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sábado, 11 de maio de 2013

Os mischlinge e os soldados negros franceses

Segue abaixo um trecho importante do livro "Os Soldados Judeus de Hitler", de B. M. Rigg, livro que fala sobre o problema dos Mischlinge no regime nazi. A passagem fala sobre o tratamento recebido quando alguns oficiais recebiam a informação que determinado soldado era Michlinge, mas a passagem também cita o relato de um Mischling falando do tratamento dado a soldados negros franceses prisioneiros, tema abordado aqui (Resenha do livro "As vítimas africanas de Hitler: os massacres do exército alemão a soldados franceses negros em 1940"). Ler mais sobre o assunto na tag.

Trecho:
A dispensa do meio judeu às vezes era traumática. alguns sofreram séria humilhação. o comandante de Wolfgang Jordan fê-lo sair da formação, com toda a companhia em posição de sentido, e explicou que ele estava sendo dispensado por ser racialmente inferior. O comandante completou a papelada, e Jordan deixou sua unidade poucas horas depois, devastado pela humilhação pública. Richard Riesse foi mandado para casa, em Viena. Ali, primeiro teve de ir a uma repartição da SS, onde mediram sua cabeça e outras partes do corpo. deram-lhe um atestado oficial de meio judeu. Riess ficou assustado. Vira a SS estourar a cabeça de prisioneiros de guerra coloniais franceses e temia o que fariam com ele, outra pessoa "racialmente inferior". A SS simplesmente lhe disse que ele era indigno de servir à Wehrmacht, e o mandou embora dizendo: "Mazel Tov".

Karl Heinz Scheffler viu o tratamento dado aos prisioneiros de guerra negros como um indícidio do que os meio judeus deviam esperar. [42] Muitos tinham visto como os judeus-poloneses haviam sido tratados em 1939 e temiam ser tratados do mesmo jeito. Alguns meio judeus não sobreviveram ao anúncio de seu status racial o suficiente para ser formalmente dispensados. Quando Wilhelm Vielberth comunicou seu status racial, seu oficial sacou a pistola e o matou a tiros. [43]
Fonte: Os Soldados Judeus de Hitler; Bryan Mark Rigg, pág

Observação: sobre as tags (marcadores) dos posts, não são mero "enfeite" pois noto que muita gente quando acessa o blog não clica nas tags pra ver se encontra outro texto sobre determinado assunto. As tags são atalhos pra interligar os posts por temas, não pare no primeiro post que ler e confira também os outros posts clicando nas tags (por assuntos).

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Vítimas negras (Holocausto). Alemães negros e o Terceiro Reich

Vítimas negras

Pergunta:

Sou um afro-britânico estudante de pós-graduação vivendo em Londres. Eu sei, de pesquisas sobre a experiência dos negros europeus, que houve muitos negros aqui antes da Segunda Guerra. Eu quero saber o que aconteceu com eles sob o Terceiro Reich. Poderia me esclarecer? Particularmente aprecio referências de qualquer livro ou sites que você considere que pode ser útil. Estou muito satisfeito que você seja tão determinado em educar as futuras gerações sobre o Holocausto, é uma lição que para todos nós, de qualquer origem "racial", não deva nunca esquecer ou permitir que seja negado ou trivializado por aqueles que não têm muito a aprender sobre a santidade que é a vida.

Harry W. Mazal OBE responde:

Eu sou um dos voluntários do Holocaust History que responde às perguntas de nossos leitores. É possível que você receba outras respostas de meus colegas.

Há um número de referências ao tratamento de negros pelos nazis, tanto por suas próprias publicações como também escritas por pesquisadores. O livro mais recente a chegar às minhas mãoes é:

The African-German Experience: Critical Essays (A experiência afro-alemã: ensaios críticos)
Carol Aisha Blackshire-Belay
c. 1996, Praeger Publishers (Westport CT)
ISBN 0-275-95079-4

O capítulo 5 é um ensaio de Susan Semples, "African Germans in the Third Reich" (Alemães africanos no Terceiro Reich). Você pode obter considerável informação sobre o assunto não apenas no texto dela, mas da vasta bibliografia que ela cita no final do capítulo. O primeiro parágrafo diz:
Embora as políticas raciais do Terceiro Reich em relação aos judeus sejam bem documentadas, o destino dos alemães africanos ou birraciais que viveram na Alemanha durante o Terceiro Reich não tem gerado muita atenção. A única exceção notável é o estudo seminal de Reiner Pommerin, o Sterilisierung der Rheinlandbastarde. Das Schicksal einer deutschen farbigen Minderheit 1918-1937 (1979), que examina a reação pública e política para estas crianças e documentos de sua esterilização forçada durante o Terceiro Reich. Mais recentemente em The Racial State: Germany 1933-1945 (O Estado Racial: Alemanha 1933-1945, de Michael Burleigh e Wolfgang Wipperman (1991) também discutiram brevemente a perseguição aos alemães negros da Renânia durante este período.
Ela prossegue dizendo (excerto):
[...] Os alemães birracais da Renânia tinham paternidade de negros (ou negros mestiços) das tropas francesas de ocupação colonial após a I Guerra Mundial que constituíram o maior grupo de alemães africanos. É comumente aceito que os negros alemães da Renânia eram em número de aproximadamente numerados entre 500 e 800 pessoas. Não existem números exatos para outros alemães africanos que foram espalhados por todo o Reich. Uma estimativa conservadora seria a de que o total combinado de todos os alemães africanos tenha sido de cerca de um mil.
Uma breve descrição da situação dos negros na Alemanha pode ser encontrado em:

The Other Victims: First Person Stories of Non-Jews Persecuted by the Nazis (As outras vítimas: primeiras histórias pessoais de não-judeus perseguidos pelos nazistas)
Ina R. Friedman
c. 1990, Houghton Mifflin (Boston)
ISBN 0-395-50212-8

O breve capítulo sobre os negros (pág. 91-93) é arrepiante. Ela começa com um comentário odioso feito por Adolf Hitler:
Os filhos mulatos surgiram do estupro ou pela mãe branca ser uma prostituta. Em ambos os casos, não há a mínima obrigação moral em relação a estes descendentes de uma raça estrangeira.
Três breves parágrafos deste capítulo:
Apesar de artistas negros terem sido populares na Alemanha antes de Hitler chegar ao poder, eles foram boicotados quando os nazistas tomaram o poder. Um livro intitulado Degenerate Music: An Accounting (Música degenerada: um conto) foi publicado em 1938. A capa mostra um músico negro com uma estrela judaica na sua lapela. O ódio de Hitler a negros foi estendido para atletas negros. Quando Jesse Owens, a estrela norte-americana das pistas, ganhou três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim, Hitler se recusou a estar presente quando as medalhas foram dadas.

Embora houvesse relativamente poucos negros na Alemanha, Hitler fazia distinção entre os prisioneiros de guerra negros e brancos. Soldados negros capturados durante a II Guerra Mundial foram separados de suas unidades e baleados.

Os historiadores estão apenas começando a examinar os arquivos nazistas sobre negros. Muita da informação tem ainda de ser obtida e colocada à disposição do público. Até à data atual, as poucas publicações existentes estão disponíveis apenas em alemão.
Há uma série de livros sobre as teorias raciais alemãs que pintam um retrato cruel das minorias no país durante o Terceiro Reich. Estas incluem judeus, negros e ciganos - embora não os japoneses que foram "Arianos honorários". Um exemplo dos muitos na minha biblioteca é:

Lehrbuch der Rassenkunde (Study Book of Racial Science)
Otto Steche
c. 1933, Quelle & Mayer

Espero que esta informação seja útil em sua pesquisa.

Atenciosamente,

Harry W. Mazal OBE.

Fonte: The Holocaust History Project
Texto: Harry W. Mazal
http://www.holocaust-history.org/questions/blacks.shtml
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 24 de abril de 2012

Polícia investiga denúncia de racismo na UNESP Araraquara (neonazis)

Um grupo formado por dez estudantes da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Araraquara registrou um boletim de ocorrência no 4º DP da cidade para denunciar um ato de racismo ocorrido no campus.

De acordo com o delegado Antônio Luiz de Andrade, responsável pelo caso, os jovens denunciavam uma inscrição preconceituosa feita em um muro que fica dentro da Unesp. A frase diz “Sem cotas para os animais africanos”.

Os estudantes são beneficiários do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), do Governo Federal, que oferece intercâmbio para alunos de Países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais.

De acordo com Andrade, a pena para crimes de preconceito varia de um a três anos de prisão.

Para ele porém, será difícil identificar o autor da frase, já que não há provas técnicas que apontem um culpado.

— Esperamos que alguma testemunha se apresente, pois assim o culpado será punido e novas ações como essa poderão ser evitadas.

A faculdade de ciências e letras da Unesp de Araraquara divulgou uma nota informando que já nomeou uma comissão preliminar para apuração dos fatos. A unidade também informou que notificaria o ocorrido à Polícia Civil, à Polícia Federal e ao Ministério Público local.

De acordo com Dagoberto José Fonseca, professor da instituição que acompanha o grupo de africanos, alguns estudantes da instituição já haviam relatado que, nos últimos dois anos, inscrições de grupos neonazistas têm sido vistas nos banheiros masculinos no campus.

— Isso mostra que o preconceito ainda é muito presente em nosso país. Com essa denúncia queremos também garantir mais segurança aos estudantes africanos, já que a agressão escrita pode evoluir e causar algum ato violento.

Segundo Fonseca, ainda essa semana será feita uma reunião com a Polícia Federal, que também deve apurar o caso.

Postado por R7.com em 17 abril, as 18:20

Fonte: R7/Boainformacao.com.br
http://www.boainformacao.com.br/2012/04/policia-investiga-denuncia-de-brracismo-na-unesp-araraquara/

Ler mais:
Unesp investiga denúncia de racismo contra africanos (Jornal Cidade, Brasil)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As vítimas africanas de Hitler: os massacres do exército alemão a soldados franceses negros em 1940

Documento criado em: 20 de julho de '06
Air & Space Power Journal Book Review - Primavera de 2007

Hitler's African Victims: The German Army Massacres of Black French Soldiers in 1940(As vítimas africanas de Hitler: os massacres do exército alemão a soldados franceses negros em 1940) por Raffael Scheck. Cambridge University Press (http://www.cambridge.org/us), 32 Avenue of the Americas, New York, New York 10013-2473, 2006, 216 páginas, $65,00 (capa dura).

Em "A Preface to History" de Carl G. Gustavson, o autor afirma que ao visualizar qualquer evento histórico, deve-se examinar e tentar compreender quaisquer e todas as influências profundas que levaram à ocorrência de um específico episódio, porque nunca tais eventos ocorrem em um vácuo e simplesmente não "apenas ocorrem". Pelo contrário, as situações sempre vão em movimento na esteira de outros acontecimentos. Em seu excelente livro "Hitler's African Victims", Raffael Scheck faz isto com perfeição e com grande efeito.

Professor adjunto de História Moderna da Europa no Colby College e titular PhD da Universidade de Brandeis, Scheck é autor dos livros "Alfred von Tirpitz and German Right Wing Politics, 1914–1930"(Alfred von Tirpitz e as políticas alemãs de extrema-direita, 1914-1930) e "Mothers of the Nation: Right-Wing Women in Weimar Germany"(Mães da Nação: as mulheres de extrema-direita na República de Weimar), juntamente com vários artigos sobre políticas da extrema-direita alemã. Em Hitler’s African Victims, Scheck traz à luz uma área da história que até agora as pessoas, ou intencionalmente teriam ignorado ou, infelizmente, esquecido.

Durante o desesperado verão de 1940, as forças alemãs avançaram largamente, sem contenção, sobre a Europa Ocidental. Um dos muitos países a sentir a fúria do exército de Hitler foi a França. Ardendo com um intenso desejo de vingança pelas abominações impostas ao povo alemão - o Tratado de Versailles - Hitler e seus asseclas assumiram uma atitude especial para impôr uma rápida e humilhante rendição à França. As fileiras do exército francês alistaram mais de 100.000 soldados negros os quais os franceses haviam recrutado e mobilizado a partir de áreas da Mauritânia, Senegal e Níger, na África Ocidental Francesa, colocando-os em regimentos só negros ou mestiços e em seguida tornando-os parte das divisões da Infantaria Colonial. Durante a árdua batalha contra os alemães, estes soldados africanos - muitas vezes armados com os temidos coupe-coupe(facões) de lâmina longa, com os quais eles abriam caminho através dos soldados inimigos no combate corpo a corpo - viram-se confrontados com o melhor que os alemães poderiam reunir. Raramente se ouve a história das perdas que os africanos impuseram aos alemães.

Tragicamente, durante o período de luta mais difícil na campanha da França, acima de 3.000 desses prisioneiros Tirailleurs Senegalais foram evidentemente massacrados por soldados alemães. O assassinato de prisioneiros inimogos - por membros de ambos os lados - ocorreu durante a guerra, mas o grande número de perdas cometidas pelos Tirailleurs durante em um período relativamente curto de tempo levanta sérias questões. O autor faz um trabalho magistral de extraordinária e coerente informação do acontecimento para explicar as circunstâncias que cercam esses massacres.

Como parte de sua análise, Scheck discusses muitos aspectos da história do racismo na Alemanha que provavelmente levaram a atitudes predominantes dentro da sociedade nazista daquele tempo — por exemplo, o que ficou conhecido como "Terror Negro"(Black Horror), envolvendo o estacionamento de soldados negros na Renânia logo após a Primeira Guerra. Vários incidentes ocorreram entre estes soldados e a população nativa, especialmente os nascimentos de muitas crianças mestiças. Estarrecida, a liderança nazi pediu pela esterelização forçada destas crianças e a propaganda alemã trabalhava a exaustão para retratar negros como selvagens e "loucos pervertidos sexuais". Por conta destes esforços, uma forte fundação antinegra surgiu na nova Alemanha. Da mesma forma, como um poder colonial na África (1904–1907), a Alemanha eliminou mais de 150.000 negros durante uma série de levantes. Além disso, os alemães deram tratamento similar ao dos negros apanhados lutando pela União durante a Guerra Civil Norte-Americana, bem como o tratamento dos EUA a mexicanos, norte-americanos nativos e filipinos durante os conflitos com esses povos.

Todos esses fatores ajudaram a criar uma atmosfera propícia para cometer as atrocidades descritas neste livro. O autor explica eloqüentemente conceitos tais como o critério para o massacre sancionado e cinco fatores situacionais que conduziram ao assassínio de prisioneiros negros. Curiosamente, a pesquisa de Scheck revelou que quando tudo estiver dito e feito, aparentemente nenhuma diretiva do governo alemão ordenou que os soldados matassem esses prisioneiros. Muito provavelmente, a ferocidade da batalha, o racismo latente e os efeitos de terem visto colegas soldados mortos em combate - muitos cortados e separados por africanos ocidentais armados a faca - combinaram para motivar os alemães a agir como agiram. Na verdade, muitas unidades alemãs se recusaram a matar os prisioneiros negros absolutamente, e depois de agosto de 1940 - o período mais desesperador para alemães e franceses - pouco ou nenhum assassinato de prisioneiros ocorreu.

Apesar deu tecer louvores a este livro, eu tenho algumas discordâncias com o autor. Scheck afirma que os alemães iriam "atirar imediatamente nos negros dispersos sem lhes dar a oportunidade de se render. Isto era ilegal como um massacre, mas mais fácil para encobrir. . . . A prática de não dar alojamentos a soldados negros, embora ilegal, foi certamente facilitada pelo fato de que as disposições legais para se render poderiam ser difíceis de se aplicar no combate corpo a corpo"(páginas 61 e 66). De acordo com a Lei de Conflito Armado, no entanto, não é ilegal matar soldados em fuga ou dispersar os soldados. Só depois deles terem se rendido e o inimigo tomar o controle deles, eles se tornariam imunes de serem mortos. Da mesma forma, é legal dizimar toda formações de soldados inimigos - por não matá-los hoje, em vez de tê-los que enfrentar amanhã. Apesar de ser "descortês" poder matar soldados em fuga ou dizimar uma formação inteira inimiga, continua a ser perfeitamente aceitável e legal fazê-lo.

No geral, os pontos de menor importância em nada diminuem o grosso deste excelente livro. Não é sempre que se encontra um estudo da Segunda Guerra Mundial que revela uma página inteiramente nova da história. Completo com dez fotografias, quatro páginas de tabelas que descrevem os assassinatos e um mapa das áreas em questão, Hitler's African Victims deixa sua marca como uma importante contribuição para uma já desordenada história da guerra.

Tenente-Coronel Robert F. Tate, FAEUA(USAFR)
Base(AFB) de Maxwell, Alabama

Aviso

As conclusões e opiniões expressas neste documento são as que o autor manifesta de acordo com sua liberdade de expressão e no ambiente acadêmido da Academia da Força Aérea(Air University). Elas não refletem a posição oficial do Governo dos EUA, do Departamento de Defesa, da Força Aérea dos EUA ou da Academia da Força Aérea(Air University).

Fonte: Air & Space Power Journal Book Review(da Academia da Força Aérea dos EUA)
http://www.airpower.au.af.mil/airchronicles/bookrev/scheck.html
Tradução: Roberto Lucena

Ler também:
Crescendo negro na Alemanha nazista
Negros alemães vítimas do Holocausto
Mais apontamentos do racismo nazi
O racismo nazista nas palavras dos próprios nazistas
A Fazenda Nazista no Brasil e o emprego de trabalho escravo - rastros deixados pelos nazistas no país

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Testes de DNA revelam ascendência de Hitler

Testes de DNA revelam que 'Hitler era descendente de judeus e africanos'

Rio - Testes de DNA realizados em parentes de Adolf Hitler revelam que o líder nazista provavelmente era descendente de judeus e africanos. As informações são do Daily Mail.

(Foto)Adolf Hitler Foto: Reprodução

A descoberta ocorreu a partir do DNA recolhido de um guardanapo usado por um dos três descendentes conhecidos de Hitler que vivem em Long Island, Nova Iorque.

O jornalista Jean-Paul Mulders utilizou os serviços do historiador Marc Vermeeren para encontrar um dos primos do líder nazista, na região Waldviertel, Áustria, e outros 39 parentes distantes de Hitler, que se suicidou em seu bunker em Berlim, em abril de 1945.

O parente em questão deu uma amostra de sua saliva para os exames.

Utilizando as amostras do parente austriaco e do DNA do guardanapo, Mulders afirma que a ligação entre os dois era "irrefutável, o cromossomo Y é idêntico".

Esta forma particular do DNA - Haplopgroup E1b1b (Y-DNA) - é rara na Alemanha e mesmo da Europa Ocidental.

O DNA de Hitler continha o haplogrupo E1b1b, comumente encontrada na berberes (povo nômade do norte da Á frica) do Marrocos e também tem relação com os cromossomos Y de judeus sefarditas (oriundos de Marrocos, Espanha e Portugal).

"Pode-se afirmar a partir desta premissa que Hitler estava relacionado com pessoas que ele desprezava", disse Mulders. 23 ago excluir Carlos

Fonte: Terra
http://odia.terra.com.br/portal/mundo/html/2010/8/testes_de_dna_revelam_que_hitler_era_descendente_de_judeus_e_africanos_105110.html

Matéria saiu em:
DNA tests reveal Hitler's Jewish and African roots (Haaretz)
Hitler 'had Jewish and African roots', DNA tests show (Telegraph)

Comentário breve: a notícia deixou muito "revisionista"/neonazi/fascista com nervos a flor da pele(rs). Só que deixando a cutucada nos neos/"revis" de lado e falando sério, em virtude do que deu pra notar de pessoas emitindo uma série de opiniões bizarras sobre o tema, repletas de crendice e "senso comum", achei que viria a calhar abrir um espaço na parte de bibliografia só pro assunto racismo. Assim se abre um espaço específico pra divulgar livros que sejam informativos e com ligação direta com o assunto.

domingo, 8 de março de 2009

Negros alemães vítimas do Holocausto

Negros Alemães Vítimas do Holocausto - documentário

Muito de nossa história é perdida por nós porque frequentemente não escrevemos os livros de história, não filmamos os documentários, ou não passamos os relatos adiante de geração em geração. Um documentário que agora excursiona no Circuito Festival do Filme, diz à gente para "Sempre Lembrarmos" (Always Remember), o filme se chama "Sobreviventes Negros do Holocausto", 1997 (Black Survivors of the Holocaust). Fora dos EUA, o filme é intitulado como "As Vítimas Esquecidas de Hitler" (Afro-Wisdom Produções). Isso codifica outra dimensão para o "Nunca Esquecer" ("Never Forget") da história do Holocausto - a nossa dimensão.

Você sabia que nos anos de 1920s, havia 24.000 negros vivendo na Alemanha? Nem eu. O filme conta como o evento aconteceu, e como muitos deles foram eventualmente apanhados de surpresa pelos eventos do Holocausto.

Como na maioria das nações da Europa Ocidental, a Alemanha estabeleceu colônias na África por volta dos anos de 1800s e no qual mais tarde vieram a se tornar Togo, Camarões, Namíbia e Tanzânia. Os experimentos genéticos alemães começaram por lá, a maioria notavelmente envolvendo prisioneiros capturados em 1904 no Massacre de Heroro que deixou cerca de 60.000 africanos mortos, seguindo uma revolta de 4 anos contra a colonização alemã. Depois da completa derrota da Alemanha ocorrida na 1a Guerra Mundial, ela se separou de suas colônias africanas em 1918.

Como um resto da guerra, foi permitido aos franceses ocuparem a Alemanha na Renânia - um pedaço amargo de uma propriedade real que tem ficado entre as duas nações por séculos. Os franceses desdobraram de forma voluntariosa seus soldados africanos colonizados como uma força de ocupação. Os alemães viam isto como um insulto final da Primeira Guerra Mundial, e, logo depois disso, 92% deles votaram no Partido Nazi."

Foto: foto de propaganda nazista retrata a amizade entre uma "ariana" e uma mulher negra. A legenda declara: "O resultado! Uma perda do orgulho racial." Alemanha, pré-guerra. USHMM (Museu Memorial do Holocausto dos EUA).

Centenas de soldados renanos-africanos casaram-se interracialmente com mulheres alemães que criaram suas crianças como alemãs negras. No 'Mein Kampf' ('Minha Luta'), Hitler escreveu sobre seus planos para aqueles "Bastardos da Renânia". Quando chegou ao poder, uma de suas primeiras diretivas visou aquelas crianças mestiças. Ressaltando a obcessão de Hitler com a pureza racial, por volta de 1937, cada criança mestiça identificada na Renânia foi forçosamente esterilizada, a fim de prevenir mais "poluição racial", que foi como Hitler denominou esse "problema".

Hans Hauck, um negro sobrevivente do Holocausto e uma vítima do programa obrigatório de esterilização de Hitler, explanou no filme "Hitler's Forgotten Victims" ("As Vítimas Esquecidas de Hitler") que, quando ele foi forçado a submeter-se a esterilização quando adolescente, não foi dado a ele nenhum anestésico. Uma vez que ele recebeu seu certificado de esterilização, ele estava "livre para ir" tão logo ele aceitasse a não ter nenhuma relação sexual com quaisquer alemães.

Embora a maioria dos negros alemães tentassem fugir para sua terra natal, dirigindo-se para a França onde pessoas como Josephine Baker estavam firmemente ajudando e apoiando no 'Underground francês' (às escondidas), muitos ainda encontravam problemas em outras partes. Nações fechavam suas portas para alemães, incluindo os negros alemães. Alguns negros alemães estavam aptos a suprirem suas vidas durante o reino de terror de Hitler atuando em shows em Vaudeville, mas muitos negros, firmes em suas crenças de que eles eram alemães primeiramente, e negros em segundo plano, optaram por ficar na Alemanha. Alguns lutaram com os nazis (uns poucos até se tornaram pilotos da Luftwaffe)!

Desafortunadamente, muitos negros alemães foram presos, acusados por traição, e pilhados em carros de gado para campos de concentração."

"Frequentemente estes trens estavam tão comprimidos com pessoas e (equipados sem nenhum cuidado ou acesso sanitário ou de comida), que, depois do quarto dia de jornada, as portas dos vagões eram abertas com pilhas de mortos e moribundos.

Uma vez dentro dos campos de concentração, aos negros era dado os piores trabalhos concebíveis. Alguns soldados negros americanos, que eram capturados e feitos como prisioneiros de guerra, contavam que enquanto eles estavam se tornando famélicos e forçados a trabalhos perigosos (violação da Convenção de Genebra), eles ainda estavam em melhores condição que os negros alemães detidos nos campos de concentração, que eram forçados a fazerem o inimaginável aos homens nos crematórios e trabalhar nos laboratórios onde experimentos genéticos estavam sendo conduzidos. Como um sacrifício final, esses negros foram assassinados a cada três meses de modo que eles nunca pudessem revelar os trabalhos internos da "Solução Final".

Em cada história da opressão negra, não há dúvidas que fomos escravizados, algemados, ou abatidos, sempre encontramos uma maneira de sobreviver e a salvar os outros. Como um exemplo ilustrativo, consideremos Johnny Voste, um lutador da resistência belga que foi preso em 1942 por uma alegada sabotagem e então enviado a Dachau. Um de seus trabalhos era empilhar cestos de vitamina. Arriscando sua própria vida, ele distribuiu centenas de vitaminas a detidos no campo e salvou a vida de muitos que estavam famélicos, doentes e em condições de fraqueza exacerbada pelo excesso de deficiências de vitaminas. E seu lema era "Não, você não pode ter minha vida; Eu lutarei por isso."

De acordo com o 'Delroy Constantine-Simms*' da Universidade de Essex, havia negros alemães que resistiram na Alemanha, como Lari Gilges, que encontraram no Noroeste de Rann - uma organização de entretenimento que lutou contra os Nazis em sua cidade sede, Dusseldorf - e que foram assassinados pelas SS em 1933, o ano que Hitler chegou ao poder."

Pouca informação lembra dos números dos negros alemães presos em campos de concentração ou assassinados sob o regime Nazi. Algumas vítimas do projeto de esterilização Nazi e sobreviventes negros do Holocausto ainda estão vivos e contando suas histórias em filmes como "Black Survivors of the Nazi Holocaust" ("Os Sobreviventes Negros do Holocausto Nazi"), mas eles também devem clamar por justiça, e não apenas por história.

Ao contrário dos judeus (em Israel e na Alemanha), os negros alemães não receberam nenhuma reparação da guerra porque suas cidadanias alemãs foram revogadas (embora tenham nascidos alemães). A única pensão que eles conseguiram foi esta daqueles de nós que estão desejando contar ao mundo suas histórias e continuar suas batalhas por reconhecimento e compensação.

Depois da guerra, dezenas de negros que tinham de alguma forma conseguido sobreviver ao regime nazista, foram reunidos e enquadrados como criminosos de guerra. Isto só pode ser um último insulto! Existem milhares de histórias do Holocausto negro, desde o comércio triangular, da escravidão na América, para as câmaras de gás na Alemanha. Frequentemente nos distanciamos de ouvir sobre nosso passado histórico porque é muito doloroso; entretanto, estamos juntos neste esforço por direitos, dignidade, e, sim, reparações por erros cometidos contra nós ao longo dos séculos. Precisamos sempre lembrar disto de modo que possamos fazer um exame destas etapas para assegurar que estas atrocidades nunca mais ocorram novamente.

Para mais informação, leiam: "Destined to Witness: Growing Up Black in Nazi Germany"(Destinado a ser Testemunha: crescendo negro na Alemanha Nazista), por Hans J. Massaquoi.
[Livro disponível em nossa livraria em 'Blacks and Nazi Germany']"

NUNCA SE ESQUEÇAM!

Escrito por A. Tolbert, III

Nota: *Delroy Constantine-Simms, Psicólogo Ocupacional, TD Psicologia de Avaliações de Negócios 07946 836 305. Serviços oferecidos: 1) Diversidade e Igualdade de treinamento 2) Clima Cultural e Organizacional Revisões/Exames 3) Exames da Gerência da Diversidade 4) Investigações do Lugar de Trabalho (Transtornos de Perseguição e Bullying) 5) Teste de Psicometria 6) Perfil de Personalidade

Fonte: Black History Month
http://www.black-history-month.co.uk/articles/holocaust_victims.html
http://www.black-history-month.co.uk/sitea/articles/holocaust_victims.html
Tradução: Roberto Lucena

Texto revisado: 29.04.2014

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