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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Doutores do inferno: o "campo pequeno" de Buchenwald

Publicado em 6 junho, 2012

O doutor Eugen Kogon, ex-recluso de Buchenwald e testemunha de acusação, declarou que o doutor Mrugowsky, um dos acusados, "selecionava sistematicamente a inválidos e pessoas mais velhas, especialmente franceses, que estavam no chamado "campo pequeno" de Buchenwald a fim de lhes extrair sangue para usá-lo na preparação de plasma sanguíneo.

Quando lhe foi perguntado se algum desses doadores de sangue do "campo pequeno" morreram por consequência disso, Kogon contestou: "O caso é que fica muito difícil formar uma ideia clara do "campo pequeno" de Buchenwald. Ali as pessoas morriam em massa. Pela noite havia
cadáveres nus estendidos pelos barracões porque os demais prisioneiros os arrancavam das camas para se ter um pouco mais de espaço. Os que queriam sobreviver lhes arrancavam até a menor peça de roupa. É impossível determinar se morreu alguém como consequência direta e imediata dessas extrações de sangue, porque muita gente caia e morria enquanto andava pelo "campo pequeno".

Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2012/06/06/doctores-del-infierno-el-campo-pequeno-de-buchenwald/
Trecho do livro (citado no blog): "Doctores del Infierno" (livro original em inglês, Doctors from Hell), Tempus, 2009, pág. 245; de Vivien Spitz
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tribunal alemão rejeita pedido de neonazista acusada de terrorismo

Berlim, 10 mai (EFE).- O Tribunal Regional de Munique rejeitou a reivindicação da neonazista Beate Zschäpe, que pedia a suspensão de seu jugalmento por terrorismo e assassinato múltiplo argumentando parcialidade do juiz.

A corte de Munique desprezou, por considerar infundada, a solicitação apresentada pela defesa da acusada, segundo informações da televisão pública "ARD" e do jornal "Der Tagesspiegel", por isso que o processo poderá ser retomado no dia 14.

O julgamento de Zschäpe, única sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacionalsocialista (NSU), foi interrompido no mesmo dia de seu início, na segunda-feira passada, por esse pedido, considerado pela Justiça alemã como uma manobra.

Zschäpe, de 38 anos e há 18 meses em prisão preventiva, é acusada de colaborar com a organização terrorista e assassinato múltiplo: nove imigrantes supostamente assassinados pelo grupo, assim como uma policial, entre 2000 e 2007.

A acusada é a única sobrevivente do grupo que formou com Uwe Böhnhard e Uwe Mundlos, que se suicidaram em novembro de 2001, acossados pela polícia após assaltarem um banco.

A morte dos companheiros da processada mostrou a existência do grupos e seus assassinatos, já que durante anos atribuíram as mortes de oito imigrantes turcos e um grego a ajustes de contas entre estrangeiros.

Zschäpe é acompanhada no banco dos réus por mais quatro neonazistas, acusados de cumplicidade com a NSU, entre eles o suposto autor de um macabro vídeo divulgado após o desmantelamento do grupo que percorre a série de assassinatos cometidos pelo mesmo grupo.

A acusada se entregou quatro dias depois do suicídio de seus companheiros e até agora não se pronunciou com relação às acusações contra si.

Para o julgamento estão previstos 80 encontros até janeiro de 2014, embora estima-se que pode durar até mais. A folha de acusação contém 488 páginas e foram convocadas 606 testemunhas. EFE

Fonte: EFE
http://br.noticias.yahoo.com/tribunal-alem%C3%A3o-rejeita-pedido-neonazista-acusada-terrorismo-140041578.html

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Julgamento quer acabar com o silêncio da "noiva nazi"

Beate Zschäpe entrando no tribunal
Fotografia © Michael Dalder - Reuters
Beate Zschäpe, de 38 anos, é acusada de cumplicidade em dez homicídios xenófobos cometidos entre 2000 e 2007 pelo grupo neonazi alemão Clandestinidade Nacional Socialista. Começa hoje a ser julgada em Munique.

O julgamento de Beate Zschäpe, apelidada pela imprensa alemã de "noiva nazi", começou esta segunda-feira. A mulher, de 38 anos, é suspeita de cumplicidade na morte de oito turcos e alemães de origem turca, um grego e uma agente da polícia, bem como em dois atentados contra imigrantes e 15 assaltos a bancos, naquele que é o maior julgamento de crimes racistas na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.

Vestida com um casaco negro e de braços cruzados em tom de desafio, Beate Zschäpe entrou sem algemas no tribunal de Munique virando rapidamente as costas aos fotógrafos e membros da imprensa que a aguardavam, enquanto falava com os advogados, avançou o jornal alemão "Der Spiegel".

Segundo o jornal, os procuradores afirmaram que o grupo escolhia como alvos pessoas mais vulneráveis, que geriam pequenos negócios, como forma de aterrorizar os imigrantes e obrigá-los a abandonar Alemanha pelo medo. Apesar de se ter remetido ao silêncio desde que foi detida pelas autoridades alemãs e de o seu advogado assegurar que se vai manter calada em tribunal, os juízes vão tentar fazer com que Beate Zschäpe revele pormenores sobre o grupo neonazi. Não se sabe muito sobre a única mulher do trio completado por Uwe Mundlos e Uwe Böhnhardt, que se suicidaram em novembro de 2011. Mas segundo a Procuradoria Geral alemã, Beate Zschäpe teve um papel crucial na célula terrorista: ela era uma espécie de "centro emocional do grupo".

O jornal espanhol "La Vanguardia" adianta que a vida de Beate reúne muitos dos elementos característicos dos novos nazis alemães: uma infância sofrida, a família dividida, e uma vivência em ambiente racista e xenófobo. À primeira vista, o olhar suave sugere uma mulher pacífica e alegre no entanto, Beate Zschäpe engana. A denominada "noiva nazi" geria o dinheiro roubado nos assaltos, arranjava as casas onde o grupo vivia e tratava das refeições além de praticar uma "política de boa vizinhança" para não levantar suspeitas.

As "duas caras" de Zschäpe deixaram desconcertados os seus vizinhos de bairro em Zwickau, última morada do grupo, onde ninguém consegue acreditar que a amável mulher de 38 anos e amante da jardinagem tenha tido uma vida dupla como membro de um grupo acusado de dez homicídios racistas, atentados e assaltos a bancos, afirma o jornal.

Nascida a 2 de janeiro de 1975 na cidade de Jena, a pequena Beate ficou a cargo da avó aos dois anos de idade, quando os seus pais se separaram e a sua mãe arranjou outro companheiro e mudou de cidade. Ao deixar a escola, em 1992, tirou um curso de jardinagem, mas passou muito tempo desempregada. Durante esses anos sem perspectivas começou a aproximar-se de movimentos de extrema-direita e conheceu os outros membros do grupo neonazi que iria chocar a Alemanha: Uwe Mundlos e Uwe Bohnhardt.

Zschäpe manteve de início uma relação com Mundlos, que já pertencia a um grupo neonazi e três anos mais tarde ficou noiva de Bohnhardt mudando-se para a casa da sua família. Mas os três continuaram unidos e formaram uma espécie de "família", passando a viver juntos mais tarde num apartamento na cidade de Zwickau.

Segundo o "La Vanguardia", durante um interrogatório policial um dos amigos de Mundlos afirmou que Zschäpe dava a impressão de ser uma rapariga vulgar. "Dava-me a sensação que não tinha nada na cabeça, que era fútil", disse, acrescentando que enquanto Mundlos era filho de um professor e tinha as ideias bem formadas, ela parecia não ter ideias politicas e pouca cultura. No entanto, o inseparável trio rapidamente radicalizou as suas ações e passou a denominar-se Clandestinidade Nacional Socialista (NSU, na sigla em Alemão), chamando a atenção dos serviços secretos do país.

A 26 de janeiro de 1998 a polícia fez buscas a uma garagem alugada por Zschäpe e encontrou explosivos, detonadores e um exemplar de "Progromly", uma versão antisemita do popular jogo de mesa "Monopoly". No entanto o grupo conseguiu escapar às autoridades policiais e passou à clandestinidade. Durante 14 anos nunca mais se soube deles, tempo em que Zschäpe adotou numerosas identidades falsas e criou uma imagem de cidadã vulgar, apaixonada pelos seus gatos Lilly e Heidi e amiga dos seus vizinhos. Enquanto Mundlos e Böhnhardt praticavam homicídios e assaltavam bancos, Beate mantinha as aparências de cidadã comum. Clandestinamente, Beate mantinha a coesão da célula, mas para o exterior representava o papel de vizinha simpática. Tornou-se muito popular na vizinhança, falando com toda a gente e mantendo boas relações no bairro, enquanto os seus companheiros se mantinham na sombra, agindo sempre com grande discrição.

Os vizinhos de sempre consideraram Beate Zschäpe uma pessoa normal. Viam-na estender a roupa no varal, fazer as limpezas da casa e cozinhar e ir às compras. Enquanto isso, os dois homens saíam em rondas assassinas. Desde o princípio, os papéis eram bem definidos dentro do grupo: Mundlos era o cérebro, Böhnhardt, especialista em armamento, era o executor e Beate a dona de casa e mãe da "família".

A 4 de novembro de 2011, Mundlos e Bohnhardt apareciam mortos numa caravana. A versão oficial afirmava que se tinham suicidado quando se viram cercados pela polícia após terem assaltado um banco e dias mais tarde, Zschäpe entregava-se às autoridades, após ter pegado fogo ao apartamento em Zwickau onde viviam. Só então a Alemanha "despertou" para o trio.

Zschäpe acabou por ser a única responsável viva da mais sangrenta série de violência da extrema-direita alemã após a Segunda Guerra Mundial. Desde que foi presa, a "noiva nazi" recusou-se sempre a falar, tendo permanecido impassível e em silêncio. Agora, com o início do julgamento, espera-se que muitos dos segredos que se ocultam atrás desse silêncio sejam tornados públicos.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal)
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3203073

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Alemanha - Adiado julgamento de neonazis após exclusão de imprensa estrangeira

O julgamento de uma neonazi acusada de envolvimento no homicídio de nove imigrantes na Alemanha foi adiado para permitir rever o processo de acreditação de jornalistas, depois da polémica exclusão de media dos países de origem das vítimas.

Adiado julgamento de neonazi após exclusão de media estrangeiros
DR. MUNDO. 16:25 - 15 de Abril de 2013 | Por Lusa

O início do julgamento de Beate Zschaepe, único membro sobrevivente de um grupo neonazi acusado de dez homicídios, estava marcado para quarta-feira num tribunal de Munique e foi adiado para 6 de Maio.

A decisão foi tomada após o Tribunal Constitucional da Alemanha ter ordenado aos juízes de Munique que aumentassem o acesso dos ‘media’, atribuindo pelo menos três lugares suplementares a jornalistas estrangeiros.

O Constitucional pronunciou-se depois de uma queixa apresentada pelo jornal turco Sabah contra a forma como o tribunal de Munique atribuiu as 50 acreditações - por ordem de entrada dos pedidos, deixando de fora os jornalistas turcos e gregos, nacionalidades da maioria das vítimas.
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Zschaepe, 38 anos, julgada juntamente com quatro presumíveis cúmplices, é acusada de participação nos assassínios, entre 2000 e 2006, de oito imigrantes turcos e um grego, e, em 2007, de uma polícia alemã.

A mulher é também acusada de envolvimento em dois atentados contra comunidades estrangeiras e 15 assaltos a bancos, segundo a ata de acusação.

Os outros dois membros do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), Uwe Boehnhardt e Uwe Mundlos, suicidaram-se em Novembro de 2011, durante um cerco policial montado na sequência de um assalto a um banco.

Os quatro cúmplices em julgamento não pertenciam ao grupo e são acusados de ter dado ajuda logística

Fonte: Notícias ao Minuto (Portugal)
http://www.noticiasaominuto.com/mundo/63028/adiado-julgamento-de-neonazi-ap%C3%B3s-exclus%C3%A3o-de-media-estrangeiros

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Caso Kalymon (guarda ucraniano)

Os processos de deportação contra John Kalymon, um ucraniano guarda de polícia em Lviv(Leópolis), que está em curso há vários anos, produziu um julgamento legal que pode ser lido aqui. A descoberta fundamental é de que há documentos nos quais Kalymon foi responsável por uso de munição, afirmando que ele atirou em judeus. Cito estes trechos abaixo para indicar a brutalidade das atividades regulares da polícia, a partir do qual os leitores podem tirar suas próprias conclusões:
Um relatório datado de 14 de agosto de 1942, indicou que "Iv Kalymun registrou que ele disparou quatro tiros enquanto estava em serviço", ferindo um judeu e matando outro. Além disso, o chefe do comissariado apresentou um relatório resumo sobre a mesma data indicando que os policiais "entregaram 2.128 judeus a um ponto de reunião central." O relatório afirma que 12 judeus foram "mortos ao escapar," sete judeus foram feridos, e que "Ivan Kalymun" gastou quatro cartuchos de munição. Além disso, em 20 de agosto de 1942, "Kalymun" disparou dois cartuchos de munição, usados ​​durante operações em que 525 judeus foram entregues a um ponto de reunião, 14 judeus foram mortos a tiros e seis ficaram feridos. No dia seguinte, "Ivan Kalymun" disparou dois cartuchos de munição em uma operação onde policiais prenderam e entregaram um adicional de 805 judeus. Em junho de 1943, o comissariado de Kalymon participou "na liquidação do gueto judeu", onde judeus foram fuzilados ou enviados para campos de trabalho forçado. De 19 a 23 de novembro de 1943, todos os membros da UAP em Lviv(Leópolis), inclusive no comissariado de Kalymon, participaram das operações de busca em massa para localizar e entregar os judeus remanescentes do gueto para as autoridades alemãs.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2013/02/kalymon-case.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 16 de dezembro de 2012

Klaus Barbie - O Inimigo do Meu Inimigo (My Enemy's Enemy) - documentário

"O inimigo do meu inimigo" é um documentário de Kevin MacDonald lançado em 2007 que narra o recrutamento e uso de nazistas pelos EUA e outros países aliados dos EUA na Guerra Fria contra comunistas e a URSS, especificamente a história de Klaus Barbie. O documentário mostra as atrocidades cometidas pelo grupo de Klaus Barbie na França, sua fuga da Europa, o assassinato de Che Guevara, sua prisão na Bolívia e posterior julgamento na França condenado por crimes contra a humanidade. O fio central do documentário é a omissão do governo francês (e dos países antissoviéticos) que sabia da presença de Barbie na Bolívia e só resolveu prendê-lo quando não era mais útil ao governo francês e países aliados da França, como um agente da contra-inteligência dos EUA e capanga de ditaduras de direita na América Latina.

Fala também da ideia do ex-SS da organização de um IV Reich nos Andes.

Só um aviso: o vídeo no Youtube pode não durar muito tempo em virtude de que muitas vezes cortam esses vídeos por conta dos "direitos autorais", apesar de que não são vídeos bastante vendidos pois não são exibidos na TV aberta do país. Coloquei links pro documentário Homo Sapiens 1900 (sobre a eugenia e histórica do racismo "científico"), de Peter Cohen (o mesmo de Arquitetura da Destruição) e os primeiros vídeos do documentário no Youtube fora removidos. Infelizmente a ganância das produtoras costuma falar mais alto que altruísmo e bom senso.

Filme legendado em espanhol (o vídeo com legenda em português, mais abaixo, foi removido do Youtube)



domingo, 7 de outubro de 2012

Uma mentira descarada no novo livro negacionista do Holocausto

No novo "livro manual" sobre o Holocausto, The Gas Vans (As vans de gaseamento), que pode ser baixado aqui, Santiago Alvarez ("revisionista") tenta remover o testemunho de 1960 de August Becker, que Roberto copiou de Klee (e outros autores) do livro 'The Good Old Days' para esta postagem (tradução em português aqui). Alvarez (pág.190) afirma que Becker não poderia ter sido testemunha do extermínio de deportados em Minsk que começou em maio de 1942. Ele deliberadamente encurta a sentença de Becker de "Eu não suportava mais, e três dias mais tarde, deve ter sido em setembro de 1942, viajei de volta por caminhão através de Varsóvia até Berlim" para "Eu não suportava mais", omitindo, assim, a data em que Becker claramente afirma que foi a sentença.

Alvarez também revela uma estupenda estupidez. Ele chia por um erro óbvio no verbete de Becker na Wikipedia, que afirma que ele foi condenado a 10 anos no julgamento KTI e faz vista grossa da nota ambígua de sobre Klee e outros (pág. 289) de que ele foi realmente declarado inapto para ser julgado. Ele admite que o Hauptsturmführer Rühl deve ser Felix Rühl do Einsatzgruppe D embora a descrição de Becker dele se encaixa no registro de serviço de Adolf Rübe, que estava sob as ordens da KdS em Minsk e tomou parte na chacina de Slutzk de fevereiro de 1943 que Nick discutiu aqui. Além disso, na página 12 do livro ele revela que o livro foi escrito com a "ajuda de Thomas Kues", que forneceu inúmeros documentos e melhorias sugeridas por Mattogno. Ou seja, nossos velhos amigos fizeram outra confusão desonesta contra seus leitores.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2011/12/blatant-lie-in-new-holocaust-handbook.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Criminoso nazista morre na Alemanha antes de ir a julgamento

Samuel Kunz foi guarda no campo
de concentração de Belzec
Aos 89 anos, Samuel Kunz, número três da lista de criminosos nazistas mais procurados do Centro Simon Wiesenthal, faleceu na Alemanha antes que pudesse ser julgado por seus crimes.

Morreu na última quinta-feira (18/11), aos 89 anos, Samuel Kunz, número três da lista de criminosos nazistas mais procurados do Centro Simon Wiesenthal, especializado na procura de criminosos do regime de Hitler. Acusado de participação no assassinato de mais de 420 mil judeus durante o Holocausto, Kunz faleceu em casa, em uma cidade alemã próxima a Bonn, antes que fosse levado a julgamento.

Samuel Kunz deveria ser julgado pelo assassinato de prisioneiros judeus durante o período em que era guarda do campo de concentração de Belzec, na Polônia ocupada pelos nazistas, entre janeiro de 1942 e julho de 1943.

"O tribunal ia tomar uma decisão sobre a abertura de um processo que provavelmente começaria em fevereiro", afirmou o procurador Andreas Bendel, chefe do departamento para a elucidação de crimes nazistas em Dortmund, no oeste da Alemanha.

Caso de Kunz veio à tona
durante investigações sobre
Demjanjuk (foto)
O passado de Kunz veio à tona durante a investigação de John Demjanjuk, que foi a julgamento no último ano sob acusação de ajudar a matar 27.900 judeus. Assim como Demjanjuk, Kunz serviu no Exercito soviético, tornando-se guarda de um campo depois de ser capturado por alemães.

Samuel Kunz havia reconhecido abertamente, perante investigadores encarregados do inquérito a John Damjanjuk, ter trabalhado no campo de extermínio de Belzec. "Era evidente para nós que os judeus eram exterminados e depois queimados no local". "Sentíamos o cheiro todos os dias", declarou.

Sentimento de frustração

Efraim Zuroff, diretor do Centro Simon Wiesenthal em Jerusalém, expressou sua "profunda frustração" pelo fato de o acusado não ter sido julgado e culpa abertamente a Alemanha pela impunidade.

"O fato de Samuel Kunz ter vivido na Alemanha sem penalidade por tantas décadas é o resultado de falhas no processo criminal que ignora qualquer criminoso do Holocausto que não tivesse sido um oficial".

Segundo Zuroff, apesar da impunidade, o caso colocou o conturbado tema em pauta novamente. "O único consolo é que ele foi acusado, foi exposto e pelo menos uma pequena parte da justiça foi feita", afirmou.

MDA/afp/lusa/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6256191,00.html

terça-feira, 23 de março de 2010

Justiça alemã condena nazista à prisão perpétua


Berlim, 23 mar (EFE).- O antigo membro da SS (tropa de elite) nazista Heinrich Boere foi condenado nesta terça-feira à prisão perpétua por um tribunal da cidade alemã de Aachen, que considerou o réu culpado de um triplo assassinato cometido na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial. Como membro do grupo de extermínio Feldmeijer, Boere, atualmente com 88 anos, participou do assassinato de três civis holandeses em 1944. Os juízes do Tribunal de Aachen aceitaram a pena proposta pela Promotoria, ao passo que a reivindicara a absolvição, argumentando que Boere já tinha sido processado no passado pelos mesmos crimes.Apesar da condenação, a prisão do ex-membro da SS dependerá da avaliação de peritos, que decidirão se o estado de saúde de Boere permitirá a ele passar o resto da vida atrás das grades.As três vítimas do nazista foram assassinadas nas localidades de Breda, Voorschoten e Wassenaar, entre julho e setembro de 1944. A execução do trio foi uma represália a atentados cometidos pela resistência holandesa.Três filhos de dois dos mortos foram responsáveis pela abertura do processo, no qual, ao longo de 20 sessões, o acusado, sempre sentado em uma cadeira de rodas, não disse praticamente uma palavra.No entanto, o ex-membro da SS admitiu os crimes pelos quais era acusado por meio de uma confissão escrita lida por seus advogados no tribunal.



Fonte: Portal UOL

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