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segunda-feira, 24 de julho de 2023

"11 milhões de britânicos encararam fome em 2022". A extrema-direita cresce em cima dessas coisas (destruição do bem-estar social), financiada e organizada por frações das elites

Das notícias que não saem no Brasil, apesar de que na verdade o que se passa é "se a a Globo não diz então não existe", pro país, pras bolhas de pasmaceira de classe média "esquerda fofucha identitária" dessas redes que "nunca sabem de nada", "nunca discutem" nada (sério, quando não são infantilizados e histéricos) e ficam "chocados" porque vivem alienados de quase tudo (do mundo, do país etc). Além das crenças vira-latas de parte dessa turma sobre a Europa, que seguem (sem assumir) crenças "racistas" de "supremacismo do branco europeu", da "super-raça" sem entender de fato como houve melhoria por lá (com o estado de bem-estar social [1] pós-2aGM, o mesmo bem-estar social que começa a ser detonado pra valer nos anos 80 no próprio Reino Unido na figura de Thatcher, a restauração reacionária do velho liberalismo que pariu duas guerras mundiais colapsando e abraçando a extrema-direita, quando não ajudaram a forjá-los). Pelo menos a horda do miliciano (bolsonarismo ou olavismo) é mais explícita na simpatia pela coisa (quando algum entende algo) que uma turma "cheirosa" que usa a alcunha ridícula de "progressista", termo importado dos liberais dos EUA.

Sem muita delonga, recebi essa notícia ainda em fim de junho, tradução livre porque até quando me foi passado não havia (não sei se há) tradução alguma pro português, "ah, mas não entendo", usa o tradutor da rede que dá pra entender sim (não cola mais essa desculpa do "está em inglês" em 2023): "11 milhões de britânicos encararam fome em 2022" ("Over 11 million Britons faced hunger in 2022" https://www.bworldonline.com/world/2023/06/28/531193/over-11-million-britons-faced-hunger-in-2022/). Notícia original da Reuters (é citada no texto original, no final).

Fome essa provocada graças à austeridade na economia (os famosos cortes de investimento público que a mídia dominante no Brasil e "Ocidente" falam de "Estado inchado", grande e outras baboseiras, mas pra dar dinheiro pra bancos e setor financeiro "tudo bem", aí pode ser "grande", gigante), o famoso neoliberalismo e a guerra da OTAN na Ucrânia (que causa inflação na Europa Ocidental).

Antes que alguém chie, sempre me denominei de esquerda mas nunca "progressista" (não sou parte de "patota descolada", nunca fui e sei que essa turma em geral acaba me "adorando" entre aspas por dizer abertamente a coisa), até porque boa parte dessa turma fica apinhada naquele lixo do Facebook copiando comentários pra repetir coisas que não entendem bem (não se aprofundam), a horda de palhaços que se declaram "progressistas" sempre enveredam pra explicações esdrúxulas, meramente de "roteiro cultural" ignorando a parte material concreta da coisa: fome, desemprego, precarização, desindustrialização de países etc. Tentando resumir, as mesmas elites que destruíram isso em vários países, pra conter a "turba" (povo) enfurecido com a perda de direitos, bem-estar social e cia começam a insuflar, financiar bandos de extrema-direita "radicalizados" pra conter qualquer reação de protesto ou contra a destruição/declínio do bem-estar social, ancorados sempre numa mídia forte que cria "cortina de fumaça" sobre a explicação econômica e política do problema, também com a cumplicidade de certos setores alinhados da elite posando de "esquerda", que fazem cortina de fumaça pra todos esses problemas só mencionando a consequência da coisa (sem irem à raiz da coisa nunca).

Essa mesma mídia hegemônica resumiu que tudo isso "aconteceu" ao Reino Unido por conta simplesmente do Brexit, e não do inferno provocado pela bruxa Thatcher (eu uso até nome pior que "bruxa" pra ela, mas pra evitar "chiados" vamos chamar "só" de "bruxa", por enquanto) nos anos 80 chancelada pelo "New Labour" do FHC britânico (Tony Blair).

Em outro post ou nos comentários (se o Stéphano ou outra pessoa comentar) dá pra aprofundar na questão, pra discutir a origem desse "caos" (no Thatcherismo dos anos 80 e colapso soviético) e ainda abordar outras questões que uma parte anda "rugindo" nas bolhas sem nem entender a origem ou sentido real dos termos ("identitarismo", pós-modernos, Francis Fukuyama, ascensão absoluta do Império norte-americano e consequente declínio etc).

Por sinal, aproveitando o gancho, tem uma patotinha do neo-PDT da Cirolândia que me "segue" há tempo, o termo "New Left" ("Nova Esquerda") que uso é muito em referência ao Blair e o "New Labour" (sabem o que é?) apesar de não aparecer com ele (mas ele é parte). Quando quiserem usar termos/conceitos pra xingar a esmo, ao menos entendam a razão do uso dos termos pra não ficarem repetindo as coisas distorcidas como o bando de xucros que são. E vejam que vocês não me controlam, eu deixo a coisa aqui registrada (tanto o Holocaust Controversies, referência pra esse blog, como esse, tem citações em teses no país e é lido por um público mais antenado), por isso que sempre zombei de vocês ao fazerem aquelas "Lives" enfadonhas ridículas (entendiantes) quando basta a gente colocar a coisa num texto (explicada) e repassar a coisa de forma adequada. Nunca citam a fonte de nada, eu também só vou mencionar vocês de forma "genérica", se o público leitor do blog ouvir algum boquirroto ou idiotas no Youtube repetindo essas coisas, a explicação correta disso sempre estará aqui e não com esse pessoal. Como costumo sempre "passar na cara" dessa turma, espero que eles tenham notado que não é necessário a chancela deles pra se publicar ou participar politicamente do debate no país. Embora a ressonância maior fosse melhor, paciência, depois de praticamente 10 anos de desgraça (explode a coisa em junho de 2013), não tenho mais "saco" pra aturar devaneio de patota ou a soberba desse pessoal, que deveria calçar as "sandálias da humildade" [2] e parar de ficar repetindo cantinela batida enfadonha sobre "fascismo! fascismo! fascismo" sem entender os mecanismos de domínio reais nos países e o contexto em que isso se dá.

Eu sempre disse que era simpatizante da figura do Brizola, e pra meu desgosto destroçaram o que sobrou (que não era grande coisa já) do PDT, partido criado pelo Brizola, Darcy Ribeiro e outros quando pegam a sigla do PTB pra devaneios e deturpação de filhotes da ditadura militar (1964-1985).

Se assistirem "por aí" na rede canais alternativos "lacrando" [3] citando o assunto, já sabem da origem da coisa (de onde saiu a "pancada", a discussão), porque nunca citam fonte de nada, pra não fazer "sombra" (aos canais, não se preocupem, se precisarem de guarda-chuva e sombrinha a gente providencia). A gente pode até ocupar o mesmo barco, mas cada um vai remar de um jeito (e o jeito de remar daqui é bom, sem falsa modéstia).

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Pra mais informações sobre a fome no Reino Unido, conferir os links (pros que "duvidam", as informações destacadas neste blog sempre possuem lastro, até bem mais que a mídias "dominante" e "alternativa" do país:

10 Facts About Hunger in the United Kingdom (https://borgenproject.org/hunger-in-the-united-kingdom/)

Hunger in the United Kingdom (Verbete Wikipedia em inglês: https://en.wikipedia.org/wiki/Hunger_in_the_United_Kingdom)

Anniversary of the National Hunger March (http://www.rcpbml.org.uk/wwie-20/ww20-39/ww20-39-11.htm)

Neo(liberalismo) é isso: fome, miséria e desgraça. As duas grandes guerras do século XX foram consequência direta da crise que o liberalismo provocou com o capitalismo selvagem "laissez-faire", por isso que é bizarro ver uma massa precarizada no Brasil delirando sobre "empreendedorismo" e baboseiras do tipo achando que são "empresários", quando são mais perrapados que o povo no passado que tinham direitos trabalhistas revogados na Reforma de Temer/Bolsonaro/Santander (Espanha, ela veio da Espanha pro Brasil). O país de Margaret Thatcher é um primor de exemplo do laboratório neoliberal da "bruxa" e de seus pupilos escoceses no "Partido Trabalhista britânico" (New-Labour), Tony Blair e Gordon Brown.

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[1] O Estado de bem-estar social surge antes da 2aGM ainda, mas só se consolida de fato com o término daquele conflito (segunda guerra mundial, e no Reino Unido só pela década de 1950. A quem quiser ler mais, complemento da coisa: "1945-51: Labour and the creation of the welfare state" ("1945-51: Partido Trabalhista e a criação do Estado de bem-estar social") [https://www.theguardian.com/politics/2001/mar/14/past.education], e esse "Welfare state in the United Kingdom" ("Estado de bem-estar social no Reino Unido"), dados [https://en.wikipedia.org/wiki/Welfare_state_in_the_United_Kingdom]. Como podem ver nesse último link verbete da Wikipedia em inglês (pros que conferem os links), a coisa salta e é registrada pra valer lá por volta do ano de 1948 (próximo da década de 1950s), a ascensão, é que não achei uma matéria também do "The Guardian" (jornal britânico), senão me engano com um título nessa linha "O bem-estar chega ao Reino Unido" só com fotos do acesso a bens de consumo pela classe operária britânica, se alguém localizar a matéria pode colocar na parte de comentários, agradeço antecipadamente também

[2] Sempre ouvi muito muita gente citar o termo "sandálias da humildade" (conotação do termo é bem óbvia) mas não assistia esses quadros/programas "sofríveis" da TV aberta no Brasil. E não precisa assistir pra "ouvir falar", quem assiste acaba repetindo na rede e a coisa "pega", também nunca havia entendido (até ler esse link do porquê da associação do termo à figura do Clodovil, mas os motivos são bem óbvios, tratava-se de figura arrogante notória, boçal, que soltava pérolas como essa (negação do Holocausto), e o termo é bem óbvio pra gente prepotente que acredita estar em um pedestal intocável, com delírios de "fama" etc (coisa de subcelebridades, artistas pavões etc).

[3] "Lacração/lacrando", significado (https://dicionario.priberam.org/lacra%C3%A7%C3%A3o), que na verdade, hoje, é um termo usado como conotação negativa e em forma de deboche/crítica aos grupos "liberais" "pós-modernos" em siglas como o PSOL (que não existem só nesse, antes fosse), é um "novo dialeto" "inventado/artificial e importado" do país ou "novilíngua" (você escolhe https://pt.wikipedia.org/wiki/Novil%C3%ADngua), que pode ser também fruto de pobreza/limitação de vocabulário, já que uma parte não lê mais ou quando lê há problemas graves de interpretação de texto (dislexia, problema de formação em língua portuguesa no período escolar mesmo), tornando a comunicação um monte de "monossílabos" ou linguagem de idiotas, reduzida, limitada, a tal ponto dessa turma se irritar quando você "escreve muito", o que não é bem verdade porque parte desses textos não são tão grandes assim, e há muita informação inserida. 

 Haverá outro post só pra tratar dos "pós-modernos" e cia, já que há "gente por aí" na rede "irritada" brigando com os termos porque não conseguiram entender o significado, acreditando que esses termos emergiram como crítica de "gente do PSOL", o PSOL e afins são o próprio problema, jamais teriam capacidade de se autocriticar como o "problema" ou como extensão do neoliberalismo fruto do colapso soviético e ascensão dos EUA como única superpotência global em 1990/1991.

P.S. 1 vou ainda revisar (reler pra lembrar) esse texto pra ver se dá pra acrescentar outras coisas, caso contrário completa-se em outro post. Pra que ninguém se espante se o post aumentar (com imagens etc).

P.S. 2 se alguém puder simplificar o procedimento de colocar o blog do "blogger" com url com "https://" de antemão já agradeço (pode deixar comentário na parte de comentários ou email, como quiserem). Esse blog anda aparecendo na busca do Google com o "http://" sem o "s", o que torna o site "perigoso", "suspeito" nos navegadores (protocolo de segurança).

domingo, 31 de dezembro de 2017

Hitler e as "raças asiáticas"

Em dezembro de 1942, Hitler realizou uma reunião sobre os Países Baixos com Mussert, Seyss-Inquart, Himmler, Lammers, Schmidt e Bormann. As notas da reunião, escritas por Bormann, foram publicadas em 1976 na coleção "De SS en Nederland Documenten uit de SS-archieven 1935-1945", que recentemente foi disponibilizada através da NIOD e Wikimedia Commons aqui em dois arquivos "pdf". O primeiro arquivo, das páginas 893-899, reproduz o registro da reunião de Bormann.

Em uma de suas principais passagens, Hitler retrata a guerra no Oriente como uma luta de vida ou morte, porque os bolcheviques exterminariam todos os estratos europeus (pág. 895). Hitler também deixa claro que sua oposição aos bolcheviques é racial, não política ou ideológica: a Alemanha está contra as raças asiáticas que pretendam destruir a civilização europeia e impor mistura racial (pág. 894).

Essas observações podem ser comparadas com outras fontes. Hitler foi, em parte, ecoando a formulação de Diewerge "Quem deveria morrer - alemães ou judeus?". No mesmo dia em que Bormann produziu suas anotações, Goebbels escreveu em seu diário: "O judeu deve pagar por seu crime, assim como nosso Führer profetizou em seu discurso no Reichstag; a saber, pela extinção da raça judaica na Europa e possivelmente no mundo inteiro." Crucialmente, no entanto, os comentários de Hitler não eram apenas antissemitas, mas apontavam a vontade de exterminar toda a vida "asiática" em seu caminho, pois era incompatível com sua visão da civilização europeia. Eles, portanto, convergem com os objetivos de fome de maio de 1941, nos quais os nazistas estavam dispostos a condenar à morte trinta milhões de pessoas (ver, por exemplo, Kay, pág. 689), e o plano de destruir totalmente as principais cidades soviéticas e tornas as áreas inabitáveis (veja aqui).

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/12/hitler-and-asiatic-races.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Hitler and the "Asiatic Races""
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Mais sobre "Erradicação biológica (biologische Ausmerzung)"

Retornando a 2015, nesta publicação, conduzi Mattogno a se esforçar em sua ridícula tarefa (feita aqui, pág. 281-282) de neutralizar o relatório de imprensa de Rosenberg de 18 de novembro de 1941. Agora gostaria de expandir isso citando uma observação feita por Alex J. Kay, neste livro, que inclui uma excelente discussão sobre o papel de Rosenberg no processo de planejamento de ocupação da URSS até julho de 1941. Em 20 de junho de 1941, Rosenberg usou o termo "evacuação" para se referir à fome, não à deportação, dos russos étnicos, a quem Hitler havia decidido que não deveriam sobreviver ao bombardeio das principais cidades, principalmente Leningrado e Moscou (e posteriormente Kiev).

O trecho de Rosenberg veio no discurso apresentado no Tribunal Militar Internacional como 1058-PS; Hartley Shawcross leu o seguinte extrato ao tribunal em 27 de julho de 1946:

O objetivo de alimentar o povo alemão está neste ano, sem dúvida, no topo da lista das alegações da Alemanha no Oriente, e os territórios do sul e do Cáucaso do Norte terão de servir como um balanço para a alimentação do povo alemão. Não vemos absolutamente nenhuma razão para qualquer obrigação da nossa parte em alimentar também o povo russo com os produtos desse excedente de território. Sabemos que esta é uma necessidade desprovida de todos os sentimentos. Uma evacuação muito extensa será necessária sem qualquer dúvida, e é certo que o futuro dará anos muito difíceis para os russos [tradução em National Conspiracy and Aggression, III, pág. 716-717].

O uso por Rosenberg da "expulsão" como um eufemismo para a morte em massa, portanto, teve origem na contribuição de Rosenberg aos planos de fome pré-Barbarossa, iniciada por Backe, mas não explicitamente aprovadas por Rosenberg até este discurso de "evacuação". Como Kay mostra (aqui, pág. 689), Rosenberg estava usando "evacuação" para eufemizar as mortes de 30 milhões de pessoas.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/12/more-on-biological-eradication.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: More on "Biological eradication (biologische Ausmerzung)"
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética"

Antes de repassar as observações do post que também dá título parcial a este post (separarei o texto original com um traço), irei transcrever, quando for possível, algumas observações de outros posts pra não alongar os posts originais, já que algumas observações acabam saindo do tema do post e citando questões políticas atuais no país ou no mundo.

Mas por quê, às vezes (ou muitas vezes), estas observações "saem pela tangente" do tema original do post? (a quem quiser pular esta observação extra, as observações originais do post estão após o traço abaixo e tem informação sobre segunda guerra)

Porque não é possível, por mais esforço que se faça, ignorar a realidade ao redor (do que se passa no país e no mundo) num ambiente de polarização política extrema.

Desde o "Vem pra rua" de 2013 (a "revolução colorida" que não se concretizou, mas faz estrago até hoje) a radicalização política no Brasil, que já era grande, degringolou de vez com grupos reacionários (que se autodenominam como "liberais" ou "liberais-conservadores", e alguns usam o termo "libertários", mas são todos uma coisa só: autoritários, vira-latas, estúpidos e anacrônicos) atacando tudo que consideram "inimigo". E se querem radicalizar, vão ter obviamente um contraponto ou resposta.

Essa polarização política pesada (radicalização) não ocorre só no Brasil, em praticamente quase todo mundo está ocorrendo radicalização política, alguns mais outros menos, mas ocorre em todo mundo.

Só que a polarização no Brasil é agravada ainda mais pela atuação partidarizada da "grande mídia" (o oligopólio de mídia, com destaque pra Rede Globo ou Organizações Globo) e principalmente pelo fato da vulnerabilidade da maior parte da população por aceitar passivamente o que esta grande mídia (que ascendeu na ditadura de 21 anos do país) repassa como "verdade" em questões atuais do país.

Esse não é um "problema" pequeno, é algo extremamente sério e não dá pra ignorar ou deixar de lado.

Evitei ao extremo não sair do tema segunda guerra, mas... uma vez que muita gente não mantém distância dos temas atuais (tentam misturá-los) e uma outra parte fica "calada" (quieta) pra não tomar posição, por covardia (mesmo quando deve), então não sou obrigado a respeitar qualquer um desses lados (não levarei em conta qualquer um desses dois lados pra tomar posições).

Quando pessoas começam a "cercar", enchendo a paciência com temas atuais porque querem usar A, B ou C como "escudos" pra algum fim político (no Orkut isso ocorreu), a tentativa de distanciamento de questões atuais (pra evitar trazer gente tosca, fanática e ignorante panfletando besteira pra junto) vai literalmente pro ralo.

E ninguém se iluda, eu não faço questão alguma de agradar A, B ou C porque alguém aparenta ser "educado" ao mesmo tempo que defende extremismo, ou porque comunidade A ou B tem posição "x" em relação ao Oriente Médio e coisas afins.

Sou humano (porque questões nacionais não devem ficar acima da condição humana), mas sou cidadão brasileiro, e minha visão política de mundo é de cidadão brasileiro (carregada do nativismo de minha terra natal, nativismo que também ocorre em todos os estados do país, uns mais outros menos), mesmo que eu saiba qual é o ponto de vista de outros países.

Não abro mão disso em hipótese alguma discutindo com outros brasileiros. Porque há brasileiros com crise de identidade nacional aguda (tanto brasileiros fora do Brasil como dentro do país), mas isso é problema dessas pessoas, não meu. Não sou "clínica de autoajuda" pra gente com esse tipo de problema.

Que fique claro que quando faço as observações acima, estou me referindo estritamente a discussões em português, principalmente com brasileiros, porque eu não percebo esse tipo de crise de identidade ou "grilo" (de grilado) que sempre remete a um complexo, ou mesmo preconceito agudo porque "fulano" é de tal país, estado, região, cidade (tirando o antissemitismo característico dos "revis") nas discussões em inglês como no blog Holocaust Controversies, no Rodoh etc.

Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética" logo abaixo.
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Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940

E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.

Cinismo e muitas vezes ignorância e estupidez também já que o conhecimento de boa parte deles do evento é precário ou totalmente distorcido, o que não apaga a ideia asquerosa por detrás desse apego desmedido deles com o que eles visualizam ou identificam como 'nazismo'.

Antes de ser algo caricato como a gente costuma ironizar a cretinice de alguns deles, no fundo esse pessoal é adepto do darwinismo social, como também o é alguns grupos que se denominam "liberais", mas que evitam a citação do termo "darwinismo" explicitamente por motivos óbvios (seriam facilmente rotulados de racistas), embora tenham uma aversão cínica e profunda com a questão do combate ao preconceito e racismo no Brasil e um ódio de classe profundo contra pobres (é essa uma das raízes do darwinismo social).

Ao contrário do que muita gente pensa, esse tipo de ideia de exclusão e racista é bem difundida em algumas cidades brasileiras. A "aparição" de grupos denominados "neonazis" no Brasil, ao contrário do que a mídia propaga como sendo "algo absurdo", infelizmente não é. O que ocorre é que esta mesma mídia e governos não têm interesse de esclarecer nada do assunto e nem de se aprofundar no problema da origem do racismo moderno no Brasil (que tem ligação direta com o evento da imigração pro Brasil no século XIX e começo do século XX), assunto que nem sequer é citado em colégios quando deveria ser obrigatório a discussão disso. E um adendo, refiro-me tanto à mídia de direita e de esquerda. Só vi uma vez citarem algo relativo a isso no site Viomundo, mas era só sobre São Paulo. Ou seja, o assunto sobre branqueamento no Brasil (que é o que dá base a esse racismo atual no país, as crenças racistas, além da herança racista colonial) sequer é discutido por conveniência, pra manter esses preconceitos regionais (preconceitos com conotação racista) inalterados.

Mas como dizia, a aparição desses bandos ditos "neonazis" no Brasil não é algo tão "absurdo" assim, apesar da adoção de símbolos do fascismo alemão por eles sempre soar ridículo pois o Brasil é um país com predominância da cultura portuguesa, indígena e negra, não excluindo as contribuições dos outros povos que pra cá migraram, mas essa também é a base étnica da maior parte do país, inclusive em regiões que a mídia propagam como "brancas" ou sem ligação com essas três culturas e povos (apesar de falarem português o tempo todo... vejam só...) porque há um sentimento de aversão dessas cidades com Portugal, negros e indígenas.

A mídia brasileira, de uns tempos pra cá, andar querendo "escandinavizar" o Brasil, talvez pra suprir seus complexos e sentimentos obscuros (que não tem coragem de externar), embora mantenha pro público externo a imagem do Brasil "tropical" formulada no Estado Novo do país (com contribuição da Disney) que perdura até hoje.

Como já deu pra notar, minha opinião sobre a mídia brasileira não é lá muito boa (e também de boa parte da mídia estrangeira). Digamos que, fizeram por onde ter essa imagem negativa, a "birra" não surgiu do nada. Em geral, a imagem da mídia hoje no mundo não é muito boa, pra não dizer que é terrível.
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Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.

Fiz questão de frisar a fonte pra servir como uma amostra pros fanáticos de direita do Brasil, com uma obsessão em repetir discurso da guerra fria.

A quem assistiu a abertura da Copa e leu o texto que coloquei aqui sobre ela (eu não profetizei...), viram uma demonstração desse fanatismo e radicalização imbecil nos xingamentos que esses fanáticos bitolados (e sem qualquer pingo de educação), na parte mais cara do estádio (com ingressos mais caros, setor "VIP" da baixaria e da elite Zé Povinho, o populacho medonho, a gentalha abastada brasileira), proferiram contra a presidente do país, quando não caberia numa cerimônia de abertura se comportarem tão grotescamente daquela forma achando que estavam "abafando", independente de divergência política.

Seria igualmente errado se o fato ocorresse com um presidente com outro retrospecto ideológico, eleito democraticamente. Há que se saber separar divergências de fanatismo e sectarismo, que é o que esse pessoal está fazendo há bastante tempo insuflados por certa mídia irresponsável, inconsequente e corporativa do país. Queimaram-se lindamente pro mundo inteiro ver.

Nem a principal potência rival da URSS (que não existe mais) possui um sectarismo e fanatismo tão estreitos com esses assuntos como o que se verifica na direita brasileira e latinoamericana (e ibérica), ou na maior parte dela. Sectarismo que mistura uma dose de paranoia, idiotice, má educação, prepotência e fanatismo religioso (obscurantismo).
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Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
"A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento.45 Esta foi uma luta de ideologias, não de nações."
Pois bem, essa era também minha opinião anterior sobre o evento, mas analisando a coisa hoje eu discordo da minha opinião anterior. Esta foi uma guerra ideológica sim, entre o fascismo (nazismo) e o socialismo da URSS, mas também uma guerra entre nações e de aniquilação.

A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética

Extrato do livro The Soviet Partisan Movement 1941-1944, de Edgar M Howell. Páginas 18-19

A forma da estrutura política final era levar não ficou totalmente clara. Como Rosenberg viu, a Rússia Branca era pra ser transformada em um protetorado alemão com laços muito estreitos progressivamente com a Alemanha; os países bálticos também se tornariam um protetorado, transformado-se em uma parte do Grande Reich alemão pela germanização dos elementos racialmente aceitáveis, pela colonização dos alemães ali, e pela deportação de todos aqueles racialmente indesejáveis; a Ucrânia deveria ser transformada em um Estado independente, em aliança com a Alemanha; e o Cáucaso, seus territórios do norte contíguos se tornariam uma federação de Estados do Cáucaso com um plenipotenciário alemão, bases militares e navais alemãs, e os direitos extraterritoriais militares para a proteção dos campos de petróleo que seriam explorados pelo Reich. [41]

As visões de Hitler eram a mesma coisa: em geral, a Crimeia se tornaria território do Reich, evacuada de todos os estrangeiros e colonizada apenas por alemães; os Estados Bálticos e a área de Don-Volga seriam absorvidos pela Grande Alemanha; enquanto o Cáucaso se tornaria uma colônia militar. O futuro estatuto da Ucrânia e da Rússia Branca permaneceu vago, entretanto, as formas das estruturas nunca foram feitas em detalhes. [42]

Exceto para as operações da administração econômica e das funções de polícia de Himmler (Himmler exerceu tanta autoridade na Rússia tanto quanto exerceu na Alemanha propriamente dita), Rosenberg teria a jurisdição de todo o território a oeste da zona de operações e seria o responsável por toda a administração lá. [43] De seu Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, na parte superior, o controle desceria através do Reichskommissare em suas áreas político-étnicas, de modo geral, principalmente no distrito Kommissare. Um líder da SS e da polícia deveria ser colocado em cada Reichskommissariat. [44]

Tomados em conjunto pela "preparação" de Himmler, não havia nada de benevolente acerca desta administração. O que o povo russo sentia ou pensava não tinha importância, e não era pra ser nenhuma tentativa real de atrai-los para o campo alemão. A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento. [45] Esta foi uma luta de ideologias, não de nações. [46] A intelligentsia "judeu-bolchevique" deveria ser exterminada. Na Grande Rússia vigoraria a lei da força a ser usada "em sua forma mais brutal." [47] Moscou e Leningrado seriam niveladas e tornadas inabitáveis, de modo a evitar a necessidade de alimentar as populações por conta do inverno. [48] A terra seria a primeira a ser dominada, e em seguida administrado e explorada. [49]

A lei marcial deveria ser estabelecida e todos os procedimentos legais para delitos cometidos por civis inimigos, eles deveriam ser eliminados. Guerrilhas seriam brutalmente aniquiladas a qualquer momento. Os civis que atacassem membros da Wehrmacht seriam tratados da mesma maneira (mortos) e no local. Nos casos em que não se pudesse facilmente identificar indivíduos que atacassem as forças armadas, medidas punitivas coletivas deveriam ser efetuadas imediatamente após ordens de um oficial com a patente de comandante de batalhão ou superior. Suspeitos não seriam para ser mantidos sob custódia para o julgamento em uma data posterior. Para as infrações cometidas por membros da Wehrmacht contra a população indígena (nativa), o julgamento não seria compulsório, mesmo quando tais atos constituíssem crimes ou delitos sob a lei militar alemã. Tais atos deveriam ser julgados somente por conta da manutenção da disciplina necessária. [50] Todos os funcionários do Partido Comunista e comissários do Exército Vermelho, incluindo aqueles de pequenas unidades de baixa patente, seriam eliminados como guerrilheiros, não tão depois daqueles prisioneiros de guerra transitando em campos. Esta foi a bem conhecida "Ordem dos Comissários" (tradução livre, em alemão Kommissarbefehl) [51]

Notas:

40 Aktenuermerk, Fuehrerhauptquartier 16. VII.41., memorando de registro, notas sobre a conferência do Fuehrer, 16 Jul 41,in I.M.T. op. cit., XXXVIII, págs. 86-94. (nota 40 começa na página anterior, trecho não traduzido)

41 Instruktion fuer einen Reichskomrnissar im Kaukasien, 7.V.41. Doc. 1027-PS. Arquivos do Gabinete do Chefe do Conselho para crimes de guerra. DRB, TAG: Znstruktion fuer einen Reichskommissar im der Ukraine, 7.V.41 in Z.M.T., op. cit., XXVI, págs. 567-73; Instruktion fuer einen Reichskommissar im Ostland, 8.V.41 in ibid., pp. 573-76; Allgemeine Instruktion fuer alle Reichskommissare in den besetzten Ostgebieten, 8.V.41 in ibid., págs. 576--80.

42 Ver: Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. in Z.M.T., op. cit. XXVIII. págs. 86-94.

43 Abschriftzu Rk. 10714 B. Erlass des Fuehrers ueber die Verwaltung der neu besetzten Ostgebiete, Vom 17.VII.41. in I.M.T. op. cit., XXIX, págs. 235-37.

44 Erster Abschnitt: Die Organization der Verwaltung in den besetzten Ostgebieten, um documento sem data, sem assinatura encontrado nos documentos de Rosenberg que define a organização e administração dos territórios orientais ocupados, em I.M.T.,op. cit., XXVI, págs.592-609. De acordo com Rosenberg, "[Este documento] não é uma instrução direta do Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, mas foi o resultado de discussões com diversos orgãos do governo do Reich oficialmente interessado no leste. Este documento contém instruções para o próprio Ministério do Leste." (Ver: I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.

45 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.

46 Greiner, "Draft Entries in the War Diary of Def Br of Wehrmacht Operations (Dec 40-Mar 41)," op. cit., pág. 202.

47 "Halder's Journal," op. cit., VI, p. 29.

48 Ibid., p. 212.

49 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41., in I.M.T., op. cit. XXXVIII, págs. 86-94.

50 Ordem sobre leis marciais na área da Operação Barbarossa e medidas especiais para as tropas," Fuehrer HQ, 13.V.41., Em "Fuehrer Directives," (Diretivas do Führer) op. cit., I, págs. 173-74.

Fonte: livro The Soviet Partisan Movement 1941-1944, de Edgar M Howell
Foto: Hitler orders all Soviet Commissars to be shot (site World War II Today)
Tradução: Roberto Lucena
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Se você quiser ler as observações originais completas deste post, acesse o post:
Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética"

Abaixo só consta um resumo pra não interferir no conteúdo do post, que poderá ser cortado depois, por isto o link acima.
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Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940

E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.
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Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.
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Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
"A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento.45 Esta foi uma luta de ideologias, não de nações."
Pois bem, essa era também minha opinião anterior sobre o evento, mas analisando a coisa hoje eu discordo da minha opinião anterior. Esta foi uma guerra ideológica sim, entre o fascismo (nazismo) e o socialismo da URSS, mas também uma guerra entre nações e de aniquilação.

A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A relação problemática da Ucrânia com o Holocausto. Ambos: vítimas e perpetradores - Parte 01

Publicado em balticworlds.com em 1 de agosto de 2011.

Ilustração: Katrin Stenmark
Por várias razões, a relação da Ucrânia com o Holocausto e os judeus tem sido ofuscada pela situação similar, mas mais impressionante na Alemanha e na Polônia. A questão merece atenção, no entanto, porque ela ainda é um dilema moral e político sério na Ucrânia, intimamente relacionada com esforço do país para a construção de uma identidade nacional. O dilema é claramente refletido na historiografia ucraniana e na política atual, apesar de museus e monumentos públicos no oeste da Ucrânia também testemunham os vestígios do Holocausto - ou à falta dele.

Estas palavras são, em parte, baseadas na pesquisa histórica ocidental sobre o Holocausto na Ucrânia e como ela tem sido tratada [01], e em parte - principalmente - em pesquisa material reunida durante duas visitas à Kiev e Lviv em 2007 e 2010. [02]

Cenário

De acordo com algumas estimativas, mais de 900.000 judeus morreram na Ucrânia Soviética entre 1941 e 1944 como resultado das políticas genocidas da Alemanha nazista e de seus capangas ucranianos. Este valor representa, na verdade, o maior número de vítimas em qualquer outro país além da Polônia, onde o número de vítimas é estimado em 3,3 milhões. [03] vítimas do Holocausto incluem os judeus da Galícia Oriental, que a União Soviética pegou da Polônia em 1939 no Pacto Molotov-Ribbentrop. Ela era composta por uma minoria relativamente grande (em 1931, 639.000, ou 9,3 por cento), e o antissemitismo era bem disseminado. [04] Durante o período pós-guerra, especialmente depois de 1991, muitos dos judeus restantes emigraram, principalmente para Israel. De acordo com o censo de 2001, apenas cerca de 80.000 judeus (0,2% da população total) permaneceu pela Ucrânia, e apenas 12.000-15.000 no que hoje é agora a Ucrânia ocidental. [05] A rica cultura, que ao longo dos séculos moldou partes da Ucrânia e da Polônia, desapareceu quase totalmente ou foi esquecida.

A historiografia ucraniana sobre o Holocausto

Como Johan Dietsch demonstrou numa dissertação em 2006 [06], a história oficial da Ucrânia soviética do pós-guerra não era particularmente interessada nos judeus como um grupo étnico ou no terrível destino que eles sofreram durante a guerra. Em vez disso, os judeus restantes foram submetidos às campanhas soviéticas contra os "sionistas" e "cosmopolitas" que foram considerados aliados dos imperialistas ocidentais, e da historiografia sobre a guerra dirigida principalmente à vitória do povo soviético unido, sobre o fascismo alemão, que serviu como uma nova e forte base para legitimar o sistema socialista. No processo, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) e seu exército rebelde (UPA), que queria um Estado independente, foram atacados por ajudar os ocupantes nazistas, e a diáspora ucraniana anticomunista na América do Norte que defendeu os nacionalistas, foi condenada. [07]

Esta diáspora ucraniana procurou preservar a sua identidade nacional valorizando a tradição dos cossacos ucranianos que remonta o século XVII, a partir de líderes cossacos como Bohdan Chmelnitsky, aos líderes da luta pela independência como Symon Petliura, durante a I Guerra Mundial, e o chefe da UPA Stepan Bandera, no início da II Guerra Mundial. Seu antissemitismo, o que levou a vários pogroms, foi convenientemente varrido para debaixo do tapete. Em vez de o Holocausto, a diáspora ucraniana estava particularmente interessada no Holodomor, na política intencional de fome intencional de Stalin na Ucrânia (1932-1933), que foi considerado um genocídio dirigido ao povo ucraniano. Alegou-se que mais ucranianos morreram no Holodomor que judeus no Holocausto e que judeus eram representantes proeminentes no serviço da polícia secreta soviética, o NKVD, e foram cúmplices no Holodomor. A diáspora elogiou as lutas da UPA e OUN pela liberdade, e alguns até mesmo consideraram que a repressão soviética antes da guerra justificou a colaboração de alguns ucranianos com a Alemanha nazista durante a guerra. [08]

Partes deste historiografia foi adotada quando a Ucrânia se tornou independente em 1991. A busca em construir uma identidade ucraniana agora enfatizava a luta nacional pela liberdade desde 1600 e antes disso. Estátuas de Lênin nas regiões ocidentais do país foram substituídas por monumentos dos líderes cossacos e nacionalistas. Desde os anos 1990, os líderes políticos da Ucrânia tentaram em várias ocasiões, para obter o reconhecimento internacional do Holodomor como genocídio contra os ucranianos, que a fome fosse tratada como um equivalente ucraniano do Holocausto. [09] Embora os livros oficiais de história muitas vezes não enfatizem "a responsabilidade dos judeus comunistas judeus pelo Holodomor", a literatura antissemita é publicada e vendida em todos os lugares hoje na Ucrânia, incluindo o Mein Kampf de Hitler. A maior instituição privada de ensino superior da Ucrânia, a MAUP, com 30.000 estudantes, publicou uma série de tais obras. [10]

Ao mesmo tempo que a interpretação oficial da história da Ucrânia contemporânea destaca a luta nacional contra o poder soviético, também sublinha, como nos tempos soviéticos, a luta ativa da Ucrânia contra a Alemanha nazista e as atrocidades nazistas. A enorme monumento da vitória Rodina-Mat ainda está de pé em Kiev, e o 09 de maio é ainda celebrado. A Ucrânia é, portanto, considerada como uma vítima de dois regimes totalitários que entraram na Pacto Molotov-Ribbentrop. De acordo com um livro, de 1994, embora muitas pessoas saudaram a ocupação soviética do leste da Galiza em 1939 como libertação da Polônia, que também levou a sovietização e deportações para o leste, levou muitas pessoas a acolher a posterior invasão alemã. Quando a ocupação da Alemanha nazista tornou-se ainda pior que a dos soviéticos, partisans ucranianos começaram a resistir. [11] Raramente é observado que os ucranianos podem ser encontrados em ambos os lados das linhas de frente.

A verdade sobre o assassinato em massa de judeus pelos nazistas na Ucrânia já não é suprimida, mas é principalmente associada à Babi Yar em 1941 (veja abaixo). A ideologia racial nazista não é explicada e a tragédia dos judeus ainda é ofuscada pelo sofrimento dos ucranianos. Por exemplo, outro livro de 2004 admitiu que os judeus em particular, sofreram no massacre de Babi Yar, e acrescentou que cada cidade teve seu próprio Babi Yar. Os nazistas pressionaram os ucranianos a não ajudar os judeus, mas muitos alegam ter ajudado de qualquer forma e depois executados, e, então, homenageados postumamente por Israel. O metropolita Sheptytsky da Igreja Greco-Católica Ucraniana foi mencionado em particular. [12] É difícil deixar claro que os nacionalistas ucranianos ajudaram no extermínio dos judeus. [13] Viktor Yushchenko, que como primeiro-ministro participou da Conferência do Holocausto em Estocolmo, em 2000, declarou que a experiência de milhões de ucranianos como vítimas de seu próprio Holocausto significa que os ucranianos entendem muito bem o calvário dos judeus. [14] Quando Yushchenko foi eleito presidente em 2004, após a chamada Revolução Laranja, ele foi apoiado principalmente por nacionalistas e grupos de orientação Ocidental no oeste e na região central da Ucrânia.

Johan Dietsch conclui que a imagem oficial dos ucranianos como ambos, heróis e vítimas, não permite que outras pessoas tenham sofrido mais que os ucranianos ou que os ucranianos foram cúmplices no extermínio dos judeus na Ucrânia. No entanto, os livros de história da Ucrânia, que abordam outros países, retratam o Holocausto de forma mais objetiva como um genocídio especificamente dirigido contra os judeus e o rotulam como um trauma puramente europeu. Também deve ser mencionado que, durante uma visita de Estado à Alemanha, em 2007, Yushchenko desviou-se do protocolo ao visitar um campo de concentração onde seu pai havia sido prisioneiro. Desta forma, os ucranianos contornam o problema da sua participação no Holocausto em sua própria casa e apresentam uma impressão de que a Ucrânia compartilha dos valores europeus e está em sintonia com a comunidade europeia. [15]

Por Ingmar Oldberg - Pesquisador associado ao programa da Rússia do Instituto Sueco de Assuntos Internacionais (Estocolmo).

Referências

[01] For contemporary overviews of both Hitler’s and Stalin’s genocides, see Timothy Snyder, Bloodlands: Europe between Hitler and Stalin, London 2010, and Kristian Gerner and Klas-Göran Karlsson, Folkmordens historia [The history of genocide], Stockholm 2005.

[02] A previous version of this article was published in Swedish in Inblick Östeuropa 1—2:2010.

[03] Lucy Dawidowich, The War Against the Jews, Middlesex & New York 1975, pp. 477—480. Betsy Gidwitz cites 1,850,000 victims in Ukraine; see “Jewish Life in Ukraine at the Dawn of the Twenty-first Century: Part One”, Jerusalem Letter no. 451, April 2001, www.jspa.org/jl/jl1351.htm (accessed 2010-09-01), p. 4

[04] For regional distribution, see Father Patrick Desbois, The Holocaust by Bullets, New York 2008, pp. 234 f.

[05] John Grabowski, “Antisemitism i det oranga Ukraina”, [Antisemitism in Orange Ukraine] SKMA newsletter (Swedish Committee Against Anti-Semitism) newsletter, November 2005, www.skma.se/2005/nov.2005.pdf (accessed 2010-05-19).

[06] Making Sense Of Suffering: Holocaust and Holodomor in Ukrainian Historical Culture, Lund 2006.

[07] Dietsch, pp. 69, 97—110.

[08] Dietsch, op. cit., pp. 122—136. See also Taras Hunczak, “Ukrainian-Jewish Relations During the Soviet and Nazi Occupations”, in Yury Boshyk (ed.), Ukraine during World War II, Edmonton 1986, pp. 40—45.

[09] Dietsch, op. cit., pp. 216—226.

[10] Grabowski, op. cit., p. 4.

[11] Dietsch, op. cit., pp. 155 f.

[12] V. A. Smolij (ed.), Istorija Ukrainy XX-pochatku XXI stolittja, Kyiv 2004, pp. 115 f. See also Hunczak, pp. 49—51.

[13] It can be added that Father Patrick Desbois and those whom he interviews in The Holocaust by Bullets clearly ascribe the guilt to the Nazis, without any mention of Ukrainian anti-Semitism.

[14] Dietsch, op. cit., pp. 160 f.

[15] Ibid., pp. 227—234.

Fonte: Baltic Worlds (Revista acadêmica trimestral e revista de notícias). Do Centro de Estudos do Báltico e Leste Europeu (CBEES) da Universidade Södertörn, de Estocolmo
Texto: Ingmar Oldberg
Both Victim and perpetrator - Ukraine’s problematic relationship to the Holocaust
http://balticworlds.com/ukraine%E2%80%99s-problematic-relationship-to-the-holocaust/
Tradução: Roberto Lucena

Próximo: Ambos: vítimas e perpetradores. A relação problemática da Ucrânia com o Holocausto - Parte 02

domingo, 16 de outubro de 2011

22 de junho de 1941 (Fotos do genocídio nazi na União Soviética) - parte 3

Continuação da parte 2 da postagem sobre fotos do genocídio nazista na União Soviética. Com ajuda adicional do próprio Roberto Muehlenkamp com a postagem dos links.

A postagem original foi dividida em três partes devido a quantidade de fotos contidas na texto original, cerca de 289 fotos mais os links adicionais.

Fotos, da 201 até a 289:

201 Proskurov, Ucrânia, corpos de residentes judeus assassinados, 1942-1944.

202 Kovno, Lituânia, corpos de judeus que foram assassinados por nacionalistas lituanos na oficina Lietukis em 27/06/1941.

203 Kovno, Lituânia, corpos de judeus queimados vivos no gueto.

204 Kovno, Lituânia, soldados alemães e lituanos olhando os corpos de judeus assassinados por nacionalistas lituanos na oficina Lietukis em 27/06/1941.

205 Kovno, Lituânia, corpos de cerca de 70 judeus assassinados por lituanos.

206 Kovno, Lituânia, cadáveres de crianças judias no gueto 30/08/1944.

207 Kaunas, Lituânia, cadáveres.

208 Kovno, Lituânia, soldados alemães atirando em três cidadãos na borda de uma cova, 1941.

209 Lituânia, 1941, corpos de judeus mortos próximos ao Sétimo Forte.

210 Siauliai, Lituânia, restos de ossos do assassínio nas covas em florestas ao redor, Pós-guerra.

211 Letônia, uma pilha de cerca de 4000 corpos de vítimas mortas. [Provavelmente prisioneiros de guerra soviéticos (POWs*)]

212 Stalino, Ucrânia, corpos de homens e mulheres.

213 Stalino, Ucrânia, restos de corpos.

214 Stalino, Ucrânia, mulheres com corpos de seus kin, que foram assassinados por alemães.

215 Stalino, Ucrânia, restos de cadáveres dentro de uma cave.

216 Stalino, Ucrânia, cadáveres que foram exumadas de uma mina.

217 Stalino, Ucrânia, corpo de um garoto que foi morto com tiro na cabeça.

218 Krym, Rússia, corpos de judeus assassinados em Kerch, janeiro de 1942.

219
Kerch, Ucrânia, um soldado soviético próximo a corpos de seus membros familiares.

220 Kerch, URSS, mulheres que foram mortas por alemães em valas comuns, fevereiro de 1942.

221 Ucrânia, Gaysin, corpos depois da exumação. Entre eles os avós dos subjugados e suas três crianças, março de 1944.

222 Vitebsk, Bielorrússia, corpos de pessoas assassinadas.

223 Vitebsk, Bielorrússia, cadáveres de judeus próximos a uma cerca de arame farpado.

224 Vitebsk, Bielorrússia, cadáveres de judeus em uma rua do gueto.

225 Vitebsk, Bielorrússia, cadáveres de vítimas assassinadas.

226 Vitebsk, Bielorrússia, cadáver de um homem judeu no gueto fotografado por um policial alemão.

227 Bogdanovka, Ucrânia, restos de corpos.

228 Bogdanovka, Ucrânia, 1944, restos de cadáveres de cidadãos soviéticos que foram torturados até a morte por romenos e alemães durante a ocupação nazista.

229 Bogdanovka, Ucrânia, cadáveres de cidadãos soviéticos que foram torturados até a morte por romenos e alemães durante a ocupação nazista.

230 Bogdanovka, Ucrânia, ossos.

231 URSS, uma pilha de cadáveres, provavelmente de cativos russos.

232 Skede, Letônia, um policial letão conhecido como um "chutador" andando ao redor da beirada de uma vala comum cheia de corpos de mulheres e crianças que haviam acabado de ser executados, 15/12/1942.

233 Liepaja, Letônia, ossos encontrados numa exumação em 1959.

234 Zbaraz, Polônia, pessoas ao lado de uma cova cheia de restos de corpos.

235 Bereznigovatoye, Ucrânia, enterro de 814 pessoas locais que receberam tiros até morrerem, em 14/09/1941.

236 Bereznigovatoye, Ucrânia, enterro de 814 pessoas locais que receberam tiros até morrerem, em 14/09/1941.

237 Rússia, uma execução.

238 URSS, uma pilha de cadáveres, provavelmente de cativos russos.

239 Riga, Letônia, cadáveres.

240 Riga, Letônia, ossos espalhados.

241 Smolensk, URSS, cadáveres, no tempo de libertação.[Possivelmente uma fotografia previamente tirada por um soldado alemão.]

242 Smolensk, URSS, cadáveres, no tempo da liberação.[Possivelmente uma fotografia previamente tirada por um soldado alemão.]

243 Smolensk, URSS, uma mulher morta, no tempo da libertação.

244 URSS, 1941, Operação Barbarossa - cadáveres de crianças locais estiradas na neve depois de serem executadas pelo exército alemão.

245 Kolomyja, Polônia, policiais alemães próximos aos cadáveres de judeus que foram fuzilados até a morte.

246 Moscou, URSS, cadáveres de pessoas enforcadas por alemães, 19/01/1942. [A localização não é Moscou mas uma cidade na região de Moscou, provavelmente Mozhaysk ou Wolokolamsk.]

247 Kalinkovichi, Bielorrúsia, cadáveres de crianças, 1943.

248 Lyady, Bielorrússia, cadáveres, 1943.

249 Konstantinovka, Ucrânia, cadáveres que foram exumados de uma mina da cidade.

250 Bobruisk, Bielorrússia, cadáveres, provavelmente de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos em Dulag 131, inverno de 1941.

251 Kamenka, Bielorrússia, sacos cheios de ossos de vítimas dos nazistas, antes do reenterro.

252 Bobruysk, Bielorrússia, um grupo de pessoas próximas a sacos cheios de ossos de vítimas de nazistas, antes do reenterro.

253 Bobruysk, Bielorrússia, Meir Zeliger próximo a sacos cheios de crânios de vítimas de nazistas, antes do reenterro.

254 Bobruysk, Bielorrússia, cercando uma vala comum para prevenir sua profanação.

255 Bobruysk, Bielorrússia, um grupo de homens coletando ossos de vítimas de nazistas com o propósito de reenterrá-las numa vala comum no cemitério judaico.

256 Krasny Bor, Rússia, cadáveres das vítimas dos assassinatos.

257 Outono de 1943, cadáveres de judeus russos que tentaram escapar de um campo.

258 Rússia, um policial alemão em pé ao lado de cadáveres.

259 Idritsa, URSS, cadáveres numa vala comum.

260 Jekabpils, Letônia, pós-guerra, novo enterro de cadáveres de pessoas da cidade que pereceram no Holocausto.

261 USSR, 1941, Operação Barbarossa - cadáveres de quinze jovens locais enforcados pelo exército alemão.

262 Utena, 1945, soldados russos e homens locais ao lado de cadáveres, antes de seus reenterros.

263 Utena, Lituânia, restos humanos que foram tirados de suas valas e trazidos por membros de família para enterro no local, depois da guerra.

264 Nadworna, Polônia, soldados alemães em pé próximos a dois cadáveres enforcados num mastro.

265 Skalat, Polônia, um comitê soviético durante a exumação dos cadáveres daqueles assassinados por alemães em 20/04/1944.

266 Rostow, Russia, Winter 1943, The Gestapo jail courtyard.

267 Resse, Lithuania, November 1944, The exhumation of corpses of Jews murdered at the site.

268 Russia, 1955, Sacks filled with bones before burial in a mass grave. [Another caption of same photo: Chausy, Belorussia, Transport of bags filled with bones to burial in mass graves, 1941.]

269 Chausy, Belorussia, Bags filled with bones, in an open mass grave, 1941. [Another caption of same photo: Russia, 1955, Sacks filled with bones in a mass grave. ]

270 Grozovo, Belorussia, Coffins containing bones of Jews murdered in March 1943.

271 Kuziai, Lithuania, 1974, Bones and shoes.

272 Celo Dobroye, Ukraine, Postwar, Exhumation of bones from a mass grave for reburial.

273 Celo Dobroye, Ukraine, 1961, A ceremony marking the reburial of bones in a mass grave.

274 Kornitz, Poland, Jews transporting a cart laden with sacks of bones of murdered Jews for burial in a mass grave.
[Kornitz is probably Kurenets, Belarus.]

275 Iwje, Poland, An exhumation.

276 Iwje, Poland, People standing around a mass grave of local Jews, during an exhumation.

277 Yeloviki, Belorussia, A group of people at the rims of a pit during reburial of Nazis' victims.

278 Belorussia, The body of a young woman shot in the head.

279 Balti, Romania, Jews who were shot to death by a unit of the Einsatzgruppen in July, 1941.

280 Polowce, Poland, Bodies of prisoners who had been shot, aligned in rows in the snow.

281 Chernovtsy, Russia, 1944, A mass grave of Soviet citizens shot by the Germans. [The place is probably http://en.wikipedia.org/wiki/Chernivtsi">Chernivtsi, Ukraine. ]

282 Zelechow, Poland, Bodies of Soviet citizens who were shot to death in 1944. [The place is probably Zolochiv, Ukraine, Polish: Złoczów. According to Klee and Dreßen, »Gott mit uns«. Der deutsche Vernichtungskrieg im Osten 1941-1945, the photo was found in the archives of the Gestapo in Złoczów (spelled "Zloczew" by the authors).]

283 Ukraine, People searching for bodies of loved ones among the bodies of citizens who were shot to death, after the liberation.

284 Dubossary, Ukraine, Members of Einsatzgruppe D shooting Jews, 14/09/1941.

285 Drohobycz, Poland, Removing corpses in a truck.

286 Vinnitsa, Ukraine, An SS man shooting a man's head over a mass grave, probably 1941.

287 Einsatzgruppen soldiers shooting Jews who are in a ditch.

288 Uruczje, Belorussia, Members of a Soviet invesigation committee investigating a mass grave.

289 Janowska, Poland, corpses of inmates killed shortly before the liberation. [The corpses seem to be older than that.]

Os eventos em alguns dos locais mostrados acima nas fotografias são mencionados em vários artigos deste blog, incluindo os seguintes (blogs listados em ordem alfabética ou menção dos lugares, começando com o massacre de Babi Yar e terminando com Zolochiv/Złoczów):

• Série That's why it is denial, not revisionism., partes III [tradução para português], IV [tradução para português], V [tradução para português], VI [tradução para português], VII [tradução para português] VIII [tradução para português], IX (1) [tradução para português], IX (3), IX(4)
Vasily Grossman's Letters and Notebooks
How Many Perpetrators in the USSR? - Part One: Overview
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Four: Ukraine 1941
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Five: Ukraine 1942
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Eight: Baltic States [tradução para português]
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Nine: Denier Deceit
One might think that … [tradução para português]
Wehrmacht Complicity in the Holocaust in Ukraine
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2)
"... otherwise you’ll think that I’m bloodthirsty"
Mass Graves in the Polesie [tradução para português]
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (1)
Drobitski Yar
Neither the Soviets nor the Poles have found any mass graves with even only a few thousand bodies … [tradução para português]
More Misrepresentations from Graf: Lithuania
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 2)
French Military Witness in Kaunas (Kovno)
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (4,1)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (2)
Human Remains Seen By American Journalists at Klooga and Babi Yar
Galicia
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (5,2)
Thomas Dalton responds to Roberto Muehlenkamp and Andrew Mathis (2)
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 3)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (1)
"Thereafter Kube had shown the Italians a gas chamber in which the killing of the Jews was allegedly carried out."
Austrian Gas Vans Trial
Thomas Kues and Isak Grünberg
Photographic Evidence of Mass Shootings: 1. Sdolbunov
Kudos to Mr. Wilfried Heink
Nazi crimes in Soviet footage
The Road to Vyazma
Photographic Evidence of Mass Shootings: 2. Ponary
Photos from the German East [tradução para português]
Notes from a Transit Camp [tradução para português]
Liepaja (Part 1) [tradução para português]
Liepaja (Part 2)
What it was like

[Fotos 01 a 101 - parte 1]
[Fotos 101 a 201 - parte 2]

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/06/22-june-1941.html
Tradução: Roberto Lucena

*POW = abreviação em inglês de "prisoner of war" (prisioneiro de guerra)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

22 de junho de 1941 (Fotos do genocídio nazi na União Soviética) - parte 2

Continuação da parte 1 da postagem sobre fotos do genocídio nazista na União Soviética. Com ajuda adicional do próprio Roberto Muehlenkamp com a postagem dos links.

A postagem original foi dividida em três partes devido a quantidade de fotos contidas no texto, cerca de 289 fotos mais os links adicionais.

Fotos, da 101 até a 201:

101 URSS, homem que foi enforcado depois de se recusar a trabalhar.

102 Ucrânia, Sumy, dois suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

103 Ucrânia, Sumy, dois suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

104 URSS, homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

105 URSS, homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

106 Aparentemente corpos de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em campos de prisioneiros de guerra alemães.

107 URSS, evacuação dos prisioneiros de guerra soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

108 URSS, homens que foram enforcados por alemães próximos à estação de trem.

109 URSS, homens que foram enforcados por alemães próximos à estação de trem.

110 URSS, prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

111 URSS, dois civis enforcados por alemães.

112 URSS, soldados alemães ao lado de homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

113 URSS, um suspeito de atividade partisan que foi enforcado.

114 Bielorrússia, Minsk, suspeitos de atividade partisan enforcados em público, 1941.

115 Aparentemente prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

116 Presumidamente, a evacuação de corpos de prisioneiros de guerra soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

117 USSR, aparentemente prisioneiros de guerra soviéticos que morreram no campo de prisioneiros de guerra.

118 URSS, homem sendo enforcado por alemães.

119 URSS, um local de execução.

120 Rússia, locais ao lado de restos aparentemente de corpos de prisioneiros de guerra soviéticos na área de Porkhov.

121 Apparently bodies of dead Soviet POW.

122 Russia, Apparently the bodies of Soviet POWs in the Porkhov area.

123 USSR, Apparently a dead Soviet POW executed.

124 USSR, Dead bodies.

125 USSR, Dead bodies.

126 Apparently the bodies of Soviet POWs who died in a German POW camp.

127 German soldiers standing beside bodies of dead Soviet soldiers.

128 Mass grave of Soviet POWs who died in German captivity.

129 Burial of Soviet POWs who died in German captivity.

130 Rudnya, USSR, An exhumation, after the war.

131 U.S.S.R., Exhumation of victims murdered on 07/04/1943.

132 Krasnodor, Russia, An exhumation by a medical staff, July 1943.

133 Krasnodar, Ukraine, Corpses of Jews murdered by German soldiers.

134 Valmiera, Latvia, Postwar, Corpses after exhumation.

135 Valmiera, Latvia, Postwar, Examination of corpses after exhumation.

136 Valmiera, Latvia, Inspecting corpses after exhumation.

137 Valmiera, Latvia, Postwar, Corpses after exhumation.

138 Lithuania, Exhumation.

139 USSR, exhumation. [Picture rather suggests a POW camp.]

140 Maly Trostenets, Belorussia, Bodies in a mass grave.

141 Maly Trostenets, Belorussia, A Soviet investigation committee inspecting a mass grave, 1944.

142 Maly Trostenets, Minsk, Belorussia, Corpses of Soviets who were murdered in the death camp during the years 1941-1944.

143 Maly Trostenets, Belorussia, A pile of dead bodies in a cremation area.

144 Maly Trostenets, Belorussia, 1944, Corpses of those murdered in the concentration camp.

145 Trostenets, Belorussia, People examining the burnt corpses of Soviets in the death camp.

146 Trostinets, Belorussia, A pile of burnt bodies in a concentration camp, in the Minsk area.

147 Minsk, Belorussia, 1943-1944, Burnt corpses of Soviets near Minsk. [Image is identical with USHMM photo # 71947, captioned "The charred remains of prisoners burned by the Germans before the liberation of the Maly Trostinets concentration camp", included in USHMM photo query Maly Trostinets]

148 Lithuania, Postwar, A corpse in a mass grave.

149 Ponary, Poland, Exhumation of corpses from ditches.

150 Ponary, Vilna, Poland, 1945, Exhumation.

151 Ponary, Poland, Corpses of murdered people.

152 Ponary, Poland, Exposed bodies of victims in a mass grave.

153 Ponary, Poland, Three bodies in the sand.

154 Ponary, Poland, Bodies of the victims that were massacred there.

155 Ponary, Poland, Corpses.

156 Ponary, Poland, Corpses hanging on the gallows.

157 Ponary, Poland, Corpses hanging from the gallows.

158 Ponary, Poland, Doctors exhuming corpses.

159 Ponary, Poland, Corpses of Russian POWs.

160 Kalarasz, Rumania, Exhumation of a mass grave.

161 Klooga, Estonia, Soviet soldiers standing next to bodies ready for burning found in the camp after its liberation, 1944.

162 Klooge, Estonia, Bodies in the camp after its liberation by the Soviets.

163 Klogne, Estonia, Bodies of inmates.

164 Klooga, Estonia, 1945, Bodies between logs.

165 Klooga, Estonia, September 1944, Burnt bodies.

166 Klooga, Estonia, Russian soldiers beside burnt bodies, September 1944.

167 Estonia,Klooga, 1944, Bodies in a barrack in the camp, after the liberation.

168 Klooge, Estonia, A pile of bodies ready for cremation.

169 Klooge, Estonia, 1944, Bodies in the camp, after its liberation by the Soviets.

170 Klooga, Estonia, A row of partially charred corpses, with the remains of the camp in the background, September 1944.

171 Klooga, Estonia, Half burned bodies, September 1944.

172 Klooga, Estonia, Survivors beside burnt bodies, September 1944.

173 Klooga, Estonia, Prisoners' bodies the liberation of the camp, 1945.

174 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners.

175 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners, after liberation.

176 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners after liberation.

177 Slonim, Poland, Corpses of Soviets who were murdered by the Germans.

178 USSR, German soldiers preparing for an execution by hanging.

179 Zhitomir, Ukraine, 07/08/1941, Public hanging of Jews accused of connections to the Soviet secret police.

180 Syretsk, Ukraine, Bodies of Jews murdered in the concentration camp. [Picture is probably not from Syretsk concentration camp but from Darnitsa POW camp, also in the Kiev area. See the blog The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2)]

181 Syretsk, Ukraine, Bodies of murder victims, after the liberation.

182 Kiev, Ukraine, Bodies of Jews on Michailowska Street, 06/11/1943. [Probably not Jews, see the blog The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2).]

183 Kiev, Ukraine, The bodies of two Jews who were shot during the deportation of the town's Jews to Babi Yar, October 1941.

184 Kiev, Ukraine, The bodies of two Jews who were shot during the deportation of the town's Jews to Babiy Yar, October 1941.

185 Kiev, Ukraine, A Jewish man shot while being deported, October 1941. [Photo probably related to the Babi Yar massacre on 29/30 September 1941.]

186 Kiev, Ukraine, German soldiers near the corpses of civilians whom they shot due to their partisan activities.

187 USSR, Local woman trying to identify bodies of their relatives.

188 Ravnopol, Russia, The bodies of Sofia Brant and her daughter in the snow, 1942.

189 Vilijampole, Lithuania, Burnt bodies of murder victims in the ghetto, 18/12/1944.

190 Vilna, Poland, Bodies of executed people tied to posts; soldiers in the background.

191 Kamenets Podolskiy, Ukraine, Bodies, August 1941.

192 Kamenets Podolsk, Ukraine, Bodies, August 1941.

193 Kamenets Podolski, Ukraine, A pile of corpses.

194 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews, 06/1941.

195 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews killed during a pogrom on early July 1941.

196 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews, 06-16/07/1941.

197 Mizocz, Poland, Bodies of women and children from Misocz village who were murdered by German policemen and Ukrainian collaborators, October 1942.

198 Misocz, Polnad. The final moments of the lives of the women and children of Misocz who were shot to death during the liquidation of the ghetto, 14/10/1942.

199 Lvov, Poland, Bodies, after a pogrom.

200 Lvov, Ukraine, June 1941, Bodies of Jews who were executed by firing-squad.

201 Proskurov, Ukraine, Bodies of murdered Jewish residents, 1942-1944.

[Fotos 01 a 101 - parte 1]
[Fotos 201 a 289 - parte 3]

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/06/22-june-1941.html
Tradução: Roberto Lucena

*POW = abreviação em inglês de "prisoner of war" (prisioneiro de guerra)

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