De Fernando Peneda | Com LUSA/ITRAI. 22/12 17:15 CET
A polícia italiana anunciou a prisão de 14 neofascistas suspeitos de planejar ataques contra alvos políticos e da magistratura, uma ação que envolvia uma dezena de assassinos coordenados.
Os detidos pertencem a um grupo de uma organização de extrema-direita banida, a Ordine Nuovo.
Dois anos de investigação, de escutas telefônicas e um polícia infiltrado, revelaram que o grupo começou a armazenar armas e planejava realizar ataques no Natal.
“Existe uma estrutura, a procuradoria nacional anti-máfia, que tem todos os instrumentos e potencialidade para levar a cabo este tipo de ações”, sublinhou Fausto Cardella, procurador-geral de L’Aquila.
O grupo pretendia assassinar responsáveis políticos, fazer explodir a sede da Equitalia, a agência responsável pela cobrança de impostos e atacar esquadras de polícia.
A organização Ordine Nuovo, fundada em 1956 com o objetivo de relançar o fascismo no país, foi acusada de vários ataques nos anos de 1970 tendo sida dissolvida pelo governo italiano em 1973.
De Fernando Peneda | Com LUSA/ITRAI
Fonte: Euronews
http://pt.euronews.com/2014/12/22/italia-presos-neofascistas-suspeitos-de-planear-ataques-durante-a-epoca-de-natal/
Ver mais:
Mais de 14 neofascistas detidos pela polícia (A Bola, Portugal)
Aquila Nera, un fascismo di provincia dai miti arrugginiti (Europa Quotidiano, Itália)
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domingo, 28 de dezembro de 2014
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
As questões de Santomauro (baboseiras "revis") - Parte 1
Tentarei responder esse "questionário" (entre aspas) "revi" de 29 partes ("perguntas") do M. Santomauro ("revisionista" dos EUA), em partes, porque ficaria inviável respondê-lo todo de uma vez, uma vez que quando se coloca textos extensos pouca gente lê. Só não sei em quantas partes ele será dividido.
Em todo caso, segue abaixo o tal texto reproduzido em blog neonazista (Arquivo88, o 88 é alusivo a Heil Hitler), com grafia de Portugal, ainda no acordo ortográfico antigo (já que o novo já está em vigor):
AS QUESTÕES DE SANTOMAURO (http://arquivo88.blogspot.com.br/2014/05/as-questoes-de-santomauro.html)
Alguém poderia me ajudar a responder essas questões?
1. Por que é que Elie Wiesel e inúmeros outros Judeus sobreviveram ao Holocausto se era intenção do Terceiro Reich eliminar cada um dos Judeus que eles receberam nas suas mãos? Elie foi prisioneiro durante vários anos; outros Judeus sobreviveram ainda mais tempo. A maioria destes “sobreviventes” eram pessoas normais que não tinham qualquer perícia rara que os Alemães pudessem ter explorado para o seu esforço de guerra. Não havia nenhuma razão lógica para eles ser mantidos vivos. A existência de mais de um milhão de sobreviventes nos dias de hoje, aproximadamente sessenta anos depois, contradiz um dos componentes básicos do holocausto, isto é, que os Alemães tiveram uma política de eliminar cada Judeu que eles recebiam nas suas mãos.
Em que uma coisa impede a outra? O problema (distorção) desse tipo de afirmação é que dá como certo o desfecho da guerra (que todo mundo sabe hoje como acabou) ignorando que o nazismo não previa que iria perder a guerra, não estabeleceu prazos pra cumprir todo o extermínio que não conseguiu realizar (apenas parcialmente), além de ignorar as outras minorias que o nazismo também perseguiu e matou.
O Santomauro novamente "ignora" como se procedeu a matança, que não ocorreu de uma só forma como por exemplo na invasão da União Soviética, a matança se deu por balas e havia remanejo de mão de obra escrava judia e de prisioneiros para mais de um campo. O erro básico dessa afirmação reside no fato de que parte do pressuposto de que o nazismo ou os nazistas sabiam como iria ocorrer o fim da guerra desde o princípio, e isso é falso. Eles não sabiam (quando começaram a perseguir) que o conflito acabaria em 1945, da forma como ocorreu. A meta dos nazis primeiro foi varrer os judeus alemães da Alemanha, depois começou a perseguição em outros países e extermínio com ajuda das forças fascistas (colaboracionistas) dos países ocupados ou alinhados com o eixo. Eles não estabeleceram um prazo fixo pra exterminar todos os judeus da Europa, como também não conseguiriam atingir os judeus que residiam em outros países não-ocupados por nazistas ou sem regimes alinhados com o eixo (ex: Reino Unido).
Portanto a afirmação feita pelo revimané Santomauro parte de um erro e prossegue em cima desse mesmo erro sem fazer qualquer correção.
Os nazis não mataram todos os judeus prisioneiros de uma vez, e não conseguiram perseguir todos os judeus da Europa, por isso obviamente há sobreviventes e há sobreviventes que circularam em vários campos servindo como mão de obra escrava ou chegando aos campos próximo do fim das atividades deles e por sorte não foram mortos. Uma parte que foi capturada foi usada como mão de obra escrava pelo nazismo, um dos motivos pra não se exterminar de uma vez todos os judeus assim que eram pegos, uma parte que foi usada morreu de exaustão. É falso afirmar, como o Santomauro faz, que os prisioneiros de uma forma geral não tinham utilidade pro nazismo, milhares foram usados em trabalho escravo/forçado. Leia mais sobre isso aqui:
Trabalho escravo no nazismo
2. Porque não há nenhuma menção ao Holocausto nos seis volumes de História escritos por Churchill sobre a Segunda Guerra Mundial nem nas memórias de guerra de De Gaulle ou de Eisenhower nem em qualquer dos outros intervenientes menores que escreveram sobre aquele conflito? Lembrem-se que todos eles foram escritos anos depois da guerra ter acabado e também depois do Holocausto ter sido supostamente provado nos Julgamentos de Nuremberga. No que diz respeito ao Holocausto, o silêncio quanto a esta questão é ensurdecedora!
O termo Holocausto só passa a ser popularmente usado depois de uma minissérie norte-americana lançada em 1978 com o mesmo nome: Holocausto. Chega a ser bizarro que um dito "revisionista" não saiba de algo tão primário como esse.
Sobre a minissérie, podem ler sobre isso no post abaixo:
Minissérie 'Holocausto' (Gerald Green, 1978). Não existe filme com nome Holocausto
Ou seja, antes, durante a após décadas da segunda guerra até a minissérie ser lançada e se tornar popular, não se costuma usar (não era comum) o termo Holocausto para se referir à perseguição e extermínio de judeus na segunda guerra ou pra se referir ao genocídio nazista, as pessoas falavam de genocídio, Auschwitz ou extermínio mas o termo Holocausto não era comum/popular, por isso não é incomum que não haja qualquer menção à palavra Holocausto por essas pessoas ou mais gente dessa época.
A afirmação idiota, mais uma, do Santomauro é falsa. Há citações de perseguição a judeus feitas por Churchill em suas memórias, por exemplo. Se o "revi" Santomauro tivesse ido atrás da informação ao invés de crivar como verdade absoluta as abobrinhas de Faurisson (negacionista francês que elaborou essa afirmação), não teria feito tal "questionamento". O que não se sabia à época da segunda guerra e no pós-segunda guerra era a extensão real do extermínio, mas a afirmação de que não há citação sobre o fato é falsa como quase tudo que o Faurisson e os "revis" escrevem.
Encontra-se com relativa facilidade os volumes na web das Memórias de De Gaulle:
Mémoires de guerre
Curioso o Santomauro não ter olhado nenhum volume e principalmente o Faurisson que é francês (se viu fez de conta que não leu).
Nos três volumes há citações dispersas sobre judeus com as palavras "juif" e "juive" (a palavra "juive" é usada pra se referir a seguidor do judaísmo, é usada mais no sentido religioso, enquanto "juif" é usada de forma mais genérica pra "judeu" independente que seja algo religioso ou não).
Quem quiser ver todas as passagens, confiram-nas no link do texto:
Charles de Gaulle et le génocide des juifs
No link acima há todos os trechos sobre Holocausto nas Memórias de De Gaulle. Só isso já põe por terra essa abobrinha clássica do Faurisson repetida pelo Santomauro. Depois o povo pergunta porque não há muita paciência em discutir com "revis", eu acho que isso mostra o motivo. São tão desonestos e distorcem (mentem) tanto que não existe de fato uma discussão e sim apontamento do que eles distorcem de forma deliberada (de caso pensado).
Só um exemplo, volume 2 das Memórias de De Gaulle:
Agora nas Memórias de Churchill, do volume 6 (são seis volumes ao todo as Memórias de Churchill, há um volume condensado que foi traduzido pro português e espanhol mas nunca lançaram na íntegra todos os seis volumes do original em português):
Fico devendo a parte do Eisenhower que colocarei depois.
3. O que é que uma enfermaria para os prisioneiros (e um bordel) estavam a fazer em Auschwitz se aquilo era, realmente, um campo da morte?
No campo havia os mantenedores dele (os nazis), era pra eles e pruma parte dos "prisioneiros arianos" que serviam o bordel e enfermaria. Ou o Santomauro acha que ninguém precisava de medicação e enfermaria? E que nem todos os prisioneiros foram mortos de imediato? O Santomauro "acha" tanto que não acha nada.
O bordel do campo de concentração: o trabalho forçado sexual em campos
O ícone mais idiota da negação do Holocausto: a piscina de Auschwitz
4. Porque iriam os Alemães reunir Judeus nos confins do seu império, envolvendo uma tão grande quantidade de pessoal e material, lutando uma guerra mundial em duas frentes, e entregar essas pessoas em “campos da morte”, a centenas de milhas de distância e que, supostamente, algumas eram executadas logo à chegada – uma bala logo no início não teria apelado ao lendário sentido alemão de eficiência?
Pelo teor das perguntas do Santomauro, parece que ele nunca leu nada sobre nazismo. Vários massacres foram cometidos com uso de munição, principalmente no leste europeu com os Eisantzgruppen. O método foi deixado de lado porque provocava traumas nos executores. O uso de campos de extermínio evitava o contato direto dos carrascos com suas vítimas, que era o que ocasionava esses traumas, além de ser um método rápido e em larga escala.
5. Por que é que após sessenta anos, os historiadores ainda não conseguiram encontrar um único documento alemão que aponte para o Holocausto? Devemos acreditar em pessoas como Raul Hilberg que defendem que, em vez de ordens escritas, havia um “incrível encontro de mentes” que levou a que, literalmente, dezenas de milhares de pessoas coordenassem as suas acções para desenvolver um empreendimento desta magnitude?
Nenhum documento? Dê uma lida (na parte Documents) aqui, há vários. E há algumas traduções em português aqui no blog. Sua afirmação sobre "nenhum documento" é falsa.
6. Como é possível que se insista no número de seis milhões de Judeus mortos quando o número oficial de Judeus mortos em Auschwitz, o principal gulag do Holocausto, foi reduzido do número imediato após o fim da guerra – 3 milhões – para um número que se situa abaixo de um milhão? Por que é que muitas pessoas respondem a esta observação dizendo, “qual é a diferença se são seis milhões ou se é um milhão”. A resposta é que a diferença são cinco milhões. Outra diferença é que dizendo isso, podemos apanhar três anos numa cadeia Austríaca… basta perguntarem a David Irving!
Santomauro, seis milhões é um número referente a uma estimativa ou arredondamento e não número exato como você insinua, ninguém mata exatamente seis milhões de pessoas, mas a estimativa é dessa monta, por isso dizem que seis milhões foram exterminados. Não há nenhum equívoco usar o termo. Não significa que isso é um número exato como você está insinuando. Popularmente as pessoas citam essa quantificação como número exato, mas é errado embora seja usual, você mesmo cometeu o mesmo erro ao fazer a insinuação e não tem a honestidade intelectual de se auto-criticar.
Ninguém será preso por fazer pesquisa sobre o Holocausto, os grupos que são alvos desse tipo de legislação são considerados publicamente como negacionistas e ligados a grupos neonazistas e de extrema-direita. Você novamente "ignora" os motivos pelo qual o Irving foi preso, mas faz o mesmo que todo "revi" sempre faz ao discutir: omite coisas, distorce etc.
Na Turquia quem afirma que houve genocídio armênio pode ser preso, nunca vi nenhum "revi" criticar a Turquia por conta desse tipo de legislação, mas chiam muito com a legislação sobre negacionismo do Holocausto. Pode-se questionar se esse tipo de lei presta ou é válido, mas afirmar que o Irving foi "perseguido" só por ter opinião divergente é ato de má fé.
Só que gostaria de saber quais as fontes do que você afirma, pois você fez um questionário gigante sem apontar fonte alguma, repetindo muitas afirmações feitas por negacionistas. E obviamente ficarei esperando por isso em vão pois sua claque "revi" que traduziu esse texto pro português (gramática portuguesa) não irá atrás disso.
7. Todos os códigos de guerra da Alemanha foram identificados, inclusivamente aqueles usados para enviar os relatórios diários de Auschwitz para Berlim. As cópias destas mensagens não fazem qualquer menção a execuções em massa nem mesmo remotamente sugerem qualquer programa de genocídio em progresso. Além do mais, insiste-se que os alemães usaram um tipo de código eufemista para discutir o seu programa de extermínio dos judeus, como por exemplo solução final, tratamento especial, restabelecimento, etc. Por que é que seria necessário eles usarem um tal eufemismo codificado para conversarem entre si, a menos que eles pensassem que os seus códigos tinham sido descobertos pelos Aliados?
Santomauro, a perseguição e extermínio de judeus não era assunto oficial dentro da Alemanha, era algo que ocorria paralelo à guerra com outros países. Os códigos são justamente pra isso, evitar que o extermínio seja identificado como tal pois constituem crime de guerra. Leia isto:
Quick Facts: "Tratamento Especial" (Sonderbehandlung)
Os eufemismos nazistas
8. O nível hidrostático em Auschwitz está a umas meras 18 polegadas abaixo da superfície, o que faz insustentáveis as afirmações de enormes fossas a arder para a eliminação de dezenas de milhares de vítimas.
Fonte?
9. Inicialmente, foram feitas afirmações de que tinham acontecido execuções em massa em câmaras de gás homicidas em campos localizados dentro do Antigo Reich, como por exemplo, em Dachau e em Bergen-Belsen. As “provas” para esse efeito era eram semelhantes às que nos tinham oferecido para os outros campos, localizados na Polônia ocupada. Porém, sem qualquer explicação, nos anos sessenta cedo passou a ser dito que afinal não era o caso e que todos os “campos da morte” estavam localizados a Leste, ou seja, na Polônia, fora (alguns diriam de forma conveniente) dos olhos dos investigadores ocidentais.
Fonte? Mais outra afirmação sem fonte. Curioso que ele não cita nenhum texto "revi" indicando de onde tiraram essas "conclusões". Sai atacando a esmo, requentando besteira, e não aponta fonte alguma, nem de seus gurus "revis".
Em todo caso, segue abaixo o tal texto reproduzido em blog neonazista (Arquivo88, o 88 é alusivo a Heil Hitler), com grafia de Portugal, ainda no acordo ortográfico antigo (já que o novo já está em vigor):
AS QUESTÕES DE SANTOMAURO (http://arquivo88.blogspot.com.br/2014/05/as-questoes-de-santomauro.html)
Alguém poderia me ajudar a responder essas questões?
1. Por que é que Elie Wiesel e inúmeros outros Judeus sobreviveram ao Holocausto se era intenção do Terceiro Reich eliminar cada um dos Judeus que eles receberam nas suas mãos? Elie foi prisioneiro durante vários anos; outros Judeus sobreviveram ainda mais tempo. A maioria destes “sobreviventes” eram pessoas normais que não tinham qualquer perícia rara que os Alemães pudessem ter explorado para o seu esforço de guerra. Não havia nenhuma razão lógica para eles ser mantidos vivos. A existência de mais de um milhão de sobreviventes nos dias de hoje, aproximadamente sessenta anos depois, contradiz um dos componentes básicos do holocausto, isto é, que os Alemães tiveram uma política de eliminar cada Judeu que eles recebiam nas suas mãos.
Em que uma coisa impede a outra? O problema (distorção) desse tipo de afirmação é que dá como certo o desfecho da guerra (que todo mundo sabe hoje como acabou) ignorando que o nazismo não previa que iria perder a guerra, não estabeleceu prazos pra cumprir todo o extermínio que não conseguiu realizar (apenas parcialmente), além de ignorar as outras minorias que o nazismo também perseguiu e matou.
O Santomauro novamente "ignora" como se procedeu a matança, que não ocorreu de uma só forma como por exemplo na invasão da União Soviética, a matança se deu por balas e havia remanejo de mão de obra escrava judia e de prisioneiros para mais de um campo. O erro básico dessa afirmação reside no fato de que parte do pressuposto de que o nazismo ou os nazistas sabiam como iria ocorrer o fim da guerra desde o princípio, e isso é falso. Eles não sabiam (quando começaram a perseguir) que o conflito acabaria em 1945, da forma como ocorreu. A meta dos nazis primeiro foi varrer os judeus alemães da Alemanha, depois começou a perseguição em outros países e extermínio com ajuda das forças fascistas (colaboracionistas) dos países ocupados ou alinhados com o eixo. Eles não estabeleceram um prazo fixo pra exterminar todos os judeus da Europa, como também não conseguiriam atingir os judeus que residiam em outros países não-ocupados por nazistas ou sem regimes alinhados com o eixo (ex: Reino Unido).
Portanto a afirmação feita pelo revimané Santomauro parte de um erro e prossegue em cima desse mesmo erro sem fazer qualquer correção.
Os nazis não mataram todos os judeus prisioneiros de uma vez, e não conseguiram perseguir todos os judeus da Europa, por isso obviamente há sobreviventes e há sobreviventes que circularam em vários campos servindo como mão de obra escrava ou chegando aos campos próximo do fim das atividades deles e por sorte não foram mortos. Uma parte que foi capturada foi usada como mão de obra escrava pelo nazismo, um dos motivos pra não se exterminar de uma vez todos os judeus assim que eram pegos, uma parte que foi usada morreu de exaustão. É falso afirmar, como o Santomauro faz, que os prisioneiros de uma forma geral não tinham utilidade pro nazismo, milhares foram usados em trabalho escravo/forçado. Leia mais sobre isso aqui:
Trabalho escravo no nazismo
2. Porque não há nenhuma menção ao Holocausto nos seis volumes de História escritos por Churchill sobre a Segunda Guerra Mundial nem nas memórias de guerra de De Gaulle ou de Eisenhower nem em qualquer dos outros intervenientes menores que escreveram sobre aquele conflito? Lembrem-se que todos eles foram escritos anos depois da guerra ter acabado e também depois do Holocausto ter sido supostamente provado nos Julgamentos de Nuremberga. No que diz respeito ao Holocausto, o silêncio quanto a esta questão é ensurdecedora!
O termo Holocausto só passa a ser popularmente usado depois de uma minissérie norte-americana lançada em 1978 com o mesmo nome: Holocausto. Chega a ser bizarro que um dito "revisionista" não saiba de algo tão primário como esse.
Sobre a minissérie, podem ler sobre isso no post abaixo:
Minissérie 'Holocausto' (Gerald Green, 1978). Não existe filme com nome Holocausto
Ou seja, antes, durante a após décadas da segunda guerra até a minissérie ser lançada e se tornar popular, não se costuma usar (não era comum) o termo Holocausto para se referir à perseguição e extermínio de judeus na segunda guerra ou pra se referir ao genocídio nazista, as pessoas falavam de genocídio, Auschwitz ou extermínio mas o termo Holocausto não era comum/popular, por isso não é incomum que não haja qualquer menção à palavra Holocausto por essas pessoas ou mais gente dessa época.
A afirmação idiota, mais uma, do Santomauro é falsa. Há citações de perseguição a judeus feitas por Churchill em suas memórias, por exemplo. Se o "revi" Santomauro tivesse ido atrás da informação ao invés de crivar como verdade absoluta as abobrinhas de Faurisson (negacionista francês que elaborou essa afirmação), não teria feito tal "questionamento". O que não se sabia à época da segunda guerra e no pós-segunda guerra era a extensão real do extermínio, mas a afirmação de que não há citação sobre o fato é falsa como quase tudo que o Faurisson e os "revis" escrevem.
Encontra-se com relativa facilidade os volumes na web das Memórias de De Gaulle:
Mémoires de guerre
Curioso o Santomauro não ter olhado nenhum volume e principalmente o Faurisson que é francês (se viu fez de conta que não leu).
Nos três volumes há citações dispersas sobre judeus com as palavras "juif" e "juive" (a palavra "juive" é usada pra se referir a seguidor do judaísmo, é usada mais no sentido religioso, enquanto "juif" é usada de forma mais genérica pra "judeu" independente que seja algo religioso ou não).
Quem quiser ver todas as passagens, confiram-nas no link do texto:
Charles de Gaulle et le génocide des juifs
No link acima há todos os trechos sobre Holocausto nas Memórias de De Gaulle. Só isso já põe por terra essa abobrinha clássica do Faurisson repetida pelo Santomauro. Depois o povo pergunta porque não há muita paciência em discutir com "revis", eu acho que isso mostra o motivo. São tão desonestos e distorcem (mentem) tanto que não existe de fato uma discussão e sim apontamento do que eles distorcem de forma deliberada (de caso pensado).
Só um exemplo, volume 2 das Memórias de De Gaulle:
Au cours de l'été, s'aggravait la persécution des Juifs, menée par un « commissariat » spécial de concert avec l'envahisseur. En septembre, comme le Reich exigeait de la France une main-d'œuvre sans cesse plus nombreuse et que les ouvriers volontaires n'y suffisaient pas, on procédait à une levée obligatoire de travailleurs. Le montant total des frais d'occupation atteignait 200 milliards au début de ce mois, soit le double de ce qu'il était en septembre de l'année d'avant. Enfin, la répression allemande redoublait de violence. Pendant ces quatre mêmes semaines, un millier d'hommes étaient fusillés, dont 116 au mont Valérien ; plus de 6 000 allaient en prison ou aux camps de concentration.Tradução:
Durante o verão, agravou-se a perseguição aos judeus, conduzida por uma "polícia" especial em conjunto com o invasor. Em setembro, o Reich exigiu da França uma força de trabalho cada vez mais numerosa e que os trabalhadores voluntários não eram suficientes, então passaram a elevar a cota de trabalhadores forçados. Os custos totais de ocupação chegou a 200 bilhões no início deste mês, é o dobro do que era em setembro do ano anterior. Por fim, a repressão alemã redobrou a violência. Durante essas quatro semanas, mil homens foram baleados, incluindo 116 no Monte Valérien; mais de 6000 estavam em campos de prisioneiros ou de concentração.
Agora nas Memórias de Churchill, do volume 6 (são seis volumes ao todo as Memórias de Churchill, há um volume condensado que foi traduzido pro português e espanhol mas nunca lançaram na íntegra todos os seis volumes do original em português):
Prime Minister to Foreign SecretaryMinha tradução:
11 July 44
There is no doubt that this [persecution of Jews in Hungary and their expulsion from enemy territory] is probably the greatest and most horrible crime ever committed in the whole history of the world, and it has been done by scientific machinery by nominally civilised men in the name of a great State and one of the leading races of Europe. It is quite clear that all concerned in this crime who may fall into our hands, including the people who only obeyed orders by carrying out the butcheries, should be put to death after their association with the murders has been proved. I cannot therefore feel that this is the kind of ordinary case which is put through the Protecting Power, as, for instance, the lack of feeding or sanitary conditions in some particular prisoners’ camp. There should therefore, in my opinion, be no negotiations of any kind on this subject. Declarations should be made in public, so that everyone connected with it will be hunted down and put to death.
Do primeiro-ministro ao ministro de Relações ExterioresNão irei traduzir o resto abaixo, mas caso alguém tenha curiosidade, segue em destaque outras partes do volume 6:
11 de julho 44
Não há dúvida de que isto [a perseguição de judeus na Hungria e sua expulsão do território inimigo] é provavelmente o maior e mais horrível crime jamais cometido em toda a história do mundo, e foi feito por maquinário científico por homens nominalmente civilizados, em nome de um grande Estado e uma das principais raças da Europa. Está bastante claro que todos os envolvidos neste crime podem cair em nossas mãos, incluindo as pessoas que apenas obedeceram ordens de execução nos "açougues", e devem ser condenados à morte depois que sua associação com os assassinatos for provada. Não posso, portanto, achar que isto é um caso comum como é colocado pelo Protetorado, como, por exemplo, a falta de alimentação ou das condições sanitárias no acampamento de alguns prisioneiros em particular. Portanto, não deve haver, na minha opinião, negociações de qualquer tipo sobre este assunto. As declarações devem ser feitas em público, para que todos os envolvidos sejam perseguidos e condenados à morte.
Prime Minister to Secretary of State for WarDo Volume 1:
6 July 44
I am in general agreement with your proposals [for a Jewish fighting force], but I think the brigade should be formed and sent to Italy as soon as convenient, and worked up to a brigade group there as time goes on by the attachment of the other units.
2. I like the idea of the Jews trying to get at the murderers of their fellow-countrymen in Central Europe, and I think it would give a great deal of satisfaction in the United States.
________________
I believe it is the wish of the Jews themselves to fight the Germans anywhere. It is with the Germans they have their quarrel. There is no need to put the conditions in such a form as to imply that the War Office in its infinite wisdom might wish to send the Jews to fight the Japanese and that otherwise there would be no use in having the brigade group.
_______________
This seems to be a rather doubtful business [the case of the Hungarian Jews], These unhappy families, mainly women and children, have purchased their lives with probably nine-tenths of their wealth. I should not like England to seem to be wanting to hunt them down.
By all means tell the Russians anything that is necessary, but please do not let us prevent them from escaping.
You have these martial or pugnacious manifestations, and also this persecution of the Jews of which so many Members have spoken….Ou seja, não há menção à palavra Holocausto mas há menções à perseguição e crimes nazistas. Um ponto a se destacar é que os autores das memórias não colocam essa questão do Holocausto como central pois não eram obcecados por judeus como algumas pessoas são ("revis"). Pra eles isto se tratava de algo menor ou de uma "guerra dentro da guerra" fruto da paranoia nazista pois eles estavam mais preocupados com seus respectivos países do que salvar minorias do nazismo, o que não quer dizer que ignoravam a questão. Mais outro erro de interpretação (distorção) pesada que o Santomauro e o Faurisson fizeram deliberadamente.
Fico devendo a parte do Eisenhower que colocarei depois.
3. O que é que uma enfermaria para os prisioneiros (e um bordel) estavam a fazer em Auschwitz se aquilo era, realmente, um campo da morte?
No campo havia os mantenedores dele (os nazis), era pra eles e pruma parte dos "prisioneiros arianos" que serviam o bordel e enfermaria. Ou o Santomauro acha que ninguém precisava de medicação e enfermaria? E que nem todos os prisioneiros foram mortos de imediato? O Santomauro "acha" tanto que não acha nada.
O bordel do campo de concentração: o trabalho forçado sexual em campos
O ícone mais idiota da negação do Holocausto: a piscina de Auschwitz
4. Porque iriam os Alemães reunir Judeus nos confins do seu império, envolvendo uma tão grande quantidade de pessoal e material, lutando uma guerra mundial em duas frentes, e entregar essas pessoas em “campos da morte”, a centenas de milhas de distância e que, supostamente, algumas eram executadas logo à chegada – uma bala logo no início não teria apelado ao lendário sentido alemão de eficiência?
Pelo teor das perguntas do Santomauro, parece que ele nunca leu nada sobre nazismo. Vários massacres foram cometidos com uso de munição, principalmente no leste europeu com os Eisantzgruppen. O método foi deixado de lado porque provocava traumas nos executores. O uso de campos de extermínio evitava o contato direto dos carrascos com suas vítimas, que era o que ocasionava esses traumas, além de ser um método rápido e em larga escala.
5. Por que é que após sessenta anos, os historiadores ainda não conseguiram encontrar um único documento alemão que aponte para o Holocausto? Devemos acreditar em pessoas como Raul Hilberg que defendem que, em vez de ordens escritas, havia um “incrível encontro de mentes” que levou a que, literalmente, dezenas de milhares de pessoas coordenassem as suas acções para desenvolver um empreendimento desta magnitude?
Nenhum documento? Dê uma lida (na parte Documents) aqui, há vários. E há algumas traduções em português aqui no blog. Sua afirmação sobre "nenhum documento" é falsa.
6. Como é possível que se insista no número de seis milhões de Judeus mortos quando o número oficial de Judeus mortos em Auschwitz, o principal gulag do Holocausto, foi reduzido do número imediato após o fim da guerra – 3 milhões – para um número que se situa abaixo de um milhão? Por que é que muitas pessoas respondem a esta observação dizendo, “qual é a diferença se são seis milhões ou se é um milhão”. A resposta é que a diferença são cinco milhões. Outra diferença é que dizendo isso, podemos apanhar três anos numa cadeia Austríaca… basta perguntarem a David Irving!
Santomauro, seis milhões é um número referente a uma estimativa ou arredondamento e não número exato como você insinua, ninguém mata exatamente seis milhões de pessoas, mas a estimativa é dessa monta, por isso dizem que seis milhões foram exterminados. Não há nenhum equívoco usar o termo. Não significa que isso é um número exato como você está insinuando. Popularmente as pessoas citam essa quantificação como número exato, mas é errado embora seja usual, você mesmo cometeu o mesmo erro ao fazer a insinuação e não tem a honestidade intelectual de se auto-criticar.
Ninguém será preso por fazer pesquisa sobre o Holocausto, os grupos que são alvos desse tipo de legislação são considerados publicamente como negacionistas e ligados a grupos neonazistas e de extrema-direita. Você novamente "ignora" os motivos pelo qual o Irving foi preso, mas faz o mesmo que todo "revi" sempre faz ao discutir: omite coisas, distorce etc.
Na Turquia quem afirma que houve genocídio armênio pode ser preso, nunca vi nenhum "revi" criticar a Turquia por conta desse tipo de legislação, mas chiam muito com a legislação sobre negacionismo do Holocausto. Pode-se questionar se esse tipo de lei presta ou é válido, mas afirmar que o Irving foi "perseguido" só por ter opinião divergente é ato de má fé.
Só que gostaria de saber quais as fontes do que você afirma, pois você fez um questionário gigante sem apontar fonte alguma, repetindo muitas afirmações feitas por negacionistas. E obviamente ficarei esperando por isso em vão pois sua claque "revi" que traduziu esse texto pro português (gramática portuguesa) não irá atrás disso.
7. Todos os códigos de guerra da Alemanha foram identificados, inclusivamente aqueles usados para enviar os relatórios diários de Auschwitz para Berlim. As cópias destas mensagens não fazem qualquer menção a execuções em massa nem mesmo remotamente sugerem qualquer programa de genocídio em progresso. Além do mais, insiste-se que os alemães usaram um tipo de código eufemista para discutir o seu programa de extermínio dos judeus, como por exemplo solução final, tratamento especial, restabelecimento, etc. Por que é que seria necessário eles usarem um tal eufemismo codificado para conversarem entre si, a menos que eles pensassem que os seus códigos tinham sido descobertos pelos Aliados?
Santomauro, a perseguição e extermínio de judeus não era assunto oficial dentro da Alemanha, era algo que ocorria paralelo à guerra com outros países. Os códigos são justamente pra isso, evitar que o extermínio seja identificado como tal pois constituem crime de guerra. Leia isto:
Quick Facts: "Tratamento Especial" (Sonderbehandlung)
Os eufemismos nazistas
8. O nível hidrostático em Auschwitz está a umas meras 18 polegadas abaixo da superfície, o que faz insustentáveis as afirmações de enormes fossas a arder para a eliminação de dezenas de milhares de vítimas.
Fonte?
9. Inicialmente, foram feitas afirmações de que tinham acontecido execuções em massa em câmaras de gás homicidas em campos localizados dentro do Antigo Reich, como por exemplo, em Dachau e em Bergen-Belsen. As “provas” para esse efeito era eram semelhantes às que nos tinham oferecido para os outros campos, localizados na Polônia ocupada. Porém, sem qualquer explicação, nos anos sessenta cedo passou a ser dito que afinal não era o caso e que todos os “campos da morte” estavam localizados a Leste, ou seja, na Polônia, fora (alguns diriam de forma conveniente) dos olhos dos investigadores ocidentais.
Fonte? Mais outra afirmação sem fonte. Curioso que ele não cita nenhum texto "revi" indicando de onde tiraram essas "conclusões". Sai atacando a esmo, requentando besteira, e não aponta fonte alguma, nem de seus gurus "revis".
domingo, 29 de setembro de 2013
A extrema-direita brasileira. Mapeamento do fascismo no Brasil - Parte 01
A razão desse post é que não gosto das matérias que saem sobre o assunto (extrema-direita brasileira) no país. Quando não são genéricas e superficiais, a maioria delas distorcem totalmente o assunto direcionando o problema pruma região do país (geralmente a região Sul) deixando sempre de mencionar que o "epicentro" desses grupos se situa em outros estados, bem como mencionar as ligações históricas dos grupos fascistas ou sempre usar um tom de "espanto" pra retratar o problema (fazem isso intencionalmente ou não, uma vez que a maior parte da população só ouviu falar disso de forma generalizada ou caricatural, tendo uma ideia imprecisa do problema). Quem lê esse tipo de assunto de forma superficial pode achar que o Brasil não passou por duas ditaduras (de extrema-direita) e vários governos restritivos no século XX.
A crítica a essa questão do direcionamento pra uma região é abordada aqui nessa matéria do historiador gaúcho René Gertz (Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?”), muito boa a entrevista dele. Embora eu discorde de alguns apontamentos dele sobre a definição do que são grupos neonazis, eu concordo integralmente com a ideia geral do que ele escreveu. O termo mais correto pra esses grupos seria o termo "fascista" (aí caberia a definição do que historicamente é fascismo link1 link2 link3 e neo-fascismo link1 link2 link3 link4, o que fica prum futuro post embora o resumo dos links sempre "quebra um galho"), mas como a simbologia que uma parte dos bandos usa é a nazi (o que não deixa de ser ridículo pois o partido nazista é só pra alemães, no sentido literal mesmo, embora o racismo nazi seja compartilhado por vários grupos fascistas), por essa razão fica difícil desassociar o termo "nazi" desses grupos, apesar de que nazismo é um tipo de fascismo (não a toa que existe o termo nazifascismo).
Pra comentar sobre isso, vou colocar por escrito um resumo do que vi no Orkut sobre a presença desses grupos (só citarei o que vi naquele site, não na web em geral apesar deu usar o termo web muito comumente), e estados de origem, pra deixar claro a área de atuação dos mesmos. O relato pode não ser cem por cento preciso porque são citações de memória, mas acho que consigo detalhar razoavelmente (ou de forma considerável) as áreas desses bandos na rede e alguns discursos dos mesmos.
O primeiro grupo articulado que vi na rede disseminando a negação do Holocausto no Brasil, no Orkut, era composto por integralistas. Há uma comunidade grande de Segunda Guerra no site e no começo da rede esses caras emporcalhavam a comunidade com textos negacionistas pra fazer panfletagem ao ponto de serem banidos por tumultuarem e por não se ater ao tema da comunidade. Um dos motivos pra má fama do Orkut foi a presença e proliferação desses grupos. Esse grupo ou pessoas também circulavam na desativada lista Holocausto-Doc que pertencia ao Marcelo Oliveira que era voltada pra discussão do tema (rebater as baboseiras dos "revis", com direito a vários chiliques deles). Outro ponto interessante no discurso deles é que sempre negam que sejam fascistas ou que são de "extrema-direita" com a mesma retórica negacionista, meio que "ignorando" (ou distorcendo) o que significa o termo pra gerar confusão e desinformação (com o pessoal que não distingue essas coisas).
Há outra vertente que se espalhava por lá (Orkut) que aparentemente era parte de grupos que se denominam White Power (Orgulho Branco), vulgo "supremacistas brancos", ideologia estrangeira (difundida principalmente nos EUA e Europa) importada por esses bandos. Os grupos mais ativos, numerosos e violentos se concentram no Estado de São Paulo ao contrrário do que matérias como esta (Mapa da intolerância: região sul concentra maioria dos grupos neonazistas no Brasil) apontam, direcionando o problema pra região Sul e "deixando de lado" o 'centro' desses grupos, o que acaba gerando uma distorção do problema. Há outros "furos" em vários pontos da matéria, por essa razão fiz questão de publicar o texto do René Gertz antes no blog que cito no começo do tópico com uma crítica a isso (só descobri o texto dele esse ano), que reclama/contesta com razão esse tipo de direcionamento. O fato de alguém baixar conteúdo sobre segunda guerra ou mesmo o tema (Holocausto, "revisionismo" e afins) não transforma alguém em simpatizante do nazismo e do fascismo, é um "diagnóstico" tão tosco que não mereceria nem comentário. Além de outro fato bem grave nesse tipo de afirmação/levantamento: como alguém tem acesso a downloads de usuários por estados? Há um mandado pra se ter acesso a esse tipo de informação que só diz respeito a provedores? Como se chegou a esses números sendo que isso é restrito dos provedores de internet e só são liberados quando há alguma ação da justiça? Que eu lembre esse é o procedimento pois foi algo cobrado bastante do Google (pelo MP) em relação ao Orkut. Foi a primeira coisa (a da questão dos dados do Google/Orkut) que me veio à mente quando li a matéria.
Ainda sobre os White Power, ou mais precisamente White Power-SP, esses bandos (ou bando) são compostos geralmente por descendentes de imigrantes (em parte dos que chegaram no século XIX ou mesmo século XX), provavelmente em sua quarta geração ou mais, com um problema sério de identidade com o país (odeiam ser "brasileiros" embora não se desgrudem do país) com a "choradeira" racista de "sou descendente de europeu de tal canto", com um ódio repulsivo ao país embora vários proclamem que são "nacionalistas" (de que pátria, já que odeiam a que nasceram? rs. São os famosos "fascistas sem pátria", apelido que dei a eles), buscando se autoafirmar com essa ideia de "supremacia branca" ou tentando legitimar um tipo de racismo aqui no Brasil que é mais comum nos Estados Unidos, e nisso acabam vinculado um regionalismo (ou criando um regionalismo) mitológico "racial" de que estados A, B ou C são "brancos" e que isso os "diferencia" do resto do país. É um festival de ignorância tão generalizada que a pessoa não sabe nem por onde começar ao ler tanta cretinice desses grupos.
O pior de tudo é que esse tipo de "ideia" racista não faz "sucesso" apenas com esses grupelhos (se o problema se restringisse a eles seria uma "maravilha"), eles são apenas a parte mais escancarada do problema (a fratura exposta) desse tipo de pensamento. Por trás disso rola o que já abordei aqui nesse post: História do Brasil e "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto. O desconhecimento da História do país (não só a do séc. XIX pra cá mas principalmente do período colonial que é fundamental pra entender o país atual e sua formação, sem isso o que existe é um recorte mal contado e distorcido do Brasil) ajuda a fomentar esse tipo de recalque e de importação (e adaptação) desse tipo de mentalidade racista/preconceituosa atrofiada. A maioria dos brasileiros saem da escola sem saber o básico de História do Brasil e da formação histórica do país, o assunto História do Brasil é tratado como "coisa qualquer" ou cheio de recortes e informações enviesadas, e abrem espaço pra esse tipo de "ignorância coletiva" (mitologia) se proliferar e formar um "senso comum" calcado em preconceito e demais cretinices propagadas por esses grupos.
Há grupos ativos sim na região Sul do país, mas não são grandes ou organizados como os de São Paulo, pelo menos no que vi naquela rede social do Google. Há uma particularidade com o RS que é o fato de que há um combate efetivo das autoridades daquele Estado com o problema, coisa que se não se verifica em São Paulo onde os grupos aparentemente circulam livremente e só são desarticulados (muito remotamente) quando há uma agressão física por parte de alguns deles nas ruas.
Eu às vezes evitava fazer comentários sobre isso porque havia nas comunidades do Orkut (mesmo as contrárias a esses "revis") algumas pessoas "ultrassensíveis" (entre aspas, pois só são "sensíveis" de forma seletiva, nunca por princípio, fora alguns serem tão problemáticos quanto os neos) que ao menor sinal de crítica ou mesmo constatação de que um problema ocorre em determinado estado, mesmo se comprovando o que é dito (não se está fazendo afirmações vazias, vários fatos são de conhecimento público bastando "ligar os pontos" e mapear), começavam a dizer que isto era postura "anti-São Paulo", de quem possa ter de "ódio de tal estado" e toda aquela choradeira ridícula e intelectualmente desonesta que fazem pra não se discutir o assunto ou abafar/travar totalmente qualquer discussão. Eu costumo dizer que esse tipo de pessoa também é parte do problema do que "solução", embora aparentemente se "oponham" a esses grupos, mas não ao preconceito que os gera, porque esses grupos de extremistas são frutos do meio em que vivem e se criaram, repetem o que assimilaram em casa ou nas ruas. Por sinal, é um alívio sem tamanho não ter que dividir mais o mesmo espaço com esse tipo de pessoa "ultrassensível" (de forma seletiva) já que numa rede social não é tão fácil cortar este tipo de presença inconveniente e bastante desagradável.
A maior parte dos "revis" que vi circular no Orkut eram de São Paulo, uma parte do Rio (comento sobre essa vertente logo abaixo) e vários dispersos dos três estados do Sul do país e outros estados do país. Eu costumo não dar relevância a estes últimos pois não conseguem formar grupos espalhados país afora, e dependendo do Estado em que vivem é meio que "dar uma de kamikaze" abraçar esse tipo de asneira pois pode haver repressão severa, não só da polícia como da própria população que não tolera certos comportamentos como esse.
Os grupos do Rio em geral não se identificam com essas denominações de São Paulo, adotam mais uma linha de "nacionalismo" brasileiro mas também seguem a cartilha antissemita do integralista Gustavo Barroso, com as "teorias" de que "judeus dominam tudo" e aquele bla bla bla enfadonho e paranoide típico desses grupos de extrema-direita de cunho fascista. Isso quando não enveredam pelo assunto Oriente Médio, Israel etc.
Em geral os extremistas virtuais catarinenses costumam não ser tão agressivos como os demais "revis" e vi muito poucos. O fenômeno no Sul (região) também pode se explicar em parte por se tratar de um caldo cultural em virtude da confusão criada pelo nazismo com a identidade alemã e o período histórico da segunda guerra (que aprofundou essa confusão identitária), mas o fenômeno da extrema-direita fascista não fica restrito a descendentes de alemães, pelo contrário, pra meu espanto a maioria do que vi nesses bandos são descendentes de outros grupos de imigrantes que seguem a linha do fascismo/autoritarismo de direita e xenofobismo, usam esse tipo de ideologia pra "autoafirmação étnica" seja lá qual for, o que é (mais uma vez) engraçado pois no Brasil o grupo europeu predominante (em números e culturalmente) é o português (grupo ao qual eu e boa parte do país fazemos parte), e é "curioso" ver como esses caras querem "instituir" um Reich "ariano" nos trópicos, com chavões em "alemão" da época do nazismo, sem saber falar alemão, falando português ou ignorando "esse fato" da influência cultural majoritária de Portugal na formação do país, um pequeno "detalhe" que por exemplo faz com o que o idioma oficial do país seja o português e não o italiano ou outros idiomas (algo óbvio pra qualquer pessoa, mas não pra neofascistas "revis"). É um negócio tão sem noção (ridículo) que deixaria um neonazi alemão ou extremista de direita europeu desorientado.
E como citei acima, vários desses "revis" ou neos (que se apresentam dessa forma) têm sobrenomes não-alemães, eu tinha o costume de sempre ver o sobrenome e fazer um levantamento "de cabeça" de qual grupo pertence. Uma parte tem sobrenome italiano, em segundo lugar (ou primeiro) aparecem os sobrenomes portugueses, e segue a "mistureba" de grupos "étnicos" dentro do próprio bando "étnico ariano puro" (rsrsrs). Um dado curioso pra esse pessoal pensar sobre a cretinice que professam é que o italiano original está bem distante do que um nazi alemão idealizava como "ideal ariano" na Europa (com influência pesada do nordicismo), fora serem latinos, e a maior parte dessa concentração de pessoas com este perfil ideológico fascista atrelado a "colônias" se situa também em São Paulo (mas não só lá, apenas destaco por ser o principal e sempre quando se fala no assunto direcionam pra uma região meio que transformando o assunto em fumaça).
Por que a ênfase em determinado Estado? Primeiro, por motivos óbvios, é pelo fato da maior parte desses bandos ser de lá (então não dá pra "florear" e "colocá-los" em outro estado só pra não "chatear" A, B ou C), em segundo lugar é que chama a atenção principalmente a não-ação do poder público em São Paulo pra combater o problema, só agindo quando há ataques físicos mas nunca na prevenção ou educação (combate a esse tipo de "ideia" desmontando o discurso deles mostrando que é algo furado, falso) como da não remoção de sites e afins (desarticulação) e desmanche dos bandos. E como disse mais acima, entra a questão regional no problema de parte dessa extrema-direita fascista bizarra, problema esse que vem aflorando e se acirrando desde a redemocratização do país (1985) e que ficou mais evidente a partir de 1994. Eu considero aquele caso de 2010 logo após o término das eleições parte do mesmo problema (neofascismo e essa ideia de "supremacia branca"), e isso é tratado com "tabu" no país, ou por ignorância ou com a famosa postura do brasileiro (generalizando) de "não quero saber disso porque é chato" ou porque toca em alguma "ferida" (só pra empurrar o problema com a barriga por pura covardia).
Só pra deixar claro, não me sinto atingido por esse tipo de "ataque" (chilique ou agressão extremada, já que rixa regional sempre vai existir em algum nível, mas há uma conotação "racial" nesse caso mencionado) estúpido regional porque considero isso coisa de gente burra e outros adjetivos que não dão pra colocar aqui. O fato é que alguém pode sair "machucado" de fato por conta da irracionalidade de quem demonstra essa postura (não só o alvo do ataque como a própria pessoa que ataca tomando um revide mais violento, o que não é improvável de vir a ocorrer), então se faz necessário combater a coisa pra que não se prolifere e crie uma cultura de ódio que descambará fatalmente em um conflito maior, em suma, deve-se combater isso pra que não se chegue a um extremo de ruptura e conflito generalizado, no Brasil não levam isso a sério mas o que já rolou de sangue na Europa e no resto do mundo por conta dessas "ideias" deixaria esse post pintado de vermelho (cor de sangue). Mas o assunto tem que ser tratado sem o vitimismo ou recalque que a mídia adota quando cita o nome de determinada região de forma genérica evitando mencionar os estados pelo nome (por menosprezo, recalque ou estupidez). Por sinal a própria mídia brasileira é uma das principais responsáveis por cultivar esse tipo de atrito regional ou de reproduzir o problema sem nunca ir a raiz do mesmo.
Pois bem, dito isso, eu não postarei aqui jamais novamente matérias que falam no assunto omitindo o epicentro desses bandos, omitindo o nome do principal bando que dissemina negacionismo do Holocausto e afins (o do integralismo como citei no começo) e direcionando o problema pra outros estados pela associação de presença de descendentes de alemães com a questão do nazismo, sendo que a maior parte dos perfis que vi no Orkut que se autodenominavam neonazis/fascistas ou "revis", como citei acima, era de gente com sobrenome italiano, português e sobrenome de outras nacionalidades e obviamente que há descendentes de alemães que se identificam com a extrema-direita e se encaixam no mesmo grupo-problema. Esse relato põe abaixo a associação de que neonazismo no Brasil está diretamente relacionado a descendentes de alemães no país, ideia esta que acaba distorcendo totalmente a compreensão do problema do extremismo de direita (de cunho fascista) e da negação do Holocausto no Brasil. Há várias contradições entre esses bandos, principalmente dos que se dizem nacionalistas brasileiros e dos "importadores" de "supremacismo branco" embora andem juntinhos pra difundir a intolerância e o ódio à democracia (a maioria absoluta deles é simpatizante de regimes ditatoriais de direita). Neonazismo é como se chama em geral o próprio neofascismo, por ser um nome mais popular e de maior impacto, embora etimologicamente não seja correto.
Outra observação sobre algo que me irrita é sobre o senso comum e clichês como este a seguir: "Mas é absurdo haver isto no Brasil, um país miscigenado, como pode!". Não é absurdo ocorrer isso no Brasil, até gostaria que fosse, mas seria estranho não haver este problema num país com passado de mais de 3 séculos de escravidão por racismo e políticas de eugenia (branqueamento da população brasileira no século XIX). E há que fazer outro destaque no problema pois em geral há uma mistura terrível de termos: nem todo racista é neonazista/neofascista. O racismo nem sempre está atrelado a grupos políticos, só que o atrelamento do racismo a grupos políticos potencializa consideravelmente o problema.
O Brasil é um país com passado escravagista, eugenista (A eugenia no Brasil), onde o governo monárquico de D. Pedro II por racismo quis "branquear" a população brasileira por considerá-la como algo "inferior" (por ser "não-branca" pros "padrões europeus"), esse foi um dos motivos pelo qual trouxeram imigrantes europeus em massa no século XIX pro país, não só pra substituir a mão-de-obra escrava negra que seria liberta naquele século, como para "branquear" a população do país (país que se consolidou de fato no século XIX pois poderia ter sido desmembrado com os movimentos de independência daquele século-chave da história do país) pois achavam que um país só poderia ser desenvolvido se fosse "branco". Muita gente com um ideário racista comunga dessa ideia até hoje (se alguém pensar que isso se resume a grupos "neonazis"), só que sempre esquecem dos países pobres e em crise com população branca (Grécia, Espanha, Portugal, a própria Itália), daí começam a criar "sub-racismos" pra "explicar" a crise nesses países também ("ah, mas é porque o Sul da Europa não é loirinho, é católico etc").
A escravidão no Brasil foi até pior que a escravidão no Reich nazista, só não chegou as raias do extermínio (o Reich nazista não se resumiu ao trabalho escravo). A exclusão de cidadãos negros e mestiços (negro com branco, ou várias misturas) foi total e brutal e tem marcas até hoje, a maioria dos escravos libertos foram viver em favelas com esta exclusão 'racial' imposta pelo Estado, não a toa que as favelas costumam ter "cor" e muitos brasileiros que acham ou tentam passar a imagem de que não são preconceituosos tentam negar esta realidade quando tentam combater a ação de reduzir ou eliminar esta exclusão ("racial") no Brasil, que não deixa de ser um acerto de contas com o passado escravagista do país, algo que a Alemanha fez com sucesso com o passado nazista por lá.
O meu relato acima, bem resumido (embora grande, até porque é impossível resumir muita informação em três linhas) e genérico (pois serve pra informar e criar um distanciamento de ideias erradas que são passadas na mídia quando abordam a questão, criando mais desinformação do que informação), foi feito em cima do que presenciei em várias comunidades pela web (refiro-me ao Orkut). Não quero dizer que é o raio-x mais exato da questão, e tampouco tem a pretensão de ser o mais aprofundado, mas... sem qualquer exagero, se alguém quiser estudar o fenômeno, pode se guiar pelo que foi descrito acima pois poderá constatar facilmente o que foi citado. O assunto não é combatido como deveria e tratado como caricatura (esse extremismo vai muito além de meros bandos de carecas com suástica, como eu disse, há até atritos regionais no meio com conotações racistas). Combater o problema ignorando esses detalhes é o mesmo que ficar combatendo às cegas aquilo que não se compreende, ou seja: não resolver coisa alguma e camuflar o preconceito existente e suas origens e construções.
Em virtude do que foi dito, acho lamentável ver matérias narrando o problema do "neonazismo" no Brasil, que eu chamaria de extrema-direita (pois não se resume a um bando com "suástica"), direcionando e resumindo a questão ao Rio Grande do Sul e demais estados do Sul do país, e até sobre "cangaceiros nazis" da "terra de Lampião". Quando li isso achei que era gozação, mas escreveram a sério. Eu já comentei o assunto neste post sem citar a matéria (o que faço agora), pois foi a primeira coisa que me veio à mente quando li a matéria do link, é surreal ler um troço desses, mesmo porque dá pra interpretar de várias formas, uma delas como bairrismo porque a "terra de Lampião" é o Estado de Pernambuco (eufemismo é uma forma de não citar diretamente o nome mas dando referências de que se trata), mais precisamente a cidade de Serra Talhada, que fica na parte oeste do interior do Estado (Mesorregião do Sertão), e há uma certa rixa histórica entre Bahia-Pernambuco que não vou me ater a detalhar aqui, como também não quero crer que a razão da citação se deu por conta desse tipo de babaquice, embora não me surpreenderia se fosse pois já li comentários mais hostis a pernambucanos e Pernambuco vindo de estados vizinhos. Fico imaginando a cena do "cangaceiro nazi", só rindo disso. Esse tipo de "detalhe" passa batido da maioria que lê o texto, mas foi uma das coisas que reparei de cara, e lembrei do Sr. René Gertz comentando e reclamando do mesmo problema (primeiro link do post) em relação ao estado dele (e a região Sul em geral) e a questão dos descendentes de alemães no Brasil.
Essas matérias, intencionalmente (ou não), acabam deixando de lado a questão de São Paulo no problema e a proliferação desses bandos no mesmo Estado. É bom se dar "nome aos bois" (como se diz nas ruas, "chamar a criança pelo nome"), pois assim param com essa 'idiotia' de propagar que isso (neonazismo) é um "problema nacional" quando na verdade o problema está mais pra algo regional ou mesmo setorizado em uma região, mais restrito a alguns estados ou Unidade da Federação.
Eu posso tentar depois, caso haja discussões sobre o texto, detalhar mais o texto, porque quando há discussão a gente acaba lembrando de mais detalhes e amarrando melhor as memórias dispersas. E como o texto foi sendo escrito enquanto se resgatava coisas da memória, pode passar a impressão de repetição mas reli e está bem dividido embora não seja de fato um assunto agradável. Irei revisar o texto se, ao reler, quiser reparar certas partes.
Aproveitando o post, sugiro a quem tiver interesse a leitura desta tese (em PDF) sobre o (neo)integralismo no Brasil:
Integralismo e ideologia autocrática chauvinista regressiva: crítica aos herdeiros do sigma (de Jefferson R. Barbosa).
O PDF tem 717 páginas, a tese e detalha com precisão o fenômeno do "neointegralismo", ou seja, fala sobre a organização e o "ressurgimento" da turma do Sigma (integralistas ou "galinhas verdes"). A minha ênfase nesse grupo se dá porque, além de ser o grupo mais organizado desses da extrema-direita de cunho fascista, e com histórico forte no período pré-segunda guerra no país e após (através de seus ex-membros históricos), uma das figuras centrais na difusão da negação do Holocausto na web, vide a lista que citei no começo do post, era um integralista. A tese do PDF sobre neointegralismo detalha e mapeia bem o fenômeno (ou parte dele, da extrema-direita fascista) no país, e incrivelmente acho que não saiu como livro. Quem quiser entender a proliferação da negação do Holocausto precisa entender o que pensam esses grupos.
Espero que ao "mapear" o problema, que isso não transforme o post em local pra denuncismo (eu já disse antes o que penso disso, a função do blog é informar, trazer conhecimento e não fazer "justiçamento"), há órgãos apropriados pra se fazer isso (denúncias). Eu sei quais grupos disseminam essa lixarada na web e não se combate isso com atrito em virtude das restrições de discussão que há no país (principalmente depois da judicialização que criaram com o Orkut, fruto desse comportamento de "justiceiros"). Os "revis" no Brasil se perpetuam através do "atrito" e de bate-bocas idiotas, e boa parte deles ("revis") evita discussão a sério (chegam logo com intimidações ou panfletagem de quinta). O blog não é fórum de "debates", pra esse fim existe o RODOH (que todos eles fogem).
Voltando ao assunto anterior do neointegralismo, há outros textos muitos bons sobre esta questão que quando conseguir localizar (muitos textos ficam perdidos pelo blog) e organizar um a um, gostaria de colocar aqui (sobre a questão nacional e regional), mas fica pruma outra ocasião. Em todo caso, achei alguns, seguem os links abaixo:
Neointegralismo e as direitas brasileiras: entre aproximações e distanciamentos (Odilon Caldeira Neto)
Galinhas Verdes ou Galos de Briga? Neointegralistas, memória militante e o uso da charge como estratégia política (Odilon Caldeira Neto)
A ideologia do Sigma hoje. Neointegralismo, intolerância e memória (Natália Reis)
Eles querem ‘endireitar’ o Brasil (Pablo Nogueira, PDF)
Proletários e nacionalistas: Skinheads e integralistas no Brasil contemporâneo (Jefferson R Barbosa)
Pensamento da direita e chauvinismo na América Latina (Márcia Regina Carneiro)
O Neointegralismo e a questão da organização partidária (Odilon Caldeira Neto)
Observação1: caso o autor do PDF (do texto sobre o neo-integralismo) leia o post e não queira o link aqui, posso remover.
Observação2: colocarei os links depois que publicar o post, a medida que for relendo o texto.
A crítica a essa questão do direcionamento pra uma região é abordada aqui nessa matéria do historiador gaúcho René Gertz (Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?”), muito boa a entrevista dele. Embora eu discorde de alguns apontamentos dele sobre a definição do que são grupos neonazis, eu concordo integralmente com a ideia geral do que ele escreveu. O termo mais correto pra esses grupos seria o termo "fascista" (aí caberia a definição do que historicamente é fascismo link1 link2 link3 e neo-fascismo link1 link2 link3 link4, o que fica prum futuro post embora o resumo dos links sempre "quebra um galho"), mas como a simbologia que uma parte dos bandos usa é a nazi (o que não deixa de ser ridículo pois o partido nazista é só pra alemães, no sentido literal mesmo, embora o racismo nazi seja compartilhado por vários grupos fascistas), por essa razão fica difícil desassociar o termo "nazi" desses grupos, apesar de que nazismo é um tipo de fascismo (não a toa que existe o termo nazifascismo).
Pra comentar sobre isso, vou colocar por escrito um resumo do que vi no Orkut sobre a presença desses grupos (só citarei o que vi naquele site, não na web em geral apesar deu usar o termo web muito comumente), e estados de origem, pra deixar claro a área de atuação dos mesmos. O relato pode não ser cem por cento preciso porque são citações de memória, mas acho que consigo detalhar razoavelmente (ou de forma considerável) as áreas desses bandos na rede e alguns discursos dos mesmos.
O primeiro grupo articulado que vi na rede disseminando a negação do Holocausto no Brasil, no Orkut, era composto por integralistas. Há uma comunidade grande de Segunda Guerra no site e no começo da rede esses caras emporcalhavam a comunidade com textos negacionistas pra fazer panfletagem ao ponto de serem banidos por tumultuarem e por não se ater ao tema da comunidade. Um dos motivos pra má fama do Orkut foi a presença e proliferação desses grupos. Esse grupo ou pessoas também circulavam na desativada lista Holocausto-Doc que pertencia ao Marcelo Oliveira que era voltada pra discussão do tema (rebater as baboseiras dos "revis", com direito a vários chiliques deles). Outro ponto interessante no discurso deles é que sempre negam que sejam fascistas ou que são de "extrema-direita" com a mesma retórica negacionista, meio que "ignorando" (ou distorcendo) o que significa o termo pra gerar confusão e desinformação (com o pessoal que não distingue essas coisas).
Há outra vertente que se espalhava por lá (Orkut) que aparentemente era parte de grupos que se denominam White Power (Orgulho Branco), vulgo "supremacistas brancos", ideologia estrangeira (difundida principalmente nos EUA e Europa) importada por esses bandos. Os grupos mais ativos, numerosos e violentos se concentram no Estado de São Paulo ao contrrário do que matérias como esta (Mapa da intolerância: região sul concentra maioria dos grupos neonazistas no Brasil) apontam, direcionando o problema pra região Sul e "deixando de lado" o 'centro' desses grupos, o que acaba gerando uma distorção do problema. Há outros "furos" em vários pontos da matéria, por essa razão fiz questão de publicar o texto do René Gertz antes no blog que cito no começo do tópico com uma crítica a isso (só descobri o texto dele esse ano), que reclama/contesta com razão esse tipo de direcionamento. O fato de alguém baixar conteúdo sobre segunda guerra ou mesmo o tema (Holocausto, "revisionismo" e afins) não transforma alguém em simpatizante do nazismo e do fascismo, é um "diagnóstico" tão tosco que não mereceria nem comentário. Além de outro fato bem grave nesse tipo de afirmação/levantamento: como alguém tem acesso a downloads de usuários por estados? Há um mandado pra se ter acesso a esse tipo de informação que só diz respeito a provedores? Como se chegou a esses números sendo que isso é restrito dos provedores de internet e só são liberados quando há alguma ação da justiça? Que eu lembre esse é o procedimento pois foi algo cobrado bastante do Google (pelo MP) em relação ao Orkut. Foi a primeira coisa (a da questão dos dados do Google/Orkut) que me veio à mente quando li a matéria.
Ainda sobre os White Power, ou mais precisamente White Power-SP, esses bandos (ou bando) são compostos geralmente por descendentes de imigrantes (em parte dos que chegaram no século XIX ou mesmo século XX), provavelmente em sua quarta geração ou mais, com um problema sério de identidade com o país (odeiam ser "brasileiros" embora não se desgrudem do país) com a "choradeira" racista de "sou descendente de europeu de tal canto", com um ódio repulsivo ao país embora vários proclamem que são "nacionalistas" (de que pátria, já que odeiam a que nasceram? rs. São os famosos "fascistas sem pátria", apelido que dei a eles), buscando se autoafirmar com essa ideia de "supremacia branca" ou tentando legitimar um tipo de racismo aqui no Brasil que é mais comum nos Estados Unidos, e nisso acabam vinculado um regionalismo (ou criando um regionalismo) mitológico "racial" de que estados A, B ou C são "brancos" e que isso os "diferencia" do resto do país. É um festival de ignorância tão generalizada que a pessoa não sabe nem por onde começar ao ler tanta cretinice desses grupos.
O pior de tudo é que esse tipo de "ideia" racista não faz "sucesso" apenas com esses grupelhos (se o problema se restringisse a eles seria uma "maravilha"), eles são apenas a parte mais escancarada do problema (a fratura exposta) desse tipo de pensamento. Por trás disso rola o que já abordei aqui nesse post: História do Brasil e "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto. O desconhecimento da História do país (não só a do séc. XIX pra cá mas principalmente do período colonial que é fundamental pra entender o país atual e sua formação, sem isso o que existe é um recorte mal contado e distorcido do Brasil) ajuda a fomentar esse tipo de recalque e de importação (e adaptação) desse tipo de mentalidade racista/preconceituosa atrofiada. A maioria dos brasileiros saem da escola sem saber o básico de História do Brasil e da formação histórica do país, o assunto História do Brasil é tratado como "coisa qualquer" ou cheio de recortes e informações enviesadas, e abrem espaço pra esse tipo de "ignorância coletiva" (mitologia) se proliferar e formar um "senso comum" calcado em preconceito e demais cretinices propagadas por esses grupos.
Há grupos ativos sim na região Sul do país, mas não são grandes ou organizados como os de São Paulo, pelo menos no que vi naquela rede social do Google. Há uma particularidade com o RS que é o fato de que há um combate efetivo das autoridades daquele Estado com o problema, coisa que se não se verifica em São Paulo onde os grupos aparentemente circulam livremente e só são desarticulados (muito remotamente) quando há uma agressão física por parte de alguns deles nas ruas.
Eu às vezes evitava fazer comentários sobre isso porque havia nas comunidades do Orkut (mesmo as contrárias a esses "revis") algumas pessoas "ultrassensíveis" (entre aspas, pois só são "sensíveis" de forma seletiva, nunca por princípio, fora alguns serem tão problemáticos quanto os neos) que ao menor sinal de crítica ou mesmo constatação de que um problema ocorre em determinado estado, mesmo se comprovando o que é dito (não se está fazendo afirmações vazias, vários fatos são de conhecimento público bastando "ligar os pontos" e mapear), começavam a dizer que isto era postura "anti-São Paulo", de quem possa ter de "ódio de tal estado" e toda aquela choradeira ridícula e intelectualmente desonesta que fazem pra não se discutir o assunto ou abafar/travar totalmente qualquer discussão. Eu costumo dizer que esse tipo de pessoa também é parte do problema do que "solução", embora aparentemente se "oponham" a esses grupos, mas não ao preconceito que os gera, porque esses grupos de extremistas são frutos do meio em que vivem e se criaram, repetem o que assimilaram em casa ou nas ruas. Por sinal, é um alívio sem tamanho não ter que dividir mais o mesmo espaço com esse tipo de pessoa "ultrassensível" (de forma seletiva) já que numa rede social não é tão fácil cortar este tipo de presença inconveniente e bastante desagradável.
A maior parte dos "revis" que vi circular no Orkut eram de São Paulo, uma parte do Rio (comento sobre essa vertente logo abaixo) e vários dispersos dos três estados do Sul do país e outros estados do país. Eu costumo não dar relevância a estes últimos pois não conseguem formar grupos espalhados país afora, e dependendo do Estado em que vivem é meio que "dar uma de kamikaze" abraçar esse tipo de asneira pois pode haver repressão severa, não só da polícia como da própria população que não tolera certos comportamentos como esse.
Os grupos do Rio em geral não se identificam com essas denominações de São Paulo, adotam mais uma linha de "nacionalismo" brasileiro mas também seguem a cartilha antissemita do integralista Gustavo Barroso, com as "teorias" de que "judeus dominam tudo" e aquele bla bla bla enfadonho e paranoide típico desses grupos de extrema-direita de cunho fascista. Isso quando não enveredam pelo assunto Oriente Médio, Israel etc.
Em geral os extremistas virtuais catarinenses costumam não ser tão agressivos como os demais "revis" e vi muito poucos. O fenômeno no Sul (região) também pode se explicar em parte por se tratar de um caldo cultural em virtude da confusão criada pelo nazismo com a identidade alemã e o período histórico da segunda guerra (que aprofundou essa confusão identitária), mas o fenômeno da extrema-direita fascista não fica restrito a descendentes de alemães, pelo contrário, pra meu espanto a maioria do que vi nesses bandos são descendentes de outros grupos de imigrantes que seguem a linha do fascismo/autoritarismo de direita e xenofobismo, usam esse tipo de ideologia pra "autoafirmação étnica" seja lá qual for, o que é (mais uma vez) engraçado pois no Brasil o grupo europeu predominante (em números e culturalmente) é o português (grupo ao qual eu e boa parte do país fazemos parte), e é "curioso" ver como esses caras querem "instituir" um Reich "ariano" nos trópicos, com chavões em "alemão" da época do nazismo, sem saber falar alemão, falando português ou ignorando "esse fato" da influência cultural majoritária de Portugal na formação do país, um pequeno "detalhe" que por exemplo faz com o que o idioma oficial do país seja o português e não o italiano ou outros idiomas (algo óbvio pra qualquer pessoa, mas não pra neofascistas "revis"). É um negócio tão sem noção (ridículo) que deixaria um neonazi alemão ou extremista de direita europeu desorientado.
E como citei acima, vários desses "revis" ou neos (que se apresentam dessa forma) têm sobrenomes não-alemães, eu tinha o costume de sempre ver o sobrenome e fazer um levantamento "de cabeça" de qual grupo pertence. Uma parte tem sobrenome italiano, em segundo lugar (ou primeiro) aparecem os sobrenomes portugueses, e segue a "mistureba" de grupos "étnicos" dentro do próprio bando "étnico ariano puro" (rsrsrs). Um dado curioso pra esse pessoal pensar sobre a cretinice que professam é que o italiano original está bem distante do que um nazi alemão idealizava como "ideal ariano" na Europa (com influência pesada do nordicismo), fora serem latinos, e a maior parte dessa concentração de pessoas com este perfil ideológico fascista atrelado a "colônias" se situa também em São Paulo (mas não só lá, apenas destaco por ser o principal e sempre quando se fala no assunto direcionam pra uma região meio que transformando o assunto em fumaça).
Por que a ênfase em determinado Estado? Primeiro, por motivos óbvios, é pelo fato da maior parte desses bandos ser de lá (então não dá pra "florear" e "colocá-los" em outro estado só pra não "chatear" A, B ou C), em segundo lugar é que chama a atenção principalmente a não-ação do poder público em São Paulo pra combater o problema, só agindo quando há ataques físicos mas nunca na prevenção ou educação (combate a esse tipo de "ideia" desmontando o discurso deles mostrando que é algo furado, falso) como da não remoção de sites e afins (desarticulação) e desmanche dos bandos. E como disse mais acima, entra a questão regional no problema de parte dessa extrema-direita fascista bizarra, problema esse que vem aflorando e se acirrando desde a redemocratização do país (1985) e que ficou mais evidente a partir de 1994. Eu considero aquele caso de 2010 logo após o término das eleições parte do mesmo problema (neofascismo e essa ideia de "supremacia branca"), e isso é tratado com "tabu" no país, ou por ignorância ou com a famosa postura do brasileiro (generalizando) de "não quero saber disso porque é chato" ou porque toca em alguma "ferida" (só pra empurrar o problema com a barriga por pura covardia).
Só pra deixar claro, não me sinto atingido por esse tipo de "ataque" (chilique ou agressão extremada, já que rixa regional sempre vai existir em algum nível, mas há uma conotação "racial" nesse caso mencionado) estúpido regional porque considero isso coisa de gente burra e outros adjetivos que não dão pra colocar aqui. O fato é que alguém pode sair "machucado" de fato por conta da irracionalidade de quem demonstra essa postura (não só o alvo do ataque como a própria pessoa que ataca tomando um revide mais violento, o que não é improvável de vir a ocorrer), então se faz necessário combater a coisa pra que não se prolifere e crie uma cultura de ódio que descambará fatalmente em um conflito maior, em suma, deve-se combater isso pra que não se chegue a um extremo de ruptura e conflito generalizado, no Brasil não levam isso a sério mas o que já rolou de sangue na Europa e no resto do mundo por conta dessas "ideias" deixaria esse post pintado de vermelho (cor de sangue). Mas o assunto tem que ser tratado sem o vitimismo ou recalque que a mídia adota quando cita o nome de determinada região de forma genérica evitando mencionar os estados pelo nome (por menosprezo, recalque ou estupidez). Por sinal a própria mídia brasileira é uma das principais responsáveis por cultivar esse tipo de atrito regional ou de reproduzir o problema sem nunca ir a raiz do mesmo.
Pois bem, dito isso, eu não postarei aqui jamais novamente matérias que falam no assunto omitindo o epicentro desses bandos, omitindo o nome do principal bando que dissemina negacionismo do Holocausto e afins (o do integralismo como citei no começo) e direcionando o problema pra outros estados pela associação de presença de descendentes de alemães com a questão do nazismo, sendo que a maior parte dos perfis que vi no Orkut que se autodenominavam neonazis/fascistas ou "revis", como citei acima, era de gente com sobrenome italiano, português e sobrenome de outras nacionalidades e obviamente que há descendentes de alemães que se identificam com a extrema-direita e se encaixam no mesmo grupo-problema. Esse relato põe abaixo a associação de que neonazismo no Brasil está diretamente relacionado a descendentes de alemães no país, ideia esta que acaba distorcendo totalmente a compreensão do problema do extremismo de direita (de cunho fascista) e da negação do Holocausto no Brasil. Há várias contradições entre esses bandos, principalmente dos que se dizem nacionalistas brasileiros e dos "importadores" de "supremacismo branco" embora andem juntinhos pra difundir a intolerância e o ódio à democracia (a maioria absoluta deles é simpatizante de regimes ditatoriais de direita). Neonazismo é como se chama em geral o próprio neofascismo, por ser um nome mais popular e de maior impacto, embora etimologicamente não seja correto.
Outra observação sobre algo que me irrita é sobre o senso comum e clichês como este a seguir: "Mas é absurdo haver isto no Brasil, um país miscigenado, como pode!". Não é absurdo ocorrer isso no Brasil, até gostaria que fosse, mas seria estranho não haver este problema num país com passado de mais de 3 séculos de escravidão por racismo e políticas de eugenia (branqueamento da população brasileira no século XIX). E há que fazer outro destaque no problema pois em geral há uma mistura terrível de termos: nem todo racista é neonazista/neofascista. O racismo nem sempre está atrelado a grupos políticos, só que o atrelamento do racismo a grupos políticos potencializa consideravelmente o problema.
O Brasil é um país com passado escravagista, eugenista (A eugenia no Brasil), onde o governo monárquico de D. Pedro II por racismo quis "branquear" a população brasileira por considerá-la como algo "inferior" (por ser "não-branca" pros "padrões europeus"), esse foi um dos motivos pelo qual trouxeram imigrantes europeus em massa no século XIX pro país, não só pra substituir a mão-de-obra escrava negra que seria liberta naquele século, como para "branquear" a população do país (país que se consolidou de fato no século XIX pois poderia ter sido desmembrado com os movimentos de independência daquele século-chave da história do país) pois achavam que um país só poderia ser desenvolvido se fosse "branco". Muita gente com um ideário racista comunga dessa ideia até hoje (se alguém pensar que isso se resume a grupos "neonazis"), só que sempre esquecem dos países pobres e em crise com população branca (Grécia, Espanha, Portugal, a própria Itália), daí começam a criar "sub-racismos" pra "explicar" a crise nesses países também ("ah, mas é porque o Sul da Europa não é loirinho, é católico etc").
A escravidão no Brasil foi até pior que a escravidão no Reich nazista, só não chegou as raias do extermínio (o Reich nazista não se resumiu ao trabalho escravo). A exclusão de cidadãos negros e mestiços (negro com branco, ou várias misturas) foi total e brutal e tem marcas até hoje, a maioria dos escravos libertos foram viver em favelas com esta exclusão 'racial' imposta pelo Estado, não a toa que as favelas costumam ter "cor" e muitos brasileiros que acham ou tentam passar a imagem de que não são preconceituosos tentam negar esta realidade quando tentam combater a ação de reduzir ou eliminar esta exclusão ("racial") no Brasil, que não deixa de ser um acerto de contas com o passado escravagista do país, algo que a Alemanha fez com sucesso com o passado nazista por lá.
O meu relato acima, bem resumido (embora grande, até porque é impossível resumir muita informação em três linhas) e genérico (pois serve pra informar e criar um distanciamento de ideias erradas que são passadas na mídia quando abordam a questão, criando mais desinformação do que informação), foi feito em cima do que presenciei em várias comunidades pela web (refiro-me ao Orkut). Não quero dizer que é o raio-x mais exato da questão, e tampouco tem a pretensão de ser o mais aprofundado, mas... sem qualquer exagero, se alguém quiser estudar o fenômeno, pode se guiar pelo que foi descrito acima pois poderá constatar facilmente o que foi citado. O assunto não é combatido como deveria e tratado como caricatura (esse extremismo vai muito além de meros bandos de carecas com suástica, como eu disse, há até atritos regionais no meio com conotações racistas). Combater o problema ignorando esses detalhes é o mesmo que ficar combatendo às cegas aquilo que não se compreende, ou seja: não resolver coisa alguma e camuflar o preconceito existente e suas origens e construções.
Em virtude do que foi dito, acho lamentável ver matérias narrando o problema do "neonazismo" no Brasil, que eu chamaria de extrema-direita (pois não se resume a um bando com "suástica"), direcionando e resumindo a questão ao Rio Grande do Sul e demais estados do Sul do país, e até sobre "cangaceiros nazis" da "terra de Lampião". Quando li isso achei que era gozação, mas escreveram a sério. Eu já comentei o assunto neste post sem citar a matéria (o que faço agora), pois foi a primeira coisa que me veio à mente quando li a matéria do link, é surreal ler um troço desses, mesmo porque dá pra interpretar de várias formas, uma delas como bairrismo porque a "terra de Lampião" é o Estado de Pernambuco (eufemismo é uma forma de não citar diretamente o nome mas dando referências de que se trata), mais precisamente a cidade de Serra Talhada, que fica na parte oeste do interior do Estado (Mesorregião do Sertão), e há uma certa rixa histórica entre Bahia-Pernambuco que não vou me ater a detalhar aqui, como também não quero crer que a razão da citação se deu por conta desse tipo de babaquice, embora não me surpreenderia se fosse pois já li comentários mais hostis a pernambucanos e Pernambuco vindo de estados vizinhos. Fico imaginando a cena do "cangaceiro nazi", só rindo disso. Esse tipo de "detalhe" passa batido da maioria que lê o texto, mas foi uma das coisas que reparei de cara, e lembrei do Sr. René Gertz comentando e reclamando do mesmo problema (primeiro link do post) em relação ao estado dele (e a região Sul em geral) e a questão dos descendentes de alemães no Brasil.
Essas matérias, intencionalmente (ou não), acabam deixando de lado a questão de São Paulo no problema e a proliferação desses bandos no mesmo Estado. É bom se dar "nome aos bois" (como se diz nas ruas, "chamar a criança pelo nome"), pois assim param com essa 'idiotia' de propagar que isso (neonazismo) é um "problema nacional" quando na verdade o problema está mais pra algo regional ou mesmo setorizado em uma região, mais restrito a alguns estados ou Unidade da Federação.
Eu posso tentar depois, caso haja discussões sobre o texto, detalhar mais o texto, porque quando há discussão a gente acaba lembrando de mais detalhes e amarrando melhor as memórias dispersas. E como o texto foi sendo escrito enquanto se resgatava coisas da memória, pode passar a impressão de repetição mas reli e está bem dividido embora não seja de fato um assunto agradável. Irei revisar o texto se, ao reler, quiser reparar certas partes.
Aproveitando o post, sugiro a quem tiver interesse a leitura desta tese (em PDF) sobre o (neo)integralismo no Brasil:
Integralismo e ideologia autocrática chauvinista regressiva: crítica aos herdeiros do sigma (de Jefferson R. Barbosa).
O PDF tem 717 páginas, a tese e detalha com precisão o fenômeno do "neointegralismo", ou seja, fala sobre a organização e o "ressurgimento" da turma do Sigma (integralistas ou "galinhas verdes"). A minha ênfase nesse grupo se dá porque, além de ser o grupo mais organizado desses da extrema-direita de cunho fascista, e com histórico forte no período pré-segunda guerra no país e após (através de seus ex-membros históricos), uma das figuras centrais na difusão da negação do Holocausto na web, vide a lista que citei no começo do post, era um integralista. A tese do PDF sobre neointegralismo detalha e mapeia bem o fenômeno (ou parte dele, da extrema-direita fascista) no país, e incrivelmente acho que não saiu como livro. Quem quiser entender a proliferação da negação do Holocausto precisa entender o que pensam esses grupos.
Espero que ao "mapear" o problema, que isso não transforme o post em local pra denuncismo (eu já disse antes o que penso disso, a função do blog é informar, trazer conhecimento e não fazer "justiçamento"), há órgãos apropriados pra se fazer isso (denúncias). Eu sei quais grupos disseminam essa lixarada na web e não se combate isso com atrito em virtude das restrições de discussão que há no país (principalmente depois da judicialização que criaram com o Orkut, fruto desse comportamento de "justiceiros"). Os "revis" no Brasil se perpetuam através do "atrito" e de bate-bocas idiotas, e boa parte deles ("revis") evita discussão a sério (chegam logo com intimidações ou panfletagem de quinta). O blog não é fórum de "debates", pra esse fim existe o RODOH (que todos eles fogem).
Voltando ao assunto anterior do neointegralismo, há outros textos muitos bons sobre esta questão que quando conseguir localizar (muitos textos ficam perdidos pelo blog) e organizar um a um, gostaria de colocar aqui (sobre a questão nacional e regional), mas fica pruma outra ocasião. Em todo caso, achei alguns, seguem os links abaixo:
Neointegralismo e as direitas brasileiras: entre aproximações e distanciamentos (Odilon Caldeira Neto)
Galinhas Verdes ou Galos de Briga? Neointegralistas, memória militante e o uso da charge como estratégia política (Odilon Caldeira Neto)
A ideologia do Sigma hoje. Neointegralismo, intolerância e memória (Natália Reis)
Eles querem ‘endireitar’ o Brasil (Pablo Nogueira, PDF)
Proletários e nacionalistas: Skinheads e integralistas no Brasil contemporâneo (Jefferson R Barbosa)
Pensamento da direita e chauvinismo na América Latina (Márcia Regina Carneiro)
O Neointegralismo e a questão da organização partidária (Odilon Caldeira Neto)
Observação1: caso o autor do PDF (do texto sobre o neo-integralismo) leia o post e não queira o link aqui, posso remover.
Observação2: colocarei os links depois que publicar o post, a medida que for relendo o texto.
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quarta-feira, 18 de setembro de 2013
PF faz operação no Grande Recife contra pornografia infantil e neonazismo na internet
PF faz operação no Grande Recife contra pornografia infantil e neonazismo na internet
Publicado em 17.09.2013, às 08h45
Do NE10
A Operação Rede Limpa II, que combate os crimes de pornografia infantil e ódio na internet, foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), nessa segunda-feira (16), para cumprir quatro mandados de busca e apreensão nos bairros de Iputinga e Barro, no Recife, e Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes.
Foram apreendidos nove discos rígidos, três notebooks e um aparelho de compartilhamento de sinal de internet. O material passará por perícia. Se for encontrado conteúdo pornográfico envolvendo criança e adolescente e apologia ao neonazismo, os responsáveis poderão ser indiciados.
Pelo crime de possuir ou armazenar fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, podem ser condenados a pena que varia de um a quatro anos de reclusão. Se enquadrados na Lei 9.459/97 - por praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito -, podem ter pena de reclusão de um a três anos.
Os proprietários dos imóveis onde os objetos foram apreendidos chegaram a ser levados para a sede da PF, no Centro do Recife, mas foram liberados após serem ouvidos. A orientação da PF é que os responsáveis pela assinatura ou distribuição de internet banda larga tomem supervisionem o acesso de parentes ou amigos que utilizam seus computadores para a prática de crimes virtuais, evitando assim serem envolvidas.
A ação realizada pela Polícia Federal nessa segunda foi resultado de três inquéritos policiais instaurados no ano passado, quando foi publicado um vídeo em que há discriminação, além de outras imagens de pornografia infantil. Como elas foram veiculadas no Youtube no Orkut, o perfil e informações sobre os suspeitos foram repassadas à PF pelo Google. A Operação Rede Limpa I foi deflagrada em janeiro deste ano.
Fonte: Jornal do Commercio (vídeo com a reportagem no link, com delegado da PF)
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2013/09/17/pf-faz-operacao-no-grande-recife-contra-pornografia-infantil-e-neonazismo-na-internet-442986.php
Observação 1: eu ia colocar esta matéria ontem mas como havia a outra do Rudolf Hess, por isso achei melhor colocá-la depois. Mas voltando ao assunto, e isso não é uma crítica a ação policial (pelo contrário, seria bom que ela coibisse mais os bandos que circulam na rede com propaganda filonazista e assemelhados, negação do Holocausto), mas geralmente quando há esse tipo de ação costuma-se mostrar o material com conteúdo neonazi nas matérias.
Outro ponto visível é que, em parte a ação contra neos geralmente é deflagrada por conta do outro problema citado que é a pornografia infantil quando são problemas diferentes, ambos graves, mas tratados com uma certa "hierarquia" (geralmente o neonazismo é tratado com descaso quando não deveria ser) criada pela histeria com assunto "x" e meio que negligenciando a questão da extrema-direita casca grossa e o racismo que ela prolifera no país criando conflitos, pois o retrospecto político e simbólico dos neos costuma ocasionar em mortes e gente gravemente ferida por emboscadas, fora o ódio regional derivado disso. Ou seja, não é algo que se resume a "aborrecentes" querendo bancar "nazista" malvadão na rede pra se auto-afirmar com os colegas como "valentão" (ou mero paspalho).
Os nomes dos envolvidos também não foram mencionados, algo que geralmente ocorre em operações deste tipo em outros estados. Por que a observação? Justamente por essas fatos: da área da matéria não se tratar de uma área de ocorrência desse tipo de fenômeno neonazi (que é o assunto do blog junto com o "revisionismo"), e sem querer ser pedante, mas já sendo, mas é uma área (cidade) que conheço bem pois nasci e fui criado também na mesma. Como outro ponto, nas imagens da matéria não aparenta haver um bando organizado agindo como há em outros estados do país com grupos organizados, e com uma incidência considerável.
Qual a importância disto? A importância é porque a ação de grupos organizados aumenta consideravelmente a gravidade do problema, e há fatores que dificultam esse tipo de coisa se alastrar em determinas áreas (Recife) que é o próprio histórico da cidade e sua formação cultural, o forte nativismo pernambucano (com forte aversão a "coisas de fora" em detrimento da cultura local, esse tipo de papagaiada nazi é vista como estrangeirismo e coisa de descendente de imigrante querendo se autoafirmar no país) como principalmente pela composição étnico-histórica do local. O grupo de descendentes de europeus predominante na formação de Pernambuco é o ibérico, sobretudo o português, demais grupos de descendentes de europeus são minoritários (e por favor, evitem de repetir aquela idiotice de mitologia de presença forte de descendentes de holandeses no Estado por conta do período conhecido como "período holandês", baboseira sem tamanho só que assunto pra outro post). Esse era um assunto que seria (ou será) tratado em outro post sobre o raio-x da extrema-direita no Brasil e os estados de incidência da mesma. A razão da citação é necessária pois a incidência do fenômeno neonazi no Brasil se dá com influência de elementos fascistas de colônias, e principalmente por influência do fascismo italiano (muita gente só mira pro "lado alemão" e meio que "ignora" esse fator do fascismo italiano), a presença italiana em Pernambuco é muito pequena.
E peço desculpas a todos por me estender noutro assunto abaixo mas não quero abrir um post só pra tratar isso. Quem quiser pode ficar só na parte de cima pois a parte abaixo é meio (ou totalmente) "off", mas essa apreensão em PE me trouxe inevitavelmente à mente uma lembrança de um texto 'meio' que atacando indiretamente o Estado e eu sinceramente não gostei da afirmação pois, além de não ter fundamento algum, pareceu-me provocação bairrista, e paciência um dia se esgota e minha paciência com esse tipo de provocação babaca já se esgotou faz tempo. Quem quiser só ler o comentário sobre o post não precisa ler o outro comentário abaixo.
Observação 2: Espero que, por conta desta apreensão (e parabéns à PF pela ação), não apareça mais comentários ridículos oportunistas como um que eu li uma vez (e é a primeira vez que alfineto o assunto aqui), há algum tempo (quem quiser procurar o texto acha fácil esta matéria que vou criticar apenas indiretamente), alegando que havia "neonazis" na "Terra de Lampião" (sic). Pra quem não conhece, o nome da cidade de Lampião é Serra Talhada, interior de Pernambuco (acho incrível essa tara com o cangaço, imagino Frei Caneca com chapéu de cangaceiro, daria um filme psicológico dos bons) . Eu confesso que não sabia se eu ria ou se tinha raiva do texto citando essa tosquice pois aparentemente a pessoa que disse isso não deve nem saber onde fica a "Terra de Lampião" (refiro-me a cidade e sua posição geográfica em Pernambuco, e não o Estado) e nem a composição étnica do Estado, sua história etc, e me pareceu que foi um certo comentário bairrista por conta de certas rixas históricas regionais (não irei mencionar as rivalidades históricas locais pois acho que esse post não cabe isso, já estou saindo muito do assunto do post mas às vezes é inevitável, mas pra quem tiver interesse, procurem pela história de qual era a rivalidade histórica de duas cidades no período do Brasil colônia que entenderão o comentário, e pra facilitar mais ainda, uma fica na Bahia e outra em Pernambuco, uma era muito próxima da Coroa Portuguesa e a outra foi atacada duramente por se opôr ao domínio português do território colonial, disso surgiu uma rixa secular entre dois estados).
E não querendo sair muito do assunto do post mas já sai completamente (infelizmente foi necessário pois não acho que fosse o caso de criar um post só pra isso), e sem querer ser chato também, mas já sendo, pra falar de Pernambuco com esse tipo de "anedota" ridícula ou invenção tosca que citei acima (citação ofensiva e intelectualmente desonesta), pra impressionar leigo que geralmente "acha" que "Nordeste" é nome de Estado e não de região, que acha (por preconceito e ignorância 'orgulhosa' da própria cretinice) a região é um bloco monolítico onde todo mundo comunga do "mesmo pensamento" e "sotaque" (porque a mídia reforça essa ideia e a maioria do povo brasileiro engole tudo que a TV aberta do país despeja, como gado), sinto lhes informar ainda que: Nordeste não é Estado da federação, não tem bandeira, não tem hino, não tem identidade própria e só foi criado na década de 30 do século XX (essa identidade forjada copia geralmente identidades do interior e muita coisa do sertão pernambucano ao mesmo tempo em que tenta suprimir o nome do Estado e sua importância histórica na formação do Brasil, jamais irei alimentar esse tipo de supressão da história e protagonismo de Pernambuco no país por conta de modismos bairristas criados). E sim, eu não concordo com essa identidade regional artificial usada em outros estados cheia de "vitimismo" no meio, sabe-se lá pra quê. Mas depois se discute isso pois não é assunto pra esse post (desculpem por ter saído tanto do assunto mas é que acabei me lembrando desses episódios e não achei necessário fazer um post só pra isso, mas se for o caso se faz depois, bola pra frente).
Publicado em 17.09.2013, às 08h45
Do NE10
Vários equipamentos foram apreendidos e passarão por perícia. Foto: PF/Divulgação |
Foram apreendidos nove discos rígidos, três notebooks e um aparelho de compartilhamento de sinal de internet. O material passará por perícia. Se for encontrado conteúdo pornográfico envolvendo criança e adolescente e apologia ao neonazismo, os responsáveis poderão ser indiciados.
Pelo crime de possuir ou armazenar fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, podem ser condenados a pena que varia de um a quatro anos de reclusão. Se enquadrados na Lei 9.459/97 - por praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito -, podem ter pena de reclusão de um a três anos.
Os proprietários dos imóveis onde os objetos foram apreendidos chegaram a ser levados para a sede da PF, no Centro do Recife, mas foram liberados após serem ouvidos. A orientação da PF é que os responsáveis pela assinatura ou distribuição de internet banda larga tomem supervisionem o acesso de parentes ou amigos que utilizam seus computadores para a prática de crimes virtuais, evitando assim serem envolvidas.
A ação realizada pela Polícia Federal nessa segunda foi resultado de três inquéritos policiais instaurados no ano passado, quando foi publicado um vídeo em que há discriminação, além de outras imagens de pornografia infantil. Como elas foram veiculadas no Youtube no Orkut, o perfil e informações sobre os suspeitos foram repassadas à PF pelo Google. A Operação Rede Limpa I foi deflagrada em janeiro deste ano.
Fonte: Jornal do Commercio (vídeo com a reportagem no link, com delegado da PF)
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2013/09/17/pf-faz-operacao-no-grande-recife-contra-pornografia-infantil-e-neonazismo-na-internet-442986.php
Observação 1: eu ia colocar esta matéria ontem mas como havia a outra do Rudolf Hess, por isso achei melhor colocá-la depois. Mas voltando ao assunto, e isso não é uma crítica a ação policial (pelo contrário, seria bom que ela coibisse mais os bandos que circulam na rede com propaganda filonazista e assemelhados, negação do Holocausto), mas geralmente quando há esse tipo de ação costuma-se mostrar o material com conteúdo neonazi nas matérias.
Outro ponto visível é que, em parte a ação contra neos geralmente é deflagrada por conta do outro problema citado que é a pornografia infantil quando são problemas diferentes, ambos graves, mas tratados com uma certa "hierarquia" (geralmente o neonazismo é tratado com descaso quando não deveria ser) criada pela histeria com assunto "x" e meio que negligenciando a questão da extrema-direita casca grossa e o racismo que ela prolifera no país criando conflitos, pois o retrospecto político e simbólico dos neos costuma ocasionar em mortes e gente gravemente ferida por emboscadas, fora o ódio regional derivado disso. Ou seja, não é algo que se resume a "aborrecentes" querendo bancar "nazista" malvadão na rede pra se auto-afirmar com os colegas como "valentão" (ou mero paspalho).
Os nomes dos envolvidos também não foram mencionados, algo que geralmente ocorre em operações deste tipo em outros estados. Por que a observação? Justamente por essas fatos: da área da matéria não se tratar de uma área de ocorrência desse tipo de fenômeno neonazi (que é o assunto do blog junto com o "revisionismo"), e sem querer ser pedante, mas já sendo, mas é uma área (cidade) que conheço bem pois nasci e fui criado também na mesma. Como outro ponto, nas imagens da matéria não aparenta haver um bando organizado agindo como há em outros estados do país com grupos organizados, e com uma incidência considerável.
Qual a importância disto? A importância é porque a ação de grupos organizados aumenta consideravelmente a gravidade do problema, e há fatores que dificultam esse tipo de coisa se alastrar em determinas áreas (Recife) que é o próprio histórico da cidade e sua formação cultural, o forte nativismo pernambucano (com forte aversão a "coisas de fora" em detrimento da cultura local, esse tipo de papagaiada nazi é vista como estrangeirismo e coisa de descendente de imigrante querendo se autoafirmar no país) como principalmente pela composição étnico-histórica do local. O grupo de descendentes de europeus predominante na formação de Pernambuco é o ibérico, sobretudo o português, demais grupos de descendentes de europeus são minoritários (e por favor, evitem de repetir aquela idiotice de mitologia de presença forte de descendentes de holandeses no Estado por conta do período conhecido como "período holandês", baboseira sem tamanho só que assunto pra outro post). Esse era um assunto que seria (ou será) tratado em outro post sobre o raio-x da extrema-direita no Brasil e os estados de incidência da mesma. A razão da citação é necessária pois a incidência do fenômeno neonazi no Brasil se dá com influência de elementos fascistas de colônias, e principalmente por influência do fascismo italiano (muita gente só mira pro "lado alemão" e meio que "ignora" esse fator do fascismo italiano), a presença italiana em Pernambuco é muito pequena.
E peço desculpas a todos por me estender noutro assunto abaixo mas não quero abrir um post só pra tratar isso. Quem quiser pode ficar só na parte de cima pois a parte abaixo é meio (ou totalmente) "off", mas essa apreensão em PE me trouxe inevitavelmente à mente uma lembrança de um texto 'meio' que atacando indiretamente o Estado e eu sinceramente não gostei da afirmação pois, além de não ter fundamento algum, pareceu-me provocação bairrista, e paciência um dia se esgota e minha paciência com esse tipo de provocação babaca já se esgotou faz tempo. Quem quiser só ler o comentário sobre o post não precisa ler o outro comentário abaixo.
Observação 2: Espero que, por conta desta apreensão (e parabéns à PF pela ação), não apareça mais comentários ridículos oportunistas como um que eu li uma vez (e é a primeira vez que alfineto o assunto aqui), há algum tempo (quem quiser procurar o texto acha fácil esta matéria que vou criticar apenas indiretamente), alegando que havia "neonazis" na "Terra de Lampião" (sic). Pra quem não conhece, o nome da cidade de Lampião é Serra Talhada, interior de Pernambuco (acho incrível essa tara com o cangaço, imagino Frei Caneca com chapéu de cangaceiro, daria um filme psicológico dos bons) . Eu confesso que não sabia se eu ria ou se tinha raiva do texto citando essa tosquice pois aparentemente a pessoa que disse isso não deve nem saber onde fica a "Terra de Lampião" (refiro-me a cidade e sua posição geográfica em Pernambuco, e não o Estado) e nem a composição étnica do Estado, sua história etc, e me pareceu que foi um certo comentário bairrista por conta de certas rixas históricas regionais (não irei mencionar as rivalidades históricas locais pois acho que esse post não cabe isso, já estou saindo muito do assunto do post mas às vezes é inevitável, mas pra quem tiver interesse, procurem pela história de qual era a rivalidade histórica de duas cidades no período do Brasil colônia que entenderão o comentário, e pra facilitar mais ainda, uma fica na Bahia e outra em Pernambuco, uma era muito próxima da Coroa Portuguesa e a outra foi atacada duramente por se opôr ao domínio português do território colonial, disso surgiu uma rixa secular entre dois estados).
E não querendo sair muito do assunto do post mas já sai completamente (infelizmente foi necessário pois não acho que fosse o caso de criar um post só pra isso), e sem querer ser chato também, mas já sendo, pra falar de Pernambuco com esse tipo de "anedota" ridícula ou invenção tosca que citei acima (citação ofensiva e intelectualmente desonesta), pra impressionar leigo que geralmente "acha" que "Nordeste" é nome de Estado e não de região, que acha (por preconceito e ignorância 'orgulhosa' da própria cretinice) a região é um bloco monolítico onde todo mundo comunga do "mesmo pensamento" e "sotaque" (porque a mídia reforça essa ideia e a maioria do povo brasileiro engole tudo que a TV aberta do país despeja, como gado), sinto lhes informar ainda que: Nordeste não é Estado da federação, não tem bandeira, não tem hino, não tem identidade própria e só foi criado na década de 30 do século XX (essa identidade forjada copia geralmente identidades do interior e muita coisa do sertão pernambucano ao mesmo tempo em que tenta suprimir o nome do Estado e sua importância histórica na formação do Brasil, jamais irei alimentar esse tipo de supressão da história e protagonismo de Pernambuco no país por conta de modismos bairristas criados). E sim, eu não concordo com essa identidade regional artificial usada em outros estados cheia de "vitimismo" no meio, sabe-se lá pra quê. Mas depois se discute isso pois não é assunto pra esse post (desculpem por ter saído tanto do assunto mas é que acabei me lembrando desses episódios e não achei necessário fazer um post só pra isso, mas se for o caso se faz depois, bola pra frente).
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Grupo neonazi tortura e humilha jovens gays para postar vídeos e imagens em redes sociais
Alarmante situação na Rússia. Grupo neonazi tortura e humilha jovens gays para postar vídeos e imagens em redes sociais.
Aviso: vídeo abaixo contém cenas violentas, não recomendável a visualização por quem se choca muito com imagens de espancamento e tortura.
Um jovem homossexual foi agredido na Rússia por difundir propaganda de relações do mesmo sexo em redes sociais.
Os agressores que dizem lutar contra os pecados da sociedade contatam suas vítimas através de contas falsas do Facebook para acordar sitas com jovens e adultos homossexuais, e depois os obrigam a realizar atividades vergonhosas, humilham-nos e os golpeiam.
Artem Gorodilov é uma das últimas vítimas do grupo “Occupy Pedofilyaj” que foi ultrajado e obrigado a subir em um carro e viajar até o cemitério local de Kamensk-Uralsky, onde os agressores o submetiam a insultos e ameaças por ser homossexual e difundir propaganda gay através da internet.
Seus captores o obrigaram a ficar ao lado da tumba de outro garoto homossexual que havia cometido suicídio meses antes depois de ter sido agredido também por este grupo.
Os ataques são colocados na internet para satisfação dos algozes.
Este e outros casos de agressão são provas evidentes da gravíssima situação que vivem os homossexuais na Rússia depois da aprovação da lei que proíbe a chamada «propaganda homossexual».
A despreocupação do governo e de 84% da população em relação aos ataques a pessoas homossexuais permite que isto continua acontecendo a cada dia mais atos como este na Rússia.
Este é um dos vídeos que mostra o abuso por parte do grupo neonazi a pessoas homossexuais.
Yotube/JohnAravosis
Publicado em 11 de setembro de 2013
Fonte: Redação NTN24
Fonte: NTN24 (Colômbia)
http://www.ntn24.com/noticias/en-rusia-un-grupo-neonazi-tortura-y-humilla-jovenes-gais-y-luego-postea-videos-de-las-victimas-en
Tradução: Roberto Lucena
Aviso: vídeo abaixo contém cenas violentas, não recomendável a visualização por quem se choca muito com imagens de espancamento e tortura.
Foto tomada de: inoutpost.com |
Os agressores que dizem lutar contra os pecados da sociedade contatam suas vítimas através de contas falsas do Facebook para acordar sitas com jovens e adultos homossexuais, e depois os obrigam a realizar atividades vergonhosas, humilham-nos e os golpeiam.
Artem Gorodilov é uma das últimas vítimas do grupo “Occupy Pedofilyaj” que foi ultrajado e obrigado a subir em um carro e viajar até o cemitério local de Kamensk-Uralsky, onde os agressores o submetiam a insultos e ameaças por ser homossexual e difundir propaganda gay através da internet.
Foto de: inoutpost.com |
Os ataques são colocados na internet para satisfação dos algozes.
Este e outros casos de agressão são provas evidentes da gravíssima situação que vivem os homossexuais na Rússia depois da aprovação da lei que proíbe a chamada «propaganda homossexual».
A despreocupação do governo e de 84% da população em relação aos ataques a pessoas homossexuais permite que isto continua acontecendo a cada dia mais atos como este na Rússia.
Este é um dos vídeos que mostra o abuso por parte do grupo neonazi a pessoas homossexuais.
Yotube/JohnAravosis
Publicado em 11 de setembro de 2013
Fonte: Redação NTN24
Fonte: NTN24 (Colômbia)
http://www.ntn24.com/noticias/en-rusia-un-grupo-neonazi-tortura-y-humilla-jovenes-gais-y-luego-postea-videos-de-las-victimas-en
Tradução: Roberto Lucena
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Ataque neonazi à sede cultural da Catalunha em Madrid
Una quinzena de pessoas irromperam o centro, boicotando o ato e fazendo com que cinco pessoas tenham que receber assistência médica
Estrella Digital/EP, Sigam-nos em @Estrella_digit . 11/09/2013 | 21:53 h.
Cinco pessoas teriam recebido assistência médica, entre elas uma garota de cinco anos, depois do boicote por parte de um grupo de homens com visual neonazi ao ato central da Diada (Dia) da Catalunha em Madrid, celebrado no Centro Cultural Blanquerna. Os fatos ocorreram às sete e meia da tarde no citado centro, localizado no número 44 da rua de Alcalá, quando o delegado da Generalitat da Catalunha em Madrid, Josep María Bosch, pronunciava um discurso.
Segundo fontes policiais, uma quinzena de pessoas irrompeu o centro cultural para boicotar o ato e lançaram algum tipo de gás. Proferindo palavras de ordem com "Catalunha é Espanha", mantiveram um embate com o deputado do CiU Josep Sánchez Llibre e com um câmara de televisão. Cinco pessoas que se encontravam no centro, onde havia entre 60 e 70 espectadores, precisaram de assistência médica, entre elas uma garota de cinco anos. Três delas necessitaram ser transportadas para hospitais.
Assim, médicos do Summa-112 atenderam uma pessoa com uma crise nervosa, e outra por contusões e uma terceira por irritação ocular e as transportaram para hospitais distintos da capital, segundo informaram à Europa Press um porta-voz da Emergência 112 da Comunidade de Madrid. Por sua parte, facultativos do Samur-Proteção Civil atenderam uma mulher e uma criança de cinco anos que apresentava irritação nos olhos pelo efeito do gás. As duas estavam bem e foram atendidas e receberam alta no lugar, segundo confirmaram fontes da Emergência Madrid à Europa Press.
Depois do incidente, o Samur, em coordenação com a Polícia Nacional, despachou uma equipe NRBQ (Quebec) para determinar o tipo de gás empregado pelos assaltantes e o nível de toxidade do mesmo. O local foi isolado enquanto são feitos esses trabalhos.
Ver o vídeo da agressão (há vídeos mais completos com a parte do gás):
Fonte: Europa Press (Espanha)
http://www.europapress.es/nacional/noticia-grupo-estetica-neonazi-ataca-sede-cultural-cataluna-madrid-celebracion-diada-20130911202902.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Cinco heridos tras un asalto de radicales a la sede madrileña del centro catalán Blanquerna (20minutos.es, vídeo completo)
Seis detenidos tras el ataque radical al centro cultural Blanquerna en la Diada (Elmundo.es)
Ataque ultraderechista al centro cultural Blanquerna (Dalealplay.es, vídeo completo)
Ataque "neonazi" a la sede cultural de Cataluña en Madrid (Estrelladigital.es, Espanha)
Estrella Digital/EP, Sigam-nos em @Estrella_digit . 11/09/2013 | 21:53 h.
Fotogaleria: Ataque da extrema-direita à sede Catalã em Madrid |
Segundo fontes policiais, uma quinzena de pessoas irrompeu o centro cultural para boicotar o ato e lançaram algum tipo de gás. Proferindo palavras de ordem com "Catalunha é Espanha", mantiveram um embate com o deputado do CiU Josep Sánchez Llibre e com um câmara de televisão. Cinco pessoas que se encontravam no centro, onde havia entre 60 e 70 espectadores, precisaram de assistência médica, entre elas uma garota de cinco anos. Três delas necessitaram ser transportadas para hospitais.
Assim, médicos do Summa-112 atenderam uma pessoa com uma crise nervosa, e outra por contusões e uma terceira por irritação ocular e as transportaram para hospitais distintos da capital, segundo informaram à Europa Press um porta-voz da Emergência 112 da Comunidade de Madrid. Por sua parte, facultativos do Samur-Proteção Civil atenderam uma mulher e uma criança de cinco anos que apresentava irritação nos olhos pelo efeito do gás. As duas estavam bem e foram atendidas e receberam alta no lugar, segundo confirmaram fontes da Emergência Madrid à Europa Press.
Depois do incidente, o Samur, em coordenação com a Polícia Nacional, despachou uma equipe NRBQ (Quebec) para determinar o tipo de gás empregado pelos assaltantes e o nível de toxidade do mesmo. O local foi isolado enquanto são feitos esses trabalhos.
Ver o vídeo da agressão (há vídeos mais completos com a parte do gás):
Fonte: Europa Press (Espanha)
http://www.europapress.es/nacional/noticia-grupo-estetica-neonazi-ataca-sede-cultural-cataluna-madrid-celebracion-diada-20130911202902.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Cinco heridos tras un asalto de radicales a la sede madrileña del centro catalán Blanquerna (20minutos.es, vídeo completo)
Seis detenidos tras el ataque radical al centro cultural Blanquerna en la Diada (Elmundo.es)
Ataque ultraderechista al centro cultural Blanquerna (Dalealplay.es, vídeo completo)
Ataque "neonazi" a la sede cultural de Cataluña en Madrid (Estrelladigital.es, Espanha)
sábado, 31 de agosto de 2013
Neofacismo na Espanha - Outro gesto fascista na juventude do PP valenciano
Uma militante do Nueva Generaciones de Vila-real posa com a bandeira franquista
A bagunça do PP destapam os gestos fascistas
El País; Valência 28 AGO 2013 - 20:24 CET
Arquivado em: Fascismo PP.
Paula Carda, militante de Nuevas Generaciones (NNGG) de Vila-real,
Paula Carda, militante do Nuevas Generaciones (NNGG) de Vila-real, foi a protagonista do último gesto fascista entre as Juventudes do PP na Comunidade Valenciana. Carda aparece posando com algumas amigas com uma bandeira franquista numa imagem difundida através das redes sociais.
Esta fotografia é a última a aparecer, depois da polêmica gerada nas semanas passadas por alguns membros do Nuevas Generaciones que posavam com símbolos e bandeiras fascistas. As imagens foram aparecendo de distintas localidades da Comunidade Valenciana. Primeiro foi Jorge Roca, secretário de Esportes da executiva do PP de Xàtiva e jogador do grupo ultra Yomus, que foi fotografado atrás de uma bandeira nazi num torneio celebrado na localidade de Paiporta. Há poucos dias, começou a circular pelas redes sociais uma foto de Xesco Sáez, presidente do NNGG de Xàtiva, fazendo a saudação fascista. E há pouco se tornou pública uma terceira fotografia de Daniel Terrades, secretário local do NN GG de Gandia e assessor municipal, fazendo a saudação fascista e mais outra imagem da vereadora da Juventude do município de Canals, Carmen Melissa Ferrer, ante uma bandeira franquista.
A direção regional do PP confirmou ontem que, como no resto dos casos desta natureza, para Carda será aberto um processo disciplinar.
Fonte: El País
http://ccaa.elpais.com/ccaa/2013/08/28/valencia/1377713504_384955.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Promotores progressistas estudam perseguir os gestos fascistas de dirigentes das juventudes do PP (lavanguardia.com, Espanha)
Uma jovem do PP de Vila-real também aparece com a bandeira franquista (elperiodico.com, Espanha)
Resumo completo das fotos nesta matéria:
O Nuevas Generaciones do PP, muito Twitter e Francisco Franco. Os 11 casos que agitaram o verão da direita espanhola (El País)
A bagunça do PP destapam os gestos fascistas
El País; Valência 28 AGO 2013 - 20:24 CET
Arquivado em: Fascismo PP.
Paula Carda, militante de Nuevas Generaciones (NNGG) de Vila-real,
Paula Carda, terceira da esquerda pra direita, posa com uma bandeira da ditadura de Franco |
Esta fotografia é a última a aparecer, depois da polêmica gerada nas semanas passadas por alguns membros do Nuevas Generaciones que posavam com símbolos e bandeiras fascistas. As imagens foram aparecendo de distintas localidades da Comunidade Valenciana. Primeiro foi Jorge Roca, secretário de Esportes da executiva do PP de Xàtiva e jogador do grupo ultra Yomus, que foi fotografado atrás de uma bandeira nazi num torneio celebrado na localidade de Paiporta. Há poucos dias, começou a circular pelas redes sociais uma foto de Xesco Sáez, presidente do NNGG de Xàtiva, fazendo a saudação fascista. E há pouco se tornou pública uma terceira fotografia de Daniel Terrades, secretário local do NN GG de Gandia e assessor municipal, fazendo a saudação fascista e mais outra imagem da vereadora da Juventude do município de Canals, Carmen Melissa Ferrer, ante uma bandeira franquista.
A direção regional do PP confirmou ontem que, como no resto dos casos desta natureza, para Carda será aberto um processo disciplinar.
Fonte: El País
http://ccaa.elpais.com/ccaa/2013/08/28/valencia/1377713504_384955.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Promotores progressistas estudam perseguir os gestos fascistas de dirigentes das juventudes do PP (lavanguardia.com, Espanha)
Uma jovem do PP de Vila-real também aparece com a bandeira franquista (elperiodico.com, Espanha)
Resumo completo das fotos nesta matéria:
O Nuevas Generaciones do PP, muito Twitter e Francisco Franco. Os 11 casos que agitaram o verão da direita espanhola (El País)
sábado, 13 de julho de 2013
Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?” Entrevista especial com René Gertz
Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?” Entrevista especial com René Gertz
“Há autoridades gaúchas claramente interessadas em, por razões abscônditas, superestimar a presença “neonazista” por aqui", diz o historiador.
Confira a entrevista.
Foto: www.brasilescola.com
Desde 2003 o tema do neonazismo “ocupa algum lugar na imprensa brasileira”, mas os dados apresentados não conferem com o que acontece na realidade, diz o historiador gaúcho, René Gertz à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail. Crítico às matérias publicadas na imprensa gaúcha, ele assegura que “há razões para ser cético em relação aos ‘neonazistas virtuais’”. E dispara: “O delegado Paulo César Jardim lida há dez anos com o ‘neonazismo’ no Rio Grande do Sul. Segundo declarações públicas suas, ele fichou 35 ‘neonazistas’ durante todos esses anos. No meu livro, arrolo 32 nomes – e provavelmente o delegado não tem mais que isso, na sua lista. Para Santa Catarina não se conhece lista, mas sabe-se de muito poucos casos concretos. Para o Paraná há uma lista de 12 – portanto: 32 + 12 + 6? = 50 (talvez um pouco mais). Isso é aquilo que existe de concreto, de palpável”.
René Gertz (foto abaixo) é professor nos Departamentos de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Licenciado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, é mestre em Ciência Política pela UFRGS, e doutor, na mesma área, pela Universidade de Berlim, onde também obteve o título de pós-doutor. É autor de O aviador e o carroceiro: política, etnia e religião no Rio Grande do Sul dos anos 1920 (Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002), O Estado Novo no Rio Grande do Sul (Passo Fundo: Editora Universidade de Passo Fundo, 2005), e O neonazismo no Rio Grande do Sul (Porto Alegre: EDIPUCRS e Editora AGE, 2012).
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Desde quando e por que razão se fala que existem grupos neonazistas no Rio Grande do Sul?
René Gertz – Nas décadas de 1930 e 1940, existiu uma coisa chamada “nazismo”. Militantes ou simpatizantes, obviamente, sobreviveram no pós-guerra pelo mundo afora. Também no Rio Grande do Sul existiram alguns nazistas, naqueles anos. Parte deles foi expulsa no contexto da Segunda Guerra Mundial, outros foram embora por conta própria e ainda outros ficaram por aqui. Além disso, é provável que um ou outro tenha vindo para cá após a guerra, fugindo da caça a eles, na Alemanha derrotada. Não existem estudos a respeito destes últimos, de forma que as referências a eles são folclóricas, significando que são diz-que-diz-ques, sem base objetiva.
Nos anos 1980, ocorreu em Porto Alegre um fenômeno que poderia ter sido classificado de “neonazista”, mas, em geral, não o foi. Trata-se da Editora Revisão, cujo proprietário foi Siegfried Ellwanger Castan, o qual publicou livros e outros materiais em que criticava e negava as versões sobre o regime alemão, sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. Como Castan não era um nazista dos anos 1930-1940, poderia ter sido classificado como “neonazista” – mas não o foi, ao menos de forma usual, nas referências que eram feitas a ele em público.
Na verdade, incluir o episódio da Editora Revisão na tradição nazista está correto, em certo sentido, pois o “neonazismo”, de fato, é algo neo/novo. Nos anos finais do século passado, ganhou força, no cenário internacional, um fenômeno de radicalismo, de preconceito e de violência promovido, via de regra, por jovens, como os “hooligans” e semelhantes. E ainda que aqui, nesta breve fala, seja obrigado a simplificar ao máximo esse tipo de movimento, ele também chegou ao Brasil.
No início, um dos tratamentos mais difundidos para designar tais grupos foi “skinhead”, mas, aos poucos, se popularizou, cada vez mais, a expressão “neonazista”. O primeiro caso mais concreto, no Rio Grande do Sul, que despertou interesse na opinião pública, ocorreu dez anos atrás, na forma de uma banda chamada Zurzir. Em 2005, aconteceu um dos episódios mais marcantes, quando um grupo de três jovens identificados como judeus por usarem quipá foi atacado, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, resultando em ferimentos graves em um deles. Houve também incidentes em campos de futebol, um ataque a um guarda negro do Trensurb, e alguns episódios semelhantes. Em resumo, isso que atende, por aqui e pelo restante do Brasil, pelo nome de “neonazismo” é um fenômeno que veio a ser considerado relevante nos últimos dez anos.
IHU On-Line – Como o senhor avalia as matérias recentes publicadas na imprensa, divulgando dados de pesquisas que apontam o RS como o segundo estado que mais baixa material neonazista? Quais são seus argumentos contrários à pesquisa?
René Gertz – Desde, no mínimo, 2003, o tema “neonazismo” ocupa algum lugar na imprensa brasileira. A intensidade variou, mas o citado ataque aos rapazes judeus, em 2005, representou um primeiro pico. Em 2009, houve um assassinato no Paraná que representou outro momento de intensificação de notícias – talvez tenha oportunidade de voltar a este caso, mais diante. E ao final de 2012 foi noticiado que está marcado para meados deste ano de 2013 o julgamento daqueles rapazes que participaram do ataque aos meninos judeus.
Além de uma possível agitação natural decorrente da aproximação do julgamento, pode-se – como hipótese! – imaginar certa artificialidade nessa alaúza de agora, pois o julgamento se dará por júri popular, e os interessados na condenação, obviamente, sabem que uma agitação para criar um clima negativo contra o “neonazismo”, na opinião pública, pode influenciar os jurados contra os réus. É apenas uma hipótese, mas plausível.
Dentro desse contexto, ao menos duas matérias jornalísticas de impacto foram divulgadas no decorrer do mês de abril. Uma de repercussão mais restrita, sob o título “Proliferação de grupos neonazistas aterroriza Sul”, na edição online de O Globo, do dia 6 de abril de 2013, e a outra publicada pela Empresa Brasileira de Comunicação – EBC, sob o título “O mapa da intolerância... mapa da intolerância...”, no dia 11 do mesmo mês.
A pergunta, naturalmente, se refere a esta segunda matéria, que divulgou uma pesquisa que teve repercussão em uma infinidade de meios de comunicação. Tenho, porém, restrições a ambas as matérias.
IHU On-Line – Quais são suas restrições a esta segunda matéria? Suas pesquisas parecem concentrar-se em “neonazistas reais”, desconfiando, por consequência, dos números de “neonazistas virtuais” – é isso?
René Gertz – É mais ou menos isso. Em primeiro lugar, devo dizer que no meu recente livro O neonazismo no Rio Grande do Sul (EDIPUCRS/AGE, 2012) transcrevo uma longa (e até maçante) pendenga com a autora da pesquisa em questão, Adriana Abreu Magalhães Dias. Como alguns colegas me criticaram de forma veemente por essa parte do livro, acusando-me até de falta de decoro acadêmico, remeto os interessados ao livro, pois, com a leitura, entenderão minhas razões pessoais para não comprar um carro usado dessa pessoa.
Mas há também argumentos lógicos, universais para não me entusiasmar com os números apresentados por ela. Ainda que numa entrevista dela ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU, em 2007, tenha falado num total de 150.000 “neonazistas” para todo o Brasil, na sua dissertação (p. 35), então recém-defendida, e em várias outras manifestações insistiu em 90.000. O destaque da manifestação na matéria da EBC está num suposto ou efetivo crescimento vertiginoso no decorrer dos anos. Acontece que na dissertação de 2007 ela insistiu que metade dos “neonazistas” brasileiros se encontrava em Santa Catarina (45.000). Um dado que causa estranheza é que, mesmo a matéria de 2013 não apresentando um número total para todo o Brasil, certamente não é exagerado pressupor, agora sim, 140.000, pois – além dos 45.000 de SC – ela arrola 42.000 no RS, 29.000 em SP, 18.000 no PR, 8.000 no DF, 6.000 em MG. Isso dá um total de 137.000. Não está errado pressupor – dentro desta lógica – que haja, no mínimo, mais 3.000 nos demais estados. Isso representaria um crescimento geral de 50.000, ou, em termos percentuais, em torno de 55%. Estranho que em Santa Catarina esse crescimento teria sido ZERO!
Outro argumento. Santa Catarina foi insistentemente apresentado como o estado com o maior número de “neonazistas” do país. Acontece que a polícia de lá desconhece essas hordas, inclusive não trabalhando com esquema especial para reprimir os poucos atos classificados na categoria de “neonazistas” – concentrando, muito mais, sua preocupação nos desafios representados por ações de bandidos “comuns”, que têm desafiado o poder do Estado com atos violentos, divulgados com muito destaque na imprensa, mas jamais apresentados como “neonazistas”.
Terceiro argumento. Em abril de 2009, ocorreu uma famigerada reunião de “neonazistas” no Paraná, durante a qual duas pessoas foram assassinadas. O episódio teve enorme repercussão em todo o país. A violência dentro do próprio grupo decorreu do fato de que foi uma reunião programática, na qual se discutiram questões fundamentais de longo prazo do movimento, objetivos e estratégias de ação, enfim. Estranho é que numa reunião dessa importância estivessem representantes do “neonazismo” do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais e de outros estados, mas NENHUM representante do Rio Grande do Sul nem de Santa Catarina (uma pessoa que, naquele momento, residia há pouco tempo no Rio Grande do Sul era paranaense, e se desconheciam atos “neonazistas” da parte dele, por aqui, até então). Como se pode explicar esse fato se dos pressupostos 140.000 “neonazistas” de todo o Brasil as duas “bancadas” supostamente majoritárias, que representariam nada menos que 87.000, ou seja, mais de 60% do total, não estivessem representadas numa reunião de tanta importância?
Estes são apenas três argumentos que recomendam que pessoas responsáveis tenham cuidado em divulgar a matéria em pauta – e esta foi minha crítica ao IHU, por divulgá-la de forma acrítica, e que, no final, motivou esta entrevista. Há razões para ser cético em relação aos “neonazistas virtuais” de Adriana Abreu Magalhães Dias.
Com isso chego aos “neonazistas reais”. O delegado Paulo César Jardim lida há dez anos com o “neonazismo” no Rio Grande do Sul. Segundo declarações públicas suas, ele fichou 35 “neonazistas” durante todos esses anos. No meu livro, arrolo 32 nomes – e provavelmente o delegado não tem mais que isso, na sua lista. Para Santa Catarina não se conhece lista, mas sabe-se de muito poucos casos concretos. Para o Paraná há uma lista de 12 – portanto: 32 + 12 + 6? = 50 (talvez um pouco mais). Isso é aquilo que existe de concreto, de palpável. Nos 105.000 que Adriana Dias diz ter detectado para RS, SC e PR, juntos, precisamos acreditar cegamente como acreditamos em fantasmas, em duendes. Mais uma razão para ter tomado a iniciativa de criticar o IHU/Unisinos por publicar os dados propalados por Adriana Dias, sem qualquer referência ou comentário críticos.
IHU On-Line – Como o governo do estado e as autoridades se manifestam diante das notícias de que há grupos neonazistas no RS?
René Gertz – Esta pergunta me permite voltar à outra notícia recentemente divulgada, a de que a “proliferação de grupos neonazistas aterroriza o Sul” brasileiro. Segundo a matéria, o citado delegado Paulo César Jardim teria fornecido a informação de que fichou, ao todo, 500 (quinhentos) “neonazistas”. Acontece que essa mesma autoridade está falando, há anos, em “entre 30 e 40”, para, alguns meses atrás, numa declaração pública, citar o número exato de 35 “neonazistas” gaúchos. Causa estupefação que, de repente, sem que tenha sido noticiada qualquer intensificação de atos “neonazistas” no estado, esse número se tenha multiplicado por 15!
A polícia de SC tem dado menos atenção ao “neonazismo”, até porque tem coisas mais prementes a resolver (os atentados da bandidagem); no PR há um delegado designado para tratar do assunto, mas ele já declarou em público que “os ataques de neonazistas são mais escassos” no estado. Só no Rio Grande do Sul o delegado Jardim não perde oportunidade para desenhar um quadro tétrico da “ameaça neonazista” – a população gaúcha que leu o título da matéria de O Globo sabe que aquilo que efetivamente “aterroriza” aqui são os ataques diários a bancos, os assaltos chegando às próprias áreas rurais do interior do estado, as drogas etc. Os exageros divulgados aqui chamaram a atenção até de Adriana Dias. Em seu blog pode ler-se: “o delegado Jardim adora colocar seus feitos como primeiros. Além disso, afirmar que o racismo está na gênese do gaúcho é tão racista quanto o próprio racismo... Cadê o botão de sanidade?”.
Em resumo, respondendo à pergunta: há autoridades gaúchas claramente interessadas em, por razões abscônditas, superestimar a presença “neonazista” por aqui.
IHU On-Line – Como compreender a afinidade de pessoas com grupos neonazistas e a proliferação de conteúdos neonazistas na internet, mais de 60 anos depois da Segunda Guerra Mundial?
René Gertz – A esta pergunta não posso responder, porque eu justamente não consigo estabelecer qualquer relação de continuidade entre o nazismo dos anos 1930-1940 e o “neonazismo” atual, ao menos aqui no Rio Grande do Sul.
Fonte: site do Instituto Humanistas Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/520006-neonazismo-no-rs-que-ha-de-verdade-ou-mentira-em-tudo-isso-entrevista-especial-com-rene-gertz
“Há autoridades gaúchas claramente interessadas em, por razões abscônditas, superestimar a presença “neonazista” por aqui", diz o historiador.
Confira a entrevista.
Foto: www.brasilescola.com
Desde 2003 o tema do neonazismo “ocupa algum lugar na imprensa brasileira”, mas os dados apresentados não conferem com o que acontece na realidade, diz o historiador gaúcho, René Gertz à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail. Crítico às matérias publicadas na imprensa gaúcha, ele assegura que “há razões para ser cético em relação aos ‘neonazistas virtuais’”. E dispara: “O delegado Paulo César Jardim lida há dez anos com o ‘neonazismo’ no Rio Grande do Sul. Segundo declarações públicas suas, ele fichou 35 ‘neonazistas’ durante todos esses anos. No meu livro, arrolo 32 nomes – e provavelmente o delegado não tem mais que isso, na sua lista. Para Santa Catarina não se conhece lista, mas sabe-se de muito poucos casos concretos. Para o Paraná há uma lista de 12 – portanto: 32 + 12 + 6? = 50 (talvez um pouco mais). Isso é aquilo que existe de concreto, de palpável”.
René Gertz (foto abaixo) é professor nos Departamentos de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Licenciado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, é mestre em Ciência Política pela UFRGS, e doutor, na mesma área, pela Universidade de Berlim, onde também obteve o título de pós-doutor. É autor de O aviador e o carroceiro: política, etnia e religião no Rio Grande do Sul dos anos 1920 (Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002), O Estado Novo no Rio Grande do Sul (Passo Fundo: Editora Universidade de Passo Fundo, 2005), e O neonazismo no Rio Grande do Sul (Porto Alegre: EDIPUCRS e Editora AGE, 2012).
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Desde quando e por que razão se fala que existem grupos neonazistas no Rio Grande do Sul?
Foto: Helena Gertz |
Nos anos 1980, ocorreu em Porto Alegre um fenômeno que poderia ter sido classificado de “neonazista”, mas, em geral, não o foi. Trata-se da Editora Revisão, cujo proprietário foi Siegfried Ellwanger Castan, o qual publicou livros e outros materiais em que criticava e negava as versões sobre o regime alemão, sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. Como Castan não era um nazista dos anos 1930-1940, poderia ter sido classificado como “neonazista” – mas não o foi, ao menos de forma usual, nas referências que eram feitas a ele em público.
Na verdade, incluir o episódio da Editora Revisão na tradição nazista está correto, em certo sentido, pois o “neonazismo”, de fato, é algo neo/novo. Nos anos finais do século passado, ganhou força, no cenário internacional, um fenômeno de radicalismo, de preconceito e de violência promovido, via de regra, por jovens, como os “hooligans” e semelhantes. E ainda que aqui, nesta breve fala, seja obrigado a simplificar ao máximo esse tipo de movimento, ele também chegou ao Brasil.
No início, um dos tratamentos mais difundidos para designar tais grupos foi “skinhead”, mas, aos poucos, se popularizou, cada vez mais, a expressão “neonazista”. O primeiro caso mais concreto, no Rio Grande do Sul, que despertou interesse na opinião pública, ocorreu dez anos atrás, na forma de uma banda chamada Zurzir. Em 2005, aconteceu um dos episódios mais marcantes, quando um grupo de três jovens identificados como judeus por usarem quipá foi atacado, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, resultando em ferimentos graves em um deles. Houve também incidentes em campos de futebol, um ataque a um guarda negro do Trensurb, e alguns episódios semelhantes. Em resumo, isso que atende, por aqui e pelo restante do Brasil, pelo nome de “neonazismo” é um fenômeno que veio a ser considerado relevante nos últimos dez anos.
IHU On-Line – Como o senhor avalia as matérias recentes publicadas na imprensa, divulgando dados de pesquisas que apontam o RS como o segundo estado que mais baixa material neonazista? Quais são seus argumentos contrários à pesquisa?
René Gertz – Desde, no mínimo, 2003, o tema “neonazismo” ocupa algum lugar na imprensa brasileira. A intensidade variou, mas o citado ataque aos rapazes judeus, em 2005, representou um primeiro pico. Em 2009, houve um assassinato no Paraná que representou outro momento de intensificação de notícias – talvez tenha oportunidade de voltar a este caso, mais diante. E ao final de 2012 foi noticiado que está marcado para meados deste ano de 2013 o julgamento daqueles rapazes que participaram do ataque aos meninos judeus.
Além de uma possível agitação natural decorrente da aproximação do julgamento, pode-se – como hipótese! – imaginar certa artificialidade nessa alaúza de agora, pois o julgamento se dará por júri popular, e os interessados na condenação, obviamente, sabem que uma agitação para criar um clima negativo contra o “neonazismo”, na opinião pública, pode influenciar os jurados contra os réus. É apenas uma hipótese, mas plausível.
Dentro desse contexto, ao menos duas matérias jornalísticas de impacto foram divulgadas no decorrer do mês de abril. Uma de repercussão mais restrita, sob o título “Proliferação de grupos neonazistas aterroriza Sul”, na edição online de O Globo, do dia 6 de abril de 2013, e a outra publicada pela Empresa Brasileira de Comunicação – EBC, sob o título “O mapa da intolerância... mapa da intolerância...”, no dia 11 do mesmo mês.
A pergunta, naturalmente, se refere a esta segunda matéria, que divulgou uma pesquisa que teve repercussão em uma infinidade de meios de comunicação. Tenho, porém, restrições a ambas as matérias.
IHU On-Line – Quais são suas restrições a esta segunda matéria? Suas pesquisas parecem concentrar-se em “neonazistas reais”, desconfiando, por consequência, dos números de “neonazistas virtuais” – é isso?
René Gertz – É mais ou menos isso. Em primeiro lugar, devo dizer que no meu recente livro O neonazismo no Rio Grande do Sul (EDIPUCRS/AGE, 2012) transcrevo uma longa (e até maçante) pendenga com a autora da pesquisa em questão, Adriana Abreu Magalhães Dias. Como alguns colegas me criticaram de forma veemente por essa parte do livro, acusando-me até de falta de decoro acadêmico, remeto os interessados ao livro, pois, com a leitura, entenderão minhas razões pessoais para não comprar um carro usado dessa pessoa.
Mas há também argumentos lógicos, universais para não me entusiasmar com os números apresentados por ela. Ainda que numa entrevista dela ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU, em 2007, tenha falado num total de 150.000 “neonazistas” para todo o Brasil, na sua dissertação (p. 35), então recém-defendida, e em várias outras manifestações insistiu em 90.000. O destaque da manifestação na matéria da EBC está num suposto ou efetivo crescimento vertiginoso no decorrer dos anos. Acontece que na dissertação de 2007 ela insistiu que metade dos “neonazistas” brasileiros se encontrava em Santa Catarina (45.000). Um dado que causa estranheza é que, mesmo a matéria de 2013 não apresentando um número total para todo o Brasil, certamente não é exagerado pressupor, agora sim, 140.000, pois – além dos 45.000 de SC – ela arrola 42.000 no RS, 29.000 em SP, 18.000 no PR, 8.000 no DF, 6.000 em MG. Isso dá um total de 137.000. Não está errado pressupor – dentro desta lógica – que haja, no mínimo, mais 3.000 nos demais estados. Isso representaria um crescimento geral de 50.000, ou, em termos percentuais, em torno de 55%. Estranho que em Santa Catarina esse crescimento teria sido ZERO!
Outro argumento. Santa Catarina foi insistentemente apresentado como o estado com o maior número de “neonazistas” do país. Acontece que a polícia de lá desconhece essas hordas, inclusive não trabalhando com esquema especial para reprimir os poucos atos classificados na categoria de “neonazistas” – concentrando, muito mais, sua preocupação nos desafios representados por ações de bandidos “comuns”, que têm desafiado o poder do Estado com atos violentos, divulgados com muito destaque na imprensa, mas jamais apresentados como “neonazistas”.
Terceiro argumento. Em abril de 2009, ocorreu uma famigerada reunião de “neonazistas” no Paraná, durante a qual duas pessoas foram assassinadas. O episódio teve enorme repercussão em todo o país. A violência dentro do próprio grupo decorreu do fato de que foi uma reunião programática, na qual se discutiram questões fundamentais de longo prazo do movimento, objetivos e estratégias de ação, enfim. Estranho é que numa reunião dessa importância estivessem representantes do “neonazismo” do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais e de outros estados, mas NENHUM representante do Rio Grande do Sul nem de Santa Catarina (uma pessoa que, naquele momento, residia há pouco tempo no Rio Grande do Sul era paranaense, e se desconheciam atos “neonazistas” da parte dele, por aqui, até então). Como se pode explicar esse fato se dos pressupostos 140.000 “neonazistas” de todo o Brasil as duas “bancadas” supostamente majoritárias, que representariam nada menos que 87.000, ou seja, mais de 60% do total, não estivessem representadas numa reunião de tanta importância?
Estes são apenas três argumentos que recomendam que pessoas responsáveis tenham cuidado em divulgar a matéria em pauta – e esta foi minha crítica ao IHU, por divulgá-la de forma acrítica, e que, no final, motivou esta entrevista. Há razões para ser cético em relação aos “neonazistas virtuais” de Adriana Abreu Magalhães Dias.
Com isso chego aos “neonazistas reais”. O delegado Paulo César Jardim lida há dez anos com o “neonazismo” no Rio Grande do Sul. Segundo declarações públicas suas, ele fichou 35 “neonazistas” durante todos esses anos. No meu livro, arrolo 32 nomes – e provavelmente o delegado não tem mais que isso, na sua lista. Para Santa Catarina não se conhece lista, mas sabe-se de muito poucos casos concretos. Para o Paraná há uma lista de 12 – portanto: 32 + 12 + 6? = 50 (talvez um pouco mais). Isso é aquilo que existe de concreto, de palpável. Nos 105.000 que Adriana Dias diz ter detectado para RS, SC e PR, juntos, precisamos acreditar cegamente como acreditamos em fantasmas, em duendes. Mais uma razão para ter tomado a iniciativa de criticar o IHU/Unisinos por publicar os dados propalados por Adriana Dias, sem qualquer referência ou comentário críticos.
IHU On-Line – Como o governo do estado e as autoridades se manifestam diante das notícias de que há grupos neonazistas no RS?
René Gertz – Esta pergunta me permite voltar à outra notícia recentemente divulgada, a de que a “proliferação de grupos neonazistas aterroriza o Sul” brasileiro. Segundo a matéria, o citado delegado Paulo César Jardim teria fornecido a informação de que fichou, ao todo, 500 (quinhentos) “neonazistas”. Acontece que essa mesma autoridade está falando, há anos, em “entre 30 e 40”, para, alguns meses atrás, numa declaração pública, citar o número exato de 35 “neonazistas” gaúchos. Causa estupefação que, de repente, sem que tenha sido noticiada qualquer intensificação de atos “neonazistas” no estado, esse número se tenha multiplicado por 15!
A polícia de SC tem dado menos atenção ao “neonazismo”, até porque tem coisas mais prementes a resolver (os atentados da bandidagem); no PR há um delegado designado para tratar do assunto, mas ele já declarou em público que “os ataques de neonazistas são mais escassos” no estado. Só no Rio Grande do Sul o delegado Jardim não perde oportunidade para desenhar um quadro tétrico da “ameaça neonazista” – a população gaúcha que leu o título da matéria de O Globo sabe que aquilo que efetivamente “aterroriza” aqui são os ataques diários a bancos, os assaltos chegando às próprias áreas rurais do interior do estado, as drogas etc. Os exageros divulgados aqui chamaram a atenção até de Adriana Dias. Em seu blog pode ler-se: “o delegado Jardim adora colocar seus feitos como primeiros. Além disso, afirmar que o racismo está na gênese do gaúcho é tão racista quanto o próprio racismo... Cadê o botão de sanidade?”.
Em resumo, respondendo à pergunta: há autoridades gaúchas claramente interessadas em, por razões abscônditas, superestimar a presença “neonazista” por aqui.
IHU On-Line – Como compreender a afinidade de pessoas com grupos neonazistas e a proliferação de conteúdos neonazistas na internet, mais de 60 anos depois da Segunda Guerra Mundial?
René Gertz – A esta pergunta não posso responder, porque eu justamente não consigo estabelecer qualquer relação de continuidade entre o nazismo dos anos 1930-1940 e o “neonazismo” atual, ao menos aqui no Rio Grande do Sul.
Fonte: site do Instituto Humanistas Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/520006-neonazismo-no-rs-que-ha-de-verdade-ou-mentira-em-tudo-isso-entrevista-especial-com-rene-gertz
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Ataque a torcedores na Itália alimenta medo de violência neofascista
ROMA, 23 Nov (Reuters) - Um ataque brutal contra torcedores do clube de futebol inglês Tottenham Hotspur em Roma alimentou os temores na Itália com relação ao crescimento da violência da direita e do antissemitismo.
A capital italiana foi atingida por um aumento da militância da extrema direita desde outubro, com manifestações semanais promovidas pelo grupo de jovens neofascistas Blocco Studentesco, que em geral terminam em confrontos com a polícia.
A mídia italiana inicialmente atribuiu o ataque de quinta-feira aos torcedores linha-dura ou ‘ultras'' da Lazio, time que enfrentou o Tottenham pela Liga da Europa.
Mas dois torcedores da Roma, os principais rivais da Lazio na cidade, estavam entre os 15 detidos por suposto envolvimento no ataque contra um bar no centro da cidade, o que sugere uma possível motivação diferente.
O Tottenham tem muitos torcedores judeus, e testemunhas contaram à mídia italiana que homens mascarados armados com facas e tacos de beisebol gritavam "Judeus, judeus" ao cercar o pub onde os torcedores do Tottenham bebiam, em um distrito frequentado por turistas em um bairro antigo de Roma.
Dez pessoas foram feridas no ataque. O torcedor inglês Ashley Mills, de 25 anos, ficou em estado grave. Ele foi submetido a uma cirurgia por causa de um ferimento na perna na sexta-feira e ainda era monitorado pelos médicos, informou o hospital de Roma em que ele está sendo tratado.
A Lazio divulgou uma declaração na quinta-feira afirmando que qualquer sugestão de que os agressores seriam torcedores do time era "totalmente sem fundamento".
O embaixador de Israel na Itália, Naor Gilon, disse a jornalistas que o ataque contra torcedores do Spurs vinha de "uma nova tendência de antissemitismo na Europa".
O Congresso Judaico Mundial pediu na sexta-feira que a Lazio seja suspensa do futebol europeu, caso o clube não tome medidas contra os torcedores linha-dura antissemitas.
Notícias na imprensa informaram que os torcedores da Lazio cantaram "Juden Tottenham, Juden Tottenham" na partida de quinta-feira.
PERIGO AOS JUDEUS
O caso de violência deu início a uma discussão sobre a segurança dos judeus em Roma.
O chefe da comunidade judaica da cidade, Ricardo Pacifici, disse que o ataque mostra que os judeus não estão suficientemente protegidos.
O comissário de polícia Giuseppe Pecoraro rejeitou a acusação, classificada por ele de provocação. "A polícia faz mais para a comunidade judaica de Roma do que em qualquer outro lugar do mundo", afirmou.
O prefeito de Roma, Gianni Alemanno, anunciou o financiamento de 21 milhões de euros (27 milhões de dólares) para o Museu do Holocausto "a fim de dar uma resposta imediata aos vários sinais de antissemitismo ocorridos recentemente em nossa cidade".
O próprio Alemanno é um antigo líder da juventude neofascista que era cumprimentado com saudações fascistas e gritos de "Duce! Duce!" ao ser eleito prefeito em 2008. Duce é o termo adotado pelo ditador italiano Benito Mussolini.
Por Naomi O''Leary
23 de novembro de 2012 • 14h16
Fonte: Reuters/Terra
http://esportes.terra.com.br/noticias/0,,OI6326623-EI1137,00-Ataque+a+torcedores+na+Italia+alimenta+medo+de+violencia+neofascista.html
A capital italiana foi atingida por um aumento da militância da extrema direita desde outubro, com manifestações semanais promovidas pelo grupo de jovens neofascistas Blocco Studentesco, que em geral terminam em confrontos com a polícia.
A mídia italiana inicialmente atribuiu o ataque de quinta-feira aos torcedores linha-dura ou ‘ultras'' da Lazio, time que enfrentou o Tottenham pela Liga da Europa.
Mas dois torcedores da Roma, os principais rivais da Lazio na cidade, estavam entre os 15 detidos por suposto envolvimento no ataque contra um bar no centro da cidade, o que sugere uma possível motivação diferente.
O Tottenham tem muitos torcedores judeus, e testemunhas contaram à mídia italiana que homens mascarados armados com facas e tacos de beisebol gritavam "Judeus, judeus" ao cercar o pub onde os torcedores do Tottenham bebiam, em um distrito frequentado por turistas em um bairro antigo de Roma.
Dez pessoas foram feridas no ataque. O torcedor inglês Ashley Mills, de 25 anos, ficou em estado grave. Ele foi submetido a uma cirurgia por causa de um ferimento na perna na sexta-feira e ainda era monitorado pelos médicos, informou o hospital de Roma em que ele está sendo tratado.
A Lazio divulgou uma declaração na quinta-feira afirmando que qualquer sugestão de que os agressores seriam torcedores do time era "totalmente sem fundamento".
O embaixador de Israel na Itália, Naor Gilon, disse a jornalistas que o ataque contra torcedores do Spurs vinha de "uma nova tendência de antissemitismo na Europa".
O Congresso Judaico Mundial pediu na sexta-feira que a Lazio seja suspensa do futebol europeu, caso o clube não tome medidas contra os torcedores linha-dura antissemitas.
Notícias na imprensa informaram que os torcedores da Lazio cantaram "Juden Tottenham, Juden Tottenham" na partida de quinta-feira.
PERIGO AOS JUDEUS
O caso de violência deu início a uma discussão sobre a segurança dos judeus em Roma.
O chefe da comunidade judaica da cidade, Ricardo Pacifici, disse que o ataque mostra que os judeus não estão suficientemente protegidos.
O comissário de polícia Giuseppe Pecoraro rejeitou a acusação, classificada por ele de provocação. "A polícia faz mais para a comunidade judaica de Roma do que em qualquer outro lugar do mundo", afirmou.
O prefeito de Roma, Gianni Alemanno, anunciou o financiamento de 21 milhões de euros (27 milhões de dólares) para o Museu do Holocausto "a fim de dar uma resposta imediata aos vários sinais de antissemitismo ocorridos recentemente em nossa cidade".
O próprio Alemanno é um antigo líder da juventude neofascista que era cumprimentado com saudações fascistas e gritos de "Duce! Duce!" ao ser eleito prefeito em 2008. Duce é o termo adotado pelo ditador italiano Benito Mussolini.
Por Naomi O''Leary
23 de novembro de 2012 • 14h16
Fonte: Reuters/Terra
http://esportes.terra.com.br/noticias/0,,OI6326623-EI1137,00-Ataque+a+torcedores+na+Italia+alimenta+medo+de+violencia+neofascista.html
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Antissemitismo no CODOH (a 'central' do "revisionismo")
Encontrar antissemitas no CODOH é como pescar peixe num barril, mas vale a pena reunir os casos em que Jonnie Hargis permite ficar no fórum. Eu os reproduzi sem comentar porque seu ódio e veneno são óbvios a qualquer leitor não insano.
Em 6 de maio de 2005, 'steve' (que tem 149 postagens no CODOH) escreveu:
O moderador Jonnie Hargis afirmou que as vítimas alvejadas pelos Einsatzgruppen não eram inocentes:
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2011/11/antisemitism-at-codoh.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
Em 6 de maio de 2005, 'steve' (que tem 149 postagens no CODOH) escreveu:
Você parece muito irritado com o fato de que alguns de nós têm claramente um problema com os judeus. Bem, e se estivéssimos certos sobre a grande farsa? Isso significaria que todos os judeus "testemunhas oculares" são um bando de mentirosos imbecis. Imagine isso. Todas essas histórias incríveis. Não são os irlandeses dizendo todas essas mentiras. Eles são/eram judeus! Imagine o Holocausto como uma grande mentira.No mesmo ano, Turpitz postou a visão de Bobby Fischer de que "Os Estados Unidos é uma farsa controlada por sujos, judeus bastardos circuncidados de nariz adunco"; Turpitz comentou, "e quem sou eu para não concordar com ele?"
[...]
Se realmente for o caso do Holocausto ser uma mentira, certamente você pode entender porque alguns de nós estarem muitos chateados com os judeus. Afinal, não é razoável? Se o H (Holocausto) for uma mentira não ter um problema com os judeus? Isso não seria uma reação natural? Claro, não estou dizendo que se deve odiar TODOS os judeus (eu gosto de Bobby Fischer, por exemplo), mas estou dizendo que se o H (Holocausto) for de fato uma grande mentira, o sentimento anti-judaico é perfeitamente compreensível.
O moderador Jonnie Hargis afirmou que as vítimas alvejadas pelos Einsatzgruppen não eram inocentes:
- Os judeus eram bastante ativos na atividade ilegal de grupos terroristas partisans (combatentes não-uniformed), eles sofreram casualidades através das ações anti-terroristas dos Einsatzgruppen, eles certamente não eram 'inocentes'.Na mesma discussão, ele defendeu o assassinato de crianças judias:
Na realidade, mulheres e crianças estavam envolvidos em terrorismo partisan, então eu sugiro que você leia a lei internacional do período.Hargis tem um problema com Chomsky:
Eu tendo a concordar com a afirmação de que Chomsky é uma fraude dos direitos humanos. E nem precisa mencionar seu judeu-centrismo nas ideias marxistas que historicamente se comprovaram ser impraticáveis.O que exatamente significa o 'exceto judeu-centrismo marxista' na mente de um nazi?
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2011/11/antisemitism-at-codoh.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Neonazi capturado em Portugal é extraditado para a Alemanha para cumprir pena na prisão
Da The Associated Press 19 de Setembro, 2012 9:02 AM
BERLIM - Promotores da Bavária afirmaram que um neonazi alemão, que passou sete anos foragido até ser capturado em Portugal, foi extraditado para a Alemanha para cumprir a sentença de prisão.
O promotor do Ministério Público de Nuremberg-Fuerth disse quarta-feira que Gerhard Ittner, de 54 anos, foi levado para a Alemanha na terça-feira onde começará a cumprir sua pena de 33 meses de prisão por calúnia, ódio racial e outros crimes.
Ittner foi condenado em 2005, mas fugiu antes que pudesse ser preso. Foi capturado pelas autoridades portuguesas em abril e tem estado sob custódia desde então.
Oficiais da Bavária disseram que o membro do agora morto Partido da União do Povo Alemão era um conhecido negador do Holocausto que usava a internet para espalhar propaganda de extrema-direita entre 2002 e 2004.
Fonte: AP/Calgary Herald
http://www.calgaryherald.com/news/NeoNazi+captured+Portugal+extradited+Germany+serve+prison+term/7265700/story.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Sieben Jahre auf der Flucht: Neonazi Ittner gefasst (Nordbayern.de, Alemanha)
Neonazi Gerhard Ittner |
O promotor do Ministério Público de Nuremberg-Fuerth disse quarta-feira que Gerhard Ittner, de 54 anos, foi levado para a Alemanha na terça-feira onde começará a cumprir sua pena de 33 meses de prisão por calúnia, ódio racial e outros crimes.
Ittner foi condenado em 2005, mas fugiu antes que pudesse ser preso. Foi capturado pelas autoridades portuguesas em abril e tem estado sob custódia desde então.
Oficiais da Bavária disseram que o membro do agora morto Partido da União do Povo Alemão era um conhecido negador do Holocausto que usava a internet para espalhar propaganda de extrema-direita entre 2002 e 2004.
Fonte: AP/Calgary Herald
http://www.calgaryherald.com/news/NeoNazi+captured+Portugal+extradited+Germany+serve+prison+term/7265700/story.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Sieben Jahre auf der Flucht: Neonazi Ittner gefasst (Nordbayern.de, Alemanha)
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