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segunda-feira, 23 de março de 2009

O Holocausto e o negacionismo("revisionismo")

O Holocausto e o negacionismo - as metas cinistras do "revisionismo" na luta pela reabilitação do nazismo

La vuelta al mundo
O Holocausto e o negacionismo

Rogelio Alaniz

O bispo lefebvriano Richard Williamson pediu desculpas. Contudo, até o próprio Vaticano considerou que as desculpas foram incompletas, entre outras coisas porque não diziam uma palavra acerca de suas afirmações sobre a inexistência do Holocausto. Williamson seguramente foi pressionado por seus superiores para que arrume a desavença, entre outras coisas porque os lefebvrianos são os mais interessados em voltar ao seio da Igreja Católica e não querem deixar passar essa oportunidade que consideram um tema do passado.

Williamson não está só em sua igreja e muito menos no ambiente onde ele se movimenta com muita comodidade, quer dizer, a ultradireita política e religiosa, corrente ideológica que nos pontos mais diferentes do mundo sustenta que o Holocausto não existiu e que mais que uma realidade foi um invenção dos judeus para financiar o Estado de Israel, para continuar desenvolvendo sua estratégia de domínio do mundo tal como estabelecem “Os protocolos dos Sábios de Sião”, libelo publicado por sua vez pela polícia do Czar russo para legitimar os pogroms contra os judeus.

Na Igreja Católica e no cristianismo em geral, o tema do antissemitismo está oficialmente superado e poderia se dizer sem exagerar que a maioria dos sacerdotes e pastores condenam sinceramente o Holocausto e lamentam a tragédia sofrida pelo povo judeu. Nas margens dessas igrejas todavia pululam fundamentalistas de diversas matrizes que seguem crendo com fé de fanáticos que os judeus são um povo deicida, os responsáveis da crucificação de Cristo, e que durante séculos se dedicaram a sequestrar crianças para lhes extrair o sangue com o qual amassavam o pão pascoal.

Os argumentos podem parecer delirantes, na realidade o são, mas circulam como moeda muito bem cotada entre os setores cristãos de extrema-direita. Posicionados nesse lugar, em nada lhe deveriam chamar a atenção o fato de considerarem que o Holocausto não existiu ou que é mais uma campanha publicitária instrumentada por um povo pérfido e deicida.

Nos Estados Unidos, a principal espada do negacionismo é o senhor David Duke, militante da Ku Klux Klan e antissemita confesso. Na Europa, o conhecido direitista francês Jean Marie Le Pen é um dos políticos que com mais entusiasmo nega o Holocausto. Algo parecido fazia Jörg Haider na Áustria. Posições semelhantes sustentam os ultradireitistas ingleses, poloneses e alemães. Nos últimos tempos, a variante do ultradireitismo tem se somado à correntes da ultraesquerda.

Roger Garaudy, um reconhecido comunista francês de outros tempos, um intelectual que polemizou mão a mão com Sartre e Jeanson em defesa do marxismo e que hoje tem passado com armas e bagagens as trincheiras do Islã, dedica os anos de sua velhice a disparatar contra os judeus e negar o Holocausto. No Irã, posições parecidas sustentam o senhor Ahmadinejad, o primeiro-ministro que não só nega o Holocausto como também promete a destruição do Estado de Israel.

Numerosos historiadores tem dado letra à ultradireita neste tema. O mais importante é David Irving, historiador inglês que acaba de cumprir uma condenação judicial depois de haver perdido um julgamento contra uma historiadora dos Estados Unidos. Na ocasião, esta historiadora demonstrou a deliberada manipulação dos documentos.

Irving é o historiador profissional mais reconhecido pelo que se conhece como "revisionismo" histórico. Não é o único e nem sequer o mais sério, mas seus livros vendem como pão quente nos ambientes de extrema-direita, e uma de suas fontes de renda econômica são precisamente as conferências que dá em diferentes capitais da Europa, divulgando suas teses a aguerridas plateias antissemitas.

No geral, os negacionistas não negam que na guerra houve excessos e que os judeus foram perseguidos em alguns lugares. O que se propõem é reduzir ao mínimo essas perseguições e “normalizá-las”, em outras palavras, considerá-las como habituais em qualquer guerra. Irving concretamente - e esta é seguramente a fonte de Williamson - considera que houve algo em torno de 300.00 judeus mortos na guerra, uma cifra que nada teria a ver com os seis milhões que denunciam os organismos internacionais.

A operação política é clara: o que se pretende é persuadir a opinião pública de que o sucedido é o que habitualmente ocorre em todas as guerras. Os nazis portanto não teriam sido exceção. É verdade que cometeram excessos, não muito diferentes dos que cometeram os Aliados bombardeando Dresden, Hamburgo, Berlim ou jogando uma bomba atômica em Hiroshima ou massacrando os prisioneiros em Katyn. O único problema dos nazis - dizem com um toque de cinismo - é que perderam a guerra, porque se a houvessem ganho seriam eles os heróis e os criminosos seriam os aliados.

Cínico ou perverso, o argumento é uma peça de luxo do senso comum. Distraída, dona Rosa poderia ler o texto e crer nele ao pé da letra. Acaso na guerra não se mata e se morre? Acaso não há vencedores e perdedores? Por que tanto se leu por uns mortos mais que menos de outros mortos?

A afirmação mais importante que possui a hipótese negacionista é que falta-lhe a verdade. Nada mais, nada menos. O Holocausto existiu, as provas de sua existência são irrefutáveis. Em Yad Vashem - a instituição destinada a investigar e apoiar a memória daqueles anos terríveis -, está registrado com testemunhas e documentos o desaparecimento de algo em torno de quatro milhões de judeus. Depois estão os testemunhos de testemunhas, familiares, amigos e nazis arrependidos. Seis milhões é uma tentativa de estimativa que pode ser superada em um punhado de milhares ou ser reduzida em outro punhado de milhares, mas o que está fora de discussão é que os campos de concentração e extermínio existiram, que a Solução Final foi uma política deliberada dos nazis e que para isto se dispôs de uma maquinária burocrática, militar e científica destinada a cumprir com estes fins.

Como o que é evidente não se pode negar, nem sequer o negacionista mais decidido se anima a fazê-lo, o que se faz é reduzi-lo a sua mínima expressão, considerá-lo como o resultado inevitável da guerra ou o preço que pagam os derrotados. A manobra não é inocente. Como muito bem dissera um historiador de Yad Vashem, se a experiência dos nazis é despojada do Holocausto, o nazismo deixa de ser uma das manifestações monstruosas do século vinte para transforma-se em uma experiência política apenas.

Bons e maus sempre têm percorrido o intinerário da história. Muitas vezes os maus de de ontem são os bons de hoje e o inverso. O que transforma os nazis em uma experiência inédita é o genocídio, a vontade de aniquilar um povo não pelo que ele faça ou deixe de fazer senão pelo que ele é, e a disponibilidade para essa tarefa dos avanços científicos e técnicos mais importantes de seu tempo.

Fonte: El Litoral(Argentina)
El Holocausto y el negacionismo
http://www.ellitoral.com/index.php/diarios/2009/03/03/opinion/OPIN-05.html
Tradução(português): Roberto Lucena

sábado, 20 de dezembro de 2008

Porque é negação e não revisionismo. Parte VII: relatórios dos Einsatzgruppen

Porque é negação e não revisionismo. Parte VII: outras patéticas objeções aos relatórios dos Einsatzgruppen

Nós já vimos em seu livro sobre Treblinka como Mattogno e Graf tentaram desacreditar os relatórios dos Einsatzgruppen (e fracassaram miseravelmente).

Esta postagem endereçará um par de "numéricos" argumentos daquele livro.

Podemos considerar que a parte sobre a Lituânia foi discutida.

Penso que deveria apenas mencionar que de acordo com a mensagem no. 412 de 09.02.1942, das 138.272 pessoas mortas pelo EG-A, 55.556 eram mulheres e 34.464 eram crianças.

Apenas idiotas e negadores argüirão que isto era qualquer forma de ação anti-partisan.

Na realidade, destes 138.272 pessoas apenas 56 eram partisans, e 136.421 - judeus.

Agora vamos examinar as afirmações de Mattogno sobre a Letônia.

Ele cita o Einsatzgruppe A, Gesamtbericht vom 16 Oktober 1941 bis 31 Januar 1942 como segue:
O número total de judeus na Letônia no ano de 1935 era de: 93.479 ou 4.7% do total da população. [...]

No registro das tropas alemãs ainda havia 70.000 judeus na Letônia. O resto tinha fugido com os bolcheviques. [...]

Mais adiante até outubro de 1941, cerca de 30.000 judeus foram executados por este Sonderkommando. Os judeus restantes, ainda indispensáveis devido a importância econômica, foram recolhidos pros guetos. Seguindo o processo dos casos de crimes na base de não usar a estrela judaica, negócio ilícito, furto, fraude, mas também na contagem do perigo preventivo de epidemias nos guetos, mais execuções foram feitas até depois. Assim, em 9 de novembro de 1941, 11.034 foram executados em Dünaburg, 27.800 em Riga no começo de dezembro de 1941 por uma operação ordenada e realizada pelo Superior das SS- e Chefe de Polícia, e 2.350 em Libau no meio de dezembro de 1941. Desta vez houve judeus letonianos nos guetos (à parte dos judeus do Reich) em:

Riga aproximadamente 2.500
Dünaburg " 950
Libau " 300
(Nota: havia 300 em Libau, não 3.000, como digitado incorretamente na versão online; mas os cálculos são baseados em cima do número correto).

Mattogno então resume os dados e chega a seguinte conclusão:
Mas se adicionarmos juntos os números daqueles abatidos (30.000 + 41.184 =) 71.184 a aqueles que ainda viviam nos guetos (3.750), chegamos a 74.934 judeus, um número que é maior que o número alegadamente presente no registro dos alemães dentro da Letônia. Numa tabela que resume o relatório e leva o título de "Número de execuções feitas pelo Einsatzgruppe A além de 1 de fevereiro de 1942," o número daqueles abatidos é indicado como sendo 35.238, para os quais são adicionados 5.500 judeus mortos "por pogroms," mas "de 1 de dezembro de 1941;"[590] logo temos 40.738 vítimas judias. Embora esta cifra inclui um adicional de 5.500 judeus mortos em pogroms não mencionados no relatório, o número total daqueles mortos é de longe mais baixo: 40.738 em oposição a 71.184.
Aliás, o mapa de caixão de Stahlecker é baseado nos mesmos dados, obviamente.

Então, há um erro no relatório? Sim, há um.

Sabemos que 1.134 judeus foram mortos em Duenaburg/Dvinsk/Daugavpils pelo EG-A naquela ação particular. "11.034" é um erro tipográfico (I. Altman, Zhertvy nenavisti, Moscou, 2002, pp. 238, 239; a fonte de Altman é GARF, f. 7021, op. 148, d. 215, l. 48). Este erro provavelmente é originário do rascunho do relatório das operações do EG-A em dezembro de 1941 (o mapa de caixão é um apêndice para este relatório), e é assim desse modo presente em dois documentos. Não era uma inflação deliberada, como a soma errada mostra.

Sem este erro temos cerca de (30.000+1.134+27.800+2.350=) 61.284 vítimas judias. Mais havia 3.750 judeus vivos. Também note o idioma: "Seguindo o processo dos casos de crime ... mais execuções foram feitas até depois. Assim, em 9 de novembro de 1941, 11.034 foram executados em Dünaburg...". Penso que isto implica que eles não listararam necessariamente todas as ações, apenas as maiores delas.

O próximo argumento é que o resumo do número de execuções pelo EG-A (incluindo pogroms) foi de 40.738 em vez de 71.184 (ou 61.284, corrigido por Duenaburg).

O argumento é auto-refutável. Relendo o título: "Número de execuções feitas pelo Einsatzgruppe A além de 1 de fevereiro de 1942". "Número de execuções feitas pelo Einsatzgruppe A...". Agora relendo o relatório: "27.800 em Riga no começo de dezembro de 1941 por uma operação ordenada e conduzida pelo Superior das SS - e Chefe de Polícia". "Ordenada e feita pelo Superior das SS - e Chefe de Polícia". O Superior das SS - e Chefe de Polícia e seus homens não eram do EG-A. Sim, é fácil assim. No relatório eles estavam listando informações gerais até sobre execuções não conduzidas por eles mesmos, mas o resumo pertence apenas ao Einsatzgruppe A.

Isto é tudo, pessoal.

Mas espere, nosso amigo, o Moonbat, quer dizer alguma coisa:

Mas não é fato que os relatórios dos EG contém erros tipográficos minando a história inteira do Holocausto? Você sabe, talvez 2.780 judeus não foram abatidos em Riga, e sim 27.800? (Eu penso que nenhum foi abatido e tudo isto são mentiras judias, mas pela segurança do argumento...)
Bem, o que eu posso dizer? Tudo é possível. Mas ninguém precisa de evidência para afirmar que este ou aquele número é um erro tipográfico, não de outra forma. Além do que, alguém pode sempre estabelecer a exatidão dos dados por checagem cruzada com outros pedaços de evidência. Considere o que o Prof. Richard Evans tem a dizer em seu relatório do julgamento de Irving:
Além do mais, Irving na sua principal narrativa em Goebbels: Mastermind of the ‘Third Reich’(Goebbels: cérebro do 'Terceiro Reich'), fracassou em esclarecer a seus leitores sobre o segundo massacre dos judeus de Riga que ocorreu em 8 de dezembro de 1941. Apenas em suas notas-de-ropapé ele faz reconhecer que o Einsatzgruppe A relatou que em início de dezembro de 1941 um total de 27.800 judeus foram executados em Riga. Entretanto, Irving imediatamente lança dúvidas sobre estas cifras, afirmando que elas são ‘possíveis numa exageração’.655 Já as dúvidas de Irving não são confirmadas por outras fontes. A corte em Hamburgo em 1973 estabeleceu que entre 12.000-15.000 judeus foram assassinados em 8 de dezembro de 1941, trazendo um número total de judeus mortos pelos nazistas em Riga entre 30 de novembro de 1941 e 8 de dezembro de 1941 de entre 25.000-30.000. 656 Usando vários métidos para calcular as vítimas em Riga, o historiador Andrew Ezergailis também chegou certamente a cifra de cerca de 25.000 judeus mortos. 657

[...]

655 Irving, Goebbels, p. 645, nota 42.
656 IfZ, Gh 02.47/3, Urteil des Schwurgerichts Hamburg in der Strafsache gegen J. und andere, (50) 9/72, vom 23.2.1973.
657 A. Ezergailis, The Holocaust in Latvia 1941-1944(O Holocausto na Letônia 1941-1944) (Riga, 1996), p. 261.
Eu devia também assinalar que Mattogno e Graf deviam saber acerca deste erro tipográfico. É mencionado em numerosas fontes - no livro de Altman estes itens de notícias (no qual o real número é citado), H.-H. Wilhelm, um dos co-autores de Die Truppe des Weltanschauungskriege, como relatado aqui, e também na introdução de Rudolf para Dissecting the Holocaust(Dissecando o Holocausto).

Então, agora que suas objeções foram refutadas (e estou certo que eles apresentaram o melhor que eles tinham), Mattogno e Graf aceitarão os números de judeus assassinados e tudo que eles implicam? Ou eles sonharão com outras desculpas? Penso que a resposta é auto-evidente.

[Eu desejo agradecer a Nick pelo auxílio generoso.]
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Com esta postagem eu conclui minha contribuição com estas séries. Roberto continuará o trabalho, examinando vários outras argumentos falaciosos. Obrigado por sua atenção.

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Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/08/thats-why-it-is-denial-not_115488858935311686.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

David Irving - O embaixador "revisionista" de Hitler

"Historiador" diz que Hitler era "uma pessoa muito humana"

MADRI - O historiador britânico David Irving, conhecido por negar a existência do Holocausto, disse que Hitler era "uma pessoa muito humana" e que o campo de concentração de Auschiwitz, na Polônia, é hoje uma "espécie de Disneylândia".

As declarações foram dadas em Madri, Espanha, onde Irving esteve no último domingo para participar de uma conferência, informou o jornal local El Mundo.

O britânico, de 70 anos, diz que o líder nazista não tinha conhecimento dos massacres cometidos durante o regime, cujas responsabilidades devem cair sobre seus funcionários. "Considero-me um embaixador de Hitler para o futuro. Ele não pode se defender", afirmou o historiador.

Sobre os campos de concentração nazistas, Irving questiona o número real de pessoas mortas e a existência das câmaras de gás, além de afirmar que Auschwitz é hoje uma "espécie de Disneylândia para turistas".

A conferência, que primeiramente seria realizada em um hotel no bairro de Salamanca, foi transferida de última hora para um outro hotel localizado nas proximidades da estação de Chamartin, a fim de evitar o encontro entre manifestantes de extrema-direita e de esquerda.

O historiador já teve diversos problemas com a justiça devido às suas teorias, tendo sido condenado a um ano de prisão na Áustria, além de ser considerado persona non grata na Austrália e na Nova Zelândia.

Fonte: ANSA/Panorama Brasil
http://www.panoramabrasil.com.br/Noticia.aspx?idNot=265645
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Comentário: com bastante freqüência, negadores do Holocausto tentam a todo custo negar até suas afinidades ou filiações idológicas acerca do nazismo, no caso, de que não seria nazistas, proto-nazistas, simpatizantes do nazismo/fascismo ou coisa do tipo e que seriam apenas meros "estudiosos" ou "revisadores" do Holocausto.

Está aí mais uma declaração do principal negador do Holocausto(o que tem mais peso pois foi o único que conseguiu algum eco fora do meio 'outsider' negacionista), ou "guru" dos negadores(pois os seguidores do dito "revisionismo" mais parecem filiados a alguma seita religiosa fanática), deixando claro sua defesa da figura de Adolf Hitler e conseqüentemente do nazi-fascismo(extrema-direita).

As ligações entre "revisionismo"(negação do Holocausto)com o anti-semitismo/racismo e o nazismo são incontestes, por mais que os negadores que se aglomeram pela rede(internet)tentem negar tudo cinicamente(não só o Holocausto como principalmente suas afinidades ideológicas pra não chamar a atenção daqueles que não tem noção ao certo do que se trate o negacionismo do Holocausto e de seus ideólogos pró-nazismo).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Bombardeio de Dresden causou menos mortes que o suposto

(Foto)Imagem mostra Dresden após o ataque dos Aliados, em fevereiro de 1945

Comissão conclui que o total de mortos no bombardeio de Dresden é de no máximo 25 mil, abaixo do número oficial de 35 mil. Destruição da cidade alemã é uma das ações militares mais controversas da Segunda Guerra.

O bombardeio dos Aliados à cidade alemã de Dresden, em fevereiro de 1945, causou a morte de menos pessoas do que se supõe. Em vez de 35 mil, o número de vítimas fatais é de no máximo 25 mil, segundo um relatório parcial divulgado nesta quarta-feira (01/10) por uma comissão criada pela cidade especialmente para acabar com a controvérsia.

A comissão, formada por professores universitários, arquivistas e historiadores militares, conseguiu comprovar a morte de 18 mil pessoas, mas esbarrou em números contraditórios obtidos em registros de cemitérios da cidade. Ainda assim, o total dificilmente deverá superar 25 mil. Os trabalhos começaram em 2004 e terminarão no próximo ano.

O bombardeio de Dresden é uma das ações militares mais controversas da Segunda Guerra Mundial. Entre 13 e 15 de fevereiro de 1945, aviões do Reino Unido e dos Estados Unidos bombardearam a cidade, destruindo uma grande parte da região central, inclusive prédios históricos, como a igreja Frauenkirche.

Desde então, o número de mortos causa tanta polêmica quanto a própria ação militar. À época da Alemanha Oriental, o total de vítimas foi fixado em 35 mil. Extremistas de direita e neonazistas dizem que 250 mil morreram e chamam o bombardeio de Dresden de "holocausto".

Os historiadores lembram que, em março de 1945, as autoridades locais também calculavam em 25 mil o número de vítimas fatais. A propaganda nazista ignorou esse cálculo e passou a divulgar números bem maiores. "Em março de 1945, o Ministério alemão das Relações Exteriores orientou seus representantes no exterior a divulgar que 200 mil pessoas morreram", diz o relatório da comissão.

Ao longo dos anos, esse número passou a ser usado como instrumento de uma "contínua mitificação da destruição de Dresden", afirma a comissão. "O nome Dresden ficará para sempre associado a uma das piores catástrofes da Segunda Guerra Mundial", disse o historiador Rolf-Dieter Müller, que preside a comissão. Mas, para ele, "especulações insanas" bloqueiam a reflexão sobre outras tragédias, como os bombardeios a Hamburgo e Tóquio, nos quais morreram 40 mil e 100 mil pessoas, respectivamente.

Agências (as)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 02.10.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3686571,00.html

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