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segunda-feira, 21 de março de 2016

Planejando o extermínio e a necessidade do trabalho forçado

Nos territórios orientais ocupados, a Wehrmacht, a SS e a administração civil tiveram complexas relações de cooperação e tensão. Eles cooperaram em ações de matar, mas também tiveram conflitos acerca do quanto do trabalho judaico seria preservado em cada fase do genocídio. Abaixo estão duas citações contemporâneos de figuras alemãs de destaque na região da Bielorrússia que fornecem insights sobre esses processos.

O primeiro extrato vem do KdS de Minsk, Strauch, que já fora discutido nesses posts. Em abril, entre 08-10 de 1943, Strauch participou de uma reunião do conselho gebiedscommissies (comitê de área) em Minsk em que ele fez a seguinte declaração:
Quando a administração civil chegou já encontrou empreendimentos econômicos operados pela Wehrmacht, auxiliados por judeus. Numa altura em que os bielorrussos queriam matar os judeus, a Wehrmacht os explorava e preservava. Dessa forma os judeus chegaram a posições-chave e é difícil hoje removê-los completamente, porque as empresas são susceptíveis de ser destruídas, algo que não podemos nos permitir. Eu sou da opinião de que podemos dizer com confiança que dos 150.000, 130.000 já desapareceram. 22.000 ainda estão vivos na área da Gebietskommissariat [fonte: YV TR-10/808, citado por Cholawsky, pág.64].
Strauch sugeriu que a metade (11,000) poderia ser removida sem causar dificuldades indevidas:
Por isso, quero solicitar de você que, ao menos, o judeu desapareça a partir do lugar onde ele seja supérfluo. Não podemos concordar com mulheres judias polindo sapatos ... Vamos cortar o número pela metade sem causar dificuldades econômicas.
Strauch ficou frustrado pelo fato de que os judeus não poderiam ser removidos completamente mas ele ainda se sentiu confiante o suficiente para solicitar uma redução de 50% numa população que já tinha sido reduzida de 150.000 para 22.000.

Esta vontade de superar as restrições de trabalho forçado (escravo) foi também compartilhada por alguns líderes civis, que estavam sob pressão para reduzir as pressões sobre a oferta de alimentos. Houve um equilíbrio delicado entre ver os judeus como trabalhadores essenciais e os ver como comedores inúteis; e os administradores que eram mais alinhados fanaticamente ao dogma antissemita nazista estavam inclinados para finalmente chegar à última perspectiva. Isso é mais evidente no relatório escrito pelo Gebeitskommissar para Slonim, Gerhard Erren, em 25 de janeiro de 1942, onde declarou que:
[...] Após a minha chegada aqui, havia cerca de 25.000 judeus na área de Slonim, 16.000 na própria cidade, tornando-se mais de dois terços da população do total da cidade. Não foi possível a criação de um gueto, como nem arame farpado ou guardas de mão de obra estavam disponíveis. Então, imediatamente, comentei os preparativos para uma ação em larga escala. Primeiramente toda propriedade foi expropriada e todos os edifícios oficiais alemães, incluindo os bairros da Wehrmacht, foram equipados com o mobiliário e equipamentos que haviam sido disponibilizados ... os judeus foram então registrado com precisão de acordo com número, idade e profissão e todos os artesãos e trabalhadores com qualificações foram escolhidos e foram dados passes e alojamento separados para distingui-los dos outros judeus. A ação realizada pelo SD em 13 de Novembro livrou-me das bocas desnecessárias para alimentar. Os cerca de 7.000 judeus agora presentes na cidade de Slonim foram todos alocados em postos de trabalho. Eles estão trabalhando voluntariamente por causa do medo constante da morte. No início do próximo ano, eles serão rigorosamente verificados e classificados para uma redução adicional [...]

[...] O melhor dos trabalhadores qualificados entre os judeus serão obrigados a repassar suas habilidades para aprendizes inteligentes em minhas faculdades de artesanato, então os judeus finalmente serão dispensáveis no setor setor de comércio e ofícios especializados e poderão ser eliminados.
Erren não só viu a necessidade do trabalho judaico como temporária, ele tomou medidas proativas para assegurar que não-judeus seriam treinados no artesanato atualmente ocupados por judeus, "de modo que os judeus finalmente serão dispensáveis nos ofícios especializados e setor de comércio e poderão ser eliminados."

No caso de Slonim, portanto, o momento dos atos genocidas foi cuidadosamente planejado, e poderia ser implementado sem a resistência, porque a administração civil e a SS estavam de acordo. No caso de Minsk, pelo contrário, a SS (Strauch) teve de negociar com a administração civil (Kube), e a Wehrmacht, que era o principal empregador da comunidade judaica na região, e assim o ritmo da matança foi mais lento.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2009/04/extermination-planning-and-forced.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Extermination Planning and Forced Labour Needs
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Restos humanos vistos por jornalistas norte-americanos em Klooga e Babi Yar

Em 6 de outubro de 1944, o New York Times publicou este relatório de Klooga, que havia sido arquivado por WH Lawrence quatro dias antes. O relatório começa assim:
Klooga, Estônia, 02 de out. (atrasado) Foi mostrada a correspondentes estrangeiros hoje o cenário das execuções alemãs em 19 de setembro - um ato que demonstrou conclusivamente que os alemães estão em uma retira de grande escala e são capazes de matar a sangue frio, mesmo quando isto não servirá para muita coisa, em caso de objetivos militares.

Aqui no campo de trabalho nazista de Klooga, construído originalmente para abrigar os últimos sobreviventes do Gueto de Vilna, vi e contei partes reconhecíveis de 438 corpos completos e parcialmente queimados de homens, mulheres e crianças, incluindo uma criança que não poderia ter mais de três meses de idade, mas cujo crânio havia sido quebrado por uma bala e que estava nos braços de sua mãe morta no frio, um país desolado no meio de uma floresta de pinheiros. Vi três enormes piras funerárias que primeiro foram construídos com troncos de pinheiro por prisioneiros, cujos captores, em seguida, atiraram neles e queimaram seus corpos. Perto dessas pilhas, agora quase completamente reduzidas a cinzas, contei partes reconhecíveis de pelo menos 215 corpos, e um número desconhecido de outros esqueletos que foram reduzidos a cinzas de ossos por um grande incêndio ocorrido pela queima de toras de pinheiros e corpos embebidos em gasolina. Num campo próximo... estavam os corpos de uma dúzia de outras pessoas que tentaram fugir mas foram abatidas por balas.

Prisioneiros queimados em Barracões

Vi os restos de barracões com oito quartos dos quais os alemães colocavam cerca de 700 pessoas, que foram baleadas. Os barracões depois foram incendiados e destruídos, cremando os corpos que permaneceram dentro. Paralelamente a esta construção havia uma fila de pelo menos 150 corpos, algumas das pessoas que obviamente haviam sido alvejadas durante a tentativa de escapar da construção.

Alguns tinham pequenas marcas de fogo, mas outros eram apenas esqueletos carbonizados e encolhidos de homens e mulheres. Dentro dos barracões, grandes montes de cinzas de ossos misturados com cinzas de madeira testemunham o grande número de outras pessoas que morreram naquele prédio. Na parte central do próprio acampamento havia uma outra cena medonha. Em um pátio eu contei os corpos de sessenta e quatro pessoas, incluindo homens, mulheres e crianças, e foi lá que eu vi um jovem bebê, vestido com um suéter vermelho, cueca de lã branca e uma camisa azul.

Esses foram os corpos de pessoas que haviam sido metralhadas até a morte dentro de um dos barracões centrais, mas que os alemães, em sua ansiedade para fugir antes que o Exército Vermelho se aproximar, não tiveram tempo de queimar.
O chefe da Associated Press na URSS, Eddy Gilmore, arquivou este relatório, que da mesma forma descrevia os corpos de crianças com buracos de bala atrás de suas cabeças. Gilmore tinha previamente arquivo este relatório sobre Babi Yar. As fotografias tiradas em Klooga foram publicadas na revista Life em 30 de outubro de 1944, e podem ser vistas aqui.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/01/bodies-seen-by-american-journalists-at.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Human Remains Seen By American Journalists at Klooga and Babi Yar
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Reichskommissariat Kaukasus (Comissariado do Reich para o Cáucaso)

O Reichskommissariat Kaukasus (Comissariado do Reich para o Cáucaso) foi uma administração civil sobre os territórios caucasianos da URSS conquistados pelo Reich durante a guerra no Oriente (Leste). Alguns desses territórios foram conquistados e ocupados pelo Reich e seus aliados entre novembro de 1941 e março de 1943 [1]. Durante a ocupação, o Ministério do Leste queria, com o apoio de Hitler, a implementação de uma administração militar, prelúdio para uma posterior administração civil, preparada pelo Ministério do Leste a ser posta em prática no decorrer do ano de 1942. Mas Hitler decide o contrário durante o verão [2]. Assim, ele permite uma política de suporte às populações caucasianas: Wilhelm List (oficial) implementa, a partir de setembro de 1942, os governos para cada povo, mas que possuem, na prática, nenhum poder. [2]

O sucesso no início do verão de 1942 pressagia o rápido controle dos territórios caucasianos, mas a estratégia soviética de retirada constante, combinada com um endurecimento soviético na base do Cáucaso, torna aleatória a conquista. [3]

Durante as semanas ou meses de ocupação dessas regiões, os alemães tentam se apresentar aos olhos das populações nativas como os defensores da fé e da especificidade cultural dos povos do Cáucaso [1], incentivando uma vida cultural nacional [2]. Alguns diplomatas do Reich proporão até a independência, como um protetorado alemão. [2]

Estes projetos, já minados pelas práticas das unidades de ocupação (com entregas forçadas de comida, com requisições de mão-de-obra [2]) desmoronou após a evacuação dos territórios em questão, principalmente após a derrota em Stalingrado em março de 1943. [2]

Referências:

1. ↑ a e b Christian Baechler, Guerre et exterminations à l'Est, p. 294
2. ↑ a, b, c, d, e e f Christian Baechler, Guerre et exterminations à l'Est, p. 295
3. ↑ Ph.Masson, Histoire de l'Armée allemande, p. 210.

Bibliografia:

1. Chistian Baechler, Guerre et extermination à l'Est. Hitler et la conquête de l'espace vital. 1933-1945, Paris, Tallandier,‎ 2012, 524 p. (ISBN 978-2-84734-906-1)
2. Philippe Masson, Hitler chef de guerre, Perrin, 2005, (ISBN 978-2-262-01561-9).
3. Philippe Masson, Histoire de l'Armée allemande 1939-1945, Perrin, Paris, 1994, (ISBN 2-262-01355-1).

Fonte: verbete da Wikipedia francesa
https://fr.wikipedia.org/wiki/Reichskommissariat_Kaukasus
Título original: Reichskommissariat Kaukasus
Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Reichskommissariat_Caukasus.png
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 3 de maio de 2015

Os empresários de Hitler e o negócio dos campos de concentração

Se houve um grupo de cúmplices do nazismo que se "safou" de ter má imagem com o fim da Segunda Guerra Mundial, esse foi o dos empresários. Homens de negócios alemães, austríacos, franceses e também estadunidenses que se enriqueceram sob o capitalismo fascista que foi imposto pelo III Reich. Nomes tão conhecidos como Bayer, Ford, Standard Oil ou Siemens colaboram ativamente com Hitler e não tiveram dúvidas em utilizar como trabalhadores escravos a prisioneiros judeus, soviéticos ou espanhóis dos campos de concentração.
Prisioneiros de Mauthausen transportam pedras para a construção do campo
O adjetivo "fanático" é o que mais se tem utilizado na história para definir a Hitler e ao amplo grupo de suplentes que dirigiram o destino da Alemanha nazi. Contudo, há outro qualificativo muito menos utilizado e que se torna imprescindível para explicar sua estratégia política e militar. Hitler e o resto de sua camarilha eram grandes "homens de negócios".

Em suas mentes pesavam mais o dinheiro e as questões econômicas que seu desejo de exterminar judeus. Seu modelo de capitalismo fascista, pese a estar sob uma forte intervenção estatal, tornou-se muito atrativo para os empresários alemães e também para importantes magnatas estrangeiros, principalmente estadunidenses.

A SS criou suas próprias empresas para se beneficiar do trabalho escravo dos milhões de prisioneiros capturados pelo exército alemão. A DEST e a DAW foram as duas mais destacadas. O objetivo de Himmler era que, graças a essas companhias, a SS pode jogar um papel predominante na economia alemã, inclusive no cenário de paz que se abriria depois da guerra.

Fazer negócio a qualquer preço

As empresas de armamento, automotivas, produtos farmacêuticos e tecnologia não podiam contar com os jovens alemães para trabalhar em suas fábricas porque esses se encontravam nas frentes de batalha. Os prisioneiros dos campos e os trabalhadores forçados se converteram na melhor opção e também na mais barata. O negócio dos campos era redondo. A DEST administrava os trabalhadores, a SS oferecia a segurança e as empresas aportavam o resto. Na repartição dos papéis todos ganhavam. Todos menos os deportados, que morreriam aos milhares nas pedreiras e nas fábricas controladas pelo empório da SS e pelas empresas privadas alemães e norte-americanas.
O selo "Hollerith" indica que os dados deste prisioneiro espanhol foi processado pela IBM
A lista de firmas alemãs que colaboraram e se beneficiaram das políticas bélicas e genocidas do regime nazi é interminável. Desde gigantes da automotivas até pequenas empresas familiares e inclusive particulares que utilizaram prisioneiros dos campos de concentração para cultivar suas terras ou trabalhar em suas granjas. Essas são algumas das mais destacadas:

IG Farben - Este consórcio foi o que melhor exprimiu todas as opções de negócio que facilitava o regime nazi. Fabricou combustível e um tipo de borracha sintética chamada "Buna" para o exército alemão, fornecendo os produtos químicos para o extermínio em massa dos "inimigos" do Reich e se aproveitando do trabalho escravo de milhares de prisioneiros dos campos. Três empresas químicas e farmacêuticas constituíam o coração da IG Farben: Bayer, Basf e a Hoechst.

Audi - Empregou em sua cadeia de produção 20.000 trabalhadores forçados.

Daimler - Utilizou em grande escala trabalhadores forçados para a fabricação de automóveis.

Bosch - Empregou cerca de 20.000 trabalhadores forçados.

Volkswagen - Colocou em grande parte de sua produção trabalhadores forçados.

Krupp (atualmente Thyssenkrupp) - Krupp teve a honraria de ser a empresa modelo do nacional-socialismo e empregou mais de 75.000 trabalhadores forçados.

Deutsche Bank - o historiador Harold James analisou o período nazi em 1995. James rotulou a atitude do banco naquela época como "complacente".

Lufthansa - autorizou o historiador Lutz Budraß a realizar um estudo sobre sua participação na criação da Luftwaffe. Os dados oficiais do estudo não foram publicados ainda. A pergunta permanece no ar.

Bertelsmann - Encarregou o historiador Saul Friedländer um estudo que foi apresentado em 2002. A gigante dos meios de comunicação se aproveitou do regime nazi de forma massiva.

Quandt (proprietária da BMW) - Segundo a investigação levada a cabo pelo historiador Joachim Scholtyseck, Günther Quandt enriqueceu no período compreendido entre 1933 e 1945. A empresa do magnata utilizou 50.000 trabalhadores escravos.

Oetker - Abriu seus arquivos em 2007 depois da morte do patriarca, Rudolf August Oetker. O historiador Deren Erkenntnisse revelou que Rudolf A. havia pertencido à Waffen-SS e colaborado ativamente com o regime nazi.

Adidas e Siemens - Permitiram que se investigue seus arquivos. Sabe-se que, ambas empresas, empregaram milhares de trabalhadores escravos.

Cúmplices em Detroit e Nova Iorque

Historiadores e economistas coincidem na opinião de que para Hitler seria impossível se lançar à conquista de Europa sem o apoio de quatro grandes multinacionais estadunidenses: Standard Oil, General Motors, Ford e IBM.

General Motors. Fabricou milhares de caminhões militares em suas fábricas da Alemanha. Seu modelo batizado com o nome de Blitz, Relâmpago, serviu a Hitler para entrar com suas tropas na Áustria. A admiração do Führer pela tecnologia de Opel e seu agradecimento em contar com sua colaboração lhe levou a conceder a Grande Cruz da Ordem da Águia Alemã a seu diretor executivo, James Money. A GM utilizou prisioneiros dos campos de trabalhadores escravos.

Ford. O fundador da companhia, Henry Ford, já era conhecido em fins dos anos 20 por seu profundo antissemitismo. Hitler admirava profundamente a Ford, a ponto de chegar a dizer que era sua inspiração. Esse amor era mútuo e permitiu que a empresa automobilística estadunidense se convertesse no segundo produtor de caminhões para o exército alemão, superado unicamente pela Opel-General Motors. Henry Ford também foi distinguido por Hitler com a Grande Cruz da Ordem da Águia Alemã em 1938. Depois da invasão da França, a empresa estadunidense continuou trabalhando para o Reich e se negou a fabricar motores para os aviões da Royal Air Force britânica. Igual à GM, a Ford se aproveitou do trabalho escravo de milhares de deportados.

Standard Oil Proporcionou a Hitler o combustível e a borracha necessária para empreender a invasão da Europa. O governo nazi, consciente de que as importações de petróleo se reduziriam com o estouro da guerra, decidiu fabricar combustível sintético. O complexo processo de elaboração não havia sido possível sem a aliança entre o consórcio alemão IG Farben e a Standard Oil norte-americana. Os navios cisternas da Standard forneceram combustível a barcos alemães em Tenerife e outros portos da Espanha franquista.

IBM. Seu "mérito" foi dotar o regime nazi de seus ainda primitivos, mas eficazes, sistemas informáticos. Suas máquinas, que funcionavam com cartões perfurados, precursores dos ordenadores, resultaram em uma enorme utilidade para o governo alemão. Himmler era consciente das possibilidades que lhe oferecia a tecnologia da IBM para organizar, distribuir, explorar e eliminar milhões de judeus e prisioneiros de guerra que caíram em suas mãos durante a guerra. Realizaram censos da comunidade judaica que serviram para identificar e eliminar com maior facilidade seus membros. Na maioria dos campos de concentração se abriu um "departamento Hollerith" (nome da filial alemã da IBM) na qual se realizaram fichas de cada deportado, incluindo sua profissão, sua raça ou religião.

Escravos espanhóis

O grosso dos republicanos que passaram pelos campos de concentração trabalhou e morreu pelas ordens da DEST, a empresa de propriedade da SS. As pedreiras de Mauthausen e Gusen, assim como o moinho de pedra localizado junto a esta última, cobraram o maior número de vidas entre os espanhóis. O empório dirigidos pelos homens de Himmler também controlava a maior parte dos trabalhos que os republicanos realizaram em subcampos como Schlier-Redl-Zipf, Bretstein ou Vöcklabruck. Não obstante, houve algumas empresas privadas alemãs e austríacas que, especialmente depois de 1942, exploraram os republicanos que ficaram vivos.

A maior delas foi a Steyr-Daimler-Puch que empregou internos de Mauthausen, desde 1941, para trabalhos de construção em sua fábrica de Steyr. Em 1942 negociou com os altos mandatários do regime a utilização de prisioneiros no processo de fabricação de armamento e veículos para o exército. Fruto dessas conversas, Himmler aprovou a construção de um subcampo, dependente de Mauthausen, que dotasse a fábrica de operários. Meio milhão de espanhóis se viram obrigados a trabalhar em condições inumanas. Uns dez por cento deles morreu no próprio subcampo, assassinados violentamente ou por uma mortal combinação de fome, esgotamento e frio. A empresa também dirigiu fábricas nos túneis de Ebensee e Gusen, pelos quais passaram um menor número de republicanos.

A outra grande companhia armamentista que se aproveitou dos trabalhadores de Mauthausen foi a Masserschmit, que instalou uma de suas maiores plantas nos túneis da Bergkristall, próxima de Gusen. Foram poucos os espanhóis que trabalharam nela fabricando fuselagens e outras peças para diversos modelos de aviões de combate. Contudo, como ocorreu com a fábrica da Steyr-Daimler-Puch de Ebensee, dezenas de republicanos pereceram junto a milhares de soviéticos, poloneses, judeus e tchecos na perfuração das galerias subterrâneas em que se alojam suas fábricas.
Prisioneiras escravas do campo de concentração de Ravensbrück
As prisioneiras espanholas deportadas para Ravensbrück trabalharam em diversas empresas que fabricavam armamento e peças para veículos e aviões do Exército alemão. A mais conhecida delas foi a Siemens und Halske, que em 1942 construiu uma fábrica junto ao campo de produção de componentes eletrônicos destinados aos mísseis V1 e V2. A princípio, as mulheres seguiam dormindo em Ravensbrück e se deslocavam cada dia até a fábrica. Em fins de 1944, para poupar tempo, a Siemens construiu uns barracões na própria fábrica nos quais alojou suas trabalhadoras forçadas. As condições de vida eram igualmente duras como no campo central e capatazes se encarregavam de que as mulheres débeis e enfermas fossem devolvidas a Ravensbrück onde, geralmente, acabavam sendo executadas.

Junto a estas grandes companhias, houve também pequenas empresas que se aproveitaram do trabalho escravo dos prisioneiros. Em Mauthausen destacou, por cima do resto, a empresa local de materiais de construção Poschacher. Seu dono, Anton Poschacher, pagou à DEST para ter a sua disposição um grupo de reclusos. No total, em seu pequeno canteiro trabalharam 42 espanhóis menores de 18 anos. A empresa tirou um grande benefício do emprego desses jovens, pelo que pagava à DEST menos de 50% do salário que havia cobrado um trabalhador austríaco. Depois da guerra, seus responsáveis não foram perseguidos. A empresa não só conseguiu manter suas posses, como ainda ampliou e hoje em dia é a proprietária da maior parte dos terrenos que morreram 120.000 prisioneiros de Mauthausen, entre eles, 5.000 espanhóis.

Este artigo recolhe estratos do livro "Los últimos españoles de Mauthausen" (Os últimos espanhóis de Mauthausen) da Editora B. Nele são citados devidamente as diversas fontes consultadas.

Fonte: El Diario (Espanha)
http://www.eldiario.es/el-holocausto-espa%C3%B1ol/hitler-concentracion-deportado-mauthausen-gusen-ravensbruck-franco_6_369273071.html
Título original: Los empresarios de Hitler y el negocio de los campos de concentración
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Corporações e cooperação com os nazistas

Corporações e cooperação com os nazis

Pergunta:

Prezado Sr. / Sra. Estou trabalhando agora em um ensaio de história com o tema "Indústria e organizações alemães (Daimler Benz, Siemens, Deutsche Bank, Krupps, Volkswagen ...) [German Industry and organisations (Daimler Benz, Siemens, Deutsche Bank, Krupps, Volkswagen...)], sua cooperação, seu trabalho e sua influência sobre o partido nazista, ou apenas o contrário. Tenho grande dificuldade em encontrar informações sobre esse assunto. Muito obrigado pelo seu tempo e ajuda.

Harry W. Mazal OBE responde:

Sou uma das pessoas que responde às perguntas enviadas ao nosso projeto. É possível que outros colegas meus também respondam.

Sua pergunta é muito complexa. A maioria das grandes empresas na Alemanha ajudaram os nazistas em sua busca por poder, e muitas colaboraram ainda mais com eles quando os nazistas conseguiram o controle total da Alemanha.

Começando com o grupo Krupp:

Visite as seguintes páginas de nosso site:

http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t134.htm

http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t135.htm

http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t136.htm

http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t137.htm

http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t138.htm

e você vai obter algumas informações relevantes sobre a influência do grupo Krupp na Alemanha nazista.

Daimler-Benz:

Um livro foi publicado descreve o seu papel no regime nazi:

Daimler-Benz in the Third Reich
Neil Gregor
c. 1998, Yale University Press (New Haven and London)
ISBN 0-300-07243-0

O trecho abaixo foi tirado da sobrecapa:
[...] Gregor primeiro traça a história da empresa Daimler-Benz desde a sua formação, em 1926, ao longo dos anos de crise da depressão, e examina como as oportunidades oferecidas pelo rearmamento nazista na década de 1930 a levou a uma rápida expansão e um aumento dos seus lucros. O seu foco principal, no entanto, é na própria guerra. Aqui, ele demonstra que a empresa conseguiu explorar as demandas da economia de guerra ao mesmo tempo em que situava suas operações mais vantajosas para a retomada da atividade comercial em tempos de paz. De fato, um argumento central do livro é de que, apesar dos bombardeios dos Aliados, a Daimler-Benz AG emergiu da guerra em boa forma e com uma estratégia operacional clara, o seu inventário em grande parte intacto e o núcleo de suas linhas de produção voltado para o mercado em tempos de paz.

O livro revela que o interesse próprio e a auto-preservação foram os motivos principais por trás da aquiescência da empresa na exploração brutal do trabalho escravo - de civis, prisioneiros de guerra, de judeus e outras vítimas dos campos de concentração. Gregor argumenta que a capacidade da empresa para proteger seus interesses durante a guerra e gerir a transição para a paz baseava-se no conluio da barbárie racial do regime nazista, e que a empresa intensificou ativamente o interesse sobre o sofrimento das vítimas do Reich.
Volkswagen:

Existem vários livros sobre o papel da Volkswagen no Terceiro Reich. Vou citar alguns trechos breves destes:

Volkswagen Beetle: The Rise from the Ashes of War
Simon Parkinson,
c. 1996, Veloce Publishing PLC (Dorchester)
ISBN 1-874105-47-2
O Volkswagen Beetle (Fusca) surgiu como parte da política econômica do partido nazista conhecida como * Motoriserung *, apesar de sua origem anteceder a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha: o carro era a ideia do versátil designer (desenhista) austríaco Ferdinand Porsche.

[...]

Apoiar e estimular a embrionária Volkswagen veio em seguida, e não de um industrial, mas de um político. Adolf Hitler havia chegado ao poder como chanceler alemão em 30 de janeiro de 1933 ...

[...]

Porsche foi instruído para vir a Berlim em Maio de 1934 pra se reunir com Hitler e discutir o projeto volksauto. Este famoso encontro ocorreu no Hotel Kaiserhof.

[...]

A nova empresa, com a DAF [Deutsche Arbeits Front - uma organização nazista comandada pelo Dr. Robert Ley], apoiou a decisão de construir uma fábrica totalmente nova ... perto da aldeia de Fallersleben ... No Dia da Ascensão (26 de Maio) em 1938, em uma grande cerimônia, a pedra fundamental da nova fábrica foi colocada por Adolf Hitler.

[...]

(Durante a guerra) ... (o) número de trabalhadores estrangeiros de outras nacionalidades aumentou de forma constante. Estes trabalhadores estrangeiros estavam em três categorias, como segue abaixo:

1. *Auslandische Ziviarbeiter*: os trabalhadores estrangeiros que vieram para trabalhar em resposta a investimentos feitos em países ocupados. Mais tarde, muitos desses trabalhadores, que vieram de livre e espontânea vontade, foram obrigados a ficar. ...

2. *Kriegsgefangene*: prisioneiros de guerra, a maioria russos e poloneses.

3. *KZ Haftlinge*: O trabalho forçado de prisioneiros de campos de concentração. Havia um campo satélite de Neuengamme perto à Fallersleben. Alguns presos foram mantidos no barracão do pavilhão No. 1 na fábrica.

Os trabalhadores estrangeiros que chegaram ao KdF Stadt com os seguintes números:

1938: 3000 trabalhadores italianos na construção civil, muitos dos quais depois não foram autorizados a partir.
1940: 1500 deportados poloneses
1941: 850 prisioneiros de guerra russos
1942: 4000 trabalhadores deportados do leste. Os chamados *Ostarbeiter*, que usava um crachá com a letra 'O'.
1943: 1000 militares internos italianos, 1500 trabalhadores forçados franceses ... e 650 mulheres do campo de concentração de Neuengamme que foram mantidas na adega do Pavilhão 1 da fábrica.
1944: 300 belgas, 200 holandeses.

A composição (mistura) de trabalhadores alemães e estrangeiros mudou com a guerra em andamento:

1940: 80% alemães/20% estrangeiros
1941: 60% alemães/40% estrangeiros
1942: 31% alemães/69% estrangeiros
1943 27% alemães/73% estrangeiros
1944 29% alemães/71% estrangeiros
Espero que esta informação ajude a você começar seu projeto de pesquisa. Como você foi capaz de observar a partir da leitura acima, há uma enorme quantidade de informação sobre o assunto disponível em qualquer boa biblioteca.

Atenciosamente,

Retornar à lista de perguntas (FAQ)

Última modificação: 4 de setembro de 1999
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org

Fonte: Holocaust History Project
http://web.archive.org/web/20130428094653/http://holocaust-history.org/questions/corporations.shtml
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Trabalho escravo/forçado no nazismo - bibliografia

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Trabalho escravo/forçado no nazismo - bibliografia

O William perguntou aqui sobre material a respeito de trabalho escravo/forçado empregado pelas empresas alemães no período do nazismo. Há alguns pdfs de livros sobre o tema pela web. Em todo caso, segue abaixo links com a bibliografia sobre o tema, algumas informações e indicações de alguns livros. Não consta (exceto se houver citação nas referências nos links) livros em alemão.

Sobre o conjunto de empresas alemãs que empregaram mão de obra escrava durante o nazismo segue o link com uma lista grande delas (citei lista grande pois não vi o nome de algumas corporações como a Volkswagen na lista):
1. German Companies Participating in the Forced/Slave Labor Compensation Fund
2. German Firms That Used Slave or Forced Labor During the Nazi Era

Aqui abaixo tem uma lista de livros (referências) no verbete em inglês sobre trabalho escravo no nazismo:
Forced labour under German rule during World War II

Bibliografia sobre o assunto do site do USHMM (Museu Memorial do Holocausto):
Forced Labor (Forced Labor and Big Business e outras seções)

Texto interessante de Florian Ruhs sobre o trabalho forçado de eslovenos pelo III Reich:
Foreign Workers in the Second World War. The Ordeal of Slovenians in Germany

Site em inglês sobre o trabalho escravo no nazismo, 1939-1945:
Nazi Forced Labor – Background Information

Christopher R. Browning é historiador de renome sobre Holocausto e nazismo e tem livro só sobre a questão do trabalho escravo no nazismo:
1. Remembering Survival: Inside a Nazi Slave-Labor Camp
2. Nazi Policy, Jewish Workers, German Killers

Aqui tem um PDF de um simpósio sobre o assunto no USHMM com o C. Browning e vários outros historiadores só tratando do assunto, tem a lista de referências (livros) ao fim de cada capítulo, 134 páginas:
Forced and Slave Labor in Nazi-Dominated Europe (Symposium Presentations)

Em português, tradução de texto do Holocaust History Project (site) sobre o tema:
Corporações e cooperação com os nazistas

Artido do Le Monde (em inglês), de Frederic F Clairmont, sobre o trabalho escravo na Volkswagen:
Volkswagen’s history of forced labour

Trabalho escravo no programa espacial alemão da era nazista:
1. Andre Sellier. A History of the Dora Camp: The Untold Story of the Nazi Slave Labor Camp That Secretly Manufactured V-2 Rockets
2. Dora and the V2. Slave labor in the space age

Uso de trabalho escravo pela Shell (holandesa) e pela I.G. Farben (alemã) no nazismo, texto de John Donovan, em seis partes (tem todos os links no texto, essa é a sexta parte):
Royal Dutch Shell and the Nazi Part 6: I.G. Farben, Royal Dutch Shell and Nazi slave labor

Trabalho escravo no nazismo por países, site em inglês (referências do texto no final do mesmo):
Forced Labor by Jews under National Socialism

Um dos cabeças do emprego de mão-de-obra escrava no leste foi este aqui:
Odilo Globocnik, forgotten co-author of the Holocaust (by Joseph Poprzeczny)

Tem uma lista bibliográfica nesse artigo:
Exploiting the enemy: The economic contribution of prisoner of war labour to Nazi Germany during WWII (by Johann Custodis)

A questão da Ford e da GM dos EUA com o trabalho escravo no nazismo:
Ford and GM Scrutinized for Alleged Nazi Collaboration (By Michael Dobbs)

A Ford lucrou com trabalho escravo na Alemanha nazi
Ford 'profited from Nazi slave labour' (BBC)

Banco Suíço (UBS) explorou mão-de-obra escrava do nazismo
Swiss bank exploited Nazi slaves (BBC)

Trabalho escravo na BMW, site:
Munich-Allach: Working for BMW

Lista de firmas alemãs famosas que usaram trabalho escravo, Krupp, Bayer, Volkswagen, Daimler-Chrysler (Daimler-Benz), Opel, Hugo Boss (contém links de textos na matéria):
The Awful Truth, Sal vs BMW

Hugo Boss sobre o uso de trabalho escravo no nazismo:
1. 'Hitler's Tailor' Hugo Boss apologises for using slave labour to make Nazi uniforms
2. Hugo Boss comes clean on Nazi past

Lista de livros:

Livro: The Wages of Destruction: The Making and Breaking of the Nazi Economy (link scribd)
Autor: Adam Tooze

Livro: The Architecture of Oppression: The SS, Forced Labor and the Nazi Monumental Building Economy
Autor: Paul B. Jaskot

Livro: Business of Genocide: The SS, Slave Labor, and the Concentration Camps
Autor: Michael Thad Allen

Livro: Hitler's Slave Lords: The Business of Forced Labour in Occupied Europe
Autor: Michael Thad Allen

Livro: Less Than Slaves: Jewish Forced Labor and the Quest for Compensation
Autor: Benjamin B. Ferencz

Livro: Odilo Globocnik, Hitler's Man in the East
Autor: Joseph Poprzeczny

Livro: Jewish forced labor under the Nazis: economic needs and racial aims, 1938-1944 (link do H-net)
Autor: Wolf Gruner

Livro: Hitler's British Slaves
Autor: Sean Longden

Livro: Architects of Annihilation: Auschwitz and the Logic of Destruction
Autor: Götz Aly, Susanne Heim

Livro: Hitler's Foreign Workers: Enforced Foreign Labor in Germany Under the Third Reich
Autor: Ulrich Herbert

Atualização 1: 12.10.2013

Livro: Nazi Steel: Friedrich Flick and German Expansion in Western Europe, 1940-1944
Autor: Marcus O. Jones

Livro: Creating the Nazi Marketplace: Commerce and Consumption in the Third Reich
Autor: S. Jonathan Wiesen

domingo, 14 de março de 2010

Encontradas valas comuns de vítimas do nazismo na Áustria

Pelo menos duas valas comuns com dezenas de pessoas mortas pelos nazis foram descobertas numa propriedade usada pelo exército austríaco, revelaram hoje fontes governamentais.

Um relatório do exército sugere que alguns dos corpos pertençam a pilotos norte-americanos feitos prisioneiros durante a II Grande Guerra.

O Ministério do Interior planeia agora dialogar com os proprietários do local no sentido de exumarem os corpos, não sendo ainda claro se o terreno é propriedade do exército ou arrendado.

As valas comuns - localizadas sob um campo desportivo do exército na cidade de Graz - contêm cerca de 70 corpos de pessoas mortas pelas SS (tropas de Hitler), talvez para eliminar testemunhas das atrocidades nazis pouco antes da chegada das tropas soviéticas.

As sepulturas foram identificadas através de fotos do tempo da guerra, feitas por pilotos de bombardeiros norte-americanos, mostrando covas abertas e corpos.

As autoridades norte-americanas disponibilizaram as imagens a pedido de historiadores austríacos encarregados pelo ministro da Defesa, Norbert Darabos, há dois anos, de pesquisar documentos sobre crimes de guerra naquele local, já que o mesmo fora usado pelas SS durantes a II Grande Guerra.

Um documento difundido hoje pelo exército austríaco na sua página de Internet revela que 219 pessoas foram massacradas no local nos últimos dias do conflito, com vista a apagar vestígios das atrocidades ali cometidas.

Entre outros aspetos, a investigação pretende "descobrir mais sobre a identidade e o paradeiro de pessoas mortas nos derradeiros dias do conflito".

"A violência sistemática da Gestapo visava sobretudo a resistência, prisioneiros de guerra, pessoas dos campos de concentração ou em trabalhos forçados, mas também foram abatidos pilotos dos EUA", diz o relatório.

No local terão estado centenas de vítimas, que foram deslocadas por um responsável militar que receava vir a ser inculpado pela matança. Porém, não foi possível mover todos os corpos devido à aproximação do exército soviético.

De acordo com o exército austríaco, a investigação identificou dois suspeitos da chacina, que à data terão conseguido voar para a Alemanha e que ainda podem estar vivos.

Fonte: Agência Lusa(Portugal, 12.03.2010)
Créditos também ao Holocaust Controversies(blog) por ter indicado a matéria aqui(em inglês):
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/03/mass-grave-in-braz.html

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Da destruição através do trabalho à destruição do trabalho

Este frase vem de Browning, p.87, e descreve uma transição que pode ser envolvido em dois extracts. O primeiro vem de Oswald Pohl e descreve a política de trabalho que existiu até abril de 1942 no Governo Geral:
O comandante do campo sozinho é responsável pelo emprego dos trabalhadores. Este tipo de trabalho deve ser exaustivo no sentido exato da palavra, a fim de obter o máximo de rendimento. [...] O tempo de trabalho é obrigatório e sem limites. [...] Se a demora avançar apenas o intento de comida na hora do almoço serão vetados. [IMT: The process, volume XXXVIII, página 366/Doku. 129-R].
O segundo vem do diário de Hans Frank, datado de 9 de dezembro de 1942, e descreve o dilema que Frank encarou depois que Himmler tinha intervido para exterminar seus trabalhadores judeus essenciais:
Em nosso tempo de experimento com judeus não tínhamos tido nenhuma fonte insignificante força de trabalho tomada de nós. Está claro que o processo de trabalho mobilizado está rendendo mais dificuldades quando no meio deste programa de trabalho em tempos de guerra a ordem seja de que todos os judeus devam ser conduzidos à sua destruição [citação, Browning, p.79].

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/05/from-destruction-through-labour-to.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais: Europa dominada

terça-feira, 22 de abril de 2008

Técnicas dos Negadores do Holocausto - O significado de Tratamento Especial (Parte 1)

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
Parte 1 de 3

Autores: Jamie McCarthy y Ken McVay

Em março de 1994, Dan Gannon respondeu [1] a uma série de dez perguntas que haviam sido enviadas a Usenet durante um período de quase dois anos.

Em sua resposta a diversas perguntas sobre a descrição do Zyklon-B como material empregado para o "reassentamento" e "tratamento especial" dos judeus, e sobre o significado dos termos "tratamento especial" e "ação especial", o Sr. Gannon invocou os ridículos argumentos da negação do Holocausto.

Respondemos perguntando ao Sr. Gannon se queria dizer que as palavras "tratamento especial", "reassentamento", etc. nunca foram usadas para camuflar as intenciones nazistas de levar a cabo o extermínio em massa. Solicitamos que examinasse as provas que apresentamos aqui, e que as refutasse ponto por ponto.

Cremos que está claro que o Sr. Gannon fez esta afirmação, como evidência na frase seguinte:
"Tratamento especial" ("Sonderbehandlung") não era uma "palavra chave" e não queria dizer especificamente "assassinato". Se referia a um grande número de coisas... [2]
O Sr. Gannon citou então dois ou três exemplos de vários negadores do Holocausto, que têm catalogado obscuras definições de palavras chave, queriam dizer coisas muito diferentes de seus significados habituais.
Com esta tática, cremos que o Sr. Gannon tratou de confundir sua audiência, em lugar de enfrentar o assunto. Os casos especiais são irrelevantes, e não tem nenhum impacto no significado principal destas palavras chave, que documentaremos aqui.
Foi pedido ao Sr. Gannon que apresentasse casos que empregaram "tratamento especial" e outros eufemismos com referência ao trabalho de extermínio nazista.
Estes casos foram enumerados assim:
  1. "Tratamento especial se referia aos assassinatos, todo mundo sabia", disse Eichmann.
  2. Para salvar vidas, Kaltenbrunner pede que "o tratamento especial se limite ao mínimo".
  3. Tratamento especial é "eliminação", escreveu Heydrich.
  4. Um relatório do Escritório Principal de Segurança do Reich explica "tratamento especial" com a anotação "execução".
  5. O tratamento especial deveria realizar-se com enforcamento, disse Himmler.
  6. Um relatório da frente Leste iguala tratamento especial a "liquidação".
  7. "Não significa nada que não seja assassinar", disse o ex-general de divisão das SS Mazuw.
  8. "Todo mundo sabia o que significava", disse o ex-tenente das SS Hamann.
  9. Em uma carta a Korherr, Himmler pede que não se use o termo "tratamento especial" uma vez que o significado é demasiado conhecido.
  10. Um capitão das SS pede mais furgões de gaseamento para que os judeus sejam "tratados de uma maneira especial".
  11. Um relatório da Gestapo pede que as pessoas "objeto de tratamento especial" sejam incineradas.
Aqui falaremos especificamente da palavra-chave Sonderbehandlung, que significa literalmente "tratamento especial" ou "manejo especial". É provavelmente a mais freqüente. Outras palavras-chave:

Umsiedlung, literalmente "reassentamento"
Sonderaktion, literalmente "ação especial" Evakuierung, literalmente "evacuação" e, supostamente,
die Endlösung der Judenfrage, literalmente "solução final do
problema judaico".
Em sua resposta, o Sr. Gannon oferecia os comentários de Kaltenbrunner sobre a obtenção de diplomas de francês como significado do "tratamento especial" assinado aos judeus da Europa - a mente dele ficou louca com este giro lógico.
Espera que os leitores traguem a afirmação de Faurisson segundo a qual o "tratamento especial" dos nazistas era para manter com vida os judeus. Isto é, obviamente, o contrário da realidade. Os nazistas usaram os judeus e outras pessoas como trabalhadores escravos, fazendo-lhes trabalhar literalmente até a morte:
A fome era um hóspede permanente em Auschwitz. A dieta que se proporcionava aos internos destinados ao trabalho forçado, que incluía a famosa "sopa Buna" - uma ajuda nutricional de que não dispunham outros prisioneiros - provocava uma perda de peso média em cada indivíduo entre dois e três quilos por semana.

Ao passar um mês, as mudanças do aspecto dos prisioneiros eram muito visíveis; passados dois meses, era impossível reconhecer os internos, convertidos em umas caricaturas de seres humanos formadas por pele e ossos, quase sem carne; depois de três meses, o haviam morto, ou eram tão incapazes de trabalhar que eram enviados às câmaras de gás de Birkenau. Dois médicos que estudaram os efeitos da dieta dos internos assinalaram que "o prisioneiro alimentado normalmente com Buna poderia completar as carências com seu próprio corpo durante uns três meses..."

Se condenavam os prisioneiros a consumir seu corpo trabalhando e, se não se não apresentassem alguma infecção ou enfermidade, morreria de exaustão. [3]
É esta a idéia que tem o Sr. Gannon de um comportamento que pretendia "manter com vida os judeus"? As fontes de Gannon para este texto sem sentido foi o ensaio de Robert Faurisson "Resposta a um Historiador de Papel" e o livro de Carlos Porter Not Guilty at Nuremberg (Inocentes em Nuremberg)- citam a mesma seção da transcrição do Julgamento de Nuremberg em que aparece a declaração de Kaltenbrunner. A única outra "prova" que Gannon cita indiretamente é que Faurisson disse que Sonderbehandlung às vezes queria dizer "transporte", mas Faurisson no aponta nenhuma prova - só uma nota de rodapé de um outro

terça-feira, 8 de abril de 2008

Trabalhadores forçados serviram à Igreja durante nazismo

Economia do regime nazista sobrevivia graças a 13 milhões de trabalhadores forçados

Igreja divulga relato sobre trabalhadores forçados em instituições católicas durante o nazismo. Documentação contribui para esclarecer o alcance da conivência católica com o Terceiro Reich.

Somente 45 após o fim da Segunda Guerra Mundial é que a sociedade alemã começou a pensar no destino dos trabalhadores forçados do Terceiro Reich. Depois disso, ainda passariam alguns anos até as Igrejas entrarem na discussão e abordarem um tema que até então era tabu: a presença do trabalho forçado em instituições religiosas durante o regime nazista.

Nesta terça-feira (08/04), o cardeal Karl Lehmann apresentou em Mainz um documento sobre a conivência da Igreja Católica. Como presidente da Confederação dos Bispos Alemães, uma função exercida até fevereiro último, Lehman apoiou a condução da pesquisa sobre esse capítulo negro da história recente da Igreja católica.

Através da busca de sobreviventes e da oferta de indenização, os representantes da Igreja afirmam pretender elucidar o sistema que permitiu a exploração de trabalhadores forçados por parte de instituições católicas, como hospitais e mosteiros.

Longo período de cegueira

Cardeal Lehmann apresenta estudo sobre trabalho forçado em instituições ligadas à Igreja Católica

O cardeal Lehmann lamentou durante a apresentação do documento que a Igreja não tenha se voltado para a discussão do assunto anteriormente. "Não se deve esquecer que a Igreja católica se manteve por muito tempo cega frente aos destinos e ao sofrimento de trabalhadores forçados oriundos de toda a Europa, trazidos para a Alemanha, entre estes homens, mulheres, jovens e crianças", observou Lehmann.

O documento intitulado Trabalho Forçado e a Igreja Católica entre 1939 e 1945 expõe como aproximadamente seis mil pessoas (civis), em sua maioria vindos da Polônia, Ucrânia e da ex-União Soviética, bem como prisioneiros de guerra, foram obrigados a trabalhar em cerca de 800 instituições ligadas à Igreja.

Regime de escravidão

Através da pesquisa, foram localizados em torno de 800 sobreviventes, que receberam uma indenização (simbólica) de 2.500 euros. Enquanto estima-se que o número de trabalhadores forçados durante o regime nazista tenha girado em torno de 13 milhões de pessoas, vivendo em regime de escravidão, a Igreja acredita, a partir do atual documento, ter empregado seis mil trabalhadores forçados em hospitais, seminários e conventos.

Essas instituições não apenas obrigaram os trabalhadores estrangeiros às atividades em suas instalações, como também recrutaram pessoas visando forçá-las ao trabalho.

Patriotismo e medo

Entre os motivos que levaram à conivência da Igreja neste contexto estão "motivos patrióticos, bem como o medo da violência da polícia e da SS. Essa situação levou a ambivalências, tensões e ajustamentos, em alguns casos também a erros fatais", diz Karl-Joseph Hummel, editor do estudo sobre o trabalho forçado nas instituições católicas.

As revelações, acredita o cardeal Lehmann, não levam somente a uma melhor compreensão do passado, "mas contribuem também para uma lembrança histórica mais precisa, sem a qual não há reconciliação possível".

Hajo Goertz (sv)

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 08.04.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3253662,00.html

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Mattogno e Graf(“revisionistas” do Holocausto): Lógica reversa


(Carlo)Mattogno e (Jürgen)Graf têm problemas. Eles decidiram que irão simplesmente ignorar as vastas quantidades de dados de transportes (ver Sanning), que vai distorcer com eles. No entanto, quem estuda estes dados eventualmente encontra comboios para os campos do leste da Reinhard (Aktion Reinhard)(por exemplo, Bialystok, Minsk, Lida, Vilnius e Lwow). Para qualquer pessoa lógica, este fato, por si só já contradiz a "tese do reassentamento". Como Mattogno e Graf mentem à sua maneira em torno deste fato evidente?

A primeira abordagem de Mattogno/Graf(M/G) à esta questão é um flagrante non-sequitur. A "Evidência A" é citada em sustentação incondicional da "Hipótese B". Isso é o equivalente a alguém apontando para um barril de maçãs como prova de que deve haver laranjeiras na área. Isso é mais aparente na Seção 6 do Capítulo VIII, do seu “livro” Treblinka, que começa com a afirmação:

As deportações de judeus para o leste, por isso, tiveram lugar em duas fases: os judeus foram primeiro temporariamente assentados ou apresentados em campos de trânsito e, em seguida, deportados mais a leste. Em virtude da escassez de documentação existente, não é possível determinar com certeza o destino final desta deportação, mas existem vários elementos de prova, que tornam possível tirar conclusões plausíveis.
Na ausência de um "destino final", M/G inferem uma discussão por uma pequena parte de judeus holandeses que foram selecionados para o trabalho na rampa de Sobibor. Todavia, por definição, essas seleções trabalho não eram 'reassentamentos'. Os judeus citados por M/G nunca colocaram o pé dentro da URSS. Além disso, o trabalho nos campos citados em seu depoimento foram a oeste de Sobibor, assim os comboios estavam indo na direção errada, a fim de constituir deportações "para o leste".A própria fonte de M/G , uma declaração de Danneker de Junho de 1942, indica claramente que o "leste" foi entendido pelos nazistas para significar a URSS:

Por motivos militares, a expulsão dos judeus da Alemanha para a zona de deportação oriental, já não pode ter lugar durante o verão.

Estamos, assim, tendo um caso de "lógica reversa” por M/G entre leste e oeste, que foram deliberadamente mudados: a lógica geográfica e a falácia. Além disso, o número de trabalhadores para seleções nos transportes nos casos citados por M/G era inferior a 5%. Por exemplo, Cato Polak foi uma das 42 pessoas selecionadas a partir de um transporte de 1105 judeus.

A segunda distorção de M/G é falsear uma autoridade histórica e fragmentar um verdadeiro historiador da deportação dados sem dar o seu contexto. Por exemplo, no caso dos judeus eslovacos, M/G afirmam que:

Em um artigo publicado em 1992, o historiador polaco Janina Kielbon estabeleceu um estreito quadro completo da expulsão dos judeus no distrito de Lublin entre 1939 e 1942. [703] Nós reproduzimos os dados de 1942 em forma de quadro.


M/G dão os destinos como Trawniki, Izbica, 'Lublin' [Majdanek?], Lubartów, etc. O que eles deixam de mencionar é que os dados de Kielbon que estes foram apenas locais temporários em que os judeus sofreram seleção para o trabalho e aos inaptos para o trabalho foram realizadas em diferentes períodos nos ghettos aguardando transporte para campos de morte, como mostrado aqui. Veja também os casos individuais a partir do Majdanek State Museum mostrado aqui. A técnica de M/G aqui é portanto uma falácia instantânea. É usado um determinado momento de uma deportação, ou um elo de uma cadeia de transportes, e isso é usado para ofuscar o histórico completo da deportação de origem para a sua localização final.

Em terceiro lugar, e a mais grave de todas as mentiras cometidas por M/G está em distorcer o destino final das pessoas que foram selecionadas para o trabalho:

É característico que quase todos os judeus holandeses, que foram transferidos de Sobibór para outro campo, regressaram por algum meio de Auschwitz-Birkenau; em vez de serem liquidados como portadores de um conhecimento ultra-secreto, sobreviveram até a este 'campo de extermínio’.

Isto pode ser demonstrado como falso, analisando uma das próprias fontes de M/G: Estudo de Sobibor de Jules Schelvis. Mattogno escreve:

Dorohucza, a 5 km de Trawniki, era um campo de trabalho onde turfa era cortada. Segundo Schelvis, pelo menos 700 judeus holandês foram transferidos de lá diretamente após a chegada em Sobibór, mas segundo ele apenas dois deles supostamente sobreviveram à guerra.[765] Existe o conhecimento de 171 dessas pessoas - 147 homens e 24 mulheres - uma vez que enviaram postais de casa em Dorohucza.

M/G estão falando hipocrisias sobre Schelvis. Eles aceitam a sua estimativa do número de judeus no campo, que veio do Judenrat em Amsterdã, mas rejeitam as suas conclusões sobre o número de sobreviventes. Essa hipocrisia e metodologia quote-mining são típicas de M/G.

A estimativa de Schelvis de 700 holandeses judeus em Dorohucza é confirmada aqui:

De Dorohucza um total de 171 mensagens escritas (postais), foram recebidos no Judenrat em Amsterdã. Os remetentes destes 160 cartões puderam ser identificados juntamente com as datas da sua deportação. Estavam em 8 diferentes transportes. Com estes 8 transportes, além da primeira deportação de 10 - 13 Março 1943, que não teve sobreviventes, o número de judeus holandeses que trabalharam em Dorohucza, pode ser calculado como, pelo menos (9 x 80 + 1 =) 721.

O destino desses judeus é claro pelo mesmo link:

Foram mais de 34000 judeus holandeses deportados de Westerbork para Sobibor, estima-se que 1000 foram enviados para campos de trabalho forçado nas áreas de Lublin e Trawniki. Um desses campos era para cavar turfa, campo de Dorohucza. Dezesseis destes judeus holandeses sobreviveram à guerra, 13 mulheres e 3 homens.
[...]

Durante a noite de 3 de Novembro de 1943 quase todos os judeus em campos de trabalho no distrito Lublin (40 – 50.000) foram fuzilados. Esse massacre foi conduzido pelo nome código Aktion Erntefest (Operação Harvest Festival). Nesta operação, os trabalhadores judeus escravos em Dorohucza e Trawniki foram assassinados. Ele também significou o fim dos campos de trabalho. No livro digital "In Memoriam Lezecher” estão os nomes de 144 holandeses judeus que foram assassinados durante Aktion Erntefest em Dorohucza, por razões administrativas foi dado 30 Novembro 1943 como a data de sua morte.Ver o testemunho de Robert Jührs.

Esta evidência é por si só suficiente para confirmar as conclusões de Schelvis sobre o número de sobreviventes. Estou grato ao meu amigo Earldor pelo fornecimento deste excerto (Schelvis, "Sobibor", p.191):

Dos aproximadamente 700 homens holandeses que, à chegada, foram imediatamente transferidos para o campo de trabalho de Dorohucza para cavar turfa, apenas dois sobreviveram à guerra. Do restante do distrito Lublin, apenas treze mulheres e um homem foram liberados - embora não em Dorohucza ou Lublin - após passar algum tempo em vários outros campos, incansavelmente rasgados entre a miséria, a morte e a esperança.

Finalmente, M/G criaram um falso dilema, e um argumento falacioso de incredulidade, relativo ao Judeus na Galícia:

Se, como a historiografia oficial tem com ela, a criação desses distritos residenciais judaicos visando concentrar os judeus, a fim de ser capaz de liquidá-los com mais facilidade, então porque é que o campo de Belzec, supostamente fundado em Dezembro de 1942, com o objetivo de apenas acabar com esta liquidação, a 'atividade de extermínio", embora ainda tinham 161.514 judeus que viviam no distrito da Galícia em 31 de dezembro de 1942?

A resposta óbvia a este argumento de incredulidade é que os judeus morreram por outros meios, como sendo gaseados em Sobibor:

Após Belzec ter sido fechado em Dezembro de 1942, estima-se que mais de 25.000 judeus de Lwow (campo de Janowska) e do ghetto de Stryj foram enviados para Sobibór e assassinados.

Concluindo, portanto, embora Mattogno e Graf apresentaram documentação diferente dos seus colegas negadores, a abordagem para a documentação não é menos falaciosa e desonesta.


Fonte: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2007/12/mattogno-and-graf-reverse-logic.html

Tradução: Leo Gott

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 39

39. Que importa se morreram seis milhões de judeus ou 300.000 durante este terrível período?

O IHR diz (edição original):

Uma diferença de 5,700.000. Mais ainda - e indo contra o que diz a propaganda sobre o "Holocausto" - não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada.

Nizkor responde:

Como se mencionou antes, morreram uns seis milhões. Dizê-lo mais vezes não lhes trará a vida.

O IHR afirma aqui claramente que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada". Tem separado claramente a questão das câmaras de gás nazis da questão dos planos nazis para exterminar os judeus europeus custe o que custasse.

Talvez Greg Raven, o diretor do IHR, queria explicar as citações que vieram na continuação. Quando lhe foi pedido que o faça, sempre tenta mudar o tema e falar das câmaras de gás. Mas se verdadeiramente crê que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada", então deveria ser capaz de responder isto sem se referir as câmaras de gás:

Diário de Hans Frank (de "Nazi Conspiracy and Aggression", 1946, Vol. I, pp. 992, 994):

Mas, o que se deve fazer com os judeus? Creem que lhes reassentarão no 'Ostland' [os territórios do Leste] em grupos [de reassentamento]? Isto é o que nos dizem em Berlim: por que tantas moléstias? Não podemos ficar com eles nem no 'Ostland' nem no 'Reichkommissariat.' Assim que os liquedemos.

Cavalheiros, devo lhes pedir que abandonem todo sentimento de piedade. Devemos aniquilar os judeus, onde quer que os encontremos e onde quer que seja possível para poder manter a estrutura do Reich como um todo...

Não podemos disparar ou envenenar estes 3,500.000 de judeus, mas seja como for teremos que tomar medidas que levem, de uma maneira ou outra, a sua aniquilação...

Sentenciar 1,200.000 de judeus a morrer de fome deveria se assinalar só marginalmente.


Discurso de Himmler em Posen em 4 de outubro de 1943, gravado em fita ("Trial of the Major War Criminals", 1948, Vol. XXIX, p. 145):

Falarei agora da evacuação dos judeus, o extermínio do povo judeu. É uma dessas coisas que se diz facilmente: "se está exterminando os judeus", dizem todos os membros do Partido, "muito correto, é parte dos nossos planos, a eliminação dos judeus, extermínios, nós o estamos fazendo".


Goebbels (de Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, pp. 86, 147-148):

14 de fevereido de 1942: O Führer voltou a expressar sua determinação de eliminar sem piedade os judeus da Europa. Deve desaparecer todo sentimentalismo melindroso. Os judeus é quem têm provocado a catástrofe que lhes aproxima. Sua destruição seguirá junta à destruição de nossos inimigos. Devemos acelerar este processo sem piedade.

27 de março de 1942: O procedimento é bem mais bárbaro, e não o detalharei aqui. Não restará muito dos judeus. Em cifras gerais, pode-se dizer que algo em torno de sessenta por cento deles será liquidado, enquanto que só os quarenta(por cento)se salvará para ser utilizado como mão-de-obra.


Talvez o embaraçoso de se enfrentar em citações como estas, sem poder desviar o assunto para a questão das câmaras de gás, é a razão pela qual o IHR eliminou em sua edição revisada a frase "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Memorial lembrará trabalhadores forçados

Local documentará a vida de prisioneiros de guerra da Alemanha

Berlim vai inaugurar o primeiro monumento em homenagem às milhares de vítimas de trabalhos forçados durante o regime nazista.

A prefeitura de Berlim comprou a área que abrigou um antigo campo nazista de trabalhos forçados e pretende abrir um memorial no local, no verão de 2006. O deputado berlinense Thomas Flierl disse que esse será o primeiro memorial na Alemanha a documentar a vida dos trabalhadores forçados durante o regime nazista.

"O memorial será muito importante para completar a atual relação de locais relacionados às atrocidades nazistas na capital alemã", afirmou Flierl. A cidade-Estado divulgou ter pago 1,4 milhão de euros pelo espaço, onde foram postos para trabalhar mais de 2 mil estrangeiros oriundos de países ocupados pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

O memorial, que ficará no bairro berlinense de Schöneweide, na parte oriental da cidade, será administrado pela Fundação Topografia do Terror, que também coordena um centro de documentação nos antigos prédios da Gestapo, a polícia secreta nazista.

Traços históricos

O campo foi aberto em 1943 sob a supervisão do ministro nazista do Armamento, Albert Speer. O complexo estava estreitamente ligado à região industrial de Oberschöneweide e Niederschöneweide.

"Agora, os traços históricos podem ser preservados e decifrados em Schöneweide", afirma Flierl. Segundo ele, o memorial criará um espaço para obter informações sobre os crimes da era nazista e será, ao mesmo tempo, um espaço para a acerto de contas com o passado.

"O memorial também manterá um diálogo próximo com lugares semelhantes em países da Europa Central e Oriental", comenta Flierl. O campo de 3,3 hectares ainda mantém intactos barracões e locais de trabalho feitos de pedra, muitos dos quais estavam ameaçados de destruição.

Milhares de vítimas

Empresas alemãs e o governo nazista mantiveram um programa de trabalhos forçados durante a Segunda Guerra Mundial. Eles obrigaram milhares de pessoas a trabalhar na construção de estradas de ferro e de bases aéreas, bem como forçaram prisioneiros de guerra a prestar serviços em fábricas, campos de concentração e na produção de armamentos.

O programa foi criado para preencher o espaço deixado pelos alemães que foram convocados para lutar na guerra. Em 2000, o governo e a indústria da Alemanha criaram um fundo de indenização de 5,1 bilhões de euros depois de negociações com grupos de vítimas e governos dos Estados Unidos, de Israel e de vários países do Leste Europeu.

(as)

Fonte: Deutsche Welle, Alemanha, 12.07.2005
Memorial lembrará trabalhadores forçados
http://www.dw-world.com/dw/article/0,2144,1647353,00.html
Revisitar o Holocausto(coleta de textos jornalísticos publicados sobre o Holocausto)

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