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sábado, 21 de outubro de 2023

Post sobre conflito no Oriente Médio e a crise humanitária em Gaza (Palestina), discussões na caixa de comentários

ATUALIZAÇÕES DO POST NA CAIXA DE COMENTÁRIOS. (UPDATES IN THE COMMENT BOX). Pra coisa ficar organizada e poder achar link depois, vou centralizar tudo em um post (esse post sempre ficará no topo, se for necessário).

ATUALIZAÇÕES DO POST NA CAIXA DE COMENTÁRIOS.

A caixa de comentários servirá justamente pra atualização sobre o conflito e desdobramentos (links de notícias, vídeos etc), desdobramento dessa disucssão aqui ("Para entender o conflito Israel-Palestina, livros [Bibliografia Oriente Médio] - Atualização 2023"), e denunciar o papel podre da "grande mídia" do Brasil (Rede Globo, SBT, Record e cia) justificando os crimes contra Gaza (mais de 1600 crianças mortas no dia de hoje em Gaza) sem mencionar nunca o apartheid do projeto colonial israelense, punição coletiva (continuada) sobre a população palestina que está com corte de energia desde o começo da crise, água e comida (entraram poucos caminhões com suprimentos no dia de hoje pela fronteira com o Egito). Isso é um contraponto a essa mídia podre, venal e vendida do Brasil. Papel que essa mídia já faz com o próprio país desde antes da ditadura militar (1964-1985) atrelada a interesses externos contra o bem-estar da própria população do país (com uma parte bem alienada).

Aos que acham que isso não funciona, o "cerco" da "grande mídia" pra defender a posição EUA-Israel ruiu. Como disse numa discussão ou no post sobre bibliografia do conflito, eu acompanhei pela rede o conflito de 2006 (Líbano), Gaza (2009, 2012, 2014), então já era previsível que essa postura podre da "grande mídia" (que não foi tão raivosa como dessa vez) iria ruir em pouco tempo, pois a defesa da política israelense é indefensável.  

Depois se atualiza o post, mas como sugestão já que tem gerações inteiras no país (e fora do Brasil) que não têm ideia do que foi o regime de Apartheid da África do Sul, que só ruiu em 1994, 3 anos após o colapso soviético (o fim da União Soviética em 1991). 

Um filme que retrata o regime e um dos primeiros de sucesso de impacto pelo mundo foi esse "A dry white season", que saiu com o título de "Assassinato sob custódia" no Brasil, com grande elenco: Marlon Brando, Donald Sutherland e Susan Sarandon. Não vou narrar a história senão vira "Spoiler", mas acho que relatar isso não detona o filme, pessoas da minoria branca, afrikaners, vão saindo da alienação do regime de segregação e tendo choque de percepção da segregação daquele país e do regime cópia parcial do regime nazi fazia, dissidentes, e passam a ser perseguidos como "traidores do regime".  

A denúncia pesada do regime de Apartheid sulafricano começou na década de 80, em 1994 a coisa afundou em definitivo, pros que acham que não "tomar partido" não resolve nada, a covardia é que nunca mudou "muita coisa".  

Sem apoio e denúncia global do meio artístico dos setores ditos progressistas nos EUA e no Reino Unido, o regime de apartheid sulafricano teria se perpetuado por mais tempo. Existe cópia do filme em inglês no Youtube, esse filme foi dublado pra português (BR).

Se eu colocar o link aqui é capaz do Youtube remover (paciência), já estamos em cerco de censura com essas "Big Techs" dos EUA há tempo, mas as pessoas conseguem assistir isso acho que pela Netflix e cia:

 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Judeus na África do Sul (no regime de Apartheid)

Em homenagem à figura de Nelson Mandela que faleceu ontem (18.07.1918* - 05.12.2013+), e teve um forte impacto em muita gente no Brasil (e no mundo) sobre a questão do combate ao racismo pelo que representava aquele regime de Apartheid da África do Sul, segue o texto abaixo que saiu na revista alemã Deutsche Welle com uma história sobre o Apartheid e a participação de judeus fugidos da guerra na Europa (e seus descendentes) na luta antiapartheid na África do Sul para marcar a data.
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Judeus no estado do Apartheid

Nelson Mandela escreveu uma vez: "Encontrei judeus mais abertos que a maioria dos brancos em questões de raça e política, talvez porque eles mesmos tenham sido historicamente vítimas de preconceitos".

Milton Shain, professor de história e diretor do Centro Kaplan de Estudos Judeus da Universidade de Cidade do Cabo, confirma as palavras de Nelson Mandela, histórico defensor dos direitos cívicos e primeiro presidente negro da África do Sul: houve muitos judeus que fugiram da Alemanha nazi que se comprometeram politicamente com o movimento antiapartheid. E isto, apesar de que os próprios refugiados não foram recebidos precisamente com os braços abertos em sua nova terra. Milton Shain explica o contexto histórico:

"Não são bem-vindos"

"Pela metade dos anos trinta, a situação era muito tensa. O barco de refugiados 'Stuttgart' chegou ao porto em final de outubro de 1936 e foi recebido com violentos protestos. Também houve destacados acadêmicos que se manifestaram contra a imigração de judeus alemães. Entre eles estava o chamado arquiteto do Apartheid, o professor Hendrik Verwoerd, que mais tarde se tornaria primeiro-ministro. Estas figuras davam voz a um movimento da direita radical que havia começado na África do Sul há alguns anos. Os chamados camisas cinzas e negras imitavam os nazis e outros fascistas europeus e se opunham veementemente à imigração contínua de judeus. Esta gente advogava a adoção de medidas para cortar a presença judia e suas possibilidades de sobrevivência no país. Contudo, suas ideias não eram aceitas majoritariamente mas formavam uma força importante que crescia de forma alarmante.

A corrente de pensamento político principal que a representava, não obstante, um político como Daniel Malan, iria se converter no primeiro-ministro do regime do Apartheid em 1948. Malan argumentava já nos anos trinta que os judeus podiam ser fonte de conflitos se se concentrassem por demais em um país, pelo que, restringindo sua entrada, ele atuava no final das contas em seu próprio interesse. A África do Sul acolheu aproximadamente 3.500 judeus alemães até que, no começo de 1937, foi aprovada a chamada 'Aliens Act', que fechava as portas a esses imigrantes.

Judeus e Apartheid

Nesse contexto há que considerar a questão das atividades políticas no sistema de Apartheid. Os imigrantes judeus alemães, vítimas do racismo e antissemitismo clássicos, chegaram a um país com uma sociedade colonial, exploradora e segregada racialmente. Os judeus brancos, que ainda eram vítimas na Europa, converteram-se de repente em 'beneficiários' dessa estrutura hierárquica baseada na raça. Isto recaía numa enorme contradição, a de que muitos, certamente, não eram conscientes. Muitos refugiados eram jovens e não compreendia com frequência as circunstâncias políticas do país. Outros já tinham suficiente com o que se preocupar na África do Sul e encontrar trabalho e casa. Naturalmente, a maior parte da comunidade judia vivia como os anglo-falantes brancos. Apesar de tudo, também houve muitos judeus imigrantes que se comprometeram com a luta antiapartheid.

Vamos dar uma olhada atrás e recordarmos o contexto histórico de então. Estava-se produzindo, por exemplo, a exterminação dos judeus na Lituânia: mais de 90 por cento foram assassinados na Segunda Guerra Mundial. A comunidade judia da África do Sul procedia em sua maior parte da Lituânia, pelo que havia uma relação muito estreita com esses acontecimentos. Os litvaks (como os judeus lituanos se chamam a si mesmos) haviam emigrado antes de que se começasse a fechar as fronteiras. Mais tarde, também chegaram à Cidade do Cabo vítimas da perseguição que haviam conseguido sobreviver. Provavelmente era esperar demais que essas pessoas perseguidas e traumatizadas se manifestassem com voz ativa contra o Apartheid.

Ativismo judeu

Apesar de tudo, a pressão social se radicalizava cada vez mais. Uma nova geração de jovens judeus bem formados exigiam mudanças. Sabiam que no período nazi havia existido simpatizantes naquele país e não queriam sê-los também na África do Sul. Naturalmente, também houve judeus de extrema-esquerda que atacaram frontalmente o regime de Apartheid desde o primeiro dia. Esses, contudo, não estavam integrados à comunidade judaica. Entre eles havia nomes como Ruth First, Joe Slovo e Ronnie Kasrils. No processo de Rivônia, que levou à prisão Nelson Mandela, havia 15 acusados; os cinco brancos eram judeus.

Em resumo, pode se dizer que o ativismo judeu contra o Apartheid teve bastante peso. Em todo caso, foi muito mais importante que o de outros grupos minoritários. Não obstante, muitos membros da comunidade judaica, sobretudo aqueles mais jovens, manifestaram às vezes uma inquietude crítica ante o passado".

Autor: Ludger Schadomsky
Editora: Claudia Herrea

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha, edição em espanhol)
http://www.dw.de/jud%C3%ADos-en-el-estado-del-apartheid/a-16585152
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Firmas alemãs no banco dos réus

Depois do acordo internacional de indenização da Alemanha para ex-trabalhadores forçados no nazismo, foi apresentado nos EUA uma segunda queixa coletiva de vítimas do Apartheid na África do Sul contra 20 firmas internacionais, entre elas cinco alemãs.

(Foto) Robert Molapo, de 88 anos, é uma das vítimas que exige indenização

A ação impetrada num tribunal de Nova York, na segunda-feira (12), está em nome de 85 pessoas que sofreram injustiças no período de 1960 a 1993, mas só o grupo sul-africano que a apresentou, o Khulumani, representa 32 mil vítimas do regime de segregação racial, que chegou ao fim com a eleição do primeiro presidente negro, Nelson Mandela. Os autores da queixa coletiva não definiram uma soma que as firmas devem pagar.

A intenção no momento é usar a ação judicial como meio de pressão para forçar as firmas de seis nações ricas a fazerem um acordo extrajudicial, esclareceu o presidente da organização de vítimas do nazismo Medico International, o advogado alemão Lothar Evers.

Financiadores do Apartheid

Entre as firmas acusadas, destacam-se as multinacionais DaimlerChrysler, Ford, General Motors e IBM, os bancos da Alemanha Deutsche Bank, Dresdner e Commerzbank, bem como a indústria bélica alemã Rheinmetall. Todas elas teriam violado as sanções impostas contra a África do Sul e com isso contribuído para o prolongamento do regime de segregação racial da minoria branca contra a grande maioria negra. Em compensação, as multinacionais e bancos teriam obtido lucros consideráveis, segundo um dos autores da ação, o advogado americano Michael Hausfeld.

Consta na queixa-crime que os bancos da Alemanha foram grandes financiadores do Apartheid, com a concessão de créditos de altas somas. Com os computadores da IBM, foi desenvolvido o sistema de identificação para o controle da população negra. As montadoras de veículos forneceram tanques e blindados para as patrulhas nos bairros miseráveis negros.

Todos esses negócios foram ilegais porque violaram as sanções impostas para forçar o fim do regime de segregação racial sul-africano. São atingidas pela ação judicial também outras indústrias e bancos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Suíça e Holanda.

Modelo alemão

As tentativas de negociações prévias com as empresas fracassaram, como esclareceu o dirigente da Medico International, Thomas Gebauer, em Berlim, no momento em que a ação era impetrada na Justiça dos Estados Unidos. Como membro da "Campanha Internacional para o Pedido de Perdão e a Indenização à África do Sul", a ONG se esforça para que as empresas alemãs assumam sua responsabilidade nas injustiças cometidas no Apartheid, segundo Gebauer.

Embora movida nos EUA, a ação não foi impetrada à luz do direito norte-americano ou do internacional, mas conforme um modelo alemão: o das queixas coletivas que levaram à indenização de milhares de sobreviventes dos trabalhos forçados no nazismo. Para o advogado Lother Evers, que apóia vítimas do regime de Adolf Hitler, a participação de firmas alemãs no sistema racista da África do Sul, a fim de obter lucros extras, mostra o quanto é atual a questão da exploração de trabalhadores forçados e escravos.

A primeira queixa coletiva de vítimas do Apartheid foi apresentada, em Nova York, em meados do ano, pelo advogado americano Ed Fagan. Este já havia representado sobreviventes dos trabalhos forçados na Segunda Guerra Mundial.

Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,675097,00.html

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Assassinato de líder da extrema-direita reaviva tensões raciais na África do Sul

VENTERSDORP (AFP) - O assassinato no sábado do líder de ultradireita sul-africano Eugene Terre'Blanche, que dedicou a vida à defesa da supremacia dos brancos e à manutenção do apartheid, provocou a fúria de seu movimento, decidido a vingar a morte, ao mesmo tempo que o presidente Jacob Zuma pediu calma.

O Movimento de Resistência Afrikaner (AWB), grupo criado por Terreblanche que se opôs com violência à transição pós-apartheid, no começo dos anos 1990, se reunirá em 1º de maio para decidir como responder à morte do líder, que segundo a polícia teria sido assassinado por dois empregados de uma fazenda por uma discussão pela falta de pagamento dos salários.

"Decidiremos as ações para vingar a morte de Terre'Blanche. Vamos agir, e nossas ações específicas serão decididas na conferência de 1º de maio", declarou à AFP o secretário-geral do AWB, André Visagie.

"Ele foi morto a golpes de facões e com tubos de encanamento. Ele foi agredido até a morte", destacou, acrescentando que pediu aos membros do movimento, que pedem vingança, para que "fiquem calmos".

O medo e o ódio eram palpáveis em Ventersdorp (noroeste), povoado de origem de Terre'Blanche e ex-bastião do AWB.

Em frente à fazenda do ex-líder de extrema-direita, onde seu corpo foi encontrado no sábado, dezenas de seus partidários se reuniram.

"Eles (os negros, ndr) matam nossos fazendeiros", declarou um deles, que pediu para ter sua identidade preservada por medo de "represálias".

"Matar um idoso assim, enquanto dormia, não há do que se orgulhar", acrescentou. Terre'Blanche tinha 69 anos.

O assassinato reaviva as tensões raciais em um país onde a cor da pele continua sendo um fator de divisão, 16 anos depois do fim oficial do regime do apartheid.

Consciente do que o caso pode provocar, o presidente Zuma pediu calma e que "os sul-africanos não permitam aos agentes provocadores se aproveitar da situação para incitar, ou para alimentar, o ódio racial".

Ao fim do dia deste domingo, Zuma fez um novo apelo à "unidade" política e à "responsabilidade" dos dirigentes políticos do país em suas declarações.

Pedidos semelhantes foram feitos pelo ministro da Polícia, Nathi Mthethwa, e pelo comissário nacional, Bheki Cele, que receberam neste domingo familiares da vítima, segundo a agência de notícias SAPA.

Enquanto isso, o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) informou, por sua vez, que nada pode justificar o homicídio de Terre'Blanche.

"Lançamos um apelo a todos os sul-africanos para que se abstenham de qualquer especulação, os autores (do crime) se entregaram às autoridades a cargo de aplicar a lei", informou o ANC em um comunicado.

Eugene Terre'Blanche, 69 anos, dedicou a vida a defender a superioridade dos brancos. À frente de milícias paramilitares e com um emblema parecido com a suástica nazista, foi contrário ao fim do apartheid no início dos anos 1990.

Ele foi preso em 2001 pela tentativa de assassinato de um guarda negro e deixou a penitenciária em 2004 por bom comportamento. Depois disso caiu em relativo esquecimento.

O corpo do extremista foi encontrado no sábado em sua fazenda de Ventersdorp, na Província do Noroeste. A polícia prendeu dois trabalhadores agrícolas, de 15 e 21 anos, que haviam discutido com Terre'Blanche por um problema salarial.

Os dois, que acusam o chefe de ter se recusado a pagar o salário mensal de 300 rands (40 dólares, 70 reais) e de ter agredido física e verbalmente os dois, serão levados a um tribunal na terça-feira.

Apesar da motivação não parecer política, o AWB vinculou o assassinato de seu líder à recente polêmica sobre uma canção que pede a "morte dos boers" (fazendeiros brancos). A música se tornou famosa entre o movimento jovem do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido que governa o país.

Dois tribunais proibiram a canção que, segundo a oposição e várias associações, estimula a violência racial. Mas o ANC defendeu a música em nome da memória da luta contra o apartheid.

Fonte: AFP
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/afsul_pol__tica_homic__dio

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Vice-ministra retrata-se pelos seus pronunciamentos anti-semitas

Joanesburgo - A vice-ministra sul-africana dos negócios estrangeiros, Fatima Hajaig, apresentou hoje (terça-feira), em Joanesburgo, as suas desculpas por ter declarado que "o dinheiro judeu controlava os Estados Unidos ".

"Apresento as minhas desculpas sem equívocos pela dor que poderei ter causado aos habitantes desse país e à comunidade judia em particular ", escreveu num comunicado, assegurando " condenar o anti-semitismo em todas as suas formas ".

A governante sul-africana tinha declarado durante um encontro em meados de Janeiro que "o controlo da América, tal como o da maior parte dos países ocidentais, estava entre as mãos do dinheiro judeu ".

Essas declarações, haviam suscitado uma forte indignação no país e a Associação judia "Board of deputy", colocou em causa a Comissão dos direitos Humanos, um órgão consultivo criado pela Constituição pós-apartheid.

"Num dado momento do meu discurso, e sem nenhuma ligação com a comunidade sul-africana, fiz referência entre as pressões sionistas e a influência judia. Lamento que algumas pessoas tenham concluido de que sou anti-semita", explicou-se Hajaig.

Fonte: Angola Press
http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/Vice-ministra-retrata-pelos-seus-pronunciamentos-anti-semitas,f45fdee1-454d-4f45-8a7a-afc237d5860b.html

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