segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Post sobre conflito no Oriente Médio e a crise humanitária em Gaza (Palestina), discussões na caixa de comentários (Parte 22)

ATUALIZAÇÕES DO POST NA CAIXA DE COMENTÁRIOS. PARTE 22 (UPDATES IN THE COMMENT BOX). PART 22. Pra coisa ficar organizada e poder achar link depois, vou centralizar tudo em um post (esse post sempre ficará no topo, se for necessário). Post publicado e aberto em 11.07.2025 (Atualização: 16.07.2025; 24.07.2025; 08.08.2025).

ATUALIZAÇÕES DO POST NA CAIXA DE COMENTÁRIOS.

A caixa de comentários servirá justamente pra atualização sobre o conflito e desdobramentos (links de notícias, vídeos etc), desdobramento dessa disucssão aqui ("Para entender o conflito Israel-Palestina, livros [Bibliografia Oriente Médio] - Atualização 2023"), e denunciar o papel podre da "grande mídia" do Brasil (Rede Globo, SBT, Record e cia) justificando os crimes contra Gaza (mais de 1600 crianças mortas no dia de hoje em Gaza) sem mencionar nunca o apartheid do projeto colonial israelense, punição coletiva (continuada) sobre a população palestina que está com corte de energia desde o começo da crise, água e comida (entraram poucos caminhões com suprimentos no dia de hoje pela fronteira com o Egito). Isso é um contraponto à mídia podre, venal e vendida do Brasil. Papel que essa mídia já faz com o próprio país desde antes da ditadura militar (1964-1985) atrelada a interesses externos contra o bem-estar da própria população do país.

Tentarei colocar os links relevantes abaixo que foram colocados na "caixa de comentários" da "parte 01" (https://holocausto-doc.blogspot.com/2023/10/post-sobre-conflito-no-oriente-medio-e-a-crise-humanitaria-em-gaza-palestina-discussoes-na-caixa-de-comentarios.html).

Como fica longa a página pra ler os comentários (já vai em mais de 170, mais os comentários de outro post quando estoura a crise), segue uma nova parte nesse post.

Pra quem acompanhou a discussão do Post 09, segue abaixo o vídeo colocado em destaque lá com um quadro/resumo sobre a situação atual do mundo, "onde estamos" e o que estamos "passando", a fase de transição de queda do Império norte-americano, ascensão chinesa e onde começou essa "transição":

domingo, 28 de setembro de 2025

A Cidade Proibida (China) e outros monumentos (Muralha etc), sugestão de vídeos de canal

Dando sequência a esse post sobre o ´"Ultimo imperador" da China e a sugestão do filme "O Último Imperador" do Bertolucci (comentários no próprio post):
"O último Imperador da China (Puyi)" (https://holocausto-doc.blogspot.com/2025/09/o-ultimo-imperador-da-china-puyi.html)

eu disse que faria um post extra pra sugerir vídeos de um canal, pois ficaria muita informação pra um post só.

Colocarei aqui a sugestão então pra que assistam os vídeos do canal "2aMais na China" (do Dieter e da Deyse, pessoal muito simpático, o canal tirou o "da China" do nome mas se chamava assim antes), casal que teve uma experiência de 4 a 5 anos na China, de 2015 a 2019 (vieram pouco antes da explosão da Covid, fim de 2019, mas tem vídeo em 2020 ainda), e continuo achando um dos melhores relatos (ou melhor) documentado em vídeo da China no período (e continua bem atual os vídeos), edição, texto, as observações do casal (que saíram do Brasil com visões não tão positivas sobre a China e mudaram a percepção com o tempo, fato bem relevante pro registro dos vídeos).

Descobri o canal em agosto de 2020 (citando de memória), ou redescobri porque já havia visto alguma coisa antes e não havia dado "atenção" (a gente acaba criando certa animosidade com vídeo de canal de brasileiros fora porque tem muita tranqueira no Youtube), fiquei bem doente no período (coisa rápida mas foi pesada, algum mal estar, infecção intestinal, não foi diagnosticado, foram 4 a 5 dias pesados ou 1 semana, nem lembro direito mais, em plena pandemia) e os vídeos do canal ajudaram muito na melhora de ânimo no período. Sou grato à dupla por isso e pelo registro em vídeo que fizeram e compartilharem essa experiência, já deixei meu agradecimento em algum vídeo do casal, ou mais de um).

No vídeo sobre Natal mostram as igrejas cristãs na China (há outros vídeos de religião na China, templos de Taoismo, budista, se for o caso depois eu coloco um desses aqui), a arquitetura da igreja católica da China (arquitetura interessante, puxa pra arquitetura do local).

Eu sugeriria que quem pudesse ou tiver curiosidade que "maratone" todos os vídeos do canal do casal, mas só vou colocar aqui quatro vídeos: da "Cidade Proibida" (onde os imperadores da China viviam, e onde se passa parte do filme de "O último Imperador", da vida dele, há outro vídeo também da "Cidade Proibida", vasculhem o canal), da "Muralha da China" (há mais de um vídeo sobre a Grande Muralha da China, escolhi obviamente só um praqui), do "Templo do Céu" (construção que é mais antiga que o Brasil...) e um vídeo de Natal na China (tem outro vídeo no canal sobre o Natal na China, mais antigo, mas vou colocar só um deles aqui).

Há vídeos fora de série no canal, de verdade, vale muito a pena assistir (vídeos de Hong Kong, Pequim/Beijing e cia). Pena que a dupla tenha parado com os registros filmados, até os do Brasil, mas fizeram uma obra sensacional (minha opinião e a de muita gente) registrando a vida na China de 2015 a 2019 e a transformação naquele país no período. Vídeos em português (áudio), pra quem não entende português/espanhol, ative as legendas em inglês e de outros idiomas no Youtube.

domingo, 21 de setembro de 2025

O último Imperador da China (Puyi)

Só lembrando, texto integral abaixo sobre o último imperador da China feito pela BBC, mas... como a BBC (mídia pública britânica) "dá uma no cravo e dez na ferradura" (a expressão é outra Link1, fiz a adaptação porque a "ferradura" da BBC é vir com dez notícias enviesadas atacando o que não agrada à "agenda" dela, e no meio delas solta alguma matéria razoável ou boa, que é o caso da matéria em questão), e eu ia fazer uma adaptação pra sugerir o filme "O último Imperador", ficará pra outro post.

Fazer resumo daquilo (do filme) seria complicado (e "spoiler") e desnecessário depois de ler a matéria que será transcrita abaixo. Ainda é um filme espetacular (venceu 9 Oscar), super produção, e serve pra conhecer um pouco ou algo da China e também do período que vivemos, por isso veio forte à lembrança do filme nas últimas semanas ou meses vendo os links sobre a invasão japonesa da China etc, se procurarem os posts passados irão achar matérias sobre filmes da invasão japonesa à China (pensei nesse post, e no próximo que farei, há semanas, só que é impossível transpor tudo praqui). Pro pessoal que gosta de primeira guerra e segunda guerra mundial, filme sensacional (vai muito além do contexto desses conflitos embora se passe neles também).

"Mas a matéria abaixo não é "spoiler"? "Sim" e não... depende de como assistirem o filme (de como interpretam)... o filme sobre a figura do Puyi (nome do imperador) e sobre a China não detalha tudo do período (não tem como), tem partes "meio" datadas (o estilo) ou que eu tiraria do filme (soam caricaturas, o excesso de danças etc mas entendo porque colocaram), revendo o filme dá pra compreender melhor o filme hoje do que quando se viu da primeira vez, se você assistiu isso há mais de uma década e muita gente não assistiu (engraçado uma parte "falar tanto" de China no Youtube e eu nunca ter visto sugestão desse tipo de filme)... é um filme de 1987, do contexto da Guerra Fria ainda.

Mas deixa eu colocar o trailer do filme do Bertolucci aqui, haverá outro post sobre isso aqui, de forma curta, como complemento.

Trailers do filme "O último Imperador" (Bernardo Bertolucci):

Título da matéria (BBC):

"Como o último imperador da China terminou a vida como um simples jardineiro"
Autor, Redação
Role, BBC News Mundo; 11 setembro 2021

Sua história seria extraordinária de qualquer maneira, pois ele estava destinado a ser o governante absoluto de quase um quarto da população mundial. Mas ele acabou sendo único porque, diferentemente de seus ancestrais, chegou ao século 20 e sofreu as consequências das transformações sociais, políticas e econômicas da época.

Aisin-Gioro Puyi nasceu em fevereiro de 1906 em Pequim, quando seu tio Guangxu era o imperador da China. Este, no entanto, estava em prisão domiciliar havia 8 anos, por ordem de sua tia, Imperatriz Viúva Cixi, a mesma que o havia escolhido para ocupar o trono do Dragão e que permanecera como regente - e de fato governava o país - sob o título de "Santa Mãe, Imperatriz Viúva".

Ela própria determinou, em 13 de novembro de 1908, que a residência oficial dos imperadores e sua corte, bem como o centro cerimonial e político do governo chinês, fossem transferidos para a Cidade Proibida, no centro de Pequim.

O escolhido como sucessor do moribundo governante Guangxu foi Puyi, que apesar da pouca idade, se lembra do encontro com a formidável Cixi, cujo "rosto abatido e aterrorizante" viu através de uma cortina cinzenta.

"Dizem que comecei a gritar alto quando a vi e comecei a tremer incontrolavelmente. Cixi mandou alguém me dar alguns doces, mas eu os joguei no chão e gritei 'Quero minha babá, quero minha babá!', para grande desgosto dela", recordaria ele anos depois.

Guangxu morreu em 14 de novembro, e no dia seguinte, foi a vez de Cixi.

Em 2 de dezembro, dois meses após seu terceiro aniversário, Puyi foi chamado de "Sua Majestade o Imperador", "O Senhor dos Dez Mil Anos", "O Filho do Céu" depois da realização da "Grande Cerimônia de Entronização".

"Uma cerimônia que estraguei com minhas lágrimas", escreveria ele tempos depois em sua autobiografia, que também serviria de fonte para o filme O Último Imperador (1987), do cineasta italiano Bernardo Bertolucci.

Puyi se tornou o décimo-segundo imperador da dinastia Qing e o mais jovem na longa história imperial chinesa.

Sua dinastia

Puyi era descendente das tribos Manchu que venceram os Ming e fundaram a dinastia Qing em 1644, sob a qual a China dobrou de tamanho, ao incluir Xinjiang no extremo oeste, assim como a Mongólia e o Tibete, criando praticamente o formato territorial que a China tem até hoje. Um selo imperial do período Kangxi da dinastia Qing

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"Um selo imperial do período Kangxi da dinastia Qing"

A nova dinastia tolerou uma diversidade de povos e religiões e criou grandes empreendimentos culturais.

No século 18, a China era indiscutivelmente a maior economia do mundo, um país próspero com uma cultura rica. Seus imperadores viviam no coração de sua opulenta capital, Pequim, cercados por guardas imperiais e famílias nobres manchus.

Mas no século 19 a dinastia Qing começou a enfraquecer, incapaz de defender a China de agressões militares de forças britânicas, americanas, francesas, alemãs e japonesas.

Em 1850, um chinês cristão convertido, Hong Xiuquan, proclamou-se líder de uma nova dinastia, o Reino Celestial Taiping, e marchou com seus seguidores contra Qing, ganhando amplo apoio à medida que avançava.

A guerra civil que se seguiu durou 14 anos, e cerca de 20 milhões de pessoas perderam a vida em um conflito que acabou envolvendo soldados europeus.

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"Rebelião de Taiping, uma obra de meados do século 19"

A Rebelião de Taiping foi um dos eventos mais importantes na China no século 19, assim como o "Levante dos Boxers", também conhecido como "Levante de Yihétuan", uma rebelião de aldeões das províncias do Norte que estavam desesperados e famintos e passaram a responsabilizar estrangeiros por sua situação, expulsando mercadores e missionários.

O movimento teve início em 1898, cercou Pequim no verão de 1900, mas acabou sendo derrotado de forma brutal em setembro de 1901.

Era esta China que o pequeno Puyi governaria. Seus representantes, que regiam em seu nome, eram o pai de Puyi, príncipe Chun, e depois, a tia, Imperatriz Viúva Longyu.

O mundo lá fora

Em outras épocas, a fraqueza da dinastia Qing teria levado ao surgimento de outra, mas o século 20 ampliou o leque de possibilidades.

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"1909: Príncipe Chun, regente e controlador da nação, com seu filho mais novo ajoelhado e Puyi (1906-1967), Imperador da China, ao seu lado"

Enquanto Puyi era formado para o seu papel de governante e rodeado de privilégios que incluíam até ser dono de outras pessoas, como os eunucos que cuidavam dele e tinham que obedecer a cada um de seus caprichos, uma revolução estava sendo forjada contra o poder de sua dinastia. Para muitos chineses, esses governantes tinham perdido o mandato divino.

Em 1911, estourou a Revolução Xinhai ou Revolução Hsinhai, que acabaria pondo um fim ao Império e inaugurando a República da China. Em 12 de fevereiro de 1912, a Imperatriz Viúva Longyu, tia de Puyi, selou o "Édito Imperial de Abdicação do Imperador".

"A imperatriz viúva estava sentada em uma sala ao lado do palácio, enxugando os olhos com um lenço enquanto um velho gordo (o primeiro-ministro Yuan Shikai) se ajoelhava diante dela em uma almofada vermelha, com lágrimas rolando em seu rosto. Eu estava sentado à direita da viúva e me perguntava por que os dois adultos choravam", relata Puyi em suas Memórias.

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"As viúvas imperatrizes Longyu (primeira à direita) e Cixi (Tzu-hsi, 1835-1908, centro) com damas da corte em 1904"

Eles choravam porque acabava, formalmente, seu governo e os 267 anos de poder da dinastia Qing.

Mas ele, aos 6 anos, estava alheio a essas realidades.

E assim permaneceu, pois com o avanço da revolução, todos estavam em território desconhecido: com o fim de 2 mil anos de sistema imperial, ninguém sabia exatamente o que fazer com a casa imperial deposta.

Enviá-los para a Manchúria ou deixá-los em Pequim?

No fim, decidiram tratá-lo como faziam com reis estrangeiros, permitindo-lhe viver na Cidade Proibida, desfrutando do luxo de seu palácio imperial e seus jardins.

Por isso, para Puyi, pouca coisa mudou: ele nem mesmo foi informado por um tempo de que não era mais imperador e continuou a gozar de privilégios hoje difíceis de imaginar.

"Na época em que a China passou a ser uma república, e a humanidade avançou para o século 20, eu ainda vivia como um imperador, respirando a poeira do século 19", escreveu ele.

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"Cidade Proibida, considerada foi sua primeira prisão"
Em 1917, ele chegou a ser renomeado como imperador pelo general pró-monárquico Zhang Xun, que deu um golpe e assumiu o posto de "regente do Império". Mas isso durou apenas duas semanas, e Puyi e sua corte não foram responsabilizados pelo ocorrido.


Prisioneiro cruel

Puyi cresceria naquele ambiente estranho, isolado do mundo exterior, separado de sua família, sem nenhuma outra referência exceto a babá, Wang.

Mas ele continuou a ser tratado como uma divindade, a quem ninguém poderia perturbar, mesmo quando ele se comportava, segundo seu próprio relato mais tarde, de maneira nefasta.

"Chicotear os eunucos fazia parte da minha rotina diária. Minha crueldade e amor ao poder já eram fortes demais para que a persuasão surtisse algum efeito."

Em 1919, no entanto, Reginald Johnston, um acadêmico britânico contratado pela corte Qing para ser tutor de Puyi, o descreveu assim às autoridades britânicas: "Um menino muito 'humano', com vivacidade, inteligência e senso de humor. Além disso, tem excelentes modos e é totalmente isento de arrogância".

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"O imperador, aos 11 anos"

"Ainda que o imperador não pareça ser malcriado, pelas bobagens e futilidades que o cercam, temo que não haja esperança de que ele saia ileso dos perigos morais nos próximos anos de sua vida. (...) A menos que ele possa ser mantido longe da influência das hordas de eunucos e outros funcionários inúteis que atualmente são quase seus únicos companheiros", escreveu Johnston.

Assim, Puyi gradualmente se tornou um adolescente cujos atos de rebeldia consistiam em caminhar fora da Cidade Proibida, usar óculos e cortar sua tradicional trança Manchu. No entanto, ele ainda era obrigado a obedecer tradições, como por exemplo a das "grandes núpcias" do imperador.

"Casei-me com um total de quatro esposas ou, usando os termos usados na época, uma imperatriz, uma consorte secundária e duas consortes menores. Mas, na verdade, elas não eram esposas reais e estavam ali apenas para decoração", escreveu Puyi.

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"Procissão de presentes de casamento de Puyi, Imperador Xuantong da China (1906-1967), para sua noiva Lady Gobulo, Imperatriz Xiaokemin (1906-1946)"

Do lado de fora, o país ainda procurava respostas para as convulsões do fim do sistema imperial.

Em 1924, o comandante militar Feng Yuxiang chegou ao poder e expulsou Puyi e sua comitiva da Cidade Proibida.

Imperador de novo

Aos 19 anos, refugiou-se com os japoneses, que, ao invadirem a Manchúria em 1931, o proclamaram imperador de Manchukuo, um estado fantoche criado a partir das três históricas províncias da Manchúria (nordeste da China).

À época, a propaganda japonesa descreveu o nascimento de Manchukuo como um triunfo pan-asiático, reunindo as "cinco raças" de japoneses, chineses, coreanos, manchus e mongóis.

Isso, segundo eles, marcaria nada menos do que o nascimento de uma nova civilização e um ponto de inflexão na história mundial, como explica Edward Behr em seu livro O Último Imperador (1987).

Assim como o Estado, Puyi também era uma marionete, já que Manchukuo era rigidamente controlado por Tóquio, que o utilizava como base de expansão na Ásia.

Ali, a vida de Puyi se transformou em um pesadelo.

Obcecado pelo fato de que a grande maioria de seus súditos o detestava, já que Manchukuo era "um dos países mais brutalmente governados do mundo", de acordo com Behr, ele vivia como um prisioneiro virtual em seu palácio, com pouco mais a fazer do que assinar decretos aprovados pelos japoneses.

Sua tendência para a crueldade foi exacerbada e ele atormentava seus servos, não apenas com as usuais chicotadas, mas também cortando a quantidade de comida.

Além disso, ele se tornou budista, místico e vegetariano.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), ele permaneceu firme com seus amos japoneses. Como ele mesmo admitiu, fez tantas declarações pró-Japão que nenhum aliado o aceitaria se fugisse de Manchukuo.

Mas foi isso que ele acabou forçado a fazer em 11 de agosto de 1945, quando finalmente percebeu que o Japão não estava ganhando a guerra e embarcou em um trem com sua corte e os tesouros da dinastia Qing.

Em 16 de agosto, um dia após a rendição do Japão, ele abdicou como imperador de Manchukuo e declarou, em seu último decreto, que o estado era parte da China.

Puyi acabou preso pelo Exército Vermelho soviético quando tentava voar para o Japão.
Imperador Manchukuo Puyi (à direita) sendo questionado pelo general russo Pritoul (à esquerda) após sua prisão

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Legenda da foto, Imperador Manchukuo Puyi (à direita) sendo questionado pelo general russo Pritoul (à esquerda) após sua prisão

Os soviéticos, que inicialmente não o reconheceram, levaram-no para a cidade de Chita, na Sibéria. Foi mantido preso, mas com conforto e mais privilégios do que os outros prisioneiros, algo pelo qual ele era grato ao mandatário Joseph Stálin.

Ali, receberia como todos os outros uma formação comunista.

A casa

Enquanto isso, a China ainda estava faminta por ideias e poderia ter tomado muitas direções diferentes.

Depois de décadas de conflitos internos, invasão japonesa e guerra civil, o Partido Comunista, com sua então estreita afiliação com a União Soviética de Stálin, conseguiu prevalecer.

Em 1949, Mao Tsé-Tung proclamou a Nova República na Praça Tiananmen (ou Praça do Portão da Paz Celestial), cujo nome vem do portão sul da Cidade Proibida, morada dos imperadores, aquela de onde apareciam as procissões quando o imperador deixava seu trono para realizar rituais para agradar os deuses. Ali os comunistas penduraram retratos de seus heróis.

Depois de quase 40 anos de guerra e instabilidade, a China estava em paz.

E para Puyi, que fora um daqueles imperadores cuja função era manter as relações diplomáticas entre os humanos e o mundo celestial, chegara a hora de voltar para casa, mesmo que não quisesse.

Ele temia o destino que o esperava no império do proletariado, mas Mao Tsé-Tung nada mais fez do que enviá-lo a um campo de reeducação.

Ele passaria 10 anos lá, onde pela primeira vez teve que fazer, sem ajuda, coisas como escovar os dentes e se vestir, além de trabalhar e aprender sobre o comunismo. Puyi, em seus últimos anos

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Legenda da foto, Puyi, em seus últimos anos

Durante séculos, o Estado chinês girou em torno do imperador, a personificação do poder no coração do estado, o ser semidivino destinado a proteger as pessoas de colheitas ruins e inundações devastadoras.

Em 1960, Mao Tsé-Tung, uma nova versão desses seres poderosos, concedeu ao último imperador da China um indulto especial: cidadania e liberdade.

A partir de 1964, o homem que já governou o país mais populoso do mundo passou a trabalhar como assistente de jardinagem no Jardim Botânico de Pequim e, depois, como editor no departamento de literatura da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

E ele também escreveu uma autobiografia, De Imperador a Cidadão, que foi endossada por altos funcionários do Partido Comunista Chinês.

Puyi indicou ter aprendido lições da Educação Socialista Gratuita, a julgar por declarações em seu livro e outras que deu em ocasiões como no casamento com Li Shuxian, uma enfermeira de hospital, em 1962, quando proclamou: "Vamos nos lembrar deste dia e continuar a aprender com a classe trabalhadora por todos os nossos futuros dias juntos. (...) Eu odeio a primeira metade da minha vida, porque foi uma experiência humilhante ser um explorador e um parasita."

Fonte: BBC em português (Brasil)
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-58531866

Continuação do post, sugestão de canal sobre a China:
"A Cidade Proibida (China) e outros monumentos (Muralha etc), sugestão de vídeos de canal"
https://holocausto-doc.blogspot.com/2025/09/a-cidade-proibida-china-e-outros-monumentos-historicos-muralha-etc-sugestao-de-videos-de-canal.html

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

"Derretimento das empresas de IA, se ocorrer em sincronia, será a maior crise da economia mundial" (Nicolelis). O estrago que as Big Techs dos EUA causam

É tanto "fato" (entre aspas) acontecendo, sem parar, que pra fazer post de cada negócio desses tornaria a coisa inviável por aqui, porque não quero tirar do topo os posts sobre Gaza e o espaço não é pra "assunto aleatório", mas estamos vivendo um período de ascensão da extrema-direita (real, no poder), que sempre foi tema tratado por aqui.

Só que sem delongas, gostaria de compartilhar um recorte de vídeo (colocarei o link pro vídeo inteiro, só que sem estar aberto esse 2o link) do Miguel Nicolelis (cientista brasileiro) comentando sobre a bolha tecnológica dos EUA com as IA ("Inteligência artificial", que tá mais pra "burrice artificial" ou engodo/propaganda, como o próprio Nicolelis comenta) e as famigeradas "Big Techs" dos EUA.

Mas pralém disso, gostaria de ressaltar da gravidade da atuação dessas "Big Techs" manipulando conteúdo todo dia em prol de dinheiro (grana fácil, capitalismo selvagem em estado bruto) tornando as sociedades de vários países, incluindo os próprios Estados Unidos (Trump é "filho" dessa turma e todo caos de comunicação que essas "Big Techs" geram sem regulamentação pesada/legislação internacional), caóticas, surtadas, à beira do precipício, pra eleger facínoras e gente esdrúxula como essas olavetes aqui no país solapando o Brasil de cima abaixo.

Por isso que sempre entrei em choque com a "concepção" de alguns, "preocupados" com "liberdade de expressão" nessas redes/Big Techs, algo que beira ao devaneio, delírio ou falta de entendimento do funcionamento desses monstrinhos (elas não ligam pra "liberdade de expressão" e sim de "manipulação"... vocês quererem brigar com uma estrutura de engenharia/TI de ponta, pesada, sem entender como funciona, os mecanismos dessas redes/plataformas, é um convite pra ir pra cova... ou um convite pra destruição). O Breno ontem andou caindo em si sobre "narcisismo" nessas redes... maioria delas é estruturada pra destacar esses comportamentos, egoísmo exacerbado, individualismo e cia, fora a manipulação de conteúdo e afins, e coleta de dados... estamos em um "Big Brother" sem a maioria se dar conta do problema.

Só que o Nicolelis traz à tona a bolha tecnológica provocada pela IA, porque as Big Techs prometeram o "paraíso" com elas e só entregam propaganda... "computação gráfica" automatizada (de gosto duvidoso, tem edição de vídeo muito acima dessas "IAs" de computação gráfica automatizada, confundem a coisa com a própria "IA", como se "IA" se resumisse a isso), fora os erros bizarros que esse "oráculo" faz com as IAs do Google nas buscas (o Google censura e manipula resultados nas buscas... sem transparência alguma, por isso que ando usando o Yandex, da Rússia... quem não experimentou eu recomendo, o Duckduckgo também) e até no blog, o Google "indexou" essa porcaria aqui e a "IA" (não vi se tem opção de remover) fica adotando a premissa de que eu quero usar certa programação de "html" (pras colunas de vídeos) em tudo quanto é imagem, e não tem como remover... (os posts podem sair "tortos" daqui pra frente por conta disso). Não é uma "maravilha" uma "inteligência" que é burra? rs.

Bilhões, ou na casa do trilhão o gasto dessas Big Techs, consumindo recursos dos EUA, dos países, fora o gasto de água e recursos outros (naturais) pra manter essa baboseira de pé com retorno duvidoso, o que foi apresentado até agora é pífio, uma piada, pro gasto de dinheiro/capital aplicado.

Os "profetas da IA" nos EUA, do Vale do Silícios, estão gerando uma bolha que quando explodir vai levar a economia dos EUA pro limbo e a economia global pra baixo (não sabemos como será a reação chinesa a isso, do BRICS)...

O vídeo que eu citei em questão e a gravidade da coisa (colocarei dois vídeos, achei outro corte interessante, no mesmo tema, do Nicolelis), o corte do canal Tutaméia ficará aberto (não vi o Nicolelis citando o assunto dessa forma em outros vídeos), o link da entrevista completa seguirá mais pra baixo. O post é pra colocar a situação em público (tem muita gente de fora do Brasil acessando o espaço/blog, acessos do Brasil ficaram só na 5a posição nas últimas semanas, maioria dos acessos veio de Singapura, Hong Kong, EUA, Rússia etc) pra que reflitam, discutam e pensem na questão. Estou divulgando o vídeo porque achei pertinente demais, nevrálgico.

Derretimento das empresas de IA, se ocorrer em sincronia, será a maior crise da economia mundial



Entrevista completa: https://www.youtube.com/watch?v=L6_k5BWiWGE

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Os Estados Unidos querem transformar Maduro em um Allende 2 ou em um Kadafi (Gaddafi) ou Assad 2. Os EUA podem estar preparando um ataque à Venezuela

Pres. Maduro 
(Venezuela)
Tem uma turma das "bolhas fofuchas" que se apressou pra atenuar as ameaças de Donald Trump (facínora ianque) contra a Venezuela chamando de "guerra psicológica" as ameaças e cia... como se quisessem negar a gravidade da coisa, instinto reflexo (eu critiquei a postura no Post 22 de Gaza, tá pelos comentários).

Porque uma invasão à Venezuela seria complicado, como já afirmaram... e de fato é... mas quem disse que uma potência bélica precisa invadir outro país pra provocar o caos? Depois acham ruim quando a gente ironiza ou critica essas falas por aqui (vão morrer de indigestão porque ninguém vai deixar de criticar tolice, sem fundamento histórico, pelas bandas de cá).

O ataque a ser feito deve ser por caças ou mísseis de navios (há vários cercando a Venezuela).

O Stephano abordou a questão, e eu adverti que não é propriamente uma invasão que os EUA tramam e sim um ataque pra matar as cabeças, lideranças do governo da Venezuela (do exército, da presidência, o próprio Maduro e cia). Saiu em mídia europeia sobre o assunto (repetiram o assunto na mesma linha do que apontei).

O método usado é o que Israel exerce, como selvageria, já no Oriente Médio: matou o Nasrallah, matou liderança do Hamas no Irã, um primeiro-ministro da área dominada pelos Hutis no Iêmen, há dois governos no Iêmen, apesar de não ser liderança militar, matou outra liderança do Hamas em Gaza etc. Guerra de tipo selvagem iniciada por Trump no fim do primeiro mandato quando fizeram uma emboscada pro General Soleimani do Irã no Iraque (https://www.cartacapital.com.br/mundo/morto-pelos-eua-general-qassim-soleimani-era-heroi-no-ira/).

Ou como citaram em matéria de fora, o método já foi usado contra Salvador Allende (Chile, 11 de Setembro de 1973, morreu no palácio La Moneda antes de ser capturado e provavelmente ser morto por golpistas chilenos), porque houve um cerco a Allende por grupos internos das forças armadas do Chile, e lembrei da queda de Kadafi na Líbia que seguiu o mesmo roteiro, a quem não se lembra (2011):

"Intervenção na Líbia" (OTAN) (https://www.dw.com/pt-br/otan-bombardeia-quart%C3%A9is-generais-de-kadafi-na-l%C3%ADbia/a-15028661)
"Dez anos após morte de Kadafi, Líbia segue à beira do abismo" (https://www.dw.com/pt-br/dez-anos-ap%C3%B3s-morte-de-kadafi-l%C3%ADbia-segue-%C3%A0-beira-do-abismo/a-59552131)
"Há 12 anos, a Otan bombardeou a Líbia até destruir uma nação que chamava a África a se libertar" (https://horadopovo.com.br/ha-12-anos-otan-bombardeou-a-libia-ate-destruir-uma-nacao-que-chamava-a-africa-a-se-libertar)

Não precisa nem ir muito longe no "método", recentemente houve a queda do regime da Síria (de Assad) depois de uma longa guerra civil que levou ao colapso o governo daquele país (https://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_do_regime_de_Bashar_al-Assad).

Em suma, longe da "fofura" propaganda pelos "fofuchos" em "mídias alternativas", a situação de ameaças à Venezuela é muito severa, grave. Essa turma deveria parar de tentar relativizar a situação em que nos encontramos no mundo, na América do Sul, pra sei lá, tentar retratar Trump como "bufão"? De novo? Já fiz post sobre isso recentemente detonando esse tipo de postura dessa turma, pros que não viram:

"Trump, o "pacifista" e "bufão" segundo alguns, também é parte do projeto de destruição da União Europeia (UE) pela elite norte-americana (estadunidense). Alguém lembra do Brexit?..." (https://holocausto-doc.blogspot.com/2025/09/trump-o-pacifista-e-bufao-segundo-alguns-tambem-e-parte-do-projeto-de-destruicao-da-uniao-europeia-ue-pela-elite-norte-americana-estadunidense-alguem-lembra-do-brexit.html)

Despreparo (até psicológico) do pessoal que aborda isso no país pra encarar ou lidar com a questão não vai ajudar muito a encarar o problema. Depois são "pegos de surpresa", aí ficam batendo cabeça, entram em pânico etc.

Vão tomar que atitude diante de um possível ataque inédito à América do Sul?... continuar a alisar a cabeça de Trump, o "bufão"? Preocupante...

Tem tanto assunto recente pra post, que se for citar cada porcaria que aconteceu sairia uns dez, e por vezes a gente nem recorda (um episódio "atropela" o outro, mas existe uma escala de relevância na coisa).

P.S. Antes que eu esqueça: usem o Yandex pra busca de conteúdo/informação, o Google virou uma "central de hospício" (de manipulação), como o Facebook e o grosso das Big Techs dos EUA.

domingo, 14 de setembro de 2025

"Por trás da Unidade 731: a carnificina contra a humanidade pela guerra e o militarismo"

Eu havia salvo o link desse vídeo abaixo da CGTN (TV estatal chinesa, em inglês) pra colocar depois em post separado sobre o post desse filme ("731 Biochemical Revelations" ("731 Revelações Bioquímicas"). Próximo filme chinês com temática de guerra atrai a atenção da mídia japonesa"), pra não ficar com excesso de informação em um post único, só que não estava conseguindo localizar o link...

O Google (dono do Blogger, dessa plataforma de blog) não mostra o resultado na busca pelo "link"... e o mecanismo de busca do Google é bem "preciso" (quando querem...), como essas coisas não acontecem aleatoriamente, o "esforço de guerra" norte-americano contra a China pelo visto tá bem forte... apesar de deixarem essa TV estatal chinesa operar no Youtube (até quando? Os EUA baniram a RT junto com a União Europeia, a RT russa).

Por isso que acho frágil demais a China usar uma plataforma norte-americana de vídeos (Youtube/Google), em pleno atrito com os Estados Unidos (a potência em declínio), pra difundir esses conteúdos ou se comunicar com o mundo, o BRICS precisa ter uma plataforma própria de comunicação à parte dos entulhos (Big Techs) dos EUA, que manipulam resultados, omitem, censuram... nesses dias o "shadowban" do blog foi "cortado" (aliviado...) e houve mais de 6 mil acessos em 2 ou 3 dias... algo que era normal no passado virou algo "excepcional" com o controle feito por essas plataformas do Google. Quer dizer, a maioria desses acessos maiores não veio do Google... (o Google informa as estatísticas de acesso internamente no blog, é assim que a gente sabe os países que acessam, proporção, interesses etc).

"Ah, mas os acessos são pequenos em relação ao Youtube"... de fato, em relação a um canal "grande", seria, só que tem mais views que muito canal de "informação" daquela plataforma (Youtube)... (e mesmo assim, tem um pessoal que fica em um pedestal sem citar etc), sem ajuda de terceiros, de divulgação por terceiros, exceto colegas ou quem acessa e gosta, no "boca a boca" (como tem gente da China que lê esse espaço, não queiram saber das picuinhas e hostilidades dessas "mídias brasileiras" com mídias com menor "visibilidade", ou que desagradam certa "agenda" deles... ou mesmo vaidades, mesmo na questão palestina, de Gaza, que eu achava que essa coisa atenuaria, apaziguaria, continua do mesmo jeito... senão pior), e o site/blog é um espaço de leitura, de fixação de conteúdo (de estudo e cia).

Youtube opera mais na lógica do "entretenimento", tirando vídeos de documentário, noticiário etc, sites escritos não necessariamente (principalmente os de política e história)... por isso que acho engraçado editoras e cia tentarem divulgar livros por Youtube quando público 'leitor' (que compra livros, de fato) acessa conteúdos escritos, em sua grande maioria, de nichos etc... (é tão óbvia a coisa que chega a ser ridículo ressaltar isso).

Só um pequeno adendo, sobre esse tema "segunda guerra na China", no Pacífico, eu já tentei contato pedindo conteúdo (produzido pela China) sobre segunda guerra na China, meses atrás, por gente da China que apareceu em certas mídias aqui do país e nada... estou externando a coisa agora depois de meses, da próxima eu tentarei contato com gente direto da China, assim se corta esse comportamento ridículo (hostil). Se não leram mensagem, peço desculpas antecipadas, mas acho que leram (fora a dificuldade em contactar).

Mas prosseguindo, em todo caso, eu havia guardado esse link da CGTN (e tem outro vídeo resumo no post do filme sobre "Unidade 731") porque foi a melhor explicação resumida da guerra bacteriológica do Japão na China na segunda guerra mundial.

A quem quiser assistir (sem mais delongas), o vídeo ficará aberto (obviamente) só que tem legendas em inglês. Você pode tentar colocar em português ou outro idioma nas configurações do vídeo no Youtube:

Watch: Behind Unit 731 – The butchery of humanity by war and militarism


Tem mais vídeos que eu localizei da CGTN sobre o tema, vou listar abaixo como venho fazendo (em tabelas) com os vídeos de canais alternativos de fora sobre o genocídio de Gaza. Ou seja, terá atualização no post (gradual ou não).

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Trump, o "pacifista" e "bufão" segundo alguns, também é parte do projeto de destruição da União Europeia (UE) pela elite norte-americana (estadunidense). Alguém lembra do Brexit?...

Usei esse termo "pacifista" no título porque tem uma turma no Brasil que cria ou criava ilusões com Trump sobre a Rússia e "paz"... que Trump teria afinidades políticas dele com o Kremlin e cia (admiração ele nutre por algumas figuras), e essa situação esdrúxula fomentou o surgimento de uma "direita pró-russa" no Brasil (meio "marginal", porque o grosso da direita brasileira é e sempre foi filo-norteamericana) que repete essas "tonterías" (como diriam os espanhóis, "tonterías = besteiras")...

Turma de "memória fraca"... esqueceram do caso Cambridge Analytica?

Pa refrescar a memória fraca de alguns, e comento a razão do caso mais abaixo, o caso da Cambridge Analytica está ligado ao Brexit, que foi o movimento de retirada do Reino Unido (que pra uns no Brasil só soa como "Inglaterra") da União Europeia para destroçar a UE como bloco.

Sobre os métodos da Cambridge Analytica:
"A Cambridge Analytica é uma empresa de análise de dados que trabalhou com o time responsável para campanha do republicano Donald Trump nas eleições de 2016, nos Estados Unidos. Na Europa a empresa foi contratada pelo grupo que promovia o Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia).

A empresa é propriedade do bilionário do mercado financeiro Robert Mercer e era presidida, à época, por Steve Bannon, então principal assessor de Trump.

A Cambridge Analytica teria comprado acesso a informações pessoais de usuários do Facebook e usado esses dados para criar um sistema que permitiu predizer e influenciar as escolhas dos eleitores nas urnas, segundo a investigação dos jornais The Guardian e The New York Times.

Na noite de segunda, a rede de TV britânica Channel 4 veiculou uma reportagem em que o diretor-executivo da Cambridge Analytica, Alexander Nix, foi filmado conversando sobre uso de suborno, ex-espiões e prostitutas para encurralar políticos."

Link da matéria completa: (https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/entenda-o-escandalo-de-uso-politico-de-dados-que-derrubou-valor-do-facebook-e-o-colocou-na-mira-de-autoridades.ghtml). Viram os métodos mafiosos usados que lembram alguém?... Caso Epstein... manipulação de Big Techs...

Sobre o caso Epstein.. (o uso de prostituição de menores pra armar arapuca a políticos com "gostos curiosos"...), espionagem, prostituição... ("Secret service prostitute says secret information was easily accessible" Link1 "Ghislaine Maxwell and Jeffrey Epstein were spies who used underage sex to blackmail politicians, ‘ex-handler’ claims" https://www.thesun.co.uk/news/10414087/ghislaine-maxwell-epstein-mossad-agents-politicians-sex-blackmail).

Por sinal, foi difícil achar matéria sobre Epstein e Mossad... teve que calhar a do "The Sun", que é tabloide britânico, mas as infos não estão erradas nessa matéria por porque o assunto está com aparente censura pelo Google.

As Big Techs se reuniram com Trump pra adular o tirano norte-americano esses dias... (https://www.poder360.com.br/poder-tech/saiba-quem-foi-ao-jantar-de-trump-com-big-techs-na-casa-branca), pros que acreditam em "liberdade de informação/expressão" no Google, Facebook e cia, "tolinhos"... existe liberdade sim nas Big Techs, de "manipulação" e censura por elas, a gente mesmo sofre censura, restrições: https://holocausto-doc.blogspot.com/2025/06/ja-ouviu-falar-em-shadowban-o-grande-irmao-google-e-a-ilusao-de-alguns-grupos-com-liberdade-de-expressao-via-big-techs-dos-eua.html

Mas tentando voltar ao começo, ao assunto de fato... Trump é vendido só como um "bufão", coisa fanfarrônica, folclórica por certa "turma ilustrada" que circulam nessas "mídias progressistas" do Brasil (estão fazendo "bom jornalismo" sobre esses temas?... toda vez tenho que recorrer a links da "grande mídia"...), por uma postura pedante, pernóstica e boçal (os comportamentos quase sempre andam juntos).

Uma presunção de "superioridade intelectual e moral" (em vários casos há controvérsias nisso...) em relação a esses bandos porque os mesmos usam métodos ridículos de disuasão. A massa dessa extrema-direita olavética é realmente estúpida, manipulável, e de gente ruim (com péssimo caráter, valores, é isso o "conservadorismo" brasileiro?...), mas que não deixam de ser perigosos por manifestarem essa "estética pitoresca ridícula". Essa gente não deve ser levados na gozação, como "pilhéria"... foi por essa postura pernóstica da "esquerda ilustrada" que essa turma chegou ao poder sem combate, o Olavo de Carvalho, um "astrólogo" engoliu os meios universitários do país (que supostamente deveriam representar uma resistência a isso e nada...). Certa "esquerdinha pernóstica" de bolha de internet (de classe média) pilhando o Olavo de Carvalho e cia estimularam o sujeito a sair do anonimato, ainda no Orkut e parte desses bandos, testemunhei isso, pena o Google ter ocultado os arquivos do Orkut, quem quiser entender a ascensão dessa turma vai ter que pesquisar (conseguir acesso) àquele site.

Mas voltando a Trump, Trump deu continuidade ao projeto de destruição da União Europeia, começado com o Euromaidan (levante) em Kiev/Ucrânia (2014) derrubando governo pró-Rússia por lá pra futura guerra... isso ocorre ainda no governo Obama/Biden (vice), calma que chegaremos à UE de novo...

Trump se elege depois e começa o projeto "Cambrydge Analytica" pra remover o Reino Unido da União Europeia pra enfraquecer, fragmentar o bloco e dar respaldo a figuras de extrema-direita pela Europa como o Salvini (italiano), Farage (britânico, cabeça do barulho sobre o Brexit) e figuras do tipo...

O motivo? A UE era um bloco concorrente dos Estados Unidos em PIB, comércio, moeda e cia... confiram o gráfico (não achei melhor mas quebra o galho, link https://www.reddit.com/r/economy/comments/1j0vyrc/gdp_growth_of_the_usa_versus_the_eu_from_2008_to), pros que ficam alegando que a "Europa acabou"... os caras falam como se fosse um bloco político/econômico do tamanho da Bolívia... com todo respeito à Bolívia... como se não tivesse tecnologia, força, protagonizou duas guerras mundiais e encabeçaram o mundo desde a expansão ibérica (Portugal/Espanha) nas Américas e cia, lá pelo século XVI, até ascensão do Império holandês, francês, britânico...

Entendo que o termo "acabar" pode ser aplicado a "bem-estar social", se for faz sentido... mas de forma genérica é uma expressão problemática, porque o "acabar" é só o "recomeçar" de outra era (ou antiga... https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2025/03/05/alemanha-prepara-rearmamento-historico-apos-distanciamento-dos-eua.htm), Alemanha e armamento nunca foi uma mistura muito "boa"... se é que me "entendem"... como o blog é de 2aGM, comentários como esse tem sentido irônico mesmo.

Os Estados Unidos elaboraram uma estratégia de longo prazo (as elites ianques, o aparato de Estado) de uma guerra envolvendo Europa Ocidental (e a do leste, como bucha de canhão) contra a Rússia... que é o que estamos vendo em curso...

"Mas Trump é só um bufão" e bla bla bla... tomem cuidade com a turma que trata o sujeito e essaa questão assim aqui no país... sei que rola desabafo, irritação e vontade de chamar o sujeito de imbecil e cia (e em parte é), mas mesmo sendo imbecil é um sujeito perigoso, principalmente por seu entorno e por ser Presidente dos Estados Unidos... ele tem burocratas de Estado (uma máquina burocrática junto dele), maquinário de Estado ao lado dele pra cometer atrocidades, maldades e estragos... mesmo que não deem certo a médio/longo prazo no plano econômico.

Trump também foi responsável pela morte de quase 1 milhão de norte-americanos por Covid (número sem revisão ainda), como sua filial no Brasil, os Bolsonaro e os militares no governo, responsáveis pela morte de 700 mil brasileiros por Covid também no Brasil, fora o estrago econômico, social, familiar causado por essa questão.

E mais sobre Trump ser "bufão"... quem inaugurou essa "guerra de decepar" (como andam rotulando) que Israel anda usando e cia, pelo menos em período recente, foi o "Bufão laranja", pros que não lembram do ataque, 2020, governo Trump trama uma emboscada no Iraque, similar a essa conferência sobre "cessar-fogo" que líderes do Hamas foram ao Qatar, e manda bombardear o local pra matar o líder da Guarda Revolucionária do Irã (idealizador da estratégia do "Eixo da Resistência" e cia): "Bombardeio ordenado por Trump mata principal general iraniano" (https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/02/ataque-aereo-mata-major-general-iraniano-diz-agencia-milicia-culpa-eua-e-israel.ghtml). É "bufão" mas mata...

Muita cautela e cuidado ao tratar Trump como "mero bufão", isso é uma postura imprudente, imatura e irresponsável... mesmo sendo um cretino, ele é um cretino no poder da maior máquina de guerra do mundo ou uma das (a da China é equivalente), e essa turma dos Estados Unidos ao se dar conta que não podem conter a China mais diretamente, podem querer destroçar o mundo inteiro para que os chineses, BRICS e cia não usufruam de prosperidade, desenvolvimento por décadas... fora as ameaças de conflito armado e as não-ameaças como Gaza e conflito na Ucrânia, fora outros conflitos se espalhando pelo mundo.

Essa baboseira, ladainha, de separar Trump, republicanos e democratas como "coisas muito diferentes", pode funcionar em "DCE" de internet (por sinal, tem um usando uma expressão bem particular que eu usava... vou fazer post sobre isso porque achei ridículo), mas na prática isso é uma discussão rebaixada, ridícula.

Só lembrando, o blog é acessado em sua maioria por brasileiros e estrangeiros fora do Brasil e nessas semanas a coisa se superou, os acessos do Brasil se encontram na sétima colocação...

Singapura e Hong Kong (China) no topo, Rússia, Alemanha, Reino Unido e cia... o povo saberá se reproduzirem assunto dos textos em outros cantos sem os créditos. Nunca foi proibida a reprodução, está na descrição do site e sim a "ausência dos créditos", nada além disso. Tanto que o site tem uma lista de PDFs sobre nazismo e cia com mais de 120 arquivos... (na parte de Páginas), fora o livro elaborado pelo pessoal do Holocaust Controversies que se encontra em destaque no canto esquerdo sobre a Aktion T4 e alguns campos de concentração, em inglês (não foi possível, ainda, traduzir pro português). O download é livre, mas se reproduzirem, lerem, deem os créditos ao esforço feito, é o mínimo requerido.
O link direto do PDF do livro: https://holocausto-doc.blogspot.com/2012/01/belzec-sobibor-treblinka-holocausto.html

Programa Aktion T4 da Alemanha nazista (eugenia e eutanásia), a Olga Benário, conhecida no Brasil, foi morta em centro da Aktion T4 (a imagem dela aparece no link em português e esclareço a razão): Aktion T4 verbete (https://pt.wikipedia.org/wiki/Aktion_T4). Se alguém colocar algo pela IA do Google, a IA vai dizer que não há "ligação"... pra contornar o erro "burrice" da "inteligência artificial"... matéria antiga da Folha de SP ("Olga Benário foi morta em clínica" https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft28019816.htm). A Aktion T4 era sobre eugenia e cia, no começo, mas os centros também foram usados pra matar prisioneiros do nazismo, a Olga Benário foi vítima.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

"O Fantástico mundo de Bobby", a origem da expressão e a "turma oculta" que nos lê... a infantilização da discussão no pais pelo Youtube (webcomunismo parte 02)

Eu confesso que relutava em fazer um post sobre isso porque é esdrúxulo demais, mas como a expressão é muito particular eu realmente não gostei quando ouvi na boca de gente que eu nem "dialogo"... já vi uma vez em canal do Jones (pelo mesmo), não salvei o link (por considerar ridículo, mas estranho), deveria ter salvo pois facilitaria mostrar (mas acho que não foi esse ano, foi em 2024 ainda), e sei onde deve ter lido... eu sei onde usei o termo pra "fisgarem".

Até aí tudo bem, mas pra meu espanto, vou "zapeando" canais e escuto um sujeito daquele DCM usando... (esse ano), sinal de que já foi apossada em conversas paralelas de "zap" e cia pra estar circulando nessa velocidade, porque não costumam falar em vídeo... ouvi também em um canal crítico ao Jones e os "webcomunistas" recentemente... como foram coisas espassadas, deixei pra lá porque vai que "desencanam" da coisa. Mas sabe aquela coisa limite? O Youtube sugere "tranqueiras" pra ver (sem TV aberta, é o que "aparece", vou assistir mais filme porque ver essas coisas, mesmo por curiosidade de saber a quanto anda o "debate público brasileiro"... tem limites).

Tava vendo a discussão e tem um sujeito que nunca vi mais gordo na vida repetindo o termo (e é "Bobby", não "Bob"):


Pra quem não conhece a expressão e como surgiu o "uso", veio de um colega do Orkut, Luís, que usava muito a expressão desse desenho aqui (série) "O Fantástico Mundo de Bobby" (em inglês "Bobby's World" https://pt.wikipedia.org/wiki/Bobby%27s_World).

O desenho retrata um garoto de 4 anos de idade com uma imaginação fértil que interpreta tudo literalmente... desenho dos anos 90. O Luís usava a expressão pra retratar coisa esdrúxula de políticos em uma comunidade pequena de História/geopolítica ou "gente no Orkut" que dizia absurdos, sandices e coisas inimagináveis...

Eu pedi ao Luís se poderia me "apropriar" da expressão (passar a usar) porque gostava do "som" do termo e da ideia e passei a usar também, há muito tempo (põe tempo nisso), mas isso era usado em círculos de gente com discussão em comum, bem restrito. Quando eu vejo gente estranha, que nunca discuti na vida, usando (e é sempre desse "meio" de bolha de "webcomunismo", "mídia progressista" e cia, só um usou), francamente... dá um misto de desgosto e vergonha alheia.

Só um adendo, tem gente que está usando sem saber a origem, então não levem a ferro e fogo certas críticas, mas é esquisita a coisa, o comportamento.

Primeiro de gente ficar lendo a gente na surdina se apropriando até de expressões (isso denota certo problema de personalidade ou de admiração não correspondida, se não procurou falar etc). Isso denota pobreza de vocabulário, porque eu uso o termo justamente pra simplificar algo, tem 1001 termos pra se usar no lugar, e também por ser algo particular. Tanto que os que repetiram sequer têm ideia do "desenho", só acharam o "termo curioso".

A pessoa do print não tem culpa do uso do termo (apaguei os nomes e imagens, só deixei os desenhos, tem até uma "foice da morte", rs), ouviram/leram em algum canto desses, gostaram e saíram repetindo.

Só me espantei, de novo, porque é algo restrito demais, por isso que fica fácil saber de onde saiu, eu usei uma ou duas vezes na timeline do Breno Altman (Breno, sua timeline é 'bem lida', pessoal não participa de discussão nela, algumas pessoas, mas lê tudo... eu já sabia disso porque até a adoção da figura do Brizola por uns veio dessas partes).

Fora que eu tenho gente adicionada que já fez "Live" com gente do "webcomunismo"... antes do termo "existir" (o adicionamento). Esse "meio" de "mídia progressista", "esquerda de bolha" é estreito, se espremer um pouquinho dá suco de tomate...

Tem um "leva-e-traz" de um ligado ao PC do B que saiu adicionando tudo quanto era repórter dessa "mídia progressista" no perfil (o cara acha isso o "máximo", eu acho esdrúxulo, bizarro...) e marcava pra gente "dizer coisa" pra lerem, molecagem fora do comum ou falta de noção, quando notei, parei com a coisa. A gente sabe mais ou menos de saem certas coisas, o povo não deveria subestimar muito das pessoas notarem que saíram copiando ou lendo coisas escondido. Mas é estranho, eu não me sentiria bem, à vontade, copiando coisas de terceiros a esmo como se fosse eu que dissesse... nunca fiz isso e jamais farei.

"Mas Roberto, em internet não tem como registrar expressão", de fato, exceto se for um "meme" de uma imagem ou algo do tipo, expressões se criam, surgem, se espalham etc, até aí nada novo, normal, o problema nesse caso é que a adoção do termo se deu por gente que: 1. não dialoga comigo, 2. tem certa animosidade (justificada ou não, a meu ver passa do ponto a animosidade porque a essa altura da coisa já sou eu que tem que ter animosidade com alguns). 3. acho a postura de "olheira" dessa mídia progressista do país algo bizarro (pra ser ameno, eu critico direto essas mídias por aqui e a cobertura que fazem do conflito na Palestina e cia, cobertura ou falta de cobertura... pra ser mais exato).

O mais bizarro é o vídeo do print, nem conheço a garota, nada contra, só vi uma o Linck (do Quadrinhos da Sarjeta) indo discutir com esse pessoal, esses guetos brotam do nada e o Youtube/Google faz questão de "compartilhar", mas não vi tudo (com todo respeito). A quem quiser assistir, não vou colocar link aqui porque podem não gostar, mas o título do vídeo é "UP publica palavras fortes sobre Jones Manoel" (o "mundo caiu", o mundo em guerra, terceira guerra, Brasil ameaçado e a discussão séria dessa turma é discutir "chapa de DCE" ou chapa de bolha virtual, hahahaha).

De Prestes, antigo PCB ("Partidão") e o que virou o "movimento comunista" no país... o Nildo Ouriques, que é sectário até o talo e trotskista, acerta em algumas avaliações sobre essa turma, sobre "marxismo universitário" do país (uspiano) que sempre foi anti-nacional, anti-povo (elitista), por isso que nunca se massificou, exceção do PT/Lula (e vejam que o pessoal mais crítico ao PT é justamente essa turma), mas o Ouriques também se encaixa na própria crítica que faz sobre "marxismo universitário". Temos o Sertanejo Universitário e o "Marxismo Universitário", que não saem do DCE, do diretório acadêmico. Quer dizer, o "Breganejo universitário" até se "popularizou" (que lixo), coisa "medonha"...

Depois "não entendem" com o Lula tem poder, é presidente e cia... com uma "esquerda anã", infantil e ridícula dessas, sectária, fechada em "bolhas de fofuchos", de "guetos de Youtube", até olavete Nikolas Ferreira vira deputado...

Há um post com tema mais sério, depois republico, mas queria deixar registrada a palhaçada. Quando eu disse que tinha "piolhos"... um pessoal não entendeu a ironia... eu queria ganhar na Megasena (pra virar "burguês safado opressor", ui!)... esse tipo de "fama" ou atração de internet (que uns têm) eu realmente dispenso. Se possuem algo a discutir, que discutam, senão, vai encher o saco em outra praia.

P.S. como esse post andou sendo muito lido pela mesma turma que transita sobre "webcomunismo" (e em parte tem a ver com a coisa), essa virou a "parte 02" desse outro post aqui:
"Raio-x da dita "esquerda radical" de bolha (webcomunismo) de Youtube. O porquê do PT ser hegemônico no Brasil e não haver opções políticas ao partido pela esquerda"
https://holocausto-doc.blogspot.com/2025/08/raio-x-da-dita-esquerda-radical-de-bolha-webcomunismo-de-youtube-o-porque-do-pt-ser-hegemonico-no-brasil-e-nao-haver-opcoes-politicas-ao-partido-pela-esquerda.html

domingo, 7 de setembro de 2025

Como se classifica isso além de genocídio? - Parte 03

Estou colocando vídeos da mídia alternativa (ou convencional, depende do caso) de fora do Brasil cobrindo o genocídio pra mostrar ao público sem acesso a isso (do Brasil, em geral, apesar de que o público que mais acessa o blog é de fora do Brasil, brasileiros fora do país e/ou estrangeiros) pra mostrar como é feita a cobertura do genocídio e conflito no Oriente Médio mundo afora em vídeo, e o clima político nos países... já que tem uma turma aqui no país que vive alheia a tudo que se passa, achando que está uma calmaria o clima político na Europa Ocidental, EUA e cia... principalmente em torno da questão palestina, já que a dita "mídia hegemônica" do Brasil (Globo, SBT, Record e "jornalões") se omite (de forma criminosa, proposital, intencional) diante do genocídio pra não "desagradar" Israel e o governo norte-americano, pra dizer o mínimo (cumplicidade política).

Se for possível, à medida que eu for localizando mais vídeos, eu vou listando como fiz na Parte 02 (link da parte 02 tá abaixo), tem um monte listado no fim.

A quem não viu as outras partes: Parte 01, Parte 02.

As cenas da Alemanha do vídeo abaixo (as primeiras) são de começo de agosto (da repressão policial, do Estado a mando do governo alemão), mas a pancadaria prossegue como em caso recente de protesto pró-palestina reprimido com violência em Berlim (na última semana), as imagens da própria DW (mídia pública alemã):



Esse protesto foi agora há pouco, com rechaço da Irlanda em relação à Alemanha:

Para ver mais imagens e o contexto, o link:
https://www.facebook.com/dw.espanol/posts/pfbid02giE8LBC72NR1Zn58o1kR28uZgNpfaGu6fkyJ4JL9Xqz6hmvt2bQyF3oJvzdUXWfl (DW Español).

As imagens em vídeo:

Vídeos:
200 mil pessoas em protesto pró-Palestina na Bélgica ("200,000 rally against genocide in Belgium’s largest Palestine protest")

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Edwin Black revolve as raízes americanas da eugenia nazista

MARCELO FERRONI
free-lance para a Folha de S.Paulo
(Post original publicado em 09.05.2010).
Em 1934, um ano depois de Hitler ter tomado o poder na Alemanha, o superintendente de um hospital da Virgínia (EUA) reclamou a um jornal americano: "Os alemães estão nos vencendo em nosso próprio jogo". O jogo era a discriminação racial, com a posterior exclusão dos "mais fracos", perpetrada pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial.

O médico que fez a afirmação, Joseph De Jarnette, pertencia a um grupo de eugenistas norte-americanos que, desde o início do século 20, se esforçava para aprovar no país leis e medidas de exclusão social e de esterilização das pessoas que fossem consideradas inadequadas a ter filhos.

A Virgínia, um dos Estados que mais apoiaram a eugenia --ou a ciência destinada a "melhorar geneticamente" a espécie humana--, havia promulgado suas leis de esterilização em 1924. Ela não fora a única.

Entre 1907 e 1940, a Carolina do Norte, Michigan e outros Estados norte-americanos realizaram milhares de esterilizações e castrações. Só na Califórnia, o número de intervenções cirúrgicas forçadas chegou a 14.568. No entanto, foi com Hitler que o projeto de um grande extermínio, sonhado por alguns desses eugenistas, tomou forma concreta.

"Esse grupo pequeno estava no poder, sabia como manipular as leis e usou sua posição influente para usar as armas do governo contra as minorias étnicas", diz o jornalista Edwin Black, 53, autor de "A Guerra Contra os Fracos", lançado agora no Brasil.

Black causou polêmica ao lançar em 2001 "IBM e o Holocausto" (Campus), em que afirmava que a empresa americana havia ajudado os alemães a conduzir seu sistema de extermínio em massa. Em seu novo livro, vai mais longe.

Acusa não só a IBM, mas centros de pesquisa e financiamento americanos, como a Instituição Carnegie e a Fundação Rockefeller, de terem estimulado a discriminação e defende que, apesar de a eugenia ter sido criada pelo inglês Francis Galton (1822-1911), ela só adquiriu seu aspecto violento nos EUA devido à ação de uns poucos fanáticos, que chegaram a influenciar Hitler. Leia, a seguir, trechos de sua entrevista à Folha.

Folha - É possível dizer que Galton era um eugenista de boas intenções, apesar de suas idéias preconcebidas?
Edwin Black - Há uma diferença entre eugenia "positiva" e "negativa". Galton, em muitos aspectos, era "positivo", ou seja, ele procurava promover casamentos melhores. Suas idéias foram desvirtuadas nos EUA e se tornaram eugenia negativa, que era o desejo de obliterar ou destruir linhagens humanas. Acho que, apesar de equivocado, Galton pode ter sido bem intencionado.

Folha - Por que a eugenia se tornou tão forte nos EUA?
Black - Na virada do século 20, havia milhões de judeus chegando da Europa Oriental e da Rússia. Havia milhões de mexicanos que haviam sido absorvidos após a guerra de anexação dos EUA. Havia asiáticos que vieram para construir as ferrovias, uma grande quantidade de negros, e os índios estavam sendo lentamente integrados. Não só o país estava mudando demograficamente, mas também se urbanizando.

Alguns homens da alta sociedade se sentiram ameaçados pelas mudanças extremas que eles presenciaram em um curto período de tempo, de cinco a dez anos, e quiseram voltar para a época de seus avós e bisavós. Foram as sementes do medo que causaram o racismo. O racismo é somente o produto do medo.

Folha - Por que a eugenia era mais forte na Califórnia?
Black - É preciso diferenciar onde a eugenia era mais ativa e onde era mais apoiada. É possível dizer que a Virgínia era um dos Estados onde havia mais apoio, mas, na Califórnia, ela era mais ativa. Tratava-se de um grupo muito pequeno de pessoas contra uma sociedade maior. Mas esse grupo pequeno estava no poder, sabia como manipular as leis e usou sua posição influente para usar as armas do governo contra as minorias étnicas.

Folha - A idéia dos campos de concentração alemães foi inspirada pelos eugenistas americanos?
Edwin Black - Eu diria que ela foi inspirada por uma combinação de duas coisas: os primeiros campos de concentração da guerra dos bôeres [entre o Exército inglês e colonos sul-africanos, de 1899 a 1902] e a idéia eugenista americana de que cidadãos deveriam ser separados e colocados em colônias que hoje podemos chamar de campos de concentração.
A justificativa para campos domésticos, em oposição aos campos para inimigos, provavelmente veio de filosofias eugenistas americanas.

Folha - E dá para afirmar que a idéia de extermínio em massa veio dos eugenistas norte-americanos?
Black - Infelizmente, essa idéia foi norte-americana. A eutanásia foi uma das propostas iniciais, e o método deveria ter como base câmaras de gás. Mas a sociedade não estava preparada, e assim a esterilização individual forçada foi implementada no lugar.

Folha - Mas, quando Hitler subiu ao poder, parte dos eugenistas americanos deixou de apoiá-lo.
Black - Conforme o programa de Hitler se tornou mais detestável, muitos eugenistas abandonaram suas idéias ou se calaram. Mas o núcleo mais "duro" se isolou e continuou a apoiar o regime. Eles tinham um conceito chamado de "seleção letal", uma versão da seleção natural de Darwin em que o mais forte prevaleceria sobre o mais fraco e agentes externos, como bactérias, seriam usados para acelerar os desígnios da natureza.

Folha - Qual a importância da eugenia para a fundação da genética?
Black - A eugenia não foi o avô da genética; foi seu pai. É muito simples. Após a Segunda Guerra Mundial, quando se descobriu que milhões haviam morrido, o movimento norte-americano se recolheu e mudou de nome. Ele passou a se chamar "genética humana".
Após uma ou duas gerações, uma nova leva de cientistas apareceu para criar a nova ciência que conhecemos, imune aos preconceitos raciais anteriores.

Folha - A genética pode se tornar tão perigosa quanto a eugenia?
Black - Acredito que a "nova-genia" possa reaparecer. Mas a ameaça não terá por base bandeiras nacionais e dogmas racistas. Ela virá da área econômica, de seguradoras, de empregadores que queiram usar informações genéticas para caracterizar a ancestralidade como base para a discriminação e, logo, perseguição.

Livro: A GUERRA CONTRA OS FRACOS
Autor: Edwin Black

Fonte: Folha de São Paulo(Brasil, 31.01.2004)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u41025.shtml

Edwin Black é também autor do famoso livro IBM e o Holocausto.

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