sexta-feira, 18 de abril de 2008

Técnicas de Negação do Holocausto - Friedrich Paul Berg e o assunto dos motores à diesel – Apêndice 3

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
O Documento de Friedrich Paul Berg comentado Parte 4 de 6

[Berg:]
Em 1984, escrevi o seguinte em meu artigo, na página 38: "Apesar de todos os esforços, só teriam conseguido uma concentração média de menos de 0,4% de monóxido de carbono e mais 4% de oxigênio".

[Scott Mullins:]

Me desculpe, mas isto é simplesmente falso. O documento Elliot-Davis que você cita demonstra CLARAMENTE que os motores a diesel podem gerar concentrações de CO de aproximadamente 1% e concentrações de O2 menores de 2% com proporções combustível/ar inferiores às estoquiométricas(?). Para ver as provas, figura 4 na página 333 do documento Elliot-Davis.

[Nota: uma proporção combustível/aire estoquiométrica é aquela que tem a quantidade justa de oxigênio necessária para queimar o combustível completamente. Esta proporção é 0,068 no documento Holtz-Elliot. Também é denominada "proporção quimicamente correta"].
[Berg:]
Em absoluto o que eu escrevi não é falso. A Figura 4 mostra alguns dados tomados mais além do range operacional normal do motor. Do limite superior do range de operação normal ao estoquiométrico, existe uma boa distância. Leia de novo Elliott e Davis. Só se pode alcançar a proporção estoquiométrica operando AO MÁXIMO a POTÊNCIA MÁXIMA. Leia as páginas 334 e 335.

[Nossa velha amiga, a Figura 6 do documento de Berg, também aparece nesta referência (Elliot-Davis, a denominam como Figura 2). Mas o documento Elliot-Davis não inclui os parâmetros que aparecem no velho documento de Holtz-Elliot.]

[Vamos dar uma olhada nestes parâmetros, especificamente aos do experimento B-70, a princípio na página 99 do documento Holtz-Elliot. A proporção combustível/ar é 0,07 (superior à quimicamente correta). A velocidade é de 1400 RPM. Qual é a potência? Está no "MÁXIMO da POTÊNCIA MÁXIMA?"

Bem, de novo isto depende do que Berg entende por potência máxima. A potência de saída é somente 40,20 cavalos (70% do máximo).

Qual a composição dos gases do escapamento? CO, 0,7% - muito ruim. CO2 13,8% (ainda pior - o CO e o CO2 tem efeitos combinados, algo que Berg não mencionou em seu documento).
Qual é a quantidade de oxigênio? Está abaixo de 0,8%. Esqueça o monóxido de carbono. Basta que o ar tenha menos de 1% de oxigênio para morrer.

O Sr. Berg tem-se oferecido como voluntario para inalar os gases de um motor a diesel para demonstrar que são inócuos. Uma pergunta é se ele continua querendo fazer se a composição dos gases contiver menos de um por cento de oxigênio e se encontrasse apertado em uma câmara muito pequena para gastar o oxigênio existente rapidamente. (Esta era a situação em Treblinka, onde as pessoas ficavam “acomodadas” como sardinhas na lata).

Apesar de Berg afirmar que é muito difícil obter essas proporções de combustível/ar, Holtz e Elliot parecem não ter nenhuma dificuldade em obter. Berg não pode “rodear” este fato. ]

Técnicas de Negação do Holocausto - Friedrich Paul Berg e o assunto dos motores à diesel – Apêndice 3

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
O Documento de Friedrich Paul Berg comentado Parte 3 de 6

Em seu artigo da Usenet, Berg segue dizendo:

No documento de Holtz de 1960 que eu já havia citado, existem duas seções extremamente relevantes em que fixei minha posição. Peço que vocês também leiam. A primeira Seção é: 'Ensaios de Motores', nas páginas 68 e 69.

[Vamos a esta referência que foi citada pelo Sr. Berg de uma forma um tanto confusa, o documento de Holtz e Elliot de 1941 em Transactions of the American Society of Mechanical Engineers, Vol. 63, Feb. 1941, pp. 97-105. Na página 98, nos encontramos com o mesmo gráfico citado na nota 22 de Berg. Mas na página 99, encontramos umas cifras muito interessantes - os parâmetros usados para gerar o gráfico. Os motores A e B do documento são motores de quatro cilindros e quatro tempos. O motor B está ajustado a um máximo de 70 de potencia de freio; tem um deslocamento de 226 polegadas cúbicas e 2600 RPM máximas.
Recordem destas palavras cruciais do documento de Berg: "Na potência máxima potencia, que corresponde com uma proporção combustível/ar de 0,055, a concentração de oxigênio no escapamento de qualquer motor a diesel é de 4%". Também foi afirmado muito rápido que estes valores são para "qualquer" motor a diesel, quando resulta que este gráfico foi gerado com os valores de dois motores em específicos. Mas é correto o restante de suas afirmações?

O experimento B-12 pôs o motor a 1400 RPM com uma proporção de combustível/ar de 0,056 (um milésimo a mais que os 0,055 de Berg, mas esperamos que não diga que este milésimo a mais faz diferença). O valor de oxigênio foi de 3,44%. A diferença entre 3,44 e 4 no parece ser muita, mas em termos percentuais, é uma diferença de 14%.

Ele está certo sobre a potência máxima? Bem, isso depende do que ele entenda por "potência máxima". Se está falando do torque máximo do motor a RPM dadas, sim. Mas se fala da potência máxima de saída, não. O experimento B-12 foi levado a cabo com uma potencia de saída de 37,8 cavalos.

Está ele certo ao falar de "qualquer motor a diesel"? Voltamos à explanação de H. E. Degler, da Universidade do Texas, professor de Engenharia Mecânica, na página 104:

Os fabricantes e operários de motores estão incrementando os valores de temperatura da água nos últimos anos, alcançando algo em torno de 212F, baixos valores de pressão atmosférica, aproveitando assim o efeito de refrigeração do calor latente assim como a eliminação do calor perceptível. Estas temperaturas superiores reduziram "Os efeitos das reações diretas de oxidação", como mencionaram os autores, e conseguiram menores valores de CO e de aldeídos[?], assim como a redução da fuligem no cano de descarga.


Assim parece que existem outros fatores que afetam a composição dos gases do escapamento. Sem mais informações sobre qual motor se usou exatamente, não existe maneira de saber se os motores a diesel soviéticos da época utilizavam esses valores superiores de temperatura da água. E a partir de dois motores, Berg aduz conclusões válidas para "qualquer motor a diesel".
Vejamos uma parte de um parágrafo do documento de Holtz-Elliot, na p. 99:

Embora a Figura 2 [o mesmo gráfico que é usado na Figura 6 do documento de Berg] apresenta dados sobre a composição dos gases do escapamento com misturas combustível/ar ricas, estas condições de operação não são normais e foram obtidas nestas provas mudando o ajuste do torque que limita cremalheira na bomba de combustível do motor B. Uma vez feita esta mudança, aumentou la quantidade de combustível injetado a plena potencia em 60%.

Agora estes foram os limites normais. Mas a técnica usada não foi sobrecarregar o motor. Simplesmente ajustaram o sistema de combustível. E não dizem nada sobre reduzir a entrada de are tal e qual fizeram nos experimentos de Pattle e outros. Aí vem a pergunta: o que teria acontecido de fizessem as “duas coisas”?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Técnicas de Negação do Holocausto - Friedrich Paul Berg e o assunto dos motores à diesel – Apêndice 3

O documento de Friedrich Paul Berg comentado Parte 2 de 6

Traduzido por Leo Gott a partir do link:
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/appendix-3-02.html

Berg:
Da figura 6 podemos concluir que para reduzir a concentração de oxigênio a 9%, qualquer motor a diesel teria que trabalhar com uma proporção combustível/ar em torno de 0,040, que corresponde a uns 3/4 da potência máxima.
Para reduzir a 6%, que corresponderia com o quarto nível de asfixia de Henderson y Haggard, e que seria a condição necessária para matar "todos" os membros de um suposto grupo de vítimas, o motor deveria utilizar uma proporção de cerca de 0,048, cerca de potência máxima.
Em outras palavras, uma câmara de gás com motor diesel que se baseada na redução de oxigênio como meio para matar deveria trabalhar a mais dos 3/4 da potência máxima, seguramente muito a cerca da potência máxima.

[Isto depende do que Berg entenda exatamente como "potencia máxima". Ver mais adiante].

Do que procede deveria ser óbvio que em quase todas suas faixas operacionais, os motores a diesel emitem tanto oxigênio que alguém que se dispuser a inalar diretamente os gases do escapamento, sobreviveria. Desde o estado de ponto morto até pelo menos 3/4 da potência máxima, os escapamentos de um motor a diesel contém suficiente oxigênio para não produzir morte durante pelo menos meia hora.
[notas de Berg:]
22. Edward F. Obert, Internal Combustion Engines and Air Pollution (New York and London: Intext Educational Publishers, 1973), p. 361.
23. Y. Henderson & H.W. Haggard, Noxious Gases (New York: Reinhold Publishing, 1943), pp. 144-45.
24. J.S. Haldane & J.G. Priestly, Respiration (New Haven: Yale University Press, 1935), pp. 223-24.
[Berg nega a possibilidade dos efeitos combinados:
Uma análise dos efeitos combinados do monóxido de carbono, o dióxido de carbono e um nível reduzido de oxigênio poderia ser possível sobre a base da investigação de Haldane y Henderson, mas não haveria diferenças significativas com os resultados obtidos no suposto da única atuação do nível reduzido de oxigênio. A razão é que os níveis de monóxido de carbono e dióxido de carbono são muito baixos para serem considerados.

Em primeiro lugar, não se podem fazer suposições precipitadas sobre os efeitos combinados de determinadas substâncias. Se a dose letal dos compostos distintos é de uma grama, isso NÃO quer dizer necessariamente que uma mistura de ½ grama de cada um deles não o seja. As duas substâncias podem produzir um efeito combinado que faça que ¼ de grama de cada um seja letal - ou um pode ser antídoto para outro. E em verdade, o monóxido de carbono e o dióxido de carbono produzem esses efeitos combinados.

Em segundo lugar, existem efeitos adicionais que Berg não está considerando. Os testemunhos oculares (assim como alguns relatórios, julgados como falsificações pelos “negadores do Holocausto”), informam que apertavam as pessoas na câmara quanto mais fosse possível. Assim, uma vez que se fechava a câmara, o consumo de oxigênio das vítimas se convertia em um fator a se levar em conta. Berg também tem ignorado outros efeitos tóxicos, como os dos óxidos de nitrogênio, a fuligem, e o calor.

Os mais importantes são os óxidos de nitrogênio. De acordo com a página.189 de Clinical Toxicology (Toxicologia Clínica), de Clinton Thienes e Thomas Haley, as concentrações de NO2 entre 250-500 ppm são "rapidamente fatais". E o documento Holtz-Elliot fala de concentrações de NOx que alcançam até 690 ppm - interessantemente, com uma proporção de combustível/ar de 0,03, e uma velocidade do motor de 600 RPM. Por desgraça o documento não separa componente por componente nas emissões de NOx.]

Técnicas de Negação do Holocausto - Friedrich Paul Berg e o assunto dos motores à diesel – Apêndice 3

O Documento de Friedrich Paul Berg comentado Parte 1 de 6
Traduzido por Leo Gott a partir do link:

Autor: Michael P. Stein

A continuação das seções relevantes do documento de Friedrich Paul Berg no Jornal da Revisão Histórica, além de excertos de um dos seus artigos do Usenet, intercalados por comentários.
(Nota do tradutor: Os comentários de Michael Stein estão entre colchetes, quando em itálico se referem a citações de outras pessoas)

Oxigênio nos gases do escapamento de um motor a diesel
Se os judeus não foram assassinados com monóxido de carbono procedente do escapamento de um motor a diesel, poderiam ter morrido pelos efeitos do escasso oxigênio presente nos escapamentos? Esta teoria seria ao menos consistente com a afirmação de que os cadáveres estavam “azuis”.

[Berg cita o higienista das SS Dr. Wilhelm Pfannenstiel como testemunho. Entretanto, no incluiu em seu documento o explícito diagnóstico de asfixia emitido por Pfannenstiel:
Não encontrei nada especial no cadáver, exceto que alguns deles mostravam uma inchação azulada no rosto. Mas isto não é surpreendente devido ao fato que morreu de asfixia.
Enquanto Berg pretende explorar esta possibilidade, e ignorando fatores significativos – sendo o mais notável o testemunho de Pfannenstiel – que aponta claramente a morte por asfixia. A omissão do diagnóstico de Pfannenstiel e outros fatores são uma descarada manipulação].

Berg:
Uma cor azulada em determinadas partes de um cadáver é um claro sintoma de morte por falta de oxigênio. Esta teoria, entretanto, não se ajusta muito devido ao fato que os motores a diesel em seu funcionamento normal emitem uma grande quantidade de ar.
[Esta é a maneira como eles são operados normalmente, em um caminhão ou uma bomba d’água. Mas este fato não diz nada da possibilidade de manejá-los de outra maneira para matar pessoas].

Gráfico, "Figura 6: componentes dos gases do escapamento dos motores de combustão interna22. A linha grossa vertical na proporção combustível/ar de 0,055 foi acrescentada pelo autor".
O ar normal contém 21% de oxigênio. Na Figura 6 vemos que a concentração de oxigênio nos escapamentos de um motor diesel correspondente ao estado de ponto morto, que aparece perto da parte superior do gráfico com uma proporção combustível/ar de 0,01, alcança o valor de 18%, só um pouco por baixo da porcentagem de ar normal. A plena potencia, com uma proporção combustível/ar de 0,055, a concentração de oxigênio nos escapamentos é de 4%.
[O gráfico abrange a dois motores a diesel, não "a qualquer motor a diesel". E, como veremos mais abaixo, o gráfico foi elaborado com motores a diesel funcionando "em condições mecânicas apropriadas". Embora Berg afirma em outro texto que estas são as cifras piores citadas nos estudos da Sociedade de Engenheiros de Automação, deveria destacar que são cifras de motores diesel americanos. Os nazistas usaram motores a diesel soviéticos. (A tecnologia pode coincidir dentro de uma nação, e ser distinta entre nações distintas, uma vez que as pessoas vão às mesmas escolas). E Berg deveria ir até à fonte principal - os números que geraram o gráfico. Como veremos mais adiante, esses números revelam uma história muito diferente].

Provavelmente o melhor estudo sobre os efeitos dos níveis reduzidos de oxigênio, a asfixia, seja de Henderson e Haggard:
SEGUNDO NÍVEL. Quando o oxigênio baixa até valores entre 14 e 10 por cento, as funções mais complexas do cérebro começam a sofrer danos. Segue em estado consciente, mas começa a falar a capacidade de raciocínio. Se pode deixar de sentir dor por feridas graves, como queimaduras, contusões e inclusive fraturas. Diversas emoções se manifestam anormalmente, especialmente o mal humor e a violência, e em menor medida em estado hilário, assim como outras alterações de caráter...
TERCEIRO NÍVEL. Quando o oxigênio baixa a valores entre 10 e 6 por cento, podem aparecer náuseas e vômitos. O sujeito perde a capacidade de realizar movimentos musculares vigorosos, ou mesmo de realizar qualquer movimento. Continua com conduta enlouquecida e perda de consciência, sendo desde o desmaio hasta um coma em corpo rígido e perda de visão. Se a pessoa é reanimada, pode ser que não recorde de nada deste estado, o que acredita que tenha ocorrido algo totalmente distinto.
QUARTO NÍVEL. Quando o oxigênio baixa de 6 por cento, a respiração passa a ser uma série de espasmos separados por apnéias cada vez maiores. Podem aparecer convulsões. Então a respiração pára, ainda que o coração possa continuar batendo durante uns poucos minutos, para depois sofrer fribilação ventricular, ou permanecer parado em um estado extremo de dilatação[23].
De acordo com Haldane e Priestley, "um ar que contenha menos de 9.5 por cento de oxigênio causa normalmente o desfalecimento em meia hora"24. Um desfalecimento não é a morte.
[Isto parece querer dizer que não tem diferença entre 9.5% e 0%. Com 0% de oxigênio é a morte - não desfalecimento – que sobrevive poucos minutos. Berg está tratando de misturar as coisas para confundir].

Está claro que não existe um número mágico por baixo que se pode morrer, ou por cima do qual se pode viver. Entretanto, em uma câmara de gás com base de reduzir o oxigênio para matar, haveria ter que reduzi-lo por baixo a 9,5% - talvez até pra baixo de 6%.
[É certo que não existe nenhum número mágico, mas de novo Berg e seu argumento tentam confundir. O que está realmente claro é que quanto mais baixo seja o nível de oxigênio, mais rápido se morre. E um valor abaixo de 6% é coerente com as restrições de Berg. Ver mais adiante].

Técnicas de Negação do Holocausto - Friedrich Paul Berg e o assunto dos motores à diesel – Parte 2


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/diesel-02.html

Ainda que Berg diga que é muito difícil ajustar o motor para que produza níveis altos de CO, os mesmos documentos técnicos que cita em seu estudo demonstram que os autores conseguiram produzir níveis de CO de até 6% ajustando o sistema de combustível. Também poderia fazer um bloqueio na entrada de ar para alterar a mistura de combustível e ar. Berg não pode escapar do fato de que os autores que ele usa como referencia puderam produzir emissões letais com um motor a diesel, também era possível para um técnico das SS fazê-lo.

Ainda assim, devido ao testemunho sobre a cor azul dos cadáveres, um ponto crucial que Berg poderia estar certo é que, contra a crendice popular, as pessoas que morreram nas câmaras de motor à diesel não morreram de envenenamento agudo por CO. A partir disto, ele gostaria de fazer crer que as pessoas, não morreram por essa causa como se crêem comumente, toda a história é uma invenção.

No entanto, existem muitas peças soltas que constituem a evidência que aponta a concluir que centenas de milhares de pessoas entraram nos campos de Treblinka, Sobibor e Belzec e nunca mais saíram vivos dali. Existem registros de comboios ferroviários de pessoas que chegavam aos campos, e de comboios de roupa que saía de lá, mas não de pessoas que saíam. Existem relatórios da resistência polonesa que confirmam isto. Foram encontradas grandes quantidades de ossos. Existem testemunhos de escassos sobreviventes, assim como de muitos guardas dos campos. Até hoje, só foram encontrados vivos 2 pessoas, de aproximadamente 600.000 pessoas que foram enviadas para o campo de Belzec.

Assim, se Berg está certo quando diz que as vítimas, se foram gaseadas com os escapamentos de motores a diesel, não morreram pelo monóxido de carbono, como morreram? Infelizmente, uma vez que os campos foram destruídos antes do final da guerra, e as câmaras de gás e motores com eles, não é possível reconstituir precisamente o que aconteceu. No entanto, é possível elaborar as possibilidades e determinar a causa geral de morte, se não for a combinação precisa de causas. Na realidade, Berg tem esta resposta, mas têm-se negado a enxergar – ou não pretendeu. Provavelmente, as vítimas morreram asfixiadas com outras combinações de fatores.

Como é possível isto, se Berg "provou" que existe muito oxigênio nos gases do escapamento de um motor a diesel, como a asfixia seria possível? Existem certas quantidades de fatores significativos que Berg “esquece”. Em primeiro lugar, os motores a diesel também produzem altos níveis de óxidos de nitrogênio (NOx), que são tóxicos. Berg só falou do potencial cancerígeno em longo prazo destes produtos químicos, mas usando a concentração adequada também tem efeitos em curto prazo - uma concentração entre 250 e 500 ppm (partes por milhão) de NO2 é fatal [3].

Embora não exista uma maneira de dizer se os níveis eram dessa altura nas câmaras de diesel, uma vez que existem muitas variáveis envolvidas, a fonte principal da informação de Berg sobre a composição dos gases do escapamento de um motor a diesel dá umas emissões de NOx de até 690 ppm em uma prova - dependendo da distribuição precisa dos compostos, eventualmente, uma dose letal dentro do limite de tempo mesmo sem o adicional considerações abaixo indicadas. [4]

Os resultados de muitas provas do documento caem no intervalo entre 267 e 448 ppm - um fator significativo para contribuir para a morte, se esta não chegou a ser a causa direta. Curiosamente, as maiores concentrações foram conseguidas com uma proporção de combustível-ar de 0,03, e uma velocidade do motor de 600 RPM - algo importante, devido à insistência de Berg em que só com uma proporção maior de combustível-ar se pode afirmar que os escapamentos de um motor a diesel sejam suficientemente tóxicos para matar a média assinalada pelos testemunhos.

Em segundo lugar, as pessoas que estiveram na câmara haveriam tido um alto ritmo respiratório devido ao pânico e ao esforço, já que eles os faziam correr no trajeto até a câmara. Este fator unido aos altos níveis de dióxido de carbono (CO2) haveriam consumido com maior rapidez o oxigênio disponível. Não se pode ignorar este aspecto.

Em terceiro lugar, e o mais importante, os testemunhos declararam que os tetos das câmaras de gás eram baixos, e que se acomodavam as pessoas dentro do maior rigor possível. Isto significa que não havia muito ar para as pessoas quando estas começavam a funcionar. A medida que o motor introduzia os gases do escapamento com baixos níveis de oxigênio e altos de CO2, fuligem, NOx (e se, diferente do combustível usado no documento de Holtz e Elliot, os nazistas usaram diesel com altos níveis de enxofre, também de dióxido de enxofre, outro tóxico), as vítimas haveriam respirado as toxinas e gastado o air disponível (e carregado a câmara com mais dióxido de carbono, provocando um ritmo respiratório ainda mais rápido e entrando assim em um círculo vicioso).

Isto pode ser feito sem modificar o motor. Entretanto, ajustando a entrada de combustível, ou bloqueando parcialmente a entrada de air, se pode produzir gases com mais ou menos oxigênio. (De novo, não se pode confirmar que isto foi feito, mas é perfeitamente possível).
Portanto, é possível criar condições letais usando motores a diesel, embora não exista muita margem de erro. E de novo, os testemunhos indicam que algumas vezes se descobriu que o processo não matava todo mundo, e de vez em quando se tinham que efetuar tiros na nuca de alguns sobreviventes. Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz, declarou que em uma viajem a Chelmno, onde se utilizavam vans de gaseamento, ele viu que os gases do escapamento não conseguiram matar todas as vítimas.

E sobre o argumento da eficiência deste método? Este argumento assume em primeiro lugar que os que decidiram utilizar motores a diesel possuíam os mesmos conhecimentos técnicos que Berg possui. Pouca gente sabe que os motores a diesel não produzem tanto monóxido de carbono como os motores a gasolina. Se eles testaram e os mesmos funcionaram, não se preocuparam mais com isso.

Os motores a gasolina certamente poderiam ter funcionado melhor, mas teriam dois problemas. Em primeiro lugar, os níveis de CO produzidos eram tão altos que era potencialmente explosivo (um ponto que Berg assinalou em um de seus artigos na Usenet citado no apêndice ainda que não foi capaz de ver seu significado). Em segundo lugar, estes veículos teriam um uso mais importante -como veículos. O motor a diesel era de um tanque soviético capturado. Existiam milhares destes em restos nos campos de batalha, muitos deles inutilizáveis porque os alemães não dispunham de instalações para repará-los. Assim que se examinam as considerações econômicas, não somente as técnicas, o uso de motores a diesel tem mais sentido.

E o argumento de que as vítimas teriam morrido de asfixia por somente estar trancadas nas câmaras? Este argumento vai de encontro ao mito que considera que todos os nazistas eram monstros sádicos. Eram assassinos sim, mas não era seu objetivo causar o máximo de sofrimento possível. A intenção de usar monóxido de carbono teria como finalidade levar a cabo uma execução relativamente humana. Isto era importante para o moral dos homens das SS, como demonstrou a experiência que passaram durante os fuzilamentos em massa na Rússia ocupada (Einsatzgruppen).

O uso de motores a diesel em câmaras de gás não era o melhor meio técnico, mas poderia funcionar - e como declararam muitos testemunhos, funcionou. Eventualmente procuraram um método melhor em Auschwitz, e deixaram de usar as câmaras de gás com motores a diesel.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Técnicas de Negação do Holocausto - Friedrich Paul Berg e o Assunto dos motores à diesel – Parte 1

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/diesel-01.html

Autor: Michael P. Stein

Este artigo analisa os erros e mentiras que contém a "demonstração" de Friedrich Paul Berg[1] da impossibilidade de matar pessoas usando os gases do escapamento de um motor à diesel, tal e como foi descrito por testemunhos dos gaseamentos nos campos da Operação Reinhard. Esta exposição se dará sem utilização de termos técnicos, no entanto, existe um apêndice que analisa o caso com todos os detalhes e referências técnicas para aqueles que desejam conhecer detalhadamente os argumentos técnicos.

Queremos encorajar-lhes a ler todos os detalhes. Uma das coisas que dizem os negadores "cientistas" do Holocausto como Berg e Fred Leuchter é que contam com o fato de que a maioria das pessoas não são “científicas” e não podem seguir em um debate científico e assumem que se algo utiliza termos científicos, está correto. Mas existem muitos debates científicos hoje em dia - a contaminação, o câncer, o aquecimento global, etc. – que entram no terreno política. Alguns destes argumentos são elaborados para sustentar um plano ideológico oculto, sendo assim utilizando a ciência de forma desonesta. Esperamos que a argumentação completa ajude as pessoas a darem conta de que algo que venha disfarçado de "ciência" não significa que devem deixar de analisar criticamente o que lhes é dito.

Os argumentos de Berg se resumem nos 5 pontos seguintes:

  1. Os motores à diesel, diferente dos de gasolina, não produzem grandes quantidades de monóxido de carbono (CO) durante o seu funcionamento normal, e é extremamente difícil fazer que produzam níveis de CO suficientes para causar a morte no tempo que falam os testemunhos.

  2. Os testemunhos dizem que as vítimas dos gaseamentos tinham a pele de cor azul claro – mas as vítimas de envenenamento agudo por monóxido de carbono têm a pele de cor avermelhada.

  3. Além disso, os alemães dispunham de maneiras muito melhores que os motores à diesel para produzir monóxido de carbono (caminhões e carros movidos a gasolina), assim não teria sentido usar motores à diesel.

  4. Os motores à diesel produzem normalmente uma grande quantidade de oxigênio que é emitido pelo cano de descarga, assim as pessoas não poderiam ter morrido por asfixia no tempo assinalado pelos testemunhos.

  5. Mesmo que os expostos acima estivessem certos, se a execução de realizava por asfixia, não teriam nenhum sentido ligar o motor – bastava trancar as vítimas em uma câmara selada, assim introduzir os gases do cano de descarga não teriam sentido.

Portanto as razões (de Berg) -, vão contra o que dizem os historiadores, as vítimas não poderiam morrer pelo por monóxido de carbono.

Portanto (razões de Berg) – nem sequer morreram por asfixia; todo este assunto é uma invenção.


Existe uma relativa verdade nos 5 pontos. O ponto 2 com frequência é totalmente certo, ainda que nem sempre. Sem dúvidas, Berg não mencionou em seu estudo o testemunho, do Higienista das SS Dr. Wilhelm Pfannenstiel[2], mencionou explicitamente que a asfixia era a causa da morte . O ponto número não está tão certo, como imagina Berg, mas dado o ponto 2 é possivelmente muito irrelevante.


Berg acredita firmemente em argumentos "psicológicos" como os pontos 3 e 5, a idéia do pessoal das SS destinado aos campos de extermínio poderiam ter melhores maneiras, se quisessem matar gente. Por exemplo, no artigo do Newsgroup alt.revisionism 2vt3du$t0b@mary.iia.org, escreveu: "[Scott] Mullins deveria tratar de ligar um motor de 150 cavalos em plena potencia, um motor que é pequeno, com uma hélice ou um ventilador acoplado, sem fazer barulhos e mais barulhos".


Está Berg tentando nos dizer que os nazistas não cometeram assassinatos em massa com motores a diesel porque temiam receber uma multa por descumprir a “lei do silêncio”?
Neste mesmo artigo, Berg também escreveu: "Dado que a carga de qualquer ventilador a hélice varia não linearmente com respeito às rotações por minuto, ‘e bastante complicado intentar escolher o tamanho adequado da hélice. Iván não sabe fazer".


Aqui, Berg diz duas coisas contraditórias de uma vez. Se isso tivesse sido feito, "Ivan", como é óbvio, não teria feito isso. Foram os nazistas que criaram o sistema, não os russos e nem os ucranianos. Os russos construíram o motor original. Os nazistas só os modificaram.


Está Berg dizendo que os nazistas não o conheciam para ter feito?


Está Berg dizendo que os alemães não teriam engenheiros competentes? Por outro lado, dizer que o pouco sofisticado "Iván" foi o responsável pela idéia e as modificações colocam em perigos os pontos 3 e 5, segundo os quais não se usaram os motores porque não era uma boa idéia “técnica”?.


Uma pessoa pouco preparada provavelmente no se daria conta de que é incorreto utilizar um motor a diesel para gerar monóxido de carbono. Esta classe de argumentos que se contradizem a si mesmo são típicos de um advogado de defesa, não de um “cientista”.

terça-feira, 15 de abril de 2008

O Mundo Maluco de Walter Sanning - Parte 6

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2007/10/crazy-world-of-walter-sanning-part-6.html
Nas últimas cinco partes desta série, fizemos as exposição da utilização fraudulenta de fontes por Sanning. Esta sexta parte examina a convergência das evidências dos arquivos soviéticos e poloneses que nos permite afirmar, além de uma dúvida razoável, que o número de judeus poloneses deportados para o interior Soviética entre 1940-41 foi inferior a 100.000. A primeira fonte do arquivo de dados é Aleksander Gurjanov, que teve acesso aos registros de deportação soviéticos em GARF e suas conclusões publicadas em Cztery deportacje 1940-1941 (Quatro deportações 1940-1941), KARTA, 12, 1994, pp. 114-136; disponível on-line aqui. Gurjanov conclui que aproximadamente 315.000 pessoas foram deportadas, em quatro conjuntos de deportações, sobre os transportes os temos aqui, listados em Inglês. Os dados de Gurjanov nos permitem estimar o número máximo de deportados que estavam refugiados na Polônia Ocidental. A deportação direcionada dos refugiados judeus teve lugar em Junho-Julho de 1940; a ação de transporte totalizou 75.267 deportados, nem todos eles eram judeus.

Gurjanov refuta os dados de Sanning, não apenas para o conjunto total de deportados, mas também individualmente por cidades. Sanning (p.41-42) afirma que 50.000 refugiados judeus foram deportados de Lvov, e entre 50.000-60.000 de Bialystok, mas os dados de Gurjanov mostram apenas 26.798 deportados no total de Lvov e 9.551 no total de Bialystok.

Os dados de Gurjanov convergem estreitamente com a segunda fonte: os arquivos do NKVD relativos aos campos da URSS. Sergey Romanov encontrou uma excelente discussão desses arquivos em Mordechai Altshuler's Soviet Jewry on the Eve of the Holocaust (1998: p. 325-326). Este citado relatório da NKVD, datado de 1 Abril 1941, mostra que o número de deportados da Polônia Ocidental e os refugiados (bezhentsy) que estavam nos campos sob controle da NKVD nessa data eram 76.068, dos quais 64.533 eram judeus. Altschuler conclui que estes dados, quando ajustados para nascimentos e mortes, correspondem aos transportes dos meses de Junho-Julho de 1940.

Outros desclassificados, e anteriormente 'top secret'(ultra confidencial)documentos soviéticos também corroboram o número de deportados. Esta fonte afirma que, em 13 de Janeiro de 1943, 215.081 antigos cidadãos poloneses permaneceram no interior da União Soviética, entre os quais 102.153 judeus (Fonte: Katyn. Mart 1940 - sentyabr' 2000. Rasstrel. Sud'by zhivykh. Ekho Katyn, compilado por N.S.Lebedeva, Moscou, "Ves' mir", 2001, document 184.) Além disso, o mesmo documento afirma que 389.041 antigos cidadãos poloneses tinham sido libertados na anistia de agosto de 1941, dos quais 90.662 eram judeus. Revelaram ainda que, entre 1939-1941, 218.606 antigos cidadãos poloneses do Oeste da Ucrânia e da Bielorússia se voluntariaram para trabalhar no interior soviético, dos quais 8830 eram judeus. Uma nota da NKGB de V. Merkulov, datada de 1 de Maio de 1944, diz-nos que 257.660 dos 389.041 antigos cidadãos poloneses anistiados foram “passaportizados” na URSS, em Janeiro de 1943 (221.150 civis, 36.510 exército Berling), e que, entre estes antigos cidadãos poloneses, o número de matriculados judeus mais seus filhos ascenderam à 81.217. (Fonte: GARF 9401-2-64, pp. 381-384; imagem e transcrição aqui, e traduzido pelo Dr. Nick Terry aqui).

Em nossa opinião, é razoável inferir que os 81.217 judeus polaneses anistiados em vida no interior Soviética, em Janeiro de 1943 e no documento de 1944, após o ajuste para nascimentos e mortes, eram um subconjunto dos 90.662 judeus anistiados vivos, em Agosto de 1941 no documento Beria-Stalin. O valor de 81.217 era também um subconjunto do número total de 102.153 judeus poloneses vivos em Janeiro de 1943 que foram contadas por Beria (ambos os valores referem-se ao mesmo mês: Janeiro de 1943). A diferença numérica entre os 90.662 e 81.217 podem ser parcialmente atribuídas aos 4.226 judeus poloneses que foram para o Irã com o Exército de Anders em 1942, e pelas mortes entre Agosto de 1941 e Janeiro de 1943. A diferença numérica entre os 102.153 e 81.217 consiste nos 20.936 judeus poloneses, que não foram anistiados e não figuravam porque nunca foram presos. Isso pode ser explicado pelo número de trabalhadores voluntários, tais como os 8.830 do documento Beria, e por outros refugiados que podem ter fugido para o interior soviético, por iniciativa própria, ao invés de serem deportados.

Além disso, também parece razoável inferir que os 64.553 refugiados deportados 64.553 refugiados como citado por Altschuler e datado de 1 de Abril de 1941 no documento da NKVD formou um subconjunto (ajustado para nascimentos e mortes) dos 90.662 judeus anistiados em Agosto de 1941 no documento Beria-Stalin. Os outros 26.009 judeus anistiados podem ter sido, citados em outro transporte nos dados de Gurjanov (em deportações que os refugiados não eram alvo), ou podem ter sido detidos no interior soviético, ou podem ter sido sobreviventes de um grupo de prisioneiros de guerra(POW) pela URSS Em 1939.

Quando postamos alguns desses fatos no Fórum RODOH, alguns "revisionistas" levantaram quatro objeções que vamos refutar a seguir. Em primeiro lugar, eles afirmam que a mortalidade entre os deportados fora tão elevadas que 50% das mortes deve ser adicionado aos dados da NKVD. Em segundo lugar, eles insistem que os dados soviéticos são enganosos e não devem ser confiáveis. Em terceiro lugar, alegam que os nossos valores são inferiores aos das fontes do Governo polonês no exílio. Em quarto lugar, eles observam que o número de judeus poloneses repatriados da URSS após a guerra era superior ao nosso número de deportados.

As alegações relativas às mortes ignoram o fato de que os refugiados foram deportados no Verão de 1940, de modo que mortes por frio seriam muito menores do que para os poloneses que foram deportados em Fevereiro. Além disso, os dados sobre as mortes nos Gulag, o que Roberto Muehlenkamp postou aqui, mostram que a taxa global das mortes foram muito inferiores ao que os “revisionistas” assumem. O total de mortes de todos os que foram detidos nos Gulag era de 46.665 em 1940, de uma população total nos Gulag de 1.344.408, tornando a taxa de mortalidade em 3,47% (Fonte: Richard Overy, The Dictators, 2004, Tables 14.2 & 14.3). Além disso, como já demonstrado acima, o número de judeus poloneses anistiados e “passaportizados” no início de 1943 (81.217) foi apenas 5,76% menor do que o número de judeus anistiados em Agosto de 1941, deduzido o número de judeus poloneses que foram para o Irã no Exército de Anders (ou seja, 90.662 menos 4.226).

A alegação de que as fontes do NKVD fontes são suspeitas ignoram o fato de que Beria e outros funcionários eram do NKVD e enviaram por escrito para seus superiores hierárquicos, não era uma consulta pública, e que a punição para mentir para um superior no estado de terror de Stalin era a morte.

A terceira objeção “revisionista” cita a alegação de Sanning(p.42) de que "O Governo polonês no exílio, também declarou que os soviéticos deportaram 600.000 refugiados judeus da Polônia ocidental na Primavera de 1940”. No entanto, Sanning não tem nenhuma nota para esta frase, assim não nos permite checar a sua fonte. Mais importante ainda, a alegação de Sanning é contrariada pelo Governo polonês no exílio de que as origens das estatísticas podem ser detectadas com precisão. Em sua contribuição para a edição dos ensaios Polonsky e Davies, "Jews in Eastern Poland and the U.S.S.R., 1939-46", publicado em 1991, David Engel (p.177) cita uma comunicação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Raczynski do Governo polaco no exílio, ao representante da Zygielbojm Bund, de 17 Março 1943, afirmando que havia 260.000 cidadãos poloneses na URSS, "metade dos quais são judeus". O número de 260.000 poloneses é muito semelhante ao que já fora referido na nota da NKGB, de V. Merkulov, datada de 1 de Maio de 1944, que declarou que 257.660 dos 389.041 poloneses anistiados ainda estavam na URSS, em Janeiro de 1943. Raczynski, portanto, é claramente uma fonte muito mais válida do que a fonte não identificada de Sanning.

Quanto ao porquê de Raczynski ter dado um número maior de judeus que os dados da NKVD, a explicação mais provável é fornecida pelo contexto, a saber, que foi o alerta de Raczynski a Bund que ajudou os refugiados judeus do perigo que Bund corria estando ao criticar as ações de Stalin. Portanto, é provavelmente exagerada a proporção de judeus de Raczynski na população refugiada, a fim de tornar o seu ponto mais persuasivo.

Esta hipótese pode ser suportada por referência à segunda fonte do Governo polonês no exílio. Em outra contribuição para a coleção de Polonsky e Davies, Keith Sword (p.155) discute um documento que ele encontrou nos arquivos do Museu do Instituto Polonês General Sikorski (PIGSM), localizado em Londres. O documento que foi compilado por Raczynski do Ministério dos Negócios Estrangeiros é intitulado “Socorro dispensado aos cidadãos poloneses pela Embaixada polonesa na URSS (com especial referência para os cidadãos judeus de nacionalidade polonesa) “(PIGSM Arquivo A/11.49 (Semeando) ,31). O relatório revelou que a embaixada coordenou a ajuda para 260.399 cidadãos poloneses, de quem a proporção de judeus era 36,15%, ou 39,4% (o relatório deu duas diferentes análises). O relatório, por conseguinte, corrobora Raczynski totalmento sobre os números de poloneses, mas revela que o seu valor para os judeus era efetivamente superior àquela relatada ao seu próprio Ministério.

Além disso, é revelado ainda uma outra omissão da parte de Sanning: um documento de um arquivo de Londres, escrito em inglês, da época da guerra de uma fonte da Embaixada polonesa na URSS, Sanning teria abusado do seu equívoco sobre o auxílio que as agências de refugiados foram prestar aos 600.000 judeus poloneses na Ásia Central.

No que diz respeito ao repatriamento, 157.420 judeus foram "repatriados" e registrados pelo "Central Committee of Polish Jewry"(Comitê Central dos Judeus Poloneses) como tendo retornado à Polónia até o final de Junho de 1946. Este número foi citado por Sanning e confirmado por Yosef Litvak na sua contribuição (Capítulo 13, pp. 227-239), para a coleção de ensaios editada por Polonsky e Davies, já citado acima. Litvak (p.235), também afirma que mais de 70.000 judeus poloneses foram repatriados até o final da década (elevando o total para 230.700), e mais de 30.000 retornaram pelo acordo de repatriação de 1957. No entanto Sanning(p.45) pressupõe falsamente que todos os judeus foram repatriados, em refugiados do oeste da Polônia que tinham deixado a linha de demarcação em 1939:
Das muitas centenas de milhares que fugiram para a União Soviética em 1939 apenas 157.420 tomaram vantagem desta opção e regressaram à Polônia. Em outras palavras, a fonte primária que liberou estes números - o "Central Committee of Polish Jewry", uma organização comunista - quer fazer-nos acreditar que só 83.059 judeus da Polônia ocidental sob administração alemã (240.489 menos 157.420) sobreviveram à Segunda Guerra Mundial.

Esta alegação de Sanning é outro exemplo de sua má qualidade de investigação, uma vez que ignora o fato de que o acordo de repatriamento polonês-soviético, assinado em 6 de Julho de 1945, permitiu qualquer pessoa que tivesse sido um cidadão polonês em 17 de Setembro de 1939 retornar. Repatriados, portanto, poderia incluir não só ocidentais, mas nenhum refugiado polonês do leste da Polônia, teve cidadania soviética entre 1939-41.

Repatriados, assim incluídos os judeus que não foram deportados. Quem cruzou a linha de demarcação polonesa-soviética entre 1939-1941 mas não foi deportado poderia ser um repatriado; e quem fugiu para o Leste, quando os nazistas cruzaram a linha de demarcação em Junho 1941 poderia ser um repatriado, desde que fosse cidadão polonês em 17 de Setembro de 1939.

Além disso, o total de 157.420 que havia retornado até Junho de 1946, não consiste apenas de repatriados a partir do acordo de 6 de Julho de 1945, mas também incluiu muitos dos repatriados que foram repatriados sob os acordos de Setembro de 1944 entre a Polônia e os distritos do Oeste da URSS, o que resultou (entre 7 de Setembro de 1944 e 1 de Janeiro de 1947) em 784.000 poloneses repatriados da Ucrânia, 272.000 da Bielorrússia e 170.800 da Lituânia (Fonte: Piotrowski (2000), "Genocide and Rescue in Wolyn", p. 248). A pesquisa de Czerniakiewicz (Repatriacja ludnosci polskiej z ZSRR, 1944-1948, Warsaw, 1987, p.154) alega que destes 54.594 eram judeus.

Consequentemente, nem todos os repatriados tinham sido do interior soviética, em Setembro de 1944. Esta é mais uma prova de que repatriados não incluíam apenas deportados, mas também migrantes que tinham fugido dos nazistas por sua própria iniciativa, e judeus poloneses nos territórios anexados do antigo Leste da Polônia, que tinham sido incapazes de fugir dos nazistas em 1941, mas sobreviveram à ocupação nazista.

Os números de repatriamento são ainda mais complicados por três outros fatores. Em primeiro lugar, Litvak (p.231) revela que os poloneses, que se casaram com cidadãos soviéticos durante a guerra foram autorizados a levar os seus cônjuges, bem como os cônjuges, filhos de casamentos anteriores, de volta para a Polônia. Ele afirma que muitas viúvas de guerra soviéticas tinham se casado com poloneses. Em segundo lugar, Litvak (p.235) aconselha-nos que o "Central Committee of Polish Jewry" relatou que o número de repatriados foi registrado entre 10-15 por cento mais elevado do que os atuais, porque algumas pessoas foram registradas mais de uma vez. Em terceiro lugar, a separação dos repatriados por sexo, Litvak(p.235) mostra também que a proporção de homens para mulheres foi maior do que no censo de 1931, o que sugere que um número significativo de trabalhadores voluntários foram repatriados em vez de refugiados.

Os dados de repatriamento não são, portanto, quando devidamente analisados, provas que refutam o que temos apresentado de fontes soviéticas e polonesas, na nossa opinião estas provam, para além da dúvida razoável, é de que menos de 100.000 judeus poloneses foram deportados para o interior da URSS em 1940-41.

O Mundo Maluco de Walter Sanning - Parte 5

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2007/10/crazy-world-of-walter-sanning-part-5.html

Andrzej Gawryszewski muito gentilmente me enviou uma lista de dados de transporte referentes às deportações para o interior da União Soviética conforme mostrado abaixo dos dados de transporte para deportações para o interior da União Soviética nas áreas do antigo Leste da Polônia entre Fevereiro de 1940 e Junho de 1941.

Isso ajuda a desmantelar a incansavelmente reivindicação, feita por Walter Sanning, de que 2.000.000 de poloneses foram deportados, dos quais 750.000 eram judeus. Gurjanov estima um total de 315.000 deportados, com uma margem de erro entre 10.000 e 15.000. A deportação alcançada de refugiados judeus que teve lugar entre Junho-Julho de 1940; a ação de transporte totalizou-se em 75.267 deportados, nem todos eles eram judeus. Na próxima postagem(do blog), vamos mostrar como esses registros podem ser sintetizados com outras documentações soviéticas e polonesas para refutar Sanning.

A planilha completa pode ser consultada on-line aqui. Os pormenores das partidas são indicados a seguir:

Fonte: Aleksander Gurjanov, Cztery deportacje 1940-1941 [Four deportations 1940-1941]. Karta, 12, 1994, Warszawa, p. 130-136.

Formato: Data, Estação da Partida, Número de Deportados)

Nota do tradutor: Não vou reproduzir aqui os dados, é só verificar no link da planilha on-line.

O Mundo Maluco de Walter Sanning - Parte 4


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2007/09/crazy-world-of-walter-sanning-part-4.html

Na parte 3 desta série, nós destacamos a falsa datação de dados demográficos nazistas por Sanning. Nesta quarta parte analisaremos duas outras formas de distorção. Em primeiro lugar, temos de destacar a deturpação de Sanning dos testemunhos no julgamento de Eichmann. Em segundo lugar, examinar a utilização abusiva das fontes da Jewish Encyclopedia.

Sanning (p.41) discute o testemunho dado por Zvi Pachter no julgamento de Eichmann, e cita a descrição de Pachter dos judeus em marcha forçada "quatro pares em longas colunas" em toda a linha de demarcação nazista-soviética. No entanto, Sanning não menciona essas partes do testemunho:

Pergunta: Dos dois mil, que começaram a marcha, quantos chegaram à fronteira?
Resposta: Poucos, muito poucos, talvez cem pessoas.

[…]
[A] Eu não quero entrar nos pormenores da tragédia, para que eles não sejam relevantes para este julgamento - mas eles nos enviaram de volta pra lá.


Pergunta: O que você quis dizer com "lá" - para a área do Governo Geral na Alemanha?
Resposta: Sim, para esta ponte, era a ponte entre Sokal, a vila que pertencia à União Soviética, e um subúrbio que pertencia ao Governo Geral alemão. Assim nós retornamos para a Alemanha - sim, para a Alemanha.

Contrariamente à alegação de Sanning, portanto, a testemunha foi dando provas de uma grande mortalidade durante as marchas forçadas que os alemães empregaram aos judeus, e ele testemunhou que os soviéticos tiveram uma política de forçar os judeus a voltarem, por toda a linha. É impossível que 750.000 judeus poderiam ter atravessado a linha da maneira descrita pela testemunha. Além disso, Sanning leva em “conta” citações de Rassinier de 1963 do julgamento, de modo que a distorção nem sequer é original. Sanning simplesmente reciclou uma falsidade de um guru da negação “das antigas” (por conta do tradutor).

Uma nova técnica utilizada por Sanning que equivale a fraude é o uso de registros de antigas enciclopédias, mesmo quando eles já foram substituídos nas mais recentes enciclopédias. Em outras palavras, não só Sanning vergonhosamente utiliza uma fonte secundária escassa para distorcer uma fonte primária, [também] ele escolhe aquela que foi posteriormente corrigida. Por exemplo, Sanning (p.40) cita um registro à cidade de Tomaszow Lubelski a partir do Fascículo 15 da Enciclopédia Judaica, publicado em 1972, que alegou que "75% da cidade, 6.000 judeus saíram juntamente com o Exército Vermelho quando estes se retiraram à recém-criada linha de demarcação mais ao leste", em 1939. Contudo, em uma entrada mais recente em Pinkas Hakehillot Polin, escrito em 1976, afirma-se que apenas 2.000 judeus se retiraram enquanto permaneceram 3.500.

Além disso, Sanning tem uma clara motivação para esta mudança da população desta cidade para o território soviético: a maioria dos judeus que ficaram foram gaseados em Belzec.

O Mundo Maluco de Walter Sanning - Parte 3


Na parte 2 desta série, analisamos a distorção de Sanning a uma fonte judaica na época da guerra. Nesta terceira parte, iremos examinar seu falso namoro com os dados demográficos nazistas. Sanning constrói uma fraude deliberada no Quadro 6 (p.75-78), em que pretende mostrar a população das grandes cidades da União Soviética (incluindo a parte Leste da Polônia) imediatamente anterior à invasão nazista, em Junho de 1941. Na nota de rodapé de Sanning (p.78) revela que a maioria destes dados são tomados a partir de um documento nazista escrito em janeiro 1943:

j. Zentralblatt des Reichskommissars für die Ukraine, Rowno, 2. Jahrgang, No. 2, 9. January 1943, S. 8-20.

Na página 85, Sanning usa esse mesmo documento para notar que a "população local da Ucrânia de 16,91 milhões vivia sob administração alemã(RK), a partir de 1º de janeiro de 1943." Devemos saber que, os números na Tabela 6 de Sanning devem se aplicar à esta data, e não à data em que os nazistas invadiram a União Soviética, ele ainda vai alegar sobre as reduções na população da Ucrânia entre 1939 e 1º de janeiro de 1943 que foram inteiramente devido à ação Soviética, apesar do fato de que os nazistas estivessem na Ucrânia houvesse dezoito meses, nesse ponto:
… a população do pré-guerra da Ucrânia tinha mais de 22.5 milhões; no entanto, os alemães encontraram algo inferior a 17 milhões. Um quarto da população tinha desaparecido.

Sanning tem, portanto, convertido deliberadamente os judeus assassinados pelos Nazis entre Junho de 1941 e Janeiro de 1943 em deportados para a União Soviética confluindo as duas datas e fingindo que os dados da população se referem a de Junho de 1941 a Janeiro de 1943.

As distorções de Sanning relativas à União Soviética são sistemáticas. Por exemplo, Zimmerman demonstrou como Sanning repetidamente distorce fontes relacionadas com a política de evacuação soviética para dar a impressão de que a maioria dos judeus foram enganosamente evacuados, quando na verdade essas fontes indicam explicitamente que a maioria dos judeus "não deveriam ou não poderiam sair." A data da fonte nazista de Sanning também é reveladora, pois coincide com a do Korherr Report, que incidiu sobre o mesmo horizonte temporal como a fonte de Sanning(1942), mas este admitiu abertamente que as reduções na população foram causadas pela política nazista. Por exemplo, ao pé da página 2 do seu "curto" relatório (que foi especificamente criado em atenção de Hitler), o útil Korherr resumiu os resultados dos assassinatos nazistas. Roberto [Muhlemkamp] traduziu esta tabela da seguinte forma:
Região; Data de tomada do poder; Número de judeus antes da tomada do poder; Número de judeus em 31.12.1942

Antigo Reich e Sudetos; 30.1.1933 e 29.9.1938; 561.000 e 30.000; 51327

Ostmark [Áustria pós anexação, nt tradutor]; 13.3.1938; 220000; 8102

Boêmia e Morávia; 16.3.1939; 118.000; 15.550

Territórios do Lestes (com Bialystok); Setembro 1939 (Junho de 1940); 790000; 233210

Governo Geral (com Lemberg); Setembro 1939 (Junho de 1940); 2.000.000; 297.914.

Soma Total: -; 3.719.000; 606.103


O fracasso de Sanning ao discutir esse relatório revela seu desconforto com o seu conteúdo. Por exemplo, os números fraudulentos de Sanning são claramente expostos pelas datas de transporte para a os campos da Operação Reinhard que podem ser encontrados no Korherr Report, e também no telegrama de Hoefle e no livro de Arad "Belzec, Sobibor, Treblinka". Todos estes dizem a mesma história. Sanning tinha afirmado que apenas 857.000 judeus ficaram na parte ocidental da Polônia, o restante fugiu depois pela linha de demarcação, ainda que os números de Korherr mostram que um maior número de judeus foram transferidos para os campos da Reinhard e Chelmno:

Número de enviados para os campos no Governo Geral [da Polônia]...1.274.166 [e] através para o campo Warthegau [Chelmno]… 145.301

O Telegrama de Hoefle repetiu o total de 1.274.166, consistindo 24.733 em Majdanek, 434.508 em Belzec, 101.370 em Sobibor e 713.555 em Treblinka.

Nas estimativas de Arad foram transportados 1,7 milhões. Além disso, a separação dos transportes no livro de Arad a partir de locais específicos refuta a alegação de Sanning de que a redução da população ocorreu antes da invasão nazista. Por exemplo, Sanning (p.42) afirma que 50.000 refugiados judeus tinham sido deportados de Lvov pelos soviéticos, mas Arad demonstra que mais de 70.000 judeus foram deportados de Lvov para Belzec.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O Mundo Maluco de Walter Sanning - Parte 2

Traduzido por Leo Gott à partir do link:

Na Parte 1 desta série, analisamos a distorção das fontes por Sanning relativas à população judaica da Polônia pré-guerra. Esta segunda parte analisa o tratamento de Sanning a uma fonte judaica do tempo de guerra que se refere aos refugiados judeus poloneses que haviam sido deportados para a URSS.

Em sua tentativa de colocar os judeus da Polônia ocidental e central fora do alcance dos nazistas, Sanning alega que 750.000 judeus cruzaram a linha de demarcação germano-soviética entre Setembro de 1939 e Junho de 1941, e que posteriormente Stalin tinha deportado todos eles para áreas no interior da União Soviética onde a maioria deles posteriormente morreu por maus tratos. Na seguinte passagem (p.43-44) Sanning explica como o valor de 750.000 foi obtido:

A Enciclopédia Judaica Universal [Universal Jewish Encyclopedia] informou que o Comitê Misto de Distribuição - uma grande organização internacional que ajuda refugiados judeus - iniciou um programa de ajuda no início de 1942 -600.000 refugiados judeus de origem polonesa refugiaram-se na Rússia asiática. No entanto, se houvesse 600.000 destes refugiados judaicos na Ásia Soviética, no início 1942, muitos mais devem ter sido enviados para a Sibéria pelos soviéticos, porque a viagem trouxe a morte e o sofrimento a muitos. Em conexão com o transporte desumano para o leste, o Comitê Misto de Distribuição escreveu em seu Boletim de Junho de 1943: "A partir de um quinto até a um terço do número de refugiados morreram... quem não viu as milhares de sepulturas, principalmente das crianças, não pode compreender". Isto significa que o número de refugiados judeus da Polônia Ocidental que foram presos e deportados pelos soviéticos para a Sibéria variou entre 750.000 a 900.000! Mas apenas 600.000 sobreviverem à incrível viagem e chegaram ao seu destino. [...]Por falta de mais uma prova, vamos aceitar o menor valor de 750.000 judeus como tendo abandonado o oeste da Polônia para o antigo território polonês ocupado pela União Soviética.


Uma grave falha de metodologia pode ser encontrada nesta passagem. Porque Sanning depende de uma fonte secundária (A Enciclopédia Judaica Universal), para fazer referência a uma fonte primária (o JDC) cujos arquivos são facilmente acessíveis? Para investigar essa questão, nós contatamos a seção de arquivo do JDC, que gentilmente nos enviou digitalizações da publicação mensal JDC Digest e relatórios anuais de 1942 e 1943. A primeira referência a um valor de 600.000 nestas digitalizações está contida no JDC Digest, Vol. 1, n º 4, Outubro de 1942:

… A JDC está comprando equipamento completo com 6x100 camas-bases de hospitais para cuidar dos muitos enfermos entre os estimados 2.000.000 de refugiados poloneses na Sibéria, dos quais 600.000 dizem ser judeus.

Provavelmente esta fonte é da Universal, mas ainda é visível a partir desta passagem que o valor de 600.000 são boatos: "600.000 dizem ser judeus". Sanning evita a fonte direta porque ele seria envergonhado por ser de natureza de um boato. Mais importante ainda, Sanning teria sido obrigado a mencionar posteriormente que uma JDC Digest, a partir de Abril de 1943, continha um relatório intitulado 'Field Trip to Teheran by Harry Viteles'("Viagem de Campo à Teerã por Harry Viteles"), que admitiu que haviam enormes variações nas estimativas disponíveis:

Estimativas sobre a variação do número de judeus poloneses nas Repúblicas Russas Asiáticas. Algumas alegações foram tão altas como os 600.000, outros indicaram que havia menos de 100.000...


Além disso, Sanning não faz uma pergunta óbvia crítica sobre a origem da suposta informação do JDC: o JDC tinha pessoas no território da Rússia para distribuir ajuda? A resposta pode ser encontrada na edição de Novembro 1942, p.4:

O Governo polonês [no exílio] providenciou este material para entrar com isenção de direitos aduaneiros e ser enviado para a sua embaixada em Kuibyshev, o ponto a partir do qual serão distribuidos para seus 300 escritórios distritais.


Além disso, era uma condição de que esse programa de ajuda tivesse de ser distribuído em uma "base-não-sectária". Esta estrutura, não se aplicava apenas à JDC, mas a todas as associações caritativas. Portanto, não se exige muita imaginação para saber por que razão os funcionários do Governo polonês no exílio poderiam ter alimentado a JDC com falsas informações sobre o número de judeus poloneses na União Soviética.

A JDC deve ter pensado que seus pacotes iriam para Judeus mas estes funcionários devem ter os desviado para seus próprios parentes e amigos.

Esta suspeita é apoiada por um estudo de uma outra entidade de caridade, a "Vaad", que forneceu ajuda aos estudiosos judeus poloneses exilados na Rússia em 1942, e passou por essa mesma burocracia como a JDC, discutido aqui. Note a seguinte passagem:

Este projeto enfrentou formidáveis obstáculos técnicos, uma vez que muitas vezes era difícil localizar as pessoas a quem o Vaad procurou ajudar e, por outro lado, o auxílio do governo soviético foi dificultado pela regulamentação do trabalho. A mais importante diretiva estabelecia que todos os cidadãos poloneses na União Soviética ajudassem em massa, teve de ser canalizadas através de agências do governo polonês no exílio. Enquanto a assistência poderia ser direcionada para indivíduos específicos, poderia haver nenhuma ajuda especial de programas de judeus para judeus. Assim a ajuda enviada para a Rússia teve de ser dividida entre os refugiados-judeus poloneses e não-judeus por funcionários poloneses. Esta medida punha refugiados judeus a mercê dos funcionários poloneses, muitos dos quais eram anti-semitas.

A falta de citação diretamente das fontes do JDC por Sanning deve, portanto, levar a uma suspeita de que ele tenha ocultado as fontes primárias, a fim de evitar revelar que a JDC não tinha funcionários na União Soviética e foi confiando em boatos, que o conduziu a uma citação de um vasto leque de estimativas de "inferior a 100.000" para "600.000". Na citação, Sanning usa a estimativa mais elevada, embora omitindo uma menor do Viteles Report, ou é simplesmente negligente ou fraudulento.

A suspeita de fraude, ao invés de simples negligência é reforçada pelo fato de Sanning ter distorcido da mesma forma a fonte da JDC nos valores para a Polônia Ocidental. No intuito de "mostrar" que 750.000 judeus cruzaram a linha de demarcação, Sanning tenta demonstrar que apenas 630.000 judeus foram deixados na parte ocidental da Polônia, em Junho de 1941. Para isso, ele recorre a uma citação fora do contexto da supracitada Enciclopédia Judaica Universal(Universal Jewish Encyclopedia), sugerindo que o JDC tratava de 630.000 judeus na zona alemã. Conforme demonstrado por Zimmerman, a citação que Sanning retirou do contexto está nesta passagem:

Na área ocupada pela Alemanha cerca de 1.725.000 judeus foram submetidos a força à toda fúria alemã. Cerca de 250.000 perderam a vida durante os 12 meses após a eclosão da guerra. Pelo menos um número igual foi arrancado das suas casas. Eles, juntamente com o restante dos judeus da Polônia, foram confinados em guetos, espancados, expulsos de suas casas, arrastados para trabalho forçado e reduzidos a mendigos. Mais uma vez, fome e doença tiveram seu porte. A taxa de mortalidade no gueto de Varsóvia, contendo mais de 500.000 pessoas em 100 quarteiros de área, subiu para 15 vezes do tamanho no pré-guerra. Durante todo este período trágico a rede de instituições que a JDC tinha acumulado na Polônia desde a primeira Guerra Mundial, elas se mantiveram bem firmes... a ajuda da JDC estava atingindo 630.000 pessoas diariamente em mais de 400 localidades em todo o território ocupado pela Alemanha...


Sanning, portanto, tira o seu valor de 630.000 de uma fonte que declara explicitamente que 1.725.000 judeus foram “guetificados” e postos em trabalhos forçados em grupo, dos quais 500.000 estavam somente no gueto de Varsóvia. Mais uma vez, portanto, nós flagramos Sanning abusando de sua fonte.

O Mundo Maluco de Walter Sanning - Parte 1

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
Uma maneira de saber a diferença entre um acadêmico e um “negador do Holocausto” é analisar a forma como estes selecionam e tratam as suas fontes. Um pesquisador que propositadamente limita o seu leque de fontes, que não faz qualquer tentativa para verificar a sua veracidade, e exerce uma falta de julgamento crítico, não iria receber passe na primeira base se tivesse que apresentar os seus trabalhos de revisão aos pares da comunidade acadêmica. Ele seria então, um não-acadêmico, ou mesmo, por assim dizer, um anti-acadêmico. É nossa afirmação de que todos os negadores do Holocausto rotineiramente cometem esses pecados de anti-academia. Além disso, estes anti-acadêmicos também são propensos a mentir e enganar para encobrir a sua ordinária utilização de fontes.

Para ilustrar este ponto, juntamos seis partes do estudo dos métodos utilizados pelo negador do Holocausto Walter Sanning em seu livro A Dissolução dos judeus do Leste Europeu. Nesta primeira parte, discutimos a alegação feita por Sanning (p.33), que número de judeus na Polônia, no final do mês de Setembro de 1939 foi de 2.633.000, uma redução de cerca de 500.000 referentes ao censo de 1931 que era a cifra de 3.113.933. Um estudo de suas fontes e argumentos revela um certo número de omissões deliberadas, distorções e interpretações maldosas dos dados.

Em primeiro lugar, para justificar a sua escolha de fontes, Sanning (p.44) faz uma falsa alegação sobre os dados dos nazistas de população ao afirmar que "os seus números não foram baseadas em um censo, nem mesmo em estimativas". Esta é uma flagrante mentira, porque, Sanning deveria saber que cada gueto judeu na Polônia foi forçado a efetuar um censo. Esta era uma ordem de Heydrich de 21 de setembro, 1939:

(3) Os Conselhos Judaicos foram improvisados para assumir um censo dos judeus em suas áreas locais - separados por sexo, se possível (faixas etárias): a) até 16 anos de idade, b), de 16 a 20 anos de idade, e c)superior [a 20 anos], assim como os principais grupos ocupação devem relatar os resultados no menor espaço de tempo possível.


Sanning contradiz sua própria mentira quando ele discute os valores demográficos nazistas para cidades soviéticas(p.74). Subitamente, nós descobrimos que:

As autoridades alemãs começaram a dar início à contagem detalhada do restante da população. Obviamente, os invasores alemães tinham de obter algumas informações sobre o estoque disponível da população ativa.


No capítulo soviético de Sanning, portanto, a classificação de hipocrisia, pende sobre demografia nazista que ele ignora, no capítulo polonês. Esta desonetidade flagrante é condenável porque ele revela sua verdadeira motivação: evasão e ofuscação do verdadeiro dado histórico.

Em segundo lugar, Sanning afirma que o crescimento natural da população judaica (nascimentos mais mortes), entre 1931 e 1939 foi de apenas 0,2% ao ano. Este valor é refutado por um estudo do Governo polonês, publicado originalmente em 1936, o que é familiar para qualquer demógrafo da Polônia: "A Precisão do Registro de Nascimentos e Óbitos" (Estatísticas, Série C. Pág. 41). Uma equipe de demógrafos examinou registros rabínicos que remontam a 1927 e verificaram que o número de nascimentos da população judaica na Polônia era, pelo menos, 50% maior do que o indicado nas tabelas oficiais de nascimento. Joseph Marcus em The Social and Political History of the Jews in Poland, 1919-1939 (1983, p.173) discute estes dados em profundidade e conclui que a taxa de crescimento natural foi de 1,32% ao ano entre 1931-1935 e 1,29% por ano entre 1936-1938. Sanning (p.26-27) afirma que, em 1931, houve mais de 40.000 mortos e 52.305 nascimentos, mas os dados poloneses indicam uma taxa de natalidade de 2,7% (84.076), e a taxa de mortalidade em 1,38% (42.972). Por isso que Sanning não entende o crescimento natural de 30.000 por ano.

Em terceiro lugar, Sanning imprime um gráfico (p.28) mostrando que, a partir de 1931, o percentual de judeus para não-judeus foi caindo em proporção com o aumento da idade, ou seja, houve proporcionalmente muito mais velhos do que os judeus mais jovens na população total. Ele alega que isso prova que a taxa de natalidade judaica foi bem menor do que para os não-judeus. No entanto, Sanning não menciona a explicação óbvia desses dados, a saber que, como ele próprio observa (p.30), 294.139 judeus emigraram entre os censos de 1921 e 1931, e a maioria destes jovens eram crianças de família.

Em quarto lugar, Sanning alega que 100.000 judeus deixaram a Polônia anualmente a partir de 1933. Conforme Roberto Muehlemkamp demonstrou, Sanning obteve este valor à partir de um artigo de Hermann Graml que teve por base o pressuposto de que o documento imperfeito de sua fonte refere-se à emigração da Polônia quando ele realmente se refere à emigração de toda o Leste Europeu, incluindo a URSS, e não apenas a Polônia. Sanning não faz qualquer tentativa para verificar a fonte de Graml. O “bumbling demographer" faz um erro semelhante ao discutir a emigração de judeus poloneses para os E.U.A.. Sanning (p.31) cria um fato ao afirmar que:

Dos 4,3 milhões de judeus na área geográfica que envolve a Polônia, os Países Bálticos, Romênia e Checoslováquia antes da guerra, cerca de dois terços viveu na Polônia. Portanto, o maior contingente de imigrantes judaicos para a América do Norte entre 1933 e 1943 devem ter chegado a partir desse país.


O grande absurdo dessa posição pode ser demonstrado pela análise do American Jewish Yearbook à partir deste período. Por exemplo, o Anuário de 1937-38 (p.765, Quadro XVII) enumera todos os imigrantes judaicos que entraram nos E.U.A. por país de última residência. O total de todos os países até 30 de Junho de 1936 é 6.252. O número destes, provenientes da Polônia fica em apenas 528. Sanning exibe mais ignorância sobre os Estados Unidos quando se trata especificamente deste país no Capítulo 7, pp. 160-166. Sanning cita um artigo do American Jewish Yearbook (1976, Vol. 77, p.268), em sua alegação ele mostra que a população judaica dos E.U.A. passou de 4.228.029 em 1927 para 4.770.000 em 1937. Sanning argumenta que o aumento destes números não podem ser explicados pelo aumento natural, mas só pode ser devido à imigração clandestina. Se Sanning tivesse consultado a fonte original dos números de 1937(1940-41 Yearbook, p.215-256), ele teria descoberto dois fatos que derrubariam sua suposição. Em primeiro lugar, o autor, H.S. Binfield do U.S. Census Bureau, explicitamente diz, que o crescimento não se deveu a imigração. Em segundo lugar, os dados foram coletados a partir de um censo de órgãos religiosos, ou seja, os números eram auto-reportados pelos judeus. Portanto, é absurda a alegação de que estes judeus entraram nos E.U.A. ilegalmente, com a volta do recenseamento, assim eles iriam se auto-incriminar. A população não iria se revelar como clandestina em um inquérito do governo. A falta de conhecimentos báscicos de Sanning é mais exposta quando ele discute a possibilidade de emigração judaica da Polônia para a França. Ele assume (p.31), que os judeus chegaram na França provenientes da Alemanha ou dos "países do Leste e Sudeste da Alemanha". Ele então diminui este domínio para um país: Polónia! Qualquer pessoa com conhecimento da história judaica francesa saberia que a França tinha um império no Norte de África, que existiam muitos judeus, e estes foram autorizados a entrar livremente França. A França também teve uma forte reputação, antes de 1939, para a imigração judaica da Turquia, Grécia e Iugoslávia, devido ao seu papel histórico como um receptor de refugiados judeus que fugiam do Império Otomano, um papel que continuou depois do período otomano até a década de 30.

Além desta ignorância, a tese de Sanning contém contradições flagrantes. Sua alegação de que houve uma elevada emigração clandestina da Polônia no período de 1918-1939 contradiz sua alegação de que o crescimento natural da população judaica foi muito baixo. Se o ápice da emigração clandestina ocorreu durante os anos 20, não teria necessidade de ser extraordinariamente elevado o excedente de nascimentos mais as mortes entre 1921 e 1931 para substituir a partida da população, caso contrário, a população judaica teria nivelado entre os censos de 1921 e 1931, em vez de realmente aumentar.

No entanto, eu me limito a acusar Sanning de ignorância e de hipocrisia afim de esquecer seus gritantes exemplos de desonestidade flagrante. Vimos acima que Sanning mentiu sobre os dados populacionais nazistas e discutiu sobre os dados de nascimentos e mortes dos judeus poloneses sem fazer qualquer menção ao estudo do governo polonês de 1936, que constitui a pedra angular de toda a demografia acadêmica do período.
Esta desonestidade aparece novamente em sua discussão sobre os E.U.A., quando Sanning cita a alegação do Secretário de Estado Adjunto dos EUA, Breckenridge Long, feita em 1943, de que os E.U. tinham admitido 580.000 refugiados nos dez anos anteriores. Sanning omite citar um fato que ele deve ter conhecimento: pouco depois do depoimento de Long, o congressista Emanuel Celler demonstrou que a citação foi enganosa, porque o número de 580.000 foi a quota máxima limite de imigrantes (e não apenas refugiados), e não o número de refugiados que foram concedidos vistos.

Mais uma vez, portanto, concluímos que Sanning elaborou uma peça de trabalho enganosa e fraudulenta.

sábado, 12 de abril de 2008

"Revisionismo": a "ciência" da negação, a negação da ciência

Técnicas de negação do Holocausto
Autor: Mike Stein

Nos últimos anos, os negadores do Holocausto tem se empenhado a recorrer a argumentos "científicos" para "provar" que o regime nazi não pode sar câmaras de gás para levar a cabo um programa de extermínio contra os judeus e os ciganos. Os "Relatórios Leuchter e Rudolf" intencionaram provar que não havia suficientes resíduos de cianeto de hidrogênio nas câmaras de gás de Auschwitz como para demostrar que não se havia realizado gaseamentos massivos. Friedrich Paul Berg, em seu documento "As Câmaras de Gás de Motor Diesel: Um Mito dentro de um Mito", afirma que é capaz de demostrar que é improvável no melhor dos casos e impossível, no pior, usar os escapes de um motor diesel para matar pessoas na maneira e no tempo descritos por testimunhas oculares nas câmaras de gás de Belzec e Treblinka. Ambos documentos citam experimentos, análises de laboratorio, compostos químicos, etc. Igual que em qualquer documento científico objetivo - ou ao menos isso é o que os autores nos querem fazer crer.

O perigo deste novo planteamento negador é que poucar pessoas têm os conhecimentos técnicos necessários para analisar os documentos e descobrir suas falsidades. Demasiada gente examina os argumentos, vê a palavra "ciência" e imediatamente se perde. Consideram que se é "científico", deve estar certo. Esta negação do Holocausto obtem assim credibilidade "cientítica".

Por desgraça, há uma diferença entre a "ciência" negadora e a verdadeira ciência. O princípio fundamental da verdadeira ciência é este: "qualquer teoria há de ter em conta todos os fatos observáveis relevantes. Quer dizer, a teoria há de ajustar-se aos fatos; um verdadeiro cientista nunca nega os fatos simplesmente porque não se ajustam a sua teoria. O método de trabalho de um cientista honesto é em primeiro lugar realizar observações, e só depois elaborar uma teoria que explique o que foi visto. Se em algum momento os fatos contradizem a teoria, esta é descartada como falsa, e se elabora uma nova.

Os negadores do Holocausto invertem este processo. Em primeiro lugar, decidem como querem que sejam os "fatos", em lugar de recorrer a testemunhas oculares e a provas físicas e documentais. Elaboram teorias para "provar" que os fatos "autênticos" são como eles querem que sejam. Assim, todos os documentos verdadeiros são falsificações ou expressam algo distinto do que parecem dizer, e as testemunhas de fatos que contradigam suas teorias são uns mentirosos, ou se equivocam, ou estão loucos, ou são vítimas de algum tipo de coação que provocou que dessem falso testemunho.

Há outras maneirs de distinguir a ciência autêntica da charlatanice. Os verdadeiros cientistas são cautos. Buscam possíveis explicações alternativas. Buscam possíveis fontes de erros. Explicam todas as limitações e todos os problemas que tenham suas teorias. Procuram evitar fazer suposições, e sem têm que fazê-las, explicam-nas e as justificam abertamente. Todas as conclusões tem por base em fatos e em teorias corretamente estabelecidas, não em especulações e suposições sem demonstrações.

Quando se examina a "ciência" negadora, se descobre que se rompem todas estas regras. Fred Leuchter simplesmente supôs que para matar persoa havia sido usada a mesma a mesma quantidade de cianeto de hidrogênio que havia sido usada para matar piolhos. Isto é falso; Há de se usar muito mais cianeto de hidrogênio para matar piolhos, e há de estar expostos a ele muito mais tempo. Também parece que supôs que os gaseamentos tinham lugar com muito mais freqüência que de fato, ao ter considerado condições anormais no momento frio das deportações da Hungria como as típicas durante todo o tempo em que esteve aberto o campo de Birkenau.

Leuchter também supôs que dado que nos lugares onde se havia efetuado despiolhamentos aparecem manchas azuis(ao aparecer pela presença de compostos cianídricos como o azul da Prússia), nas câmaras de gás deveriam ter aparecido as mesmas manchas. Na realidade, o processo de formação do azul da Prússia a partir da exposição ao cianeto de hidrogênio não é ainda de todo conhecido. A taxa de formação, se é que chega a se formar, pode variar consideravelmente baixo diferentes circunstâncias.

Friedrich Berg argumentou que é muito difícil fazer que um motor diesel gere suficiente monóxido de carbono para matar alguém em meia hora, como declararam diversas testemunhas em Treblinka. Na verdade, está nisto certo - a primeira causa de morete foi provavelmente a asfixia(quer dizer, a simples falta de oxigênio). Sem embargo, Berg rompeu todas as regras. Em primeiro lugar, ignorou os testemunhos explícitos de testemunhas que afirmam que as vítimas morreram asfixiadas. Em segundo lugar, não examinou cuidadosamente outras circunstâncias distintas das que se havia falado sobre Treblinka nas que os escapes de un motor diesel podiam matar pessoas. Fechou os olhos para não perguntar-se a si os efeitos combinados de uma baixa concentração de oxigênio, uma alta concentração de dióxido de carbono, uma concentração média de monóxido de carbono, altos níveis de óxidos de nitrogênio e a aglomeração numa sala muito pequena podiam matar as pessoas presentes na sala ainda que quiça(possibilidade)não houvesse podido matá-las se houvessem entrado na câmara um por um.

Contam uma história, quiça apócrifa, segundo a qual alguém, utilizando a teoria de aerodinâmica, "provou" que os zangões não podiam voar. Sem embargo, os zangões, sem deixar-se impressionar por este triunfo da ciência, se negam a caminhar de flor em flor e seguem voando como eles tem feito sempre.

"Os "cientistas" negadores do Holocausto estão na mesma posição: tratam de provar que os fatos não são fatos. Em todos os sentidos, a "ciência" empregada ao serviço da negação do Holocausto é, na realidade, a negação de todos e cada um dos princípios do método científico - uma total negação da ciência em si mesma.

Fonte:
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/denial-of-science-sp.html
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Canal de denúncia do Orkut não funciona, diz procurador

O procurador da República no Estado de São Paulo Sérgio Suiama propôs ao Google, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, no Senado, em Brasília, criar uma central de atendimento telefônico para receber queixas e denúncias de usuários sobre crimes na internet.

Suiama disse que o canal online da empresa, no Orkut, para receber denúncias é ineficiente. "O serviço via internet não funciona", afirmou, ao contar o caso de uma mulher que esperou dias até que fosse tirada do ar uma página com informações falsas e insinuações envolvendo questões sexuais sobre sua filha.

Ao Ministério Público, o Google informou que o conteúdo impróprio é tirado do ar até 15 dias após a denúncia. "É tempo demais diante dos danos causados às pessoas", disse o procurador. Suiama sugeriu ainda que o Google passe a identificar os usuários e faça campanhas de esclarecimento sobre crimes na internet em seu espaço virtual. As informações são da Agência Senado.

Fonte: Agência Estado/Yahoo
http://br.noticias.yahoo.com/s/09042008/25/politica-canal-denuncia-orkut-nao-funciona-diz-procurador.html

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Relatório de Wilhelm Cornides, Oficial da Wehrmacht, sobre Belzec

Em 30 de agosto de 1942, um oficial alemão não-comissionado, Wilhelm Cornides, esteve em Rzeszow, em seu caminho de trem para Chelm. Em seu diário ele registrou que um policial ferroviário em Rzeszow lhe disse que "uma placa de mármore com letras douradas será erguida em 1° de setembro, porque então a cidade estará "livre de judeus". O policial também lhe disse que trens cheios de judeus "passam quase diariamente através dos pátios de baldeação, são despachados imediatamente para seu trajeto, e retornam totalmente vazios, com mais freqüência na mesma noite." Cerca de 6.000 judeus de Jaroslaw, acrescentou o policial, "foram mortos recentemente em um dia."

Então Cornides pegou o trem regular de passageiros de Rzeszow para Chelm, chegando a Rawa Ruska em 31 de agosto, e registrando em seu diário, enquanto esteve na "Casa Alemã" daquele local:

"Ao meio-dia e dez minutos, eu vi um transporte de trem correr para a estação. No teto e nos degraus sentavam-se guardas com rifles. Podia-se ver à distância que os vagões estavam abarrotados de pessoas. Eu me virei e percorri a pé o trem inteiro: ele consistia de 35 vagões de gado e um vagão de passageiros. Em cada um dos carros havia no mínimo 60 judeus (no caso dos transportes de homens alistados ou transportes de prisioneiros, esses vagões comportariam 40 homens; entretanto, os bancos haviam sido removidos e podia-se ver que aqueles que estavam ali trancados tinham que ficar espremidos em pé). Algumas das portas estavam um pouco abertas, as janelas entrecruzadas com arame farpado. Entre as pessoas ali trancadas havia alguns poucos homens e a maioria deles eram velhos; tudo o mais eram mulheres, garotas e crianças.

Muitas crianças se amontoavam às janelas e às estreitas aberturas das portas. A mais nova com certeza não tinha mais de dois anos. Assim que o trem parou, os judeus tentaram passar garrafas para fora a fim de pegar água. O trem, entretanto, estava cercado por guardas da SS, para que ninguém pudesse se aproximar. Naquele momento, um trem chegou vindo da direção de Jaroslaw; os viajantes afluíram em direção da saída sem se preocupar com o transporte. Alguns poucos judeus que estavam ocupados carregando um carro para as forças armadas acenaram seus chapéus para as pessoas que estavam trancadas.

Eu conversei com um policial em serviço na estação da ferrovia. À minha pergunta sobre de onde os judeus realmente vieram, ele respondeu:

"Aqueles são provavelmente os últimos de Lwow. Isso tem continuado por três semanas ininterruptamente. Em Jaroslaw eles só deixaram ficar oito, ninguém sabe por quê."

Perguntei: "Para onde eles irão?" Então ele respondeu: "Para Belzec." "E então?"

"Veneno." Eu pergutei: "Gás:" Ele encolheu os ombros. Então ele disse apenas:
"No começo eles sempre os fuzilavam, acredito eu."

Aqui na Casa Alemã eu só falei com dois soldados do campo de prisioneiros de guerra da linha de frente 325. Eles disseram que ultimamente estes transportes tinham corrido todos os dias, na maiora das vezes à noites. Acredita-se que ontem passou um de 70 vagões."

De Rawa Ruska, Cornides tomou o trem da tarde para Chelm. As coisas que ele aprendeu nessa jornada eram tão extraordinárias que ele fez três entradas separadas em seu diário dentro do período de uma hora, a primeira às 17:30:

"Quando nós embarcamos às 16:40, um transporte vazio tinha acabado de chegar. Eu acompanhei o trem a pé duas vezes e contei 56 vagões. Sobre as portas havia sido escrito em giz: 60, 70, uma vez 90, ocasionalmente 40 - obviamente o número de judeus que eram carregados lá dentro. Em meu compartimento eu falei com a esposa de um policial ferroviário que está atualmente visitando seu marido aqui. Ela disse que esses transportes agora estão passando diariamente, às vezes também com judeus alemães. Ontem seis corpos de crianças foram encontrados ao longo dos trilhos. A mulher acha que os próprios judeus tinham matado essas crianças - mas elas devem
ter sucumbido durante a viagem.

O policial ferroviário que apareceu como companhia de trem juntou-se a nós no nosso compartimento. Ele confirmou as declarações da mulher sobre os corpos das crianças que foram encontrados ontem ao longo dos trilhos. Eu perguntei: "Os judeus sabem o que vai acontecer com eles?" A mulher respondeu:

"Aqueles que vêm de longe não sabem de nada, mas aqui na vizinhança eles já sabem. Então eles tentam fugir, se eles percebem que alguém está vindo atrás deles. Assim, por exemplo, mais recentemente em Chelm onde três foram fuzilados a caminho da cidade." "Nos documentos da ferrovia esses trens rodam sob o nome de transportes de reassentamento", notou o policial da ferrovia. Então ele disse que depois do assassinato de Heydrich, vários transportes contento tchecos haviam passado.

O Campo Belzec deve estar localizado à direita da linha férrea, e a mulher prometeu mostrá-lo a mim quando nós passássemos por ele.

17:40 pm. Uma parada rápida. Em frente a nós, um transporte pára novamente. Eu falo com o policial na frente do compartimento no qual nós estamos viajando. Eu pergunto:

"Você vai voltar para casa, para o Reich?" Sorrindo, ele diz: "Você provavelmente sabe de onde nós estamos vindo. Bom, para nós o trabalho nunca está terminado."

Então o transporte à nossa frente vai embora, com 35 vagões vazios e limpos. Com toda a certeza este foi o trem que eu havia visto às 13:00 na estação Rawa Ruska.

18:20. Nós passamos pelo campo Belzec. Até então, nós viajamos por algum tempo através de uma floresta de altos pinheiros. Quando a mulher chamou, "Agora vem!", podia-se ver uma ponta alta de pinheiros. Um forte cheiro adocicado podia ser percebido distintamente. "Mas eles já estão cheirando mal", diz a mulher. "Oh,
bobagem, é apenas o gás", disse o policial ferroviário rindo.

Enquanto isso - nós havíamos percorrido cerca de 200 metros - o odor adocicado se transformava em um forte cheiro de algo queimando. "Isso é do crematório", diz o policial. Uma curta distância adiante, a cerca acabou. Na frente dela, podia-se ver uma casa de guarda com um posto SS. Um trilho duplo levava para dentro do campo. Um ramal de trilhos se separava da linha principal, a outra corria sobre uma rotunda a partir do campo para uma fileira de celeiros cerca de 250 metros adiante. Um vagão por acaso estava sobre a rotunda. Vários judeus estavam ocupados girando o disco.

Guardas da SS, com rifles sob os braços, estavam presentes. Um dos celeiros estava aberto; podia-se ver distintamente que estava cheio até o teto com fardos de roupas. Enquanto prosseguíamos, olhei para trás mais uma vez. A cerca era muito alta para se poder ver qualquer coisa. A mulher diz que às vezes, enquanto se passa, pode-se ver fumaça subindo do campo, mas eu não percebi nada do tipo. Minha estimativa é que o campo mede entre 800 por 400 metros."

Em seu diário, Cornides registrou conversas que teve com outras testemunhas:

"Na noite de 30 de agosto de 1942, na 'Casa Alemã' em Rawa Ruska, um engenheiro me contou:
"Tirando os poloneses e prisioneiros de guerra, judeus, que foram os principais transportados desde então, também foram empregados em conexão com o trabalho no solo de exercícios eqüestres que está localizado aqui. O trabalho dessas turmas de construção (que incluíam mulheres) atingia 30% do nível de produtividade de trabalhadores alemães em média. Enquanto algumas pessoas recebiam pão de nós, outras tinham que encontrá-lo por si mesmas. Por acaso, recentemente eu vi o carregamento de um transporte desses em Lwow.

Os vagões ficavam ao pé do banco de areia. Usando paus e chicotes de cavalaria, os homens da SS dirigiam e empurravam as pessoas para dentro dos vagões. Aquele era uma visão que não esquecerei enquanto estiver vivo."

Lágrimas vinham aos olhos do homem enquanto ele contava sua história. Ele tinha aproximadamente 26 anos de idade, e usava um emblema do partido. Um capataz de construção dos sudetos que sentava-se à mesma acrescentou:

"Recentemente, um homem SS bêbado sentou-se na nossa cafeteria, chorando feito uma criança. Ele disse que estava servindo em Belzec, e que se as coisas corressem desse jeito por mais 14 dias ele se mataria, porque ele não poderia mais suportar."

Um policial no restaurante do prédio do governo em Chelm disse, em1° de setembro de 1942:
"Os policiais que guardam os transportes judaicos não são permitidos dentro do campo; somente a SS e o Sonderdienst Ucraniano (uma formação policial que compreendia auxiliares ucranianos) eram permitidos. Por causa disso, eles criaram um bom negócio. Recentemente, um ucraniano que esteve aqui tinha um grande maço de notas, relógios, e ouro - tudo que se podia imaginar. Eles encontram tudo isso quando eles juntam e despacham as roupas."

Em resposta à pergunta, sobre o modo como os judeus eram mortos, o policial respondeu:

"Alguém diz a eles que eles precisam ser despiolhados. Então eles se despem e entram numa sala na qual, no início, entra uma onda de calor, e assim eles já receberam uma pequena dose de gás. É suficiente para agir como um anestésico local. O resto vem em
seguida. E então eles são imediatamente queimados."

Quanto à questão de por que toda essa ação era executada, o policial declarou:

"Até agora, os judeus foram empregados em todo o lugar pela SS e pela Wehrmacht, etc., como trabalhadores auxiliares. Naturalmente, eles ouviram um monte de coisas, e além disso eles relataram tudo aos russos. Com tudo isso, eles têm que ir. E então eles também operavam todo o mercado negro e manipulavam os preços aqui. Quando os judeus se forem, os preços podem novamente se tornar razoáveis."
Tradução: Marcelo Oliveira
Fontes: Gilbert, Martin. Final Journey: The Fate of the Jews in Nazi Germany, Mayflower Books, New York, 1979
Longerich, Peter. Die Ermordung der europäischen Juden. Serie Piper 1060, München, 1989
http://www.deathcamps.org/belzec/rawacornides.html
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6317

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