Assunto recorrente pois toda vez que soltam alguma notícia sobre gangues ou indivíduos rotulados como neonazis ou skins (de direita), sempre citam o ódio ou perseguição a "nordestinos" ou o que esse tipo de imbecis entendem sobre isso, pois em geral trata-se de um bando de ignorantes raivosos, com problemas de identidade cultural, reproduzindo o preconceito de onde foram criados, pois eles não nasceram odiando grupos ou não é algo (o ódio, preconceito) que se passe biologicamente de pais pra filhos e sim através do meio cultural onde são criados: escolas, bairros, família, vizinhos etc.
Por que esse tipo de coisa sempre me irrita? Porque eu não compartilho da ideia que a mídia repassa do que venha a ser "Nordeste" e "nordestinos", como já mencionei nesse texto sobre o livro "A invenção do Nordeste" (na era Vargas), como também da reprodução desses estereótipos regionais por grupos dentro da própria região para "naturalizar" um estereótipo negativo e artificial e preconceito criados de fora pra dentro de uma divisão regional do Estado Novo, com mitificações ridículas e supressão de identidades de Estado, principalmente a do meu, Pernambuco.
Não só a mídia é responsável por perpetuar isso, como já vi vários grupos que se identificam assim (tem até no Facebook coisas como "liga nordestina" etc, algum nome assim) reproduzindo essa identidade forjada e reforçando os estereótipos que alguns grupos de alguns estados ficam incitando.
Estou afirmando categoricamente que essa identidade regional é uma invenção e que nem todo mundo compartilha da ideia, apesar da massificação da mídia hegemônica do Brasil.
Os grupos que geralmente reproduzem estes preconceitos é variável, vai desde descendentes de gente da própria região que acham que são "paulistas da gema" (algo normal, essa ideia regional é nova, vem da Era Vargas e sempre houve migração intensa no país, desde ricos a pobres, essa ideia de 5 Brasis é forjada) e coisas do tipo, até o problema identitário de descendentes de colônias de imigrantes, algo mais notável em São Paulo (o famoso "sou descendente de", pra ressaltar origem e nunca o "sou brasileiro", ironicamente os descendentes de portugueses em geral se dizem brasileiros) mas também ocorre em outros estados.
O que se passa é que alguns estados por não terem um referencial identitário forte acabam adotando esse termo regional como fator identitário (agora me refiro à região Nordeste), e ao fazer isso acabam criando uma crise de identidade em Pernambuco e em estados onde a identidade é mais forte como a Bahia.
Não renegamos a região ou o país, apenas não nos vemos como meia dúzia de desinformados querem que a gente se sinta ou se veja por pura petulância, desrespeito e ignorância. Entendo que grupos oriundos da região que migraram pra outros estados, pelo preconceito onde acabam se alojando, acabem adotando essa identidade regional ou não rejeitando isso, mas quem ficou na região não se vê assim, apesar de uma parte repetir o discurso propagado pela mídia, por ignorância principalmente e falta de consciência política.
Há também diferenças comportamentais históricas entre estados (uns são mais brandos, outros mais briguentos), diferenças sotaques (pois é, pra quem não conhece, há vários sotaques no que chamam de "Nordeste", até dentro de um mesmo estado, e dá pra identificar fácil de onde alguém é só pelo sotaque) e rixas entre alguns estados.
Eu já disse antes e volto a repetir quantas vezes forem necessárias: o mal deste país é que o povo (generalizando) não conhece a história da formação do mesmo, por isso que se parecem com um bando de ETs que acham que o Brasil é uma coisa solta, largada no espaço, sem origem histórica, por simplesmente não terem ideia da formação do mesmo (e não terem nem interesse em saber ou conhecer).
Pelo fato do bairrismo, consciência nacional e nativismo forte em Pernambuco, de ser um fenômeno acentuado (embora não seja o único Estado do país a manifestar isto, nem o mais virulento do país, o Brasil é o país dos bairrismos e deveria parar com a hipocrisia de negá-los, até pra combatê-los quando extrapolarem), esses fatores juntos mencionados acabam provocando uma aversão e uma ideia contrária à essa ideia esdrúxula que criam em torno do que falam ser "Nordeste", como se fosse uma região "homogênea", "monolítica", que só existe na cabeça dos desinformados ou da claque raivosa de outras regiões e estados, principalmente propagada pela mídia do eixo Rio e São Paulo (é bom dar nomes aos bois) que é a mídia que mais reproduziu, reproduz e inculca o povo com esses estereótipos nacionalmente. E o faz de propósito, não é por mera ignorância (que eu até relevaria).
Por que a implicância então com a questão? Eu sempre vejo reações histéricas e "coitadísticas" (existe esse termo? se não existe então acaba de ser criado, embora eu já tenha citado o termo antes), referente a "coitadismo", de gente da região (que vive em outros estados geralmente), quando surge na mídia uma denúncia de "preconceito a nordestinos", que ignoram que essa ideia regional só existe na cabeça dessas pessoas, pois, dependendo do estado de origem da pessoa atacada, eu diria que o possível agressor corre mais risco de sair machucado gravemente num embate do que a possível "vítima", rs.
E não estou brincando. Por isso que acho bizarro quando chegam a mim e me soltam este tipo de notícia sobre "ataque a nordestinos" (cliquem no link) como se eu fosse ficar "chocado". Sinto, mas não me comovo com esse tipo de apelação emotiva, e entenderão a razão disto no desenrolar do post. Se as pessoas soubessem dessas nuances entre estados (das peculiaridades de cada um), evitariam postar coisas dessas tipo.
Acho culturalmente rica a pluralidade regional e estadual brasileira, foi isto que formou o Brasil.
Em parte, muitas vezes, a culpa não é dessas pessoas e sim da omissão, silêncio, que esses grupos que se identificam como "regionais" fazem pra perpetuar esse tipo de coitadismo e de imagem de "gente frágil","unida" etc, algo incompatível com o que nós pernambucanos (generalizando) sentimos e vemos.
Eu sei que é perigoso falar e generalizar sobre povos, pois dentro de um povo existe gente de todo tipo, desde do frouxo, despolitizado, até o mais casca grossa (brabo, valente), politizado etc, mas existe uma coisa que se costuma chamar de ethos (referente a costumes) que, em casos de embate, costuma vir à tona e se sobressair sobre qualquer gesto de covardia ou algo parecido. Resumindo, os indivíduos que têm consciência desses costumes históricos locais costumam trazê-los à tona, quando há confronto, pra instigar o povo.
A quem quiser tratar o assunto como "coisa menor": a mídia hegemônica no Brasil vive instigando, provocando, incitando o conflito entre estados e regiões, por isso este tema é bastante relevante pra entender o Brasil. Por isso que se vê tanta briga e conflito, pois a mídia (os cabeças dela) sabem desses aspectos nacionais e pelo fato do povo não discutir isso pra aprender e querer criar tabus, acaba fazendo o jogo de discórdia desta mídia.
Essas questões culturais, ethos etc, existem em todos os países do mundo, territórios, regiões, cidades etc, com o Brasil não é e nem seria diferente, apesar do povo ter enfiado na cabeça que o Brasil é uma "excepcionalidade" no mundo por um nacionalismo tosco cultuado por ditaduras e outros governos.
Quem conhece o ânimo e espírito de guerra de alguns estados e cidades, irei destacar Recife, talhados em séculos de conflito (existem cicatrizes de conflito e guerra em Olinda e Recife em praticamente todo canto, e isso forja desde cedo uma mentalidade altiva, de combate), sabe que não é muito aconselhável mexer com determinados estados e cidades e indivíduos dela, pois, dependendo do temperamento do agredido, você pode se deparar desde com alguém pacato, como com alguém que revidando é literalmente casca grossa e intolerante (apenas quando é confrontado) e você se sairá na pior pois esses indivíduos não se veem como nos estereótipos cultuados e reproduzidos na mídia de "povo frágil, sofrido" e toda aquela lenga-lenga enfadonha, enjoativa que essa mídia hegemônica do país reproduz há décadas, e ironicamente acaba acentuando e instigando o bairrismo local.
Vou citar um caso recente (que não tem séculos), que aconteceu há algumas décadas, mostrando que essas coisas que citei acima existem, e que há gente no país que tem consciência disso, apesar da mídia ficar tagarelando que isso não existe, por omitir o assunto ou mesmo negá-lo, de que todo mundo no Brasil não tem ideia alguma do que seja o Brasil (não o Brasil distorcido da grande mídia oligopolizada).
Uma das preocupações no golpe militar de 1964 foi deslocar tropas do exército pro Palácio do Campo das Princesas (sede do governo de Pernambuco) pra depor Arraes (então governador de PE, apesar de não ser pernambucano), na ocasião da queda de Jango (João Goulart), com medo que pudesse haver resistência organizada local pelo histórico de conflitos e resistência do Estado.
O exército conhece bem esse espírito de luta pois a batalha dos Guararapes é tida como referência pro próprio exército brasileiro porque foi o primeiro conflito armado nativista onde surge a ideia de nacionalidade brasileira. E na verdade Recife e Pernambuco foi, depois do golpe, um local onde ocorreu confrontos como a explosão de bomba no Aeroporto dos Guararapes (pela resistência armada) e forte atuação das forças repressivas militares. Isso não é só "mito" velho de livro de História, esse sentimento realmente existe, basta atiçarem pra pólvora logo se espalhar, como se fosse algo "instintivo".
Havia um texto no link do site do exército, mas colocaram na seção regional, podem conferir (apesar de ser bem aumentado pra dar um ar de "heroísmo" a mais):
Batalha dos Guararapes
Pra quem não conhece a história disso, foi neste local (é um Monte, ou Montes, os Montes Guararapes) que foram travadas as batalhas principais contra o exército holandês (pelos nativos, descendentes de portugueses e negros) e a expulsão em definitivo da Holanda de Pernambuco. Episódio conhecido como Insurreição Pernambucana:
Nova Holanda
Invasões holandeses
A Holanda na época era uma potência militar marítima e econômica e foi derrotada por forças teoricamente bem mais fracas. Olinda foi incendiada antes dos holandeses porque era onde vivia a aristocracia local, Olinda foi a primeira capital de Pernambuco e não Recife, que era um porto da mesma, até se transformar com os holandeses. Links adicionais:
O Despertar do Recife no Brasil Holandês
Com 477 anos, invadida e incendiada pelos holandeses, a cidade se reergueu e virou Patrimônio Cultural e Natural
Centro Histórico de Olinda
E não se pronuncia "Ôlinda" como algumas pessoas erroneamente falam, o certo é "Ólinda" (com o "o" aberto) porque reza a lenda de fundação da cidade que ela surgiu de uma frase dita pelo donatário da Capitania "Ó! Lindas flores" do alto da mesma. Mas pode ser só lenda, mas se pronuncia com a vogal "o" aberta e não fechada.
Como eu afirmei acima, há cicatrizes de conflitos e batalhas por todos os cantos. Por isso que acho estranho que haja tanto brasileiro olhando só pra conflitos fora do Brasil sem conhecer a história interna do próprio país, que é rica, relevante. Nada contra que se leia e se aprenda os conflitos externos, pelo contrário, quanto mais lerem (algo que preste), melhor, mas é vergonhoso o desconhecimento da história do próprio país. Nos EUA o povo aprende pesado na escola a história daquele país, no Brasil comentam a história do país de forma limitada.
Voltando à questão da identidade "nordestina". Um pernambucano (generalizando) dificilmente se vê como um coitadinho, frágil, com medo de gente de outras regiões (ou de qualquer canto), etc, um contraste nítido e pesado com essa ideia de "Nordeste frágil" e coisas do tipo. Lógico que estou sendo genérico, nem todo pernambucano é "brabo ou destemido" e não complexado, mas as chances de ter esse comportamento mais arredio são bem maiores que em outros estados. Eu estou de saco cheio de passarem por cima da História do estado com esse negócio regional de "Nordeste isso, Nordeste aquilo", "região isso, região aquilo". Chega, basta. Que respeitem o nome históricos dos estados que estão acima dessas questões regionais.
Um dado a mais, se a pessoa por acaso ainda for recifense, não idiotizado como há vários hoje em dia (infelizmente), a coisa ainda piora. O recifense é um povo elitista, orgulhoso, brioso e bairrista (mais que o resto do estado), não sei se isso é uma qualidade ou defeito, mas é algo real. E que como se diz em PE (sigla do estado), pernambucano só baixa a cabeça a alguém pra agradecer, jamais pra se submeter.
Dependendo de quem você mexe/provoca, a reação pode ser bem 'surpreendente' (negativamente). Ou seja, quando eu vejo alguém na mídia reproduzir essa ideia de "coitadinho", "tenham pena de mim" ou "tenham pena dele", ou retratar gente como "inferiores", dá uma raiva fora do comum. Jamais contem comigo pra reproduzir esse tipo de porcaria, esse estereótipo ridículo.
A maioria do povo brasileiro desconhece as origens e o processo de desigualdade regional atual do país, por isso que esses problemas descritos no post se proliferam. A ignorância é a mãe de quase todo ato cretino. Já citei em algum post passado (basta procurar pela tag/marcador História do Brasil, sobre Werner Baer e o livro "Economia Brasileira") a história da formação do Brasil atual e o surgimento disso.
Serei solidário com casos de preconceito, mas nunca com quem queira posar de coitado, frágil se valendo desse negócio "regional" pra sentirem piedade alheia, isso é ridículo, desprezível, é acatar preconceitos e estereótipos ditos por terceiros, com um espírito de porco fora do comum, como se fossem verdade.
Eu já li e vi várias manifestações que critiquei acima neste post, várias é forma de falar, foram dezenas, centenas, já perdi a conta, e geralmente (90% ou mais) de não-pernambucanos. Por isso que estou narrando e citando este comportamento no post. Não é algo incomum, pelo contrário, é algo bem corriqueiro.
Até em matéria sobre "neonazismo" (neofascismo, extrema-direita) no Brasil, eu já li esse tipo de postura, e obviamente rechacei.
A quem não conhece esses pormenores e histórico dos preconceitos, acabam ficando espantados quando veem certas reações, por não conhecem esses aspectos estaduais.
Vou relatar algumas coisas que sei e que muita gente não tem nem ideia de onde surgiu, só pra reforçar o que eu disse acima, pra mostrar como o povo desconhece o próprio país e a origem de alguns preconceitos. Muita gente em PE omite ou ignora a origem desses termos, pois deixaram de usá-los depois que esses termos pejorativos passaram a ser usados como preconceito regional nacionalmente.
Se você presta atenção a essas coisas, já deve ter ouvido falar que chamam "nordestinos" no Rio de Janeiro, pejorativamente, de "paraíbas" (nem acertar o nome "paraibano" acertam, rsrs), e em São Paulo o termo pejorativo pra "nordestinos" é "baianos". Já devem ter ouvido falar também do "cabeça chata" etc.
Pois bem, chegou a hora deu ironizar a própria burrice (ignorância) de quem diz isso sem saber a origem dos termos. Pra você ver, nem capacidade pra inventar um xingamento esses caras têm (estou sendo irônico), rs.
O termo "cabeça chata" era um "elogio" (entre aspas, está novamente em sentido irônico), pejorativo, que o povo em Pernambuco usava pra ironizar cearenses. Por isso talvez eles não 'morram de amores' por a gente até hoje, rsrsrs.
Sim, o termo não foi nem um paulista ou carioca que o inventou, isso surgiu em Pernambuco, é algo antigo e que não era preconceito embora fosse provocação bairrista.
Aquela história de que "o cara ficou com a cabeça achatada porque bateram na cabeça dele" e que "quando ele crescer vai estudar no Recife" etc, adaptaram essa provocação bairrista em outros estados e as antas que repetem não sabem nem de onde isso surgiu. Já tive que ouvir alguém desses estados dizer isso e obviamente ironizei a figura.
Algum pernambucano sem vergonha (ou vários), achando que essa provocação bairrista não iria virar no futuro preconceito regional, porque as coisas no Brasil antigamente não tinham a conotação atual, disseminou isso nesses estados e adaptaram a coisa pra preconceito regional.
Outro detalhe, jamais usam o termo pernambucano pra retratar pejorativamente regionais, porque devem saber que se usarem isso o "tempo fecha", rs, ou simplesmente acaba perdendo o sentido pois a gente tem orgulho do nome do Estado e de ser chamado assim e os vizinhos não iriam gostar de ser chamados de pernambucanos.
Eu estou ironizando a coisa, mas há um fundo de verdade.
Alguém chamar um pernambucano de baiano é algo que seria visto como ofensa grave. Pra quem não entende o motivo, não lembro se cheguei a narrar a rixa história entre Bahia x Pernambucano, quem quiser pode procurar o assunto, em todo caso, vai uma amostra só pra ilustrar a questão (só um aviso, eu não concordo integralmente com o conteúdo dos textos, estou citando só pra ilustrar que a rixa existe):
Link1
Pernambuco fogo alto, Bahia banho-maria
Vocês leem ou veem isso sendo citados na mídia? Presumo que não. É muito raro citarem.
Outro problema relacionado a essa questão de estereótipo regional é o uso da vestimenta de Lampião, ou da vestimenta de cangaceiro e do sertanejo, do semiárido, pra retratar a região. Lampião na verdade era pernambucano, quem quiser criar sua identidade invente alguma personalidade histórica pro seu estado, rs, eu acho que já tá na hora disso ter um fim. Sem essa de ficar usando a de outro estado como "genérico" por falta de criatividade.
E há um porém nessa questão com Lampião: Lampião jamais seria cultuado em Pernambuco como algo de valor pois era um bandoleiro (existem certos círculos que cultuam, por ignorância do simbolismo disso, reproduzindo o culto que há a ele principalmente no Rio), a única coisa em comum dele com outras figuras históricas de Pernambuco é o espírito de bravura e guerra, mas ele não tem relevância nem estatura moral, histórica e política de um Frei Caneca, Joaquim Nabuco, Abreu e Lima, Bernardo Vieira de Mello ou Nassau (mesmo não sendo brasileiro é parte marcante da História de Pernambuco) que são figuras de fato representativas da história de Pernambuco. É muito chato ver a deformação que fazem com a imagem do seu estado, tanto gente de fora como a choldra interna.
Luiz Gonzaga, apesar de cantar o semiárido (região semidesértica comum de 10 estados, incluindo o norte de Minas) e usar o regionalismo pra se projetar musicalmente no Rio, era pernambucano. O frevo também é pernambucano (uma polca acelerada que acabou sendo transformada em outro ritmo musical e dança), e foi o 'culpado' pela mudança do carnaval baiano na passagem do clube Vassourinhas (de frevo) por Salvador, foi daí que surgiu os trios elétricos que até a ascensão desse "Axé" (essa coisa terrível, entulho auditivo e poluição sonora), a música que se tocava na Bahia nos carnavais era praticamente um frevo com guitarra baiana (eles deram continuidade de forma bonita à tradição começada aqui), quando a música tinha qualidade. Quem quiser ouvir uma música narrando essa história, escute a Vassourinha Elétrica com Moraes Moreira:
Vassourinha Elétrica
Vassourinha Elétrica - Gal Costa
Aqui a versão com metais (tradicional) da música "Atrás do trio elétrico", que é um frevo com guitarra baiana (a gravação original):
Atrás do Trio Elétrico (100 anos de Frevo, CD 02)
Exceto o frevo de bloco que é tocado com cordas, os outros tipos de frevo se toca com metais.
Ou seja, o que quero deixar claro neste post? O tamanho da ignorância das pessoas que fazem alarde com essa questão do preconceito regional sem nem entender a origem e o que há por trás disso. Se não sabem as peculiaridades do problema, é melhor se abster de tomar parte, eu mesmo não preciso que alguém vá me defender se algum imbecil disser besteira sobre estado ou região, não me sinto ofendido pelo que algum imbecil complexado fala. Geralmente quem ataca acaba se arrependendo de dizer a besteira.
Eu já notei que o preconceito regional em São Paulo e Rio, desde a redemocratização do país (1985), é usado como forma de não chamar atenção pra preconceito racial/étnico, pois usam esse tipo preconceito regional pra atacar pessoas com biotipo caboclo, mulato etc. Talvez por conta disso tenham aumentando a "preocupação" em torno da questão do preconceito regional (algo bem provável). Vou ficar devendo dois prints que achei pra ilustrar isso (mas colocarei aqui quando achar). Neste caso, o problema de fato é o preconceito étnico/racial (estou usando o termo "racial" por ser mais compreensível).
Um exemplo, essa matéria saiu no jornal O Estado de São Paulo mas as imagens não estão carregando (eu as tenho salvas, em todo caso), mas colocaram o print em outros jornais como podem ver abaixo pra confirmar o parágrafo acima, de que o preconceito regional está sendo usado pra camuflar racismo/preconceito étnico/racial:
Link do outro jornal. Vejam o detalhe da imagem, isto foi repassado por várias pessoas (retweeted) que poderiam se enquadrar na descrição racista que a cidadã acima fez e não foi processada por isto.
Isso de uma "torcedora" que diz torcer prum time de "massas" e "popular" no Brasil que a TV cansa de repetir que se "orgulha" de ser "popular", imagina se não se "orgulhasse"...
A descrição racista da moça: "pardos, bugres, índios, cambada de feios".
Só pra ilustrar o tamanho do delírio e imbecilidade desse tipo de figura: um dos meus bisavós (lado materno) era gaúcho, outros eram paraibanos, outros eram portugueses (alguns dos bisavós do lado paterno), tenho um sobrenome espanhol e vários portugueses, só que vieram há tanto tempo pro Brasil que ninguém lembra mais a origem certa da chegada (antes do século XIX, ou seja, nós "brasileiros antigos" existimos), aí me deparo com uma anta escrevendo isso. Acho realmente engraçado ver uma cidadão com sobrenome "Regis" (deve ser da nata "ariana europeia") escrever esse amontoado de idiotices racistas por que pensa isso mesmo, gente fútil, vazia e cheia de fezes na cabeça.
Aqui o segundo print publicado no jornal:
O que tá escrito: "só vim no twitter falar o qnto os NORDESTINOS é a DESGRAÇA do brasil.. pqp! bando de gnt retardada qe acham que sabe de alguma coisa"
O 'tweet' do cidadão acima só não é pior pois soa como piada involuntária (pois ele não teve intenção de fazer piada, só que foi tão estúpido que parece que fez de "palhaçada"). Tem tanto erro de português (ortografia e conjugação) acima que eu não sei qual é a pior coisa a citar, se isso ou a ancestralidade "ariana" (sobrenome árabe Farah) do cidadão e o tanto de recalque (complexo), "gnt retardada qe acham que sabe de alguma coisa".
Depois pernambucano é arrogante porque a gente é obrigado a conviver com esse monte de gente escrota neste país. Leva-se fama de arrogante por não se ter muita paciência com excesso de cretinice e perversidade.
Voltando ao assunto, ou seja, no fundo este preconceito regional está sendo usado hoje e há algum tempo, em algumas regiões e estados, pra camuflar preconceito racial, pois preconceito racial chama mais atenção facilmente vide o caso do goleiro Aranha. Como já disse aqui antes, eu nunca vi um Collor (sobrenome alemão), Sarney e afins sofrerem preconceito regional em outros estados com forte manifestação desse tipo de preconceito, porque o povo, "de forma portuguesa", adora respeitar quem acha ou sabe que tem status, dinheiro e poder e não dão um pio contra pessoas na frente delas, independente de que estado venham. Se bobear ainda adulam e estendem o tapete vermelho.
Isso é pra ilustrar o tamanho da babaquice por trás dessas coisas e que a porcaria da mídia oligopolizada do país não tem a menor vontade de conscientizar e esclarecer o povo sobre isso, mesmo sabendo que há, há bastante tempo, uma aversão e combate considerável à essa imposição cultural midiática.
Alguém pode estranhar porque eu sempre cito um estado em detrimento de outros, e o motivo é simples: primeiro por conhecer mais certos aspectos culturais (e históricos) desse estado que de outros. Segundo que outras pessoas de outros estados (principalmente os que possuem um ranço anti-pernambucano) irão retratar adequadamente meu Estado. E terceiro porque é um estado que historicamente sempre foi um ponto de referência e influência regional e nacional, quer os demais estados da região e outros estados do país, por recalque, tentam suprimir o mesmo, principalmente no governo daquele odiento sociólogo tucano.
A meu ver, o povo de Pernambuco anda muito manso pro meu gosto com essas imposições, aceitando demais certas coisas enfiadas goelada abaixo pela mídia hegemônica do país, mas isso é outra discussão. Acho que estamos chegando a um limite com a questão da mídia/imprensa no Brasil.
A quem achar que este post é radical (pois já teve gente achando que isso era radicalismo), o que citei acima é brando, tem gente bem mais radical do que o que foi descrito acima, quem acompanha futebol sabe da troca de "gentilezas" quando rolava aqueles jogos truncados com o Sport e clubes de fora, com a bandeira do estado tremulando no estádio. Quanto mais provocam, mais o bairrismo acirra.
Se você leu este texto e quer continuar a repetir certas bobagens, o problema é todo seu, só não chie no dia que tomar um revide por não entender que termo "regional" não é sinônimo (nunca foi e nunca será) de gentílico de estado. Em outros países esse tipo de questão costumam ser delicada e pivô de conflitos mais sérios.
O texto não é uma adulação com estados e sim uma amostra pra mostrar a quantidade de besteiras (e ignorância) que é incutida nesse termo "regional" de forma equivocada no país. Estou de saco cheio de vir gente a mim falar bobagem sem nem saber como a gente pensa ou vê essas questões. Também não deixarei que outros apresentem uma versão torta desses temas quando eu mesmo posso detalhar a coisa melhor, ou com meu ponto de vista.
Não queiram colocar esse preconceito regional no mesmo patamar de racismo contra negros e outras minorias, pois não estão no mesmo patamar (o racismo contra negros no Brasil é o pior preconceito do país) e também porque uma região ou estado não são uma minoria e fundamos este país junto com outros estados históricos (Bahia, Rio Grande do Sul, Minas, Pará), embora por lei alguém pode ser enquadrado se extrapolar certos limites com isso, mas eu jamais processaria alguém por preconceito regional por achar que ofensa que vem de baixo (de escória) é sempre desprezível, faz cócegas.
Eu realmente não fico doído quando um carioca ou paulista (a quem for desses estados, sinto em ter que citá-los, mas são os dois estados que mais enchem o saco com essas questões) repetem essas baboseiras, com gente que vive repetindo isso pra relinchar a própria burrice. A gente também costuma revidar com "carinho" e "afeto" ofensas verbais por não sentirmos (generalizando) o tal complexo de vira-latas.
Quem cunhou o termo "complexo de vira-latas" foi exatamente um pernambucano (Nelson Rodrigues), daqueles bem casca-grossa, depois do jogo da final de 1950 no Rio, com o público local, porque de fato nós vemos o país de outra forma, sentimos repulsa desse tipo de complexo, mesmo que muita gente neste país não queira reconhecer isto ou não conheça esses detalhes estaduais. Não é um chilique ou comentário imbecil que irá minar nossa moral, não se iluda com isso.
Não adianta virem aqui no blog relatar agressão a "nordestinos", exemplo (cliquem no link), que não entrarei em pânico ou coisa do tipo com isso. Não vejo como vítima de um bando de imbecis patéticos imitando grupos neonazis estrangeiros (com toda a ignorância que isso carrega). O ataque do link ao que tudo indica era uma briga pessoal entre os envolvidos que acabou se transformando (pela imprensa) em "ataque a nordestinos".
Eu queria comentar isso antes mas não foi possível, mas realmente não compartilho desse pavor com este tipo de agressão ou caso. Quem leu o texto todo acima irá entender o motivo. Estão fazendo alarde demais dessa questão, com informações carregadas de estereótipos e informações erradas.
Pra finalizar, pois muita gente pode ler a coisa de forma distorcida achando que isso é uma autoafirmação identitária e não é (isso se lerem tudo): "Ah, mas vocês são petulantes, prepotentes" etc, primeiramente, o texto é uma opinião pessoal com base em fatos históricos e observações (faltou colocar uns links com bibliografia, mas paciência). Pode ter gente (e há) do estado que não concorde com isso mas irá entender perfeitamente o conteúdo do texto e sabe que esses traços que eu citei existem.
Não somos prepotentes, mas se alguém pisa no nosso calo pode acabar não gostando da reação... É bom que as pessoas conheçam os aspectos identitários de cada estado do país pra não ficar repetindo como papagaio o que a TV fala. Por sinal, só se informar por TV no Brasil é temerário.
Como eu disse acima, a gente não baixa a cabeça pra ninguém e isso não é retórico, é uma manifestação de orgulho, brio. "Ah, mas eu não acredito nisso", problema teu, rsrsrs. Repudio qualquer menosprezo a estados etc, mas também não irão fazer isso contra o meu. Pernambuco foi historicamente muito vilipendiado, pelos traidores locais e por outros estados e principalmente pelas calhordices da Coroa Portuguesa. Não esperem submissão de pernambucanos (generalizando, pois há sempre os que fogem à regra), nem como gesto de boa vontade.
O texto deste post é o que eu penso sobre "preconceito regional" no Brasil.
Se a mídia oligopolizada do país quiser espernear repetindo as deformações identitárias dessa identidade regional forjada, problema dela. Não levo e nunca levarei isso em conta a não ser pra criticar. Ao pessoal que repete o que a mídia diz como se a mídia fosse séria ou a "verdade absoluta de tudo", favor não encher meu saco com isso e procure se informar melhor.
E só pra constar: eu apoio a regulamentação da mídia no Brasil e a presidente da República fazer isto. Há regulamentação da mídia nos EUA, Reino Unido, Alemanha, em vários países (democracias) e no Brasil é propagada uma histeria, usando clichês da guerra fria ("isso é comunismo!") pra proteger esse oligopólio. O que é engraçado pois se este pessoal se diz liberal deveria ser contra a formação de oligopólio pois atrapalha a "livre concorrência". Mas "liberal" no Brasil é só da boca pra fora, até não mexer nos privilégios de certa elite sem vergonha e antidemocrática.
Fiz o post pois acho ridículo ver gente da região chorando e esperneando quando algum boçal ou imbecil de alguns estados começam a falar ou escrever imbecilidades sobre isso ("nordestinos") achando que ofendem. Parem de chororô e revidem. Parem de frouxidão.
Esse preconceito não é algo equivalente ao caso Aranha, como disse acima, e o racismo contra negros no país, que há também na região que chamam "Nordeste", até pelo passado escravocrata colonial da mesma.
Tá na hora de pararem com frescura com isso. Eu não compartilho do complexo de vira-latas de outros estados da região (e do país). Obviamente não espero que a mídia (oligopolizada) deste país vá mudar de atitude sobre isso (hoje...), mas você que leu pode mudar de postura e provocar uma mudança mais adiante sobre isso. O Brasil mudou e continuará mudando.
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sábado, 27 de setembro de 2014
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Ministra negra força a Itália a encarar o próprio racismo
União Europeia. Ministra negra força a Itália a encarar o próprio racismo
Ministra da Integração Cécile Kyenge incita ódio da direita italiana por sua defesa dos imigrantes – e por sua cor de pele. Histórico nacional de racismo é de longa data, mas há sinais de mudança.
Desde que foi nomeada como primeira chefe de ministério negra da Itália, em abril último, Cécile Kashetu Kyenge tem sido vítima de observações de cunho racista e sexista por parte de membros da Liga Norte (LN), partido populista de direita que, entre outras bandeiras, é contra a imigração. Seus insultos incluem "macaca congolesa" (a ministra da Integração nasceu e cresceu na República Democrática do Congo) e "membro do governo bonga-bonga".
Uma semana atrás, após sugerir que os imigrantes seriam responsáveis pelos piores crimes na Itália, a conselheira municipal de Pádua, Dolores Valandro, não hesitou em postar no Twitter: "Não há ninguém que estupre a Kyenge para ela entender o que sentem as vítimas de um crime atroz assim?".
"Piada infeliz"
Neste sábado (13/07) o jornal Corriere della Sera noticiou que o vice-presidente do Senado italiano, Roberto Calderoli, declarara durante um comício que Kyenge "estaria melhor trabalhando como ministra no próprio país dela".
Em seguida, o político da Liga Norte comparou as feições da política de 49 anos às de um primata. "Eu adoro animais, ursos e lobos, como se sabe, mas quando vejo as fotos de Kyenge, não consigo deixar de pensar na cara de um orangotango – embora eu não esteja dizendo que ela seja um."
Instado pela agência de notícias italiana Ansa a explicar as injúrias, Calderoli replicou que se tratara de "uma piada infeliz", feita durante um comício, nada mais.
O peso das palavras
O primeiro-ministro Enrico Letta, de centro-esquerda, expressou solidariedade com a ministra, classificando o comportamento como inaceitável. Kyenge por sua vez, declarou ao Corriere que não exigia a renúncia de Calderoli, mas que todos os políticos devem "refletir sobre o seu uso da linguagem" e que "palavras têm peso", pois, afinal, estão "falando em nome dos cidadãos e representando a Itália". Enfim, chega um momento em que "é preciso dizer basta", concluiu.
Cécile Kyenge, que vive desde 1983 na Itália, onde também se formou como oftalmologista, afirmara, em junho, que não tem medo. "Há insultos e ameaças contra mim porque agora estou numa posição visível, mas, na verdade, são ameaças contra qualquer um que resista ao racismo, que resista à violência."
Na qualidade de ministra da Integração, ela pretende lançar uma lei facilitando, aos filhos de imigrantes ilegais, sua naturalização como italianos. Tal agenda política enfurece boa parte dos italianos e, segundo certas fontes, até transformou alguns em opositores radicais da imigração.
Tradição do politicamente incorreto
No entanto, comentários racistas e sexistas não são raridade na Itália, sendo tolerados em silêncio, fora da política. Nos estádios de futebol, por exemplo, praticamente "fazem parte do jogo".
Dois meses atrás, o jogador Mario Balotelli também resolveu dizer "basta": não mais suportando os cantos racistas entoados pelas torcidas, o atacante do Milan e craque da seleção nacional ameaçou deixar o campo, caso fosse insultado mais uma vez devido à cor de sua pele. Em ocasiões passadas, outros jogadores italianos e até mesmo times inteiros já protestaram dessa forma.
Um argumento para relativizar o problema é que, enquanto outros países já vêm enfrentando as questões de integração há décadas, o afluxo de imigrantes à Itália é relativamente recente – em 1990 a população só incluía 2% de estrangeiros, hoje essa taxa é de 7,5%.
A própria Kyenge permaneceu cautelosa, ao ser indagada, numa coletiva de imprensa, se a Itália é um país racista. "É uma questão complicada. Tenho sempre dito que a Itália [...] precisa saber mais sobre migração e o valor da diversidade, e talvez o que mais falte aqui seja uma cultura da imigração. Só depois de um país haver processado essas coisas é que se pode dizer se ele é racista ou não."
Sinais de mudança?
James Walston, analista político especializado em sociedade italiana da America University, em Roma, vê uma luz no fim do túnel da intolerância nacional: "O aspecto positivo dessa linguagem extremamente desagradável é que outras pessoas, que estão tão ofendidas quanto [Kyenge], expressam isso e a apoiam."
Referindo-se ao caso Valandro – que custou à conselheira não apenas duras críticas, como também sua exclusão do partido – Walston acrescentou: "Quando uma política da Liga Norte diz que Kyenge devia ser estuprada, não são apenas os liberais – simpáticos e bonzinhos – que ficam chocados, mas também os próprios líderes partidários [da LN] têm que dizer que isso é inaceitável e a expulsá-la do partido".
Para o politólogo, a projeção crescente dos imigrantes vem forçando a sociedade italiana a encarar de frente seu racismo casual, longamente tolerado. Ele lembra que três outros membros do atual Parlamento também nasceram no exterior. E que o recém-eleito prefeito da cidade de Vicenza, no norte – um celeiro de adeptos da LN – é um imigrante, substituindo seu antecessor abertamente racista.
Walston aponta mais um indício de que as coisas estariam mudando: quando em junho, num surto psicótico, um refugiado africano assassinou vários italianos a machadadas, em Milão, a Liga Norte imediatamente foi recrutar adeptos na área. No entanto, os neofascistas foram expulsos pelos moradores, furiosos de que alguém se aproveitasse da tragédia para incitar o ódio contra os imigrantes.
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/ministra-negra-for%C3%A7a-a-it%C3%A1lia-a-encarar-o-pr%C3%B3prio-racismo/a-16952401
Ministra da Integração Cécile Kyenge incita ódio da direita italiana por sua defesa dos imigrantes – e por sua cor de pele. Histórico nacional de racismo é de longa data, mas há sinais de mudança.
Desde que foi nomeada como primeira chefe de ministério negra da Itália, em abril último, Cécile Kashetu Kyenge tem sido vítima de observações de cunho racista e sexista por parte de membros da Liga Norte (LN), partido populista de direita que, entre outras bandeiras, é contra a imigração. Seus insultos incluem "macaca congolesa" (a ministra da Integração nasceu e cresceu na República Democrática do Congo) e "membro do governo bonga-bonga".
Uma semana atrás, após sugerir que os imigrantes seriam responsáveis pelos piores crimes na Itália, a conselheira municipal de Pádua, Dolores Valandro, não hesitou em postar no Twitter: "Não há ninguém que estupre a Kyenge para ela entender o que sentem as vítimas de um crime atroz assim?".
"Piada infeliz"
Roberto Calderoli: "Não estou dizendo que ela seja um orangotango" |
Neste sábado (13/07) o jornal Corriere della Sera noticiou que o vice-presidente do Senado italiano, Roberto Calderoli, declarara durante um comício que Kyenge "estaria melhor trabalhando como ministra no próprio país dela".
Em seguida, o político da Liga Norte comparou as feições da política de 49 anos às de um primata. "Eu adoro animais, ursos e lobos, como se sabe, mas quando vejo as fotos de Kyenge, não consigo deixar de pensar na cara de um orangotango – embora eu não esteja dizendo que ela seja um."
Instado pela agência de notícias italiana Ansa a explicar as injúrias, Calderoli replicou que se tratara de "uma piada infeliz", feita durante um comício, nada mais.
O peso das palavras
(Foto) Ministra Kyenge entre o presidente Napolitano (e) e o premiê Letta |
Cécile Kyenge, que vive desde 1983 na Itália, onde também se formou como oftalmologista, afirmara, em junho, que não tem medo. "Há insultos e ameaças contra mim porque agora estou numa posição visível, mas, na verdade, são ameaças contra qualquer um que resista ao racismo, que resista à violência."
Na qualidade de ministra da Integração, ela pretende lançar uma lei facilitando, aos filhos de imigrantes ilegais, sua naturalização como italianos. Tal agenda política enfurece boa parte dos italianos e, segundo certas fontes, até transformou alguns em opositores radicais da imigração.
Tradição do politicamente incorreto
No entanto, comentários racistas e sexistas não são raridade na Itália, sendo tolerados em silêncio, fora da política. Nos estádios de futebol, por exemplo, praticamente "fazem parte do jogo".
Dois meses atrás, o jogador Mario Balotelli também resolveu dizer "basta": não mais suportando os cantos racistas entoados pelas torcidas, o atacante do Milan e craque da seleção nacional ameaçou deixar o campo, caso fosse insultado mais uma vez devido à cor de sua pele. Em ocasiões passadas, outros jogadores italianos e até mesmo times inteiros já protestaram dessa forma.
Craque Balotelli (d): "basta" aos slogans racistas |
A própria Kyenge permaneceu cautelosa, ao ser indagada, numa coletiva de imprensa, se a Itália é um país racista. "É uma questão complicada. Tenho sempre dito que a Itália [...] precisa saber mais sobre migração e o valor da diversidade, e talvez o que mais falte aqui seja uma cultura da imigração. Só depois de um país haver processado essas coisas é que se pode dizer se ele é racista ou não."
Sinais de mudança?
James Walston, analista político especializado em sociedade italiana da America University, em Roma, vê uma luz no fim do túnel da intolerância nacional: "O aspecto positivo dessa linguagem extremamente desagradável é que outras pessoas, que estão tão ofendidas quanto [Kyenge], expressam isso e a apoiam."
Referindo-se ao caso Valandro – que custou à conselheira não apenas duras críticas, como também sua exclusão do partido – Walston acrescentou: "Quando uma política da Liga Norte diz que Kyenge devia ser estuprada, não são apenas os liberais – simpáticos e bonzinhos – que ficam chocados, mas também os próprios líderes partidários [da LN] têm que dizer que isso é inaceitável e a expulsá-la do partido".
Imigrantes africanos são raramente bem-vindos |
Walston aponta mais um indício de que as coisas estariam mudando: quando em junho, num surto psicótico, um refugiado africano assassinou vários italianos a machadadas, em Milão, a Liga Norte imediatamente foi recrutar adeptos na área. No entanto, os neofascistas foram expulsos pelos moradores, furiosos de que alguém se aproveitasse da tragédia para incitar o ódio contra os imigrantes.
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/ministra-negra-for%C3%A7a-a-it%C3%A1lia-a-encarar-o-pr%C3%B3prio-racismo/a-16952401
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Primeira ministra negra da Itália enfrenta ofensas racistas
Cecile Kyenge, cidadã italiana originária da República Democrática do Congo, respondeu a insultos dizendo ter orgulho de ser negra e que Itália não é realmente um país racista
Reuters | 03/05/2013 17:33:09 - Atualizada às 04/05/2013 09:43:50
A primeira ministra negra da Itália respondeu a uma enxurrada de insultos sexistas e racistas dizendo que tem orgulho de ser negra, não "de cor", e que a Itália não é realmente um país racista.
Cecile Kyenge, uma oftalmologista e cidadã italiana originária da República Democrática do Congo (RDC), foi nomeada ministra da Integração pelo primeiro-ministro Enrico Letta no sábado, sendo uma das sete mulheres no novo governo.
Desde então, tem sido alvo de provocações em sites de extrema direita que a têm rotulado com nomes como "macaco congolês", "Zulu" e "a negra anti-italiana".
Ela também enfrentou insultos com toques de racismo de Mario Borghezio, membro da Liga do Norte no Parlamento Europeu, que no passado foi aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi .
Em referência a Cecile, Borghezio chamou a coalizão de Letta de "governo bonga bonga" - uma brincadeira com o termo "bunga, bunga", atribuído a Berlusconi - e disse que ela parecia ser "uma boa dona de casa, mas não uma ministra".
Cecile rejeitou os comentários, que a presidente da Câmara dos Deputados do país, Laura Boldrini, qualificou como "vulgaridades racistas". Cecile planeja pressionar por uma legislação, a qual a Liga se opõe, que permitiria às crianças nascidas na Itália de pais imigrantes obter a cidadania automática em vez de ter de esperar até os 18 anos para reivindicá-la.
"Cheguei sozinha à Itália aos 18 anos, e não acredito em desistir diante de obstáculos", disse Cecile, que deixou o Congo para que pudesse prosseguir os seus estudos em Medicina.
Ela também rejeitou o termo "de cor", usado para descrevê-la em muitos matérias na imprensa italiana, dizendo: "Não sou colorida, sou negra e digo isso com orgulho."
Cecile, que é casada com um italiano, disse não ver a Itália como um país particularmente racista e acreditava que as atitudes hostis derivavam principalmente da ignorância.
Laura declarou a um jornal nesta sexta que recebe ameaças de morte online diariamente e um fluxo de mensagens contendo imagens sexualmente ofensivas. "Quando uma mulher ocupa um cargo público, a agressão sexista dispara contra ela, sejam simples fofocas ou violentas... sempre usam o mesmo vocabulário de humilhação e submissão", disse Laura ao jornal La Repubblica.
Fonte: Reuters/IG
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-05-03/primeiro-ministra-negra-da-italia-enfrenta-ofensas-racistas.html
Observação: a declaração que o senador racista italiano fez foi esta "Senador italiano compara ministra negra a orangotango", comparou a ministra a um "macaco", insulto clássico racista em relação a negros. E obviamente que essas "desculpas" dele são balela.
Como o assunto acima remete à Itália, acho que é oportuno falar da questão do racismo nesses países do Mediterrâneo (Grécia, Itália, Portugal, Espanha) e da possível conexão disso com o Brasil e os grupos de extrema-direita de cunho fascista. Boa parte dos grupos de extrema-direita tem presença relevante de descendentes de italianos de posicionamento ideológico fascista ou ultraconservador, digo isso em cma do que observei da presença deles no Orkut e pela web (e deveria ter tirado print de cada perfil pra mostrar a quantidade). Tenho o hábito de sempre prestar atenção aos sobrenomes e origem dos mesmos e a presença de sobrenomes italianos nesses grupos é considerável, ao contrário do que a mídia brasileira divulga erroneamente (por conta das "fontes" que usa como referência) apontando o fenômeno do neonazismo no Brasil como algo ligado estritamente a descendentes de alemães e a região Sul do país. Foi por conta disto que fiz questão de colocar a entrevista do historiador René Gertz comentando essa distorção.
A mídia brasileira, ou quem apura isso, não sei se por ignorância, estupidez ou pra mascarar o problema, sempre direciona o problema pra uma direção (região Sul do país) e deixa de lado o foco do problema de que o maior volume dessa extrema-direita se situa no estado de São Paulo e não na região Sul, fora os problemas de preconceito regional que estão totalmente ligados a este problema como também da proliferação de antissemitismo e de outros preconceitos. Mas isso é assunto pra outro post, a discussão sobre essa questão da extrema-direita brasileira. Ainda há um texto da DW sobre o problema a ser colocado.
E pra deixar claro pois alguém desavisado (ou por má fé) pode interpretar mal a observação porque é um assunto delicado e que o governo brasileiro (de todas as esferas) e mídia não falam abertamente na questão mesmo sabendo que existe, com o famoso "vamos fazer de conta que não existe nada e que o Brasil é o paraíso da "democracia racial" e que problemas desse tipo é coisa da Europa", o problema não é quanto a descendente de qualquer grupo no país e sim sobre como esse problema pode se formar e da ligação com os setores de extrema-direita. Eu ia publicar um texto que achei de historiadores falando dessa questão (dos nichos étnicos e imigração pro Brasil), mas acabei deixando de lado e pra achar no rascunho não está fácil, mas um dia quando encontrar de novo os textos, tentarei publicar.
Ver mais:
Primeira ministra negra da Itália enfrenta ofensas racistas (Terra)
Itália: ministra vítima de racismo diz que não pedirá demissão de político (EFE/Terra)
Itália: senador pede perdão no Parlamento por insulto racista à ministra (AFP/Terra)
Premiê italiano pede fim de insultos racistas contra ministra negra (Reuters)
Reuters | 03/05/2013 17:33:09 - Atualizada às 04/05/2013 09:43:50
AP. Ministra italiana da Integração, Cecile Kyenge, é vista na câmara baixa do Parlamento, em Roma (29/04) |
Cecile Kyenge, uma oftalmologista e cidadã italiana originária da República Democrática do Congo (RDC), foi nomeada ministra da Integração pelo primeiro-ministro Enrico Letta no sábado, sendo uma das sete mulheres no novo governo.
Desde então, tem sido alvo de provocações em sites de extrema direita que a têm rotulado com nomes como "macaco congolês", "Zulu" e "a negra anti-italiana".
Ela também enfrentou insultos com toques de racismo de Mario Borghezio, membro da Liga do Norte no Parlamento Europeu, que no passado foi aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi .
Em referência a Cecile, Borghezio chamou a coalizão de Letta de "governo bonga bonga" - uma brincadeira com o termo "bunga, bunga", atribuído a Berlusconi - e disse que ela parecia ser "uma boa dona de casa, mas não uma ministra".
Cecile rejeitou os comentários, que a presidente da Câmara dos Deputados do país, Laura Boldrini, qualificou como "vulgaridades racistas". Cecile planeja pressionar por uma legislação, a qual a Liga se opõe, que permitiria às crianças nascidas na Itália de pais imigrantes obter a cidadania automática em vez de ter de esperar até os 18 anos para reivindicá-la.
"Cheguei sozinha à Itália aos 18 anos, e não acredito em desistir diante de obstáculos", disse Cecile, que deixou o Congo para que pudesse prosseguir os seus estudos em Medicina.
Ela também rejeitou o termo "de cor", usado para descrevê-la em muitos matérias na imprensa italiana, dizendo: "Não sou colorida, sou negra e digo isso com orgulho."
Cecile, que é casada com um italiano, disse não ver a Itália como um país particularmente racista e acreditava que as atitudes hostis derivavam principalmente da ignorância.
Laura declarou a um jornal nesta sexta que recebe ameaças de morte online diariamente e um fluxo de mensagens contendo imagens sexualmente ofensivas. "Quando uma mulher ocupa um cargo público, a agressão sexista dispara contra ela, sejam simples fofocas ou violentas... sempre usam o mesmo vocabulário de humilhação e submissão", disse Laura ao jornal La Repubblica.
Fonte: Reuters/IG
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-05-03/primeiro-ministra-negra-da-italia-enfrenta-ofensas-racistas.html
Observação: a declaração que o senador racista italiano fez foi esta "Senador italiano compara ministra negra a orangotango", comparou a ministra a um "macaco", insulto clássico racista em relação a negros. E obviamente que essas "desculpas" dele são balela.
Como o assunto acima remete à Itália, acho que é oportuno falar da questão do racismo nesses países do Mediterrâneo (Grécia, Itália, Portugal, Espanha) e da possível conexão disso com o Brasil e os grupos de extrema-direita de cunho fascista. Boa parte dos grupos de extrema-direita tem presença relevante de descendentes de italianos de posicionamento ideológico fascista ou ultraconservador, digo isso em cma do que observei da presença deles no Orkut e pela web (e deveria ter tirado print de cada perfil pra mostrar a quantidade). Tenho o hábito de sempre prestar atenção aos sobrenomes e origem dos mesmos e a presença de sobrenomes italianos nesses grupos é considerável, ao contrário do que a mídia brasileira divulga erroneamente (por conta das "fontes" que usa como referência) apontando o fenômeno do neonazismo no Brasil como algo ligado estritamente a descendentes de alemães e a região Sul do país. Foi por conta disto que fiz questão de colocar a entrevista do historiador René Gertz comentando essa distorção.
A mídia brasileira, ou quem apura isso, não sei se por ignorância, estupidez ou pra mascarar o problema, sempre direciona o problema pra uma direção (região Sul do país) e deixa de lado o foco do problema de que o maior volume dessa extrema-direita se situa no estado de São Paulo e não na região Sul, fora os problemas de preconceito regional que estão totalmente ligados a este problema como também da proliferação de antissemitismo e de outros preconceitos. Mas isso é assunto pra outro post, a discussão sobre essa questão da extrema-direita brasileira. Ainda há um texto da DW sobre o problema a ser colocado.
E pra deixar claro pois alguém desavisado (ou por má fé) pode interpretar mal a observação porque é um assunto delicado e que o governo brasileiro (de todas as esferas) e mídia não falam abertamente na questão mesmo sabendo que existe, com o famoso "vamos fazer de conta que não existe nada e que o Brasil é o paraíso da "democracia racial" e que problemas desse tipo é coisa da Europa", o problema não é quanto a descendente de qualquer grupo no país e sim sobre como esse problema pode se formar e da ligação com os setores de extrema-direita. Eu ia publicar um texto que achei de historiadores falando dessa questão (dos nichos étnicos e imigração pro Brasil), mas acabei deixando de lado e pra achar no rascunho não está fácil, mas um dia quando encontrar de novo os textos, tentarei publicar.
Ver mais:
Primeira ministra negra da Itália enfrenta ofensas racistas (Terra)
Itália: ministra vítima de racismo diz que não pedirá demissão de político (EFE/Terra)
Itália: senador pede perdão no Parlamento por insulto racista à ministra (AFP/Terra)
Premiê italiano pede fim de insultos racistas contra ministra negra (Reuters)
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Idosos negros são atacados por neonazistas em Rio Claro
Segundo a polícia, os dois jovens detidos diziam não gostar de negros, pobres, idosos e paulistas
[Vídeo da matéria no link do site]
Do R7, com São Paulo no Ar
Dois jovens foram presos após agredir dois idosos negros em Rio Claro Reprodução/Rede Record
Dois idosos negros foram agredidos violentamente por dois jovens paranaenses, em Rio Claro, na região de Campinas, no interior paulista. Eles são suspeitos de pertencer a uma facção neonazista.
Segundo o guarda municipal Willian César Domingues, os dois jovens, de 19 e 20 anos, diziam não gostar de negros, pobres, idosos e paulistas.
— Eles todo o tempo informavam que o povo do estado de São Paulo é um povo com pouca inteligência, que o serviço que eles faziam, vindo de outro Estado para cá, é porque aqui não tinha mão-de-obra qualificada.
A dupla disse que veio do Paraná para o Estado de São Paulo só para trabalhar. Na saída de um show sertanejo, os dois resolveram bater em dois idosos negros que andavam pelo mesmo quarteirão.
Com pontapés, eles agrediram as vítimas que tiveram de ser levadas a hospitais da cidade com ferimentos na cabeça. A diretora de uma escola, Damares Caiu, viu a agressão e disse que um idoso foi arrastado por cerca de dez metros enquanto apanhava.
— Eles simplesmente bateram por ele ser de cor mesmo e xingaram com palavras preconceituosas.
Os dois homens foram presos com ajuda de moradores da região, que seguraram a dupla até a chegada da guarda municipal.
Fonte: R7
http://noticias.r7.com/sao-paulo/idosos-negros-sao-atacados-por-neonazistas-em-rio-claro-09042013
[Vídeo da matéria no link do site]
Do R7, com São Paulo no Ar
Dois jovens foram presos após agredir dois idosos negros em Rio Claro Reprodução/Rede Record
Dois idosos negros foram agredidos violentamente por dois jovens paranaenses, em Rio Claro, na região de Campinas, no interior paulista. Eles são suspeitos de pertencer a uma facção neonazista.
Segundo o guarda municipal Willian César Domingues, os dois jovens, de 19 e 20 anos, diziam não gostar de negros, pobres, idosos e paulistas.
— Eles todo o tempo informavam que o povo do estado de São Paulo é um povo com pouca inteligência, que o serviço que eles faziam, vindo de outro Estado para cá, é porque aqui não tinha mão-de-obra qualificada.
A dupla disse que veio do Paraná para o Estado de São Paulo só para trabalhar. Na saída de um show sertanejo, os dois resolveram bater em dois idosos negros que andavam pelo mesmo quarteirão.
Com pontapés, eles agrediram as vítimas que tiveram de ser levadas a hospitais da cidade com ferimentos na cabeça. A diretora de uma escola, Damares Caiu, viu a agressão e disse que um idoso foi arrastado por cerca de dez metros enquanto apanhava.
— Eles simplesmente bateram por ele ser de cor mesmo e xingaram com palavras preconceituosas.
Os dois homens foram presos com ajuda de moradores da região, que seguraram a dupla até a chegada da guarda municipal.
Fonte: R7
http://noticias.r7.com/sao-paulo/idosos-negros-sao-atacados-por-neonazistas-em-rio-claro-09042013
terça-feira, 24 de abril de 2012
Polícia investiga denúncia de racismo na UNESP Araraquara (neonazis)
Um grupo formado por dez estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Araraquara registrou um boletim de ocorrência no 4º DP da cidade para denunciar um ato de racismo ocorrido no campus.
De acordo com o delegado Antônio Luiz de Andrade, responsável pelo caso, os jovens denunciavam uma inscrição preconceituosa feita em um muro que fica dentro da Unesp. A frase diz “Sem cotas para os animais africanos”.
Os estudantes são beneficiários do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), do Governo Federal, que oferece intercâmbio para alunos de Países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais.
De acordo com Andrade, a pena para crimes de preconceito varia de um a três anos de prisão.
Para ele porém, será difícil identificar o autor da frase, já que não há provas técnicas que apontem um culpado.
— Esperamos que alguma testemunha se apresente, pois assim o culpado será punido e novas ações como essa poderão ser evitadas.
A faculdade de ciências e letras da Unesp de Araraquara divulgou uma nota informando que já nomeou uma comissão preliminar para apuração dos fatos. A unidade também informou que notificaria o ocorrido à Polícia Civil, à Polícia Federal e ao Ministério Público local.
De acordo com Dagoberto José Fonseca, professor da instituição que acompanha o grupo de africanos, alguns estudantes da instituição já haviam relatado que, nos últimos dois anos, inscrições de grupos neonazistas têm sido vistas nos banheiros masculinos no campus.
— Isso mostra que o preconceito ainda é muito presente em nosso país. Com essa denúncia queremos também garantir mais segurança aos estudantes africanos, já que a agressão escrita pode evoluir e causar algum ato violento.
Segundo Fonseca, ainda essa semana será feita uma reunião com a Polícia Federal, que também deve apurar o caso.
Postado por R7.com em 17 abril, as 18:20
Fonte: R7/Boainformacao.com.br
http://www.boainformacao.com.br/2012/04/policia-investiga-denuncia-de-brracismo-na-unesp-araraquara/
Ler mais:
Unesp investiga denúncia de racismo contra africanos (Jornal Cidade, Brasil)
De acordo com o delegado Antônio Luiz de Andrade, responsável pelo caso, os jovens denunciavam uma inscrição preconceituosa feita em um muro que fica dentro da Unesp. A frase diz “Sem cotas para os animais africanos”.
Os estudantes são beneficiários do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), do Governo Federal, que oferece intercâmbio para alunos de Países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais.
De acordo com Andrade, a pena para crimes de preconceito varia de um a três anos de prisão.
Para ele porém, será difícil identificar o autor da frase, já que não há provas técnicas que apontem um culpado.
— Esperamos que alguma testemunha se apresente, pois assim o culpado será punido e novas ações como essa poderão ser evitadas.
A faculdade de ciências e letras da Unesp de Araraquara divulgou uma nota informando que já nomeou uma comissão preliminar para apuração dos fatos. A unidade também informou que notificaria o ocorrido à Polícia Civil, à Polícia Federal e ao Ministério Público local.
De acordo com Dagoberto José Fonseca, professor da instituição que acompanha o grupo de africanos, alguns estudantes da instituição já haviam relatado que, nos últimos dois anos, inscrições de grupos neonazistas têm sido vistas nos banheiros masculinos no campus.
— Isso mostra que o preconceito ainda é muito presente em nosso país. Com essa denúncia queremos também garantir mais segurança aos estudantes africanos, já que a agressão escrita pode evoluir e causar algum ato violento.
Segundo Fonseca, ainda essa semana será feita uma reunião com a Polícia Federal, que também deve apurar o caso.
Postado por R7.com em 17 abril, as 18:20
Fonte: R7/Boainformacao.com.br
http://www.boainformacao.com.br/2012/04/policia-investiga-denuncia-de-brracismo-na-unesp-araraquara/
Ler mais:
Unesp investiga denúncia de racismo contra africanos (Jornal Cidade, Brasil)
terça-feira, 10 de abril de 2012
Sede na fazenda de antiga colônia nazista será demolida
Pesquisador defende conservação de imóvel no interior que também abrigou órfãos escravos
08 de abril de 2012 | 3h 02
JOSÉ MARIA TOMAZELA, SOROCABA - O Estado de S.Paulo
As construções remanescentes de uma colônia nazista que funcionou na década de 1930 na Fazenda Cruzeiro do Sul, em Paranapanema, a 260 km de São Paulo, serão destruídas. O novo proprietário decidiu limpar as terras para facilitar o cultivo de cana-de-açúcar. Está prevista a derrubada dos prédios das oficinas, da cocheira e da pequena igreja. A antiga piscina de alvenaria será soterrada.
Os tijolos usados nas construções trazem impressa a suástica, símbolo do nazismo de Adolf Hitler. O antigo proprietário da fazenda, José Ricardo Rosa Maciel, e sua mulher, Senhorinha, contaram que o comprador consultou os órgãos do patrimônio histórico antes de fechar o negócio para se certificar de que as construções não são tombadas.
Como a venda foi feita com cláusula de confidencialidade, eles não revelaram o nome do novo dono. "Ele vai arrendar as terras para o plantio de cana mecanizado, por isso precisa do terreno desimpedido", disse a mulher. A prefeitura de Paranapanema informou que as terras são particulares e o município não tem condições de desapropriá-las, apesar do interesse cultural.
A fazenda foi comprada no início do século passado por Luis Rocha de Miranda, simpatizante do movimento fascista Ação Integralista Brasileira (AIB). A propriedade tinha geradores de energia elétrica, pista de pouso cimentada, uma estação de trens particular e silos aéreos importados dos Estados Unidos.
Segundo o pesquisador Sidney Aguilar Filho, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a fazenda foi palco de um esquema escravista nos anos 1930. Os irmãos Rocha Miranda trouxeram 50 meninos do orfanato Romão Duarte, do Rio de Janeiro, poucos meses depois de Hitler ter tomado o poder na Alemanha, em 1933. Os garotos tiveram os nomes trocados por números e seriam obrigados a aderir a ritos nazistas.
Com o fim da AIB após a instalação do Estado Novo por Getúlio Vargas, em 1937, as crianças foram libertadas e as marcas do nazismo no local foram suprimidas. Nos anos 1960, a fazenda foi adquirida pelo alemão Amdt Von Bohlen und Halbach, servindo como local de férias para a família, mas acabou vendida anos depois. Os tijolos com a suástica foram descobertos anos mais tarde por Maciel, que adquiriu a propriedade, quando demolia uma granja de porcos.
Aguilar Filho transformou as pesquisas feitas no local na tese Educação, autoritarismo e eugenia - Exploração do trabalho e violência à infância no Brasil (1930-1945). Ele disse que será "uma calamidade" se a demolição ocorrer. "É um patrimônio público, seja ou não reconhecido pelo Estado. O que aconteceu ali é uma história inconveniente, mas que precisa ser contada." Segundo ele, a pesquisa sobre a célula nazista e a história dos meninos escravos não está completa. "Ainda há muito a ser contado sobre as relações do Estado brasileiro com o regime nazista."
Estudo. A tese de Aguilar Filho analisa aspectos da educação brasileira entre 1930 e 1945 a partir de relatos de vida de 50 meninos "órfãos ou abandonados" sob guarda do Juizado de Menores do Distrito Federal. Eles foram retirados do Educandário Romão de Mattos Duarte, da Irmandade de Misericórdia do Rio de Janeiro, e levados a uma propriedade no interior de São Paulo - a Fazenda Cruzeiro do Sul.
A transferência dessas crianças de 9 a 11 anos foi respaldada pelo Código do Menor de 1927. Por uma década, as crianças foram submetidas a uma educação baseada em longas jornadas de trabalho agrícola e pecuário sem remuneração. Foram submetidas a cárcere, castigos físicos e constrangimentos morais em fazendas de integrantes da cúpula da Ação Integralista Brasileira, simpatizantes do nazismo.
Fonte: O Estado de SP
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sede-de-antiga-colonia-nazista-sera-demolida-,858463,0.htm
Matéria na Record(TV) sobre a fazenda nazi, de 2008:
A Fazenda Nazista no Brasil e o emprego de trabalho escravo - rastros deixados pelos nazistas no país
08 de abril de 2012 | 3h 02
JOSÉ MARIA TOMAZELA, SOROCABA - O Estado de S.Paulo
Prédios de tijolos com suástica darão lugar à plantação de cana-de-açúcar - Divulgação |
Os tijolos usados nas construções trazem impressa a suástica, símbolo do nazismo de Adolf Hitler. O antigo proprietário da fazenda, José Ricardo Rosa Maciel, e sua mulher, Senhorinha, contaram que o comprador consultou os órgãos do patrimônio histórico antes de fechar o negócio para se certificar de que as construções não são tombadas.
Como a venda foi feita com cláusula de confidencialidade, eles não revelaram o nome do novo dono. "Ele vai arrendar as terras para o plantio de cana mecanizado, por isso precisa do terreno desimpedido", disse a mulher. A prefeitura de Paranapanema informou que as terras são particulares e o município não tem condições de desapropriá-las, apesar do interesse cultural.
A fazenda foi comprada no início do século passado por Luis Rocha de Miranda, simpatizante do movimento fascista Ação Integralista Brasileira (AIB). A propriedade tinha geradores de energia elétrica, pista de pouso cimentada, uma estação de trens particular e silos aéreos importados dos Estados Unidos.
Segundo o pesquisador Sidney Aguilar Filho, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a fazenda foi palco de um esquema escravista nos anos 1930. Os irmãos Rocha Miranda trouxeram 50 meninos do orfanato Romão Duarte, do Rio de Janeiro, poucos meses depois de Hitler ter tomado o poder na Alemanha, em 1933. Os garotos tiveram os nomes trocados por números e seriam obrigados a aderir a ritos nazistas.
Com o fim da AIB após a instalação do Estado Novo por Getúlio Vargas, em 1937, as crianças foram libertadas e as marcas do nazismo no local foram suprimidas. Nos anos 1960, a fazenda foi adquirida pelo alemão Amdt Von Bohlen und Halbach, servindo como local de férias para a família, mas acabou vendida anos depois. Os tijolos com a suástica foram descobertos anos mais tarde por Maciel, que adquiriu a propriedade, quando demolia uma granja de porcos.
Aguilar Filho transformou as pesquisas feitas no local na tese Educação, autoritarismo e eugenia - Exploração do trabalho e violência à infância no Brasil (1930-1945). Ele disse que será "uma calamidade" se a demolição ocorrer. "É um patrimônio público, seja ou não reconhecido pelo Estado. O que aconteceu ali é uma história inconveniente, mas que precisa ser contada." Segundo ele, a pesquisa sobre a célula nazista e a história dos meninos escravos não está completa. "Ainda há muito a ser contado sobre as relações do Estado brasileiro com o regime nazista."
Estudo. A tese de Aguilar Filho analisa aspectos da educação brasileira entre 1930 e 1945 a partir de relatos de vida de 50 meninos "órfãos ou abandonados" sob guarda do Juizado de Menores do Distrito Federal. Eles foram retirados do Educandário Romão de Mattos Duarte, da Irmandade de Misericórdia do Rio de Janeiro, e levados a uma propriedade no interior de São Paulo - a Fazenda Cruzeiro do Sul.
A transferência dessas crianças de 9 a 11 anos foi respaldada pelo Código do Menor de 1927. Por uma década, as crianças foram submetidas a uma educação baseada em longas jornadas de trabalho agrícola e pecuário sem remuneração. Foram submetidas a cárcere, castigos físicos e constrangimentos morais em fazendas de integrantes da cúpula da Ação Integralista Brasileira, simpatizantes do nazismo.
Fonte: O Estado de SP
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sede-de-antiga-colonia-nazista-sera-demolida-,858463,0.htm
Matéria na Record(TV) sobre a fazenda nazi, de 2008:
A Fazenda Nazista no Brasil e o emprego de trabalho escravo - rastros deixados pelos nazistas no país
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Mais racismo antinegro sulamericano, agora à brasileira
Depois da notícia publicada ontem sobre o jogador uruguaio que defendeu seu racismo com a maior naturalidade do mundo, caso grave de racismo(mais um) na cidade de São Paulo.
Casal espanhol diz que filho negro foi expulso de restaurante em SP
Garoto foi adotado há dois anos na Etiópia e, segundo família, está abalado.
Defesa do estabelecimento diz que criança foi confundida com menino de rua.
Rafael Sampaio
Do G1 SP
O que era para ser uma viagem de férias no Brasil terminou em tristeza para a espanhola Cristina, de 42 anos. A mulher, que não quis ter o sobrenome revelado, veio ao país com o marido Jordi, também espanhol, e o filho de 6 anos, adotado há dois na Etiópia. Na sexta-feira (30), Cristina procurou a polícia alegando que seu filho, que é negro, foi expulso do restaurante Nonno Paolo, no bairro Paraíso, Zona Sul de São Paulo. O advogado do estabelecimento nega e diz que o menino saiu espontaneamente após ser abordado pelo proprietário.
O dono do restaurante confundiu a criança com um menino de rua, segundo seu defensor, José Eduardo da Cruz. O garoto, que não fala português, foi encontrado pela família a um quarteirão de distância do local.
"Foi um desespero, a primeira coisa que eu pensei foi que alguém havia levado ele embora [o menino] e que não iríamos vê-lo nunca mais", disse a mãe, técnica de administração acadêmica na Universidade de Barcelona. A família havia ido ao Parque Ibirapuera na manhã da sexta (30) e decidiu comer no restaurante à tarde. Funcionários viram que o garoto entrou com os pais e o trataram como cliente num primeiro momento, relatou Cristina.
A família, que chegou ao Brasil em 17 de dezembro, disse estar muito abalada. A tia que hospeda o casal, Aurora, afirmou que o garoto evita falar sobre o caso e que estava chorando quando foi encontrado pelos pais. "Ela [Cristina] chegou aqui chorando, com o marido. Eu voltei [ao restaurante] com ela para saber o que houve e um funcionário admitiu que havia colocado o menino para fora."
O casal espanhol fez um boletim de ocorrência no 36º Distrito Policial, na Vila Mariana, ainda na sexta (30). O caso foi registrado como constrangimento ilegal, mas a polícia investiga a hipótese de racismo. A mãe já foi ouvida pelos policiais.
O advogado do Nonno Paolo reconhece que o dono do estabelecimento abordou a criança, mas nega que tenha havido racismo. "Ele [o dono] se dirigiu ao garoto e ele não respondeu. Ele imaginou que fosse mais um dos meninos de rua da feira, e a criança saiu do local espontaneamente. Em hipótese alguma houve racismo", disse.
Funcionários do restaurante ouvidos pelo G1 confirmam que o dono do local colocou o garoto para fora do estabelecimento.
"Ele me disse 'um senhor me botou para fora', em catalão, que é a nossa língua. Perguntamos se ele estava ferido e ele disse que foi segurado pelo braço, mas não foi machucado", contou a mãe. O gerente do restaurante, porém, garante que houve um desencontro entre o menino e seus pais. “O menino saiu procurando os pais dele. Mas ele foi para o lado errado. Os pais estavam de um lado e ele foi para outro”, disse José Eduardo Fernandes Neto.
A família volta nesta segunda (2) para a Espanha, mas vai acompanhar o caso e estuda entrar na Justiça caso a investigação não prossiga.
Fonte: G1 SP
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/01/casal-espanhol-diz-que-filho-negro-foi-expulso-de-restaurante-em-sp.html
Casal espanhol diz que filho negro foi expulso de restaurante em SP
Garoto foi adotado há dois anos na Etiópia e, segundo família, está abalado.
Defesa do estabelecimento diz que criança foi confundida com menino de rua.
Rafael Sampaio
Do G1 SP
O que era para ser uma viagem de férias no Brasil terminou em tristeza para a espanhola Cristina, de 42 anos. A mulher, que não quis ter o sobrenome revelado, veio ao país com o marido Jordi, também espanhol, e o filho de 6 anos, adotado há dois na Etiópia. Na sexta-feira (30), Cristina procurou a polícia alegando que seu filho, que é negro, foi expulso do restaurante Nonno Paolo, no bairro Paraíso, Zona Sul de São Paulo. O advogado do estabelecimento nega e diz que o menino saiu espontaneamente após ser abordado pelo proprietário.
O dono do restaurante confundiu a criança com um menino de rua, segundo seu defensor, José Eduardo da Cruz. O garoto, que não fala português, foi encontrado pela família a um quarteirão de distância do local.
"Foi um desespero, a primeira coisa que eu pensei foi que alguém havia levado ele embora [o menino] e que não iríamos vê-lo nunca mais", disse a mãe, técnica de administração acadêmica na Universidade de Barcelona. A família havia ido ao Parque Ibirapuera na manhã da sexta (30) e decidiu comer no restaurante à tarde. Funcionários viram que o garoto entrou com os pais e o trataram como cliente num primeiro momento, relatou Cristina.
A família, que chegou ao Brasil em 17 de dezembro, disse estar muito abalada. A tia que hospeda o casal, Aurora, afirmou que o garoto evita falar sobre o caso e que estava chorando quando foi encontrado pelos pais. "Ela [Cristina] chegou aqui chorando, com o marido. Eu voltei [ao restaurante] com ela para saber o que houve e um funcionário admitiu que havia colocado o menino para fora."
O casal espanhol fez um boletim de ocorrência no 36º Distrito Policial, na Vila Mariana, ainda na sexta (30). O caso foi registrado como constrangimento ilegal, mas a polícia investiga a hipótese de racismo. A mãe já foi ouvida pelos policiais.
O advogado do Nonno Paolo reconhece que o dono do estabelecimento abordou a criança, mas nega que tenha havido racismo. "Ele [o dono] se dirigiu ao garoto e ele não respondeu. Ele imaginou que fosse mais um dos meninos de rua da feira, e a criança saiu do local espontaneamente. Em hipótese alguma houve racismo", disse.
Funcionários do restaurante ouvidos pelo G1 confirmam que o dono do local colocou o garoto para fora do estabelecimento.
"Ele me disse 'um senhor me botou para fora', em catalão, que é a nossa língua. Perguntamos se ele estava ferido e ele disse que foi segurado pelo braço, mas não foi machucado", contou a mãe. O gerente do restaurante, porém, garante que houve um desencontro entre o menino e seus pais. “O menino saiu procurando os pais dele. Mas ele foi para o lado errado. Os pais estavam de um lado e ele foi para outro”, disse José Eduardo Fernandes Neto.
A família volta nesta segunda (2) para a Espanha, mas vai acompanhar o caso e estuda entrar na Justiça caso a investigação não prossiga.
Fonte: G1 SP
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/01/casal-espanhol-diz-que-filho-negro-foi-expulso-de-restaurante-em-sp.html
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Alunos acusados de racismo são expusos de faculdade
Estudantes de Medicina em Ribeirão Preto teriam chamado auxiliar de serviços de "negro"
- Agência Estado
Os três estudantes de Medicina acusados de agredir fisicamente e ofender um auxiliar de serviços gerais em dezembro do ano passado foram expulsos do Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, no interior paulista. A universidade afirma que os estudantes foram notificados ontem, após uma comissão ter avaliado que a conduta dos três feriu o regimento da instituição.
No dia 12 de dezembro, os estudantes Emílio Pechulo Ederson, de 20 anos, Felipe Giron Trevisani, de 21, e Abrahão Afiune Júnior, de 19, foram presos por agredirem Geraldo Garcia, de 55 anos. A vítima seguia para o trabalho em uma bicicleta.
Segundo a polícia, os três jovens estavam em um carro. Um deles, de acordo com testemunhas, acertou as costas de Garcia com um tapete do veículo e gritou "negro”. Algumas pessoas viram o ocorrido e chamaram a Polícia Militar, que prendeu os três rapazes. Os estudantes foram liberados menos de 24 horas depois, após cada um pagar fiança de R$ 5.580.
CONDUTA
A instituição abriu em dezembro uma comissão para avaliar a conduta dos alunos. Na ocasião, o reitor do centro universitário, João Alberto de Andrade Velloso, disse que a comissão avaliaria “até que ponto esses alunos macularam o centro universitário, pois temos de preservar o bom nome da instituição”. Foram espalhados cartazes informando sobre a posição tomada, repudiando o episódio. O curso de Medicina do centro universitário existe há dez anos, e a instituição, 43.
Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,alunos-acusados-de-racismo-sao-expusos-de-faculdade,505254,0.shtm
- Agência Estado
Os três estudantes de Medicina acusados de agredir fisicamente e ofender um auxiliar de serviços gerais em dezembro do ano passado foram expulsos do Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, no interior paulista. A universidade afirma que os estudantes foram notificados ontem, após uma comissão ter avaliado que a conduta dos três feriu o regimento da instituição.
No dia 12 de dezembro, os estudantes Emílio Pechulo Ederson, de 20 anos, Felipe Giron Trevisani, de 21, e Abrahão Afiune Júnior, de 19, foram presos por agredirem Geraldo Garcia, de 55 anos. A vítima seguia para o trabalho em uma bicicleta.
Segundo a polícia, os três jovens estavam em um carro. Um deles, de acordo com testemunhas, acertou as costas de Garcia com um tapete do veículo e gritou "negro”. Algumas pessoas viram o ocorrido e chamaram a Polícia Militar, que prendeu os três rapazes. Os estudantes foram liberados menos de 24 horas depois, após cada um pagar fiança de R$ 5.580.
CONDUTA
A instituição abriu em dezembro uma comissão para avaliar a conduta dos alunos. Na ocasião, o reitor do centro universitário, João Alberto de Andrade Velloso, disse que a comissão avaliaria “até que ponto esses alunos macularam o centro universitário, pois temos de preservar o bom nome da instituição”. Foram espalhados cartazes informando sobre a posição tomada, repudiando o episódio. O curso de Medicina do centro universitário existe há dez anos, e a instituição, 43.
Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,alunos-acusados-de-racismo-sao-expusos-de-faculdade,505254,0.shtm
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