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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Albert Speer - o Arquiteto de Hitler

Documentário exibido pelo National Geographic sobre Albert Speer, arquiteto de Hitler, cotado para sucedê-lo e ministro dos armamentos do Terceiro Reich, um dos cabeças do Terceiro Reich e o homem que manteve a máquina de guerra nazi de pé. Speer escapou da condenação de pena de morte encenando o papel de "bom nazista" no julgamento de Nuremberg.

Posts sobre Speer:
Carta prova que [Albert] Speer sabia do Holocausto
Testemunho de Albert Speer e Holocausto
Quando Hitler decidiu-se pela Solução Final?

domingo, 15 de março de 2009

Mais apontamentos do racismo nazi - racismo contra negros

Num tópico recente foi colocado um texto sobre o racismo nazista contra negros. Segue abaixo mais uma prova do racismo nazista contra outros povos(no caso, negros).

No livro Hitler's Table Talk 1941-1944*, que contém os registros das reuniões de Hitler no período da guerra, cuidadosamente organizados pelo secretário de Hitler, Martin Bormann, há este trecho:
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"19/02/1942, noite.

Convidados: Ministro Albert Speer e Marechal-de-Campo Erhard Milch.

Assunto: Métodos de colonização.

Hitler: "Tão logo nós (alemães) chegamos em uma colônia, instalamos creches para crianças e hospitais para nativos. Tudo isto me enche de fúria. Mulheres brancas se degradam servindo a negros." "
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O livro Hitler's Table Talk 1941-1944 foi elaborado pelo renomado historiador britânico Hugh Trevor-Roper.

Ver mais sobre racismo nazi: Negros alemães vítimas do Holocausto

terça-feira, 6 de maio de 2008

Carta prova que [Albert] Speer sabia do Holocausto

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.guardian.co.uk/world/2007/mar/13/secondworldwar.kateconnolly

Matéria publicada no The Guardian em 13/07/2007

Uma carta recém descoberta do arquiteto e Ministro do Armamento de Adolf Hitler Albert Speer oferece prova de que ele sabia sobre os planos para exterminar os judeus, apesar das suas repetidas afirmações ao contrário.

Escrevendo em 1971 a Hélène Jeanty, viúva de um líder da resistência belga, Speer admite que esteve na conferência em que Heinrich Himmler, o chefe da SS e da Gestapo, revelou os planos para o extermínio dos judeus, que é conhecido como discurso de Posen [ou Poznan]. A insistência de Speer em dizer que ele havia deixado o encontro antes do final, provavelmente deve tê-lo poupado da execução no Julgamento de Nuremberg, no fim da Segunda Guerra Mundial.

Na carta a Jeanty, escrita em 23/12/1971, Speer escreveu: "Não há dúvida - Eu estava presente quando Himmler anunciou em 06/10/1943 que todos os judeus seriam mortos". Ele continuou: "Quem poderia acreditar que eu estava arrependido, que teria sido mais fácil de ter escrito tudo isto em minhas memórias?"

Isto o ajudou a obter a fama de "O bom nazista" e a imagem de gênio de arquitetura que em um mau passo ingressara nos círculos nazistas para avançar em sua carreira. Ao invés de ser condenado à morte como o foram vários nazistas do alto escalão, Speer cumpriu 20 anos na prisão, principalmente por ter usado trabalho escravo.

Speer, que morreu em Londres em 1981, negou ter conhecimento na época sobre o Holocausto em seu livro mais vendido Inside the Third Reich de 1969, assim como em longas entrevistas com a autora britânica Gitta Sereny, que escreveu sua biografia.

A carta faz parte de uma coleção de 100 cartas que foram trocadas entre Speer e a senhora Jeanty, escritas entre 1971 e 1981, encontradas recentemente na Grã-Bretanha. Eles devem ser leiloadas em Bonhams, Londres, em 27 de março [de 2008].
Na foto acima: Adolf Hitler e Albert Speer olhando projetos de arquitetura.

terça-feira, 11 de março de 2008

Exposição em Berlim recria Germania

Exposição em Berlim recria Germania, a metrópole do nazismo

Berlim, 10 mar (EFE) - A exposição "Mythos Germania" ("O mito da Germania") recriará a metrópole do nazismo idealizada pelo arquiteto preferido de Hitler, Albert Speer, em um pavilhão habilitado perto do Monumento às Vítimas do Holocausto em Berlim.

A mostra, que será aberta ao público em 15 de março, expõe os planos urbanísticos que
nunca chegaram a se tornar realidade e que são um expoente dos delírios megalômanos de Hitler aplicados à arquitetura. O ditador quis transformar Berlim em uma nova capital mundial, com projetos como o chamado "Grande Pavilhão", com uma altura de 290 metros, dez vezes maior que a Porta de Brandeburgo, junto à qual se encontra agora o Monumento às Vítimas do Holocausto.

Além disso, Hitler projetou um Arco do Triunfo colossal destinado a interpretar a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial como a ante-sala da grande vitória da Segunda Guerra Mundial, que também acabou não ocorrendo.

O encarregado de desenvolver estes planos foi Speer, o arquiteto preferido de Hitler, que foi ministro de Armamento e acabou sendo julgado por crimes de guerra nos Julgamentos de Nuremberg. Speer nunca chegou a levar em frente a maioria de seus projetos, já que com o início da disputa, em 1939, ficaram estagnados tanto o grande projeto Germania como outros planos similares para o resto do Terceiro Reich.

A exposição permanecerá aberta até o final do ano, em um pavilhão formado por 2.711 blocos de concreto com até cinco metros de altura.

Com os projetos de Speer, ilustra-se como tudo terminou: o centro de Berlim destruído pelos bombardeios e a criação do Teufelsberg (Montanha do Diabo), uma colina artificial feita com as ruínas de milhares de prédios devorados pelas bombas, que hoje em dia é o ponto mais alto do centro urbano da capital, com 114,7 metros de altura.

Fonte: EFE
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2008/03/10/exposicao_em_berlim_recria_germania_a_metropole_do_nazismo_1223725.html
Artigo em inglês da Deutsche Welle:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,1594327,00.html
Fotos:
http://www.digischool.nl/ckv2/ckv3/kunstentechniek1/speer/germania.htm

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Quando Hitler decidiu-se pela Solução Final?

Um ensaio de Gord McFee
Introdução

Um dos mais interessantes e avidamente debatidos aspectos do Holocausto, é quando Hitler o ordenou que ele começasse.

Pensava-se até agora que a decisão havia sido feita entre o início e metade de 1941, e que começou a pleno vapor no início de 1942. Esse pensamento agora é contestado por uma descoberta de documentos só agora disponíveis, recentemente levantados pelo historiador alemão Christian Gerlach [1]. Os novos documentos incluem um registro de 12 de dezembro de 1941 do diário do ministro de propaganda Joseph Goebbels e parte das anotações de Heinrich Himmler em seu diário em 18 de dezembro de 1941.

Pensamento Corrente

Antes de se chegar a estas recentes descobertas e o que elas significam, é necessário recapitular brevemente quais são os pensamentos neste assunto. Aceita-se, de maneira geral, que a decisão de exterminar-se fisicamente os judeus tenha sido feita entre o começo e metade de 1941. [2] A secretária de Hitler lembra-se de um encontro privado entre Himmler e Hitler no começo da primavera de 1941, depois do qual Himmler sentou-se à mesa dela com um olhar perturbado, pôs as mãos na cabeça e disse: “Meu Deus, Meu Deus, o que esperam que eu faça”. [3] Ela está convencida que esta foi o dia em que Hitler ordenou que Himmler matasse os judeus. Outros testemunhos afirmam que a decisão foi feita entre Março de 1941 e a invasão da União Soviética. (Pesquisas nesta área são prejudicadas pelo fato de não ter sido encontrada nenhuma ordem de Hitler sobre o lançamento da Solução Final, e mesmo que houvesse, é bem provável que tenha sido destruída). Tanto Rudolf Höss, comandante de Auschwith [4] , quanto Adolf Eichmann, chefe do Departamento IVB4 (Assuntos Judaicos) [5] mencionam relatos de uma ordem de Hitler em princípios do verão de 1941.

Historiadores geralmente têm pensado que a Solução Final se desenrolou da seguinte forma. Primeiro, os Einsatzgruppen (Grupos de Tarefas Especiais) entraram na União Soviética atrás da invasão das forças armadas ao final de junho de 1941 e começaram a fuzilar judeus onde quer que estes se encontrassem. Mais ou menos 500.000 judeus foram mortos desta forma entre Julho e Dezembro de 1941. Naquele tempo, esta tremenda quantidade de judeus a serem liquidados e os efeitos na política de fuzilar mulheres e crianças levaram à pesquisa de outros métodos, culminando no estabelecimento de campos da morte tais como Auschwitz, Treblinka e Sobibor no início de 1942, para os quais os Judeus eram transportados e gaseados com monóxido de carbono ou ácido prússico (Zyklon B).

Isto traz à tona várias questões, tais como:

Se a decisão já havia sido tomada no início de 1941 (antes de invasão da União Soviética), qual a razão para Göring emitir sua ordem de Solução Final para Reinhard Heydrich (Chefe do Escritório Central de Segurança do Reich e encarregado da Solução Final junto com Himmler) em 31 de julho de 1941?[6]

Por que Heydrich esperou até janeiro de 1942 para reunir a Conferência de Wannsee, quando o planejamento administrativo para a Solução Final já estava finalizado?

Onde está a “Ordem de Hitler” que encaixa tudo isso em seu lugar?
As recentes descobertas aludem a uma clara e inequívoca ordem do próprio Hitler para matar os judeus. Ao mesmo tempo, elas sugerem três revisões para a teoria corrente. Primeiro, agora é inegável que Hilter pessoalmente ordenou a Solução Final em termos gerais; segundo, a decisão não foi feita antes da invasão da União Soviética - em vez disso, a última decisão foi tomada quase no fim de 1941; terceiro, a Solução Final não foi um processo que se desenrolou de maneira uniforme, mas dependeu sobremaneira dos caprichos do esforço de guerra.

Os Documentos Recentemente Descobertos

As duas recentes descobertas são:

A primeira é um registro no diário de Joseph Goebbels em 12 de dezembro de 1941. Ele contém o seguinte:

Bezüglich der Judenfrage ist der Führer entschlossen, reinen Tisch zu machen. Er hat den Juden prophezeit, daß, wenn sie noch einmal einen Weltkrieg herbeiführen würden, sie dabei ihre Vernichtung erleben würden. Das ist keine Phrase gewesen. Der Weltkrieg ist da, die Vernichtung des Judentums muß die notwendige Folge sein.

“Em relação a questão judaica, o Führer decidiu fazer uma completa varredura. Ele profetizou aos judeus que se eles causassem uma nova guerra mundial, eles viveriam para presenciar sua aniquilação nela. Isto não foi apenas uma frase de efeito. A guerra mundial está aqui, e a destruição dos judeus deve tornar-se a conseqüência necessária.[7]

A Segunda é uma nota escrita de próprio punho pelo Reichsführer-SS Heinrich Himmler em seu bloco de anotações – a ser publicada em breve – de um encontro que teve com Hitler no Quartel-General deste (Wolfsschanze, a “Toca do Lobo”) em 18 de dezembro de 1941. As anotações são simplesmente: [8]
Judenfrage / als Partisanen auszurotten

Questão Judaica/ a serem exterminados como os partisans

Hitler pessoalmente ordenou a Solução Final

A maior parte dos experts têm concordado que uma ação da magnitude do genocídio em massa, com as possíveis e consequentes ramificações, não poderia ter prosseguido sem a aprovação pessoal de Hitler. Até agora, nenhuma decisão escrita de Hitler foi encontrada, embora haja indícios contundentes de que uma ordem verbal certamente foi dada[9]. As recentes descobertas não podem ser consideradas decisões escritas (as quais, se realmente existiram, foram quase com certeza destruídas ao final da guerra), mas elas são uma confirmação inequívoca de que uma clara decisão foi feita por Hitler. E melhor ainda, ajudam a estabelecer o tempo em que foram tomadas.

A Decisão foi feita ao final de 1941.

As novas descobertas sugerem firmemente que Hitler decidiu, de uma vez por todas, exterminar os judeus europeus no começo de Dezembro de 1941. Isto se enquadra nas palavras “Solução Final desejada”, na ordem de Göring para Heydrich de julho de 1941, e ajuda a explicar o porquê da Conferência de Wannsee ter sido realizada tão depois da ordem de Göring ter sido expedida, ou seja, a ordem final ainda não tinha sido dada em julho de 1941.

Isto não significa que nenhuma ordem tinha sido dada por ocasião da invasão da União Soviética. De fato, é certo que uma ordem para matar judeus, comissários e outros “indesejáveis” tenha sido dada antes da invasão da União Soviética, e essa ordem pode bem ser aquela à qual a secretária de Hitler se refere. È mais provável que tenham sido as instruções passadas por Hitler a Himmler que, como parte dos planos de invasão, que os indivíduos citados acima seriam sistematicamente mortos e que Himmler seria o encarregado da execução destas ordens. E é mais provalvelmente esta ordem aquela à qual Eichmann, Höss e outros se referiram em seus vários depoimentos.

Mas, além disso, estes indivíduos poderiam estar a par da ordem de Göring a respeito dos aspectos administrativos a serem considerados em prol de uma “desejada” solução final. Todos sabiam que uma solução final – uma decisão de aniquilar todos os judeus europeus – poderia apenas ter sido feita por Hitler. E Hitler era notório por hesitar, por vezes com conseqüências quase desastrosas, quando confrontado com decisões sérias, tais como o Expurgo de Röhm, a Crise de Munique e se deveria candidatar-se às eleições presidenciais de 1931 [10]. Seria complementamente condizente com a personalidade de Hilter se este hesitasse por vários meses após ordenar os fuzilamentos dos Einsatzgruppen – uma espécie de pré-solução final – antes que pudesse sentir-se apto a tomar a decisão definitiva. A despeito da ordem de Göring, havia pouca ação concreta a ser tomada por Heydrich até que saissem ordens do homem lá no topo. E este homem no topo não decidiu até dezembro de 1941.

Pode-se apenas especular o que finalmente apressou Hitler a tomar a decisão final em Dezembro de 1941, mas um exame na situação daquela época sugere que diversos fatores desempenharam cada um o seu papel. Primeiro, com o ataque japonês a Pearl Harbor, a declaração americana de guerra ao Japão, e a própria declaração de guerra de Hitler aos Estados Unidos, Hitler agora tinha a chamada guerra “mundial” a que fez alusão Goebbels em seu diário em 12 de dezembro de 1941. Segundo, a primeira grande virada da sorte alemã na guerra contra os soviéticos havia acontecido. Em 5 de dezembro, exatamente às portas de Moscou, o exército alemão teve sua trajetória barrada pelo início de um terrível inverno russo. As temperaturas caíram para 31 graus abaixo de zero naquele dia, e para 36 graus negativos no dia seguinte. Os alemães não estavam equipados com roupas de inverno, e os panzers pifaram, e, no dia 6, o General Georgi Zhukov atacou num front de 320 quilômetros diante de Moscou com 100 divisões, de cuja existência os alemães sequer sabiam.[11] Hitler deve ter sabido a esta altura que seu esforço de guerra estava correndo sérios - talvez graves - perigos. Terceiro, a tremenda quantidade de judeus a serem mortos e as dificuldades dos policiais em fazer os fuzilamentos foram passados por Himmler a Hitler. Houve discussões quanto ao uso de gases tóxicos como meio de matar judeus e evitar espetáculos públicos que às vezes acompanhavam os fuzilamentos no outono de 1941.[12]

Contra este pano de fundo, pode ser argumentado de maneira plausível que dezembro de 1941 foi uma espécie de divisor de águas para Hilter. A congruência de eventos pode muito bem tê-lo empurrado para uma posição sem volta.
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Notas

1. Die Zeit, edição de 9 de janeiro de 1998; AFP, despacho de 14 de January de 1998.
2. Breitman, The Architect of Genocide, tem como "no início de 1941" [p. 152]; Hilberg, Perpetrators, Victims, Bystanders, diz que o "germe da solução final pode ser traçada até os primeiros dias de março de 1941" [p. 17]; Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich, coloca-a no "início do verão" de 1941 [p. 965]; Gilbert, The Holocaust, coloca-a em maio de 1941 [p. 152]; Yahil, The Holocaust, a colocaria no final de julho de 1941 [p. 255]; e assim por diante.
3. Gitta Sereny, Albert Speer: His Battle with Truth, Vintage Books, New York, 1996, p. 248.
4. Hoess, Le Commandant d'Auschwitz parle, p. 261.
5. von Lang, Eichmann Interrogated, p. 75.
6. A ordem lê-se como segue:
Complementando a tarefa já atribuída a você na diretiva de 24 de janeiro de 1939, de executar, por emigração ou evacuação, uma solução para a questão judaica tão vantajosa quanto possível sob as condições da época, eu por meio desta o encarrego de fazer todos os preparativos organizacionais, funcionari e materiais necessários para uma solução completa da questão judaica na esfera de influência germânica na Europa.
Visto que as jurisdições de outas agências centrais podem ser desse modo tocadas, elas deverão ser envolvidas.
Eu o encarrego, além disso, de submeter a mim no futuro próximo um plano geral de medidas organizacionais, funcionais, e materias a serem tomadas para a implementação da almejada solução final para a questão judaica.

7. Die Zeit, edição de 9 de janeiro de 1998.
8. Ibid.
9. De longe, o melhor tratamento é Gerald Fleming, Hitler and the Final Solution, University of California Press, Berkley, 1984.
10. Inter alia, Alan Bullock, Hitler: A Study in Tyranny, Bantam Books, New York, 1961, p. 480.
11. William L. Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich, Simon and Schuster, New York, 1960, pp. 864-865.
12. Martin Gilbert, The Holocaust: The Jewish Tragedy, Fontana/Collins, Glasgow, 1989, p. 219.

Gordon McFee recebeu seu grau de mestrado em 1973, da University of New Brunswick, Canadá, e Albert Ludwigs Universität, Freiburg im Breisgau, Alemanha (estudos separados), em História e Alemão.

Última modificação: 2 de janeiro de 1999
Copyright © 1998-99 Gordon McFee. Todos os direitos reservados.
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo
Texto em inglês: http://www.holocaust-history.org/hitler-final-solution/
Tradução em português publicada em: http://h-doc.vilabol.uol.com.br/HitlerFinal.htm
Mapa dos campos: http://www.historyplace.com/worldhistory/genocide/campsmap.gif

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Memorial lembrará trabalhadores forçados

Local documentará a vida de prisioneiros de guerra da Alemanha

Berlim vai inaugurar o primeiro monumento em homenagem às milhares de vítimas de trabalhos forçados durante o regime nazista.

A prefeitura de Berlim comprou a área que abrigou um antigo campo nazista de trabalhos forçados e pretende abrir um memorial no local, no verão de 2006. O deputado berlinense Thomas Flierl disse que esse será o primeiro memorial na Alemanha a documentar a vida dos trabalhadores forçados durante o regime nazista.

"O memorial será muito importante para completar a atual relação de locais relacionados às atrocidades nazistas na capital alemã", afirmou Flierl. A cidade-Estado divulgou ter pago 1,4 milhão de euros pelo espaço, onde foram postos para trabalhar mais de 2 mil estrangeiros oriundos de países ocupados pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

O memorial, que ficará no bairro berlinense de Schöneweide, na parte oriental da cidade, será administrado pela Fundação Topografia do Terror, que também coordena um centro de documentação nos antigos prédios da Gestapo, a polícia secreta nazista.

Traços históricos

O campo foi aberto em 1943 sob a supervisão do ministro nazista do Armamento, Albert Speer. O complexo estava estreitamente ligado à região industrial de Oberschöneweide e Niederschöneweide.

"Agora, os traços históricos podem ser preservados e decifrados em Schöneweide", afirma Flierl. Segundo ele, o memorial criará um espaço para obter informações sobre os crimes da era nazista e será, ao mesmo tempo, um espaço para a acerto de contas com o passado.

"O memorial também manterá um diálogo próximo com lugares semelhantes em países da Europa Central e Oriental", comenta Flierl. O campo de 3,3 hectares ainda mantém intactos barracões e locais de trabalho feitos de pedra, muitos dos quais estavam ameaçados de destruição.

Milhares de vítimas

Empresas alemãs e o governo nazista mantiveram um programa de trabalhos forçados durante a Segunda Guerra Mundial. Eles obrigaram milhares de pessoas a trabalhar na construção de estradas de ferro e de bases aéreas, bem como forçaram prisioneiros de guerra a prestar serviços em fábricas, campos de concentração e na produção de armamentos.

O programa foi criado para preencher o espaço deixado pelos alemães que foram convocados para lutar na guerra. Em 2000, o governo e a indústria da Alemanha criaram um fundo de indenização de 5,1 bilhões de euros depois de negociações com grupos de vítimas e governos dos Estados Unidos, de Israel e de vários países do Leste Europeu.

(as)

Fonte: Deutsche Welle, Alemanha, 12.07.2005
Memorial lembrará trabalhadores forçados
http://www.dw-world.com/dw/article/0,2144,1647353,00.html
Revisitar o Holocausto(coleta de textos jornalísticos publicados sobre o Holocausto)

domingo, 5 de agosto de 2007

Testemunho de Albert Speer e Holocausto

Testemunho de Albert Speer
Tópico: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=295037&tid=2438044408984177223

Albert Speer,(1) um dos confidentes mais próximos de Hitler e Ministro de Armamentos do Terceiro Reich, o qual foi condenado a 20 anos de prisão no Julgamento de Nuremberg pelos maiores crimes de guerra alemães, numa declaração, jurada e assinada em Munique no dia 15 de Junho de 1977, depôs como se segue: (2)================================================

"O ódio aos judeus era o motor e ponto central de Hitler talvez até o mesmo elemento que o motivou. O povo alemão, a grandeza alemã, o Império, todos eles não significavam nada para ele em última análise. Por esta razão, ele desejava na sentença final de seu testamento, fixar para nós alemães, até depois da queda apocalíptica um miserável ódio aos judeus.

Eu estava presente na sessão do Reichstag(Parlamento Alemão)de 30 de Janeiro de 1939, quando Hitler nos assegurou que em caso de guerra, não os alemães, mas os judeus seriam aniquilados. Esta sentença foi pronunciada com tal certeza com a qual não eu não senti permissão de questionar sua itenção de levar isso adiante. Ele repetiu este aviso de suas intenções em 30 de Janeiro de 1942, num discurso que também conheço: A guerra não terminará, como os judeus imaginariam, pela extinção dos povos arianos europeus, e sim que isso resultaria na aniquilação dos judeus. Esta repetição de suas palavras de 30 de Janeiro de 1939 não era a única. Ele recordaria com freqüencia em sua jornada desta sua sentença.

Quando o discurso das vítimas dos bombardeios, particularmente depois dos ataques massivos a Hamburgo no Verão de 1943, ele reiterou diversas vezes que se vingaria dessas vítimas sobre os judeus; apenas como se o terror-aéreo contra a população civil simplesmente o satisfizesse daquilo no qual tratou como uma motivação substituta tardia para um crime decidido bem antes e emancipado sob diferentes camadas de sua personalidade. Apenas como se ele procurasse justificar seus próprios assassinatos em massa com essas observações.

Sempre e quando Hitler tinha surtos de ódio, havia ainda esperança para uma mudança para direções moderados. No entanto, era a firmeza e a frieza que faziam que seus rompantes contra os judeus que então convencessem. Em outras áreas quando ele anunciava decisões terríveis com uma voz fria e calma, aqueles ao redor dele, e eu mesmo sabíamos que as coisas haviam se tornado sérias agora(irreversíveis). E com apenas esta superiodade fria ele declarava também, quando almoçávamos ocasionalmente juntos, que ele havia acertado a destruição dos judeus da Europa.

No verão de 1944, o Distrito Líder da Baixa Silesia, Karl Hanke, fêz-me uma visita. Hanke havia se distinguido por seu valor nas campanhas Poloca e Francesa. Ele não era certamente uma pessoa de se assustar facilmente. No entanto era um momento particular, quando, naquela época, ele me contou de uma maneira chocante, que coisas monstruosas estavam acontecendo em campos de concentração de seu distrito vizinho, Alta Silesia. Ele disse que estava lá e nunca seria capaz de esquecer que atrocidades ele tinha presenciado ali. Obviamente, ele não mencionou qualquer nome, mas ele quis mencionar Auschwitz na Alta Silesia. Da agitação deste soldado de batalha experiente, eu pude concluir que algo não declarado se sucedia ali, e que isso podia fazer este velho líder do partido de Hitler a perder sua calma.

"O método de trabalho de Hitler era que ele dava inclusive importantes comandos a seus confidentes verbalmente. Também nas gravações de membros de minhas entrevistas com Hitler completamente perservados no Arquivo Federal Alemão(German Federal Archives) - havia numerosos comandos até em importantes áreas aos quais Hitler claramente deu por palavra oral apenas. No entanto isso se conforma com seu método de trabalho e não deve ser encarado como um descuido, de que não existe uma ordem escrita para o extermínio de judeus."

Aqueles internos judeus dos campos de extermínio que foram assassinados foi estabelecido na Corte(IMT), por testemunhos e documentação, e de fato o feito não é seriamente contestado por qualquer dos acusados. O discurso de Himmler antes dos líderes das SS de 4 de Outubro de 1943, ao qual claramente ilustraram os êxitos nos campos de extermínio, não foram desacreditados como falsificados pela defesa, como sucedeucom o Protocolo Hossbach.

Frank nunca disputou a genuidade de seu diário que por sua própria admissão, ele se entregou aos americanos na ocasião de sua detenção. O diário contém observações provando que os judeus que na Polônia estavam, a exceção de um restante de 100 mil, foram aniquilados. O acusado também aceitou aquelas declarações de Frank e a crítica foi limitada a estupidez da entrega deste diário de incriminação aos oponentes.

Schirach confirmou numa conversa confidencial já durante o julgamento, que ele estava presente no discurso que Himmler deu aos líderes de distrito em Posen(em 6 de Outubro de 1943), no qual Himmler claramente e inequivocadamente anunciou que a matança projetada dos judeus havia sido realizada em grande parte. Ele retornou a este tema, que pesou em sua mente também durante seu encarceiramento em Spandau.

Em seu endereçamento final a Corte, Goering falou dos sérios crimes os quais haviam sido revelados durante o julgamento e condenou as atrocidades dos assassinatos em massa que segundo ele escapava a sua compreensão. Streicher também condenou os assassinatos em massa de judeus em seu direcionamento final. Para Fritzche, também em seu pronunciamento final, o assassinato de cinco milhões era um terrível alerta para o futuro. Estas palavras do acusado apoiou minha contenção no Julgamento de Nuremberg de que tanto os acusados como também a defesa reconheceram como fato que assassinatos em massa de judeus haviam ocorrido.

Todavia o Julgamento de Nuremberg para mim hoje está parado como uma tentativa de romper-se a um mundo melhor. Todavia reconheço hoje como genericamente corretas as razões de minha sentença pelo Tribunal Militar Internacional. Por outra parte, eu ainda hoje considero como justo aquilo que assumi a responsabilidade e assim a culpa por tudo aquilo foi perpetrado daquela forma, falando genericamente, crime, depois de minha estrada no Governo de Hitler em 8 de Fevereiro de 1942. Não os erros individuais, sepulcro como eles podem ser, pois estão carregando minha consciência, mas por minha atuação na direção. No entanto, eu para minha pessoa, tenho no Julgamento de Nuremberg, confessado a responsabilidade coletiva e também estou mantendo isto até hoje. Todavia vejo que minha culpa principal reside na minha aprovação da persecução dos judeus e do assassinato de milhões deles."

(assinado)ALBERT SPEER

Munique,
15 de Junho, 1977

1 Speer is the author of his memoirs, Inside the Third Reich. NY: Touchstone Books, 1997.
1 Speer é o autor de suas memórias, 'Inside the Third Reich'(Por dentro do 3o Reich). NY: Touchstone Books, 1997.

2 This affidavit is in German and what follows is a duly certified translation. A facsimile of the original affidavit in German is included here as Appendix III.
2 Esta declaração está em alemão e o que segue é uma tradução(pro inglês)devidamente certificada. Uma cópia da declaração original em alemão está incluída aqui como Appendix III.

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Fonte: Suzman, Arthur e Denis Diamond. 'Six million Did Die'(Seis milhões Morreram). Johannesburg, 1978.

http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/speer.html
Tradução: Roberto Lucena

Observação: no tópico original no final é digitado 'assassinato de milhares deles' ao invés de 'assassinato de milhões deles'(forma correta)por erro de revisão da tradução do original na época.

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