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sábado, 13 de julho de 2013

Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?” Entrevista especial com René Gertz

Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?” Entrevista especial com René Gertz

“Há autoridades gaúchas claramente interessadas em, por razões abscônditas, superestimar a presença “neonazista” por aqui", diz o historiador.

Confira a entrevista.
Foto: www.brasilescola.com

Desde 2003 o tema do neonazismo “ocupa algum lugar na imprensa brasileira”, mas os dados apresentados não conferem com o que acontece na realidade, diz o historiador gaúcho, René Gertz à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail. Crítico às matérias publicadas na imprensa gaúcha, ele assegura que “há razões para ser cético em relação aos ‘neonazistas virtuais’”. E dispara: “O delegado Paulo César Jardim lida há dez anos com o ‘neonazismo’ no Rio Grande do Sul. Segundo declarações públicas suas, ele fichou 35 ‘neonazistas’ durante todos esses anos. No meu livro, arrolo 32 nomes – e provavelmente o delegado não tem mais que isso, na sua lista. Para Santa Catarina não se conhece lista, mas sabe-se de muito poucos casos concretos. Para o Paraná há uma lista de 12 – portanto: 32 + 12 + 6? = 50 (talvez um pouco mais). Isso é aquilo que existe de concreto, de palpável”.

René Gertz (foto abaixo) é professor nos Departamentos de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Licenciado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, é mestre em Ciência Política pela UFRGS, e doutor, na mesma área, pela Universidade de Berlim, onde também obteve o título de pós-doutor. É autor de O aviador e o carroceiro: política, etnia e religião no Rio Grande do Sul dos anos 1920 (Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002), O Estado Novo no Rio Grande do Sul (Passo Fundo: Editora Universidade de Passo Fundo, 2005), e O neonazismo no Rio Grande do Sul (Porto Alegre: EDIPUCRS e Editora AGE, 2012).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Desde quando e por que razão se fala que existem grupos neonazistas no Rio Grande do Sul?

Foto: Helena Gertz
René Gertz – Nas décadas de 1930 e 1940, existiu uma coisa chamada “nazismo”. Militantes ou simpatizantes, obviamente, sobreviveram no pós-guerra pelo mundo afora. Também no Rio Grande do Sul existiram alguns nazistas, naqueles anos. Parte deles foi expulsa no contexto da Segunda Guerra Mundial, outros foram embora por conta própria e ainda outros ficaram por aqui. Além disso, é provável que um ou outro tenha vindo para cá após a guerra, fugindo da caça a eles, na Alemanha derrotada. Não existem estudos a respeito destes últimos, de forma que as referências a eles são folclóricas, significando que são diz-que-diz-ques, sem base objetiva.

Nos anos 1980, ocorreu em Porto Alegre um fenômeno que poderia ter sido classificado de “neonazista”, mas, em geral, não o foi. Trata-se da Editora Revisão, cujo proprietário foi Siegfried Ellwanger Castan, o qual publicou livros e outros materiais em que criticava e negava as versões sobre o regime alemão, sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto. Como Castan não era um nazista dos anos 1930-1940, poderia ter sido classificado como “neonazista” – mas não o foi, ao menos de forma usual, nas referências que eram feitas a ele em público.

Na verdade, incluir o episódio da Editora Revisão na tradição nazista está correto, em certo sentido, pois o “neonazismo”, de fato, é algo neo/novo. Nos anos finais do século passado, ganhou força, no cenário internacional, um fenômeno de radicalismo, de preconceito e de violência promovido, via de regra, por jovens, como os “hooligans” e semelhantes. E ainda que aqui, nesta breve fala, seja obrigado a simplificar ao máximo esse tipo de movimento, ele também chegou ao Brasil.

No início, um dos tratamentos mais difundidos para designar tais grupos foi “skinhead”, mas, aos poucos, se popularizou, cada vez mais, a expressão “neonazista”. O primeiro caso mais concreto, no Rio Grande do Sul, que despertou interesse na opinião pública, ocorreu dez anos atrás, na forma de uma banda chamada Zurzir. Em 2005, aconteceu um dos episódios mais marcantes, quando um grupo de três jovens identificados como judeus por usarem quipá foi atacado, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, resultando em ferimentos graves em um deles. Houve também incidentes em campos de futebol, um ataque a um guarda negro do Trensurb, e alguns episódios semelhantes. Em resumo, isso que atende, por aqui e pelo restante do Brasil, pelo nome de “neonazismo” é um fenômeno que veio a ser considerado relevante nos últimos dez anos.

IHU On-Line – Como o senhor avalia as matérias recentes publicadas na imprensa, divulgando dados de pesquisas que apontam o RS como o segundo estado que mais baixa material neonazista? Quais são seus argumentos contrários à pesquisa?

René Gertz – Desde, no mínimo, 2003, o tema “neonazismo” ocupa algum lugar na imprensa brasileira. A intensidade variou, mas o citado ataque aos rapazes judeus, em 2005, representou um primeiro pico. Em 2009, houve um assassinato no Paraná que representou outro momento de intensificação de notícias – talvez tenha oportunidade de voltar a este caso, mais diante. E ao final de 2012 foi noticiado que está marcado para meados deste ano de 2013 o julgamento daqueles rapazes que participaram do ataque aos meninos judeus.

Além de uma possível agitação natural decorrente da aproximação do julgamento, pode-se – como hipótese! – imaginar certa artificialidade nessa alaúza de agora, pois o julgamento se dará por júri popular, e os interessados na condenação, obviamente, sabem que uma agitação para criar um clima negativo contra o “neonazismo”, na opinião pública, pode influenciar os jurados contra os réus. É apenas uma hipótese, mas plausível.

Dentro desse contexto, ao menos duas matérias jornalísticas de impacto foram divulgadas no decorrer do mês de abril. Uma de repercussão mais restrita, sob o título “Proliferação de grupos neonazistas aterroriza Sul”, na edição online de O Globo, do dia 6 de abril de 2013, e a outra publicada pela Empresa Brasileira de Comunicação – EBC, sob o título “O mapa da intolerância... mapa da intolerância...”, no dia 11 do mesmo mês.

A pergunta, naturalmente, se refere a esta segunda matéria, que divulgou uma pesquisa que teve repercussão em uma infinidade de meios de comunicação. Tenho, porém, restrições a ambas as matérias.

IHU On-Line – Quais são suas restrições a esta segunda matéria? Suas pesquisas parecem concentrar-se em “neonazistas reais”, desconfiando, por consequência, dos números de “neonazistas virtuais” – é isso?

René Gertz – É mais ou menos isso. Em primeiro lugar, devo dizer que no meu recente livro O neonazismo no Rio Grande do Sul (EDIPUCRS/AGE, 2012) transcrevo uma longa (e até maçante) pendenga com a autora da pesquisa em questão, Adriana Abreu Magalhães Dias. Como alguns colegas me criticaram de forma veemente por essa parte do livro, acusando-me até de falta de decoro acadêmico, remeto os interessados ao livro, pois, com a leitura, entenderão minhas razões pessoais para não comprar um carro usado dessa pessoa.

Mas há também argumentos lógicos, universais para não me entusiasmar com os números apresentados por ela. Ainda que numa entrevista dela ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU, em 2007, tenha falado num total de 150.000 “neonazistas” para todo o Brasil, na sua dissertação (p. 35), então recém-defendida, e em várias outras manifestações insistiu em 90.000. O destaque da manifestação na matéria da EBC está num suposto ou efetivo crescimento vertiginoso no decorrer dos anos. Acontece que na dissertação de 2007 ela insistiu que metade dos “neonazistas” brasileiros se encontrava em Santa Catarina (45.000). Um dado que causa estranheza é que, mesmo a matéria de 2013 não apresentando um número total para todo o Brasil, certamente não é exagerado pressupor, agora sim, 140.000, pois – além dos 45.000 de SC – ela arrola 42.000 no RS, 29.000 em SP, 18.000 no PR, 8.000 no DF, 6.000 em MG. Isso dá um total de 137.000. Não está errado pressupor – dentro desta lógica – que haja, no mínimo, mais 3.000 nos demais estados. Isso representaria um crescimento geral de 50.000, ou, em termos percentuais, em torno de 55%. Estranho que em Santa Catarina esse crescimento teria sido ZERO!

Outro argumento. Santa Catarina foi insistentemente apresentado como o estado com o maior número de “neonazistas” do país. Acontece que a polícia de lá desconhece essas hordas, inclusive não trabalhando com esquema especial para reprimir os poucos atos classificados na categoria de “neonazistas” – concentrando, muito mais, sua preocupação nos desafios representados por ações de bandidos “comuns”, que têm desafiado o poder do Estado com atos violentos, divulgados com muito destaque na imprensa, mas jamais apresentados como “neonazistas”.

Terceiro argumento. Em abril de 2009, ocorreu uma famigerada reunião de “neonazistas” no Paraná, durante a qual duas pessoas foram assassinadas. O episódio teve enorme repercussão em todo o país. A violência dentro do próprio grupo decorreu do fato de que foi uma reunião programática, na qual se discutiram questões fundamentais de longo prazo do movimento, objetivos e estratégias de ação, enfim. Estranho é que numa reunião dessa importância estivessem representantes do “neonazismo” do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais e de outros estados, mas NENHUM representante do Rio Grande do Sul nem de Santa Catarina (uma pessoa que, naquele momento, residia há pouco tempo no Rio Grande do Sul era paranaense, e se desconheciam atos “neonazistas” da parte dele, por aqui, até então). Como se pode explicar esse fato se dos pressupostos 140.000 “neonazistas” de todo o Brasil as duas “bancadas” supostamente majoritárias, que representariam nada menos que 87.000, ou seja, mais de 60% do total, não estivessem representadas numa reunião de tanta importância?

Estes são apenas três argumentos que recomendam que pessoas responsáveis tenham cuidado em divulgar a matéria em pauta – e esta foi minha crítica ao IHU, por divulgá-la de forma acrítica, e que, no final, motivou esta entrevista. Há razões para ser cético em relação aos “neonazistas virtuais” de Adriana Abreu Magalhães Dias.

Com isso chego aos “neonazistas reais”. O delegado Paulo César Jardim lida há dez anos com o “neonazismo” no Rio Grande do Sul. Segundo declarações públicas suas, ele fichou 35 “neonazistas” durante todos esses anos. No meu livro, arrolo 32 nomes – e provavelmente o delegado não tem mais que isso, na sua lista. Para Santa Catarina não se conhece lista, mas sabe-se de muito poucos casos concretos. Para o Paraná há uma lista de 12 – portanto: 32 + 12 + 6? = 50 (talvez um pouco mais). Isso é aquilo que existe de concreto, de palpável. Nos 105.000 que Adriana Dias diz ter detectado para RS, SC e PR, juntos, precisamos acreditar cegamente como acreditamos em fantasmas, em duendes. Mais uma razão para ter tomado a iniciativa de criticar o IHU/Unisinos por publicar os dados propalados por Adriana Dias, sem qualquer referência ou comentário críticos.

IHU On-Line – Como o governo do estado e as autoridades se manifestam diante das notícias de que há grupos neonazistas no RS?

René Gertz – Esta pergunta me permite voltar à outra notícia recentemente divulgada, a de que a “proliferação de grupos neonazistas aterroriza o Sul” brasileiro. Segundo a matéria, o citado delegado Paulo César Jardim teria fornecido a informação de que fichou, ao todo, 500 (quinhentos) “neonazistas”. Acontece que essa mesma autoridade está falando, há anos, em “entre 30 e 40”, para, alguns meses atrás, numa declaração pública, citar o número exato de 35 “neonazistas” gaúchos. Causa estupefação que, de repente, sem que tenha sido noticiada qualquer intensificação de atos “neonazistas” no estado, esse número se tenha multiplicado por 15!

A polícia de SC tem dado menos atenção ao “neonazismo”, até porque tem coisas mais prementes a resolver (os atentados da bandidagem); no PR há um delegado designado para tratar do assunto, mas ele já declarou em público que “os ataques de neonazistas são mais escassos” no estado. Só no Rio Grande do Sul o delegado Jardim não perde oportunidade para desenhar um quadro tétrico da “ameaça neonazista” – a população gaúcha que leu o título da matéria de O Globo sabe que aquilo que efetivamente “aterroriza” aqui são os ataques diários a bancos, os assaltos chegando às próprias áreas rurais do interior do estado, as drogas etc. Os exageros divulgados aqui chamaram a atenção até de Adriana Dias. Em seu blog pode ler-se: “o delegado Jardim adora colocar seus feitos como primeiros. Além disso, afirmar que o racismo está na gênese do gaúcho é tão racista quanto o próprio racismo... Cadê o botão de sanidade?”.

Em resumo, respondendo à pergunta: há autoridades gaúchas claramente interessadas em, por razões abscônditas, superestimar a presença “neonazista” por aqui.

IHU On-Line – Como compreender a afinidade de pessoas com grupos neonazistas e a proliferação de conteúdos neonazistas na internet, mais de 60 anos depois da Segunda Guerra Mundial?

René Gertz – A esta pergunta não posso responder, porque eu justamente não consigo estabelecer qualquer relação de continuidade entre o nazismo dos anos 1930-1940 e o “neonazismo” atual, ao menos aqui no Rio Grande do Sul.

Fonte: site do Instituto Humanistas Unisinos
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/520006-neonazismo-no-rs-que-ha-de-verdade-ou-mentira-em-tudo-isso-entrevista-especial-com-rene-gertz

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Caso Kalymon (guarda ucraniano)

Os processos de deportação contra John Kalymon, um ucraniano guarda de polícia em Lviv(Leópolis), que está em curso há vários anos, produziu um julgamento legal que pode ser lido aqui. A descoberta fundamental é de que há documentos nos quais Kalymon foi responsável por uso de munição, afirmando que ele atirou em judeus. Cito estes trechos abaixo para indicar a brutalidade das atividades regulares da polícia, a partir do qual os leitores podem tirar suas próprias conclusões:
Um relatório datado de 14 de agosto de 1942, indicou que "Iv Kalymun registrou que ele disparou quatro tiros enquanto estava em serviço", ferindo um judeu e matando outro. Além disso, o chefe do comissariado apresentou um relatório resumo sobre a mesma data indicando que os policiais "entregaram 2.128 judeus a um ponto de reunião central." O relatório afirma que 12 judeus foram "mortos ao escapar," sete judeus foram feridos, e que "Ivan Kalymun" gastou quatro cartuchos de munição. Além disso, em 20 de agosto de 1942, "Kalymun" disparou dois cartuchos de munição, usados ​​durante operações em que 525 judeus foram entregues a um ponto de reunião, 14 judeus foram mortos a tiros e seis ficaram feridos. No dia seguinte, "Ivan Kalymun" disparou dois cartuchos de munição em uma operação onde policiais prenderam e entregaram um adicional de 805 judeus. Em junho de 1943, o comissariado de Kalymon participou "na liquidação do gueto judeu", onde judeus foram fuzilados ou enviados para campos de trabalho forçado. De 19 a 23 de novembro de 1943, todos os membros da UAP em Lviv(Leópolis), inclusive no comissariado de Kalymon, participaram das operações de busca em massa para localizar e entregar os judeus remanescentes do gueto para as autoridades alemãs.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2013/02/kalymon-case.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Alemanha lança operação contra grupos neonazis e apreende armas e propaganda

Cerca de 900 polícias revistaram mais de 140 vivendas
Alemanha lança operação contra grupos neonazis e apreende armas e propaganda

23.08.2012 - 18:27 Por Isabel Gorjão Santos

Autoridades apreenderam símbolos nazis, armas e material de propaganda Autoridades apreenderam símbolos nazis, armas e material de propaganda (Ralf Roeger/AFP)

Mais de 900 polícias foram mobilizados nesta quinta-feira para aquela que foi considerada a maior operação contra grupos neonazis no estado alemão da Renânia do Norte-Vestefália, na parte ocidental do país. Apreenderam computadores, armas e material de propaganda.

A operação envolveu buscas em mais de 140 vivendas e em bares, e no final a polícia mostrou punhais, balas, painéis com a cruz suástica e a imagem de Hitler e armas, várias armas, algumas de grande calibre. Não foram efectuadas detenções, mas alguns membros dos grupos de extrema-direita visados já estariam detidos.

“Com esta operação conseguimos infligir um golpe na rede de neonazis”, garantiu o ministro do Interior estadual, Ralf Jäger. “Estes grupos são anti-estrangeiros, racistas e anti-semitas”, disse numa conferência de imprensa sobre a operação policial.

A Renânia do Norte-Vestefália é o estado com mais população da Alemanha, cerca de 18 milhões de habitantes, e esta operação, para recolha de provas, foi realizada depois de ter sido banida e proibida a actividades de três organizações neonazis locais – a Kamaradschaft Aachener Land, que opera em Aquisgrano (Aachen), a Resistência Nacional de Dortmund e a Kamaradschaft Hamm.

A polícia já tinha considerado estas organizações “violentas” e dois membros do primeiro grupo foram detidos em Maio de 2010, em Berlim, por terem em sua posse bombas artesanais que pretenderiam fazer explodir durante uma manifestação de protesto contra grupos neonazis, adiantou o El País.

Só na cidade de Dortmund, que tem cerca de meio milhão de habitantes e é considerada um bastião dos neonazis na parte ocidental da Alemanha, foram agora revistadas 93 vivendas. Foi ali que, em Dezembro, as autoridades estaduais estabeleceram um novo centro de coordenação da polícia para investigar grupos neonazis.

Desta vez foram apreendidos cerca de 1000 cartazes do Partido Nacional Democrático Alemão (NPD), de extrema direita, adiantou a Deutsche Welle, o que “demonstra a estreita ligação do partido aos grupos violentos neonazis”, disse Ralf Jäger.

O debate sobre a possível ilegalização deste partido já se prolonga há vários anos, e agora vários responsáveis locais e federais já manifestaram a intenção de voltar a fazer esse pedido junto do Tribunal Constitucional, depois de ter falhado uma tentativa, em 2003, por alegada falta de provas.

Mais de 22.000 membros de grupos neonazis em todo o país

No ano passado Ralf Jäger anunciou uma estimativa segundo a qual existem na Renânia do Norte-Vestefália cerca de 4000 neonazis, e agora adiantou que 400 a 600 serão violentos. Esta operação, que começou pelas 6h e se prolongou até ao meio-dia, pretendeu também evitar que acontecesse neste estado o que ocorreu em Turíngia, na parte oriental da Alemanha, onde em Novembro se descobriu que, entre 2000 e 2007, nove cidadãos de origem turca, um de origem grega e uma mulher polícia foram assassinados por grupos neonazis sem que as autoridades tenham actuado.

Quase todos estes assassínios foram cometidos com a mesma arma, o caso provocou um escândalo na Alemanha e levou à demissão, em Julho, do chefe dos serviços secretos internos alemães Heinz Fromm.

Esta operação policial ocorre também 20 anos depois de um dos mais violentos ataques contra estrangeiros na Alemanha do pós-guerra, que ocorreu na cidade de Rostock, no Nordeste do país, entre 22 e 26 de Agosto de 1992. Na altura, centenas de neonazis atiraram pedras e cocktails molotov e incendiaram um edifício onde viviam sobretudo ciganos que tinham pedido asilo, perante várias centenas de pessoas a assistir e a aplaudir. Não houve mortos, mas o ataque despertou a atenção para o crescimento de grupos neonazis e xenófobos sobretudo na parte oriental da Alemanha, recorda a Spiegel. Na antiga Alemanha de Leste os extremistas parecem ganhar terreno.

Em todo o país haverá cerca de 22.400 membros de grupos neonazis, segundo um relatório apresentado no mês passado pelos serviços de informações internas. Serão menos do que em 2010, quando as estimativas apontavam para 25.000, mas por outro lado tem aumentado o número de extremistas neonazis preparados para recorrer à violência, de 9500 para pelo menos 9800.

Vídeo

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/Mundo/alemanha-lanca-operacao-contra-grupos-neonazis-e-apreende-armas-e-propaganda-1560189?all=1

Ver mais:
Polícia alemã proíbe três organizações neonazis (Euronews)
Polícia faz operação contra extrema-direita na Alemanha (AFP/Terra)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Crime neonazista faz três anos sem punidos

Todos os acusados estão soltos depois de receberem habeas corpus; julgamento pode ocorrer em maio

Do Metro Curitiba noticias@band.com.br

No último sábado, completaram-se três anos do duplo homicídio que vitimou o casal Renata Waechter Ferreira e Bernardo Dayrell Pedroso em Quatro Barras, Região Metropolitana de Curitiba. Segundo as investigações do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), seis pessoas participaram do crime, que teria ocorrida pela disputa de poder entre grupos neonazistas.

Todos eles foram detidos, mas soltos através de habeus corpus. “Pelo que o promotor me disse, o julgamento deve até o fim de maio”, conta a mãe de Renata, Vilma Waechter. “Ela era minha única filha, meu objetivo de vida. A nossa dor não vai passar, mas com o julgamento vamos ter pelo menos uma sensação de justiça”, afirma.

A demora no julgamento, diz Vilma, vem sendo uma estratégia dos advogados da defesa. “Eles estão fazendo de tudo para atrasar e achar brechas na lei”, afirma. O mandante do crime seria Ricardo Barollo, que é de São Paulo. Jairo Fischer é de Teotônia-RS e Rodrigo Mota, Gustavo Wendler e Rosana Almeida são de Curitiba. João Guilherme Correa, o último acusado, morava em Pato Branco.

Fonte: band.com.br
http://www.band.com.br/noticias/cidades/noticia/?id=100000499168

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Neonazistas ajudam a convocar "ato cívico" pró-Bolsonaro em São Paulo

Em São Paulo

Uma manifestação de apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) está sendo convocada na internet para o próximo sábado (9), às 11h, no vão do Masp, em São Paulo. O protesto, batizado de “ato cívico”, está sendo divulgado em rede sociais como o Orkut e no fórum “Stormfront.org”, administrado pelo movimento neonazista “White Pride World Wide” .

Reprodução de logo criado para
divulgar o ato pró-Bolsonaro no Orkut
No fórum, o tópico utilizado para divulgar a manifestação foi aberto ontem e apagado hoje, mas o cache do Google que indexa as páginas apagadas registrou as mensagens.

A convocatória, publicada por um membro denominado “Erick White”, diz: “Vamos dar o nosso apoio ao único Deputado que bate de frente com esses libertinos e Comunistas!!! Será um manifesto Cívico, portanto, levem a família, esposas, filhos e amigos... (sic)”.

O autor finaliza a mensagem os números “14/88”, simbologia nazista que faz referência a Adolfo Hitler e ao nacionalista norte-americano David Lane, defensor do mito da supremacia branca.

No Orkut, onde não há referências racistas ou nazistas explícitas, o ato foi divulgado em comunidades de apoio a Bolsonaro. São elas: “Sou fã do dep. Jair Bolsonaro”, com 4.086 membros; “Jair Bolsonaro para Presidente” (2.469 membros); “Bolsonaro é o cara” (71). Entre todas as comunidades no Orkut sobre o deputado, as três mais numerosas demonstram apoio a Bolsonaro.

Bolsonaro
As recentes polêmicas envolvendo o parlamentar começaram com um quadro do programa humorístico “CQC” exibido no último dia 28. Nele, a cantora Preta Gil perguntou ao deputado: “se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?”

A resposta, considerada racista por Preta Gil e por colegas de Bolsonaro no Congresso Nacional, foi a seguinte: “ô, Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu".

O deputado afirmou que se confundiu com a série de perguntas feitas no quadro e não se referiu aos negros em sua resposta.

Desde o episódio, Bolsonaro deu uma série de entrevistas nas quais fez criticas a homossexuais e elogios a ditadura militar.

Fonte: UOL Notícias
http://noticias.uol.com.br/politica/2011/04/06/neonazistas-ajudam-a-convocar-ato-civico-pro-bolsonaro-em-sao-paulo.jhtm

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Preso pela segunda vez suspeito de liderar neonazistas

Homem teria mandado matar casal de universitários São Paulo – Suspeito de ser o mandante do assassinato de um casal de universitários de Curitiba (PR) em uma cerimônia neonazista, Ricardo Barollo, um paulista de 34 anos, foi preso ontem na zona sul de São Paulo. É a segunda vez que os policiais fazem a captura do homem, considerado um dos líderes do movimento de intolerância contra judeus, negros e gays no Brasil. Em maio deste ano, ele acabou na cadeia, mas foi liberado pela Justiça, que agora reviu sua decisão.

Agentes também fizeram prisões de outras pessoas suspeitas de envolvimento no caso, inclusive em Teutônia, município de 25 mil habitantes no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil gaúcha investiga as relações entre neonazistas do Paraná e do Estado.

A morte do casal em Curitiba aconteceu em 20 de abril deste ano, após uma festa em comemoração dos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime foi uma rixa entre grupos neonazistas.

Conforme a investigação, Ricardo Barollo teria ordenado também a morte de um morador de Caxias do Sul e ex-integrante do movimento neonazista. O paulista visitava seguidamente a Serra gaúcha, onde namorava uma jovem moradora de Caxias do Sul e tinha contatos com simpatizantes de um grupo separatista da região.

- O movimento nazista brasileiro é forte em São Paulo e Paraná. Tem conexões em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e, em menor parte, em Goiás. Os filiados, cerca de 300 em todo o país, pagam mensalidades conforme suas possibilidades
- A ideia é criar um novo país, de supremacia da raça ariana, em algum lugar da Região Sul
- Os membros são recrutados pela internet. O requisito principal é provar a pureza da raça. Após a aceitação, os membros fazem um juramento de sangue no qual se comprometem a nunca trair, ter honra e lealdade, seguir a ideologia nacional-socialista e obedecer o líder.

Fonte: Pioneiro(Caxias do Sul)
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,2701346,157,13426,impressa.html

Mais:
Jornale Curitiba; Jornal Pequeno; Band; Terra Brasil, Paraná Online; Gazeta do Povo; O Globo

2191 pessoas, entre elas neonazistas, são presas em Operação da Polícia em São Paulo
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=685577

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vereadora é acusada de racismo em cidade mineira

BELO HORIZONTE - Uma vereadora de São João Del Rei, na região central de Minas Gerais, é acusada de racismo. A denúncia partiu de outro vereador da cidade. E o caso foi parar na polícia.

Nesta quarta-feira, será criada uma comissão na câmara de São João Del Rei para apurar a denúncia. Segundo a assessoria da vereadora, ela está internada em função de um stress e atribuiu a agressão a problemas psicológicos.

Fonte: Globominas.com
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2009/08/25/vereadora-acusada-de-racismo-em-cidade-mineira-767321446.asp

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