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domingo, 19 de março de 2017

Os planos de (Reinhard) Heydrich no início de outubro de 1941

Não podemos dizer com certeza se Hitler decidiu no início de outubro de 1941 exterminar os judeus da Europa em campos de extermínio. Mas podemos assegurar, entretanto, que Heydrich desejava exterminá-los em áreas controladas pela Alemanha. Veja como. Em 2 de outubro de 1941, Heydrich descartou o reassentamento para o Oriente de tchecos que eram hostis à Alemanha porque "eles formariam um grupo de liderança no Oriente, que seria dirigido contra nós [denn aussiedeln kann ich sie nicht, weil sie drüben Im Osten eine Führerschicht bilden würden, die sich gegen uns richtet]". Ele afirmou que essas pessoas deveriam ser "colocadas contra a parede [sie endgültig a die Wand zu stellen]". No entanto, dois dias depois, Heydrich encontra Meyer, Leibbrandt, Schlotterer e Ehlich e reclama que as demandas de trabalho judaico impediriam um "reassentamento total dos judeus fora dos territórios ocupados por nós" [NO-1020, VEJ 7, pág. 153.: "Dies würde aber den Plan einer totalen Aussiedlung der Juden aus den von un besetzten Gebieten zunichte machen]".

Essas afirmações só podem ser conciliadas se o "totalen Aussiedlung der Juden aus den von uns besetzten Gebieten zunichte machen" de Heydrich for um eufemismo para matar os judeus nos territórios ocupados pelos alemães, porque a declaração de dois dias antes havia descartado o reassentamento de populações hostis em colônias no Leste e os judeus eram intrinsecamente uma população hostil na cosmovisão nazista, como demonstrado pela declaração de Heydrich em Wannsee que, qualquer remanescente judeu tinha de ser "tratado em conformidade, porque é um produto da seleção natural e agiria, se solto, como uma semente de um novo avivamento judaico (ver o registro da história)". Isso também é confirmado pelo fato de que Heydrich bloqueou a emigração de judeus espanhóis residentes na França para o "Marrocos espanhol", porque, segundo Heydrich, "esses judeus também estariam fora do alcance direto das medidas para uma solução básica para a Questão Judaica a ser posta em prática depois da guerra [veja a nota 17 de Browning aqui]." O plano de Heydrich era claro; a única questão é saber se, ou não, Hitler compartilhou isso até essa data; E se não, quanto tempo levou para Hitler dar luz verde?

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/03/heydrichs-plans-in-early-october-1941.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Heydrich's Plans in early October, 1941
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 14 de março de 2014

Goebbels: os nacionalistas dos estados bálticos e da Ucrânia, influenciados pelos judeus

Um dos paradoxos do pensamento nazi: Goebbels acusa "os judeus" das dificuldades que começam a ter os alemães com os nacionalistas da Letônia, Estônia, Lituânia e Ucrânia. Vários nacionalistas em boa proporção colaboraram com os nazis para matar e saquear seus compatriotas judeus. As cifras de judeus são dadas nas atas da "Conferência Wannsee" de 20 de janeiro passado são muito esclarecedoras. Dos 11 milhões de judeus que estimam ainda existir na Europa, só há uma única região que consideram completamente "livre de judeus": a Estônia.
6 de março de 1942

Um relatório do SD dá conta de forma minuciosa da situação na Rússia ocupada. É muito mais inquietante do que geralmente se crê. O perigo partisan aumenta semana a semana. os partisans judeus detentores de algumas grandes zonas da Rússia ocupada, implementaram nelas um regime de terror. Os movimentos nacionalistas, por sua parte, adquiriram maior insolência do que supúnhamos a princípio. E isto pode se aplicar tanto aos estados bálticos como na Ucrânia. Em todas as partes os judeus se movem procurando nos criar dificuldades. É compreensível, portanto, que muitos deles tenham que pagar seus delitos com sua vida. De qualquer forma, estou convencido que quanto maior for o número de judeus que liquidemos, mais consolidaremos a vida na Europa depois da guerra. Não é possível se deixar levar pelo sentimentalismo. Os judeus são a desgraça da Europa. Precisam ser eliminados; caso contrário correremos perigo de sermos eliminados por eles.

A situação alimentar é muito difícil nas zonas ocupadas do Leste. Milhares e dezenas de milhares de pessoas morrem de fome sem se atrever a mover um dedo. Durante muitos anos teremos que fazer frente a grandes problemas e excepcionais dificuldades. Muita água passará pelo Reno antes que essa zona tenha sido integrada na economia europeia e seus ricos produtos estejam a disposição do nosso povo.
Joseph Goebbels: Diarios (The Goebbels Diaries. Edição de Louis P. Lochner)
Tradução de Eduardo de Guzmán. Editora Los libros de Nuestro Tiempo, José Janés diretor. Barcelona 1949. pág. 128.

Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/05/14/goebbels-los-nacionalistas-de-los-estados-balticos-y-ucrania-influenciados-por-los-judios/
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Richard Rhodes - Mestres da morte: a invenção do holocausto pela SS nazista (livro)

MESTRES DA MORTE: OS EINSATZGRUPPEN E A ORIGEM DO HOLOCAUSTO* – Richard Rhodes

Os Einsatzgruppen eram os "batalhões da morte" que seguiam a Wehrmacht (de muito, muito perto) durante a invasão da URSS em 1941, e até a partida do sistema dos campos de extermínio em 1942, depois da Conferência de Wannsee. Estavam divididos em quatro grupos, enunciados de A a D, que operavam em distintos setores do Front, desdobrando-se de Norte a Sul. Por sua vez, cada Einsatzgruppe era dividido em vários Einsatzkommandos, que atuavam com bastante autonomia em relação ao grupo originário. Liderados por profissionais com diploma (sobretudo advogados, mas também arquitetos, economistas e médicos), menos de cinco mil homens (e sim, apoiados pontualmente em suas matanças por forças das Waffen-SS, a Polícia e milícias locais) acabaram com mais de um milhão de vidas em pouco mais de um ano. Como isso pode ser possível?

Bem, a essa pergunta trata de responder, precisamente, este livro. A primeira coisa que quero dizer é que, em que pese o título, não se trata de uma obra sensacionalista. Pelo contrário, o autor, depois de expor alguns fatos nos quais o horror é o fator dominante, tenta racionalizar as posturas de "uns" e outros, e entender como aqueles se comportaram como uns calejados assassinos, e como os outros se "deixaram apanhar" sem maior resistência.

Assim que, para o comportamento dos criminosos, adota-se uma teoria que fala do paulatino embrutecimento de quem se vê imerso em uma situação de máxima violência, explicando como tropas que num princípio se sentiam totalmente incapazes de matar a sangue frio, chegam a assassinar sem maiores problemas mulheres e crianças inocentes (e eu acrescento, mudaria algo se fossem culpados?). Assinala que em muitos casos não havia ocorrido nesses "soldados" uma conduta violenta prévia ou uma predisposição para isto. Bem, a teoria, obviamente, não é tão compacta como a expus aqui agora, e pode se aceitar ou não como explicação, mas certamente, para mim, parece-me razoável.

Por outra parte, para ele, em geral, o comportamento pacífico dos judeus nesta fase do extermínio,pesa o fato de virem de lares em geral muito mais educados e pacíficos que a média da Europa da época, algo que influiu um pouco nesta conduta. A isto, segundo Rhodes, há que unir o desconcerto, o temor, os golpes, os cachorros, os homens armados, a incapacidade de assumir a situação até o último momento... tudo isto anula, de cara, qualquer atitude de heroísmo ou rebeldia, e leva a um compreensível comportamento submisso, tão humano, como bem assinala o autor, e digno de empatia como o mais galhardo dos gestos desafiantes à morte. Ao falar da surpresa de Eichmann quando contemplou como alguns judeus se atiravam sem que ninguém os empurrasse para a fossa, a esperar ali o “Genickschüssen” descarregado com postura germânica, o autor assinala a igual incongruência dos jovens lançados a uma carreira suicida ante as metralhadoras inimigas para tomar a trincheira seguinte. Acredito que uma boa comparação, é que provavelmente ambas condutas respondam ao mesmo princípio psicológico.

Outro aspecto que me impactou do livro é, não por ser mais conhecida mas não menos aterradora, a profunda implicação da população local nas execuções em massa (link: Holocausto na Letônia). À parte do clássico exemplo do jovem lituano que matou a golpes muitos judeus em Kaunas, posando a continuação do ato orgulhoso no meio dos cadáveres, destaca o fato de que em várias ocasiões bastava os alemães conclamar à "vingança" os habitantes não-judeus para lhes desencadear uma terrível matança. Isso para não falar do recrutamento de milícias e polícias locais e sua entusiasta colaboração com os Einsatzgruppen.

Enfim, um livro impactante e que se tira muitíssimo dele. Altamente recomendável para "amadores" e conhecedores.

Publicado por Germánico

Fonte: hislibros
http://www.hislibris.com/amos-de-la-muerte-los-einsatzgruppen-y-el-origen-del-holocausto-richard-rhodes/
Tradução: Roberto Lucena

*Observação: o título original em inglês do livro é Masters of Death: The SS-Einsatzgruppen and the Invention of the Holocaust (tradução livre: Mestres da Morte: Os SS-Einsatzgruppen e a invenção do Holocausto), em português o título omite a palavra Einsatzgruppen. A tradução da crítica é do espanhol onde o título é o traduzido logo no início do texto.

Ver também:
Ranking de livros em português sobre o Holocausto (Bibliografia)

domingo, 2 de outubro de 2011

A biografia de Heydrich, o demônio louro

Se pairam dúvidas sobre Erwin Rommel ter sido "bom" ou "mau" nazista, Reinhard Heydrich está acima de qualquer discussão. O "idealizador do mal", "o demônio louro" ou ainda o "planejador do Holocausto", o general é também conhecido por sua extrema frieza. Era ele quem ordenava ações de extermínio de judeus enquanto ouvia músicas de Richard Wagner.

A primeira biografia de Heydrich, de autoria do historiador Robert Gerwarth, acaba de ser lançada na Alemanha. O livro, de 480 páginas, conta como o chefe da polícia do serviço de segurança (SD, iniciais do nome em alemão), se tornou conhecido como a "face demoníaca do mal", entre tantos outros epítetos.

Rommel e Heydrich eram militares da mesma geração, que se aproximaram do Partido Nacional Socialista por puro carreirismo.

Nas discussões entre neonazistas na internet circula a tese de que Hitler perdeu a guerra porque Heydrich morreu cedo, quando tinha 38 anos de idade, em maio de 1942, vítima de um atentado em Praga, onde era chefe do Protetorado da Boêmia, o governo de ocupação nazista instalado na capital tcheca depois da ocupação. A tese é que se Heydrich não tivesse morrido tão cedo, Hitler teria, como planejara, conquistado quase o mundo inteiro.

Heydrich recebeu de Hermann Göring a tarefa de cuidar da "solução final da questão judaica", o extermínio. Quando passou a comandar o Protetorado da Boêmia (o governo de ocupação instalado na capital tcheca), Heydrich passou a usar os métodos mais brutais para matar judeus.

- Heydrich era a combinação do pior possível: frio, carreirista, eficiente, e, ao mesmo tempo, um fanático ideológico com disposição para o crime - diz Gerwarth.

Fonte: O Globo
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/10/01/a-biografia-de-heydrich-demonio-louro-925486305.asp

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Evidências de Implantação da Solução Final por Christopher R. Browning (Parte 1)

A – Prova Documental do surgimento do programa para matar os Judeus da Europa:

O programa Nazista para o assassinato de todos os Judeus da Europa que estavam ao alcance da Alemanha foi chamado de “Solução Final da Questão Judaica” (Endlösung der Judenfrage). Enquanto os historiadores que fizeram pesquisas exaustivas nos arquivos Nazistas sobre a política Judaica concordam que este programa foi implementado pelo regime nazista, eles não são unânimes nas suas conclusões sobre vários aspectos importantes da interpretação histórica. Em particular, eles não concordam a respeito de quando o regime nazista decidiu a política de assassinato sistemático em massa, também não concordam sobre o papel preciso de Hitler no processo decisório. Tais divergências sobre interpretação histórica, é claro, não são de todo incomum. Pelo contrário, são ocorrências bastante comuns. O que segue, é a minha interpretação sobre o surgimento da Solução Final, e não é compartilhado em todos os aspectos por outros historiadores competentes e conhecedores do Holocausto.

Na esteira do pogrom Kristallnacht, Hitler colocou Hermann Göring responsável pela coordenação da política Judaica. Por sua vez, Göring delegou jurisdição sobre a política Judaica envolvendo policiamento e emigração para as SS, e em 24 de Janeiro de 1939, Hermann Göring autorizou Reinhard Heydrich a cuidar da emigração de Judeus do Terceiro Reich.(75) Heydrich expandiu sua jurisdição para incluir a expulsão de Judeus, Poloneses e ciganos dos territórios Poloneses incorporados ao Terceiro Reich no Outono de 1939. Na primavera de 1941, Heydrich começou a organizar os Einsatzgruppen da Polícia de Segurança e Serviço de Segurança, que liderou o ataque aos Judeus Soviéticos naquele verão. Então em 31 de Julho de 1941, Heydrich expandiu ainda mais sua jurisdição, quando ele obteve autorização novamente assinada por Göring, confiando-lhe a tarefa de fazer “todos os preparativos necessários” para uma “solução total da questão Judaica” (Gesamtlösung der Judenfrage). Dentro da esfera de influência alemã na Europa. Heydrich apresentou um “projeto abrangente” (Gesamtentwurf) das medidas preliminares para essa “Solução Final da Questão Judaica” (Endlösung der Judenfrage) prontamente.(76) Esta não era uma ordem para a Solução Final, mas Heydrich, o homem que estava atualmente no comando da campanha dos assassinatos do Einsatzgruppen em território soviético ocupado, já havia autorizado a elaborar planos a respeito do destino de todos os outros Judeus sob controle alemão.

Nenhum “projeto abrangente” para uma Solução Final foi encontrado nos documentos alemães que sobreviveram após a guerra. Mas outros documentos que sobreviveram, indicam uma série de mudanças na política Judaica Nazista no outono de 1941, que juntos, constituíram um programa para assassinato sistemático em massa dos Judeus Europeus. A primeira foi uma inversão da política anterior de Hitler de que a deportação dos Judeus Alemães não aconteceria após a guerra. Em 18 de Setembro de 1941, Himmler informou ao Gauleiter de Warthegau, Arthur Greiser: “O Führer quer que o Old Reich e o Protetorado esvaziado e livre de Judeus de leste a oeste, o mais rapidamente possível.” Assim Himmler tencionou, “como o primeiro passo” (als erste Stufe), para deportar os judeus para os territórios incorporados (especialmente o gueto de Lodz) “a fim de deportá-los mais para o leste ainda na próxima primavera”.(77) Em 10 de Outubro, Heydrich em Praga, anunciou que Riga e Minsk também seriam destinos para deportação de Judeus Alemães.(78) As deportações, primeiro em Lodz, tiveram início em 15 de Outubro.

A segunda grande mudança na política alemã foi a proibição da imigração Judaica para o exterior. Em Agosto de 1941, um número de Judeus espanhóis residentes em paris foram presos, o que levou o governo espanhol a sugerir a possibilidade de evacuar todos os judeus espanhóis (cerca de 2.000) para o Marrocos Espanhol – uma proposta foi aprovada pelo Ministério das Relações Exteriores alemão em plena sintonia com a política alemã de emigração ou expulsar judeus no exterior. Em 17 de Outubro, Heydrich bloqueou a proposta espanhola por duas razões. A primeira, os espanhóis não tinham direito de colocá-los no Marrocos. Em segundo lugar, “Além disso, estes Judeus também estariam muito fora do alcance das medidas para uma solução básica para a questão Judaica ser promulgada após a guerra”.(79) Em 23 de Outubro de 1941, o Chfe da Gestapo, Heirich Müller, despachou uma circular para todos os órgãos para anunciar a ordem de Himmler, que era para parar a emigração Judaica.(80)

O que o fim da emigração Judaica no exterior para os Judeus espanhóis, mesmo que não seria “muito fora do alcance direto das medidas para uma solução básica para a questão Judaica, a ser promulgada após a guerra” quer dizer? O que a deportação dos Judeus alemães, primiro os de Lodz e em seguida de Minsk e Riga “ainda mais a leste na próxima primavera” significa? Será que eles não significam nada mais do que a expulsão para o leste da Rússia ou Sibéria depois da derrota da União Soviética, ainda na primavera de 1942? Uma combinação de três documentos que datam do final de Outubro de 1941 sugerem o contrário.

Entre 18 e 21 de Outubro de 1941, o expert em assuntos Judaicos do Ministério das Relações Exteriores, Franz Rademacher e o segundo substituto de Eichmann, Friedrich Suhr, visitaram Belgrado. Depois da viagem de Rademacher reportou que homens judeus adultos haviam sido baleados pelo exército alemão na Sérvia. Quanto ao destino das mulheres judaicas, crianças e idosos, Rademacher relatou: “Então, assim como a possibilidade técnica existe no âmbito da solução total para a questão Judaica, os Judeus serão deportados via fluvial para o campo de recepção no leste.”(81) Em suma, os Judeus deportados da Europa não deveriam simplesmente serem expulsos para o leste da Rússia, eles deveriam ser internados em um “campo de recepção” alemão, ainda não construído. Além disso, como este campo de recepção era para as mulheres, crianças e idosos, é evidente que não era um campo de trabalho.

Um segundo documento relevante é um memorando manuscrito de 23 de Outubro de 1941, que Franz Rademacher escontrou esperando por ele do Editor Internacional do Der Stürmer, Paulo Wurm, quando ele retornou de Berlim. Wurm escreveu:

Caro camarada de partido Rademacher,

No retorno de minha viagem de Berlim, eu conheci um antigo companheiro de partido que trabalha no leste sobre a resolução da questão Judaica. Num futuro próximo muitos dos parasitas Judeus serão exterminados por meio de medidas especiais.(82)

5.1.8 O que Wurm entende por “medidas especiais” para a destruição dos Judeus no leste? Em 25 de Outubro de 1941, de contrapartida a Rademacher, o Ministro do Reich para os Territórios do Leste, Eberhard Wetzel reuniu-se com Viktor Brack da Chancelaria do Führer (onde este estava envolvido com o programa de eutanásia dos doentes mentais e físicos e portadores de deficiência em hospitais e asilosalemães) e depois com Adolf Eichmann (assessor especial de Heydrich para a política Judaica). Em seguida, Wetzel elaborou uma carta e enviou para o seu chefe, Alfred Rosenberg, dizendo que Hinrich Lohse não estava contente com a iminente deportação de Judeus alemães para Riga. De acordo com Wetzel, Brack declarou-se pronto para ajudar na construção de “aparelhos de gaseamento” (vergasungsapparate) no local, em Riga. Eichmann confirmou para Wetzel que os campos de Judeus em Ricga e Minsk estavam prestes a serem criados para receber os Judeus alemães. Aqueles capazes para o trabalho seriam enviados “para o leste” mais tarde. Nestas circunstâncias não há objeções “se os Judeus que não estão aptos para o trabalho seriam removidos pelo dispositivo de Brack”, entretanto.(83)

Em suma, os documentos que sobreviveram mostram que no final de Outubro de 1941, o regime nazista: 1) pôs fim a uma antiga política de criação de uma Europa livre de Judeus através da emigração e da expulsão para o exterior; 2) tinha começado a deportar Judeus alemães para o leste em guetos onde aguardavam deportação, mais a leste na primavera seguinte; 3) estava planejando um “campo de recepção” no leste para não-trabalhadores, mulheres Judias, crianças e idosos; 4) estava planejando a destruição dos Judeus através de “medidas especiais”; e 5) estava discutindo a construção de “aparelhos de gaseamento”, em Riga, de modo que os Judeus alemães inaptos para o trabalho poderiam ser “removidos” imediatamente.

Esses documentos sugerem que uma política de extermínio sistemático, incluindo a deportação para campos de recepção e utilização de gaseamento como método de assassinato, foi tomando forma no final de Outubro de 1941, mesmo que não estivesse implementado até a primavera seguinte (após o esperado fim da guerra). As declarações de líderes nazistas, nos meses seguinte, certamente apontam para um crescente reconhecimento de assassinato em massa, sem expulsão, agora era o objetivo do regime. Em 15 de Novembro de 1941, Himmler teve uma discussão de quatro horas com Alfred Rosenberg.(84) Três dias depois, Rosenberg fez um relatório de fundo “confidencial” para a impressa alemã. Os repórteres ainda não estavam com os detalhes impressos do que estava acontecendo no leste, mas eles precisavam de fundo suficiente para que a imprensa pudesse dar o tratamento de “cor” (Farbe) apropriada, ele explicou. Entre os temas abordados por Rosenberg um deles foi a questão Judaica.

No leste, cerca de seis milhões de judeus ainda vivem, e esta questão só pode ser resolvida com a erradicação biológica da Judiaria de toda a Europa. A questão Judaica só será resolvida para a Alemanha, quando o último Judeu tiver deixado o território alemão, e para a Europa, quando não tiver um único judeu no continente europeu até os Urais. ...por essa razão é necessário expulsá-los ao longo dos Urais ou erradicá-los de alguma outra forma.(85)

Em 28 de Novembro de 1941, Hitler se reuniu com o Grande Mufti de Jerusalém. Hitler declarou: “A Alemanha estava decidida, passo a passo, para solicitar a uma nação européia ou outra para resolver o problema Judaico, e no momento adequado, uma apelação direta a nações não Européias”. Quando a Alemanha derrotou a União Soviética e interrompeu do Cáucaso até o Oriente Médio, a Alemanha não tinha objetivos imperiais próprios e apoiará a libertação árabe, Hitler assegurou ao Grande Mufti. Mas ele tinha um objetivo: “O objetivo da Alemanha seria então, somente a destruição do elemento Judeu na esfera árabe sob proteção do poder Britânico.”(86)

Em Dezembro de 1941, após a contra-ofensiva soviética em torno de Moscou, o ataque japonês a Pearl Harbor e a declaração de guerra alemã aos Estados Unidos, não poderia haver qualquer duvida que a guerra não terminaria antes da primavera seguinte. No entanto, Hitler deixou claro em um discurso para o alto escalão do Partido Nazista em 12 de Dezembro de 1941, que este não iria alterar a emergente política alemã de assassinatos em massa.

Quanto à questão Judaica, o Führer está determinado a fazer uma limpeza. Ele profetizou que, se eles fossem mais uma vez os causadores de uma guerra mundial, o resultado seria sua própria destruição. Isso não era uma figura de linguagem. A guerra mundial está aqui, a destruição dos judeus deve ser a conseqüência inevitável.(87)

Hans Frank, que participou desta reunião, voltou para o Governo Geral e explicou o que tinha aprendido em Berlim para os seus governadores de distrito e líderes de divisão.

Temos que pôr um fim aos judeus, eu quero dizer isso abertamente. O Führer quando disse essas palavras: Se a união dos Judeus mais uma vez desencadearem uma guerra mundial, então os povos que foram incitados a esta guerra não serão apenas vítimas, porque os Judeus na Europa irão encontrar o seu fim. ...Antes de eu continual a falar, eu pediria que vocês concordassem comigo no seguinte princípio: queremos ter compaixão somente para o povo alemão, e mais ninguém no mundo inteiro. Outros não tiveram compaixão de nós. Como um velho Nacional Socialista, devo dizer também: Se a tribo Judaica sobreviver á guerra na Europa, enquanto nós tivermos sacrificado o nosso melhor sangue para a preservação da Europa, após a guerra, seria um sucesso apenas parcial. Assim vis-a-vis os judeus em princípio procederão apenas na suposição de que eles irão desaparecer. Eles devem ir. Tenho entrado em negociações com a finalidade de deportá-los para o leste. Em Janeiro uma grande reunião será convocada no Escritório Central de Segurança do Reich pelo SS Obergruppenführer Heydrich. De qualquer forma, uma grande migração de Judeus serão postas em movimento. Mas o que vai acontecer com os Judeus? Vovê acredita que eles serão apresentados nos assentamentos na Ostland? Em Berlim, nos foi dito: não podemos usá-los em Ostland, no Reichskommissariat ou em qualquer outro; iremos liquidá-los mesmo! Cavalheiros, eu devo perguntar, armem-se contra qualquer sentimento de compaixão. Temos que destruir os judeus, sempre que nos deparamos com eles e sempre que for possível, a fim de preservar toda a estrutura do Reich.

Frank ainda não sabia como uma destruição sem precedentes nesta escala poderia ser feita, mas ele garantiu aos seus ouvintes que “mesmo assim vamos tomar algum tipo de ação que irá levar a uma destruição bem sucedida, e, de fato, em conjunção com as medidas importantes a serem discutidas no Reich.”(88)

O que Frank chamou de “grande reunião” em Berlim, sob a liderança de Heydrich, onde “medidas importantes” iriam ser discutidas em Janeiro, tinha sido inicialmente agendada para 8 de Dezembro de 1941, mas foi adiada para 20 de Janeiro de 1942. Conhecida como Conferência de Wannsee, que contou com a presença de Secretários de Estado, ministérios do Interior (Stuckart), Justiça (Freisler), Governo Geral (Bühler), Territórios Ocupados do Leste (Meyer e seu substituto Leibbrandt), bem como o Gabinete do Plano de Quatro Anos (Neumann), a Chancelaria do partido (Klopfer), o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores (Luther) e o diretor ministerial da Chancelaria do Reich (Kritzinger). Os Secretários de Estado, logo abaixo do nível de ministro, através do protocolo, eram os mais altos do ranking que Heydrich poderia convidar – como adjunto de Himmler – sobre a qual presidia. Também estavam presentes os chefes da Gestapo (Müller), Escritório Central de Raça e Reassentamento (Hofmann), da Polícia de Segurança do Governo Geral (Schöngarth), bem como Heydrich, Eichmann e Rudolf Lange, comandante do Einsatzkommando 2 na Letônia. Os convites de Heydrich para a reunião foram acompanhadas de cópias de sua autorização, assinada por Göring em 31 de Julho de 1941, para preparar uma solução definitiva para a questão Judaica em toda esfera de influência alemã na Europa. Não há registro de Heydrich ter presidido qualquer outra reunião com uma lista tão ilustre de altos funcionários do regime nazista em toda a sua carreira.

Heydrich brevemente reiterou a sua autorização para preparar uma Solução Final na escala européia e revisão da política de emigração, até sua proibição, no outono de 1941. Heydrich em seguida disse: “No lugar da emigração, a evacuação dos Judeus para o leste surgiu agora, após a aprovação adequada prévia do Führer, como a única solução possível.” Um total de 11 milhões de Judeus europeus, inclusive naqueles países neutros como a Irlanda, Suíça e Suécia estariam envolvidos, de acordo com Heydrich. As evacuações, no entanto, deveriam ser consideradas “apenas como medida temporária” (als lediglich Ausweichmöglichkeiten), para a experiência prática “praktischen Erfahrungen), já estavam sendo recolhidas do que seria de grande importância para o “eminente” (kommende) Solução Final. Heudrich em seguida passou a explicar exatamente o que ele quis dizer com isso. Os Judeus seriam utilizados para o trabalho no leste.

Separados por sexo, os Judeus aptos ao trabalho serão levados para estas áreas em grandes colunas para construir estradas, uma grande parte, sem dúvida, irá cair por diminuição natural. O restante, que sobreviver a tudo isso, é sem dúvida uma questão de maior resistência, serão tratados como tal, porque estes remanescentes, representando uma seleção natural, devem ser considerados o germe da célula da nova reconstrução Judaica se forem liberados.

Se o protocolo indica que os Judeus capazes para o trabalho, após serem submetidos ao trabalho árduo de tal forma que a maioria iria morrer, e aqueles que não seriam “tratados como tal”, não faz menção do que estava para acontecer com os Judeus que não estavam aptos ao trabalho. Bühler compreendia perfeitamente que a Solução Final significava mais do que os Judeus trabalharem até a morte, porque ele insistiu que ela começasse no Governo Geral, porque não havia nenhum problema de transporte e a maior parte dos Judeus eram inaptos para o trabalho.

O protocolo foi resumido em longas discussões sobre a política em relações aos Judeus, em casamentos mistos e os seus filhos como sem solução. Eu um ponto o protocolo foi excepcionalmente breve, que diz respeito à questão que Frank tinha levantado em Dezembro, ou seja, como os Judeus seriam destruídos. Sem qualquer explicação sobre o verdadeiro conteúdo da discussão, o protocolo se limitou a referir enigmaticamente: “Finalmente, houve uma discussão sobre os vários tipos de soluções possíveis...”

Trinta cópias do protocolo da Conferência Wannsee foram feitas, e a única cópia que sobreviveu foi a que foi enviada por Heydrich para o Ministério das Relações Exteriores em 26 de Janeiro de 1942.(89) Aparentemente, o Ministério do Interior do reich recebeu uma cópia, ao mesmo tempo em outra reunião em 29 de Janeiro de 1942, o especialista em Judeus, Bernhard Lösener, fez uma referência à Conferência de 20 de Janeiro.(90)

Um notável líder nazista não tinha enviado um representante para a Conferência de Wannsee, ao saber o rival não gostou de Heydrich e Himmler, Josef Goebbels do Ministério da propaganda. Parece que Goebbels recebeu uma versão resumida do protocolo bem mais tarde. Ele observou em seu diário em 7 de Março de 1942, sobre um relatório “da SD e da Polícia em relação à Solução Final da Questão Judaica”. Ele observou na Conferência de Wannsee o número de 11 milhões de Judeus na Europa, em seguida escreveu: “Eles terão que concentrar mais tarde, para começar no leste, possivelmente uma ilha como Madagascar pode ser atribuída a eles após a guerra.”(91) Na realidade é claro, os Judeus não foram e nem iriam ser concentrados “mais tarde” e nem enviados para Madagascar após a guerra. Os Judeus de Warthegau já estavam sendo asfixiados neste momento, e já era eminente o gaseamento dos Judeus sérvios no campo de Semlin. Além disso, a “concentração” os Judeus da Polônia, nas três aldeias de Belzec, Sobibor e Treblinka estava prestes a começar.

Notas:

(75)Documento de Nuremberg NG-2586-A: Göring para o Ministro do Interior do Reich, 24.1.39 (cópia em Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 177).

(76) Documento de Nuremberg PS-710: Göring para Heydrich, 31.7.41, publicado em IMT, vol.. 26, pp. 266-67.

(77) Himmler para Greiser, 18.9.41, em National Archives, T-175/54/2568695. (Der Führer wünscht, dass möglichst bald das Altreich und das Protekorat vom Westen nach Osten von Juden geleert und befreit werden. ...um sie im nächsten Frühjahr noch weiter nach dem Osten abzuschieben)

(78) Notas sobre a conferência presidida por Heydrich em Praga, 10.10.41, publicado em: H.G. Adler, Theresienstadt 1941-1945 (Tübingen, 1960, 2nd edition), pp.720-722 (Document 46b).

(79) Memorando de Luther, 13 e 17.10.41, em: Political Archives of the German Foreign Office, Pol. Abt.. III 246. (Darüber hinaus wären diese Juden aber auch bei den nach Kriegsende zu ergreifended Massnahmen zur grundsätzlichen Lösung der Judenfrage unmittelbaren Zugriff allzusehr entzogen)

(80) Müller Runderlass, 23,10.41 (Documento do Julgamento de Eichmann T/1209).

(81) Relatório de Rademacher, 25.10.41, em Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 194, publicado em: Akten zur Deutschen Aussenpolitik, D, XIII, Part 2, pp. 570-72. (Sobald dann im Rahmen der Gesamtlösung der Judenfrage die technische Möglichkeit besteht, werden die Juden auf dem wasserwege in die Auffanglager im Osten abgeschoben.)

(82) Wurm para Rademacher, 23.10.41, em: Political Archives of the German Foreign Office, Inland II A/B 59/3. (Auf meine Rückreises aus Berlin traf ich einen alten Parteigenossen, der im Osten an der Regelung der Judenfrage arbeitet. In nächster Zeit wird von dem jüdishen Ungezeifer durch besondere Massnahmen manches vernichtet werden.)

(83) Documento de Nuremberg NO-365: memorando Rosenberg para Lohse, rubricado por Wetzel, 25.110.41. (wenn diejenigen Juden die nicht arbeitsfähig sind, mit den Brackschen Hilfsmitteln beseitigt werden) De acordo com o dicionário Langenscheidts “beseitigen” tem o significado literal de “remover” e dois dos seus usos figurativos são “dispor” no contexto de lixo e “acabar com”, “liquidar” e “limpeza” no contexto de matar. Aqui está um caso em que uma tradução em inglês não pode ser capturada de forma simultânea os múltiplos significados da palavra no alemão original. Uma segunda versão do memorando de Wetzel é manuscrito, NO-996 e NO-997. Nesta versão o autor da carta afirmava que ele tinha objeção às propostas sobre a questão Judaica contidas em um relatório de Lohse de 4 de Outubro. No entanto, ele estava enviando a Lohse o registro das conversas de Wetzel com Brack e Eichmann, ele pediu Lohse “para inferir as informações relativas ao estado do assunto.”

(84) Documento de Nuremberg NO-5329: Arquivo de notas de Himmler em conversa com Rosenberg, 15.11.41; Himmler Terminkalendar, entrada de 15.11.41, em Moscow Special Archives, 1372-5-23.

(85) Discurso de Rosenberg, 18.11.41, em Political Archives of the Foreign Office, Pol. XIII, VAA Berichte. (Im Osten leben noch etwa sechs-Millionen Juden, und diese Frage nur gelöst werden in eine biologischen Ausmerzung des gesamten Judentums in Europe. Die Judenfrage ist für Deutschland erst gelöst, wenn der letzte Jude das deutsche Territoriums verlassen hat, und für Europa wenn kein Jude mehr bis zum Ural auf dem europäischen Kontinent steht. ...dazu ist es nötig, sie über den Ural zu drängen oder sonst irgendwie zur Ausmerzung zu bringen.)

(86) Documents on German Foreign Policy, D, XIII, No. 515, pp. 882-84.

87. Die Tagebücher von Joseph Goebbels, Teil II, Bd. 2, pp. 498-99 (entry of 13.12.41). (Bezüglich der Judenfrage ist der Führer entschlossen, reinen Tisch zu machen. Er hat den Juden prophezeit, dass, wenn sie noch einmal einen Weltkrieg herbeiführen würden, sie dabei ihre Vernichtung erleben würden. Das ist keine Phrase gewesen. Der Weltkrieg ist da, die Vernichtung der Judentums muss die notwendige Folge sein).

88. Frank speech at Regierungssitzung of 16.12.41, printed in Das Diensttagebuch des deutschen Generalgouverneurs in Polen 1929-1945 (Stuttgart, 1975), pp. 457-8. (Mit den Juden--dass will ich Ihnen auch ganz offen sagen--must so oder so Schluss gemacht werden. Der Führer sprach einmal das Wort aus: wenn es der vereinigten Judenschaft wieder gelingen wird, einen Weltkrieg zu entfesseln, dann werden die Blutopfer nicht nur von den in den Krieg gehetzten Völkern gebracht werden, sondern dann wird der Jude in Europa sein Ende gefunden haben. ...Ich möchte Sie bitten: einigen Sie sich mit mir zunächst, bevor ich jetzt weiterspreche, auf die Formel: Mitleid wollen wir grundsätzlich nur mit dem deutschen Volke haben, sonst mit niemandem auf der Welt. Die anderen haben auch kein Mitleid mit uns gehabt. Ich muss auch als alter Nationalsozialist sagen: wenn die Judensippschaft in Europa den Krieg überleben würde, wir aber unser bestes Blut für die Erhaltung Europas geopfert hätten, dann würde dieser Krieg doch nur einen Teilerfolg darstellen. Ich werde daher den Juden gegenüber grundsatzlich nur von der Erwartung ausgehen, dass sie verschwinden. Sie müssen weg. Ich habe Verhandlungen zu dem Zwecke angeknüpft, sie nach dem Osten abzuschieben. Im Januar findet über diese Frage eine grosse Besprechung in Berlin statt, zu der ich Herrn Staatssekretär Dr. Bühler entsenden werde. Diese Besprechung soll im Reichssicherheitshauptamt bei SS-Obergruppenführer Heydrich gehalten werden. Jedenfalls wird eine grosse jüdische Wanderung einsetzen.
Aber was soll mit den Juden geschehen? Glauben Sie, man wird sie im Ostland in Siedlungsdörfen unterbringen? Man hat uns in Berlin gesagt: weshalb macht man diese Scherereien; wir können im Ostland oder im Reichskommissariat auch nichts mit ihnen anfangen, liquidiert sie selber! Meine Herren ich muss Sie bitten, sich gegen alle Mitleidserwägungnen zu wappnen. Wir müssen die Juden vernichten, wo immer wir sie treffen und wo es irgend möglich ist, um das Gesamtgefüge des Reiches hier aufrecht zu erhalten.
...wir den aber doch Eingriffe vornehmen, die irgendwie zu einem Vernichtungserfolg führen, und zwar im Zusammenhang mit den von Reich her zu besprechenden grossen Massnahme.)

89. Protocol of the Wannsee Conference and Heydrich cover letter to Luther, 26.1.42, in Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 177.
(An Stelle der Auswanderung ist nunmehr als weitere Lösungsmöglichkeit nach entsprechender voheriger Genehmigung durch den Führer die Evakuierung der Juden nach dem Osten. ...Der allfällig verbleibende Restbestand wird, da es sich bei diesen zweifellos um den widerstandsfähigsten Teil handelt, entsprechend behandelt müssen, da dieser, eine natürliche Auslese darstellend, bei Freislassung als Keimzelle eines neuen jüdische Aufbaues anzusprechen ist. (In grossen Arbeitskolonnen, unter Trennung der Geschlechter, werden die arbeitsfähigen Juden strassenbauend in diese Gebiete geführt, wobei zweifellos ein Grossteil durch natürliche Verminderung ausfallen wird.
...Abschliessend wurden die verschiedenen Arten dere Lösungsmöglichkeiten besprochen...) )

90. Protocol of Ostministerium conference, 29.1.42, in: Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 179.

91. Louis Lochner, ed., The Goebbels Diaries (New York, 1948), pp. 147-48.

Fonte: Holocaust Denial On Trail (Christopher Browning Report)

Link: http://www.holocaustdenialontrial.com/en/trial/defense/browning/500

Tradução: Leo Gott

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Distorções "revis" das afirmações de Yehuda Bauer sobre Wannsee

O blog negacionista do Sr. João Dórdio repete mais um texto panfletário "revi" onde uma citação sobre Wannsee, do Professor e historiador do Holocausto Yehuda Bauer, é citada fora de contexto e de forma distorcida, fato este que passou "desapercebido" pelo negador do Holocausto dono do blog revisionismemlinha.

Pros que ainda não estão familiarizados com o termo, o termo negacionista se refere ao grupo de pessoas que nega o Holocausto e que se autoproclamam "revisionistas". O termo negacionista é mais apropriado por resumir o que de fato eles fazem, pois não é feita uma "revisão histórica" por parte deste grupo.

Abaixo(trecho tirado do site Nizkor, do livro do Yehuda Bauer), é apresentada a citação original do Bauer do livro "O Holocausto numa Perspectiva Histórica"(The Holocaust in Historical Perspective), não lançado em português.

O texto exato que o Professor Bauer escreveu é oferecido como prova de que toda e qualquer pessoa deve sempre ir até a fonte do material quando achar que existe dúvidas sobre a veracidade da citação. Mais ainda quando isto emana de um notório prevaricador(mentiroso).

De: The Holocaust in Historical Perspective(O Holocausto numa Perspectiva Histórica)
por Yehuda Bauer
c. 1978, the University of Washington Press
ISBN 0-85969-171-3

pp15/16 [***ênfase*** adicionada]
______________________________________________________________________
(início da citação)
Em janeiro de 1942, um encontro ocorreu em Berlim (a então conhecida "Conferência de Wannsee"). Tomou parte dela representantes de vários ministros alemães com a finalidade de coordenar as ações de assassinato. Isto tem sido erroneamente representado como um maior momento decisivo(divisor de águas). Na realidade, isto foi uma reunião feita puramente por razões administrativas para ***implementar uma decisão que já havia sido tomada dez meses antes e que já estava em processo além de ser cumprida.*** A decisão de Wannsee para "varrer" os Judeus da Europa de Oeste a Leste não foi seguida em qualquer caso; as primeiras vítimas fora da esfera russa estavam no Governo Geral (Polônia Central) ***onde as populações judaicas do distrito de Lublin foram enviadas para a morte no campo de extermínio de Belzec.***

Outros campos rapidamente vieram a operar na Polônia -- Sobibor, Treblinka
e Maidanek -- e não apenas pessoas da Polônia como também de outros países foram enviadas para lá.
(fim da citação)
______________________________________________________________________

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

Pois é, Joãozinho, de novo mentindo? ... que coisa feia... tsc tsc... tsc tsc...

[ironic mode on]

Não é assim que você "vai provar" que o Holocausto "nunca" ocorreu, João... fé, "irmão", fé! Não desista, a 'fé' remove montanhas.

[ironic mode off]

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Quando Hitler decidiu-se pela Solução Final?

Um ensaio de Gord McFee
Introdução

Um dos mais interessantes e avidamente debatidos aspectos do Holocausto, é quando Hitler o ordenou que ele começasse.

Pensava-se até agora que a decisão havia sido feita entre o início e metade de 1941, e que começou a pleno vapor no início de 1942. Esse pensamento agora é contestado por uma descoberta de documentos só agora disponíveis, recentemente levantados pelo historiador alemão Christian Gerlach [1]. Os novos documentos incluem um registro de 12 de dezembro de 1941 do diário do ministro de propaganda Joseph Goebbels e parte das anotações de Heinrich Himmler em seu diário em 18 de dezembro de 1941.

Pensamento Corrente

Antes de se chegar a estas recentes descobertas e o que elas significam, é necessário recapitular brevemente quais são os pensamentos neste assunto. Aceita-se, de maneira geral, que a decisão de exterminar-se fisicamente os judeus tenha sido feita entre o começo e metade de 1941. [2] A secretária de Hitler lembra-se de um encontro privado entre Himmler e Hitler no começo da primavera de 1941, depois do qual Himmler sentou-se à mesa dela com um olhar perturbado, pôs as mãos na cabeça e disse: “Meu Deus, Meu Deus, o que esperam que eu faça”. [3] Ela está convencida que esta foi o dia em que Hitler ordenou que Himmler matasse os judeus. Outros testemunhos afirmam que a decisão foi feita entre Março de 1941 e a invasão da União Soviética. (Pesquisas nesta área são prejudicadas pelo fato de não ter sido encontrada nenhuma ordem de Hitler sobre o lançamento da Solução Final, e mesmo que houvesse, é bem provável que tenha sido destruída). Tanto Rudolf Höss, comandante de Auschwith [4] , quanto Adolf Eichmann, chefe do Departamento IVB4 (Assuntos Judaicos) [5] mencionam relatos de uma ordem de Hitler em princípios do verão de 1941.

Historiadores geralmente têm pensado que a Solução Final se desenrolou da seguinte forma. Primeiro, os Einsatzgruppen (Grupos de Tarefas Especiais) entraram na União Soviética atrás da invasão das forças armadas ao final de junho de 1941 e começaram a fuzilar judeus onde quer que estes se encontrassem. Mais ou menos 500.000 judeus foram mortos desta forma entre Julho e Dezembro de 1941. Naquele tempo, esta tremenda quantidade de judeus a serem liquidados e os efeitos na política de fuzilar mulheres e crianças levaram à pesquisa de outros métodos, culminando no estabelecimento de campos da morte tais como Auschwitz, Treblinka e Sobibor no início de 1942, para os quais os Judeus eram transportados e gaseados com monóxido de carbono ou ácido prússico (Zyklon B).

Isto traz à tona várias questões, tais como:

Se a decisão já havia sido tomada no início de 1941 (antes de invasão da União Soviética), qual a razão para Göring emitir sua ordem de Solução Final para Reinhard Heydrich (Chefe do Escritório Central de Segurança do Reich e encarregado da Solução Final junto com Himmler) em 31 de julho de 1941?[6]

Por que Heydrich esperou até janeiro de 1942 para reunir a Conferência de Wannsee, quando o planejamento administrativo para a Solução Final já estava finalizado?

Onde está a “Ordem de Hitler” que encaixa tudo isso em seu lugar?
As recentes descobertas aludem a uma clara e inequívoca ordem do próprio Hitler para matar os judeus. Ao mesmo tempo, elas sugerem três revisões para a teoria corrente. Primeiro, agora é inegável que Hilter pessoalmente ordenou a Solução Final em termos gerais; segundo, a decisão não foi feita antes da invasão da União Soviética - em vez disso, a última decisão foi tomada quase no fim de 1941; terceiro, a Solução Final não foi um processo que se desenrolou de maneira uniforme, mas dependeu sobremaneira dos caprichos do esforço de guerra.

Os Documentos Recentemente Descobertos

As duas recentes descobertas são:

A primeira é um registro no diário de Joseph Goebbels em 12 de dezembro de 1941. Ele contém o seguinte:

Bezüglich der Judenfrage ist der Führer entschlossen, reinen Tisch zu machen. Er hat den Juden prophezeit, daß, wenn sie noch einmal einen Weltkrieg herbeiführen würden, sie dabei ihre Vernichtung erleben würden. Das ist keine Phrase gewesen. Der Weltkrieg ist da, die Vernichtung des Judentums muß die notwendige Folge sein.

“Em relação a questão judaica, o Führer decidiu fazer uma completa varredura. Ele profetizou aos judeus que se eles causassem uma nova guerra mundial, eles viveriam para presenciar sua aniquilação nela. Isto não foi apenas uma frase de efeito. A guerra mundial está aqui, e a destruição dos judeus deve tornar-se a conseqüência necessária.[7]

A Segunda é uma nota escrita de próprio punho pelo Reichsführer-SS Heinrich Himmler em seu bloco de anotações – a ser publicada em breve – de um encontro que teve com Hitler no Quartel-General deste (Wolfsschanze, a “Toca do Lobo”) em 18 de dezembro de 1941. As anotações são simplesmente: [8]
Judenfrage / als Partisanen auszurotten

Questão Judaica/ a serem exterminados como os partisans

Hitler pessoalmente ordenou a Solução Final

A maior parte dos experts têm concordado que uma ação da magnitude do genocídio em massa, com as possíveis e consequentes ramificações, não poderia ter prosseguido sem a aprovação pessoal de Hitler. Até agora, nenhuma decisão escrita de Hitler foi encontrada, embora haja indícios contundentes de que uma ordem verbal certamente foi dada[9]. As recentes descobertas não podem ser consideradas decisões escritas (as quais, se realmente existiram, foram quase com certeza destruídas ao final da guerra), mas elas são uma confirmação inequívoca de que uma clara decisão foi feita por Hitler. E melhor ainda, ajudam a estabelecer o tempo em que foram tomadas.

A Decisão foi feita ao final de 1941.

As novas descobertas sugerem firmemente que Hitler decidiu, de uma vez por todas, exterminar os judeus europeus no começo de Dezembro de 1941. Isto se enquadra nas palavras “Solução Final desejada”, na ordem de Göring para Heydrich de julho de 1941, e ajuda a explicar o porquê da Conferência de Wannsee ter sido realizada tão depois da ordem de Göring ter sido expedida, ou seja, a ordem final ainda não tinha sido dada em julho de 1941.

Isto não significa que nenhuma ordem tinha sido dada por ocasião da invasão da União Soviética. De fato, é certo que uma ordem para matar judeus, comissários e outros “indesejáveis” tenha sido dada antes da invasão da União Soviética, e essa ordem pode bem ser aquela à qual a secretária de Hitler se refere. È mais provável que tenham sido as instruções passadas por Hitler a Himmler que, como parte dos planos de invasão, que os indivíduos citados acima seriam sistematicamente mortos e que Himmler seria o encarregado da execução destas ordens. E é mais provalvelmente esta ordem aquela à qual Eichmann, Höss e outros se referiram em seus vários depoimentos.

Mas, além disso, estes indivíduos poderiam estar a par da ordem de Göring a respeito dos aspectos administrativos a serem considerados em prol de uma “desejada” solução final. Todos sabiam que uma solução final – uma decisão de aniquilar todos os judeus europeus – poderia apenas ter sido feita por Hitler. E Hitler era notório por hesitar, por vezes com conseqüências quase desastrosas, quando confrontado com decisões sérias, tais como o Expurgo de Röhm, a Crise de Munique e se deveria candidatar-se às eleições presidenciais de 1931 [10]. Seria complementamente condizente com a personalidade de Hilter se este hesitasse por vários meses após ordenar os fuzilamentos dos Einsatzgruppen – uma espécie de pré-solução final – antes que pudesse sentir-se apto a tomar a decisão definitiva. A despeito da ordem de Göring, havia pouca ação concreta a ser tomada por Heydrich até que saissem ordens do homem lá no topo. E este homem no topo não decidiu até dezembro de 1941.

Pode-se apenas especular o que finalmente apressou Hitler a tomar a decisão final em Dezembro de 1941, mas um exame na situação daquela época sugere que diversos fatores desempenharam cada um o seu papel. Primeiro, com o ataque japonês a Pearl Harbor, a declaração americana de guerra ao Japão, e a própria declaração de guerra de Hitler aos Estados Unidos, Hitler agora tinha a chamada guerra “mundial” a que fez alusão Goebbels em seu diário em 12 de dezembro de 1941. Segundo, a primeira grande virada da sorte alemã na guerra contra os soviéticos havia acontecido. Em 5 de dezembro, exatamente às portas de Moscou, o exército alemão teve sua trajetória barrada pelo início de um terrível inverno russo. As temperaturas caíram para 31 graus abaixo de zero naquele dia, e para 36 graus negativos no dia seguinte. Os alemães não estavam equipados com roupas de inverno, e os panzers pifaram, e, no dia 6, o General Georgi Zhukov atacou num front de 320 quilômetros diante de Moscou com 100 divisões, de cuja existência os alemães sequer sabiam.[11] Hitler deve ter sabido a esta altura que seu esforço de guerra estava correndo sérios - talvez graves - perigos. Terceiro, a tremenda quantidade de judeus a serem mortos e as dificuldades dos policiais em fazer os fuzilamentos foram passados por Himmler a Hitler. Houve discussões quanto ao uso de gases tóxicos como meio de matar judeus e evitar espetáculos públicos que às vezes acompanhavam os fuzilamentos no outono de 1941.[12]

Contra este pano de fundo, pode ser argumentado de maneira plausível que dezembro de 1941 foi uma espécie de divisor de águas para Hilter. A congruência de eventos pode muito bem tê-lo empurrado para uma posição sem volta.
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Notas

1. Die Zeit, edição de 9 de janeiro de 1998; AFP, despacho de 14 de January de 1998.
2. Breitman, The Architect of Genocide, tem como "no início de 1941" [p. 152]; Hilberg, Perpetrators, Victims, Bystanders, diz que o "germe da solução final pode ser traçada até os primeiros dias de março de 1941" [p. 17]; Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich, coloca-a no "início do verão" de 1941 [p. 965]; Gilbert, The Holocaust, coloca-a em maio de 1941 [p. 152]; Yahil, The Holocaust, a colocaria no final de julho de 1941 [p. 255]; e assim por diante.
3. Gitta Sereny, Albert Speer: His Battle with Truth, Vintage Books, New York, 1996, p. 248.
4. Hoess, Le Commandant d'Auschwitz parle, p. 261.
5. von Lang, Eichmann Interrogated, p. 75.
6. A ordem lê-se como segue:
Complementando a tarefa já atribuída a você na diretiva de 24 de janeiro de 1939, de executar, por emigração ou evacuação, uma solução para a questão judaica tão vantajosa quanto possível sob as condições da época, eu por meio desta o encarrego de fazer todos os preparativos organizacionais, funcionari e materiais necessários para uma solução completa da questão judaica na esfera de influência germânica na Europa.
Visto que as jurisdições de outas agências centrais podem ser desse modo tocadas, elas deverão ser envolvidas.
Eu o encarrego, além disso, de submeter a mim no futuro próximo um plano geral de medidas organizacionais, funcionais, e materias a serem tomadas para a implementação da almejada solução final para a questão judaica.

7. Die Zeit, edição de 9 de janeiro de 1998.
8. Ibid.
9. De longe, o melhor tratamento é Gerald Fleming, Hitler and the Final Solution, University of California Press, Berkley, 1984.
10. Inter alia, Alan Bullock, Hitler: A Study in Tyranny, Bantam Books, New York, 1961, p. 480.
11. William L. Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich, Simon and Schuster, New York, 1960, pp. 864-865.
12. Martin Gilbert, The Holocaust: The Jewish Tragedy, Fontana/Collins, Glasgow, 1989, p. 219.

Gordon McFee recebeu seu grau de mestrado em 1973, da University of New Brunswick, Canadá, e Albert Ludwigs Universität, Freiburg im Breisgau, Alemanha (estudos separados), em História e Alemão.

Última modificação: 2 de janeiro de 1999
Copyright © 1998-99 Gordon McFee. Todos os direitos reservados.
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo
Texto em inglês: http://www.holocaust-history.org/hitler-final-solution/
Tradução em português publicada em: http://h-doc.vilabol.uol.com.br/HitlerFinal.htm
Mapa dos campos: http://www.historyplace.com/worldhistory/genocide/campsmap.gif

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 18

Traduzido por Leo Gott

18. Quantos judeus emigraram ANTES da guerra, estando assim fora do alcance dos alemães?

O IHR diz:

Cerca de 1 milhão (sem incluir os que foram para a URSS).

Nizkor responde:

Sim, mas existiam mais de seis milhões ao alcance dos alemães. Existiam cerca de 11 milhões de judeus na Europra em 1937, segundo as próprias estimativas dos nazistas, conforme Protocolo de Wannsee.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 15

Traduzido por Leo Gott

15. Quantos judeus existiam antes da guerra em áreas que passaram a ficar sob controle alemão?

O IHR diz (edição original):

Menos de quatro milhões.

Na edição revisada:

Menos de seis milhões.

Nizkor responde:

Não responderam na pergunta 1 que não havia "estatísticas demográficas credíveis"?

Cerca de três milhões na Polônia, um milhão na Hungria, mais de um milhão na parte da Rússia ocupada pelos nazistas, e muitos, muitos mais por toda Europa. De acordo com os próprios números dos nazistas estabelecidos no Protocolo de Wannsee, havia cerca de onze milhões de judeus na Europa ocupada de 1942.

Ver a resposta à pergunta 1.

Observa-se também que se os verdadeiros historiadores tivessem que trocar uma estimativa do Holocausto de seis milhões para quatro milhões ou vice-versa, os "revisionistas" iriam citar como prova de que os historiadores estão mudando suas conclusões e não têm números reais para respaldar o que dizem.

Mas quando os “revisionistas” trocam seus próprios números em dois milhões, parece não armam muito escândalo.

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