A quem se interessar pelo filme, já que tem a ver com a temática do blog (segunda guerra), filme sobre pracinhas da FEB ganha prêmio de melhor filme (longa) em Gramado (RS). Vou colocar resumos de matérias abaixo comentando o filme pois não consegui achar muito mais informação sobre ele. Cortei comentários dos outros filmes pois fogem do assunto tratado aqui e, honestamente, não tenho o menor interesse em vê-los porque são "mais do mesmo", mesmos "artistas", filmes batidos etc, fruto do monopólio/oligopólio de mídia no Brasil por uma certa 'Emissora de TV'. Quem quiser ler as matérias inteiras com todos os comentários é só clicar nos links.
Drama de guerra 'A estrada 47' vence a competição brasileira
Ganhador do troféu Redentor de melhor montagem e de uma menção honrosa, para o ator Francisco Gaspar, no Festival do Rio de 2013, o drama de guerra “A estrada 47”, de Vicente Ferraz, foi o grande vencedor do Kikito de melhor longa-metragem brasileiro do 42º Festival de Gramado, encerrado na noite deste sábado.
Resultado de uma coprodução com a Itália e Portugal, o filme descreve os desafios de um grupo de pracinhas brasileiros nos campos de batalha italianos, na região de Monte Castelo, durante a Segunda Guerra Mundial. Coestrelado por Daniel de Oliveira e Julio Andrade, “A estrada 47” também levou o prêmio de melhor desenho de som.
— Esse filme é resultado de um trabalho muito grande. Foi difícil convencer as pessoas a fazer um filme de guerra, na neve e em outro país – disse Ferraz no palco do Palácio dos Festivais, ao receber seu troféu. — Mas também tem a questão da camaradagem. A participação desses atores maravilhosos foi fundamental.
“A estrada 47” derrotou outros favoritos da competição nacional, como “A luneta do tempo”, de Alceu Valença, que ficou com os Kikitos de direção de arte e trilha sonora; e “A despedida”, de Marcelo Galvão, que ainda acabou levando os prêmios de direção, ator (Nelson Xavier), atriz (Juliana Paes) e fotografia (Eduardo Makino).
Fonte: Portal AZ
http://www.portalaz.com.br/noticia/arte_e_cultura/304066_drama_de_guerra_a_estrada_47_vence_a_competicao_brasileira.html
Crédito: Europa Filmes
A Estrada 47, de Vicente Ferraz, saiu consagrado como melhor filme nacional do 42º Festival de Cinema de Gramado. O longa sobre um grupo de brasileiros lutando ao lado das tropas aliadas na Segunda Guerra Mundial também levou o kikito de Melhor Desenho de Som, para Branco Neskov.
Fonte: Cinecessário
http://wp.clicrbs.com.br/cinecessario/2014/08/17/vencedores-em-gramado/?topo=87,2,18,,,77
Observação rápida antes do trailer do filme abaixo: lendo alguns comentários no vídeo do trailer no Youtube a gente se depara com bobagens do "naipe" de "o governo não quer que veja" e coisas desse tipo. Só estou comentando porque não é a primeira vez que leio uma bobagem dessas e francamente, tem certas coisas que tiram do sério por haver um fanatismo correndo solto no Brasil que deixa as pessoas nesse estado. Não querendo ser chato, mas já sendo, eu não sei o que se passa na cabeça dessas pessoas, se é apenas falta de informação (ignorância) ou algum tipo de fanatismo/radicalismo qualquer. Primeiro, não há como abordar o assunto da segunda guerra inteiro em escolas, quem quiser ler sobre isso lê à parte como outros assuntos. Achar que o mundo para e começa em determinado assunto, por mais relevante que seja, só porque a pessoa gosta de um assunto é de um egoísmo (e "bitolamento") fora do comum, além de alienação e fetiche (fantasias em cima dessas coisas e ignorar a realidade). Ou seja, a princípio isso não é só questão de governo, até porque escolas privadas não seguem à risca governos e boa parte do ensino não-superior no país é privado em vez de ser público. Essas pessoas muitas vezes não gostam de ler e querem que essas instituições repassem resumos que elas consideram como "o ensino", por preguiça. Pode haver, mas a princípio eu não vejo pessoas de outros países ficarem com essa choradeira e a abordagem é quase a mesma, não ficam centrados só no tema segunda guerra em escolas até porque há mais coisas a serem ensinadas além disso. Acho vergonhoso ler certos comentários que leio em páginas brasileiras, fruto de falta de reflexão e preguiça em querer se informar, nem procurar algo no Google as pessoas às vezes procuram.
Trailer do filme:
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segunda-feira, 18 de agosto de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
7,5 mil militares foram perseguidos pela ditadura. Sobre o brigadeiro Rui Moreira Lima
A matéria segue abaixo pois o título dela é outro e não foi possível colocar na época que saiu o falecimento do brigadeiro Rui Moreira Lima.
Como já comentei antes aqui (conferir tag), tópicos/posts sobre História do Brasil poderão (e deverão) ser colocados neste blog pois tem correlação com o fenômeno negacionista e também por ser algo de interesse civil amplo. A ignorância da população com o assunto é muito grande e por vezes o interesse o de menos (quando deveria ser muito maior), o que gera problemas de memória histórica com aceitação de versões distorcidas fornecidas pela extrema-direita na web.
Este pouco apreço do povo pela História do país é uma falha grave do ensino brasileiro, principalmente a não abordagem forte sobre a questão das ditaduras no país.
Penso que antes de se preocuparem "tanto" (como alguns "revis" fazem, por exemplo) com as ditaduras dos países dos outros o povo deveria se preocupar em saber o que se passou aqui no país, principalmente agora que existe uma Comissão esclarecendo (pondo a limpo) em definitivo o que houve, não só sobre a ditadura militar de 1964-1985 como também abrangerá a ditadura Vargas.
____________________________________________________________
Faleceu Rui Moreira Lima, o militar que recusou a ditadura
Faleceu na madrugada desta terça-feira (13), no Rio de Janeiro, o brigadeiro Rui Moreira Lima, aos 94 anos. Ele estava internado no Hospital Central da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, há um mês e meio, em decorrência de complicações de um AVC sofrido este ano. Ele teve uma parada cardíaca às 4h30. O corpo do militar será velado no Instituto Histórico da Aeronáutica, às 14h, e o enterro será às 16h, no Cemitério São João Batista.
Fonte: http://goo.gl/OSqaam
A reportagem é publicada pelo portal Vermelho, 13-08-2013.
Em outubro de 2012, ele prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade, que iniciou então um grupo de trabalho sobre militares perseguidos pela Ditadura Militar.
Herói da 2ª Guerra Mundial, com 94 missões na Europa, Moreira Lima era coronel quando foi demitido, em 2 de abril de 1964, do comando da Base Aérea de Santa Cruz, e preso por ser contra o golpe militar.
O crime de Rui Moreira Lima foi resistir ao golpe. Depois disso, Rui passou a ser um militante pela Anistia aos militares perseguidos e escreveu o best-seller "Senta a Pua!", sobre os integrantes da FAB que participaram da 2ªGM.
Cerca de 7,5 mil militares teriam sofrido algum tipo de perseguição nos anos de chumbo, segundo consultor da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Ribeiro da Cunha.
Os depoimentos e investigações continuam nas comissões Nacional e Estadual da Verdade do Rio de Janeiro que ouviram nesta segunda-feira (12) dois militares que sofreram perseguição política e tortura durante a ditadura militar (1964-1985) por causa das preferências políticas ou discordâncias em relação a crimes cometidos pelo regime.
No dia 15 de outubro de 2012, Rui Moreira Lima, o militar que se recusou a entregar a Base Aérea de Santa Cruz ao Regime Militar, deu depoimento à Comissão Nacional da Verdade. Segue abaixo:
O Grupo de trabalho iniciou atividades no último dia 11[outubro de 2012], no Rio de Janeiro, colhendo o depoimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, de 93 anos.
Quando o golpe militar eclodiu, em 31 de março de 1964, a quebra da ordem institucional vigente, causada pela deposição do presidente João Goulart, legalmente no poder, não foi aceita por unanimidade nos quartéis. Várias vozes se levantaram na caserna e militares que se opuseram ao golpe foram cassados, perderam salários, patentes ou foram presos por expressarem sua discordância.
Afim de recuperar essa história, a Comissão Nacional da Verdade criou um grupo de trabalho para apurar as violações de direitos humanos sofridas pelos militares que se opuseram ao golpe militar.
As atividades do GT começaram com a colheita do depoimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, de 93 anos, herói da 2ª Guerra Mundial, que participou de 94 missões com aviões de caça na Itália. Lima contou aos membros da Comissão Nacional da Verdade José Carlos Dias e Rosa Cardoso detalhes da repressão sofrida por ele e outros colegas de farda que se opuseram ao regime. Especialistas no tema também já estão sendo ouvidos pela CNV para indicar informações sobre essa linha pesquisa.
Em seu depoimento, Moreira Lima também foi questionado a respeito dos antecedentes do golpe. Para ele, o grupo que tomou o poder à força era uma minoria dentro das Forças Armadas. Perguntado se a tese apresentada no livro "1964 – O DNA da Revolução" (dos ex-oficiais Jônathas de Barros Nunes e Gastão Rúbio de Sá Weyne), que afirma que todo o golpe foi engendrado por cerca de 300 oficiais, o brigadeiro não teve dúvidas: "não li o livro, mas os autores devem estar com a razão. Foram poucos".
Antecedentes do Golpe - "Esse golpe de 64 veio andando, andando", afirmou o brigadeiro, lembrando seguidas quebras da ordem institucional, como a junta militar que, em 1961, assumiu o poder enquanto o cargo de presidente ficou vago após a renúncia de Jânio Quadros, uma vez que João Goulart estava em visita oficial à China.
Moreira Lima foi preso três vezes: a primeira delas em 2 de abril de 1964, quando o brigadeiro foi deposto do comando da Base Aérea de Santa Cruz, pois Moreira Lima se opôs ao golpe. "Vários colegas foram presos, acusados de serem comunistas. Sempre prenderam os comunistas, desde 1930. Eu trabalhei com comunistas, na Petrobras, mas sempre fui um homem de pensamento livre. Em 64, eu fui o primeiro a ser preso que não foi os de sempre", afirmou.
Depois de ser processado, ser preso mais uma vez em 1964, e ser aposentado compulsoriamente, Moreira Lima partiu para iniciativa privada. Trabalhava com patentes em 1970, quando foi seqüestrado por uma equipe da Policia do Exército a serviço do Doi-Codi. "Quando cheguei lá, meu filho Pedro já estava sequestrado. Ordenei que ele fosse embora", disse o brigadeiro.
O filho foi liberado, mas o brigadeiro ficou três dias preso sem acusação formal, numa cama de três pernas, com colchão fino e equilíbrio precário, o que lhe causou privação do sono. "Foi tortura", afirmou o filho. "Quando eu precisava fazer necessidades, era vigiado por um soldado o tempo todo, apontando uma metralhadora", contou Moreira Lima.
Ao todo, Moreira Lima afirma que ficou 200 dias preso nos três episódios de prisão, dois em 1964 e o de 1970, além de constantes ameaças de prisão e convites para "visitar" dependências do setor de inteligência, além do constante monitoramento que causava terror à família e vizinhos.
Além do depoimento, gravado em áudio e vídeo pela Comissão Nacional da Verdade, o brigadeiro Rui Moreira Lima entregou à CNV cópias de documentos relacionados aos processos e prisões que sofreu durante o regime militar.
"Esperava muito do depoimento do brigadeiro e ficou comprovado que muitos militares sofreram violências em razão da Ditadura", afirmou o membro da Comissão Nacional da Verdade José Carlos Dias. "O depoimento do brigadeiro certamente fará parte do relatório final da Comissão e abriu vários caminhos para a investigação do GT que apurará as violações de direitos humanos sofridas por militares que se opuseram ao regime", disse Rosa Cardoso.
Na abertura da sessão desta terça (13) do grupo da Comissão da Verdade, o consultor Paulo Ribeiro da Cunha lamentou a morte e disse que o militar era uma pessoa extraordinária, que inspira o processo de luta pela verdade. "Hoje nossos trabalhos serão permeados pela emoção dessa perda".
Fonte: site Instituto Humanitas Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/522742-faleceu-rui-moreira-lima-o-militar-que-recusou-a-ditadura
Como já comentei antes aqui (conferir tag), tópicos/posts sobre História do Brasil poderão (e deverão) ser colocados neste blog pois tem correlação com o fenômeno negacionista e também por ser algo de interesse civil amplo. A ignorância da população com o assunto é muito grande e por vezes o interesse o de menos (quando deveria ser muito maior), o que gera problemas de memória histórica com aceitação de versões distorcidas fornecidas pela extrema-direita na web.
Este pouco apreço do povo pela História do país é uma falha grave do ensino brasileiro, principalmente a não abordagem forte sobre a questão das ditaduras no país.
Penso que antes de se preocuparem "tanto" (como alguns "revis" fazem, por exemplo) com as ditaduras dos países dos outros o povo deveria se preocupar em saber o que se passou aqui no país, principalmente agora que existe uma Comissão esclarecendo (pondo a limpo) em definitivo o que houve, não só sobre a ditadura militar de 1964-1985 como também abrangerá a ditadura Vargas.
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Faleceu Rui Moreira Lima, o militar que recusou a ditadura
Faleceu na madrugada desta terça-feira (13), no Rio de Janeiro, o brigadeiro Rui Moreira Lima, aos 94 anos. Ele estava internado no Hospital Central da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, há um mês e meio, em decorrência de complicações de um AVC sofrido este ano. Ele teve uma parada cardíaca às 4h30. O corpo do militar será velado no Instituto Histórico da Aeronáutica, às 14h, e o enterro será às 16h, no Cemitério São João Batista.
Fonte: http://goo.gl/OSqaam
A reportagem é publicada pelo portal Vermelho, 13-08-2013.
Em outubro de 2012, ele prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade, que iniciou então um grupo de trabalho sobre militares perseguidos pela Ditadura Militar.
Herói da 2ª Guerra Mundial, com 94 missões na Europa, Moreira Lima era coronel quando foi demitido, em 2 de abril de 1964, do comando da Base Aérea de Santa Cruz, e preso por ser contra o golpe militar.
O crime de Rui Moreira Lima foi resistir ao golpe. Depois disso, Rui passou a ser um militante pela Anistia aos militares perseguidos e escreveu o best-seller "Senta a Pua!", sobre os integrantes da FAB que participaram da 2ªGM.
Cerca de 7,5 mil militares teriam sofrido algum tipo de perseguição nos anos de chumbo, segundo consultor da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Ribeiro da Cunha.
Os depoimentos e investigações continuam nas comissões Nacional e Estadual da Verdade do Rio de Janeiro que ouviram nesta segunda-feira (12) dois militares que sofreram perseguição política e tortura durante a ditadura militar (1964-1985) por causa das preferências políticas ou discordâncias em relação a crimes cometidos pelo regime.
No dia 15 de outubro de 2012, Rui Moreira Lima, o militar que se recusou a entregar a Base Aérea de Santa Cruz ao Regime Militar, deu depoimento à Comissão Nacional da Verdade. Segue abaixo:
O Grupo de trabalho iniciou atividades no último dia 11[outubro de 2012], no Rio de Janeiro, colhendo o depoimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, de 93 anos.
Quando o golpe militar eclodiu, em 31 de março de 1964, a quebra da ordem institucional vigente, causada pela deposição do presidente João Goulart, legalmente no poder, não foi aceita por unanimidade nos quartéis. Várias vozes se levantaram na caserna e militares que se opuseram ao golpe foram cassados, perderam salários, patentes ou foram presos por expressarem sua discordância.
Afim de recuperar essa história, a Comissão Nacional da Verdade criou um grupo de trabalho para apurar as violações de direitos humanos sofridas pelos militares que se opuseram ao golpe militar.
As atividades do GT começaram com a colheita do depoimento do brigadeiro Rui Moreira Lima, de 93 anos, herói da 2ª Guerra Mundial, que participou de 94 missões com aviões de caça na Itália. Lima contou aos membros da Comissão Nacional da Verdade José Carlos Dias e Rosa Cardoso detalhes da repressão sofrida por ele e outros colegas de farda que se opuseram ao regime. Especialistas no tema também já estão sendo ouvidos pela CNV para indicar informações sobre essa linha pesquisa.
Em seu depoimento, Moreira Lima também foi questionado a respeito dos antecedentes do golpe. Para ele, o grupo que tomou o poder à força era uma minoria dentro das Forças Armadas. Perguntado se a tese apresentada no livro "1964 – O DNA da Revolução" (dos ex-oficiais Jônathas de Barros Nunes e Gastão Rúbio de Sá Weyne), que afirma que todo o golpe foi engendrado por cerca de 300 oficiais, o brigadeiro não teve dúvidas: "não li o livro, mas os autores devem estar com a razão. Foram poucos".
Antecedentes do Golpe - "Esse golpe de 64 veio andando, andando", afirmou o brigadeiro, lembrando seguidas quebras da ordem institucional, como a junta militar que, em 1961, assumiu o poder enquanto o cargo de presidente ficou vago após a renúncia de Jânio Quadros, uma vez que João Goulart estava em visita oficial à China.
Moreira Lima foi preso três vezes: a primeira delas em 2 de abril de 1964, quando o brigadeiro foi deposto do comando da Base Aérea de Santa Cruz, pois Moreira Lima se opôs ao golpe. "Vários colegas foram presos, acusados de serem comunistas. Sempre prenderam os comunistas, desde 1930. Eu trabalhei com comunistas, na Petrobras, mas sempre fui um homem de pensamento livre. Em 64, eu fui o primeiro a ser preso que não foi os de sempre", afirmou.
Depois de ser processado, ser preso mais uma vez em 1964, e ser aposentado compulsoriamente, Moreira Lima partiu para iniciativa privada. Trabalhava com patentes em 1970, quando foi seqüestrado por uma equipe da Policia do Exército a serviço do Doi-Codi. "Quando cheguei lá, meu filho Pedro já estava sequestrado. Ordenei que ele fosse embora", disse o brigadeiro.
O filho foi liberado, mas o brigadeiro ficou três dias preso sem acusação formal, numa cama de três pernas, com colchão fino e equilíbrio precário, o que lhe causou privação do sono. "Foi tortura", afirmou o filho. "Quando eu precisava fazer necessidades, era vigiado por um soldado o tempo todo, apontando uma metralhadora", contou Moreira Lima.
Ao todo, Moreira Lima afirma que ficou 200 dias preso nos três episódios de prisão, dois em 1964 e o de 1970, além de constantes ameaças de prisão e convites para "visitar" dependências do setor de inteligência, além do constante monitoramento que causava terror à família e vizinhos.
Além do depoimento, gravado em áudio e vídeo pela Comissão Nacional da Verdade, o brigadeiro Rui Moreira Lima entregou à CNV cópias de documentos relacionados aos processos e prisões que sofreu durante o regime militar.
"Esperava muito do depoimento do brigadeiro e ficou comprovado que muitos militares sofreram violências em razão da Ditadura", afirmou o membro da Comissão Nacional da Verdade José Carlos Dias. "O depoimento do brigadeiro certamente fará parte do relatório final da Comissão e abriu vários caminhos para a investigação do GT que apurará as violações de direitos humanos sofridas por militares que se opuseram ao regime", disse Rosa Cardoso.
Na abertura da sessão desta terça (13) do grupo da Comissão da Verdade, o consultor Paulo Ribeiro da Cunha lamentou a morte e disse que o militar era uma pessoa extraordinária, que inspira o processo de luta pela verdade. "Hoje nossos trabalhos serão permeados pela emoção dessa perda".
Fonte: site Instituto Humanitas Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/522742-faleceu-rui-moreira-lima-o-militar-que-recusou-a-ditadura
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sábado, 7 de julho de 2012
U-507: O submarino que afundou o Brasil na Segunda Guerra
Livro-reportagem detalha episódio que jogou o Brasil na Segunda Guerra
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial completa 70 anos em agosto próximo. A decisão foi tomada pelo então presidente Getúlio Vargas depois que o submarino alemão U-507 torpedeou cinco navios nacionais, no litoral de Sergipe e da Bahia, entre os dias 15 e 17 de agosto de1942, causando a morte de 607 brasileiros. Uma semana depois, Vargas decretou estado de beligerância à Alemanha e à Itália e, no dia 31 de agosto, declarou guerra.
O episódio, ainda pouco conhecido dos brasileiros, é o tema do livro-reportagem “U-507 – O submarino que afundou o Brasil na Segunda Guerra”, que marca a estréia no mercado editorial do jornalista gaúcho Marcelo Monteiro, pela Editora Schoba, com prefácio de Luis Fernando Verissimo. A obra, que será lançada oficialmente em 20 de junho, às 19h30, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em Brasília, é resultado de três anos e meio de pesquisas e entrevistas. Com cerca de 350 páginas, o livro-reportagem revela em detalhes os afundamentos dos mercantes Baependy, Araraquara, Aníbal Benévolo, Itagiba e Arará, mostrando o sofrimento das vítimas da carnificina nazista. A narrativa conta o drama de náufragos devorados por tubarões, de sobreviventes vagando por mais de dois dias sem água ou comida e da menininha que sobreviveu ao afundamento do Itagiba boiando por horas dentro de uma caixa de madeira vazia.
Até então, o Brasil procurava manter-se neutro no conflito. Mas, depois de romper relações diplomáticas com o Eixo – em função do ataque à base americana de Pearl Harbor, em dezembro anterior –, o País colaborava com o esforço de guerra ianque, exportando borracha e outros itens essenciais à indústria bélica dos Estados Unidos. Após o ataque aos navios brasileiros e diante da revolta da população, que saiu às ruas em protesto, depredando estabelecimentos comerciais pertencentes a imigrantes alemães, italianos e japoneses, Vargas viu-se obrigado a abandonar a condição de não beligerante.
Além de entrevistar sobreviventes dos naufrágios, Monteiro teve acesso ao diário de bordo de Harro Schacht, comandante do submarino alemão. Assim, além da rotina nos navios afundados, o livro também detalha, com base nos documentos nazistas, o cotidiano do próprio submersível, corrigindo alguns equívocos históricos, como o de que todos os vapores brasileiros teriam sido afundados com dois torpedos (somente o Baependy recebeu dois disparos) e trazendo uma nova – e talvez definitiva – versão para o episódio.
História viva
Entre os personagens localizados pelo autor está a alagoana Walderez Cavalcante, de 74 anos. Em 1942, com apenas quatro anos de idade, ela foi resgatada do naufrágio do Itagiba depois de permanecer cerca de quatro horas boiando dentro de uma caixa de transporte de Leite Moça. “O pessoal da baleeira me botou numa caixa de leite condensado da Nestlé, vazia, e me disse: ‘segure, não solte’”, lembra a psicóloga aposentada.
Outra náufraga entrevistada para o livro é Vera Beatriz do Canto, hoje com 74 anos, filha do capitão do Exército José Tito do Canto. Dias antes do ataque do U-507,a mãe de Vera, Noêmia, tivera um pesadelo: vira um navio preto, com centenas de pessoas vestindo preto e com um número 13 estampado no casco. No dia 13 de agosto de 1942, às 13 horas, o Itagiba partiu do armazém 13 do cais do porto do Rio de Janeiro em direção a Salvador. Essa seria a sua última viagem. No dia17, duas horas antes da chegada a Salvador, o vapor foi alvejado pelo submarino nazista, próximo ao Morro de São Paulo.
O soldado Dálvaro José de Oliveira era um dos soldados da tropa comandada pelo pai de Vera, que estava sendo transferida do Rio para Olinda (PE), onde seria formado o 7º Grupo de Artilharia de Dorso. Outro contingente de soldados do mesmo pelotão seguia no Baependy, que partira dois dias antes do Itagiba. No dia 15, o Baependy foi torpedeado. O Itagiba teria o mesmo destino no dia 17.Centenas de militares perderam a vida nos dois ataques alemães.
Às margens do Rio Una, em Valença, cidade para onde foram levados os náufragos e feridos dos naufrágios de Itagiba e Arará, o soldado Oliveira e seus colegas sobreviventes juraram vingança. Assim, em 1944, Oliveira embarcou para a Itália, onde ajudou a eliminar o nazifascismo. “Nossa vitória na guerra foi uma homenagem àqueles que morreram, inocentemente, nos navios mercantes brasileiros”,diz Oliveira, hoje com 92 anos, que até 2011 ocupava a presidência da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (ANVFEB).
Fonte: Portal FEB
http://www.portalfeb.com.br/u-507-o-submarino-que-afundou-o-brasil-na-segunda-guerra/
Ver mais:
Livro-reportagem relata como o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial completa 70 anos em agosto próximo. A decisão foi tomada pelo então presidente Getúlio Vargas depois que o submarino alemão U-507 torpedeou cinco navios nacionais, no litoral de Sergipe e da Bahia, entre os dias 15 e 17 de agosto de1942, causando a morte de 607 brasileiros. Uma semana depois, Vargas decretou estado de beligerância à Alemanha e à Itália e, no dia 31 de agosto, declarou guerra.
O episódio, ainda pouco conhecido dos brasileiros, é o tema do livro-reportagem “U-507 – O submarino que afundou o Brasil na Segunda Guerra”, que marca a estréia no mercado editorial do jornalista gaúcho Marcelo Monteiro, pela Editora Schoba, com prefácio de Luis Fernando Verissimo. A obra, que será lançada oficialmente em 20 de junho, às 19h30, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em Brasília, é resultado de três anos e meio de pesquisas e entrevistas. Com cerca de 350 páginas, o livro-reportagem revela em detalhes os afundamentos dos mercantes Baependy, Araraquara, Aníbal Benévolo, Itagiba e Arará, mostrando o sofrimento das vítimas da carnificina nazista. A narrativa conta o drama de náufragos devorados por tubarões, de sobreviventes vagando por mais de dois dias sem água ou comida e da menininha que sobreviveu ao afundamento do Itagiba boiando por horas dentro de uma caixa de madeira vazia.
Até então, o Brasil procurava manter-se neutro no conflito. Mas, depois de romper relações diplomáticas com o Eixo – em função do ataque à base americana de Pearl Harbor, em dezembro anterior –, o País colaborava com o esforço de guerra ianque, exportando borracha e outros itens essenciais à indústria bélica dos Estados Unidos. Após o ataque aos navios brasileiros e diante da revolta da população, que saiu às ruas em protesto, depredando estabelecimentos comerciais pertencentes a imigrantes alemães, italianos e japoneses, Vargas viu-se obrigado a abandonar a condição de não beligerante.
Além de entrevistar sobreviventes dos naufrágios, Monteiro teve acesso ao diário de bordo de Harro Schacht, comandante do submarino alemão. Assim, além da rotina nos navios afundados, o livro também detalha, com base nos documentos nazistas, o cotidiano do próprio submersível, corrigindo alguns equívocos históricos, como o de que todos os vapores brasileiros teriam sido afundados com dois torpedos (somente o Baependy recebeu dois disparos) e trazendo uma nova – e talvez definitiva – versão para o episódio.
História viva
Entre os personagens localizados pelo autor está a alagoana Walderez Cavalcante, de 74 anos. Em 1942, com apenas quatro anos de idade, ela foi resgatada do naufrágio do Itagiba depois de permanecer cerca de quatro horas boiando dentro de uma caixa de transporte de Leite Moça. “O pessoal da baleeira me botou numa caixa de leite condensado da Nestlé, vazia, e me disse: ‘segure, não solte’”, lembra a psicóloga aposentada.
Outra náufraga entrevistada para o livro é Vera Beatriz do Canto, hoje com 74 anos, filha do capitão do Exército José Tito do Canto. Dias antes do ataque do U-507,a mãe de Vera, Noêmia, tivera um pesadelo: vira um navio preto, com centenas de pessoas vestindo preto e com um número 13 estampado no casco. No dia 13 de agosto de 1942, às 13 horas, o Itagiba partiu do armazém 13 do cais do porto do Rio de Janeiro em direção a Salvador. Essa seria a sua última viagem. No dia17, duas horas antes da chegada a Salvador, o vapor foi alvejado pelo submarino nazista, próximo ao Morro de São Paulo.
O soldado Dálvaro José de Oliveira era um dos soldados da tropa comandada pelo pai de Vera, que estava sendo transferida do Rio para Olinda (PE), onde seria formado o 7º Grupo de Artilharia de Dorso. Outro contingente de soldados do mesmo pelotão seguia no Baependy, que partira dois dias antes do Itagiba. No dia 15, o Baependy foi torpedeado. O Itagiba teria o mesmo destino no dia 17.Centenas de militares perderam a vida nos dois ataques alemães.
Às margens do Rio Una, em Valença, cidade para onde foram levados os náufragos e feridos dos naufrágios de Itagiba e Arará, o soldado Oliveira e seus colegas sobreviventes juraram vingança. Assim, em 1944, Oliveira embarcou para a Itália, onde ajudou a eliminar o nazifascismo. “Nossa vitória na guerra foi uma homenagem àqueles que morreram, inocentemente, nos navios mercantes brasileiros”,diz Oliveira, hoje com 92 anos, que até 2011 ocupava a presidência da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (ANVFEB).
Fonte: Portal FEB
http://www.portalfeb.com.br/u-507-o-submarino-que-afundou-o-brasil-na-segunda-guerra/
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Livro-reportagem relata como o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial
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quarta-feira, 4 de março de 2009
Max Wolf, herói paranaense da FEB
Natural de Rio Negro, sargento se destacou em patrulhas; seu aniversário de nascimento é comemorado na próxima semana.
Na campanha da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, as patrulhas – missões de grupos pequenos para levantar informação sobre o terreno e o inimigo, fazer prisioneiros ou resgatar colegas feridos – foram vitais para as vitórias dos expedicionários. E, dentre os combatentes patrulheiros, um se destacou a ponto de ser chamado “rei”: Max Wolf Filho, herói paranaense da FEB, que tem seu aniversário de nascimento recordado na próxima terça-feira e dá o nome ao ao Museu do Expedicionário e ao 20º Batalhão de Infantaria Blindado, em Curitiba.
A historiadora Carmen Rigoni, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e especialista em assuntos da FEB, explica que o apelido de Wolf, “rei dos patrulheiros”, demonstra sua habilidade na atividade que, para muitos, ganhou a guerra. “A patrulha foi um elemento decisivo na Segunda Guerra Mundial. Quando se olha os números totais da guerra, a tendência é de imaginar batalhas envolvendo o encontro de tropas numerosas, com dezenas de milhares de homens. Mas foi o intenso trabalho dos pequenos grupos que permitiu as movimentações maiores”, diz. Outra prova da capacidade de Wolf nas patrulhas foi o fato de o major Manoel Lisboa tê-lo escolhido em março de 1945 para comandar um pelotão especial: o sargento poderia escolher os melhores patrulheiros entre os membros das três companhias que formavam o batalhão comandado por Lisboa. “Eram 19 homens que confiavam no seu comandante, eles sabiam que Wolf levava e trazia de volta”, diz Carmen.
Mas foi justamente em uma patrulha que o sargento morreu – ele seria, depois, promovido postumamente a tenente. A missão, que deveria ter ocorrido na noite de 11 para 12 de abril, foi transferida para a luz do dia. “Uma temeridade”, escreveria anos depois o coronel Adhemar Rivermar de Almeida, que na guerra foi capitão no mesmo batalhão de Wolf. Carmen classifica o relato de Almeida como o melhor texto sobre a participação do herói paranaense na guerra.
A historiadora não tem medo de entrar em duas polêmicas relativas ao sargento. Ela, que já esteve no local dos combates, acredita que apenas os membros da patrulha de Wolf o viram morrer, desmentindo depoimentos como o do jornalista Joel Silveira (publicado nesta página). “Por causa do terreno acidentado, de onde os correspondentes estavam seria muito difícil ver a cota 747”, afirma. Carmen também alega que o corpo de Wolf nunca foi encontrado. “O próprio Exército, em agosto de 1945, reconhecia que ele continuava desaparecido. Muito provavelmente os alemães o enterraram”, diz. Justamente por não haver corpo, a mãe do sargento, Etelvina Wolf, não aceitou imediatamente a morte do filho. Mas declarou, em uma entrevista ainda em 1945: “Se de fato meu filho sucumbiu, o foi por uma causa nobre, uma causa que dignifica e enobrece o homem”.
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Montese teve valor estratégico
A conquista de Montese, ocorrida dias depois da morte de Max Wolf Filho, além de ser uma das batalhas mais importantes da FEB, teve uma importância estratégica. Os norte-americanos contavam com a vitória pela superioridade numérica e de material em relação aos alemães. No entanto, em terreno montanhoso essa vantagem era anulada pelo melhor posicionamento das tropas inimigas. “Montese era uma das últimas posicões de montanha dos alemães. Eles não podiam perder a cidade porque do contrário seriam empurrados para a planície do Pó, onde os aliados fariam valer de uma forma decisiva a vantagem de homens, tanques e carros”, diz a professora Carmen Rigoni. De fato, quando as tropas alemãs perderam definitivamente a vantagem de estar no alto dos montes, só lhes restou bater em retirada em direção à Alemanha. Na perseguição, a FEB chegou a cercar uma divisão inimiga inteira, que se rendeu aos brasileiros. Menos de um mês depois da conquista de Montese, a guerra na Europa terminaria com a vitória aliada. (MAC)
Publicado em 26/07/2008, Marcio Antonio Campos
Fonte: Gazeta do Povo
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=790857&tit=Max-Wolf-heroi-paranaense-da-FEB
Na campanha da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, as patrulhas – missões de grupos pequenos para levantar informação sobre o terreno e o inimigo, fazer prisioneiros ou resgatar colegas feridos – foram vitais para as vitórias dos expedicionários. E, dentre os combatentes patrulheiros, um se destacou a ponto de ser chamado “rei”: Max Wolf Filho, herói paranaense da FEB, que tem seu aniversário de nascimento recordado na próxima terça-feira e dá o nome ao ao Museu do Expedicionário e ao 20º Batalhão de Infantaria Blindado, em Curitiba.
A historiadora Carmen Rigoni, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e especialista em assuntos da FEB, explica que o apelido de Wolf, “rei dos patrulheiros”, demonstra sua habilidade na atividade que, para muitos, ganhou a guerra. “A patrulha foi um elemento decisivo na Segunda Guerra Mundial. Quando se olha os números totais da guerra, a tendência é de imaginar batalhas envolvendo o encontro de tropas numerosas, com dezenas de milhares de homens. Mas foi o intenso trabalho dos pequenos grupos que permitiu as movimentações maiores”, diz. Outra prova da capacidade de Wolf nas patrulhas foi o fato de o major Manoel Lisboa tê-lo escolhido em março de 1945 para comandar um pelotão especial: o sargento poderia escolher os melhores patrulheiros entre os membros das três companhias que formavam o batalhão comandado por Lisboa. “Eram 19 homens que confiavam no seu comandante, eles sabiam que Wolf levava e trazia de volta”, diz Carmen.
Mas foi justamente em uma patrulha que o sargento morreu – ele seria, depois, promovido postumamente a tenente. A missão, que deveria ter ocorrido na noite de 11 para 12 de abril, foi transferida para a luz do dia. “Uma temeridade”, escreveria anos depois o coronel Adhemar Rivermar de Almeida, que na guerra foi capitão no mesmo batalhão de Wolf. Carmen classifica o relato de Almeida como o melhor texto sobre a participação do herói paranaense na guerra.
A historiadora não tem medo de entrar em duas polêmicas relativas ao sargento. Ela, que já esteve no local dos combates, acredita que apenas os membros da patrulha de Wolf o viram morrer, desmentindo depoimentos como o do jornalista Joel Silveira (publicado nesta página). “Por causa do terreno acidentado, de onde os correspondentes estavam seria muito difícil ver a cota 747”, afirma. Carmen também alega que o corpo de Wolf nunca foi encontrado. “O próprio Exército, em agosto de 1945, reconhecia que ele continuava desaparecido. Muito provavelmente os alemães o enterraram”, diz. Justamente por não haver corpo, a mãe do sargento, Etelvina Wolf, não aceitou imediatamente a morte do filho. Mas declarou, em uma entrevista ainda em 1945: “Se de fato meu filho sucumbiu, o foi por uma causa nobre, uma causa que dignifica e enobrece o homem”.
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Montese teve valor estratégico
A conquista de Montese, ocorrida dias depois da morte de Max Wolf Filho, além de ser uma das batalhas mais importantes da FEB, teve uma importância estratégica. Os norte-americanos contavam com a vitória pela superioridade numérica e de material em relação aos alemães. No entanto, em terreno montanhoso essa vantagem era anulada pelo melhor posicionamento das tropas inimigas. “Montese era uma das últimas posicões de montanha dos alemães. Eles não podiam perder a cidade porque do contrário seriam empurrados para a planície do Pó, onde os aliados fariam valer de uma forma decisiva a vantagem de homens, tanques e carros”, diz a professora Carmen Rigoni. De fato, quando as tropas alemãs perderam definitivamente a vantagem de estar no alto dos montes, só lhes restou bater em retirada em direção à Alemanha. Na perseguição, a FEB chegou a cercar uma divisão inimiga inteira, que se rendeu aos brasileiros. Menos de um mês depois da conquista de Montese, a guerra na Europa terminaria com a vitória aliada. (MAC)
Publicado em 26/07/2008, Marcio Antonio Campos
Fonte: Gazeta do Povo
http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=790857&tit=Max-Wolf-heroi-paranaense-da-FEB
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