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terça-feira, 2 de julho de 2013

Até onde foi Hollywood para ajudar os nazis?

PÚBLICO. 01/07/2013 - 16:46

A Oeste Nada de Novo (Nada de Novo no Front),
o filme com que tudo começou DR
Novo livro defende que nos anos 1930 os grandes estúdios “colaboraram” com o regime de Hitler, o ditador que não gostava de Chaplin mas que sabia que o cinema era uma arma poderosa.

Ben Urwand passou uma década mergulhado em arquivos alemães e americanos para contar um “episódio escondido da história de Hollywood”, diz ao semanário britânico The Observer – o da relação dos patrões dos grandes estúdios de cinema com o regime nazi nos anos 1930. O resultado da sua pesquisa será publicado em Outubro pela Harvard University Press, com o título The Collaboration: Hollywood’s Pact with Hitler, e promete instalar a polémica.

O envolvimento da indústria com os estúdios já era conhecido, mas agora o investigador garante que o material reunido lhe permite concluir que a “colaboração” – termo usado dos dois lados para descrever a natureza da sua ligação – entre Hitler e a indústria norte-americana de cinema envolvia autocensura nos filmes já produzidos e o abandono de projectos que poderiam conter críticas aos nazis.

Segundo Urwand, a relação era tão emaranhada que a MGM, o maior dos estúdios da época, chegou a investir no rearmamento alemão para assim contornar restrições à circulação de capitais (havia uma lei alemã que impedia a saída de dinheiro estrangeiro do país). “Não se pode ir mais longe do que ter o maior dos estúdios da América a financiar armamento um mês depois da Noite de Cristal [9 de Novembro de 1938, data em que várias lojas, sinagogas e outros lugares ligados aos judeus na Alemanha e na Áustria foram destruídos por ordem do regime]”, diz o historiador. A Paramount, por seu lado, aplicava parte dos lucros que fazia com o mercado germânico em pequenos documentários noticiosos que muitas vezes enalteciam os nazis.

Thomas P. Doherty, autor de Hollywood and Hitler, 1933-1939, outra obra lançada recentemente, lembra, no entanto, que há documentos que mostram que a atitude da MGM respeitava indicações do próprio Departamento do Comércio dos Estados Unidos. E o também historiador Steven Ross sublinha que os mesmos patrões colaboracionistas financiavam o combate à espionagem nazi em Hollywood.

“Nos anos 1930, os estúdios não colaboravam só recusando-se a fazer filmes que atacassem os nazis – também não defendiam os judeus nem tocavam no tema da perseguição alemã aos judeus”, diz o académico da Universidade de Harvard ao Observer. Na relação entre o Reich e Hollywood era bem claro que a última palavra pertencia sempre aos alemães, defende Urwand, com base em documentação até aqui inédita. A indústria, acrescenta ao diário americano The New York Times, colaborava “com Adolf Hitler, a pessoa, o ser humano”.

O mais paradoxal, sublinha o investigador, é que a maioria dos grandes estúdios estava na mão de imigrantes judeus, muitos chegados aos Estados Unidos para fugir aos nazis. Para o jovem Urwand, de 35 anos, tudo se resumia a uma questão de dinheiro: “Eles sentiam que Hitler poderia vir a ganhar a guerra e, por isso, queriam trabalhar com os nazis para preservarem os seus negócios.”

O começo de tudo

O receio de que o mercado alemão virasse as costas a Hollywood começou em Dezembro de 1930, quando o Partido Nazi protestou contra a exibição de A Oeste Nada de Novo (All Quiet on the Western Front, no original), filme de Lewis Milestone baseado no romance homónimo de Erich Maria Remarque, em que o autor escreve sobre o cansaço físico e mental dos soldados alemães durante a Primeira Grande Guerra (Óscar para Melhor Realizador e Melhor Produção, pela primeira vez na história da Academia). Encorajados por Joseph Goebbels, homem de confiança de Hitler que viria a ser ministro da Propaganda do Reich, membros do partido soltaram ratos e lançaram bombas de mau cheiro nas salas berlinenses onde o filme de Milestone estava a ser exibido.

Com medo de perder novas oportunidades de negócio, os patrões dos estúdios começaram a aceder aos pedidos do Governo alemão, explica-se na sinopse do livro The Collaboration disponível na Internet. E quando Hitler – que sabia reconhecer como poucos políticos do seu tempo o impacto que o cinema podia ter na opinião pública – chegou ao poder, os patrões da indústria cinematográfica passaram a lidar directamente com os seus representantes. O diálogo – mantido muitas vezes em reuniões entre executivos dos estúdios e o cônsul alemão em Hollywood, Georg Gyssling – podia acontecer ao mais alto nível, tendo chegado a envolver o próprio Goebbels e Louis B. Mayer, o lendário produtor a quem se atribui a criação do star system nos anos dourados da MGM.

“Não quis que o que eu escrevi sobre os judeus fosse generalizado, mas há certos judeus no negócio do cinema que decidiram trabalhar com líderes nazis”, continua o académico, lembrando que três dos maiores estúdios – a MGM, a Paramount e a 20th-Century Fox – só saíram da Alemanha em meados da década de 1940.

Urwand descobriu uma carta datada de Janeiro de1938, e assinada “heil Hitler”, em que a delegação alemã da 20th-Century Fox se manifesta interessada nas opiniões do führer sobre os filmes americanos. Explica ainda o investigador que Hitler gostava de produções que girassem à volta de líderes fortes, como Lanceiros da Índia ou Revolta na Bounty, e detestava Chaplin e o seu O Grande Ditador, como seria de esperar.

Deborah Lipstadt, historiadora do Holocausto da Universidade de Emory, está ansiosa por ler o livro do jovem Urwand e diz que ele pode ter em mãos um verdadeiro blockbuster. Em declarações ao New York Times a académica elogia-lhe a “audacidade da história” que tem para contar.

Ben Urwand, nascido na Austrália e com antepassados judeus (os seus avós maternos fugiram da Hungria e passaram os anos da guerra escondidos), começou o projecto que agora vai dar um livro em 2004, quando deu com uma entrevista em que o argumentista Budd Schulberg se referia vagamente a reuniões entre o produtor Louis B. Mayer e o cônsul alemão em Los Angeles para discutir cortes nos filmes.

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/cultura/noticia/ate-onde-foi-hollywood-para-ajudar-os-nazis-1598898

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Tom Cruise diz que odeia Hitler e que sempre quis matá-lo

Seul, 18 jan (EFE).- O ator americano Tom Cruise confessou hoje em Seul que está muito satisfeito com seu papel no filme "Operação Valquíria", dado o ódio que sente por Adolf Hitler.

"Sempre quis matar Hitler", afirmou o intérprete, de 47 anos, em uma entrevista coletiva por ocasião do longa, no qual interpreta um coronel alemão que planeja o assassinato do ditador nazista.

"Quando era pequeno, me perguntava por que ninguém tinha decidido matá-lo", afirmou Cruise, que foi recebido por uma multidão em Seul, segundo a agência sul-coreana "Yonhap".

Na entrevista, o ator disse que a história de "Operação Valquíria" o fascina e que chegou a admirar o personagem que interpreta.

"Embora se passe durante a Segunda Guerra Mundial, a história não tem idade. Foi uma experiência maravilhosa que não esquecerei", declarou o marido de Katie Holmes durante a apresentação de seu filme na Coreia do Sul.

Fonte: EFE/Yahoo! Brasil
http://br.noticias.yahoo.com/s/18012009/40/entretenimento-tom-cruise-diz-odeia-hitler.html

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Para americano, Hollywood descarta valores

Pesquisa

A maioria dos americanos acha que a indústria do entretenimento não compartilha de seus valores. É o que aponta pesquisa encomendada pela Liga Anti-Difamação, grupo dos Estados Unidos de combate ao anti-semitismo. A sondagem, intitulada "Atitudes americanas na religião, valores morais e Hollywood", foi realizada pelo grupo Marttila Communications, que ouviu 1.000 adultos em todo o país.

Dos ouvidos, 61% disseram que os valores religiosos americanos estão "sob ataque", e 59% afirmaram crer que as pessoas à frente dos estúdios e das redes de TV americanas não possuem os valores morais e religiosos do resto do país. Mais: 43% acreditam que o cinema e a mídia americana orquestrem juntos uma campanha para "enfraquecer a influência da religião sobre a nação". Além disso, cerca de 40% apóiam a posição de banir "idéias perigosas" das bibliotecas escolares e outros quase 40% vêem com bons olhos a censura aos livros.

Quase metade da população (49%) acha que os EUA estão se tornando "tolerantes demais a diferentes idéias e estilos de vida". Mas um número muito próximo, 47%, discorda dessa tese. Também em contraponto à maioria que enxerga a mídia como uma ameaça aos valores americanos, 36% dos entrevistados não crêem num ataque maciço sobre os valores.

Com relação ao anti-semitismo, a sondagem detectou uma mudança positiva. Nesta edição da pesquisa, 63% discordaram da idéia de que a indústria do cinema e da TV seja concentrada nas mãos dos judeus, contra 22% que vêem as coisas desse modo. Na primeira vez que a Liga Anti-Difamação realizou o levantamento, em 1964, quase metade dos ouvidos ficou com a primeira opção.

Fonte: Veja(Brasil, 17 de novembro de 2008)
http://veja.abril.com.br/noticia/variedade/americanos-hollywood-nao-compartilha-seus-valores-402267.shtml

sábado, 26 de julho de 2008

São os "Revisionistas" negadores do Holocausto? parte 2

Parte 2 de 3
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Intentos de se criar confusão: Desvio ante outros temas


Em um panfleto entitulado "O que é a Negação do Holocausto?", os negadores do Holocausto dizem que não o são. Como costumam fazer, apresentam perguntas sobre a "controvérsia" e depois tratam de criar confusão dando respostas que não são respostas:


Com freqüência se costuma passar ao alto desta controvérsia a pergunta crucial: O que é que constitue a "negação do Holocausto"? [...] Se é um "negador do Holocausto" sem se dizer que os nazis não usaram gordura de judeus para fazer sabão? [...] Se é um "negador do Holocausto" se não se aceita a "conferência de Wannsee" de janeiro de 1942...


Como temos visto, não há necessidade de recorrer a estas confusões. É fácil encontrar definições com as quais podem estar de acordo tanto os "revisionistas" como seus oponentes - por exemplo, as anteriores - e é fácil ver que os "revisionistas" negam todas e cada um dos pontos destas definições.

Intentos de se criar confusão: A negação é o mesmo que a revisão

Outro argumento que se costuma apresentar contra o termo "negador" é que os "revisionistas" simplesmente estão tratando de revisar o significado do termo "Holocausto".

Mas temos visto que suas própias definições do termo são completamente negadas. É como se quisessem defender que 2+2 são 3.

Não estão tratando de negar que 2+2 são 4 - isso é o que dizem - senão que simplesmente querem revisar a Aritmética para que a palavra "suma" se refira a partir de agora à nova operação que eles definam.

Deixar em evidência este jogo de palavras é tão simples como olhar o significado dos termos "negar" e "revisar" no dicionário. Qual é o que melhor se ajusta?

Greg Raven tratou de usar este argumento no passado. Ao que parece, Ernst Zündel também. Zündel disse que rechaça "o Holocausto tal e qual é apresentado pelo Lobby de Promoção do Holocausto", talvez dizendo implicitamente que "o Holocausto" simplesmente não é como o apresenta "o Lobby de Promoção do Holocausto".

O problema com este argumento é que o "Lobby de Promoção do Holocausto" parece estar formado por qualquer um que não esteja de acordo com Ernst Zündel: as pessoas que estiveram em campos, investigadores, periodistas, judeus, maçons, comunistas, anarquistas, Hollywood, os Illuminati bávaros, os Bilderbergers, e por último, mas não por isto menos importante, os historiadores.

Uma frase equivalente seria dizer "rechaço que dois mais dois são quatro, tal e qual é apresentado este fato pelo Lobby de Promoção da Aritmética". Dado que esta forma de apresentar o fato é aceita por todo mundo - seja um estudioso, um aficcionado, o qualquer observador - de novo, isto não é mais que um jogo de palavras.

Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/features/revision-or-denial/rebuttals-01-sp.html#misdirection
Tradução: Roberto Lucena

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