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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Demjanyuk e os Negadores do Holocausto (Parte 1)

(Última revisão: 29/01/2010)
Demjanyuk se tornou um ícone dos “revisionistas” por uma razão muito boa. A fracassada tentativa de Israel deu uma chance aos negadores de mais uma vez discutir ‘que os depoimentos das testemunhas do Holocausto não são confiáveis, que as provas foram forjadas, que os caçadores de nazistas caçam pessoas inocentes e etc.’.
Eu não vou defender o primeiro julgamento israelense de Demjanyuk. Rejeito o argumento de que a sentença de morte de Demjanyuk foi revogada, a justiça foi feita. Isso aconteceu por acaso - a URSS caiu e novas evidências apareceram. Nunca houve qualquer prova documental apresentada para Demjanyuk ter estado em Treblinka, a condenação foi baseada em procedimentos de identificação.
Nem vou defender a conduta da OSI. Em 1993, os juízes do Tribunal de Apelação dos EUA do 6º Circuito concluíram:
Assim, defendemos que os Procuradores do OSI agiram com grosseira negligência da verdade e o governo tem a obrigação de tomar quaisquer medidas que impeçam um adversário de apresentar seu caso pleno e justo. Esta foi uma fraude na corte, nas circunstâncias deste presente caso que, por imprudência presumiram a culpa de Demjanyuk não respeitaram a obrigação de produzir materiais solicitados pela defesa de Demjanyuk.
Na verdade, vamos ver um exemplo de fraude muito em breve.
O que eu vou discutir é que as conclusões históricas que os negadores extraem desse caso são injustificadas.
Mas primeiro vamos definir quais são as atividade conhecidas de Demjanyuk no tempo da guerra.
Ivan Nikolajevich Demjanyuk nasceu em 30 de abril de 1920 em Dubovi Makharyntsi (Dubovyje Makharintsi) em Vinnits’ka (Vinnitskaja).
Vários documentos estabelecem o paradeiro de Demjanyuk durante a guerra:
· Nº 1 – Encontrado arquivo em Vinnits’ka Oblast. Passe de identificação de serviço em Trawniki Nº 1393 identifica um Ucraniano, “Ivan Demjanyuk”, filho de “Nikolai”, nascido em 30 de abril de 1920 em “Duboimachariwzi”, que serve em Okzow desde 22 de Setembro de 1942 e em Sobibor desde 27 de março de 1943. Este é o documento mais famoso relacionado com o caso Demjanyuk. A defesa e os negadores [do Holocausto] argumentam que é uma falsificação da KGB. Iremos discutir estas afirmações mais tarde. Eu não vi nenhum desafio de autenticidade dos documentos que seguem.
· Documento Nº 2 – Encontrado no Arquivo Central do Estado Lituano em Vilnius. Relatório disciplinar de 20 de Janeiro de 1943 afirma que dois dias antes quatro guardas que foram treinados em Trawniki foram detidos por violar a quarentena do campo. Um dos guardas é identificado como “Deminjuk”, com número de identificação 1393 (ou seja, o mesmo número do primeiro documento).
· Documento Nº 3 – Encontrado nos arquivos da FSB. Registro de transferência que documenta a transferência de 80 Trawnikis para Sobibor em 26 de Março de 1943. O 30º da lista é “Iwan Demianiuk” número de identificação 1393, com a mesma data de nascimento de John Demjanyuk. A data da transferência é compatível com o documento número 1.
· Documento Nº 4 – Encontrado nos arquivos da FSB. Registro de transferência datado de 01 de Outubro de 1943, que documenta a transferência de 140 homens de Trawniki para Flossenberg. 53º nome da lista é “Iwan Demianjuk”, com o mesmo nome, data de nascimento e número de identificação dos documentos anteriores.
· Documento Nº 5 – Encontrado nos Arquivos Federais da Alemanha em Berlim. Relatório de Armas de Flossenberg de 1 de Abril de 1944, documento informa que sentinela “Demianiuk” recebeu em 8 de Agosto de 1943 um rifle, ou seja, uma semana depois que a pessoa do documento 6 foi transferida para Flossenberg.
· Documento Nº 6 – Encontrado nos Arquivos Federais da Alemanha em Berlim. Diário de Flossenberg mostra que em 4 de Outubro de 1944 “Demenjuk 1393” foi atribuído à guarda do Bunker Construction Detail.
· Documento Nº 7 – Encontrado nos Arquivos Federais da Alemanha em Berlim. Uma lista sem data de Flossenberg com 117 guardar, lista “Demenjuk” com a identificação 1393 na entrada de número 44. A lista pode ter sido feita no período de 10 de Dezembro de 1944 à 15 de Janeiro de 1945.
· Documento Nº 8 – O mais irônico da lista – “Pedido de Assistência” do próprio Demjanyuk apresentado em Março de 1948 para a Preparatory Commission of the International Refugee Organization. Enquanto ele forneceu informações falsas sobre a sua residência durante a guerra, ele observou que de Abril de 1937 à Janeiro de 1943 ele era motorista em “Sobibor, Chelmno, Polônia”. Sobibor não era um nome muito bem conhecido na época, e o fato que o próprio Demjanyuk escreveu, (mesmo dando datas erradas e mentindo sobre ter sido motorista de lá) é altamente incriminatório.
· Documento Nº 9 – Finalmente, seu pedido de visto americano em 27 de Dezembro de 1951, Demjanyuk escreveu que de 1936-1943 ele residiu em Sobibor, Polônia.
Então o que podemos dizer com base em tais documentos? Mesmo desconsiderando que o primeiro documento é uma fraude (e essa hipótese é desmascarada por todos os documentos posteriores), mesmo assim, com base no restante deles, pode-se concluir que Demjanyuk serviu no Campo de Extermínio de Sobibor e também em Trawniki e Flossenberg. Demjanyuk negou algumas vezes ter estado nestes campos e inventou uma falsa história sobre o seu paradeiro durante a guerra, pode-se concluir que provavelmente ele tem alguma coisa ruima esconder. Em qualquer caso, a imagem da pessoa inocente sendo perseguida não pode ser mantida.
Fonte: Holocaust Controversies (Sergey Romanov)
Tradução: Leo Gott

terça-feira, 22 de março de 2011

6 anos de prisão para Demjanjuk. Último julgamento de criminoso de guerra nazi na Alemanha

Promotores alemães pedem seis anos de prisão para acusado nazi
terça-feira 22 de março de 2011 16:59 GYT
Por Christian Kraemer

John Demjanjuk
MUNIQUE, Alemanha (Reuters) - Promotores alemães pediram nesta terça-feira seis anos de cárcere para John Demjanjuk, acusado de ajudar a matar 27.900 judeus no Holocausto, ao final do que provavelmente seja o último julgamento por crimes de guerra no país.

O promotor do Estado Hans-Joachim Lutz disse ante o tribunal de Munique, ao final do julgamento que durou 16 meses, que Demjanjuk, de 90 anos, foi "parte da maquinária nazi" e cúmplice do assassinato de judeus.

"Qualquer um com tanta culpa como esta deve ser castigado, apesar de uma idade tão avançada e inclusive 60 anos depois do crime", disse Lutz em seus argumentos finais. Os promotores podiam ter pedido uma condenação de até 15 anos.

Demjanjuk negou qualquer papel no Holocausto. Declarou que foi recrutado pelo exército soviético em 1941, e que se converteu em um prisioneiro de guerra alemão e que trabalhou em campos de prisioneiros alemães.

Os promotores acusam Demjanjuk, que esteve no topo da lista dos criminosos de guerra mais procurados do Centro Simon Wiesenthal, de ajudar nas mortes no campo de extermínio de Sobibor, onde é apontado que cerca de 250.000 judeus foram assassinados. O acusado nega haver ali trabalhado.

Sua família disse que estava demasiado frágil para se submeter a um julgamento, que começou em novembro de 2009 na cadeira de rodas e ao qual compareceu acamado.

Demjanjuk nasceu na Ucrânia e combateu no Exército Vermelho antes que os nazis o capturassem e o recrutassem como guarda do campo. Emigrou para os Estados Unidos em 1951 e se naturalizou em 1958.

Lutz disse que baseia seu pedido de seis anos de prisão pelo alto número de vítimas. Também afirmou que muitos outros prisioneiros de guerra que se converteram em guardas haviam conseguido escapar.

"O acusado poderia ter tentado escapar", disse e acrescentou que Demjanjuk participou voluntariamente e por convicção na aniquilação de judeus.

O promotor disse que quanto maior for o crime, maior era a necessidade de se evitá-lo se tentar escapar fosse arriscado.

Demjanjuk foi sentenciado à morte em Israel en 1988 depois de que os sobreviventes do Holocausto disseram que era o célebre guarda apeliado de "Ivan o terrível" no campo de Treblinka, onde morreram 870.000 pessoas.

O Supremo Tribunal de Israel anulou depois a condenação quando novas provas demonstraram que outro homem foi provavelmente o guarda de Treblinka.

(Reportagem de Christian Kraemer; Traduzido para o espanhol por Raquel Castillo na Redação de Madrid)

Fonte: Reuters (América Latina)
http://lta.reuters.com/article/worldNews/idLTASIE72L15720110322
http://lta.reuters.com/article/worldNews/idLTASIE72L15720110322?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Criminoso nazista morre na Alemanha antes de ir a julgamento

Samuel Kunz foi guarda no campo
de concentração de Belzec
Aos 89 anos, Samuel Kunz, número três da lista de criminosos nazistas mais procurados do Centro Simon Wiesenthal, faleceu na Alemanha antes que pudesse ser julgado por seus crimes.

Morreu na última quinta-feira (18/11), aos 89 anos, Samuel Kunz, número três da lista de criminosos nazistas mais procurados do Centro Simon Wiesenthal, especializado na procura de criminosos do regime de Hitler. Acusado de participação no assassinato de mais de 420 mil judeus durante o Holocausto, Kunz faleceu em casa, em uma cidade alemã próxima a Bonn, antes que fosse levado a julgamento.

Samuel Kunz deveria ser julgado pelo assassinato de prisioneiros judeus durante o período em que era guarda do campo de concentração de Belzec, na Polônia ocupada pelos nazistas, entre janeiro de 1942 e julho de 1943.

"O tribunal ia tomar uma decisão sobre a abertura de um processo que provavelmente começaria em fevereiro", afirmou o procurador Andreas Bendel, chefe do departamento para a elucidação de crimes nazistas em Dortmund, no oeste da Alemanha.

Caso de Kunz veio à tona
durante investigações sobre
Demjanjuk (foto)
O passado de Kunz veio à tona durante a investigação de John Demjanjuk, que foi a julgamento no último ano sob acusação de ajudar a matar 27.900 judeus. Assim como Demjanjuk, Kunz serviu no Exercito soviético, tornando-se guarda de um campo depois de ser capturado por alemães.

Samuel Kunz havia reconhecido abertamente, perante investigadores encarregados do inquérito a John Damjanjuk, ter trabalhado no campo de extermínio de Belzec. "Era evidente para nós que os judeus eram exterminados e depois queimados no local". "Sentíamos o cheiro todos os dias", declarou.

Sentimento de frustração

Efraim Zuroff, diretor do Centro Simon Wiesenthal em Jerusalém, expressou sua "profunda frustração" pelo fato de o acusado não ter sido julgado e culpa abertamente a Alemanha pela impunidade.

"O fato de Samuel Kunz ter vivido na Alemanha sem penalidade por tantas décadas é o resultado de falhas no processo criminal que ignora qualquer criminoso do Holocausto que não tivesse sido um oficial".

Segundo Zuroff, apesar da impunidade, o caso colocou o conturbado tema em pauta novamente. "O único consolo é que ele foi acusado, foi exposto e pelo menos uma pequena parte da justiça foi feita", afirmou.

MDA/afp/lusa/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6256191,00.html

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Alemanha abre processo contra ex-criminoso nazista

BERLIM — A Promotoria alemã informou nesta quarta-feira que iniciou um processo contra o ex-guardião de um campo de extermínio nazista de 90 anos, acusado de participar do assassinato de 430.000 judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Samuel Kunz, que reconheceu ter trabalhado no campo de extermínio de Belzec, situado na Polônia sob ocupação alemã, entre 1942 e 1943, foi informado na semana passada das acusações contra ele, informou à AFP um porta-voz da Procuradoria da cidade de Dortmund (oeste).

Kunz também é acusado da morte de outros dez judeus em dois incidentes diferentes, que também ocorreram em Belzec, indicou o porta-voz, Christoph Goeke.

Kunz negou envolvimento nos assassinatos.

Depois dos julgamentos de Nuremberg depois da guerra, quando os principais líderes nazistas foram condenados à morte, as autoridades alemãs examinaram mais de 25.000 casos, mas a imensa maioria não gerou processos.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gAS6QIwqs4n9dJG51b7mFHPWnRaw

Matérias:
Testemunha no julgamento de Demjanjuk acusada de cumplicidade na morte de 430 mil judeus (Lusa, Portugal)
German Nazi suspect charged over 430,000 deaths (BBC)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sobreviventes recordam horrores do Holocausto durante julgamento

Por Christian Kraemer

MUNIQUE, Alemanha (Reuters) - John Demjanjuk reclamava de dores nas costas enquanto sobreviventes do Holocausto recordavam os horrores da Alemanha nazista no julgamento em que é acusado de ajudar a matar 27.900 judeus nas câmaras de gás em 1943.

O tribunal rejeitou uma moção da defesa para suspender o julgamento, mantendo o confinamento do homem que já esteve no topo da lista dos criminosos de guerra mais procurados do Centro Simon Wiesenthal.

Promotores públicos alemães acusam Demjanjuk de ajudar nos assassinatos do campo de extermínio de Sobibor, na Polônia, onde ao menos 250 mil judeus foram mortos.

Antes, o homem de 89 anos sentou-se em silêncio em sua cadeira de rodas e não demonstrou emoção quando 12 pessoas, algumas com os olhos marejados e as vozes trêmulas, descreveram como sobreviveram ao Holocausto, quando outros morreram.

Após um recesso, autoridades colocaram uma cama na sala do tribunal para Demjanjuk, depois que um médico disse que ele havia reclamado de dores nas costas.

Um funcionário da prisão citado na edição de terça-feira no jornal Tageszeitung disse que Demjanjuk saía regularmente no pátio da prisão para os intervalos, ou com uma cadeira de rodas ou com a ajuda de um andador. Ele também lia os jornais ucranianos e preparava refeições com salada, disse o funcionário Michael Stumpf.

Demjanjuk nega que tenha se envolvido com o Holocausto e a família dele insiste que ele está muito frágil para enfrentar o julgamento.

'FERIDA ABERTA'

Philip Jacobs, de 87 anos, teve de receber ajuda para chegar ao banco das testemunhas, onde disse se sentir culpado por sobreviver ao Holocausto, quando seus pais e sua noiva morreram.

"Sobibor é uma ferida aberta", disse o ex-farmacêutico.

Outra testemunha, Robert Cohen, de 83 anos, cujo irmão e pais foram mortos em Sobibor, descreveu sua experiência nos campos da morte nazistas, incluindo Auschwitz.

"Não sabíamos o que estava acontecendo", disse o aposentado holandês durante a sessão matutina da corte. "Pensávamos que tínhamos de trabalhar".

Em razão da fragilidade de Demjanjuk, as audiências são limitadas a duas sessões de 90 minutos por dia. Esse é provavelmente o último grande julgamento de crimes de guerra da era nazista.

Demjanjuk nasceu na Ucrânia e lutou pelo Exército soviético antes de ser capturado pelos nazistas e recrutado como guarda de campo de concentração.

Ele emigrou para os Estados Unidos em 1951. Em maio, foi extraditado para a Alemanha.

Demjanjuk admitiu ter estado em outros campos nazistas, mas não em Sobibor, que, segundo os promotores, era dirigido por entre 20 e 30 membros das SS nazistas e cerca de 150 ex-prisioneiros de guerra soviéticos.

Nas câmaras de gás de Sobibor, judeus morriam entre 20 e 30 minutos depois de inalar uma mistura tóxica de monóxido e dióxido de carbono. Grupos de cerca de 80 pessoas eram forçados a entrar nas câmaras de gás, que mediam aproximadamente quatro metros quadrados.

O julgamento de Demjanjuk deve prosseguir na terça-feira.

Fonte: Reuters/Brasil Online
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/12/21/sobreviventes-recordam-horrores-do-holocausto-durante-julgamento-915303164.asp

Ler mais:
Justiça alemã retoma julgamento do criminoso nazista John Demjanjuk; EFE

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Nazi de 89 anos será julgado pelo extermínio de 29 mil judeus

«Ivan o Terrível»
Nazi de 89 anos será julgado pelo extermínio de 29 mil judeus

Berlim – Após várias tentativas de evitar o tribunal, John Demjanjuk, 89 anos, vai ser julgado na Alemanha pelo extermínio de 29 mil pessoas de religião judaica no campo de concentração de Sobibor, Polónia, em 1943.

Perante as câmaras de televisão John Demjanjuk dava sinais de importante debilidade física, mas quando as câmaras não estavam presentes renascia a vitalidade. Assim, uma equipa de médicos considerou o antigo guarda do campo de extermínio de Sobibor está em condições de participar no seu processo em duas sessões diárias de 90 minutos cada que terá lugar em Munique, Alemanha.

«Ivan o Terrível» como ficou conhecido John Demjanjuk, ucraniano, que nega as acusações, está detido numa prisão de Munique desde 12 de Maio. No entanto o seu nome permanecia no topo da lista dos criminosos de guerra nazis mais procurados do centro Simon Wiesenthal.

John Demjanjuk é acusado pelo centro Simon Wiesenthal de ter conduzido homens, mulheres e crianças para as câmaras de gás do campo de extermínio de Sobibor.

Em 1988 John Demjanjuk foi condenado à morte em Israel depois de ter sido identificado por sobreviventes da Shoah (Holocausto) como o guarda mais temido do campo de extermínio de Treblinka, também na polónia, onde foram massacradas 870 mil pessoas. Em 1993 o Tribunal Supremo israelita decide anular a pena devido a duvidas na identidade real de «Ivan o Terrivel».

O centro Simon Wiesenthal acaba por conseguir obter provas que John Demjanjuk teria «trabalhado» em três outros campos de extermínio, dos quais Sobibor.

Fonte: Jornal Digital(PNN Portuguese News Network)
http://www.jornaldigital.com/noticias.php?noticia=18803

sexta-feira, 13 de março de 2009

Alemanha indicia John Demjanjuk

Alemanha indicia homem acusado de ser criminoso nazista

As autoridades judiciárias da Alemanha indiciaram nesta quarta-feira um homem de 88 anos de idade acusado de atuar como guarda em um campo de concentração nazista.

John Demjanjuk foi indiciado por envolvimento em pelo menos 29 mil mortes em 1943.

Os promotores afirmam que estão buscando a extradição de Demjanjuk, que vive nos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Demjanjuk é acusado de ter comandado os motores a diesel que forneciam fumaça para as câmaras de gás no campo de Sobibor, na Polônia.

Sobibor foi, ao lado de Treblinka, um dos quatro campos de concentração usados pelos nazistas na Operação Reinhard para exterminar judeus em escala industrial.

John Demjanjuk nega qualquer envolvimento nos crimes e afirma que era um prisioneiro de guerra dos nazistas, e não um guarda.

No fim dos anos 1970, sobreviventes do Holocausto identificaram Demjanjuk como 'Ivan, o Terrível', um ex-prisioneiro de guerra soviético que teria se transformado em um guarda extraordinariamente sádico durante o conflito.

Ivan foi realmente o nome dado a Demjanjuk por seus pais na Ucrânia, mas ele mudou para John quando se naturalizou americano na década de 50.

Durante anos, Demjanjuk trabalhou em uma fábrica de automóveis da Ford em Ohio, mas uma investigação oficial baseada em evidências fornecidas por sobreviventes do Holocausto fez com que ele fosse extraditado para Israel.

Um tribunal em Jerusalém condenou Demjanjuk à morte em 1988, por seu suposto envolvimento na operação de câmaras de gás em Treblinka - um campo de concentração perto de Varsóvia onde cerca de 750 mil pessoas foram mortas, a maioria judeus.

Mas a decisão foi revogada em 1993 pela Suprema Corte israelense, que concluiu que existiam dúvidas suficientes sobre se Demjanjuk era mesmo um guarda de Treblinka. O acusado voltou, então, aos Estados Unidos.

Em 2002, um juiz americano de imigração havia decidido que existiam evidências suficientes de que Demjanjuk foi um guarda em campos nazistas e retirou sua cidadania.

No ano passado, o aposentado perdeu seu direito legal de permanecer nos Estados Unidos, mas não deixou o país porque existiam dúvidas sobre para qual país deveria ser enviado.

Fonte: BBC Brasil/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/03/11/alemanha-indicia-homem-acusado-de-ser-criminoso-nazista-754783923.asp

Mais informações: Volunteer Auxiliaries
http://www.deathcamps.org/reinhard/hiwis.html
https://www.ajn.com.au/news/news.asp?pgID=5496

domingo, 7 de dezembro de 2008

Central de esclarecimento investiga crimes do regime nazista

Processo em Ludwigsburg: identidade do criminoso é desconhecida

Em 1958, foi criada na Alemanha uma central de esclarecimento de crimes nazistas. O departamento já investigou mais de 7 mil casos até hoje.

Num momento em que a então Alemanha Ocidental vivia o chamado "milagre econômico" e que a sociedade do pós-guerra pretendia passar uma borracha no passado nazista do país, a investigação do assassinato de judeus na Lituânia redespertou o interesse público pelo genocídio cometido pelo regime de Hitler.

No dia 1° de dezembro de 1958, era fundada a Central do Judiciário para Esclarecimento de Crimes do Regime Nazista (Zentrale Stelle der Landesjustizverwaltungen zur Aufklärung von NS-Verbrechen), em Ludwigsburg. Somente em seus 12 primeiros meses de existência, o departamento conduziu 400 investigações. Hoje, 50 anos depois, estão registrados 7.367 casos.

Os processos de esclarecimento dos assassinatos cometidos nos campos de concentração de Auschwitz, Treblinka ou Buchenwald não teriam sido possíveis sem a participação da Central de Ludwigsburg, onde estão arquivados meio milhão de documentos, bem como 1,6 milhão de fichas.

Caso Demjanjuk

John Demjanjuk, em 2005: crimes de guerra em campos nazistas de extermínio na Ucrânia

A maior parte das investigações foi realizada há mais de 30 anos. Entre 1967 e 1971, foram conduzidos mais de 600 processos simultaneamente. Mas mesmo hoje, 50 anos após sua fundação, a Central ainda é uma valiosa fonte de informação sobre o período nazista, como mostra o caso de Iwan (John) Demjanjuk, um ucraniano que pertenceu à força de segurança do campo de extermínio de Sobibor.

Demjanjuk emigrou depois do fim da Segunda Guerra para os EUA. Quando sua verdadeira identidade foi desmascarada, ele foi deportado para Israel, onde foi julgado e condenado à morte por seus crimes sob o regime nazista. O veredicto teve que ser anulado por falta de provas e Demjanjuk acabou retornando aos EUA.

Enquanto isso, em Ludwigsburg, na central de esclarecimento, o promotor e diretor da instituição, Kurt Schrimm, deu continuidade às suas investigações: "Estamos hoje convencidos de que podemos provar que Demjanjuk esteve envolvido na morte de pelo menos 29 mil pessoas", diz Schrimm.

Cooperação com a América Latina

Procurador Kurt Schrimm, diretor da Central do Judiciário para Esclarecimento de Crimes do Regime Nazista

A Central de Ludwigsburg não conduz ela própria os processos, mas repassa-os às devidas procuradorias. É pouco provável que Demjanjuk venha, hoje com 88 anos, a ser deportado dos EUA para ser julgado na Alemanha. Para Schrimm, as chances de que o criminoso de guerra seja julgado na Alemanha diminuem a cada ano.

"Isso não significa que não possamos mais esclarecer o que acontecia, que não possamos mais encontrar os suspeitos. Mas nosso grande problema é provar a culpa destes. Acabamos quase sempre sem provas, porque não só os acusados estão envelhecendo, como também as testemunhas, quando ainda podem ser encontradas", explica o promotor.

Schrimm e seus colegas contam hoje com as vantagens da tecnologia, podendo fazer uso da internet e de material digital em suas buscas. A cooperação internacional, porém, continua sendo um fator essencial: "Procuramos, por exemplo, documentos em arquivos russos, em arquivos da antiga União Soviética. Procuramos lá atas de processos dos anos 1945/46, a fim de obter dados sobre os envolvimentos em assassinatos em massa e carnificinas. Ou procuramos, por exemplo, na América do Sul, nos departamentos de imigração locais, por pessoas que poderiam estar envolvidas com crimes cometidos durante o nazismo. Há também uma cooperação estreita com os EUA e com as autoridades canadenses, polonesas e principalmente tchecas", diz Schrimm.

Interesse do Estado

Funcionária do arquivo em Ludwigsburg: cooperação com outros países é primordial

Como a busca, separação e avaliação de material costuma ser muito demorada, foram levantadas na Alemanha várias discussões sobre a prescrição de determinados crimes. Protestos dos juristas ligados à Central de Ludwigsburg fizeram com que, no país, crimes como homicídio e auxílio a homicídio não prescrevam. Ou seja, mesmo anos mais tarde, os culpados ainda podem ser julgados pelos crimes cometidos durante o nazismo.

"Até o dia de hoje, devemos às vítimas uma prova de que não somos indiferentes ao que aconteceu no passado, que não passamos simplesmente uma borracha em cima do que aconteceu. Em conversas com diversas vítimas do regime nazista, ouvi delas que nem tanto importa que os culpados sejam hoje realmente punidos, mas sim que os representantes do Estado alemão se interessem pelo que aconteceu no passado e por aquilo que sucedeu a elas", declara Schrimm.

Cornelia Rabitz (sv)

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 01.12.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3836418,00.html

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