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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bibliografia sobre Racismo - Neonazismo - Negação do Holocausto

Aviso: este post é só pra bibliografia, comentários nos posts de bibliografias somente pra sugestão de livros.

LIVROS SOBRE NEONAZISMO, NEOFASCISMO, NEGACIONISMO DO HOLOCAUSTO("REVISIONISMO") E TEORIA DA CONSPIRAÇÃO(ATUALIDADES)
Livros em português:

Livro: Neonazismo, Negacionismo e Extremismo Político
Autor: Luis Milman

Livro: Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória: Revisão Editora e as estratégias da intolerância (1987-2003)
Autor: Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus
Os livros da Fundação Editora da Unesp podem ser adquiridos pelo site http://www.editoraunesp.com.br/
Pluricom Comunicação Integrada
pluricom@pluricom.com.br
http://www.pluricom.com.br/

Livro: Os Assassinos da Memória. O Revisionismo na História
Autor: Pierre Vidal-Naquet

Livro: Anti-semitismo, integralismo, neo-nazismo
Autor: Werner Nehab

Livro: Sol Negro
descrição: cultos arianos, nazismo esotérico e as políticas de identidade
Autor: Nicholas Goodrick-Clarke

Livros em espanhol:

Livro: De Auschwitz a Berlín. Alemania y la extrema derecha, 1945-2004
Autor: Ferran Gallego Margalef

Livro: El Extremismo Político en Alemania
Autor: Jürgen W. Falter

Livro: Neofascistas. Democracia y extrema derecha en Francia e Italia
Autor: Ferran Gallego Margalef

Livro: Los Crimenes del Odio: Violencia Skin y Neonazi En España
Autor: Esteban Ibarra

Livro: Por qué Le Pen
Autor: Ferran Gallego Margalef

Livros em inglês:

Livro: Denying the Holocaust
Autora: Deborah Lipstadt

Livro: Denying History
Autores: Michael Shermer

Livro: From The Protocols Of Zion To Holocaust Denial Trials
Subtítulo: Challenging The Media, The Law And The Academy
Editores: Debra Kaufman, Gerald Herman, James Ross, David Phillips, Jennifer Fagen
Livro: Inside Organized Racism: Women in the Hate Movement
Autora: Kathleen M. Blee

Livro: The Racial Thinking of Richard Wagner
Autor: Leon Stein

Livro: The Dreyfus Affair
Autor: Leslie Derfler

Livro: Inside the Nation of Islam: A Historical and Personal Testimony by a Black Muslim
Autor: Vilbert L. White Jr.

Livro: Contemporary British Fascism: The British National Party and the Quest for Legitimacy
Autor: Nigel Copsey

Livro: One Aryan Nation Under God: How Religious Extremists Use the Bible to Justify Their Actions
Autor: Jerome Walters

Livro: Into a World of Hate: A Journey Among the Extreme Right
Autor: Nick Ryan

Livro: Hate and the "Jewish Science": Anti-Semitism, Nazism, and Psychoanalysis
Autor: Stephen Frosh

Livro: Promoting and Producing Evil (At the Interface/Probing the Boundaries)
Autor: Nancy Billias

Livro: A Hundred Little Hitlers: The Death of a Black Man, the Trial of a White Racist, and the Rise of the Neo-Nazi Movement in America
Autor: Elinor Langer

Livro: Into the Devil's Den: How an FBI Informant Got Inside the Aryan Nations and a Special Agent Got Him Out Alive
Autores: Dave Hall, Tym Burkey, Katherine Ramsland

Livro: Blood in the Face: The Ku Klux Klan, Aryan Nations, Nazi Skinheads, and the Rise of a New White Culture
Autor: James Ridgeway

Livro: The Politics of Righteousness: Idaho Christian Patriotism Autor: James Alfred Aho

Livro: Christian Identity: The Aryan American Bloodline Religion (Paperback)
Autor: Chester L. Quarles

Livro: Understanding Terrorism in America: From the Klan to Al Qaeda
Autor: Christopher Hewitt

Livro: Hitler's Priestess: Savitri Devi, the Hindu-Aryan Myth, and Neo-Nazism
Autor: Nicholas Goodrick-Clarke

Livro: Inside Organized Racism: Women in the Hate Movement
Autora: Kathleen M. Blee

Livro: The Borderlands of Science: Where Sense Meets Nonsense
Autor: Michael Shermer

Livro: Why People Believe Weird Things: Pseudoscience, Superstition, and Other Confusions of Our Time
Autor: Michael Shermer

Livro: The War Complex: World War II in Our Time
Autora: Marianna Torgovnick

Livro: Crises of Memory and the Second World War
Autora: Susan Rubin Suleiman
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LIVROS SOBRE RACISMO (1) E ANTISSEMITISMO (1.1)

(1) RACISMO

Livros em português:

Livro: Humanidade Sem Raças?
Autor: Sergio D. J. Pena
Resenha sobre o livro

Livro: Racismo E Antirracismo No Brasil
Autor: Antônio Sérgio Alfredo Guimarães

Livro: Racismo No Brasil
Organizadores: Gevanilda Gomes Santos, Maria Palmira da Silva

Livro: Racismo No Brasil
Autor: Lilia Moritz Schwarcz

Livro: Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro
Autor: Thomas E. Skidmore

Livro: Psicologia Social Do Racismo
Autor: Maria Aparecida Silva Bento
Organizador: Iray Carone

Livros em espanhol:

Livro: Reflexión ética sobre el racismo y la xenofobia: fundamentos teóricos
Autor: Alberto Hidalgo Tuñón

Livro: Genealogia del Racismo (Coleccion Caronte Ensayos)
Autor: Michel Foucault

Livro: Raza, nación y clase
Autores: Immanuel Wallerstein, Etienne Balibar

Livro: Etnicidad Raza Y Equidad En America Latina
Autor: Alvaro Bello Marta Rangel

Livro: Teorías contemporáneas de la etnicidad: Stuart Hall y Michel Foucault
Autor: Eduardo Restrepo

Livro: El cabecita negra
Autor: Hugo E Ratier

Livro: La bioetica. Una disciplina adolescente
Autor: Vera Jose Miguel

Livro: Etica de la Investigacion en seres humanos y politicas de salud
Autor: Genoveva Keyeux, Victor Penchaszadeh, Alya Saada

Livro:
Genetica Humana: Fundamentos y Aplicaciones En Medicina 2da ed
Autor: Alberto Juan Solari

Livro: Genética de Poblaciones Humanas
Autor: Francisco Rothhammer

Livro: Breve Historia Del Racismo
Autor: Christian Geulen

Livros em inglês:

Livro: David Duke and the Politics of Race in the South
Autor: John C. Kuzenski, Charles S. Bullock III, Ronald Keith Gaddie

Livro: Racism: A Short History
Autor: George M. Fredrickson

Livro: Racism: A Very Short Introduction (Very Short Introductions)
Autor: Ali Rattansi

Livro: Racism in a Racial Democracy: The Maintenance of White Supremacy in Brazil
Autor: France Winddance, Twine

Livro: Dreaming Equality: Color, Race, and Racism in Urban Brazil
Autor: Robin E. Sheriff

Livro: "Race" and Racism: The Development of Modern Racism in America
Autor: Richard Perry

Livro: Whiteness of a Different Color: European Immigrants and the Alchemy of Race
Autor: Matthew Frye Jacobson

Livro: Racism And Anti-Racism In Europe
Autor: Alana Lentin

Livro: White Racism (2nd Edition)
Autor: Joe R. Feagin, Pinar Batur, Hernan Vera

Livro: Racism
Editores: Martin Bulmer, John Solomos

Livro: Racism Matters
Autor: W. D. Wright

Livro: Encyclopedia of Race And Racism (3 Volume Set)
Autor: John Moore

Livro: Nations without States: A Historical Dictionary of Contemporary National Movements
Autor: James Minahan

Livro: Racism in the 21st Century: An Empirical Analysis of Skin Color
Autor: Ronald Hall

Livro: Theories of Race and Racism: A Reader (Routledge Student Readers)
Autor: John Solomos

Livro: Racism in Europe: 1870-2000 (European Culture & Society Series)
Autor: Neil MacMaster

Livro: Census and Identity: The Politics of Race, Ethnicity, and Language in National Censuses (New Perspectives on Anthropological and Social Demography)
Autor: David I. Kertzer, Dominique Arel

Livro: White Identities: A Critical Sociological Approach
Autores: Simon Clarke, Steve Garner

Livro: Race Over Grace: The Racialist Religion of the Christian Identity Movement
Autor: Charles H. Roberts

Livro: Religion and the Racist Right: The Origins of the Christian Identity Movement
Autor: Michael Barkun

Livro: The Columbia Documentary History of Race and Ethnicity in America
Autor: Ronald H. Bayor

Livro: Impurity of Blood: Defining Race in Spain, 1870-1930
Autor: Joshua Goode


(1.1) ANTISSEMITISMO

Livros em português:

Livro: O anti-semitismo na Era Vargas
Autor: Maria Luiza Tucci Carneiro


Livros em espanhol:

Livro: El antisemitismo en España. La imagen del judío
Autor: Gonzalo Alvárez Chillida


Livros em inglês:

Livro: Antisemitism and Xenophobia in Germany after Unification
Autores: Hermann Kurthen, Werner Bergmann, Rainer Erb

Livro: The Lure of Anti-Semitism (Jewish Identities in a Changing World)
Autor: M. Wieviorka

Livro: The Devil and the Jews: The Medieval Conception of the Jew and Its Relation to Modern Anti-Semitism
Autor: Joshua Trachtenberg

Livro: From Prejudice to Persecution: A History of Austrian Anti-Semitism
Autor: Bruce F. Pauley

Livro: The Jews as a chosen people: tradition and transformation
Autora: S. Leyla Gürkan

domingo, 13 de setembro de 2009

Humanidade Sem Raças? - Libelo contra o racismo

Livro sistematiza argumentos do geneticista Sergio Pena pela desracialização da humanidade
Por: Bernardo Esteves

O geneticista Sergio Pena, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é uma referência nacional na discussão da questão racial. Ele tem vindo a público com freqüência para mostrar como a visão da humanidade dividida em raças, cristalizada em parte da sociedade, é totalmente incompatível com as descobertas recentes da genética. Pena acaba de voltar a esse debate com o lançamento do livro Humanidade sem raças?

A obra, um verdadeiro manifesto contra o racismo, reúne os veementes argumentos do geneticista para combater a racialização da humanidade. Essa discussão não é novidade para os leitores de “Deriva Genética”, a coluna que o autor publica na segunda sexta-feira do mês na CH On-line – a denúncia da inexistência das raças do ponto de vista biológico é um tema recorrente em seus textos.

A novidade de Humanidade sem raças? é reunir os argumentos de Pena e sistematizá-los em um discurso coeso, além de trazer novas considerações e discussões detalhadas de vários exemplos históricos. O livro consolida o pensamento sobre a questão racial que o geneticista vem amadurecendo ao longo de anos, em suas colunas, artigos na imprensa e palestras pelo país afora.
Genealogia do racismo

Para levar a cabo seu raciocínio, Pena propõe retraçar uma genealogia do racismo – conceito que, assim como a própria noção de “raça” é uma construção humana relativamente recente. A divisão da humanidade em raças, explica ele, remonta ao início do século 18 – o naturalista sueco Carl Linnaeus I(1707-1778) foi o primeiro a propor tal classificação formal. Essa visão deu origem ao racismo científico no século 19, em que alguns cientistas condenaram a mistura das raças, o que culminou com a nefasta experiência da eugenia nazista no século 20.

Ao final da Segunda Guerra, continua o autor, surgiu um novo modelo, que propunha dividir a humanidade em populações. Embora partisse de premissas menos condenáveis, ele acabou perpetuando a ideologia do racismo ao se converter em um modelo “populacional de raças”. O problema persistia.

Pena propõe uma mudança de paradigma que permita superar essa visão, socialmente perniciosa e biologicamente equivocada. O autor é muito feliz ao mostrar como a única divisão da humanidade que a genética permite embasar é em seis bilhões de indivíduos. Ou “cada homem é uma raça”, como bem resumiu o escritor moçambicano Mia Couto, que Pena gosta de citar.

Sociedade desracializada

Lembrando a seu leitor que não há “natureza humana” fixa e preestabelecida, o geneticista convida-o a juntar-se a ele na luta pelo fim do racismo. “Devemos fazer todo esforço possível para construir uma sociedade desracializada, na qual a singularidade do indivíduo seja valorizada e celebrada e na qual exista a liberdade de assumir, por escolha individual, uma pluralidade de identidades”, conclama.

Humanidade sem raças? é um livro breve, com 63 páginas de texto, que pode ser lido de uma só sentada. É uma leitura contundente, que assume ares de dever cívico nas circunstâncias atuais. Num momento em que a discussão sobre as cotas raciais para universidades volta à esfera pública, os argumentos de Sergio Pena são essenciais para alimentar o debate sobre a questão racial no Brasil.

Livro: Humanidade Sem Raças?
Autor: Sergio D. J. Pena
Páginas: 72

Bernardo Esteves
Ciência Hoje On-line

Fonte: Instituto Ciência Hoje
http://cienciahoje.uol.com.br/resenhas/libelo-contra-o-racismo

Ver também:
Será que existem raças humanas? Investigadores do Instituto Gulbenkian respondem

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O Holocausto: verdade e preconceito - parte 2

O crime e a barbárie

No Julgamento de Nuremberg, (20 de novembro de 1945 a 01 de outubro de 1946), foi usado pela primeira vez, pela acusação, e consolidado pelas sentenças impostas aos hierarcas nazistas condenados, o termo "genocídio", cunhado pelo jurista polonês Raphael Lemkin, que morreu em 1959. Lemkin, judeu, na faixa dos 30 anos, fugiu da Polônia quando seu país foi ocupado, após combater na resistência polonesa durante seis meses.

Ferido, escapou para a Suécia, onde afirmou uma carreira universitária na área de direito e relações internacionais, iniciada ainda na Polônia. Em 1941, foi convidado a lecionar nos Estados Unidos, onde continuou a trabalhar em estudos sobre a tipificação jurídica e a responsabilização criminal de assassinatos em massa perpetrados por estados contra populações civis. Lemkin decidira, nos anos 30, estudar o assunto devido ao genocídio armênio. Por suas pesquisas, e então um respeitado jurista e professor da Duke University e da Yale University, foi designado conselheiro legal de Robert Jackson, Promotor-Chefe dos Estados Unidos, na Direção Para Persecução Criminal do Tribunal Militar de Nuremberg. Lemkin também teve participação destacada na redação da Convenção sobre Genocídio, aprovada pela Assembléia Geral da ONU, em 8 de dezembro de 1948, dois antes da aprovação da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Lemkin cunhou o termo "genocídio", num estudo realizado em 1943 e publicado como livro em 1944:
Novas concepções solicitam novos termos. Por "genocídio" queremos significar a destruição de uma nação ou de um grupo étnico. Essa nova palavra, cunhada pelo autor para denotar uma antiga prática em seu moderno desenvolvimento, é formada pela antiga palavra grega genos (raça, tribo) e a palavra latina cide (assassinato), assim correspondendo, em sua formação a palavras tais como tiranicídio, homicídio, infanticídio, etc. Falando genericamente, o genocídio não significa necessariamente a destruição imediata de uma nação, exceto quando acompanhada de assassinatos em massa de todos os membros de uma nação. Ela pretende antes significar um plano coordenado, com distintas ações, que possui a intenção de destruir as fundações essenciais da vida de grupos nacionais, com o propósito de aniquilação desses grupos. Os objetivos de um plano desse tipo seria a desintegração das instituições políticas e sociais, da cultura, da linguagem, dos sentimentos nacionais, da religião e da existência econômica de grupos nacionais, e a destruição a segurança pessoal, da liberdade, da saúde, da dignidade e mesmo da vida dos indivíduos que pertencem a tais grupos. O genocídio é direcionado contra o grupo nacional como entidade, e as ações envolvidas são dirigidas contra indivíduos, não em sua capacidade individual, mas enquanto membros de um grupo nacional (Lemkin, 1944:79).
O tribunal determinou que "os acusados conduziram um genocídio sistemático e deliberado – o extermínio de grupos raciais e nacionais - contra poloneses, populações civis de certos territórios ocupados, com o propósito da destruição de raças particulares e classes de pessoas e grupos nacionais, raciais ou religiosos, particularmente judeus, poloneses, ciganos e outros".

O termo cunhado por Lemkin foi, pela primeira vez, usado nessa sentença. Mas o que deve ser compreendido, para além dessa tipificação, são as características singulares do genocídio praticado contra os judeus. Para tanto, é fundamental fazer uma observação: o Holocausto não diz respeito apenas aos judeus. Ele é parte da história humana e seu incidência na história demanda uma capacidade de análise crítica sobre os alicerces da própria civilização moderna e seus valores.

O termo Holocausto traduz, por tradição, embora erroneamente, a palavra hebraica Shoah, (literalmente catástrofe ou hecatombe). Perceber as características singulares da Shoah e de suas conseqüências para a própria existência dos judeus como povo é uma coisa. Afirmar que os judeus foram as únicas vítimas de genocídio cometido pela Alemanha nazista não passa de uma infeliz fabulação e não sei de ninguém que tenha sustentado tamanho disparate. Não esqueçamos: houve genocídios anteriores, no século XX, praticados pelos curdos, persas e turcos contra os assírios (entre 1914 e 1918), pelos turcos contra os armênios (entre 1915 e 1923) e pelos belgas no Congo (entre 1885 e 1920), assim como matanças de ocupação, como a praticada por Mussolini na Etiópia.

Os nazistas tiveram predecessores, sem dúvida. Mas se especializaram nessa atrocidade, porque a tornaram essencial para sua geopolítica racial, fundamentada na agressão militar, numa obstinada determinação de eliminar um povo inteiro e na conquista e "arianização" territorial. Dizimaram massivamente, além de judeus, pessoas de "raças" que consideravam inferiores.

Quanto aos ciganos, a outra raça a ser eliminada da Europa, muito se tem estudado e pesquisado. Em Auschwitz-Birkenau havia três crematórios funcionando diariamente, capazes de incinerar 10 mil seres humanos por dia. Parte das vítimas entre os ciganos foi assassinada nesse campo de morte, outra parte em fuzilamentos, enforcamentos, e atrocidades, como as cometidas contra pessoas (crianças, sobretudo) transformadas em cobaias do staff da ciência médica do 3º Reich, em suas "pesquisas e experiências". Cerca de 250 a 500 mil ciganos foram mortos na Europa ocupada pelos nazistas.

Também os poloneses foram vítimas diferenciadas de extermínio. 4 milhões deles foram dizimados, a imensa maioria de civis. A intelectualidade polonesa foi exterminada, em assassinatos que se seguiram à ocupação do país, em campos de concentração e, depois, nos campos de morte, que começaram a operar na no final de 1941. Centenas de milhares morreram ao serem deslocados, quando seu país foi conquistado e dividido em duas partes - a ocidental, incorporada ao Reich, e a oriental, rebatizada como Governo Geral. A parte ocidental foi despolonizada, e destinada à colonização ariana. Poloneses do território incorporado ao Reich foram progressivamente transferidos para o Governo Geral, onde morreram aos milhares em condições sub-humanas.

Outros grupos humanos foram alvos dessas matanças de proporções inimagináveis. Milhares de Testemunhas de Jeová, por convicção ideológica, homossexuais, prisioneiros políticos e opositores do nazismo, doentes mentais. membros da resistência dos países ocupados; milhões de civis russos e ucranianos – afora os soldados em confrontos militares -, prisioneiros de guerra, em campos de trabalho e de extermínio, além de dezenas de milhares de sérvios, após a invasão da Iugoslávia.
Na Europa Ocidental, onde a ocupação alemã tinha características distintas, a política de extermínio foi praticada apenas contra os judeus e membros da resistência. A hecatombe provocada pelo nazismo - cujo único instrumento de ação política eram o terror e a matança -, sem dúvida, abalou os alicerces da humanidade. Na guerra do Pacífico, o expansionismo japonês foi marcado pela insanidade assassina, causando a morte de 15 milhões de chineses.

Singularidade

O que torna, afinal, o Holocausto, uma catástrofe singular. Responder a essa questão não é tarefa difícil, à primeira vista. No entanto, é preciso fixar limites para a compreensão da categoria da singularidade, quando aplicada a matanças em larga escala, dos quais os judeus, no século XX, não foram as únicas vítimas. Logo, singularidade se distingue de unicidade ou exclusividade. Armênios e assírios foram exterminados no início do século. Bósnios foram alvos de matança coletiva na década de 90. Tutsis de Ruanda e cristãos e animistas do Sudão, da mesma forma, foram exterminados aos milhões pela elite muçulmana sudanesa. O extermínio de chineses na era de Mao e de russos, ucranianos, georgeanos na era de Stalin são hoje suficientemente conhecidos.

É justamente nesse contexto que o genocídio judeu se singulariza. Primeiro, porque contra os judeus foram aplicados os métodos jamais imaginados de extermínio; segundo, porque os judeus foram destinados a desaparecer completamente como povo[4]; terceiro; porque contra os judeus, os nazistas travaram uma guerra racial, sem qualquer outro objetivo que não fosse o de exterminá-los completamente; quarto, porque nunca se configurou uma burocracia e uma indústria voltada para a matança de seres humanos tal como a construída pelos nazistas; quinto: não havia salvação dessa matança, que ocorreu em fases distintas e foi sendo paradoxalmente incrementada na medida em que os alemães percebiam que não tinham mais qualquer chance de vencer a guerra.

Em menos de quatro anos, quase 6 de cerca de 12 milhões de pessoas pertencentes a um grupo étnico-cultural simplesmente foram assassinadas em massa. 4.110 por dia, em média, sem distinção entre homens, mulheres, jovens crianças e velhos. Discute-se, entre historiadores, quando a eliminação total da população judaica foi decidida e tudo indica que Hitler e seus hierarcas tomaram essa decisão logo após a ocupação da Polônia. O genocídio foi iniciado na segunda metade de 1941 e sua implementação foi tema de deliberação específica, como demonstra o documento classificado como Geheime Reichssache (assunto secreto do Reich), descoberto por assistentes da Promotoria dos EUA, em março de 1947, e utilizado como prova nos julgamentos de criminosos de guerra que se seguiram ao Julgamento de Nuremberg, inclusive no julgamento de Adolf Eichmann.

O documento ficou conhecido como o "Protocolo de Wanssee" e integrava um conjunto de 18 atas (as demais 17 jamais foram recuperadas) lavradas durante uma reunião de 15 altos funcionários do Reich - entre eles Adolf Eichmann, que o secretariou - com Reinhard Heydrich, então o segundo em comando no Sicherheitspiolizei (RSHA - Serviço de Segurança Nacional) e também encarregado dos territórios tchecos ocupados. Heydrich só era subordinado a Heinrich Himmler, Chefe das SS (a Schutztaffel), que se reportava apenas a Hitler.

A reunião foi realizada em 20 de janeiro de 1942, num castelo às margens de um lago Wanssee, a sudoeste de Berlim[5]. O assunto: operacionalizar, em todos os níveis administrativos e logísticos, a solução final para a questão judaica, que já havia iniciado com a construção dos campos de extermínio em Chelmno e Belzec. Em Chelmno, em dezembro de 1941 foram mortos por gás os primeiros judeus. O genocídio tomaria as proporções que hoje conhecemos quando os alemães invadiram a União Soviética, com o propósito de varrer do mundo o bolchevismo e o judaísmo, que eles tinham como irmãos políticos.

Fonte: Revista Espaço Acadêmico, Nº43, Dezembro de 2004, Mensal, ISSN 1519.6186
Autor: Luis Milman(Doutor em Filosofia, professor da UFRGS)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O Holocausto: verdade e preconceito - parte 1

Desde 15 de setembro de 1935, quando foram decretadas a Lei de Cidadania do Reich, a Lei de Proteção do Sangue e da Honra Alemãs e o Primeiro Regulamento para a Lei de Cidadania do Reich - este em 14 de novembro de 1935 (o conjunto dos três ficou conhecido como as Leis de Nuremberg)-, a condição judaica foi transformada numa sub-condição humana na Alemanha e os judeus foram desprovidos de qualquer vestígio de direitos civis. A definição de "judeu" consta do Primeiro Regulamento, Artigo V:

1. Um judeu é um indivíduo que descende de pelo menos três avós que eram judeus racialmente puros. O Artigo II, parágrafo, alínea linha 2 será aplicado. (Art. II, alínea 2: um indivíduo de sangue misto judeu é aquele que descende de um ou dois avós que eram judeus racialmente puros, mesmo que não seja um judeu de acordo com a seção 2 do Artigo V. Avós com 100 por cento de sangue judeu são aqueles que pertenciam a comunidade religiosa judaica).

2. Um judeu é também um indivíduo que descende de dois avós puramente judeus:

(a) se era membro de uma comunidade religiosa judaica quando esta lei foi editada, ou se integrou a uma, após a edição desta;

(b) quando a lei foi editada, era casado com uma pessoa judia ou foi subseqüentemente casada com um indivíduo judeu;

(c) é descendente de um casamento no qual um dos cônjuges é judeu, no sentido da seção 1, contraído após a entrada em vigor da Lei para Proteção do Sangue e da Honra Alemã, de 15 de setembro de 1935;

(d) é descendente de uma relação extraconjugal que envolveu um judeu, de acordo com a Seção 1, e nasceu ou é filho ilegítimo nascido depois de 31 de julho de 1936.
Não era possível a qualquer pessoa tipificada pelo regulamento, abdicar da sua condição judaica; por conseqüência, conversos ao cristianismo, que se enquadrassem na categoria regulamentar eram considerados judeus. Assim definidos pelos nazistas, inicialmente banidos da vida social e civil da Alemanha e depois dos territórios que caíram sob seu domínio ou influência, depois confinados e exterminados, não importava, se entre eles, houvesse quem se considerava ateu, agnóstico, protestante, católico, comunista, anarquista ou qualquer outra coisa. No livro Mirrors of destruction. War, Genocide and Modern Identity, o historiador Omer Bartov refere um dos inúmeros casos vividos por pessoas que retornaram, por imposição das Leis de Nuremberg, a uma condição judaica que lhes era estranha e distante antes da chegada de Hitler ao poder:

Bauchwitz, um prisioneiro do campo de trabalho de Stettin, fora batizado quando criança. Quando o comandante do campo decidiu enforcá-lo, ele exigiu ser executado por um pelotão de fuzilamento, em reconhecimento à sua condição de oficial alemão durante a 1ª Guerra, na qual recebeu a Cruz de Ferro de Primeira Classe. O comandante respondeu. "Para mim você é um judeu fedorento e será enforcado como tal". Ao ser colocado no patíbulo, Bauchwitz, pediu aos demais prisioneiros, "Se vou morrer como judeu, peço a vocês judeus que digam o Kadish depois de mim" (Bartov, 2000:144).[1]
Os nazistas enfrentaram problemas técnico-jurídicos com aqueles que tinham o status de "terceira-raça", os mischlinge, muitos dos quais pertenciam a uma '"primeira classe" e estavam integrados a famílias alemãs "puras", logo pretendiam ser quase arianos. Houve doze decretos posteriores editados para tratar desse assunto - objeto de discussão também em Wannsee (ver abaixo), nos quais foram introduzidas as categorias de mischlinge de ordem 1 (descendentes de um avô judeu) e 2 (descendente de dois avós judeus, não pertencente à religião judaica e não casado com um judeu até 15 de setembro de 1935). Para a quase totalidade desta terceira raça, a solução foi o isolamento civil, depois o aprisionamento em asilos e, ao fim a deportação e o extermínio. Houve milhares de mischilinge, por decretos conhecidos como normas de libertação, que foram arianizados e alguns chegaram mesmo a exercer cargos na alta burocracia nazista, além de milhares terem servido no exército e mesmo nas SS.[2]

Agora passemos aos números. Há um certo momento em que a discussão sobre o Holocausto é colocada em escala numérica. A primeira constatação a ser feita sobre esse tipo de parâmetro analítico é que não há um número exato de vítimas, e a razão para tanto é simples: o genocídio foi praticado em escala total. Jamais houve condições para estabelecer um número definitivo porque é impossível identificar individualmente todas as vítimas do Holocausto. A metodologia de escala, pode, por isso, oscilar. O número levado ao tribunal de Nuremberg foi de 6 milhões de judeus. Mas, depois de iniciado com políticas de segregação e isolamento, a matança fez, segundo as menores estimativas, com que entre 5,1 e 5,7 milhões de judeus fossem dizimados na Europa. Destes, foram exterminados em "campos de morte" entre 2,7 e 3 milhões (1 milhão em Auschwitz-Birkenau, entre 750 mil a 800 em Treblinka, 550 mil em Belzec, 200 a 300 mil em Sobibor, 150 mil em Kulmhof e 50 mil em Lublin); 150 a 200 mil em campos de trânsito ou de concentração (trabalho escravo) e 150 mil em campos na Romênia e na Croácia; cerca de 1 milhão e 300 mil, em matanças executadas por "tropas especiais" e aproximadamente 800 mil assassinados por isolamento (fome e doenças) em guetos. Em 1939, por exemplo, havia cerca de 3 milhões de judeus na Polônia. Depois de 1945, restaram alguns milhares de sobreviventes.

Em pouco menos de 4 anos, foi assassinada metade dos judeus europeus e mais de um terço de toda população judaica mundial na época[3]. Jamais houve um genocídio deliberada e calculadamente executado de um povo como o que foi praticado contra os judeus europeus. Obviamente, nessa compreensão em escala da II Guerra, é preciso acautelar-se quanto a comparações entre o número de judeus exterminados e o total das vítimas da guerra. 50 milhões de pessoas, entre civis e combatentes, forma mortos durante o conflito, número por si mesmo suficientemente estonteante. Mas apenas os judeus e os ciganos (em escala comparativamente menor) - cerca de 10 por cento deste total-, foram assassinados por uma política genocida. Por si só é trágico constar que cerca de 20 milhões de russos, bielo-russos e ucranianos foram mortos no enfrentamento e em massacres cometidos pelos nazistas. Somente uma viseira ideológica pode fazer com que alguém desconheça a proporção dessa catástrofe e as marcas que ela deixou nesses povos. Assim, é preciso estar atento para revisionismos inocentes, matizados por motivações distintas, que incidem sobre uma matéria carregada de sofrimento humano, para a qual a precisão e o senso de moralidade são, antes de qualquer coisa, impositivos.

Fonte: Revista Espaço Acadêmico, Nº43, Dezembro de 2004, Mensal, ISSN 1519.6186
Autor: Luis Milman(Doutor em Filosofia, professor da UFRGS)

domingo, 9 de março de 2008

"Sobre o problema do Futuro da nossa Nação"

Documentando a história: declaração traduzida do alemão pro português do nazista Martin Bormann, secretário particular do ditador nazista Adolf Hitler

29/01/1944 – Martin Bormann

"Na noite de 27 para 28 de janeiro, o Führer conversou conosco sobre o problema do futuro do nosso povo. Depois destas conversas e de posteriores deliberações, fica determinado o seguinte:

A situação da nossa nação depois desta guerra será catastrófica pelo fato da nossa população passar no momento por um segundo derramamento de sangue em um espaço de trinta anos. Venceremos a guerra de toda a forma, mas a perderemos em termos populacionais, caso não passarmos por uma completa e decisiva mudança de compreensão e, a partir disso, chegarmos a uma nova atitude. O desperdício de sangue já não é de fato algo isolado, mas contribui ano após ano para que cheguemos a um futuro o mais remoto.

Um único exemplo:

Quantas crianças mais teriam nascido nesta Guerra, se fosse possível conceder aos soldados licenças completas ou mais abundantes?

Depois desta guerra, teremos – como o Führer enfatizou – de três a quatro milhões de mulheres, as quais não terão mais homem para casar. Uma conseqüente queda de natalidade seria extremamente intolerável: de quantas divisões – salientou o Führer – com homens de vinte a quarenta e cinco anos ou mais ficaríamos desfalcados! A estimativa de que a maioria dos pais diminuam o número de filhos para assegurar o futuros dos que já nasceram é portanto fundamentada. O contrário também é válido. Por um bom senso de prudência, todas as mulheres que têm um filho lhes darão grande importância, de modo que não apenas ela própria, mas todas as demais mulheres terão o maior número de filhos possível e, assim, o futuro destas crianças será cada vez mais assegurado quanto maior for sua quantidade. Este é um raciocínio perfeitamente compreensível.

Sob as atuais circunstâncias, poderão as mulheres que, após a guerra, não são casados e nem prestes a casar, ter filhos concebidos não pelo Espírito Santo, mas tão somente por homens alemães disponíveis por esta ocasião. A considerável capacidade reprodutiva destes homens singulares é – evidente do ponto de vista do bem-estar nacional – apenas parte do que se deseja destes indivíduos. Os homens respeitáveis, de caráter, física e psicologicamente saudáveis devem tornar-se reprodutores, não aqueles decadentes física e espiritualmente.

O esclarecimento público, ou seja, geral pode ser feito a partir de razões evidentes tão logo após a guerra. Apenas um aspecto neste caso deve ser considerado: atualmente não podemos fazer este apelo às mulheres cujos maridos presumivelmente não estejam mortos e tampouco podemos dar início a este plano por consideração aos nossos soldados. Poder-se-ia supor que, se fôssemos confidenciar aos nossos combatentes, na condição de soldados, essa linha de raciocínio, cada um deles não quereria mais tornar-se militar, caso sua esposa ou noiva tivesse filhos com outro homem após ser morto. Desde já devemos remover quaisquer indesejáveis obstáculos ao estabelecimento de nossos objetivos; é especialmente válido que influenciemos escritores e poetas de nosso tempo. Novos romances, novelas e peças de teatro que tenham o casamento como drama = adultério não devem ser mais permitidos, da mesma forma que todo e qualquer poema, produção literária e filme que tratem as crianças concebidas fora do casamento com desonra e inferioridade. A palavra “desonra” deve, como venho dizendo há muito tempo, ser completamente abolida.

De fato, a aversão por crianças nascidas fora do casamento tem um motivo inquestionável o qual devemos, corretamente e de forma imediata, reconhecer.

Também não desejamos que nossas filhas e irmãs tenham filhos de qualquer homem de forma irresponsável, e nem mesmo que tenham respectivamente um filho para cada homem. Portanto, devemos desejar que as mulheres do nosso povo, os quais, depois dessa guerra, podem não estar propensos ao matrimônio, que se unam a um homem de seu agrado e com quem pretendam ter filhos.

Se eu desse particular atenção para a reprodução animal, pela qual apenas animais aptos podem procriar, então eu deveria observar as mesmas regaras válidas para todos os mamíferos também para os homens. Querendo crainaçs que tenham um caráter equilibrado e sem nenhum aspecto derrogatório, então devo defender a idéia de que apenas pessoas que se gostam devam ter filhos umas com as outras.

Dedução: Nós devemos desejar que as mulheres, as quais depois desta guerra não possam ou não queiram passar por um matrimônio, concordem em ter um relacionamento o mais próximo possível de um casamento junto a um homem com quem possa criar o maior número de filhos possível.

Que nem todo relacionamento deste tipo seja fadado a durar toda uma vida, não há o que questionar, haja vista que é natural, da mesma forma, que vários casamentos acabam em um prazo mais curto ou mais longo. Além do mais, eu mesmo sou testemunha que duas pessoas, unidas por um elo de amizade são, com isso, bem mais propensas a ficarem juntos por toda uma vida; isso torna-se ainda mais verdadeiro, quando os filhos reforçam esses laços de amor e amizade.

Como já afirmamos várias vezes, deve-se prevenir toda espécie de difamações relativas aos relacionamentos desejados pela população. Quem insultar uma mulher que tenha filhos sem ser casada (neste contexto) deve ser severamente punido. Quem – que acabam por ser membros da Igreja em sua maioria – pronunciar-se contra a divulgação dessa necessidade nacional deve ser exemplarmente condenado.

Muitas mulheres e garotas criariam filhos com prazer e certamente teriam muitos filhos, se elas soubessem, de antemão, que teriam durante toda a sua vida o devido sustento. Elas não devem maltratar seus filhos e um dia, quando o pai das crianças morrer, ficar reduzida à miséria ou for abandonada, desprovida de recursos, elas devem ser direcionadas junto com seus filhos, por um ato de clemência e caridade, a toda e qualquer instituição de bem-estar social.

É de se esperar que mulheres que exerçam uma profissão e que tenham filhos recebam um maior salário e que lhes seja concedido moradia, correspondente ao tamanho de suas famílias, são providências a serem tomadas.

Eu gostaria que, depois da guerra, fossem criadas tais habitações para que as integrantes do partido possam ter filhos.

A quantidade de instalações educacionais irá aumentar consideravelmente, de forma que para todas as mulheres que – consideradas todas as espécias de motivos – não possam temporariamente ou por um período mais prolongado criar sozinha seus filhos, seja permitido delegar a educação deles a estas instituições. Isso é válido tanto para moças quanto para rapazes. Nós devemos, a fim de garantir o futuro da nossa nação, estabelecer imediatamente um culto à maternidade e nisso não deve haver distinção alguma entre mulheres que, na presente situação, estejam casadas e as que tiveram filhos com um homem com quem mantêm laços de amizade. Todas essas mães devem ser respeitadas de maneira igual.

Evidentemente, isso não é válido para aqueles elementos anti-sociais que sequer sabem quem poderia ser o pai de seus filhos. Como eu mencionei anteriormente, é necessário, quanto à caracterização destes relacionamentos, que os aspectos que causem, em maior ou menor grau, danos à reputação, sejam abolidos e proibidos. Devemos, portanto, considerar como relacionamento de uma mulher com um homem com quem ela não contraiu matrimônio deva ser caracterizado. Também temos que levar em conta como as crianças, oriundas de tais laços de amizade, devam ser enquadradas etc.

Quanto mais felizes ficamos com a quantidade de nomes, mais facilmente conseguiremos suplantar as restrições a serem combatidas. Estas dificuldades devem ser postas de lado, caso contrário o grande sacrifício da guerra anterior e desta guerra serão em vão, quando nosso povo for vítima de próximos ataques. Em vinte ou trinta ou quarenta ou cinqüenta anos, farão falta as divisões, das quais temos absoluta necessidade, para que nosso povo não fique fadado à aniquilação."

Texto original alemão em: NS-Archiv (Dokumente zum Nationalsozialismus)
http://www.ns-archiv.de/krieg/zukunft/bormann.php
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo
Colaboração: Aureliano

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