser combatido no Brasil, mas não são só "revis" que possuem esse defeito de destratar o Brasil. Ficam repetindo ladainha da mídia brasileira de que o país é o "esgoto do mundo" e essa ladainha já saturou pela mídia brasileira estar fazendo politicagem ordinária em vez de jornalismo.

2. Mais outro aviso é que antes de alguém vir criticar, assistam o filme, aí sim podem comentar dizendo o que acharam. Criticar sem ver é coisa de idiota. Por que faço esses avisos? Porque já trombei várias vezes com pessoas que se enquadram neste comportamento que descrevi e é uma discussão desagradável, irritante e pueril, é como discutir com uma porta, com gente que vive no mundo da Lua, em uma realidade paralela, delirando e ninguém tem obrigação de aturar esse tipo de coisa. O problema disso proliferar é que que muita gente no Brasil fica acanhada em ser "chata" e deixa essa postura mala-sem-alça se alastrar, mas eu não tenho o menor problema em passar por chato quando acho passaram dos limites.

3. A gente quando comenta esses temas pisa em ovos, pois ao contrário do que os "revis" pregam (com a cretinice habitual de sempre), críticas, mesmo legítimas a Israel ou à política israelense não costumam ser de fato aceitas ou bem recebidas por Israel e quem o apoia, ao contrário do que muita gente que defende este país alega. Não é uma inverdade quando "revis" tocam nesta questão, que tem nome (Hasbará), no caso dos "revis", eles quererem tirar uma lasca dessa postura idiota de Israel pra angariar legitimidade pra eles em cima do conflito do Oriente Médio, mas a afirmação dessa vez não é falsa.

4. Essa política israelense de querer abafar opinião pública de todas as formas costuma provocar o efeito inverso (colateral), cada vez mais a percepção das pessoas sobre esse país piora no mundo inteiro pois as pessoas percebem essas ações deliberadas de abafa, principalmente com o acesso às informações hoje via internet e com a disparidade de mortos de lado a lado nesses massacres pra fins eleitoreiros feito pelo governo israelense.
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P.S. 1 Escrevi esse post há dias por isso não havia saído ainda esse último desenrolar da crise em Gaza que já vai em 800 mortos praticamente, e agora com um ataque frontal ao Brasil como país, um insulto inaceitável mas que depõe contra quem o profere e não contra o Brasil, a não ser na cabeça dos cretinos de uma direita aloprada brasileira que não possuem qualquer senso de pátria ou nação. Refiro-me a essa asneira proferida por um porta-voz do governo israelense, Yigal Palmor, atacando o Brasil chamando o país de "anão diplomático" e citando o jogo de 7x1 com a Alemanha pra comparar de forma ridícula com um massacre (link), algo digno de um completo idiota/cretino. O cidadão ainda ignora o fato de que não é o Brasil que está isolado ou sendo rechaçado no mundo inteiro, como também e tampouco trata-se de um "anão diplomático". "Anão diplomático" é quem consegue ser odiado no mundo inteiro por massacres midiáticos e não consegue nem sequer ter uma política diplomática razoável, com um um linguajar diplomático digno de quitanda, de um governo isolado e criticado em todo o mundo.

P.S. 2 O mundo escuta o "anão diplomático" brasileiro (estou usando o termo dado em sentido irônico), e não é uma ideia muito boa atacar o "anão diplomático" dessa forma tão cretina pois isso é mal visto no resto do mundo (que gosta do Brasil) e internamente no país (exceção feita aos brasileiros anti-brasileiros, os mesmos que fizeram campanha contra a Copa do Mundo), principalmente pela tradição de resolução de conflitos pelo corpo diplomático do país. O que dá pra constatar desse episódio é que só os mais fanáticos/bitolados hoje apoiam o governo de Israel, por isso que o termo isolamento é totalmente pertinente, Israel encontra-se isolado e não por ação de terceiros e sim pela atitude inconsequente e estúpida de seus governos, dos neocons de Israel e da direita inconsequente (Link2) mundo afora. Gueto ideológico não é minha praia, pois essa direita brasileira neocon não passa disso: gueto ideológico de quinta categoria, escória política do Brasil. Latem muito, escrevem muita besteira, e se restringem a guetos pois ninguém em sã consciência leva esse pessoal a sério a não ser como exemplo de surto psicótico.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Sobre ofensiva em Gaza (2014)

Eu iria fazer post como continuidade deste post "Os selfies de Auschwitz. A banalização da memória" e outros sobre questões geopolíticas que alguns grupos trouxeram à tona usando a Copa pra isso, mas ficará pra outra ocasião. Eu ia fazer um balanço do assunto por conta deste post: "Copa do Mundo no Brasil, post pro pessoal que reside fora do Brasil (estrangeiros) sobre o evento. Para entender o "caos" proclamado na mídia estrangeira e brasileira", mas fica pra outra oportunidade.

Como a ofensiva em Gaza pegou todo mundo de surpresa antes mesmo do término da Copa do Mundo, segue este post condenando a posição do governo israelense e a ofensiva pirotécnica pra agradar setores internos daquele país (da direita radical, passando pela direita e centro israelense, por assim dizer). Chamar radical é "forma de dizer", trata-se de uma sociedade radicalizada pelo nacionalismo. Não me agradava também a postura de grupos que se denominam de esquerda "pacifistas" em Israel com uma postura reativa ao extremo, pelo menos do que vi no Orkut. Eu não pude na época externar esta opinião que externo agora sobre isso, primeiro porque quando perco a confiança em certas pessoas passo a vê-las de forma atravessada e corto o diálogo. Como também por ter saído de algumas dessas comunidades pois houvera entrado pra avaliar o que cada grupo pensava/comentava do conflito e isto acabou não acrescentando muito (os livros foram mais relevantes que estas comunas/grupos), com uma briga feia com um direitista radical. Havia um tipo de postura nessas comunidades que não me agrada que é o de tentar conciliar de forma forçada grupos que pensam de forma radicalmente distintos quando uma parte nem sequer tolera a presença da outra parte, isso em questões internas do Brasil mesmo, e não faltaram alertas que aconteceriam brigas por esta razão (algo previsível).

A última ofensiva deste tipo por parte de Israel foi em 2009, com o mesmo pretexto ou motivação parecida, e não preciso comentar a repercussão e impacto disso na época, acho que muita gente lembra do episódio.

A quem quiser saber o posicionamento do blog sobre as questões do Oriente Médio basta dar uma olhada na tag (marcador) Oriente Médio e ler os posts da tag, mas mais precisamente este post aqui e este outro.

Não vou detalhar o problema do conflito pois eu iria fazer um post sobre Oriente Médio com indicação de alguns livros sobre isso já que a mídia brasileira (e estrangeira) pouco esclarece o público sobre esses temas (salvo exceções) a não ser banalizar e muitas vezes se posicionar de forma não muito clara, além de grupos radicais de vários espectros (pró-Israel ou não) aproveitarem e criarem mais confusão em torno desses assuntos. Fica também pra outra ocasião.

Curiosamente o post "Selfies de Auschwitz" tem muito a ver com o assunto em questão do post, mas como não dava pra comentar o conteúdo da matéria, com detalhes, e ignorando o evento atual naquela região do planeta, achei melhor fazer este post isolado.

Minha posição política não leva em conta as idiotices que "revisionistas" (negacionistas) do Holocausto comentam sobre Holocausto, nazismo e afins, não dá pra levar em consideração um grupo inexpressivo no Brasil como contraponto de todos os assuntos mundiais (como muita gente forçava e fazia no Orkut e fora dele) a não ser da proliferação do racismo no país, algo que já comentei diversas vezes e insisto no ponto pois a ideia central desses bandos é essa.

Além de "defenderem" um fascismo "difuso" que eu já apelidei de "fascismo sem pátria" já que boa parte desses 'fascistas' "revis" sentem uma profunda aversão ao Brasil e ficam exaltando a descendência/origem deles o tempo todo como se isso tivesse alguma relevância a não ser atestar a própria idiotice desse pessoal, querendo se distinguir dos demais brasileiros com crendices racistas de supremacia pela origem familiar. Por sinal, é contraditório um fascista odiar o próprio país, por isso que o termo que cunhei escancara (e ironiza) a contradição central de vários desses bandos de extrema-direita de cunho fascista/ultraconservador no Brasil.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Copa do Mundo no Brasil, post pro pessoal que reside fora do Brasil (estrangeiros) sobre o evento. Para entender o "caos" proclamado na mídia estrangeira e brasileira

Este post vai pro pessoal de fora que lê português (os estrangeiros), que acessam o blog, e que por acaso desconheçam certas divisões políticas do Brasil, pra passarem a saber do que se passa internamente uma vez que nenhum site de notícias de fora irá comentar adequadamente pra vocês o que será detalhado aqui. Vocês provavelmente irão esbarrar em muita matéria negativa atacando pesado o país, muito em breve a não ser que a mídia mude de "postura", coisa que duvido que ocorra.

sábado, 29 de outubro de 2011

A "técnica" do negacionista Faurisson de "revisar" a História do Holocausto - parte 2

Em mais um texto ridículo, o 'guru' "revisionista" francês Robert Faurisson, tentando aliviar a barra do fascista Le Pen, seu compatriota, e suas declarações negacionistas na França sobre o Holocausto anos atrás, demonstra como elabora seu "método" de "revisar" a História: ele cata 'supostos' furos em livros e acusa que a não citação de câmaras de gás no Holocausto ou mesmo do próprio genocídio, por uma personalidade, equivale a uma 'admissão' de que as mesmas não existiram.

Sobre o historiador francês René Rémond, a alegação de Faurisson (ver aqui):
No terceiro volume de sua Introdução à história de nossos tempos (Introduction à l'histoire de notre temps), René Rémond, que foi então presidente da comissão sobre história da deportação dentro do Comitê de História da Segunda Guerra Mundial (Comité d'histoire de la Deuxième Guerre mondiale), não fez qualquer tipo de menção a estas câmaras de gás (Le XXe siècle de 1914 à nos jours ["The 20th Century from 1914 to the Present"], Le Seuil, 1974). Catorze anos depois, quando ele havia tornado presidente do Instituto de História Contemporânea (Institut d'histoire du temps présent), uma vez mais ele não fez nenhuma menção delas em um trabalho de 1013 páginas entitulado Notre Siècle de 1916 à 1988 ("Nosso século de 1916 a 1988"*," Paris: Fayard, 1988).[1]
Pois bem, que tal o próprio citado(o historiador René Rémond) falando sobre as declarações de Le Pen sobre câmaras de gás, em vídeo, numa entrevista dada a um jornal?

Link do vídeo: ina.fr René Rémond

Resumo do vídeo: Plateau René Rémond (15/09/1987 - 03min20s)
Convidado do jornal, o historiador René Rémond, fala sobre as palavras de Jean-Marie Le Pen no "Grande Júri RTL-Le Monde", considerando as câmaras de gás como um "detalhe técnico". René Rémond considera, por sua vez, que as palavras de Le Pen e dos próprios fascistas banalizam o que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial: "Negar a verdade do genocídio. O que é chocante é que para ele (JM Le Pen) é apenas um detalhe." René Rémond diz que no campo revisionista não há historiadores, mas sim polemistas. "Le Pen se encaixa no campo dos revisionistas." Respondendo à "gafe" de Le Pen: "Le Pen tenta tranquilizá-los. Acho que é um relaxamento de sua vigilância, lapso, gafe." René Rémond explica o impacto sobre o primeiro turno das eleições presidenciais e seu impacto entre o primeiro e segundo turno.[2]

O "método Faurisson" de "revisar" História (que é um método comum e praticado por todos os "revisionistas") é tão bisonho que chega a ser constrangedor saber que há gente que dá crédito às cretinices de sites de extrema-direita na internet que negam o genocídio da segunda guerra com distorções e manipulações.

*Observação: no texto original no site do IHR consta no título em francês "Notre Siècle de 1918 à 1988", só que na tradução para o inglês o título aparece assim "Our Century from 1916 to 1988". Um pequeno erro de digitação, que não mereceria nem sequer uma observação exceto que por pura implicância mesmo já que os "revisionistas" adoram se "amarrar" em "erros" deste tipo.

Notas

[1] Texto "The Detail", Robert Faurisson. Texto alojado no site do IHR sobre o historiador René Rémond.
[2] Entrevista de René Remond a um telejornal francês. Vídeo alojado no site ina.fr datado de 1987.

Pra quem não viu a parte 1, confiram-na no link.

sábado, 17 de abril de 2010

Neonazis alemães cometeram 20.000 crimes em 2009

Berlim: Membros da extrema-direita alemã cometeram certa de 20.000 crimes políticos em 2009, é que declarou ontem o Secretário do Interior Thomas De Maizire.

Esta é a maior estimativa desde 2001, quando De Maizi começou a manter os registros dos crimes políticos.

De acordo com o deputado do partido Die Linke (de esquerda), as estimativas demonstram que as campanhas do governo para combater a extrema-direita fracassaram.

O parlamentar também criticou De Maizi por comparar grupos neonazis com organizações de extrema-esquerda. O governo da democrata-cristã Angela Merkel criticou iniciativas antifascistas muitas vezes, mas agora precisamos de uma ampla aliança contra os fascistas, disse Jelpke à mídia.

De acordo com Jelpke, criticismos contra aquelas demonstrações apenas aumentaram os alegados crimes políticos cometidos por ativistas de extrema-esquerda.

Fonte: Zee News, Índia/24 de março, 2010
"German Neo-Nazis: 20000 Crimes in 2009"
Link original: Prensa Latina
Tradução: Roberto Lucena
Observação: texto da matéria em português não encontrado, tirando o título, a matéria em português está fora do ar.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Atirador de museu em Washington trocou e-mails com neonazistas alemães

Berlim - O americano James von Brunn, responsável pelo tiroteio no Museu do Holocausto de Washington no qual morreu um segurança e que nega a existência da Solução Final do ditador Adolf Hitler, mantinha contatos com neonazistas alemães.

Um dos extremistas contatados pelo idoso de 88 anos era o líder e ex-advogado do Partido Nacional Democrático Alemão (NPD) Horst Mahler.

Brunn e Mahler trocaram várias mensagens por e-mail, através de fóruns internos de sites neonazistas alemães, afirma em sua última edição a revista alemã "Der Spiegel".

Em um deles, o americano contava a seu colega alemão que sentia a necessidade de viver o "ódio" como algo "natural e necessário".

Mahler, por sua vez, contestou o colega e argumentou que não se deve se "deixar cegar pelo ódio", pois isso inutiliza a visão para "destruir o inimigo".

Além dos contatos com Mahler, Brunn tinha se comprometido com ações da extrema-direita alemã em favor de Ernst Zündel, que também nega o Holocausto e para o qual o americano tinha reivindicado que fosse libertado, alegando que era "um grande homem".

Mahler é uma das figuras mais obstinadas da extrema-direita alemã, com uma longa lista de processos por incitação à violência e negação do Holocausto nas costas.

Na quarta-feira, Brunn entrou no Museu do Holocausto de Washington armado com uma espingarda e disparou contra o segurança negro Stephen T. Johns, de 39 anos, que morreu em decorrência dos tiros.

O atirador também ficou gravemente ferido, após ser baleado pelos guardas do museu, um dos mais visitados da capital americana.

Fonte: EFE/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/06/13/atirador+de+museu+em+washington+trocou+e+mails+com+neonazistas+alemaes+6711935.html

Sobre Baader-Meinhof:
http://www.baader-meinhof.com/who/terrorists/BMMeinhof.html

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Finkelstein e sua "Indústria do Holocausto"

Omer Bartov: uma história de dois Holocaustos
No The New York Times, Book Review Desk data de 6 de outubro de 2000. © Omer Bartov, 2000

NORMAN G. FINKELSTEIN primeiramente adquiriu uma reputação nacional com seu ensaio, "A 'louca' tese de Daniel Jonah Goldhagen," incluída no livro que ele escreveu com Ruth Bettina Birn, "Uma nação em julgamento." Muito deste ensaio era uma brilhante dissecação do livro de Goldhagen, "Os carrascos voluntários de Hitler." Sua última seção, entretanto, revelou que Finkelstein passou por uma bizarra metamorfose, na qual ele empregou a mesma retórica dúbia e lógica defeituosa que ele tinha identificado no trabalho de Goldhagen a fim de propôr a sua própria, até mais "insana," tese sobre forças obscuras à espreita, em sua mente, atrás do sucesso de seu adversário.

Agora Finkelstein retorna, com uma vingança, um cavaleiro solitário com uma santa missão - desmascarar uma conspiração judeu-sionista do mal. O principal argumento de "A Indústria do Holocausto" é baseada numa simples distinção entre dois fenômenos: o Holocausto nazista e "O Holocausto", que ele define como "uma representação ideológica do Holocausto nazista." O autor tem um pequeno interesse na forma, embora ele prontamente reconheça que isso acontece desde que seus pais sobreviveram a esses horrores e desde que alguns dos poucos historiadores que ele respeita, notavelmente Raul Hilberg, escreveram sobre o assunto.

Mas numa dessas inversões estranhas que caracteriza seu livro, Finkelstein fala do evento histórico com o mesmo tipo de temor, e demanda a mesma sorte de incompreensão silenciosa, que ele atribui a seu principal rival, Elie Wiesel. Para que "realmente se aprenda algo do Holocausto nazista," ele afirma que "sua dimensão física deve ser reduzida e sua dimensão moral expandida." Entretanto, o quer que isso signifique, não vem a ser nenhuma surpresa que suas visões sobre as origens, natureza e implicações do genocídio dos judeus não são nada além de uma série de afirmações vagas, não documentadas e contraditórias.

Assim, por exemplo, em algum lugar ele escreve que a "evidência histórica para um assassinato por impulso gentílico é zero," e rejeita a noção de que tenha ocorrido um "abandono dos judeus" pelo governo dos Estados Unidos. Mas em outro lugar ele acusa que os Museu Memorial do Holocausto dos EUA "silencia-se sobre o fundo cristão para o antissemitismo europeu" e "minimiza as cotas de imigração discriminatórias dos EUA antes da guerra," e então prossegue citando aprovativamente o livro de David S. Wyman, "O abandono dos judeus (The Abandonment of the Jews)."

Mas o que realmente interessa a Finkelstein é "O Holocausto." O essência de seu argumento é simples: os judeus já tinham o Holocausto e os sionistas não, então eles teriam que inventá-lo. Certamente, por todos os intentos e propósitos, isto é exatamente o que eles fizeram, na forma de "O Holocausto," apesar do fato perturbador de que tal evento aconteceu. E por que "O Holocausto" foi fabricado? Porque isso legitima "uma das mais formidáveis potências militares", Israel, permitindo que ele "se apresente como um estado 'vítima'," e porque isso fornece "ao mais bem sucedido grupo étnico nos Estados Unidos," os judeus, uma "imunidade ao criticismo," levando a uma "das maiores corrupções morais a qual tipicamente atende" tal imunidade.

Finkelstein vê ele mesmo como isento de qualquer desejo de explorar "O Holocausto" para seus próprios fins, ao contrário de seus aparentemente incontáveis inimigos. O fato de que suas "revelações" sensacionais e acusações chocantes atraiam atenção de um grande público e atenção da mídia não é culpa dele. Não é se veemente antissionismo e ódio seething do que ele percebe como uma liderança judaica corrupta nos EUA qualquer coisa além de uma reflecção de uma realidade que apenas ele pode perceber através das nuvéns da mistificação e demagogia que enganaram milhares de pessoas leigas, acadêmicos e intelectuais. Do seu Monte Sinai, tudo é claro e óbvio. Só que sua voz é muito fraca para ser ouvida no vale.

O principal culpado, no mundo de acordo com Finkelstein, é "a indústria do Holocausto", feita por autoridades israelenses e advogados gordos, agentes judaicos bem posicionados nos círculos da política americana e sionistas implacáveis determinados a subjugar os palestinos. Aqui ele combina uma visão antiga de Israel de 1960 como o posto avançado do imperialismo americano como uma novela variação sobre a falsificação antissemita, "Os Protocolos dos Sábios de Sião", que alerta sobre uma conspiração judaica para dominar o mundo. Agora, entretanto, a conspiração judaica intenta "chacoalhar" (sua frase favorita) entidades inocentes como os bancos suíços, corporações alemães e e os donos das propriedades judaicas saqueadas por europeus da Europa Oriental, todos em ordem a consolidar o poder judaico e influência sem dar aos sobreviventes reais do genocídio qualquer coisa além de retórica vazia.

Em nenhum lugar Finkelstein menciona que os principais beneficiários da compensação pelo trabalho forçado será sabiamente gentios, homens e mulheres, vivendo seus últimos dias na pobreza do leste europeu, ou que acadêmicos alemães como Ulrich Herbert, dificilmente um empregado dos "interesses judaicos", tem estado a frente na luta por indenizações para compensação das corporações, que por décadas recusaram a admitir seus enormes ganhos com trabalho escravo e forçado. Da perspectiva do autor, isto é simplesmente um caso da organizada judiaria americana "dominando aqueles menos capazes de se defender a si mesmos," tais como, presumivelmente, os bancos suíços que sofreram uma "conspiração" e foram boicotados, e conseguiram com isso "dos Estados Unidos e seus aliados" "outros $70 milhões."

Portanto, as grandes potências do mundo capitularem no que o The Times de Londres chamou de campanha do "Holoconto" nos Estados Unidos, de acordo com Finkelstein. Ele reserva um especial desprezo pela Conferência das Reivindicações, uma reserva das organizações judaicas que distribuem fundos de reparação a sobreviventes, e menciona com aprovação um membro do parlamento da extrema-direita israelense Michael Kleiner, que chamou a conferência de uma "Judenrat, fazendo o trabalho dos nazis de maneiras diferentes". Certamente, como Finkelstein diz em outro contexto, les extrmes se touchent(os extremos se tocam): ao denunciar a "extorsão" das corporações alemães, este extremista de esquerda antissionista usa precisamente o tipo de retórica que Menachem Begin empregou quando falou contra o recebimento do "dinheiro de sangue" durante os motins da extrema-direita contra o acordo de restituição com a Alemanha Ocidental no início dos anos de 1950, que quase derrubou o governo israelense.

Há outra coisa a dizer desta deformação de inteligência e desta perveção da indignação moral. Há também algo indecente sobre isso, algo juvenil, hipócrita, arrogante e estúpido. Como foi mostrado no livro mais equilibrado de Peter Novick (embora não totalmente satisfatório), "O Holocausto na vida americana (The Holocaust in American Life)," a mudança de percepção sobre o genocídio nazista dos judeus também abriu caminhos para uma variedade de exploradores e oportunistas sem valor. Já fazer disto uma conspiração internacional judaica beira a paranóia e serve a antissemitas ao redor do mundo muito melhor que qualquer advogado cobraria para "extorquir" um industrial alemão.

Finkelstein fala da "indústria do Holocausto" como se isto "cobrisse num manto sagrado as 'pobres vítimas do Holocausto.' "Já ele se cobre nesse mesmo manto, enquanto ao mesmo tempo mostra pouca simpatia pelos sentimentos dos sobreviventes e enorme zelo em expôr o "abandono negligente e cruel" da "indústria do Holocausto", que ele chama de "o principal fomentador de antissemitismo na Europa". Por isto a "chantagem aos banqueiros suíços e industriais alemães", como também da "fome dos camponeses poloneses," a "indústria do Holocausto" procura incessantemente aumentar a pilhagem de ouro, ou a "pilhagem holocáustica," na qual lideranças judaicas e sionistas estão agora alegadamente sentadas. "O Holocausto", Finkelstein conclui, é possivelmente "o maior roubo da história da humanidade."

O que eu acho tão marcante em "A Indústria do Holocausto" é que é quase uma cópia exata dos argumentos que pretende expôr. É livro está cheio exatamente do mesmo tipo de hipérbole estridente que Finkelstein justamente deplora na campanha de grande parte da mídia atual sobre o Holocausto; ele está cheio da mesma indiferença em relação aos fatos históricos, contradições internas, políticas estridentes e contextualizações dúbias; e isso escorre com um sentido presunçoso de superioridade moral e intelectual.

Este livro é, em uma palavra, a visão de um fanático ideológico sobre o oportunismo de outras pessoas, feito por um escritor tão imprudente e implacável em seus ataques que ele está preparado para defender seus próprios inimigos, os bastiões do capitalismo ocidental, para alertar que "O Holocausto" provocará um antissemitismo cuja significância ele, entretando, dá um desconto. Como qualquer teoria da conspiração, contém várias meias verdades; e como qualquer teoria desse tipo, é um tanto irracional e insidiosa. Finkelstein pode agora dizer que ele mesmo criou sua própria indústria do Holocausto.

Fonte: Site anti-rev.org, The New York Times, Book Review Desk
http://www.anti-rev.org/textes/Bartov00a/
Tradução: Roberto Lucena
Fotos: 1) N. Finkelstein, 2) Omer Bartov

Ler mais: Finkelstein e o Holocausto
Socialista britânico critica radicalismo de Finkelstein
http://holocausto-doc.blogspot.com/2008/08/socialista-britanico-critica.html
por Alex Callinicos

domingo, 3 de maio de 2009

Roger Garaudy - "revisionistas" - biografias - 01

Roger Garaudy

Roger Garaudy ou Ragaa (nasceu em 17 de julho de 1913, em Marselha). É um autor francês e convertido ao islamismo que atraiu atenção pública por sua postura e escritos como negador do Holocausto.

Durante a Segunda Guerra, Garaudy foi aprosionado em Djelfa, Argélia, como um prisioneiro de guerra da França de Vichy; ele era um membro do Partido Comunista Francês que tentou reconciliar o Marxismo com o Catolicismo Romano nos anos setenta, e então abandonou ambas as doutrinas em favor do Islã sunita quando se tornou muçulmano em 1982, adotando seu novo nome(Ragaa). Ele atualmente vive na Espanha.

Em 1998, uma corte francesa o considerou culpado de negação do Holocausto e de difamação racista, multando-o em FF 120,000 ($40,000) por seu livro de 1995 "Mythes fondateurs de la politique israélienne"(Mitos Fundadores da Política Israelense). Endossando as visões do negador do Holocausto francês Robert Faurisson, o livro declara que durante o Holocausto, judeus não foram assassinados em câmaras de gás. O livro foi rapidamente traduzido para o árabe e o persa, e um advogado sudanês, Faruk M. Abu Eissa, reuniu um grupo de cinco homens da área jurídica para dar apoio a Garaudy em seu julgamento em Paris. O governo iraniano pagou parte da multa de Garaudy. Garaudy é também conhecido por ser um amigo de Abbé Pierre.

O negacionismo, a Velha Toupeira e a facção antissemita da extrema-esquerda francesa

"O mesmo arsenal de argumentos e as mesmas provas são utilizados pêlos diferentes pesquisadores da escola. Durante o julgamento de Klaus Barbie, o francês Roger Garaudy depôs como testemunha da defesa, sustentando que as deportações feitas por Barbie não se destinavam a centros de extermínio, porque estes não existiram. Mais recentemente, Garaudy, o ex-dirigente do PCF convertido ao Islã em 1982 depois de uma aproximação com intelectuais católicos, aderiu a esta modalidade de história como farsa, em seu livro Os Mitos Fundadores da Política Israelense (Velha Toupeira, 1995). O livro acrescenta à cantilena conhecida, a pretensão de revelar a génese oligárquico-judaica do mito do Holocausto, denunciando-o como elemento fundador do Estado de Israel.

Garaudy tornou-se um mártir da causa negacionista pela condenação que sofreu em 1999. A publicação do livro lhe valeu uma sentença de um ano de prisão, além de multa de 60 mil francos. (29) No entanto, para a propaganda de solidariedade terceiro-mundista, tão cara à Velha Toupeira, ele agregou credenciais intelectuais indiscutivelmente mais expressivas que as de qualquer de seus outros colegas, representantes, segundo o próprio Garaudy, da crítica científica da História." [1]

[1] Trecho do texto do capítulo 9 do livro "Neonazismo, Negacionismo e Extremismo Político".

Fonte: antisemitism.org.il
Tradução(primeira parte): Roberto Lucena

Próximo>> Roeland Raes - "revisionistas" - biografias - 02

quinta-feira, 5 de março de 2009

Antissemitismo e racismo disseminados no Brasil pela internet

O Instituto Stephen Roth publica relatórios sobre atividades antissemitas e racistas ao redor do mundo. Apesar de não ter sido publicado recentemente, o relatório de 2007 continua atual. Pra não traduzir tudo, destaca-se as partes mais relevantes do texto.
_________________________________________________

"O relatório diz que a atividade antissemita foi manifestada principalmente no âmbito visual, verbal e através de insultos escritos. Foi observado um aumento na incitação contra judeus, negros, índios e homossexuais.

Insultos verbais e escritos

Ambas, extrema-direita e radicais de extrema-esquerda estiveram por detrás de propaganda antissemita e antissionista online e impressa. Dos 217,680 relatórios ao National Center for Complaints of Cybernetic Crimes em 2007, 51,395 (23.6 porcento) eram sobre racismo, neonazismo, intolerância religiosa e xenofobia; 96% das queixas foram respondidas (Jornal Alef, 25 de junho). De acordo com o monitoramento da internet pela ONG SaferNet Brasil, o número de páginas neonazistas em português na internet cresceram em 47% de abril de 2007 até o começo de 2008 (Folha online, Maio 8, 2008, http://www.derwood.eti.br/modules/news/article_trans.php?storyid=2138

O site antirracista da Afropress (http://www.afropress.com) e da ONG antirracista ABC sem Racismo, fizeram uma queixa ao Ministério Público federal sobre violações da democracia e da harmonia interracial. (http://www2.pgr.mpf.gov.br/o_mpf/sobre_o_mpf ).

Sites neonazistas brasileiros, monitorados por quase uma década pelo GPD – Grupo de Pesquisa da Discriminação (http://www.fflch.usp.br/dlo/cej/gpd/index.htm , ver ASW 1998-2006) - continuou a ser ativo em 2007 sob diferentes nomes e hospedagens. Alguns sites neonazis em português continham material de Negação do Holocausto e foram operados por cidadãos brasileiros. Entre estes estão inclusos o http://www.grupodirlip.org/ , que incluía uma página de venda de livros do negador do Holocausto Siegfried Ellwanger Castan, que dissemina, entre outros trabalhos antissemitas, "Os Protocolos dos Sábios de Sião" (ver ASW 1997/8, 2003-5).

Funcionários judeus continuaram a receber mensagens antissemitas em 2007.

Houve crítica ao Projeto de Lei de criminalização do Holocausto proposto pelo Dep. Marcelo Itagiba. Um novo site brasileiro de negação do Holocausto, o 'Inacreditável' (http://www.inacreditavel.com.br/brasil/pl_987.htm ) também condenou a moção em nome da “liberdade de expressão.”

De forma similar, em 26 de setembro, colunista da Revista Caros Amigos, remeteu via lista(de e-mail) um artigo criticando a Assembleia Genral da ONU pela resolução condenando a negação do Holocausto.

Problemas com o Holocausto em carro alegórico de Escola de Samba:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81439-6014-507,00.html ; BBPress, Jan. 31, 2008).

Respostas aos crimes pelas autoridades brasileiras

Em Americana, Estado de São Paulo, um jovem identificado como H. foi investigado sob suspeita de incitação de discriminação contra negros, judeus, homossexuais e nordestinos (pessoas de origem em Estados do Nordeste brasileiro). A polícia encontrou DVDs com conteúdo racista, como também suásticas e outros símbolos nazistas. Cinco outros jovens da área de São Paulo, bloggers no website do Google, Orkut, usado por H., foram também presos. Eles poderão pegar de um a três anos de cadeia em se confirmando o crime de discriminação ou de dois a cinco anos de cadeira se forem culpados por uso da suástica para propaganda nazista.

Membros do grupo neonazista fundando em 1982 foram presos em Brasília, em Novembro. Muito do material foi apreendido, incluindo diários e ordens recebidas de militantes britânicos do grupo C18 (Combat 18) para conduzir uma limpeza étnica de nordestinos. A polícia acredita que o assassinato de 3-4 membros do grupo brasileiro antes de sua prisão foi ordenada pelo C18 para eliminar militantes “impuros” (ver “Gang nazi presa em Brasília,” Correio Braziliense, Nov. 22; FIERJ, Nov. 26, at http://www.fierj.blogspot.com/ ).

Vários sites neonazis que violam leis antirracistas, como o http://www.valhalla88.com/ , foram banidos em 2007. Em junho de 2007, a FIERJ e OAB-RJ, organizaram um seminário sobre “Crimes de Ódio na Internet” (Hate crimes on the net), que trouxeram pela primeira vez representantes das principais instituições brasileiras (Ministério Público, a Polícia Federal e ONGs que monitoram crimes na internet). Welder de Almeida da Polícia Federal falou dos passos que eles estavam tomando para pegar racistas, incluindo membros da Ku-Klux-Klan e White Power no Brasil."

Fonte: The Stephen Roth Institute for the Study of Antisemitism and Racism
http://www.tau.ac.il/Anti-Semitism/asw2007/brazil.html; Link2
Tradução: Roberto Lucena

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