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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Norman Finkelstein sobre o "identitarismo" (em inglês: "Wokeism")

Andei lendo o verbete do N. Finkelstein na Wikipedia (em inglês), que sofria preconceito forte de uma camada da "academia" aqui no Brasil (os caras querem combater tecnologia em vez de assimilar e aprender/entender como a coisa funciona e usar, por pura preguiça, desleixo, falta de interesse), principalmente a versão em português (que é problemática justamente por essa falta de empenho, motivação que esse meio acadêmico deveria insuflar nos alunos/estudantes pra melhorarem esse tipo de site enciclopédia), e como dizia, fui ver outra coisa no verbete (sobre um livro dele ou tese), como acabo lendo o restante, havia uma citação sobre "wokeism" (que é como chamam nos EUA o que no Brasil se "popularizou" como "identitarismo").

Fui ver o verbete em português e só conseguiram achar um "termo" sobre isso em 2012 (de um texto obscuro pra poder citar pra negar o que afirmo de que a coisa tomou vulto num finado grupo de esquerda do Facebook, há problemas de registro das discussões, e é um problema sério essa questão da "memória" em tempos "digitais"), o resto das citações é sempre depois de 2016, principalmente no Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_identit%C3%A1ria). Em inglês o termo (https://en.wikipedia.org/wiki/Woke).

Como o Finkelstein não costuma ser contestado como o pessoal "não-celebrity" o é (o Finkelstein já foi citado nas "mídias alternativas" recentemente, em algumas como se fosse uma "novidade", o que é bizarro, mas tudo bem, antes tarde que nunca...), eu ia mencionar esse trecho há mais de semana e não deu, sobre o que ele comenta sobre "identitarismo", que como disse acima, nos EUA recebeu o nome de "wokeism", "movimento Woke", ou mais precisamente acabou se popularizando com esse termo já que "identitarian" significa outra coisa em inglês (termo ligado a movimentos/grupos supremacistas brancos).

Verbete do Norman Finkelstein em inglês: (https://en.wikipedia.org/wiki/Norman_Finkelstein). E o link original do trecho num vídeo do Youtube (de entrevista), pra quem fizer "beicinho" pra Wikipedia (é só checar direto a fonte, até isso eu tou repassando de "mão beijada"): (https://www.youtube.com/watch?v=0rvxnmIJ7yQ&t=2732s)

Vou colocar o texto original em inglês e a tradução mais abaixo:

""Wokeism"

In May 2023, on Glenn Loury's podcast The Glenn Show, Finkelstein called wokeness a "lucrative scam" and "intellectually worthless", criticizing Ibram X. Kendi's and Angela Davis's speaking engagements as "rich white folks using woke people as protective cover".[134]

In an interview with Imran Garda, Finkelstein expanded on this:

I didn't have a problem with it, it seemed to be another "college fad"... but then it became painfully obvious that it was politically a very pernicious phenomenon... the big difference between political correctness and woke politics is political correctness was really marginal, a few campus radicals, but the Democratic Party has instrumentalized identity politics to displace what was once its base, namely the trade union movement... identity politics has infiltrated most of what you would call liberal culture and so its impact, the dangers it poses are much more significant... identity politics has appropriated those causes, the women's question, the African-American question, but lopped off the class element.[135]"

 

Tradução (português):

"Identitarismo"

Em maio de 2023, no podcast de Glenn Loury, o "The Glenn Show", Finkelstein chamou o "wakeness" ("identitarismo") de uma "fraude lucrativa" e "intelectualmente sem valor", criticando as palestras de Ibram X. Kendi e Angela Davis como "pessoas brancas ricas usando identitários/minorias como cobertura de proteção".[ 134]

Numa entrevista com Imran Garda, Finkelstein expandiu a crítica:

"Eu não tive nenhum problema com isso, parecia ser mais uma "moda universitária"... mas então ficou dolorosamente óbvio que era politicamente um fenômeno muito pernicioso... a grande diferença entre o politicamente correto e a política identitária é que o politicamente correto era realmente marginal, de alguns radicais de campus (Universidade), mas o Partido Democrata instrumentalizou a "política de identidade" para deslocar o que já foi sua base, ou seja, o movimento sindical... a política de identidade se infiltrou na maior parte do que você chamaria de cultura liberal e, portanto, seu impacto , os perigos que representa são muito mais significativos... a política de identidade apropriou-se dessas causas, a questão das mulheres, a questão afro-americana, mas eliminou o elemento de classe.[135]"

 

Quando a gente tentava dizer a mesma coisa (há muitos anos), muito tempo atrás, vinha uma leva refratária negando, atenuando, "passando pano", "mas não, vocês exageram, isso não é tudo isso que alegam etc". Taí o estrago político, econômico e o que esses grupos apresentam na prática de discurso de melhoria pra população nesses países?

Se alguém tiver algum ponto disso (melhorias pro povo, pras minorias por parte dessa claque que ruge como leão nessas bolhas, e afina com a extrema-direita) pode vir aqui e apresentar.

Estou destacando o trecho do Norman Finkelstein aqui porque a apropriação de comentários, citações e discussões é tão constante (pro meu lado e de outras pessoas), sem se dar os créditos etc ("ah, mas por que isso é relevante?", comento pro fim), que é bom sempre deixar registrado pra depois não virem se apropriar e lançar (por terceiros) como se "soltassem uma bomba", se mencionarem (quem ler o post vai saber de onde saiu quando ouvir/ler em outro canto, porque são sempre os mesmos redutos). Por que é relevante citar fonte e cia? Porque isso é um debate público, ou deveria ser, não é "propriedade" de patotinha A ou B, fora que se apropriar de discurso político, comentários etc de terceiros e apresentar como sendo seu é de uma desonestidade intelectual miserável, e eu começo a perder respeito quando fazem isso.

Porque eu poderia simplesmente ficar em silêncio, só que como eu sei que o nível de discussão nesse país é um lixo há muito tempo, e a gente (eu incluso) precisa desse país pra viver e sobreviver, eu não posso simplesmente adotar uma posição "linha dura", "egoísta" (mas justa, se eu eu fizesse estaria no meu direito, e não abusem, não tenho muita paciência mais com esse tipo de babaquice de internet) de silenciar, lavar as mãos e deixar o barril de pólvora explodir (mesmo que eu me lasque junto), mas não sou irresponsável e inconsequente pra isso, mesmo com a atitude pueril de uma parte.

Eu sei que a ideia bem colocada, correta, verdadeira, trazida a público, em algum momento se dissemina (se houver quem consiga fazer isso), se espalha, e se servir pra população ela é assumida como valor cultural de um povo etc.

Acho até engraçado uma parte da esquerda do país viver falando em Gramsci e não entender nada do que o cara disse sobre hegemonia cultural (o astrólogo "Olavinho" deu um nó na "intelectualidade" das Universidades brasileiras nisso, tendo só a quarta série do primário, o que é uma vergonha completam, tudo por preguiça/desleixo do meio universitário e despreparo pra lidar com o problema), aí quando a gente "adere" ao "gramcismo" os caras não entendem ou vão a "reboque". O termo "identitário" foi propagado à revelia da "vontade" dssas mídias alternativas, de forma até marginal (via grupo de Facebook, anos de 2015/2016, e como disse acima, de difícil registro, porque ninguém deu muita atenção à época disso e é difícil vasculhar arquivos velhos nessas redes fechadas, há um problema de estudo da memória do que foi propagado nessas redes fechadas das Big Techs, elas podem fazer um "1984" a todo instante apagando coisas, a memória histórica recente, e fica por isso se ninguém catalogar).

O discurso "identitário" infestou as siglas de esquerda do país (Brasil) também, implode tudo por onde passa. Mas tem gente que quer que sejamos tolerantes com a coisa, a troco de quê? De algo que não presta? De algo que não melhora vida de minoria (mas as usa pra fins políticos escusos)? Ponham a mão na cabeça e reflitam sobre isso, e parem de querer "ir na onda" pra agradar meia dúzia, a pancadaria come mais adiante (contra todos), Bolsonaro cresceu e emergiu em cima dessa palhaçada toda parida na última década.

Depois chiam quando a extrema-direita "woke" (a turma "neurótica" com "identitarismo" são os identitários de direita, pra fazer "tabelinha" com os "à esquerda"), discutindo besteira. Esses de direita são os famosos fiscais de "traseiro", como a gente chamava gente moralista e reaça que dava piti com essas questões comportamentais e similares. Ficam de tabelinha discutindo besteira com os "chiliquentos" de sinal trocado e rebaixando o nível da discussão pública do país por onde passam.

Larguem essa turma enquanto é tempo, porque quando o povo explodir dizendo "chega", vão passar um trator em cima de quem ainda estiver agarrado a esse pessoal. E não se trata de discriminar minorias, isso é afirmação falsa de meia dúzia de bocós, as causas em questão (de grupos discriminados) já existiam antes dessa baboseira "mande in USA" (norte-americana) aportar no país e ser reproduzida, tem que se retomar a discussão antiga e não bobagem (moda, artimanha) importada dos EUA.

A questão sobre racismo na Constituição de 1988 foi elaborada antes dessa baboseira tomar corpo no país (muito antes), só pra mostrar o quanto esses bandos que surfam em cima dessas "ondas" são um "paiol" de "nada" (de 'inutilidade' a serviço da classe dominante do Brasil alinhada a dos EUA). Porque somos uma colônia, um país dominado, e essas patotas também negam esse status do Brasil (mas tá cada vez mais difícil de negar o problema/a questão).

sábado, 27 de setembro de 2014

Sobre preconceito regional. Mais sobre História do Brasil

Assunto recorrente pois toda vez que soltam alguma notícia sobre gangues ou indivíduos rotulados como neonazis ou skins (de direita), sempre citam o ódio ou perseguição a "nordestinos" ou o que esse tipo de imbecis entendem sobre isso, pois em geral trata-se de um bando de ignorantes raivosos, com problemas de identidade cultural, reproduzindo o preconceito de onde foram criados, pois eles não nasceram odiando grupos ou não é algo (o ódio, preconceito) que se passe biologicamente de pais pra filhos e sim através do meio cultural onde são criados: escolas, bairros, família, vizinhos etc.

Por que esse tipo de coisa sempre me irrita? Porque eu não compartilho da ideia que a mídia repassa do que venha a ser "Nordeste" e "nordestinos", como já mencionei nesse texto sobre o livro "A invenção do Nordeste" (na era Vargas), como também da reprodução desses estereótipos regionais por grupos dentro da própria região para "naturalizar" um estereótipo negativo e artificial e preconceito criados de fora pra dentro de uma divisão regional do Estado Novo, com mitificações ridículas e supressão de identidades de Estado, principalmente a do meu, Pernambuco.

Não só a mídia é responsável por perpetuar isso, como já vi vários grupos que se identificam assim (tem até no Facebook coisas como "liga nordestina" etc, algum nome assim) reproduzindo essa identidade forjada e reforçando os estereótipos que alguns grupos de alguns estados ficam incitando.

Estou afirmando categoricamente que essa identidade regional é uma invenção e que nem todo mundo compartilha da ideia, apesar da massificação da mídia hegemônica do Brasil.

Os grupos que geralmente reproduzem estes preconceitos é variável, vai desde descendentes de gente da própria região que acham que são "paulistas da gema" (algo normal, essa ideia regional é nova, vem da Era Vargas e sempre houve migração intensa no país, desde ricos a pobres, essa ideia de 5 Brasis é forjada) e coisas do tipo, até o problema identitário de descendentes de colônias de imigrantes, algo mais notável em São Paulo (o famoso "sou descendente de", pra ressaltar origem e nunca o "sou brasileiro", ironicamente os descendentes de portugueses em geral se dizem brasileiros) mas também ocorre em outros estados.

O que se passa é que alguns estados por não terem um referencial identitário forte acabam adotando esse termo regional como fator identitário (agora me refiro à região Nordeste), e ao fazer isso acabam criando uma crise de identidade em Pernambuco e em estados onde a identidade é mais forte como a Bahia.

Não renegamos a região ou o país, apenas não nos vemos como meia dúzia de desinformados querem que a gente se sinta ou se veja por pura petulância, desrespeito e ignorância. Entendo que grupos oriundos da região que migraram pra outros estados, pelo preconceito onde acabam se alojando, acabem adotando essa identidade regional ou não rejeitando isso, mas quem ficou na região não se vê assim, apesar de uma parte repetir o discurso propagado pela mídia, por ignorância principalmente e falta de consciência política.

Há também diferenças comportamentais históricas entre estados (uns são mais brandos, outros mais briguentos), diferenças sotaques (pois é, pra quem não conhece, há vários sotaques no que chamam de "Nordeste", até dentro de um mesmo estado, e dá pra identificar fácil de onde alguém é só pelo sotaque) e rixas entre alguns estados.

Eu já disse antes e volto a repetir quantas vezes forem necessárias: o mal deste país é que o povo (generalizando) não conhece a história da formação do mesmo, por isso que se parecem com um bando de ETs que acham que o Brasil é uma coisa solta, largada no espaço, sem origem histórica, por simplesmente não terem ideia da formação do mesmo (e não terem nem interesse em saber ou conhecer).

Pelo fato do bairrismo, consciência nacional e nativismo forte em Pernambuco, de ser um fenômeno acentuado (embora não seja o único Estado do país a manifestar isto, nem o mais virulento do país, o Brasil é o país dos bairrismos e deveria parar com a hipocrisia de negá-los, até pra combatê-los quando extrapolarem), esses fatores juntos mencionados acabam provocando uma aversão e uma ideia contrária à essa ideia esdrúxula que criam em torno do que falam ser "Nordeste", como se fosse uma região "homogênea", "monolítica", que só existe na cabeça dos desinformados ou da claque raivosa de outras regiões e estados, principalmente propagada pela mídia do eixo Rio e São Paulo (é bom dar nomes aos bois) que é a mídia que mais reproduziu, reproduz e inculca o povo com esses estereótipos nacionalmente. E o faz de propósito, não é por mera ignorância (que eu até relevaria).

Por que a implicância então com a questão? Eu sempre vejo reações histéricas e "coitadísticas" (existe esse termo? se não existe então acaba de ser criado, embora eu já tenha citado o termo antes), referente a "coitadismo", de gente da região (que vive em outros estados geralmente), quando surge na mídia uma denúncia de "preconceito a nordestinos", que ignoram que essa ideia regional só existe na cabeça dessas pessoas, pois, dependendo do estado de origem da pessoa atacada, eu diria que o possível agressor corre mais risco de sair machucado gravemente num embate do que a possível "vítima", rs.

E não estou brincando. Por isso que acho bizarro quando chegam a mim e me soltam este tipo de notícia sobre "ataque a nordestinos" (cliquem no link) como se eu fosse ficar "chocado". Sinto, mas não me comovo com esse tipo de apelação emotiva, e entenderão a razão disto no desenrolar do post. Se as pessoas soubessem dessas nuances entre estados (das peculiaridades de cada um), evitariam postar coisas dessas tipo.

Acho culturalmente rica a pluralidade regional e estadual brasileira, foi isto que formou o Brasil.

Em parte, muitas vezes, a culpa não é dessas pessoas e sim da omissão, silêncio, que esses grupos que se identificam como "regionais" fazem pra perpetuar esse tipo de coitadismo e de imagem de "gente frágil","unida" etc, algo incompatível com o que nós pernambucanos (generalizando) sentimos e vemos.

Eu sei que é perigoso falar e generalizar sobre povos, pois dentro de um povo existe gente de todo tipo, desde do frouxo, despolitizado, até o mais casca grossa (brabo, valente), politizado etc, mas existe uma coisa que se costuma chamar de ethos (referente a costumes) que, em casos de embate, costuma vir à tona e se sobressair sobre qualquer gesto de covardia ou algo parecido. Resumindo, os indivíduos que têm consciência desses costumes históricos locais costumam trazê-los à tona, quando há confronto, pra instigar o povo.

A quem quiser tratar o assunto como "coisa menor": a mídia hegemônica no Brasil vive instigando, provocando, incitando o conflito entre estados e regiões, por isso este tema é bastante relevante pra entender o Brasil.  Por isso que se vê tanta briga e conflito, pois a mídia (os cabeças dela) sabem desses aspectos nacionais e pelo fato do povo não discutir isso pra aprender e querer criar tabus, acaba fazendo o jogo de discórdia desta mídia.

Essas questões culturais, ethos etc, existem em todos os países do mundo, territórios, regiões, cidades etc, com o Brasil não é e nem seria diferente, apesar do povo ter enfiado na cabeça que o Brasil é uma "excepcionalidade" no mundo por um nacionalismo tosco cultuado por ditaduras e outros governos.

Quem conhece o ânimo e espírito de guerra de alguns estados e cidades, irei destacar Recife, talhados em séculos de conflito (existem cicatrizes de conflito e guerra em Olinda e Recife em praticamente todo canto, e isso forja desde cedo uma mentalidade altiva, de combate), sabe que não é muito aconselhável mexer com determinados estados e cidades e indivíduos dela, pois, dependendo do temperamento do agredido, você pode se deparar desde com alguém pacato, como com alguém que revidando é literalmente casca grossa e intolerante (apenas quando é confrontado) e você se sairá na pior pois esses indivíduos não se veem como nos estereótipos cultuados e reproduzidos na mídia de "povo frágil, sofrido" e toda aquela lenga-lenga enfadonha, enjoativa que essa mídia hegemônica do país reproduz há décadas, e ironicamente acaba acentuando e instigando o bairrismo local.

Vou citar um caso recente (que não tem séculos), que aconteceu há algumas décadas, mostrando que essas coisas que citei acima existem, e que há gente no país que tem consciência disso, apesar da mídia ficar tagarelando que isso não existe, por omitir o assunto ou mesmo negá-lo, de que todo mundo no Brasil não tem ideia alguma do que seja o Brasil (não o Brasil distorcido da grande mídia oligopolizada).

Uma das preocupações no golpe militar de 1964 foi deslocar tropas do exército pro Palácio do Campo das Princesas (sede do governo de Pernambuco) pra depor Arraes (então governador de PE, apesar de não ser pernambucano), na ocasião da queda de Jango (João Goulart), com medo que pudesse haver resistência organizada local pelo histórico de conflitos e resistência do Estado.

O exército conhece bem esse espírito de luta pois a batalha dos Guararapes é tida como referência pro próprio exército brasileiro porque foi o primeiro conflito armado nativista onde surge a ideia de nacionalidade brasileira. E na verdade Recife e Pernambuco foi, depois do golpe, um local onde ocorreu confrontos como a explosão de bomba no Aeroporto dos Guararapes (pela resistência armada) e forte atuação das forças repressivas militares. Isso não é só "mito" velho de livro de História, esse sentimento realmente existe, basta atiçarem pra pólvora logo se espalhar, como se fosse algo "instintivo".

Havia um texto no link do site do exército, mas colocaram na seção regional, podem conferir (apesar de ser bem aumentado pra dar um ar de "heroísmo" a mais):
Batalha dos Guararapes

Pra quem não conhece a história disso, foi neste local (é um Monte, ou Montes, os Montes Guararapes) que foram travadas as batalhas principais contra o exército holandês (pelos nativos, descendentes de portugueses e negros) e a expulsão em definitivo da Holanda de Pernambuco. Episódio conhecido como Insurreição Pernambucana:
Nova Holanda
Invasões holandeses

A Holanda na época era uma potência militar marítima e econômica e foi derrotada por forças teoricamente bem mais fracas. Olinda foi incendiada antes dos holandeses porque era onde vivia a aristocracia local, Olinda foi a primeira capital de Pernambuco e não Recife, que era um porto da mesma, até se transformar com os holandeses. Links adicionais:
O Despertar do Recife no Brasil Holandês
Com 477 anos, invadida e incendiada pelos holandeses, a cidade se reergueu e virou Patrimônio Cultural e Natural
Centro Histórico de Olinda

E não se pronuncia "Ôlinda" como algumas pessoas erroneamente falam, o certo é "Ólinda" (com o "o" aberto) porque reza a lenda de fundação da cidade que ela surgiu de uma frase dita pelo donatário da Capitania "Ó! Lindas flores" do alto da mesma. Mas pode ser só lenda, mas se pronuncia com a vogal "o" aberta e não fechada.

Como eu afirmei acima, há cicatrizes de conflitos e batalhas por todos os cantos. Por isso que acho estranho que haja tanto brasileiro olhando só pra conflitos fora do Brasil sem conhecer a história interna do próprio país, que é rica, relevante. Nada contra que se leia e se aprenda os conflitos externos, pelo contrário, quanto mais lerem (algo que preste), melhor, mas é vergonhoso o desconhecimento da história do próprio país. Nos EUA o povo aprende pesado na escola a história daquele país, no Brasil comentam a história do país de forma limitada.

Voltando à questão da identidade "nordestina". Um pernambucano (generalizando) dificilmente se vê como um coitadinho, frágil, com medo de gente de outras regiões (ou de qualquer canto), etc, um contraste nítido e pesado com essa ideia de "Nordeste frágil" e coisas do tipo. Lógico que estou sendo genérico, nem todo pernambucano é "brabo ou destemido" e não complexado, mas as chances de ter esse comportamento mais arredio são bem maiores que em outros estados. Eu estou de saco cheio de passarem por cima da História do estado com esse negócio regional de "Nordeste isso, Nordeste aquilo", "região isso, região aquilo". Chega, basta. Que respeitem o nome históricos dos estados que estão acima dessas questões regionais.

Um dado a mais, se a pessoa por acaso ainda for recifense, não idiotizado como há vários hoje em dia (infelizmente), a coisa ainda piora. O recifense é um povo elitista, orgulhoso, brioso e bairrista (mais que o resto do estado), não sei se isso é uma qualidade ou defeito, mas é algo real. E que como se diz em PE (sigla do estado), pernambucano só baixa a cabeça a alguém pra agradecer, jamais pra se submeter.

Dependendo de quem você mexe/provoca, a reação pode ser bem 'surpreendente' (negativamente). Ou seja, quando eu vejo alguém na mídia reproduzir essa ideia de "coitadinho", "tenham pena de mim" ou "tenham pena dele", ou retratar gente como "inferiores", dá uma raiva fora do comum. Jamais contem comigo pra reproduzir esse tipo de porcaria, esse estereótipo ridículo.

A maioria do povo brasileiro desconhece as origens e o processo de desigualdade regional atual do país, por isso que esses problemas descritos no post se proliferam. A ignorância é a mãe de quase todo ato cretino. Já citei em algum post passado (basta procurar pela tag/marcador História do Brasil, sobre Werner Baer e o livro "Economia Brasileira") a história da formação do Brasil atual e o surgimento disso.

Serei solidário com casos de preconceito, mas nunca com quem queira posar de coitado, frágil se valendo desse negócio "regional" pra sentirem piedade alheia, isso é ridículo, desprezível, é acatar preconceitos e estereótipos ditos por terceiros, com um espírito de porco fora do comum, como se fossem verdade.

Eu já li e vi várias manifestações que critiquei acima neste post, várias é forma de falar, foram dezenas, centenas, já perdi a conta, e geralmente (90% ou mais) de não-pernambucanos. Por isso que estou narrando e citando este comportamento no post. Não é algo incomum, pelo contrário, é algo bem corriqueiro.

Até em matéria sobre "neonazismo" (neofascismo, extrema-direita) no Brasil, eu já li esse tipo de postura, e obviamente rechacei.

A quem não conhece esses pormenores e histórico dos preconceitos, acabam ficando espantados quando veem certas reações, por não conhecem esses aspectos estaduais.

Vou relatar algumas coisas que sei e que muita gente não tem nem ideia de onde surgiu, só pra reforçar o que eu disse acima, pra mostrar como o povo desconhece o próprio país e a origem de alguns preconceitos. Muita gente em PE omite ou ignora a origem desses termos, pois deixaram de usá-los depois que esses termos pejorativos passaram a ser usados como preconceito regional nacionalmente.

Se você presta atenção a essas coisas, já deve ter ouvido falar que chamam "nordestinos" no Rio de Janeiro, pejorativamente, de "paraíbas" (nem acertar o nome "paraibano" acertam, rsrs), e em São Paulo o termo pejorativo pra "nordestinos" é "baianos". Já devem ter ouvido falar também do "cabeça chata" etc.

Pois bem, chegou a hora deu ironizar a própria burrice (ignorância) de quem diz isso sem saber a origem dos termos. Pra você ver, nem capacidade pra inventar um xingamento esses caras têm (estou sendo irônico), rs.

O termo "cabeça chata" era um "elogio" (entre aspas, está novamente em sentido irônico), pejorativo, que o povo em Pernambuco usava pra ironizar cearenses. Por isso talvez eles não 'morram de amores' por a gente até hoje, rsrsrs.

Sim, o termo não foi nem um paulista ou carioca que o inventou, isso surgiu em Pernambuco, é algo antigo e que não era preconceito embora fosse provocação bairrista.

Aquela história de que "o cara ficou com a cabeça achatada porque bateram na cabeça dele" e que "quando ele crescer vai estudar no Recife" etc, adaptaram essa provocação bairrista em outros estados e as antas que repetem não sabem nem de onde isso surgiu. Já tive que ouvir alguém desses estados dizer isso e obviamente ironizei a figura.

Algum pernambucano sem vergonha (ou vários), achando que essa provocação bairrista não iria virar no futuro preconceito regional, porque as coisas no Brasil antigamente não tinham a conotação atual, disseminou isso nesses estados e adaptaram a coisa pra preconceito regional.

Outro detalhe, jamais usam o termo pernambucano pra retratar pejorativamente regionais, porque devem saber que se usarem isso o "tempo fecha", rs, ou simplesmente acaba perdendo o sentido pois a gente tem orgulho do nome do Estado e de ser chamado assim e os vizinhos não iriam gostar de ser chamados de pernambucanos.

Eu estou ironizando a coisa, mas há um fundo de verdade.

Alguém chamar um pernambucano de baiano é algo que seria visto como ofensa grave. Pra quem não entende o motivo, não lembro se cheguei a narrar a rixa história entre Bahia x Pernambucano, quem quiser pode procurar o assunto, em todo caso, vai uma amostra só pra ilustrar a questão (só um aviso, eu não concordo integralmente com o conteúdo dos textos, estou citando só pra ilustrar que a rixa existe):
Link1
Pernambuco fogo alto, Bahia banho-maria

Vocês leem ou veem isso sendo citados na mídia? Presumo que não. É muito raro citarem.

Outro problema relacionado a essa questão de estereótipo regional é o uso da vestimenta de Lampião, ou da vestimenta de cangaceiro e do sertanejo, do semiárido, pra retratar a região. Lampião na verdade era pernambucano, quem quiser criar sua identidade invente alguma personalidade histórica pro seu estado, rs, eu acho que já tá na hora disso ter um fim. Sem essa de ficar usando a de outro estado como "genérico" por falta de criatividade.

E há um porém nessa questão com Lampião: Lampião jamais seria cultuado em Pernambuco como algo de valor pois era um bandoleiro (existem certos círculos que cultuam, por ignorância do simbolismo disso, reproduzindo o culto que há a ele principalmente no Rio), a única coisa em comum dele com outras figuras históricas de Pernambuco é o espírito de bravura e guerra, mas ele não tem relevância nem estatura moral, histórica e política de um Frei Caneca, Joaquim Nabuco, Abreu e Lima, Bernardo Vieira de Mello ou Nassau (mesmo não sendo brasileiro é parte marcante da História de Pernambuco) que são figuras de fato representativas da história de Pernambuco. É muito chato ver a deformação que fazem com a imagem do seu estado, tanto gente de fora como a choldra interna.

Luiz Gonzaga, apesar de cantar o semiárido (região semidesértica comum de 10 estados, incluindo o norte de Minas) e usar o regionalismo pra se projetar musicalmente no Rio, era pernambucano. O frevo também é pernambucano (uma polca acelerada que acabou sendo transformada em outro ritmo musical e dança), e foi o 'culpado' pela mudança do carnaval baiano na passagem do clube Vassourinhas (de frevo) por Salvador, foi daí que surgiu os trios elétricos que até a ascensão desse "Axé" (essa coisa terrível, entulho auditivo e poluição sonora), a música que se tocava na Bahia nos carnavais era praticamente um frevo com guitarra baiana (eles deram continuidade de forma bonita à tradição começada aqui), quando a música tinha qualidade. Quem quiser ouvir uma música narrando essa história, escute a Vassourinha Elétrica com Moraes Moreira:
Vassourinha Elétrica
Vassourinha Elétrica - Gal Costa
Aqui a versão com metais (tradicional) da música "Atrás do trio elétrico", que é um frevo com guitarra baiana (a gravação original):
Atrás do Trio Elétrico (100 anos de Frevo, CD 02)

Exceto o frevo de bloco que é tocado com cordas, os outros tipos de frevo se toca com metais.

Ou seja, o que quero deixar claro neste post? O tamanho da ignorância das pessoas que fazem alarde com essa questão do preconceito regional sem nem entender a origem e o que há por trás disso. Se não sabem as peculiaridades do problema, é melhor se abster de tomar parte, eu mesmo não preciso que alguém vá me defender se algum imbecil disser besteira sobre estado ou região, não me sinto ofendido pelo que algum imbecil complexado fala. Geralmente quem ataca acaba se arrependendo de dizer a besteira.

Eu já notei que o preconceito regional em São Paulo e Rio, desde a redemocratização do país (1985), é usado como forma de não chamar atenção pra preconceito racial/étnico, pois usam esse tipo preconceito regional pra atacar pessoas com biotipo caboclo, mulato etc. Talvez por conta disso tenham aumentando a "preocupação" em torno da questão do preconceito regional (algo bem provável). Vou ficar devendo dois prints que achei pra ilustrar isso (mas colocarei aqui quando achar). Neste caso, o problema de fato é o preconceito étnico/racial (estou usando o termo "racial" por ser mais compreensível).

Um exemplo, essa matéria saiu no jornal O Estado de São Paulo mas as imagens não estão carregando (eu as tenho salvas, em todo caso), mas colocaram o print em outros jornais como podem ver abaixo pra confirmar o parágrafo acima, de que o preconceito regional está sendo usado pra camuflar racismo/preconceito étnico/racial:


Link do outro jornal. Vejam o detalhe da imagem, isto foi repassado por várias pessoas (retweeted) que poderiam se enquadrar na descrição racista que a cidadã acima fez e não foi processada por isto.

Isso de uma "torcedora" que diz torcer prum time de "massas" e "popular" no Brasil que a TV cansa de repetir que se "orgulha" de ser "popular", imagina se não se "orgulhasse"...

A descrição racista da moça: "pardos, bugres, índios, cambada de feios".

Só pra ilustrar o tamanho do delírio e imbecilidade desse tipo de figura: um dos meus bisavós (lado materno) era gaúcho, outros eram paraibanos, outros eram portugueses (alguns dos bisavós do lado paterno), tenho um sobrenome espanhol e vários portugueses, só que vieram há tanto tempo pro Brasil que ninguém lembra mais a origem certa da chegada (antes do século XIX, ou seja, nós "brasileiros antigos" existimos), aí me deparo com uma anta escrevendo isso. Acho realmente engraçado ver uma cidadão com sobrenome "Regis" (deve ser da nata "ariana europeia") escrever esse amontoado de idiotices racistas por que pensa isso mesmo, gente fútil, vazia e cheia de fezes na cabeça.

Aqui o segundo print publicado no jornal:


O que tá escrito: "só vim no twitter falar o qnto os NORDESTINOS é a DESGRAÇA do brasil.. pqp! bando de gnt retardada qe acham que sabe de alguma coisa"

O 'tweet' do cidadão acima só não é pior pois soa como piada involuntária (pois ele não teve intenção de fazer piada, só que foi tão estúpido que parece que fez de "palhaçada"). Tem tanto erro de português (ortografia e conjugação) acima que eu não sei qual é a pior coisa a citar, se isso ou a ancestralidade "ariana" (sobrenome árabe Farah) do cidadão e o tanto de recalque (complexo), "gnt retardada qe acham que sabe de alguma coisa".

Depois pernambucano é arrogante porque a gente é obrigado a conviver com esse monte de gente escrota neste país. Leva-se fama de arrogante por não se ter muita paciência com excesso de cretinice e perversidade.

Voltando ao assunto, ou seja, no fundo este preconceito regional está sendo usado hoje e há algum tempo, em algumas regiões e estados, pra camuflar preconceito racial, pois preconceito racial chama mais atenção facilmente vide o caso do goleiro Aranha. Como já disse aqui antes, eu nunca vi um Collor (sobrenome alemão), Sarney e afins sofrerem preconceito regional em outros estados com forte manifestação desse tipo de preconceito, porque o povo, "de forma portuguesa", adora respeitar quem acha ou sabe que tem status, dinheiro e poder e não dão um pio contra pessoas na frente delas, independente de que estado venham. Se bobear ainda adulam e estendem o tapete vermelho.

Isso é pra ilustrar o tamanho da babaquice por trás dessas coisas e que a porcaria da mídia oligopolizada do país não tem a menor vontade de conscientizar e esclarecer o povo sobre isso, mesmo sabendo que há, há bastante tempo, uma aversão e combate considerável à essa imposição cultural midiática.

Alguém pode estranhar porque eu sempre cito um estado em detrimento de outros, e o motivo é simples: primeiro por conhecer mais certos aspectos culturais (e históricos) desse estado que de outros. Segundo que outras pessoas de outros estados (principalmente os que possuem um ranço anti-pernambucano) irão retratar adequadamente meu Estado. E terceiro porque é um estado que historicamente sempre foi um ponto de referência e influência regional e nacional, quer os demais estados da região e outros estados do país, por recalque, tentam suprimir o mesmo, principalmente no governo daquele odiento sociólogo tucano.

A meu ver, o povo de Pernambuco anda muito manso pro meu gosto com essas imposições, aceitando demais certas coisas enfiadas goelada abaixo pela mídia hegemônica do país, mas isso é outra discussão. Acho que estamos chegando a um limite com a questão da mídia/imprensa no Brasil.

A quem achar que este post é radical (pois já teve gente achando que isso era radicalismo), o que citei acima é brando, tem gente bem mais radical do que o que foi descrito acima, quem acompanha futebol sabe da troca de "gentilezas" quando rolava aqueles jogos truncados com o Sport e clubes de fora, com a bandeira do estado tremulando no estádio. Quanto mais provocam, mais o bairrismo acirra.

Se você leu este texto e quer continuar a repetir certas bobagens, o problema é todo seu, só não chie no dia que tomar um revide por não entender que termo "regional" não é sinônimo (nunca foi e nunca será) de gentílico de estado. Em outros países esse tipo de questão costumam ser delicada e pivô de conflitos mais sérios.

O texto não é uma adulação com estados e sim uma amostra pra mostrar a quantidade de besteiras (e ignorância) que é incutida nesse termo "regional" de forma equivocada no país. Estou de saco cheio de vir gente a mim falar bobagem sem nem saber como a gente pensa ou vê essas questões. Também não deixarei que outros apresentem uma versão torta desses temas quando eu mesmo posso detalhar a coisa melhor, ou com meu ponto de vista.

Não queiram colocar esse preconceito regional no mesmo patamar de racismo contra negros e outras minorias, pois não estão no mesmo patamar (o racismo contra negros no Brasil é o pior preconceito do país) e também porque uma região ou estado não são uma minoria e fundamos este país junto com outros estados históricos (Bahia, Rio Grande do Sul, Minas, Pará), embora por lei alguém pode ser enquadrado se extrapolar certos limites com isso, mas eu jamais processaria alguém por preconceito regional por achar que ofensa que vem de baixo (de escória) é sempre desprezível, faz cócegas.

Eu realmente não fico doído quando um carioca ou paulista (a quem for desses estados, sinto em ter que citá-los, mas são os dois estados que mais enchem o saco com essas questões) repetem essas baboseiras, com gente que vive repetindo isso pra relinchar a própria burrice. A gente também costuma revidar com "carinho" e "afeto" ofensas verbais por não sentirmos (generalizando) o tal complexo de vira-latas.

Quem cunhou o termo "complexo de vira-latas" foi exatamente um pernambucano (Nelson Rodrigues), daqueles bem casca-grossa, depois do jogo da final de 1950 no Rio, com o público local, porque de fato nós vemos o país de outra forma, sentimos repulsa desse tipo de complexo, mesmo que muita gente neste país não queira reconhecer isto ou não conheça esses detalhes estaduais. Não é um chilique ou comentário imbecil que irá minar nossa moral, não se iluda com isso.

Não adianta virem aqui no blog relatar agressão a "nordestinos", exemplo (cliquem no link), que não entrarei em pânico ou coisa do tipo com isso. Não vejo como vítima de um bando de imbecis patéticos imitando grupos neonazis estrangeiros (com toda a ignorância que isso carrega). O ataque do link ao que tudo indica era uma briga pessoal entre os envolvidos que acabou se transformando (pela imprensa) em "ataque a nordestinos".

Eu queria comentar isso antes mas não foi possível, mas realmente não compartilho desse pavor com este tipo de agressão ou caso. Quem leu o texto todo acima irá entender o motivo. Estão fazendo alarde demais dessa questão, com informações carregadas de estereótipos e informações erradas.

Pra finalizar, pois muita gente pode ler a coisa de forma distorcida achando que isso é uma autoafirmação identitária e não é (isso se lerem tudo): "Ah, mas vocês são petulantes, prepotentes" etc, primeiramente, o texto é uma opinião pessoal com base em fatos históricos e observações (faltou colocar uns links com bibliografia, mas paciência). Pode ter gente (e há) do estado que não concorde com isso mas irá entender perfeitamente o conteúdo do texto e sabe que esses traços que eu citei existem.

Não somos prepotentes, mas se alguém pisa no nosso calo pode acabar não gostando da reação... É bom que as pessoas conheçam os aspectos identitários de cada estado do país pra não ficar repetindo como papagaio o que a TV fala. Por sinal, só se informar por TV no Brasil é temerário.

Como eu disse acima, a gente não baixa a cabeça pra ninguém e isso não é retórico, é uma manifestação de orgulho, brio. "Ah, mas eu não acredito nisso", problema teu, rsrsrs. Repudio qualquer menosprezo a estados etc, mas também não irão fazer isso contra o meu. Pernambuco foi historicamente muito vilipendiado, pelos traidores locais e por outros estados e principalmente pelas calhordices da Coroa Portuguesa. Não esperem submissão de pernambucanos (generalizando, pois há sempre os que fogem à regra), nem como gesto de boa vontade.

O texto deste post é o que eu penso sobre "preconceito regional" no Brasil.

Se a mídia oligopolizada do país quiser espernear repetindo as deformações identitárias dessa identidade regional forjada, problema dela. Não levo e nunca levarei isso em conta a não ser pra criticar. Ao pessoal que repete o que a mídia diz como se a mídia fosse séria ou a "verdade absoluta de tudo", favor não encher meu saco com isso e procure se informar melhor.

E só pra constar: eu apoio a regulamentação da mídia no Brasil e a presidente da República fazer isto. Há regulamentação da mídia nos EUA, Reino Unido, Alemanha, em vários países (democracias) e no Brasil é propagada uma histeria, usando clichês da guerra fria ("isso é comunismo!") pra proteger esse oligopólio. O que é engraçado pois se este pessoal se diz liberal deveria ser contra a formação de oligopólio pois atrapalha a "livre concorrência". Mas "liberal" no Brasil é só da boca pra fora, até não mexer nos privilégios de certa elite sem vergonha e antidemocrática.

Fiz o post pois acho ridículo ver gente da região chorando e esperneando quando algum boçal ou imbecil de alguns estados começam a falar ou escrever imbecilidades sobre isso ("nordestinos") achando que ofendem. Parem de chororô e revidem. Parem de frouxidão.

Esse preconceito não é algo equivalente ao caso Aranha, como disse acima, e o racismo contra negros no país, que há também na região que chamam "Nordeste", até pelo passado escravocrata colonial da mesma.

Tá na hora de pararem com frescura com isso. Eu não compartilho do complexo de vira-latas de outros estados da região (e do país). Obviamente não espero que a mídia (oligopolizada) deste país vá mudar de atitude sobre isso (hoje...), mas você que leu pode mudar de postura e provocar uma mudança mais adiante sobre isso. O Brasil mudou e continuará mudando.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dos perigos de se divulgar imagens sem contextualizar o problema - caso do poster de Hitler em Itajaí-SC

Pros leitores do blog de fora do país, a sigla SC é a sigla do estado de Santa Catarina, a cidade de Itajaí fica neste estado.

Feitas as considerações acima, vamos lá.

Primeira vez que eu vi a divulgação dessa foto foi através da página de uma revista, segue o link: link1. (Foto ao lado com o cartaz).

Até aí nada de novo no front, mas...

Como já vi outras tosquices nessas revistas nem quis ler o resto na ocasião pois já sabia que vinha bobagem (e veio), mas acabei lendo depois o "conteúdo".

Eu acho um desserviço ficarem divulgando de forma sensacionalista essas coisas sem comentarem detalhadamente sobre o problema do extremismo de direita no Brasil e como e porque isso se manifesta. Essa revista não fez isso em nenhuma das vezes que tocou no assunto.

Antes de prosseguir vou fazer uma aparte já que se você criticar uma publicação no país que é odiada por determinado grupo (de direita), com a mentalidade binária que se proliferou no país, vai chegar um "radicalzinho" ou outro querendo te empurrar pra direita ou esquerda sem nem saber qual tua posição política sobre isso e eu não ando com saco de discutir moderadamente com esse tipo de troll. Eu sou de esquerda, não sou sectário mas também não tolero muito gente que vem me "doutrinar" achando que me fará seguir cartilha/agenda política contrária ao que penso. Dispenso também os reducionismos em torno da esquerda querendo rotular todo mundo de autoritário, ditador etc, esse tipo de papo furado pode "emocionar" gente que acredita nesse tipo de idiotice mas discutir comigo nesses termos é o mesmo que pedir pra tomar toco (como os "revis" tomam).

Eu não gosto desse tipo de publicação, não só essa CC, como também de uma concorrente dela que não vou nem citar o nome daquele detrito que parece panfleto do PSDB (acho que dá pra fazer a associação e descobrir qual é a revista que se enquadra nessa descrição), exceto talvez a revista IstoÉ que ainda prima em fazer reportagem jornalística investigava vez ou outra, mas não é o tipo de publicação que me "comova". Eu já coloquei aqui textos da IstoÉ sobre lançamento de livros sobre segunda guerra, gostei do texto, não descambaram pro sensacionalismo 'desinformativo' dessas outras publicações.

Mas voltando ao assunto, lendo os comentários (tristes por sinal embora a maioria rechace a ideia em torno do nazismo, mas rechaçam sem uma leitura ou ideia precisa do que seja) a gente fica com uma pulga atrás da orelha com esse tipo de divulgação desses micro-episódios sem comentar detalhadamente o problema que citei acima, o extremismo de direita de cunho fascista.

Sinceramente, qual a relevância de uma porcaria de um cartaz pregado num poste, que poderia ter sido colocado em qualquer canto do país até como pilha, provocação? Fazerem divulgação disso dessa forma é sem propósito, é falta de reflexão mesmo. "Ah, mas eu fiquei chocado", caramba, e adianta ficar chocado? Isso vai resolver problema? A não ser ficarem "indignados" num determinado momento e 1 hora depois esquecerem de tudo. Francamente. Dá raiva ver um troço desses divulgado dessa forma.

A publicação deveria comentar "que grupos são esses", "quais os grupos de extrema-direita de cunho fascista atuantes no Brasil", etc, detalhar a extrema-direita brasileira, mas não, ficam simplesmente no senso comum rasteiro, no superficial, cultuando a imagem e o "aspecto simbólico" da coisa sem tocar em questões mais importantes como informar à população a origem do problema.

Eu já discuti (e até detalhei) isso aqui, na verdade é só um resumo pra orientar o povo sobre quais grupos atuam no país em torno disso: A extrema-direita brasileira. Mapeamento do fascismo no Brasil - Parte 01

E espero um dia fazer a sequência do post do link acima sobre a extrema-direita no Brasil. Pois estão criando um sensacionalismo escroto em torno de suásticas e simplesmente omitindo (por ignorância ou cinismo) os grupos que de fato são problemáticos no país (os mais organizados, numerosos, fascistas como o integralismo).

Adiantando o post que eu gostaria de fazer como sequência daquele primeiro do link acima, há duas extrema-direita no Brasil: uma tradicional alinhada com grupos de ideologia fascista (integralismo e afins, o integralismo é o mais relevante deles pois é um movimento nacional enquanto esses neonazis e imitadores de grupos White Power de fora não passam de caricatura política, são um bando de racistas que imitam o racismo de países como os EUA e do continente europeu). E há uma outra extrema-direita neoliberal ou liberal alinhada a revistas de tiragem nacional, à grande mídia em geral cuja a agenda política gira em torno de privatizações, entrega de patrimônio nacional (empresas nacionais relevantes), ataques à esquerda (demonização midiática) requentando propaganda da guerra fria, apologia da ditadura militar ou banalização disso etc. Esta última extrema-direita fomenta um público altamente alienado e agressivo discutindo, com um complexo de vira-latas (de inferioridade) atroz.

Mas voltando novamente ao assunto do post, há um problema visível de desvio de foco pra região Sul. Eu nunca vi estamparem com estardalhaço as agressões antissemitas e racistas em outros estados do país, há até um vídeo famoso de 1992 (isso mesmo, é antigo pra caramba) mostrando o cenário da extrema-direita em São Paulo (por sinal o documentário é formidável, o melhor já feito no Brasil sobre o problema), mas só miram numa direção.

Eu não estou negando nem pormenorizando que hajam fascistas e racistas nos estados da região Sul ou algo parecido, pra ser preciso, há racistas no país inteiro, de Norte a Sul, o que ocorre é que a manifestação do racismo varia de cidade pra cidade, adapta-se a uma realidade local etc, de região pra região. Negar isso seria cair na esparrela de criar outro tipo de negacionismo que cria mais desinformação em torno desses assuntos.

Só que pelo que eu noto, essa questão desses grupos no Sul (região) costuma ser supervalorizada ao extremo (principalmente na mídia) e nunca vejo esses mesmos sites de notícias (Carta Capital e afins) mencionarem os grupos políticos organizados de extrema-direita do Rio e de São Paulo. Omitem isso por quê? Qual a razão afinal disso?

Quem vê uma matéria dessas e não conhece nada sobre esse tipo de tema, pode achar que esses grupos que citei não existem, pois é nesses dois Estados que o grosso da coisa se concentra, por serem mais organizados e em maior número, ironicamente. Então por que esse sensacionalismo com um cartaz? Por que não fazem a droga de uma matéria citando o problema na sua totalidade?

Parece que essa questão da região Sul virou uma espécie de bode expiatório pra não citarem nunca (e eu toco nessa questão no post que fiz sobre isso) os grupos que atuam em outros estados (inclusive no estado onde essa revista fica sediada).

Eu não estou fazendo ataques a estados pois essas questões não podem ser tratadas na base do bairrismo, eu não tenho essa visão tosca de uma parte dos brasileiros residentes em outras regiões de criarem mitologias (por ignorância, pois a bem da verdade é que esse povo não lê nada que preste, ou quando leem só leem besteira) de superioridade em torno de Estados sem entender os processos políticos e econômicos que formaram o Brasil atual. Só que não sou trouxa de ignorar que muita gente neste país TEM esse comportamento espírito de porco.

Mas como eu dizia, eu avalio o Brasil num todo, estruturalmente, se você é adepto de mitologias, sinto te dizer mas se for discutir comigo com base em preconceitos e crenças eu irei triturar esse tipo de discurso em dois tempos e sem pena alguma. Faço inclusive questão de fazer isso pois considero uma afronta esses brasileiros ou pseudo-brasileiros repetindo essas asneiras supremacistas por algum complexo e/ou também por ignorância, alguns aliam isso à malícia (algo maldoso, sadismo, vontade de querer humilhar quem eles acham que são "inferiores" etc).

Mas voltando ao assunto (peço desculpas por sair do tema mas é que uma coisa sempre puxa outras questões em torno disso), embora a parte discutida acima faça parte dessa discussão (no fundo a discussão desse problema do "neonazismo" no Brasil se resume a problemas identitários brasileiros, gerados por algum problema de formação histórico ideológico, educacional e/ou econômico), é necessário apontar os focos do problema e as origens de cada grupo desse, a matriz dos grupos, como se formam, o que há por trás disso.

Mostrar cartaz de Hitler num poste pregado provavelmente por dois ou três gatos pingados racistas imbecis que pregam isso num país de maioria de descendentes indígenas, negros e com o maior grupo étnico europeu sendo do grupo ibérico (português), soa como asneira e piada involuntária. Curioso o fato de que quando eu leio esse tipo de assunto nessas publicações não vejo comentarem esses pontos que estou citando aqui. "Ah, mas você está sendo pedante", sem querer ser chato, mas o pessoal aqui do blog de fato não é o que se pode chamar de ignorante na questão do fascismo e segunda guerra, então cobrar informação correta, exata, é o mínimo que se espera de uma publicação, não é qualquer bobagem publicada que eu vou sair aplaudindo e elogiando. Eu uso as publicações de fora (que são boas) como referência, se publicarem bobagem, se for o caso, não pensarei duas vezes em criticar (apontando as falhas) a bobagem.

Em suma, pra não alongar a coisa, a Carta Capital fez um estardalhaço com essa foto, a meu ver desnecessário, que teria sido bom se houvesse uma matéria que detalhasse e comentasse 'o que são esses bandos', a origem do fenômeno etc, sem aquelas matérias caricatas dos "150 mil neonazis no Brasil" (pra quem não sabe da pendenga, leia esta matéria aqui com o hist. gaúcho René Gertz sobre essa questão) e coisas desse tipo. Eu já comentei em outro post o que penso disso, por essa razão fiz questão de publicar o texto com a entrevista do historiador gaúcho R. Gertz que vai direto ao ponto, penso e concordo bastante com ele com a crítica acerca do estardalhaço que estão fazendo em torno desse assunto.

E a questão mais importante: por que os integralistas são poupados quando se fala em extrema-direita no Brasil? Alguém vê esse grupos ser citado quando se fala em extremismo de direita no país nessas publicações? Esse "poupar" se dá por ignorância apenas ou pra não tocar no assunto já que iriam ter que falar da manifestação deles em outros centros?

Como disse acima, eu sei que rola um bairrismo pesado nessas redações em prol dos estados de origem das mesmas, esse papinho furado de "somos brasileiros" e bla bla bla é lindo mas é um refúgio pro bairrista mala sem alça se abrigar. Essas redações ao invés de denunciar o problema fica querendo "proteger a imagem" de determinada cidade e Estado. Já vi esse comportamento no Orkut. Tinha um cara de SP, bem tosco e sem noção (conhecimento histórico zero), que se metia nas comunas de discussão de negacionismo e toda vez que se tocava no assunto abordando algum grupo de SP o cara começava com o discurso vitimista, defensivo, negando ou diminuindo o problema porque achava que quando alguém discutia o assunto, a própria discussão seria um "ataque ao estado dele", o que beira o delírio e imbecilidade pois denunciar isso é uma defesa ao cidadão comum que vive nesses centros. Quem toma esse tipo de atitude histérica negando o problema no fundo está contribuindo com os extremistas e não os combatendo.

Uma das distorções da grande mídia que mais percebo (e considero isso coisa de gente burra mesmo, uma pessoa que não sabe geografia básica vai escrever matéria de jornal como?), é sobre a região Nordeste, que é só nome de região (ou ponto colateral, noroeste, sudoeste, rs) já virou "Estado da federação" em vários desses textos de jornais pretensamente "informativos".

Falam, com petulância e ignorância como se uma região fosse um Estado do país, ignorando as divisões históricas e os nomes dos Estados de fato, comportamento altamente babaca. Querem saber o que fomenta esse tipo de extremismo de direita racista? Essa questão que acabei de abordar, a própria mídia fomenta o monstrinho.

Mas se você pensa que para por aí o festival de besteiras que assola o país (FEBEAPA), até "etnia" a região "virou" no imaginário dessas pessoas. É algo tão ridículo e estúpido que chega dar nojo comentar isso.

Esses grupos extremistas se alimentam dessas informações toscas, distorcidas e enviesadas publicadas pela grande mídia do país, seriados toscos com estereótipos etc, ao longo de décadas formaram esses "monstrinhos" metidos a "White Power" país afora, por isso que toco nesse assunto já que isso não será abordado nessas publicações. Eu nunca vejo publicação falar de problema identitário no Brasil e regional, é como se isso não existisse e é o que mais tem desde a redemocratização do país. Curioso que já vi pilhas de textos estrangeiros abordando esse tipo de questões e no Brasil, quase nada.

Acho que já detalhei o que penso sobre o caso acima. O espaço dos comentários serve pra discussão, se o povo lê e evita discutir não posso fazer nada. Digo isso porque pode haver gente que discorda e ao invés de comentar, discutir, fica remoendo raiva com idiotice.

Acho um erro o estardalhaço em torno desse cartaz num poste sem esclarecer as pessoas do que se trata, se for tratar "neonazismo" (que na verdade no Brasil é neofascismo) e racismo como tabu, dá nisso.

O povo ao invés de discutir e explicar racionalmente, sem pitis emocionais, o que se passa, quem são os bandos etc, fazem um estardalhaço puro e simples aumentando o "poder" de fato dessa meia dúzia de Zé Roelas querendo chocar. Não é por aí, essa postura defensiva e de "estou chocado" não resolve porcaria alguma.

O racismo no Brasil é muito, mas muito anterior a essas manifestações atuais de racismo repaginadas com uma suástica no meio pra chamar atenção (e conseguiram o que queriam). Esse tipo de manifestação tem ligação direta com o racismo histórico brasileiro e não com o cabo austríaco propriamente, coisa que não foi abordada pela revista.

Observação: a última, espero. O fato deu criticar o conteúdo dessa publicação (Carta Capital) não quer dizer que eu goste das outras publicações do tipo como já comentei lá no começo.

Digo isso pois há umas "inteligências raras" que acham (de forma oportunista e escrota) que quando a gente critica uma publicação que é odiada por certo seguimento (de direita/extrema-direita), acham (erroneamente, por presunção) que a gente "gosta" do seguimento oposto "automaticamente" que publica coisas "divergentes" desse tipo de publicação que citei, pensamento binário total dessas pessoas.

O curioso é que a Carta Capital tem a The Economist como parceira (link) e tem muita gente que se diz de esquerda no país que nem "repara" nesses detalhes. Pra quem não está entendendo a crítica, a The Economist é uma bíblia neoliberal britânica (link), chega a ser hilário ver o grau de demência e extremismo/polarização no país como por exemplo a outra extrema-direita liberalóide chiar chamando essa revista de comunista, e uma penca de gente que se diz de esquerda achando que a publicação é socialista ou coisa do tipo.

É por isso que eu fico uma arara quando leio essas coisas. O povo não fala por falar, fala cheio de "certezas" que adquiriram sabe-se lá onde já que não leem, pelo visto. E ainda vem gente me mostrar link dessas revistas sem nem ter ideia dos erros (e bobagens) que elas publicam, como se só existisse esse tipo de fonte de informação disponível. De besteira já chega o "revisionismo", me poupem de ficar lendo mais bobagens além disso.

Não quero mudar opinião de ninguém sobre isso, cada um lê o que quer etc, só fiz esses comentários porque infelizmente a gente é obrigado a explicitar a opinião/posição porque sempre chega gente repassando essas coisas querendo uma espécie de "bênção" da gente concordando com esses textos que A, B ou C segue a risca por alguma crendice ou sectarismo ideológico. Há pilhas de textos, em inglês principalmente, infinitamente melhores pra se entender nazismo e fascismo que essas publicações do país, infelizmente. Tanto que há pilhas de traduções no blog justamente POR essa razão.

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