Mostrando postagens com marcador regulamentação da mídia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador regulamentação da mídia. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Estrangeiros descobrem que Globo ameaça a democracia; blindagem garante domínio dos Marinho sobre opinião e espaço públicos

A quem quiser ler o texto diretamente sem essa "introdução" (comentário), pode pular pra parte abaixo da linha que separa os textos. Assim não precisa deixar de ler o texto do Viomundo (que é o que interessa) pra ler esta parte, que é só um comentário breve (mas ficou longo de novo, posso colocá-lo num post à parte se eu notar que está atrapalhando a leitura do outro texto) mas que ficou "meio" extenso.

Peço desculpas mais uma vez pelo assunto abordado não ser diretamente ligado ao tema do blog, mas... como já comentei em um post passado, não tomar posição e fazer de conta que não está ocorrendo nada no país com um golpe de estado urdido por um corrupto mentecapto e psicopata como Eduardo Cunha, com o vice de enfeite (e maçom) Michel Temer, é endossar a escrotice dessa corja apoiada pela quadrilha do congresso nacional, blindada pela Rede Globo principalmente, emissora cabeça (maior aríete intelectual do golpe) do golpismo, sendo o Eduardo Cunha o articulador do golpe no congresso.

A quem quiser ler sobre o tema da segunda guerra, material não falta. São 1676 posts publicados sendo que a maioria absoluta é só sobre segunda guerra e genocídio da segunda guerra, fora os mais de 118 ebooks/PDFs disponíveis na parte de ebooks do blog, mais o ebook exclusivo do blog Holocaust Controversies sobre a Operação Reinhard. Ou seja, se o problema é a ausência de posts sobre Holocausto e cia (por motivos de força maior: a situação do país), há coisa demais para ser lida e revista, mais os ebooks e mais os blogs com temática da segunda guerra nos links do blog (um blog sensacional sobre filmes), e destaque pro blog do Daniel (A Vida no Front) e pro próprio Holocaust Controversies (em inglês) do Roberto Muehlenkamp, Nick Terry e demais pessoas do HC team.

Voltando ao assunto inicial, irei colocar abaixo uma matéria do Viomundo já que não foi possível eu elaborar um texto sobre a "Revolução Colorida" de 2013, e nem sei se há clima pra isso agora. Se der, eu faço, mas também não prometo.

A questão do golpe nunca foi o PT e sim a democracia e retrocessos sociais no país. Quem reduz tudo o que se passa (essa ofensiva contra a democracia do país, mesmo com todos os defeitos) a uma neurose sobre um partido: ou é trouxa, ou sabe porque repete este discurso (os golpistas sabem porque repetem isso, pra tirar proveito político disso) ou é completamente cretino. Cure-se enquanto é tempo, o que irá ocorrer domingo afetará o país nas próximas décadas, vocês das marchas na Av. Paulista ajudaram a criar tudo isso, são politicamente um dos principais culpados do que se passa. Não farei discurso "fofucho" como o G. Duvivier fez dizendo pra isentar de "culpa" esse pessoal "alienado" dessas marchas dizendo que são possivelmente mal informados (não estou conseguindo localizar o texto agora), isso não elimina ou atenua a cagada que fizeram, como o ataque frontal ao pré-Sal pela direita entreguista neoliberal do país. Eu não sou de passar a mão na cabeça do povo quando fazem besteira, nunca adotei o discurso "Lulinha paz e amor", sou bem duro nessa questão, se fizeram besteira, precisam assumir que fizeram ou deixar de maluquice (sectarismo).

Espero que haja um desfecho positivo sobre o que se passa no país com o golpe sendo barrado domingo, caso contrário, haverá resistência e os golpistas de um possível governo ilegítimo e golpista Temer-Cunha não terão sossego dia algum, nem seus apoiadores. Se querem jogar este país no caos terão que arcar com o ônus disso pra História. Apunhalar a democracia porque não conseguem eleger uma chapa que defenda pauta neoliberal (até porque o neoliberalismo provoca crises sociais mundo afora vide a maior crise social europeia desde a segunda guerra, e a própria crise nos EUA) é coisa de golpista e não merece respeito, tampouco reconhecimento (legitimidade). Passando ou não o golpismo, quem apoiou isto já tem a pecha de golpista pra sempre colada na testa e já entrou pra história como escória do país. O peso do termo golpista é pesado, mas vocês fizeram por merecer, não foram obrigados a apoiar isto, não venham chorar depois posando de "arrependidos", teleguiados da Globo.

Eu não estou criticando quem tenha críticas ao atual governo, eu mesmo tenho várias, e posso listar num post futuramente essas questões, uma delas, uma das críticas centrais, foi a aceitação daquele pimpolho tucano neoliberal na pasta do Ministério da Fazenda, o Joaquim Levy. Disparado foi quem pôs esse governo abaixo com o arrocho e cortes de tesoura dele, não fez nada além disso (fora a crise de confiança que criou) enquanto esteve no cargo, aceito de forma equivocada do governo aceitando passivamente o lobby que a Rede Globo pra esse pulha tucano Chicago Boy ser aceito no Ministério da Fazenda. O estrago está aí e os efeitos políticos idem, porque a Dilma na época não quis ouvir as críticas (só queria ceder à histeria dos reacionários da Av. Paulista insuflados pela Globo). Só que eu tenho crítica e eu votei neste governo, eu tenho direito de estar irritado e não aceito que um golpista que promoveu o caos atual pro golpe venha se "indignar" por mim por ela ter "me enganado", ela não me enganou, ela cometeu erro político sério porque ela não entendeu o que circundava o governo dela e não tem a mesma habilidade política do Lula, mas isto não justifica GOLPE de estado pra apeá-la do poder por capricho de um grupo que PERDEU eleição pra presidente em 2014, mesmo sendo vitoriosos no congresso com essa legião de bandidos que colocaram lá pra depois reclamar que a política no país "vai mal" (nem as divisões de poderes do Estado, e a força de cada uma, essas antas sabem quais são, em vez de ler pra saber ficam enchendo o saco na internet pregando "soluções mágicas" pra tudo com um simplismo de doer nos nervos).

Sem mais delongas, texto abaixo.
______________________________________________________________

Estrangeiros descobrem que Globo ameaça a democracia; blindagem garante domínio dos Marinho sobre opinião e espaço públicos

publicado em 14 de abril de 2016 às 00:24







Da Redação

A radiodifusão brasileira é regulamentada por uma lei de 1962, assinada pelo presidente João Goulart. Desde então, é a selva. Segundo a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), a selva favorece ao atuais radiodifusores, especialmente à Globo.

Não é, portanto, uma selva casual, já que na ausência de uma lei moderna a Globo faz o que quer. Se a legislação é desconexa, desatualizada, a Globo tem o poder de emplacar as mudanças administrativas ou mesmo legislativas que bem entende. Basta usar o poder de pressão que obteve graças aos favores recebidos durante a ditadura militar.

Neste sentido, a Globo é o maior dos entulhos autoritários que resta remover desde o fim formal da ditadura. A emissora reproduz, através de suas afiliadas locais, a coalizão de interesses econômicos que governa o Brasil desde 1964.

É o poder da Globo em relação ao Estado, sem qualquer tipo de controle, que permite à emissora usar espaço público para suas atividades sem pagar nada — das praias de Copacabana para os eventos de futebol de areia ao parque Ibirapuera para gravações de novela.

Em Nova York, a prefeitura cobra de emissoras de TV e produtoras de cinema todas as locações feitas nas ruas da cidade: da hora extra do policial ao eventual prejuízo dos comerciantes.

Livre de qualquer tipo de regulamentação, a Globo usa o poder de seu grupo — que inclui no mesmo mercado emissora de TV, jornal, portal e emissoras de rádio — para extorquir, ameaçar e “convencer” autoridades com mandato popular. Há vários exemplos:

1. Paula, herdeira da família Marinho, recebeu através do marido, como permissionária — sem concorrência pública — o estádio de remo em área nobre da cidade, adjacente à lagoa Rodrigo de Freitas, para montar cinemas, restaurantes e clube noturno; estava tudo formalmente em nome do marido, mas ela assinou um dos aditivos como fiadora e desfrutava de bens resultantes do contrato;

2. a Fundação Roberto Marinho administra museus construídos com dinheiro público, o que também faz em São Paulo no Pacaembu (Museu do Futebol) e na estação da Luz (Museu da Língua Portuguesa). Em todos os casos, a Globo entra apenas com a promoção. Os locais são públicos e o dinheiro para manutenção é levantado através da Lei Rouanet, ou seja, acaba saindo do bolso do contribuinte na forma de isenção fiscal;

3. Através de relação carnal com a CBF, a Globo tem controle dos direitos de transmissão dos principais eventos do futebol brasileiro e da FIFA, numa relação desenvolvida ao longo de décadas com dirigentes como Ricardo Teixeira, João Havelange e outros, todos implicados em escândalos que foram ou estão sob investigação de autoridades da Suiça e dos Estados Unidos.

4. No Rio, conforme denunciado pelo candidato a prefeito Marcelo Freixo, o modelo de ocupação do espaço público segue os princípios gerais da TV Globo: um modelo autoritário de cidade. Militarização das favelas, que atende ao projeto de estender os serviços de TV a cabo da emissora aos morros e grandes projetos privados financiados com dinheiro público, como o Porto Maravilha, onde fica o Museu do Amanhã, administrado pela Fundação Roberto Marinho. Em São Paulo, depois de construir seu prédio na avenida Berrini, a emissora conseguiu acelerar a construção de uma obra de prioridade duvidosa, a ponte Octávio Frias de Oliveira sobre o rio Pinheiros, com o objetivo de usá-la como backdrop para seu estúdio envidraçado.

A ponte que teve construção acelerada para servir de cenário, a herdeira blindada e um dos museus que a Globo controla no Rio: dona do espaço construído com dinheiro público, tudo mantido com isenção fiscal
No plano mais geral da política, a Globo atua como o principal partido de oposição, filtrando seu noticiário de acordo com os interesses dos maiores bilionários do Brasil — os irmãos Marinho. Tais interesses são subordinados aos objetivos mais gerais da política externa dos Estados Unidos: privatização de bens públicos a preço de banana para investidores estrangeiros, entrega do patrimônio nacional para exploração pelo capital internacional — das minas de ferro de Carajás ao pré-sal — dominação do campo pelas empresas multinacionais — curiosamente, a Globo integra uma associação do agronegócio!

De outra parte, a política editorial da emissora criminaliza aqueles que se opõem a seus interesses, o que resulta em críticas constantes, distorcidas e infundadas à esquerda e aos movimentos sociais em geral e a líderes específicos que discordem de seus objetivos: de Leonel Brizola a João Pedro Stédile, do MST, do ex-presidente Lula ao deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

O conluio com outros donos de meios de comunicação, que jogam um papel subordinado ou têm negócios em sociedade com os Marinho, garante blindagem quase absoluta à emissora na mídia.

Para tratar apenas de três casos da atualidade:

1. Passou quase batido pelo noticiário o fato de que a Globo foi denunciada pela Receita Federal como autora de uma manobra para sonegar impostos no Brasil através da criação de uma empresa de papel nas ilhas Virgens Britânicas, a Empire. Os Marinho, sempre segundo inspetor da Receita, simularam investimento externo na empresa, que em seguida foi desmontada, com o capital transferido para a compra de direitos de transmissão. Isso resultou em multa de mais de R$ 600 milhões por sonegação de impostos no Brasil através de artifício contábil. O processo desapareceu de dentro de uma sede da Receita no Rio de Janeiro, o que retardou ação que poderia resultar em denúncia criminal dos Marinho — segundo nossas fontes, eles pagaram a multa que ascendeu a cerca de R$ 1 bilhão.

2. Embora não tenham sido citados na contabilidade paralela da empreiteira Odebrecht, os irmãos Marinho deixaram de noticiar em detalhes a existência de contribuições de campanha a seus aliados políticos. As justificativas: “faltaria tempo” no Jornal Nacional e era impossível determinar exatamente quais pagamentos tinham sido ilegais. No entanto, este mesmo cuidado nunca foi observado quando se tratava de delações que comprometiam o PT, Lula ou a presidente Dilma. O grampo entre Dilma e Lula, captado ilegalmente, foi reproduzido no mesmo Jornal Nacional sem qualquer tipo de observação que poderia macular seu conteúdo.

3. A neta xodó de Roberto Marinho, Paula, filha de João Roberto Marinho, teve o nome diretamente associado a três empresas offshore criadas pela panamenha Mossack-Fonseca. Paula, pelas anotações, teria pago taxas de manutenção das empresas Vaincre LLC, Juste International e A Plus Holdings. Os documentos, apreendidos no escritório da Mossack em São Paulo, nunca foram avaliados ou divulgados pela mídia corporativa. A família Marinho diz que Paula não tinha relação com as empresas, que pertenciam ao marido dela, Alexandre Chiappetta Azevedo. Porém, a investigação segue sem que haja vazamentos como aqueles que acompanharam outras investigações da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro, herói promovido pela Globo, remeteu os dados da apreensão para análise do Supremo Tribunal Federal (STF), sem que se tenha determinado que as empresas pertencessem a pessoas com foro privilegiado.

Tal é o poder da Globo!

Fonte: Viomundo
http://www.viomundo.com.br/denuncias/estrangeiros-descobrem-que-a-globo-ameaca-a-democracia-blindagem-de-parceiros-da-midia-garante-queda-lenta-da-ficha-no-brasil.html

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Neonazismo na Ucrânia, notas

A quem quiser ler o link original (em inglês), segue abaixo:
Neo-Nazi Organizations in the Ukraine
http://www.globalresearch.ca/neo-nazi-organizations-in-the-ukraine/318

De Liudmila Dymerskaya-Tsigelman e Leonid Finberg
Global Research, December 17, 2004
The Vidal Sassoon International Center for the Study of Antisemitism: 1 April 1999
Antisemitism of the Ukrainian Radical Nationalists

Com um adendo de alerta pesado sobre este site: este site canadense Global Research, apesar do nome "pomposo", é enviesado ao extremo, o que compromete as informações no mesmo. Sites de informação muito enviesados costumam distorcer informação propositalmente, que é algo que se critica constantemente na mídia brasileira por adotar esta postura (manipulação com informações).

Se alguém for procurar este mesmo link acima colocando as palavras "neo-nazi" e "Ukraine" no Google, vai achar pilhas de links com matérias recentes sobre o golpe na Ucrânia e não este texto. O link deste texto estava salvo por isso foi possível encontrá-lo com o fim do Orkut.

Só estou repassando o link acima pois este texto foi colocado no ar muito antes (anos antes) do golpe de Estado na Ucrânia este ano (dado por forças de extrema-direita aparentemente antagônicas mas não tanto, neoliberais alinhados com a UE e neonazis), ou seja, este texto não foi influenciado pelos acontecimentos mais recentes na Ucrânia. Mas principalmente em razão da bibliografia citada no texto caso alguém queira checar. É essa uma das partes mais positivas do texto.

Foi através dela que deu pra chegar a esse livro:
Inventing the Jew. Antisemitic Stereotypes in Romanian and Other Central-East European Cultures

De Andrei Osteanu, sobre o antissemitismo na Romênia e outros países do Leste europeu. Resenha (em inglês) aqui.

A quem quiser mais infos sobre antissemitismo e neonazismo (extrema-direita) na Ucrânia, confiram o link:
http://www.nebraskapress.unl.edu/product/Inventing-the-Jew,674083.aspx
E em sua busca por "Ukraine": Link2, que também mostra resultados mostrando textos sobre a extrema-direita na Rússia e em outros países.

Como o blog tem recebido visitas de gente da Romênia com um forte "amor" a 'judeus', "comunistas" e quem essas figuras bizarras fascistas visualizam como inimigos ou rotulam tudo contrário a eles, é bom mostrar o papel podre dos fascistas romenos perseguindo minorias e suas psicoses já que adoram posar de vítimas depois desses fascistas terem sido repelidos e reprimidos na Romênia. Fascistas não foram vítimas na Romênia e sim algozes, por isso, menos choro ao chiar.

Esse pessoal podia se juntar às manifestações com as "Bolsonaretes" pedindo "volta da ditadura" pra máscara de "democratas" (se é que tinham) cair de uma vez. O PSDB, os liberais de araque do país (que são um bando de autoritários defendendo liberalismo radical econômico pra beneficiar corporações e bancos e arrocho), junto com a mídia oligopolizada, já que abriram a fossa da extrema-direita no Brasil e o mal cheiro tá chegando pra todo mundo.
Atos pró-ditadura geram constrangimento à oposição

Enquanto em 1984 o povo, mais esclarecido que esse bando de bestas do link acima, ia em massa às ruas pra pedir o fim da ditadura, abafado por esta mesma mídia que adora falar em "liberdade" sendo que a mesma surgiu na ditadura (sugando as tetas da mesma):
Insatisfação com a ditadura eclode nas manifestações das Diretas Já!

A tal extrema-direita mais organizada (não é a que o pessoal aqui costuma discutir, no caso os "revis"), defende um liberalismo econômico radical e um alinhamento do Brasil como capacho dos Estados Unidos, que é a posição defendida desde o término da segunda guerra por esses "liberais".

Para a turma "revoltando" que vai na "onda" da mídia, a mídia no Brasil não quer implementar "regime nacionalista" algum como alguns mais à direita (minoria) acabam achando. A mídia (do oligopólio) utiliza esse pessoal como bucha de canhão pra desestabilizar governos com políticas nacionais, mesmo que moderadas (a avaliação disso, políticas nacionais, varia obviamente de pessoa pra pessoa). Por que acham que a mídia opera pra tirar determinados partidos de cena? Pensem nisto antes de dar apoio a Bolsonaros e cia, os capachinhos do governo dos EUA, já que parte de vocês "amam" as políticas do Tio Sam (governo dos EUA).

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Retificando, sobre o post "sobrou pros portugueses".

Como não tirarei o post, coloco o link pro mesmo caso alguém queira ler, foi este aqui:
Sobrou pros portugueses. A onda de ódio político que a mídia brasileira incitou faz mais vítimas

Saiu o desmentido em sites de Portugal como este Ionline da artista das organizações Globo e a afirmação sobre Portugal, de que a afirmação foi feita por uma conta falsa no Twitter. Só que o jornal ou jornais não citam a conta.

O print que foi disseminado corta a url da conta do twitter, confiram no link abaixo (caso tirem do ar eu salvei a imagem):
Assessora de atriz brasileira desmente críticas a Portugal

A conta do twitter que tiraram print foi esta abaixo do link, achei a conta por curiosidade já que citaram que se trata de uma fraude. A conta continua ativa e dando a entender que é a pessoa porque usa foto e nome apesar de não ter uma verificação que o Twitter usa pra pessoas públicas e não nega que seja uma conta falsa:
https://twitter.com/LuanaPiovaniTV/status/526504332704108544
https://twitter.com/LuanaPiovaniTV/status/526859122353143808

O erro original foi dos jornais em não verificar a origem da conta.

O que confirma o que comentei no outro post que a imprensa de Portugal e da Espanha muitas vezes se equiparam a do Brasil (quando não chega a ser pior). Não quero fazer ranking de ruindade pois todas essas imprensas se nivelam por baixo.

Como eu não iria checar a conta originalmente, exceto agora que saiu essa matéria alegando que era algo falso, não deu pra checar o hoax de cara, porque não tenho realmente paciência de ler artista de TV brasileira escrevendo abobrinha no Twitter (a maioria deles só escreve bobagem).

Pra não cometer injustiça, a acusação falsa deve ser rechaçada, embora o tom emitido pelo tweet falso replicado dê conta da radicalização que rolou nesta eleição, reproduz o clima da coisa.

A pessoa por ser pública/conhecida (como se diz habitualmente), poderia averiguar (já que a conta usa o nome e foto da pessoa se passando pela mesma) quem está usando esta conta e espalhando esses comentários, porque a conta falsa está cometendo crime. E não se trata de um "troll" querendo fazer "brincadeira", e mesmo que fosse estaria cometendo crime do mesmo jeito. Citei o termo "troll" pois eles são conhecidos por fazerem este tipo de ataque cretino, mas a conta falsa não é um "troll" e está sendo usada pra fins políticos.

O que acho estranho é os jornais ou alguém que conhece gente da redação dos jornais (pois alguém repassou isso a essas redações) seguirem essas contas falsas e não se darem conta que são falsas.

Mas mantenho a crítica que fiz no outro post com o caso anterior de outra artista do mesmo grupo de mídia (Globo), até porque há outro caso (confiram no link) do tal Mainardi falando besteira (pra variar, é só o que ele bovinamente fala) no mesmo grupo de mídia, sem qualquer chamada de atenção por parte da emissora sobre o conteúdo preconceituoso proferido.

Este segundo caso seria o outro post, mas como fiz a retificação, fica aí o link pra quem quiser ler.

Eu não me sinto ofendido por idiotices ditas por um cara chamado Mainardi, nunca senti, pois acho que esse tipo de preconceito de gente estúpida se rebate mostrando o nível de inferioridade moral e intelectual que eles demonstram mostrando a quantidade de erros que eles comentam por se sentirem "superiores" (ele e outros quando emitem este tipo de comentário dão a entender nas entrelinhas esta mentalidade, mesmo que neguem) quando a manifestação visivelmente é fruto de um recalque incontido e ignorância pesada.

À parte o que eu acho pessoalmente de figuras como ele, o fato é que é grave uma emissora de TV abrir espaço pra gente desqualificada (sem educação, sem princípios, com intelecto pra lá de questionável) como este cidadão dizer todo tipo de absurdos sem qualquer contraponto pois vigora nestas organizações Globo uma espécie de "Macartismo" onde a maioria dos comentaristas/jornalistas desta TV (fechada e aberta) são de direita ou de extrema-direita, ao mesmo tempo em que mantém uma meia dúzia de progressistas pra não ser rotulada como emissora de extrema-direita ou de "partido político". Jogada política velha e manjada que só trouxa engole.

Lembrando que emissoras exploram concessão pública, mesmo sendo grupos privados, ou seja, não podem usar a concessão pra pregação de ódio e preconceitos e deveriam ser punidas por isto.

Em outro país um indivíduo desses, depois de um ataque ridículo desses, teria sérios problemas jurídicos ou relativos à imagem dele. Mas no Brasil até quando a coisa é recriminada pela maioria aparecem meia dúzia de imbecis ou mais defendendo a boçalidade de gente como este indivíduo.

Sobrou pros portugueses. A onda de ódio político que a mídia brasileira incitou faz mais vítimas

Pra deixar claro de novo, mas não mais farei essa explicação quando usar o termo, quando cito "mídia brasileira", pra toda vez não ter que explicar a que me refiro, refiro-me à mídia oligopolizada do país e não à toda mídia pois há exceções, embora não tantas...

Pois bem, feitas as considerações, sobrou pra Portugal a onda de ódio político que a mídia oligopolizada do Brasil incita há anos tentando criminalizar alguns partidos e a política no país, ao se comportar como "partido político" de oposição ou de direita em vez de meio de comunicação.

Uma declaração sem propósito e imbecil de uma atriz das Organizações Globo, que deve ter sucursal em Portugal e vende programação praquele país:
"O Brasil foi explorado tantos anos por Portugal e agora continuará sendo pelo PT! Não é à toa que a sigla de Portugal é PT! Eu votei Aécio (Neves)", escreveu Luana Piovani. Criticada pelo comentário, a atriz não retirou o que escreveu:

"Sou responsável pelo que escrevo, não pela maneira que os petistas interpretam! Falo o que penso, não o que vocês querem ouvir."

Fonte: Diário Digital (Portugal)
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=740216

O problema é chamar isso de "interpretação de petista" pra justificar a própria boçalidade. E não é questão só de responsabilidade, é que a afirmação continua sendo uma idiotice, independente da pessoa assumir. Uma idiotice não deixa de ser menos idiotice caso alguém assuma.

A frase está reproduzida literalmente acima sem 'interpretações' ou distorções, até porque transcrevê-la literalmente faz "mais estrago", por assim dizer. Quem por caso ler, que tire suas conclusões.

Em que pese o fato da exploração portuguesa, no período em que Portugal dominou o Brasil, ser bem conhecida (o período é mais conhecido como "período colonial" ou "Brasil colônia"), qual o propósito de evocar isso pra criticar o presente? Numa eleição?

Só porque a terminação (sufixo ou prefixo) usual atribuída à Portugal na internet e em outras praças ser "PT" que coincide com a sigla do Partido dos Trabalhadores no Brasil? "Sarcasmo inteligente" é isso aí...

Mas será algum ranço anti-lusitano por ela não ser descendente de portugueses e boa parte do Brasil ser? Bom, aí já entramos no terreno da especulação e não lemos mente. Mas são no mínimo curiosas essas coincidências uma vez que não é a primeira manifestação do tipo que vejo, só que quando é alguém da mídia a coisa amplifica certas coisas que rolam na surdina.

Obviamente que nem vale a pena tentar entender "a fundo" o "pensamento" dessa figura, e isso já repercute em Portugal:

Brasil Luana Piovani usa Portugal para arrasar resultado das eleições
Actriz brasileira acusa Portugal de exploração
Conta da atriz Luana Piovani com críticas a Portugal é falsa
Luana Piovani gera polémica nas redes sociais com comentário sobre Portugal

Eu soube do caso através de um desses jornais portugueses listados acima, pois não saiu nada na imprensa brasileira a princípio. Eu pelo menos não vi (não afirmo que não tenha nada, mas não houve destaque algum).

E obviamente que a imprensa lusa não vai pegar leve, e nem deve, já que este não é o primeiro caso de insulto gratuito envolvendo artistas da Globo com Portugal, que resvala no país e não no emissor do ataque e do veículo de mídia ao qual ele faz parte. Talvez por ser um caso reincidente isto chame mais atenção.

Pra quem não sabe do outro caso com ataques a Portugal (soube desse caso pela internet e muita gente no Brasil nem sabe disso porque a imprensa brasileira abafa), isto ocorreu com outra atriz da Globo, Maitê Proença (esta com sobrenome bem português), ironizando ou ridicularizando Portugal de forma gratuita numa matéria exibida num canal fechado (GNT eu acho) da Globosat que é parte das Organizações Globo.

As imagens são parte desta reportagem da SIC de Portugal. Meu comentário foi feito com base nas imagens que são bem claras no vídeo abaixo:



Como podem ver, o que a gente critica e comenta aqui sobre esta proliferação de ódios, preconceitos no Brasil por parte da mídia é algo que já ultrapassa as fronteiras do país e o "tolerável" (se é que dá pra tolerar tanto comportamento inconsequente e irresponsável).

Já houve vídeo ofensivo contra o Paraguai fora as demais reproduções de estereótipos e comportamento mal educado (sem etiqueta) por parte desta mesma mídia, que de tão preconceituosa é incapaz de se autocriticar e acha natural certos comportamentos, pois não houve sequer reparo por parte da Globo sobre esses casos já que envolve direta ou indiretamente este grupo de mídia. Que está sujando a imagem do Brasil com esta postura.

O curioso é que quando um artista estrangeiro ironiza os arredores da Globo ou da mesma, ou fala do Brasil (e eles vestem a carapuça quando sentem que é com eles), eles prontamente se mostram indignados e "críticos do preconceito" como naquele caso do ataque racista ao jogador Daniel Alves do Barcelona, com direito a teatro por parte de artistas globais com a palhaçada "não somos macacos". Quem quiser entender o caso, cliquem aqui e aqui.

"Ah, chega...". Certo?

Você pensa que parou por aí? Quem dera...

Tem mais no próximo post... de um programa também exibido em um dos canais fechados da Globosat que é empresa do grupo Globo.

Vejam que a proliferação do ódio, preconceitos e estereótipos já foge do controle desta mídia e que a justiça brasileira ou mesmo estrangeira deveria punir estes abusos por se tratar de concessão pública e por atingir a várias coletividades.

Refiro-me à justiça de fora pois a justiça portuguesa, neste caso do GNT, poderia ter acionado a Globo se assim quisesse e não o fez. Que sejam mais duros numa próxima.

Às pessoas em Portugal, saibam que isto não é um ato do povo brasileiro, não temos controle ou uma forma de coibir abusos destes meios de comunicação no Brasil nem quando eles agem contra a população brasileira. Este foi um dos assuntos mais discutidos nestas eleições apesar do boicote tradicional da mídia oligopolizada tentando abafar a questão.

O problema da oligopolização da mídia no Brasil é muito sério, eu diria que é o problema político mais grave do país hoje e é uma das heranças mais malditas da ditadura militar brasileira (1964-1985) que ao ruir deveria ter fatiado essas empresas de comunicação em várias ao invés de deixar o oligopólio intacto ignorando o problema (cultural, econômico etc) que isto iria provocar no futuro.

Peço desculpas aos portugueses sérios pelo país, mas não por esses grupos de mídia privados que, por mim, não fariam falta alguma ao Brasil com uma programação de baixo nível cultural, preconceitos, manipulação de informação e educação de sarjeta. As TVs públicas no Brasil têm baixa audiência apesar da programação melhor, ironicamente.

Este é um assunto que remete à regulação da mídia (de novo), mas deixo isto pro próximo post.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A mídia (interna e externa) ataca de novo: a repetição da mitomania do "país dividido"

1. Eu ia citar só a imprensa brasileira no título, mas com o reforço de fora (de sites estrangeiros) que operam em língua portuguesa, vale também mostrar o tamanho da imundície (manipulação) proferida nestas eleições de 2014 no país, e mostrarei mais abaixo o porquê disso ser uma manipulação:
DW, MSN/Reuters, BBC, BBC de novo.

Não vou nem procurar o link daquele pasquim espanhol (El País), pois já foi citado num dos links acima e a mitomania ali não tem fim. A quem quiser saber o porquê do teor do comentário sobre este jornal, ler isto aqui.

2. E logo em seguida começam a lançar lentamente a refutação ao que espalharam porque começam a surgir contestações a mais essa mentira de tantas que a mídia partidarizada lançou ao longo das eleições:
BBC, Globo.

A quem quiser ver mais basta jogar a combinação país dividido+brasil+eleições no Google que vem um monte de resultados com essa ladainha, fora a TV repetindo a mesma baboseira a exaustão. Refiro-me a esses sites caso os portais não os forem removendo um a um com o decorrer do tempo pra apagar o vestígio da manipulação.

Por que faço questão de frisar esta questão da mídia? Pra mostrar o nível de distorção e manipulação da coisa. Isto não é nem nunca foi uma prerrogativa ou contestação dos ditos "revis" tão citados e rebatidos aqui, a manipulação da mídia existe mesmo, só que nunca teve ênfase no Holocausto (objeto de obsessão dos "revis").

Há uma saturação no país, pelo menos minha há, com a podridão desta mídia brasileira, que agora conta com reforço externo dessas publicações "neutras" da BBC, DW, El País tentando direcionar opinião no país pros interesses políticos deles (seguem uma agenda política econômica mesmo que não afirmem, alguém desatento não nota, mas quem é atento percebe de cara).

As pessoas que leem este post e acham que a mídia brasileira é séria (salvo exceções), talvez eu irrite ou choque vocês, embora eu já tenha batido nesta tecla antes, mas não é.

Eu digo o seguinte: filtrem o que leem e procurem se informar sobre economia, ideologia e o que determinados grupos de mídia defendem economicamente, caso contrário você sempre será um bobo recebendo carga de informação sem nem saber se a mesma procede ou não. Informação boa não "cai do céu", você é que tem que aprender a filtrar. Com uma mídia podre a coisa fica pior, obviamente. E repito novamente: isto não é uma contestação "revisionista", esta pauta foi "sequestrada" pois é algo mais proveniente da esquerda, mas não só desta, é algo de interesse público acima de tudo como foi feito no Reino Unido após o escândalo do News of the World.

Ou vamos pôr as coisas de forma suprapartidária pois o problema atinge a todos indistintamente: a manipulação que a mídia faz é um problema de todos, da sociedade. Não há democracia plena com uma mídia corrompida que manipula o tempo todo, onde ninguém mais identifica algo sério de algo manipulado (uma mídia que manipula cai em descrédito, ou deveria cair se parte do povo brasileiro não fosse tão crédula, ingênua e refratária).

E como se prova que a afirmação de "país dividido" é falsa? Pelo mesmo método que se usa com "revis". Digamos que de tanto a gente ler distorção daqueles caras, isto torna extremamente fácil notar distorção em qualquer fonte ou meio de comunicação.

Vejam estas votações em outros países que já citei no post anterior:
______________________________________________

Estados Unidos, 2000, George W. Bush x Al Gore. Link.

George W. Bush perde na votação 'normal' pra Al Gore mas leva a presidência pelos colégios eleitorais. W. Bush (Republicano) teve 47,87% dos votos e Al Gore (Democrata) 48,38%.

Algum de vocês ficou ouvindo a exaustão que os Estados Unidos estavam divididos com uma votação bizarra como a votação acima, digna de contestação? A resposta é: Não.
________________________________________________

Estados Unidos, 2012, caso mais recente, Obama x Mitt Romney. Link.

Obama (Democrata), concorrendo à reeleição, teve nada mais nada menos que exatos 51,01%, e Romney (Republicano) teve 47,16%. Obama teve menos votos que Dilma no Brasil percentualmente.

Novamente pergunto: algum de vocês ouviu a mídia brasileira ou de fora repetir a exaustão que os Estados Unidos estavam divididos por conta do percentual de votação? A resposta é: não, de novo.
________________________________________________

França, 2012, Hollande x Sarkozy. Link.

Vamos mudar de continente e de país, Sarkozy concorria à reeleição contra o candidato da coalizão de esquerda F. Hollande. Na votação final vejam só que coincidência de resultados com o do Brasil em 2014:

Hollande teve 51,63% dos votos e Sarkozy (que não se reelegeu) teve 48,37%.

Pergunto novamente: alguém ouviu a mídia falar de país dividido na França com "convicção"? A resposta é: Não.
________________________________________________

Agora voltemos ao Brasil:

Dilma teve este ano exatamente 51,62%, e Aécio Neves teve 48,38%.

Alarde da mídia no Brasil: "o país está dividido". Então este deve ser mesmo um país "excepcional", tão fora do comum com uma mídia "fora de série" (é essa a maior excepcionalidade brasileira: a mídia).

Viram a diferença de "tratamento"? ... pois é.

Vou dar até um desconto (de uns 10%) pra mídia estrangeira, pois esta geralmente repete as baboseiras que leem da mídia brasileira achando que essa é uma "imprensa séria"/"fonte séria" (salvo exceções) de informações, mas como eles sabem da partidarização política da mídia do país, não dá mais pra passar a mãozinha na cabeça da mídia de fora e achar que estão agindo de boa fé ao reproduzirem esse conteúdo por não filtrarem o mesmo, intencionalmente ou não. No mínimo o fazem por preguiça, mas de boa fé definitivamente não é.

Viram como é fácil manipular? Quantas pessoas vocês já viram repetindo como papagaio o "mantra" de país dividido sem nem entender que o voto não foi regional e sim por ideologia e classe social de Norte a Sul, como é na maior parte do mundo e em quase todas as eleições desde 1989? Muita gente, suponho. Tanto que rola nas notícias denúncias com mais chiliques regionais de "Nordeste isso e aquilo" por esse pessoal ignorante ao extremo com alguma compulsão por escrever cretinice na rede e compartilhar com todo mundo.

Quantas pessoas se questionaram sobre essa suposta divisão do país? Poucas, mas o número aumenta graças à internet que virou uma espécie de monitoramento da grande mídia com credibilidade pra lá de comprometida.

Entendem porque evito colocar texto de mídia brasileira aqui? Não há condições, salvo exceções.

Como quando se trata de um assunto específico e de agência estrangeira eles tentam não distorcer, ou de sites portugueses e espanhóis quando se referem à segunda guerra ou a um assunto que não há disputa política. Mas a mídia espanhola e portuguesa estão quase no mesmo patamar de distorção da mídia brasileira (se não for pior). Quando falam do Brasil são de uma pobreza e repetição de clichês atrozes, sem falar da manipulação.

É insuportável e vergonhoso conviver com uma imprensa dessas. E a maioria das pessoas, por burrice (o nome é esse mesmo, não tem outro, não se trata aqui de ideologia pois isso afeta a todos indistintamente), acha esse tipo de atitude da grande mídia brasileira "normal".

Aí começam a te xingar disso e daquilo mas nunca atacam ou criticam o cerne da questão: a "mídia santa" do país que manipula informação pra fins eleitoreiros e políticos, minando a própria democracia.

Vou frisar novamente aqui: este post não trata de Holocausto ou segunda guerra, estes dois temas talvez sejam um dos poucos assuntos que a mídia não tenta distorcer porque se o fizesse tomaria pau de todo lado, mas distorcem quando omitem o passado autoritário do país e a atuação de grupos de extrema-direita no mesmo, bem como nunca informam sobre o teor de cada seguimento político do país, independente de concordar com os mesmos ou não.

Por isso que eu já disse e repetirei quantas vezes for necessário: sou totalmente a favor da regulação da mídia no Brasil.

A quem acha que esta questão é algo "bolivariano" e aqueles clichês ridículos batidos, isso já ocorreu no Reino Unido (Link2), França, Alemanha e Estados Unidos. E tem mais aqui (sobre regulação em 10 países). Ou seja, quatro países "bolivarianos" pra vocês ficarem repetindo o mantra retórico ideológico na ausência de neurônios.

O mais engraçado é ver gente que se diz "liberal" defender mídia oligopolizada, algo que afeta diretamente a concorrência numa economia de mercado e gera supercontrole na mão de poucos grupos privados (famílias). Mais concorrência das mídias significa melhor conteúdo e diversificação do mesmo, mas obviamente que isso não interessa a essa meia dúzia que controla quase tudo.

Os tais "liberais" do Brasil, que de "liberais" só têm o nome mesmo, vivem idolatrando o tal "deus mercado liberal", repetindo e enchendo o saco alheio com uma ideologia que afunda todo país que se instala quando aplicado de forma radical como eles pregam, caso da Espanha, Portugal, Brasil nos anos 90 etc, mas nunca falam da regulação do mercado da mídia brasileira. Por quê?

O maior propulsor do nazismo e do fascismo na Europa não foi uma reação, como muita gente prega, à União Soviética (apesar de que o 'fantasma' dela assombrava ou era usado como pretexto pelas elites de vários países domarem sindicatos etc), e sim as crises que o liberalismo radical provocou nas economias dos países europeus e mundo afora.

Crise de todo tipo, não só econômica. E a mesma ideologia liberal radical vem criando crises agora mundo afora como nos Estados Unidos com a quebradeira que elegeu o Obama que prometia "recuperar" aquele país e se saiu como um fiasco. A mesma ideologia que quebrou Portugal, Espanha, Itália, Grécia e arrasa países sem pena.

Não a toa que no colapso grego recente um grupo neonazi ou de extrema-direita (Aurora Dourada) emergiu como força política naquele país, repetição do que já ocorrera antes no século XX. O povo cansado migra prum nacionalismo radical como resposta "ao que aí está".

Depois aparece gente querendo combater esse tipo de extremismo com repressão sem entender as causas da ascensão desse tipo de grupo por defenderem esse liberalismo radical e corporações. Os grupos radicais/extremados crescem nas crises provocadas pelo liberalismo radical que é bastante difundido no Brasil pela mídia oligopolizada do país e por sites avulsos espalhados pela internet.

Por isso que estou revendo se é adequado se falar sobre grupos exóticos "revis" (que não enchem uma Kombi), quando há grupos muito piores organizados detonando a democracia do país e inflando um clima de radicalização no mesmo com essa retórica "anti-esquerda" da guerra fria, porque são avessos a qualquer projeto nacional, mesmo moderado, liderado por qualquer governo federal no Brasil, quer seja de esquerda ou direita.

Por essa razão eu afirmo que esta questão da mídia não é uma questão a ser tratada com polarizações e sim algo suprapartidário (acima de partidos), que interessa a quem apoia um projeto nacional soberano contra essa agenda liberal radical proposta por determinados partidos políticos ou candidatas personalistas como a radical Marina Silva com discurso despolitizado antidemocrático pois rejeita partidos como numa ditadura.

Quero ver o pessoal (sem indiretas) que saiu às ruas em 2013, com todo o estardalhaço que foi feito em torno daquilo (com reivindicações difusas que elegeram um congresso pior que o de 2010), sair às ruas defendendo a regulação da mídia. Vamos ver se as passeatas eram só rebeldia pueril (alienação política e revolta difusa) ou se podem tornar algo sério em prol do país.

Agora que a eleição passou já dá pra discutir essas questões abertamente já que iriam chiar se o assunto fosse abordado no decorrer da mesma.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

[Pausa Musical] - Roger Taylor - o autor de Radio Ga Ga a canta

Eu acho que muita gente conhece essa música com o Queen mas poucos sabem que o autor dela é o baterista da banda que tem alguns álbuns solo.

Por sinal, ele lançou disco ano passado. A quem nunca ouviu ele cantando a própria composição, segue abaixo uma apresentação de 1998 dele cantando Radio Ga Ga.

Mas queria dedicar essa música à mídia oligopolizada do Brasil que está igual ao rádio da música, falando: ga ga, ga ga, ga ga, hahahaha.

A mitomania (mentira) da mídia oligopolizada sem parar um instante e querendo apresentar versões de "divisão do país" (ui! confiram a vitória apertada do Obama em 2012 e você não ouviu a mídia de lá falar em EUA dividido, ou mesmo ouvir falar em "país dividido" com a não-vitória na votação normal por W. Bush em 2000) é patologia ou simplesmente defesa de interesses corporativos, com posturas antidemocráticas como cometer crime eleitoral em véspera de eleição, coisa que não se via tão descaradamente desde a fraude de 1989 quando esta mídia apoiava o candidato Collor.

Quando me refiro à mídia oligopolizada eu quero dizer que são estes meios de comunicação no Brasil que controlam quase tudo que sai publicado (TV e impresso) no país, formando um oligopólio: grupo Abril, TV Bandeirantes, SBT, Globo (jornal, TV, canais fechados), Estado de São Paulo (jornal), Folha de São Paulo e grupos menores regionais como o tal RBS.

Aos "liberais" de faz-de-conta do Brasil, liberais de verdade são contra oligopólios por afetar a concorrência do mercado, menos vocês "liberais brasileiros", é claro, rsrsrsrs.

Radio Ga Ga pra vocês, hahahaha. Só que o rádio do Queen ainda ama, o da mídia oligopolizada e vendida não ama ninguém e é gagá, hahahaha.

"All we hear is Radio Ga Ga
Radio Goo Goo; Radio Ga Ga
All we hear is Radio Ga Ga
Radio Blah Blah
Radio, what's new?
Radio, someone still loves you"

Roger Taylor - Radio Ga Ga - Live at the Cyberbarn - Revisited 2014


Aqui a música com o Queen ao vivo, show antológico de Wembley no Live Aid (1985) que empurrou o Queen a fazer mais uma turnê que seria sua última turnê em 1986 com as apresentações antológicas de Wembley (eu ia colocar a versão do show antológico de Wembley mas o Youtube removeu deixando só a do dia anterior) e no Knebworth (que não tem registro completo pró-shot (profissional) até hoje lançado porque perderam as fitas do show, sendo este o último show ao vivo do Queen):

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Os tais "nichos étnicos" no Brasil. Sobre o racismo e preconceito regional contemporâneo no Brasil e sua origem (mais sobre a ideologia de branqueamento do Brasil)

Como disse aqui neste post, e fiquei devendo, segue abaixo o trecho do texto que eu citei no outro post do link que descreve a preocupação das autoridades brasileiras com a vinda de imigrantes pro Brasil e a formação de "nichos étnicos", termo que usei por associação ao que havia lido (o termo está correto) e eu estava crente de que o termo constava do texto original (às vezes acontece da gente cismar com um termo achando que o mesmo estava no texto, sem estar), embora o termo signifique a mesma coisa descrita no texto.

Segue o trecho abaixo em destaque sobre o branqueamento no Brasil e o medo das autoridades de que se criassem "nichos étnicos" que viessem a discriminar a população nativa ou se comportarem como não-nacionais. Embora eu deva ainda continuar procurando os outros PDFs pra ver se bate com esse, o conteúdo se não for o mesmo é muito próximo ao que li (eu diria que o texto é este mesmo) e explica o problema. O texto fala das políticas de branqueamento do Brasil e da "engenharia social" pra remodelar o Brasil em uma "nação branca", ou seja: eugenia. O governo do Império e outros governos brasileiros praticaram eugenia pra "modelar etnicamente o país". Este problema que veio ou surge com a imigração europeia do século XIX e do começo do século XX é a origem (ou uma das) do preconceito regional proferido hoje no Brasil, por gente com posições retrógradas oriunda desses nichos étnicos.

O problema tem nome, por isso precisa ser tratado como tal e não mascarado como boa parte da mídia faz no país. Não é um fenômeno isolado embora pouco explorado pelos pesquisadores (historiadores) do país (taí uma sugestão pra pesquisas: analisar a mutação ou mascaramento do preconceito racial no Brasil em preconceito regional, até o atual ou a formação disso, desde o Brasil monárquico com a política de branqueamento, passando pelo Estado Novo até os dias atuais).

Leiam o trecho:
A política imigratória brasileira pode ser abordada por inúmeros ângulos, a quantidade considerável de trabalhos que a possui por tema denotam isso. Todavia, à época da sua implementação, destacavam-se três maneiras de problematizá-la. Uma defendia a entrada de colonos europeus como uma estratégia para inserir na visão de mundo dos brasileiros a mentalidade do trabalho livre, da pequena propriedade rural, assim como um meio de plantar cá a semente da indústria. A imagem tinha do trabalhador europeu era a de naturalmente melhor que o nacional de mais apto ao trabalho livre. Esta corrente, enfim, acreditava no efeito pedagógico da imigração, na sua capacidade de melhorar o Brasil e seu povo, mas não descartava o investimento nos nacionais. Assim, questões básicas como educação, redistribuição de terras e políticas de amparo para os ex-escravos caminhavam em conjunto com a defesa da vinda de europeus. O nome mais conhecido desta vertente, possivelmente é o de Joaquim Nabuco. Outro argumento proposto defendia a vinda dos imigrantes para aumentar o contingente populacional branco, o que também aparece na corrente anterior, e isso, “naturalmente”, ampliaria as possibilidades de desenvolvimento do país. Há, portanto, uma pronta responsabilização das populações não-brancas pelas mazelas do Brasil.

E mais, seguindo as postulações do darwinismo social no processo de concorrência natural entre as espécies, os mais aptos prevaleceriam - neste caso, as populações brancas permaneceriam e as demais desapareceriam. Em algumas regiões esta proposição de fato se realizou, mas de modo artificial, com populações sendo expulsas à força ou mesmo exterminadas. Por fim, a terceira maneira dava conta de trazer um contingente populacional branco para, como nos dois casos anteriores, “desafricanizar” o Brasil e melhorar a “raça brasileira”. Pois, aplicando as máximas da sobrevivência do mais apto à miscigenação, acreditava-se que após cruzamentos sucessivos da população brasileira com os colonos europeus, os caracteres brancos prevaleceriam, transformando o Brasil num país de população branca. Esta era, em certa medida, a crença de Silvio Romero, apesar da sua desconfiança no formato dado à política imigratória brasileira. As duas últimas argumentações em prol da imigração diferem de maneira marcante, justamente, naquilo que diz respeito à miscigenação. A segunda a condena
enquanto a terceira localiza nela uma solução.

É evidente o pressuposto comum de todas estas vertente: a superioridade do elemento branco/europeu sobre os demais. As diferenças entre elas estão em como tal superioridade seria útil ao Brasil. Pois, ao mesmo tempo em que a imigração era vista como uma possibilidade de redenção do país, ela também poderia ser sua perdição, sua aniquilação através da fragmentação. Nesse sentido, concordavam alguns letrados importantes do contexto, como Nina Rodrigues, Silvio Romero e Euclides da Cunha. Todos eles estavam preocupados com a constituição da nação, de uma nação forte e imponente segundo os parâmetros (europeus) da época. Logo, eles viam o assentamento de um contingente significativo de indivíduos da mesma “raça” em localidades próximas, com um clima considerável favorável por ser semelhante ao que imigrantes estavam acostumados na Europa, como um perigo iminente à nação

Ocorre, então, uma situação interessante na qual é possível encontrar favoráveis à imigração européia, mas contrárias à sua concentração em áreas próximas. O temor era o da constituição de nichos estrangeiros dentro da nação, de modo que o desejo era por colonos que se incorporassem à vida nacional. O “Brasil diferente” almejado afinal não deveria ser tão diferente, por isso a assimilação à vida nacional dos colonos europeus era ponto pacifico.17

A política de imigração brasileira é parte da política do branqueamento e sem dúvida uma expressão nítida da influência do racismo científico na composição da visão de mundo dos brasileiros, uma vez que expressa a descrença no brasileiro como tipo apto ao
desenvolvimento, por um lado, e a crença nos tipos brancos/europeus como superiores, por outro. E uma das formas de materialização disto pode ser observada no senso comum. Como foi dito o Brasil melhor, o Brasil ideal, o Brasil que deu certo na visão de mundo vigente no país é aquele, supostamente, mais perto da Europa, mais branco. O Brasil do sul. Essas medidas todas nos fazem retomar o argumento de Mariza Corrêa, quando a autora afirma que as diferenças sociais existentes entre brancos e negros no Brasil não são reflexo do acaso, do desenvolvimento “natural” das forças produtivas, nem da existência (um dia) da escravidão, a exclusão dos negros e descendentes de vários setores da vida pública brasileira igualmente não advém de uma legislação específica. “(...) Essa exclusão parece ter sido também o resultado de uma atuação coerente, apoiada por um racismo ‘científico’, que legitimou iniciativas políticas (...) como no caso dos privilégios concedidos à imigração que tiveram como consequência uma entrada maciça de brancos no país(...)”.18

Com efeito, o período pós-abolição é marcado pelo fim da desigualdade jurídica entre os membros da sociedade brasileira com a extinção da escravidão. Ao mesmo tempo pela busca em se manter o mesmo padrão de relações sociais altamente hierarquizadas através de um discurso e de uma atuação intelectual coerente, ativa e responsável, em grande medida, pela internalização de atributos de superioridade por uns e de inferioridade por outros. Desta feita, as hierarquias brasileiras, elementos importantes à constituição da visão de mundo vigente no país tanto no período do pós-abolição quanto ainda hoje são devedoras, em muito, dos pressupostos do racismo científico.
Trecho extraído de: Hierarquias brasileiras: A abolição da escravatura e as teorias do racismo científico.
Autor: Hilton Costa1
Site: A experiência dos africanos e seus descendentes no Brasil (escravidaoeliberdade)
http://www.escravidaoeliberdade.com.br/site/images/Textos3/hilton%20costa.pdf

Com o término do primeiro turno das eleições ontem, houve novamente um surto de preconceito regional no Twitter com "tinturas racistas", confiram os textos:

Aqui o indivíduo com sobrenome italiano: Link1
Aqui o indivíduo com sobrenome espanhol: Link2
Aqui está mesclado (a coisa se dissemina e se torna "senso comum" entre grupos que se consideram "brancos"): Link3

A questão do preconceito regional é uma questão é étnica (eu geralmente uso mais este termo ao invés de "racial"), então ao invés de citar regiões é melhor citar o sobrenome do agressor e a origem do país do sobrenome pois a origem do preconceito se explica melhor por aí (questões étnicas, nichos).

Eu não concordo com a colocação da imagem do semiárido numa das matérias pois estereotipa o problema ao invés de explicar, mas isso é o de menos diante da denúncia.

Se você pensa que o tal preconceito regional, como vocês podem ver acima (por exemplo, em São Paulo), é algo "aleatório", "confuso" e sem origem e "briga de regiões", está totalmente errado. O problema dos links das matérias acima é que nunca abordam a questão da forma que está sendo mostrada aqui no blog (citando que é um preconceito racial e social e não regional propriamente), daí pra quem lê a questão pode achar que é algo "difuso", sem "origem" etc e não é. E como sempre começa o choro (vitimismo) dos agressores dizendo que são "perseguidos". Agridem pra depois ficarem chorando como um bando de crianças na TV dizendo que estão "arrependidos" do gesto e bla bla bla.

Na hora de atacar são valentes, quando são confrontados viram um bando de chorões.

Eu sempre tive noção do que era e da origem desse problema, e não é fácil de abordar pois mexe com uma coletividade (descendentes de imigrantes, que são variados, há os desse tipo e os que são assimilados ao país e não manifestam esse tipo de mentalidade), embora antes fosse só uma ideia e não algo convicto como é hoje. Principalmente depois de ver este documentário "A Cultura do Ódio" (de 1992, o vídeo é antigo e que eu saiba o único do gênero do país, em todo esse tempo não fizeram outro abordando a questão da extrema-direita no Brasil), onde o documentário apresenta um vereador paulista com sobrenome italiano, sugerindo leis de discriminação a "nordestinos" em São Paulo. Acho que está na parte 2.

Traduzindo: ele queria atacar caboclos, mestiços que ele considerava inferiores e os rotula de "nordestinos", mesmo se forem paulistas legítimos com ancestrais naquele Estado. O "nordestino" acaba virando sinônimo de negro, caboclo ou mestiço pro racista de alguns estados. Por isso que o problema deve ser tratado como racismo e não "preconceito regional". Eu já afirmei antes que nunca verei um Collor (branco, sobrenome alemão e de família alagoana, e se identifica com Alagoas) ser tratado desta forma por este tipo de pessoa.

O tal vereador do documentário e muita gente que pensa como ele são racistas mesmo. Engraçado que no Brasil os italianos quando chegaram eram chamados pejorativamente de carcamanos, o indivíduo ignora totalmente que os tataravós ou bisavós dele um dia foram tratado como "escória" ou algo parecido, por serem estrangeiros ou virem de um lugar tido como atrasado (pra época). Parece que a ilustre figura do vídeo e os dos links esqueceram ou ignoram essas coisas.

Na cabeça do indivíduo do vídeo (o vereador), parece que São Paulo seria a "Nuova Italia" ou "la nostra Italia" (mesmo com nomes indígenas em todo canto de São Paulo como Morumbi, Anhangabaú, Araraquara, Pacaembu e por aí vai, são inúmeros os locais com nomes indígenas, rsrsrsrs) e que ele quer tratar os nacionais radicados há séculos no Brasil como "estrangeiros". Só rindo.

Ele não usa o termo alusivo à Itália, isto é uma associação que faço por ser algo óbvio, mas esse ranço (racismo) dele é oriundo de nichos étnicos com racistas no meio. Por que a mídia e a academia no Brasil abafam esta questão (salvo raros casos)? Pra resolver um problema é preciso ir à raiz do mesmo, à origem.

Com tanto tempo no Brasil gente como este vereador do vídeo ainda está nesse ufanismo ridículo com o país de origem dos bisavós, tataravós etc, pra impor aos demais membros da comunidade (país) que este indivíduo é "diferente" pela "origem" europeia de tal país. Não é só ele que pensa desta forma, esse é que é o problema maior. É algo arraigado, que pra combater é preciso entender o que eles manifestam, mesmo de forma confusa (sem dar nomes aos bois pra evitar rechaço da opinião pública).

Era e é um negócio tão ridículo que só o vídeo desmoraliza a figura. O que não entendo é como ele não sofreu agressão depois do vídeo. Eu queria ver se ele teria coragem de dizer aquilo olhando a cara de um pernambucano, daqueles bem "cordiais" (se ele tivesse ideia do perigo, nem abriria a boca pra dizer isso).

Se alguém pensa que isto é algo novo (podem ler o texto acima em destaque sobre as políticas racistas e equivocadas do Império), não é, apenas está sendo desfraldado e escancarado de forma mais aberta agora. Só que isso deve ter um combate efetivo, duro e firme, já que fica mais claro qual é a origem do preconceito (uma certa crença de que fazem parte de um grupo "europeu branco" superior a outros) e não com as choradeiras que li como resposta, segregando (reforçando a ideia de segregação com essa identidade regional forjada, pois ignora o próprio contexto étnico da coisa), sem esclarecer a origem disso e se mostrando ofendido ao extremo com ataques de gente preconceituosa que são racistas (a ideia de discriminação dos posts é étnica mesmo, racista). Deve-se tratar o caso como racismo de fato (preconceito racial) e não preconceito regional, como tem sido abordado por conta da questão regional camuflar o racismo (racismo é a ideia de "hierarquia de grupos étnicos sobre outros" e "nordestinos" são são um grupo étnico e sim quem nasce em uma região.

Por que este assunto é relevante? A quem quiser compreender o que se passa hoje no Brasil e a origem desses preconceitos mais recentes no país, incluindo o regional, precisa ler algo sobre o branqueamento do Brasil nos séc. XIX e começo do séc. XX. A origem está lá e como foi dispersa esses contingentes de imigrantes pelo país (a formação de nichos étnicos, as desigualdades regionais provocadas pela concentração de indústrias em alguns estados por políticas equivocadas de governos federais passados etc). Os governos antigos do Brasil (principalmente os autoritários, Monarquia inclusa) criaram um Frankenstein, que agora se apresenta difícil de viver em harmonia com o país, incitando e fomentando pela mídia partidária de alguns Estados da Federação que deveria ser punida judicialmente por isso.

Já citei aqui e repetirei quantas vezes forem necessárias: sou a favor da regulamentação da mídia no Brasil, nos moldes da Alemanha, Inglaterra e algum outro modelo não citado (falam do da Dinamarca). Oligopolização de meios de comunicação (concentração na mão de poucos e em alguns estados) provoca este tipo de discurso de ódio e discurso com tinturas separatistas.

Atualização: dia 07.10.2014

Como já disse antes aqui: Sobre preconceito regional. Mais sobre História do Brasil (é o que penso do problema), eu não apoiarei manifestações de combate a este tipo de preconceito com imagens que reforcem esta ideia estereotipada regional. Essa ideia de "Nordeste homogêneo", sem divisões, estados, bandeiras, além de estúpida (manifestação de ignorância e preconceito), fomenta a ideia de um "subnacionalismo", como tantos outros que podem surgir em outras partes do país.

Acho louvável que as pessoas se manifestem e se manifestem contra o problema mas sem reforçar estereótipos regionais e generalizar grupos de outros estados. Pra combater o problema só batendo na raiz do mesmo, sem fazer isso, podem esquecer, jamais resolverão (quando não, ampliarão o problema).

Qual a finalidade de usar um chapéu de vaqueiro se a pessoa não usa isto no dia a dia? Ou se a maioria das pessoas na região e nos Estados não usam isto? É só pra fazer figura? Por que a TV impôs que todos usam isto?

É isso que eu chamo de reprodução de estereótipos. Por mais bem intencionado que seja a manifestação, é algo que reforça o preconceito e não combate, além de ser algo forçado.

sábado, 27 de setembro de 2014

Sobre preconceito regional. Mais sobre História do Brasil

Assunto recorrente pois toda vez que soltam alguma notícia sobre gangues ou indivíduos rotulados como neonazis ou skins (de direita), sempre citam o ódio ou perseguição a "nordestinos" ou o que esse tipo de imbecis entendem sobre isso, pois em geral trata-se de um bando de ignorantes raivosos, com problemas de identidade cultural, reproduzindo o preconceito de onde foram criados, pois eles não nasceram odiando grupos ou não é algo (o ódio, preconceito) que se passe biologicamente de pais pra filhos e sim através do meio cultural onde são criados: escolas, bairros, família, vizinhos etc.

Por que esse tipo de coisa sempre me irrita? Porque eu não compartilho da ideia que a mídia repassa do que venha a ser "Nordeste" e "nordestinos", como já mencionei nesse texto sobre o livro "A invenção do Nordeste" (na era Vargas), como também da reprodução desses estereótipos regionais por grupos dentro da própria região para "naturalizar" um estereótipo negativo e artificial e preconceito criados de fora pra dentro de uma divisão regional do Estado Novo, com mitificações ridículas e supressão de identidades de Estado, principalmente a do meu, Pernambuco.

Não só a mídia é responsável por perpetuar isso, como já vi vários grupos que se identificam assim (tem até no Facebook coisas como "liga nordestina" etc, algum nome assim) reproduzindo essa identidade forjada e reforçando os estereótipos que alguns grupos de alguns estados ficam incitando.

Estou afirmando categoricamente que essa identidade regional é uma invenção e que nem todo mundo compartilha da ideia, apesar da massificação da mídia hegemônica do Brasil.

Os grupos que geralmente reproduzem estes preconceitos é variável, vai desde descendentes de gente da própria região que acham que são "paulistas da gema" (algo normal, essa ideia regional é nova, vem da Era Vargas e sempre houve migração intensa no país, desde ricos a pobres, essa ideia de 5 Brasis é forjada) e coisas do tipo, até o problema identitário de descendentes de colônias de imigrantes, algo mais notável em São Paulo (o famoso "sou descendente de", pra ressaltar origem e nunca o "sou brasileiro", ironicamente os descendentes de portugueses em geral se dizem brasileiros) mas também ocorre em outros estados.

O que se passa é que alguns estados por não terem um referencial identitário forte acabam adotando esse termo regional como fator identitário (agora me refiro à região Nordeste), e ao fazer isso acabam criando uma crise de identidade em Pernambuco e em estados onde a identidade é mais forte como a Bahia.

Não renegamos a região ou o país, apenas não nos vemos como meia dúzia de desinformados querem que a gente se sinta ou se veja por pura petulância, desrespeito e ignorância. Entendo que grupos oriundos da região que migraram pra outros estados, pelo preconceito onde acabam se alojando, acabem adotando essa identidade regional ou não rejeitando isso, mas quem ficou na região não se vê assim, apesar de uma parte repetir o discurso propagado pela mídia, por ignorância principalmente e falta de consciência política.

Há também diferenças comportamentais históricas entre estados (uns são mais brandos, outros mais briguentos), diferenças sotaques (pois é, pra quem não conhece, há vários sotaques no que chamam de "Nordeste", até dentro de um mesmo estado, e dá pra identificar fácil de onde alguém é só pelo sotaque) e rixas entre alguns estados.

Eu já disse antes e volto a repetir quantas vezes forem necessárias: o mal deste país é que o povo (generalizando) não conhece a história da formação do mesmo, por isso que se parecem com um bando de ETs que acham que o Brasil é uma coisa solta, largada no espaço, sem origem histórica, por simplesmente não terem ideia da formação do mesmo (e não terem nem interesse em saber ou conhecer).

Pelo fato do bairrismo, consciência nacional e nativismo forte em Pernambuco, de ser um fenômeno acentuado (embora não seja o único Estado do país a manifestar isto, nem o mais virulento do país, o Brasil é o país dos bairrismos e deveria parar com a hipocrisia de negá-los, até pra combatê-los quando extrapolarem), esses fatores juntos mencionados acabam provocando uma aversão e uma ideia contrária à essa ideia esdrúxula que criam em torno do que falam ser "Nordeste", como se fosse uma região "homogênea", "monolítica", que só existe na cabeça dos desinformados ou da claque raivosa de outras regiões e estados, principalmente propagada pela mídia do eixo Rio e São Paulo (é bom dar nomes aos bois) que é a mídia que mais reproduziu, reproduz e inculca o povo com esses estereótipos nacionalmente. E o faz de propósito, não é por mera ignorância (que eu até relevaria).

Por que a implicância então com a questão? Eu sempre vejo reações histéricas e "coitadísticas" (existe esse termo? se não existe então acaba de ser criado, embora eu já tenha citado o termo antes), referente a "coitadismo", de gente da região (que vive em outros estados geralmente), quando surge na mídia uma denúncia de "preconceito a nordestinos", que ignoram que essa ideia regional só existe na cabeça dessas pessoas, pois, dependendo do estado de origem da pessoa atacada, eu diria que o possível agressor corre mais risco de sair machucado gravemente num embate do que a possível "vítima", rs.

E não estou brincando. Por isso que acho bizarro quando chegam a mim e me soltam este tipo de notícia sobre "ataque a nordestinos" (cliquem no link) como se eu fosse ficar "chocado". Sinto, mas não me comovo com esse tipo de apelação emotiva, e entenderão a razão disto no desenrolar do post. Se as pessoas soubessem dessas nuances entre estados (das peculiaridades de cada um), evitariam postar coisas dessas tipo.

Acho culturalmente rica a pluralidade regional e estadual brasileira, foi isto que formou o Brasil.

Em parte, muitas vezes, a culpa não é dessas pessoas e sim da omissão, silêncio, que esses grupos que se identificam como "regionais" fazem pra perpetuar esse tipo de coitadismo e de imagem de "gente frágil","unida" etc, algo incompatível com o que nós pernambucanos (generalizando) sentimos e vemos.

Eu sei que é perigoso falar e generalizar sobre povos, pois dentro de um povo existe gente de todo tipo, desde do frouxo, despolitizado, até o mais casca grossa (brabo, valente), politizado etc, mas existe uma coisa que se costuma chamar de ethos (referente a costumes) que, em casos de embate, costuma vir à tona e se sobressair sobre qualquer gesto de covardia ou algo parecido. Resumindo, os indivíduos que têm consciência desses costumes históricos locais costumam trazê-los à tona, quando há confronto, pra instigar o povo.

A quem quiser tratar o assunto como "coisa menor": a mídia hegemônica no Brasil vive instigando, provocando, incitando o conflito entre estados e regiões, por isso este tema é bastante relevante pra entender o Brasil.  Por isso que se vê tanta briga e conflito, pois a mídia (os cabeças dela) sabem desses aspectos nacionais e pelo fato do povo não discutir isso pra aprender e querer criar tabus, acaba fazendo o jogo de discórdia desta mídia.

Essas questões culturais, ethos etc, existem em todos os países do mundo, territórios, regiões, cidades etc, com o Brasil não é e nem seria diferente, apesar do povo ter enfiado na cabeça que o Brasil é uma "excepcionalidade" no mundo por um nacionalismo tosco cultuado por ditaduras e outros governos.

Quem conhece o ânimo e espírito de guerra de alguns estados e cidades, irei destacar Recife, talhados em séculos de conflito (existem cicatrizes de conflito e guerra em Olinda e Recife em praticamente todo canto, e isso forja desde cedo uma mentalidade altiva, de combate), sabe que não é muito aconselhável mexer com determinados estados e cidades e indivíduos dela, pois, dependendo do temperamento do agredido, você pode se deparar desde com alguém pacato, como com alguém que revidando é literalmente casca grossa e intolerante (apenas quando é confrontado) e você se sairá na pior pois esses indivíduos não se veem como nos estereótipos cultuados e reproduzidos na mídia de "povo frágil, sofrido" e toda aquela lenga-lenga enfadonha, enjoativa que essa mídia hegemônica do país reproduz há décadas, e ironicamente acaba acentuando e instigando o bairrismo local.

Vou citar um caso recente (que não tem séculos), que aconteceu há algumas décadas, mostrando que essas coisas que citei acima existem, e que há gente no país que tem consciência disso, apesar da mídia ficar tagarelando que isso não existe, por omitir o assunto ou mesmo negá-lo, de que todo mundo no Brasil não tem ideia alguma do que seja o Brasil (não o Brasil distorcido da grande mídia oligopolizada).

Uma das preocupações no golpe militar de 1964 foi deslocar tropas do exército pro Palácio do Campo das Princesas (sede do governo de Pernambuco) pra depor Arraes (então governador de PE, apesar de não ser pernambucano), na ocasião da queda de Jango (João Goulart), com medo que pudesse haver resistência organizada local pelo histórico de conflitos e resistência do Estado.

O exército conhece bem esse espírito de luta pois a batalha dos Guararapes é tida como referência pro próprio exército brasileiro porque foi o primeiro conflito armado nativista onde surge a ideia de nacionalidade brasileira. E na verdade Recife e Pernambuco foi, depois do golpe, um local onde ocorreu confrontos como a explosão de bomba no Aeroporto dos Guararapes (pela resistência armada) e forte atuação das forças repressivas militares. Isso não é só "mito" velho de livro de História, esse sentimento realmente existe, basta atiçarem pra pólvora logo se espalhar, como se fosse algo "instintivo".

Havia um texto no link do site do exército, mas colocaram na seção regional, podem conferir (apesar de ser bem aumentado pra dar um ar de "heroísmo" a mais):
Batalha dos Guararapes

Pra quem não conhece a história disso, foi neste local (é um Monte, ou Montes, os Montes Guararapes) que foram travadas as batalhas principais contra o exército holandês (pelos nativos, descendentes de portugueses e negros) e a expulsão em definitivo da Holanda de Pernambuco. Episódio conhecido como Insurreição Pernambucana:
Nova Holanda
Invasões holandeses

A Holanda na época era uma potência militar marítima e econômica e foi derrotada por forças teoricamente bem mais fracas. Olinda foi incendiada antes dos holandeses porque era onde vivia a aristocracia local, Olinda foi a primeira capital de Pernambuco e não Recife, que era um porto da mesma, até se transformar com os holandeses. Links adicionais:
O Despertar do Recife no Brasil Holandês
Com 477 anos, invadida e incendiada pelos holandeses, a cidade se reergueu e virou Patrimônio Cultural e Natural
Centro Histórico de Olinda

E não se pronuncia "Ôlinda" como algumas pessoas erroneamente falam, o certo é "Ólinda" (com o "o" aberto) porque reza a lenda de fundação da cidade que ela surgiu de uma frase dita pelo donatário da Capitania "Ó! Lindas flores" do alto da mesma. Mas pode ser só lenda, mas se pronuncia com a vogal "o" aberta e não fechada.

Como eu afirmei acima, há cicatrizes de conflitos e batalhas por todos os cantos. Por isso que acho estranho que haja tanto brasileiro olhando só pra conflitos fora do Brasil sem conhecer a história interna do próprio país, que é rica, relevante. Nada contra que se leia e se aprenda os conflitos externos, pelo contrário, quanto mais lerem (algo que preste), melhor, mas é vergonhoso o desconhecimento da história do próprio país. Nos EUA o povo aprende pesado na escola a história daquele país, no Brasil comentam a história do país de forma limitada.

Voltando à questão da identidade "nordestina". Um pernambucano (generalizando) dificilmente se vê como um coitadinho, frágil, com medo de gente de outras regiões (ou de qualquer canto), etc, um contraste nítido e pesado com essa ideia de "Nordeste frágil" e coisas do tipo. Lógico que estou sendo genérico, nem todo pernambucano é "brabo ou destemido" e não complexado, mas as chances de ter esse comportamento mais arredio são bem maiores que em outros estados. Eu estou de saco cheio de passarem por cima da História do estado com esse negócio regional de "Nordeste isso, Nordeste aquilo", "região isso, região aquilo". Chega, basta. Que respeitem o nome históricos dos estados que estão acima dessas questões regionais.

Um dado a mais, se a pessoa por acaso ainda for recifense, não idiotizado como há vários hoje em dia (infelizmente), a coisa ainda piora. O recifense é um povo elitista, orgulhoso, brioso e bairrista (mais que o resto do estado), não sei se isso é uma qualidade ou defeito, mas é algo real. E que como se diz em PE (sigla do estado), pernambucano só baixa a cabeça a alguém pra agradecer, jamais pra se submeter.

Dependendo de quem você mexe/provoca, a reação pode ser bem 'surpreendente' (negativamente). Ou seja, quando eu vejo alguém na mídia reproduzir essa ideia de "coitadinho", "tenham pena de mim" ou "tenham pena dele", ou retratar gente como "inferiores", dá uma raiva fora do comum. Jamais contem comigo pra reproduzir esse tipo de porcaria, esse estereótipo ridículo.

A maioria do povo brasileiro desconhece as origens e o processo de desigualdade regional atual do país, por isso que esses problemas descritos no post se proliferam. A ignorância é a mãe de quase todo ato cretino. Já citei em algum post passado (basta procurar pela tag/marcador História do Brasil, sobre Werner Baer e o livro "Economia Brasileira") a história da formação do Brasil atual e o surgimento disso.

Serei solidário com casos de preconceito, mas nunca com quem queira posar de coitado, frágil se valendo desse negócio "regional" pra sentirem piedade alheia, isso é ridículo, desprezível, é acatar preconceitos e estereótipos ditos por terceiros, com um espírito de porco fora do comum, como se fossem verdade.

Eu já li e vi várias manifestações que critiquei acima neste post, várias é forma de falar, foram dezenas, centenas, já perdi a conta, e geralmente (90% ou mais) de não-pernambucanos. Por isso que estou narrando e citando este comportamento no post. Não é algo incomum, pelo contrário, é algo bem corriqueiro.

Até em matéria sobre "neonazismo" (neofascismo, extrema-direita) no Brasil, eu já li esse tipo de postura, e obviamente rechacei.

A quem não conhece esses pormenores e histórico dos preconceitos, acabam ficando espantados quando veem certas reações, por não conhecem esses aspectos estaduais.

Vou relatar algumas coisas que sei e que muita gente não tem nem ideia de onde surgiu, só pra reforçar o que eu disse acima, pra mostrar como o povo desconhece o próprio país e a origem de alguns preconceitos. Muita gente em PE omite ou ignora a origem desses termos, pois deixaram de usá-los depois que esses termos pejorativos passaram a ser usados como preconceito regional nacionalmente.

Se você presta atenção a essas coisas, já deve ter ouvido falar que chamam "nordestinos" no Rio de Janeiro, pejorativamente, de "paraíbas" (nem acertar o nome "paraibano" acertam, rsrs), e em São Paulo o termo pejorativo pra "nordestinos" é "baianos". Já devem ter ouvido falar também do "cabeça chata" etc.

Pois bem, chegou a hora deu ironizar a própria burrice (ignorância) de quem diz isso sem saber a origem dos termos. Pra você ver, nem capacidade pra inventar um xingamento esses caras têm (estou sendo irônico), rs.

O termo "cabeça chata" era um "elogio" (entre aspas, está novamente em sentido irônico), pejorativo, que o povo em Pernambuco usava pra ironizar cearenses. Por isso talvez eles não 'morram de amores' por a gente até hoje, rsrsrs.

Sim, o termo não foi nem um paulista ou carioca que o inventou, isso surgiu em Pernambuco, é algo antigo e que não era preconceito embora fosse provocação bairrista.

Aquela história de que "o cara ficou com a cabeça achatada porque bateram na cabeça dele" e que "quando ele crescer vai estudar no Recife" etc, adaptaram essa provocação bairrista em outros estados e as antas que repetem não sabem nem de onde isso surgiu. Já tive que ouvir alguém desses estados dizer isso e obviamente ironizei a figura.

Algum pernambucano sem vergonha (ou vários), achando que essa provocação bairrista não iria virar no futuro preconceito regional, porque as coisas no Brasil antigamente não tinham a conotação atual, disseminou isso nesses estados e adaptaram a coisa pra preconceito regional.

Outro detalhe, jamais usam o termo pernambucano pra retratar pejorativamente regionais, porque devem saber que se usarem isso o "tempo fecha", rs, ou simplesmente acaba perdendo o sentido pois a gente tem orgulho do nome do Estado e de ser chamado assim e os vizinhos não iriam gostar de ser chamados de pernambucanos.

Eu estou ironizando a coisa, mas há um fundo de verdade.

Alguém chamar um pernambucano de baiano é algo que seria visto como ofensa grave. Pra quem não entende o motivo, não lembro se cheguei a narrar a rixa história entre Bahia x Pernambucano, quem quiser pode procurar o assunto, em todo caso, vai uma amostra só pra ilustrar a questão (só um aviso, eu não concordo integralmente com o conteúdo dos textos, estou citando só pra ilustrar que a rixa existe):
Link1
Pernambuco fogo alto, Bahia banho-maria

Vocês leem ou veem isso sendo citados na mídia? Presumo que não. É muito raro citarem.

Outro problema relacionado a essa questão de estereótipo regional é o uso da vestimenta de Lampião, ou da vestimenta de cangaceiro e do sertanejo, do semiárido, pra retratar a região. Lampião na verdade era pernambucano, quem quiser criar sua identidade invente alguma personalidade histórica pro seu estado, rs, eu acho que já tá na hora disso ter um fim. Sem essa de ficar usando a de outro estado como "genérico" por falta de criatividade.

E há um porém nessa questão com Lampião: Lampião jamais seria cultuado em Pernambuco como algo de valor pois era um bandoleiro (existem certos círculos que cultuam, por ignorância do simbolismo disso, reproduzindo o culto que há a ele principalmente no Rio), a única coisa em comum dele com outras figuras históricas de Pernambuco é o espírito de bravura e guerra, mas ele não tem relevância nem estatura moral, histórica e política de um Frei Caneca, Joaquim Nabuco, Abreu e Lima, Bernardo Vieira de Mello ou Nassau (mesmo não sendo brasileiro é parte marcante da História de Pernambuco) que são figuras de fato representativas da história de Pernambuco. É muito chato ver a deformação que fazem com a imagem do seu estado, tanto gente de fora como a choldra interna.

Luiz Gonzaga, apesar de cantar o semiárido (região semidesértica comum de 10 estados, incluindo o norte de Minas) e usar o regionalismo pra se projetar musicalmente no Rio, era pernambucano. O frevo também é pernambucano (uma polca acelerada que acabou sendo transformada em outro ritmo musical e dança), e foi o 'culpado' pela mudança do carnaval baiano na passagem do clube Vassourinhas (de frevo) por Salvador, foi daí que surgiu os trios elétricos que até a ascensão desse "Axé" (essa coisa terrível, entulho auditivo e poluição sonora), a música que se tocava na Bahia nos carnavais era praticamente um frevo com guitarra baiana (eles deram continuidade de forma bonita à tradição começada aqui), quando a música tinha qualidade. Quem quiser ouvir uma música narrando essa história, escute a Vassourinha Elétrica com Moraes Moreira:
Vassourinha Elétrica
Vassourinha Elétrica - Gal Costa
Aqui a versão com metais (tradicional) da música "Atrás do trio elétrico", que é um frevo com guitarra baiana (a gravação original):
Atrás do Trio Elétrico (100 anos de Frevo, CD 02)

Exceto o frevo de bloco que é tocado com cordas, os outros tipos de frevo se toca com metais.

Ou seja, o que quero deixar claro neste post? O tamanho da ignorância das pessoas que fazem alarde com essa questão do preconceito regional sem nem entender a origem e o que há por trás disso. Se não sabem as peculiaridades do problema, é melhor se abster de tomar parte, eu mesmo não preciso que alguém vá me defender se algum imbecil disser besteira sobre estado ou região, não me sinto ofendido pelo que algum imbecil complexado fala. Geralmente quem ataca acaba se arrependendo de dizer a besteira.

Eu já notei que o preconceito regional em São Paulo e Rio, desde a redemocratização do país (1985), é usado como forma de não chamar atenção pra preconceito racial/étnico, pois usam esse tipo preconceito regional pra atacar pessoas com biotipo caboclo, mulato etc. Talvez por conta disso tenham aumentando a "preocupação" em torno da questão do preconceito regional (algo bem provável). Vou ficar devendo dois prints que achei pra ilustrar isso (mas colocarei aqui quando achar). Neste caso, o problema de fato é o preconceito étnico/racial (estou usando o termo "racial" por ser mais compreensível).

Um exemplo, essa matéria saiu no jornal O Estado de São Paulo mas as imagens não estão carregando (eu as tenho salvas, em todo caso), mas colocaram o print em outros jornais como podem ver abaixo pra confirmar o parágrafo acima, de que o preconceito regional está sendo usado pra camuflar racismo/preconceito étnico/racial:


Link do outro jornal. Vejam o detalhe da imagem, isto foi repassado por várias pessoas (retweeted) que poderiam se enquadrar na descrição racista que a cidadã acima fez e não foi processada por isto.

Isso de uma "torcedora" que diz torcer prum time de "massas" e "popular" no Brasil que a TV cansa de repetir que se "orgulha" de ser "popular", imagina se não se "orgulhasse"...

A descrição racista da moça: "pardos, bugres, índios, cambada de feios".

Só pra ilustrar o tamanho do delírio e imbecilidade desse tipo de figura: um dos meus bisavós (lado materno) era gaúcho, outros eram paraibanos, outros eram portugueses (alguns dos bisavós do lado paterno), tenho um sobrenome espanhol e vários portugueses, só que vieram há tanto tempo pro Brasil que ninguém lembra mais a origem certa da chegada (antes do século XIX, ou seja, nós "brasileiros antigos" existimos), aí me deparo com uma anta escrevendo isso. Acho realmente engraçado ver uma cidadão com sobrenome "Regis" (deve ser da nata "ariana europeia") escrever esse amontoado de idiotices racistas por que pensa isso mesmo, gente fútil, vazia e cheia de fezes na cabeça.

Aqui o segundo print publicado no jornal:


O que tá escrito: "só vim no twitter falar o qnto os NORDESTINOS é a DESGRAÇA do brasil.. pqp! bando de gnt retardada qe acham que sabe de alguma coisa"

O 'tweet' do cidadão acima só não é pior pois soa como piada involuntária (pois ele não teve intenção de fazer piada, só que foi tão estúpido que parece que fez de "palhaçada"). Tem tanto erro de português (ortografia e conjugação) acima que eu não sei qual é a pior coisa a citar, se isso ou a ancestralidade "ariana" (sobrenome árabe Farah) do cidadão e o tanto de recalque (complexo), "gnt retardada qe acham que sabe de alguma coisa".

Depois pernambucano é arrogante porque a gente é obrigado a conviver com esse monte de gente escrota neste país. Leva-se fama de arrogante por não se ter muita paciência com excesso de cretinice e perversidade.

Voltando ao assunto, ou seja, no fundo este preconceito regional está sendo usado hoje e há algum tempo, em algumas regiões e estados, pra camuflar preconceito racial, pois preconceito racial chama mais atenção facilmente vide o caso do goleiro Aranha. Como já disse aqui antes, eu nunca vi um Collor (sobrenome alemão), Sarney e afins sofrerem preconceito regional em outros estados com forte manifestação desse tipo de preconceito, porque o povo, "de forma portuguesa", adora respeitar quem acha ou sabe que tem status, dinheiro e poder e não dão um pio contra pessoas na frente delas, independente de que estado venham. Se bobear ainda adulam e estendem o tapete vermelho.

Isso é pra ilustrar o tamanho da babaquice por trás dessas coisas e que a porcaria da mídia oligopolizada do país não tem a menor vontade de conscientizar e esclarecer o povo sobre isso, mesmo sabendo que há, há bastante tempo, uma aversão e combate considerável à essa imposição cultural midiática.

Alguém pode estranhar porque eu sempre cito um estado em detrimento de outros, e o motivo é simples: primeiro por conhecer mais certos aspectos culturais (e históricos) desse estado que de outros. Segundo que outras pessoas de outros estados (principalmente os que possuem um ranço anti-pernambucano) irão retratar adequadamente meu Estado. E terceiro porque é um estado que historicamente sempre foi um ponto de referência e influência regional e nacional, quer os demais estados da região e outros estados do país, por recalque, tentam suprimir o mesmo, principalmente no governo daquele odiento sociólogo tucano.

A meu ver, o povo de Pernambuco anda muito manso pro meu gosto com essas imposições, aceitando demais certas coisas enfiadas goelada abaixo pela mídia hegemônica do país, mas isso é outra discussão. Acho que estamos chegando a um limite com a questão da mídia/imprensa no Brasil.

A quem achar que este post é radical (pois já teve gente achando que isso era radicalismo), o que citei acima é brando, tem gente bem mais radical do que o que foi descrito acima, quem acompanha futebol sabe da troca de "gentilezas" quando rolava aqueles jogos truncados com o Sport e clubes de fora, com a bandeira do estado tremulando no estádio. Quanto mais provocam, mais o bairrismo acirra.

Se você leu este texto e quer continuar a repetir certas bobagens, o problema é todo seu, só não chie no dia que tomar um revide por não entender que termo "regional" não é sinônimo (nunca foi e nunca será) de gentílico de estado. Em outros países esse tipo de questão costumam ser delicada e pivô de conflitos mais sérios.

O texto não é uma adulação com estados e sim uma amostra pra mostrar a quantidade de besteiras (e ignorância) que é incutida nesse termo "regional" de forma equivocada no país. Estou de saco cheio de vir gente a mim falar bobagem sem nem saber como a gente pensa ou vê essas questões. Também não deixarei que outros apresentem uma versão torta desses temas quando eu mesmo posso detalhar a coisa melhor, ou com meu ponto de vista.

Não queiram colocar esse preconceito regional no mesmo patamar de racismo contra negros e outras minorias, pois não estão no mesmo patamar (o racismo contra negros no Brasil é o pior preconceito do país) e também porque uma região ou estado não são uma minoria e fundamos este país junto com outros estados históricos (Bahia, Rio Grande do Sul, Minas, Pará), embora por lei alguém pode ser enquadrado se extrapolar certos limites com isso, mas eu jamais processaria alguém por preconceito regional por achar que ofensa que vem de baixo (de escória) é sempre desprezível, faz cócegas.

Eu realmente não fico doído quando um carioca ou paulista (a quem for desses estados, sinto em ter que citá-los, mas são os dois estados que mais enchem o saco com essas questões) repetem essas baboseiras, com gente que vive repetindo isso pra relinchar a própria burrice. A gente também costuma revidar com "carinho" e "afeto" ofensas verbais por não sentirmos (generalizando) o tal complexo de vira-latas.

Quem cunhou o termo "complexo de vira-latas" foi exatamente um pernambucano (Nelson Rodrigues), daqueles bem casca-grossa, depois do jogo da final de 1950 no Rio, com o público local, porque de fato nós vemos o país de outra forma, sentimos repulsa desse tipo de complexo, mesmo que muita gente neste país não queira reconhecer isto ou não conheça esses detalhes estaduais. Não é um chilique ou comentário imbecil que irá minar nossa moral, não se iluda com isso.

Não adianta virem aqui no blog relatar agressão a "nordestinos", exemplo (cliquem no link), que não entrarei em pânico ou coisa do tipo com isso. Não vejo como vítima de um bando de imbecis patéticos imitando grupos neonazis estrangeiros (com toda a ignorância que isso carrega). O ataque do link ao que tudo indica era uma briga pessoal entre os envolvidos que acabou se transformando (pela imprensa) em "ataque a nordestinos".

Eu queria comentar isso antes mas não foi possível, mas realmente não compartilho desse pavor com este tipo de agressão ou caso. Quem leu o texto todo acima irá entender o motivo. Estão fazendo alarde demais dessa questão, com informações carregadas de estereótipos e informações erradas.

Pra finalizar, pois muita gente pode ler a coisa de forma distorcida achando que isso é uma autoafirmação identitária e não é (isso se lerem tudo): "Ah, mas vocês são petulantes, prepotentes" etc, primeiramente, o texto é uma opinião pessoal com base em fatos históricos e observações (faltou colocar uns links com bibliografia, mas paciência). Pode ter gente (e há) do estado que não concorde com isso mas irá entender perfeitamente o conteúdo do texto e sabe que esses traços que eu citei existem.

Não somos prepotentes, mas se alguém pisa no nosso calo pode acabar não gostando da reação... É bom que as pessoas conheçam os aspectos identitários de cada estado do país pra não ficar repetindo como papagaio o que a TV fala. Por sinal, só se informar por TV no Brasil é temerário.

Como eu disse acima, a gente não baixa a cabeça pra ninguém e isso não é retórico, é uma manifestação de orgulho, brio. "Ah, mas eu não acredito nisso", problema teu, rsrsrs. Repudio qualquer menosprezo a estados etc, mas também não irão fazer isso contra o meu. Pernambuco foi historicamente muito vilipendiado, pelos traidores locais e por outros estados e principalmente pelas calhordices da Coroa Portuguesa. Não esperem submissão de pernambucanos (generalizando, pois há sempre os que fogem à regra), nem como gesto de boa vontade.

O texto deste post é o que eu penso sobre "preconceito regional" no Brasil.

Se a mídia oligopolizada do país quiser espernear repetindo as deformações identitárias dessa identidade regional forjada, problema dela. Não levo e nunca levarei isso em conta a não ser pra criticar. Ao pessoal que repete o que a mídia diz como se a mídia fosse séria ou a "verdade absoluta de tudo", favor não encher meu saco com isso e procure se informar melhor.

E só pra constar: eu apoio a regulamentação da mídia no Brasil e a presidente da República fazer isto. Há regulamentação da mídia nos EUA, Reino Unido, Alemanha, em vários países (democracias) e no Brasil é propagada uma histeria, usando clichês da guerra fria ("isso é comunismo!") pra proteger esse oligopólio. O que é engraçado pois se este pessoal se diz liberal deveria ser contra a formação de oligopólio pois atrapalha a "livre concorrência". Mas "liberal" no Brasil é só da boca pra fora, até não mexer nos privilégios de certa elite sem vergonha e antidemocrática.

Fiz o post pois acho ridículo ver gente da região chorando e esperneando quando algum boçal ou imbecil de alguns estados começam a falar ou escrever imbecilidades sobre isso ("nordestinos") achando que ofendem. Parem de chororô e revidem. Parem de frouxidão.

Esse preconceito não é algo equivalente ao caso Aranha, como disse acima, e o racismo contra negros no país, que há também na região que chamam "Nordeste", até pelo passado escravocrata colonial da mesma.

Tá na hora de pararem com frescura com isso. Eu não compartilho do complexo de vira-latas de outros estados da região (e do país). Obviamente não espero que a mídia (oligopolizada) deste país vá mudar de atitude sobre isso (hoje...), mas você que leu pode mudar de postura e provocar uma mudança mais adiante sobre isso. O Brasil mudou e continuará mudando.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...