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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Arquivos do julgamento de Eichmann

Pra quem quiser consultar e/ou vasculhar documentos, no site Nizkor, seguem os links da transcrição (em inglês) dos páginas do julgamento de Adolf Eichmann, realizado na primeira metade dos anos sessenta. Registro dos processos no Tribunal Distrital de Jerusalém.

Página inicial: O Julgamento de Adolf Eichmann
http://www.nizkor.org/hweb/people/e/eichmann-adolf/transcripts/

Indo direto aos volumes:
http://www.nizkor.org/hweb/people/e/eichmann-adolf/transcripts/Sessions/

"Bem, então, tendo sido solicitado por Sr., Meritíssimo, para dar uma resposta bem clara aqui, devo dizer que considero este assassinato, este extermínio dos judeus, como sendo um dos crimes mais hediondos da história da humanidade."
(Adolf Eichmann, 13 de julho de 1961)

sábado, 16 de abril de 2011

Eichmann quis sair do anonimato para contar sua versão do nazismo

O governo alemão sabia que vivia oculto na Argentina. Em 1956 pediu para voltar para “reclamar um lugar na história”.
FORTEMENTE VIGIADO. EICHMANN NA CORTE DE JERUSALÉM,
ONDE ALEGOU “OBEDIÊNCIA DEVIDA”. FOI ENFORCADO EM 1962.
Durante mais de uma década depois da II Guerra Mundial, seu paradeiro foi oficialmente desconhecido. Adolf Eichmann, o principal arquiteto do Holocausto, havia escapado de um campo de prisioneiros de guerra estadunidense, passado pela Itália e pego um barco com destino à Argentina.

O governo da Alemanha Ocidental, ocupado na reconstrução do país e em reabilitar sua reputação, sabia, pelo menos desde 1952, onde vivia Eichmann, mas nunca fez um esforço real para levá-lo ante a justiça.

Agora um novo livro afirma que Eichmann queria voltar a seu país e reclamar seu lugar na história vários anos antes de ser capturado pela inteligência israelense em 1960 e ser julgado em Jerusalém.

Em 1956, Eichmann escreveu uma carta aberta ao chanceler da Alemanha Ocidental, Konrad Adenauer.

É hora de renunciar a meu anonimato e me apresentar”, escreveu Eichmann, que então vivia sob o nome de Ricardo Klement num subúrbio de Buenos Aires. “Nome: Adolf Otto Eichmann. Ocupação: SS Obersturmbannfuhrer a. D (tenente coronel).” A carta supostamente devia ser publicada por uma empresa argentina com simpatias com os nazis mas nunca veio à luz. Foi descoberta nos arquivos do Estado alemão pela historiadora Bettina Stangneth de Hamburgo, cujo livro, "Eichmann antes de Jerusalém", será publicado esta semana na Alemanha.

Na carta a Adenauer, Eichmann, naquele momento com 50 anos, sugere que se deve lhe permitir voltar para contar aos jovens alemães o que havia ocorrido realmente sob o regime de Hitler.

Quando me deixarão viver o destino, não sei, mas sei sim que alguém tem que falar às gerações futuras sobre estes acontecimentos”, dizia, sem mencionar que “estes acontecimentos” incluíam o assassinato em massa de milhões de pessoas. “Tive um papel importante na condução e direção desses programas”, acrescentava.

Eichmann dirigia a “seção judaica” do escritório central de segurança do Reich, a orgamização SS responsável por combater os “inimigos do Reich”. Na prática, a missão de Eichmann era decidir qual era a melhor maneira de deportar os judeus para os campos de concentração. Dava-lhe muito prazer tratar de imaginar a maneira mais rentável e efetiva de executar um assassinato em massa: foram ele e sua unidade os que conceberam a ideia de que as autoridades e a polícia despojassem as vítimas de seus pertences antes da deportação.

Stangneth disse que Eichmann não gostava da humilde vida que levava na Argentina, onde criava coelhos. Ansiava o poder e o reconhecimento de que havia gozado no Terceiro Reich. “É por isso que escreveu a carta a Adenauer, porque queria ser famoso”, disse Stangneth. “Queria reclamar seu papel na história junto a Adolf Hitler.” Quase cinquenta anos depois que Eichmann foi enforcado em Israel, na Alemanha surgem incômodas perguntas sobre o papael do país em levá-lo ou não à justiça. Uma série de artigos da revista Der Spiegel há pouco sugeriam que os agentes secretos da Alemanha Ocidental sabiam perfeitamente onde estava Eichmann logo de sua fuga, mas nunca lhes foram ordenados que o recapturassem.

Depois do sequestro de Eichmann pelo Mossad em maio de 1960, o governo de Adenauer convocou uma reunião de crises, onde se acordou que se devia fazer o possível para deixar claro que “Eichmann era um suplente das SS de Himmler” e que não era um agente autorizado da Alemanha.

A um funcionário do Ministério de Relações Exteriores é atribuído ter dito que era crucial que “as principais figuras da Alemanha Ocidental” não se vissem prejudicadas pelo julgamento.

A última edição da revista sustenta que Adenauer pessoalmente enviou um agente do serviço secreto alemão, o BND, para seguir o julgamento de Eichmann em Jerusalém.

Adenauer disse a uma espião chamado Rolf Vogel que observasse o julgamento disfarçado de jornalista e influísse nele quando fosse possível.

Deves ir ao julgamento de Eichmann a pedido meu”, escreveu Adenauer, segundo documentos secretos descobertos pela Der Spiegel, que qualifica o envio de Vogel como “uma das operações do serviço diplomático/secreto mais delicadas da história da Alemanha Ocidental”.

Fonte: Clarín.com (Argentina)
http://www.clarin.com/mundo/Eichmann-anonimato-contar-version-nazismo_0_461953882.html
Tradução: Roberto Lucena

Matéria completa:
Adolf Eichmann wanted to return to Germany, historian claims (The Guardian, Inglaterra)
http://www.guardian.co.uk/world/2011/apr/11/eichmann-sought-trial-germany-1956

Ler mais:
Inteligência alemã ocultou identidade de Adolf Eichmann na Argentina
http://holocausto-doc.blogspot.com/2011/01/inteligencia-alema-ocultou-eichmann.html

domingo, 7 de março de 2010

1961: Julgamento de Adolf Eichmann

Calendário Histórico
1961: Julgamento de Adolf Eichmann

(Foto) Sequestrado pelo serviço secreto de Israel na Argentina, onde vivia sob nome falso, Eichmann foi condenado à morte

No dia 11 de abril de 1961, iniciou-se em Jerusalém o julgamento de Adolf Eichmann, responsável pela deportação de centenas de milhares de judeus para campos de concentração.

O prédio do tribunal em Jerusalém parecia uma fortaleza. Centenas de policiais controlavam as saídas. Especialmente para os 500 jornalistas que faziam a cobertura do julgamento, foi montada uma sala com telégrafos e telefones. Protegido por vidros blindados, o réu insistiu o tempo todo em sua inocência.

O julgamento de Adolf Eichmann, chefe da Seção de Assuntos Judeus no Departamento de Segurança de Hitler, foi o segundo maior julgamento de nazistas depois do processo de Nurembergue, que aconteceu logo em seguida à Segunda Guerra Mundial. A condenação de Eichmann foi baseada no depoimento de mais de 100 testemunhas, em duas mil provas e 3.500 páginas do protocolo da polícia israelense.

O mundo esperava ver um monstro, um anti-semita brutal, um nazista fanático. O réu, por sua vez, passou a imagem de um burocrata que teria apenas assinado documentos. Os peritos lhe atestaram a condição de subalterno de pouca iniciativa própria e sem senso de responsabilidade. Após o julgamento, que foi transmitido pela televisão, intelectuais chegaram a se confessar chocados com o fato de Eichmann não ter sido um seguidor fanático de Hitler.

Ele insistia que apenas cumpriu ordens e jamais preocupou-se em questioná-las. Apenas um exemplo: em março de 1944, Eichmann foi mandado à Hungria, onde organizou a deportação de 800 mil judeus. Em menos de dois meses, 147 trens com 434 mil pessoas para as câmaras de gás de Auschwitz.

Execuções "desumanas" para os carrascos

Da mesma forma como colaborou com o regime nazista, ele cooperou com a polícia e a Justiça de Israel, mas nunca demonstrou qualquer forma de arrependimento. A partir de sua escrivaninha, havia coordenado a perseguição, o roubo e a deportação de milhares de judeus, marcados para morrer nos campos de concentração. Eichmann conhecia o destino dos prisioneiros. Assistiu às execuções em massa a tiros e nas câmaras de gás e chegou a considerá-las "desumanas", não para as vítimas, e sim para os carrascos.

Eichmann foi preso por soldados norte-americanos em 1945 e não revelou sua identidade. Um ano depois, conseguiu fugir com outros presos e começou a trabalhar no norte da Alemanha como lenhador, sob nome falso. Em 1950, fez contato com a Odessa, uma organização secreta de ex-oficiais da SS, que o ajudou a fugir. Na Itália, teve o apoio de um padre franciscano que conhecia sua identidade e lhe providenciou documentos falsos.

Sequestro e transporte para Israel

Com o nome de Ricardo Klement, ele emigrou para a Argentina e mais tarde também transferiu para lá mulher e filhos. O serviço secreto israelense Mossad o descobriu e o sequestrou em 1960. Depois de passar 11 dias amarrado a uma cama, foi obrigado a assinar um documento em que aceitou seu julgamento num tribunal israelense.

O Mossad teve sorte, pois talvez não tivesse conseguido retirar o prisioneiro clandestinamente da Argentina, caso a esposa de Eichmann tivesse registrado queixa na polícia em Buenos Aires. Para isso, ela teria que revelar a verdadeira identidade da família. O que, por outro lado, poderia ter poupado a vida de Eichmann, se fosse julgado por seus crimes nazistas na Alemanha, onde não existe pena de morte.

Enquanto aguardava o julgamento, escreveu suas memórias, nas quais insiste em sua condição de mero cumpridor de ordens superiores durante a Segunda Guerra Mundial. O julgamento de Eichmann durou um ano e terminou com sua condenação à morte. A execução aconteceu pouco antes da meia-noite de 31 de maio de 1962.

Rachel Gessat (rw)

Fonte: Deutsche Welle
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,785685,00.html

sexta-feira, 13 de março de 2009

Alemanha indicia John Demjanjuk

Alemanha indicia homem acusado de ser criminoso nazista

As autoridades judiciárias da Alemanha indiciaram nesta quarta-feira um homem de 88 anos de idade acusado de atuar como guarda em um campo de concentração nazista.

John Demjanjuk foi indiciado por envolvimento em pelo menos 29 mil mortes em 1943.

Os promotores afirmam que estão buscando a extradição de Demjanjuk, que vive nos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Demjanjuk é acusado de ter comandado os motores a diesel que forneciam fumaça para as câmaras de gás no campo de Sobibor, na Polônia.

Sobibor foi, ao lado de Treblinka, um dos quatro campos de concentração usados pelos nazistas na Operação Reinhard para exterminar judeus em escala industrial.

John Demjanjuk nega qualquer envolvimento nos crimes e afirma que era um prisioneiro de guerra dos nazistas, e não um guarda.

No fim dos anos 1970, sobreviventes do Holocausto identificaram Demjanjuk como 'Ivan, o Terrível', um ex-prisioneiro de guerra soviético que teria se transformado em um guarda extraordinariamente sádico durante o conflito.

Ivan foi realmente o nome dado a Demjanjuk por seus pais na Ucrânia, mas ele mudou para John quando se naturalizou americano na década de 50.

Durante anos, Demjanjuk trabalhou em uma fábrica de automóveis da Ford em Ohio, mas uma investigação oficial baseada em evidências fornecidas por sobreviventes do Holocausto fez com que ele fosse extraditado para Israel.

Um tribunal em Jerusalém condenou Demjanjuk à morte em 1988, por seu suposto envolvimento na operação de câmaras de gás em Treblinka - um campo de concentração perto de Varsóvia onde cerca de 750 mil pessoas foram mortas, a maioria judeus.

Mas a decisão foi revogada em 1993 pela Suprema Corte israelense, que concluiu que existiam dúvidas suficientes sobre se Demjanjuk era mesmo um guarda de Treblinka. O acusado voltou, então, aos Estados Unidos.

Em 2002, um juiz americano de imigração havia decidido que existiam evidências suficientes de que Demjanjuk foi um guarda em campos nazistas e retirou sua cidadania.

No ano passado, o aposentado perdeu seu direito legal de permanecer nos Estados Unidos, mas não deixou o país porque existiam dúvidas sobre para qual país deveria ser enviado.

Fonte: BBC Brasil/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/03/11/alemanha-indicia-homem-acusado-de-ser-criminoso-nazista-754783923.asp

Mais informações: Volunteer Auxiliaries
http://www.deathcamps.org/reinhard/hiwis.html
https://www.ajn.com.au/news/news.asp?pgID=5496

domingo, 8 de fevereiro de 2009

França condena novas provocações do bispo sobre Holocausto

Dirigentes do Governo e da oposição na França coincidiram neste domingo ao tachar de "inaceitáveis" as novas declarações do polêmico bispo Richard Williamson, que disse que não pensa em se retratar de sua negação do Holocausto.

"Aconselho a ele que vá a Yad Vashem (o Museu da História do Holocausto de Jerusalém) e veremos depois o que vai dizer", declarou hoje o ministro francês encarregado do plano de relançamento econômico, Patrick Devedjian, em alusão às últimas provocações do bispo.

O ministro ressaltou ainda que não concordava com a decisão do papa Bento XVI de revogar a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros quatro bispos seguidores do ultraconservador Marcel Lefebvre.

A líder da oposição na França, a número um do Partido Socialista (PS), Martine Aubry, condenou as novas e "infames" declarações do bispo, ao considerar que representam uma injúria "não só para todos os judeus, mas também para a consciência humana".

Aubry também descorda da decisão do papa e afirma, em comunicado, que seu partido se une "a todos aqueles que desejam decisões para frear esta situação que provoca tanto sofrimento moral".

Em uma entrevista que será publicada pela revista alemã "Der Spiegel" em sua edição da próxima semana, Williamson diz que, antes de se retratar, tem de revisar as provas históricas do Holocausto.

"Se encontrar provas me corrigirei, mas para isso vou precisar de mais tempo", acrescentou.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3501588-EI312,00-Franca+condena+novas+provocacoes+do+bispo+sobre+Holocausto.html

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Lola, a 'schindler' galega, salvou 500 judeus

Patrícia Viegas
Espanha. Galiza abrigou rede de fuga entre 1941 e 1945

Lola Touza Domínguez seria hoje lembrada como a mãe solteira que geria o bar da estação de comboios de Ribadavia, na Galiza, não fosse o facto de ter liderado uma rede clandestina que, entre 1941 e 1945, ajudou perto de cinco centenas de judeus a escapar às chamas do Holocausto. A história desta "Schindler" galega era tão secreta que nem os seus filhos tiveram conhecimento dela, escreveu ontem o jornal espanhol El Mundo, que lhe dedicou três páginas.

O segredo de La Madre, nome de código que ela usou na altura, foi apenas desvendado, em 1964, por um dos judeus que ela ajudou a fugir para os Estados Unidos da América. Isaac Retzmann pediu naquela altura a um galego seu conhecido que procurasse notícias da mulher. Lola estava então com 70 anos (acabaria por morrer dois anos depois). O enviado galego chegou até ao alfarrabista Antón Patiño Regueira e com ele começou a desvendar o segredo.

Antes de morrer, em 2005, Antón deixou escrita a verdadeira história dos heróis de Ribadavia. Não só de Lola, mas de toda a rede, que incluía, entre outros, as suas irmãs, dois taxistas, um marinheiro, um emigrante retornado. Os judeus que fugiam pelos Pirenéus chegavam de comboio à localidade de Ribadavia, nas margens do rio Minho, sendo depois transferidos para Portugal. A maioria partia em seguida, de barco, para os EUA, Brasil, Argentina, Venezuela, Marrocos ou Argélia.

Foi também só agora que o neto de Lola, Julio, de 57 anos, pôde começar a reconstituir a história. No mês passado foi plantada na Ala dos Justos entre as Nações uma árvore em homenagem de Lola. Este título é atribuído pela Fundação Yad Vashem, em Jerusalém Ocidental, a todos os que salvaram judeus.

Fonte: Diário de Notícias(Portugal)
http://dn.sapo.pt/2008/10/13/internacional/lola_a_schindler_galega_salvou_judeu.html

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Arquivos de Spielberg chegam ao Museu do Holocausto em Jerusalém

Jerusalém, 25 set (EFE).- O Museu do Holocausto de Jerusalém incorporará a sua coleção mais de 200.000 horas de vídeo, em sua maioria testemunhos de sobreviventes, do Instituto do Holocausto, criado pelo diretor de cinema judeu Steven Spielberg.

As gravações, que estarão acessíveis para o público nos próximos dias, incluem mais de 52.000 entrevistas com vítimas dos campos de concentração e guetos na Europa nazista, informou hoje o diário "Ha'aretz".

Estes testemunhos se unirão à coleção de cerca de 10.000 entrevistas em vídeo e 5.000 filmes sobre o Holocausto no Yad Vashem (Museu do Holocausto).

Até agora, o material do instituto criado por Spielberg, que pertence à Universidade da Califórnia do Sul, só era acessível em acesso limitado pela internet.

No entanto, o Yad Vashem promete o maior acesso possível a estas informações através da rede, começando por disponibilizar parte dos vídeos no YouTube.

Fonte: EFE(09.25.09-29/08)
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL773069-5602,00-ARQUIVOS+DE+SPIELBERG+CHEGAM+AO+MUSEU+DO+HOLOCAUSTO+EM+JERUSALEM.html

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Museu do Holocausto lança canal no YouTube

Museu Yad Vashem divulga 144 vídeos sobre o massacre de seis milhões de judeus

O Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, lançou um canal no YouTube com 144 vídeos sobre o massacre de seis milhões de judeus pelos nazis, escreve a agência Lusa. O objectivo desta iniciativa é dar a conhecer as actividades do museu, difundir testemunhos das vítimas do nazismo e divulgar as visitas de personalidades ao museu.

O canal foi lançado em vésperas do 1 de Maio, dia em que se presta homenagem às vítimas do Holocausto, em Israel, com várias cerimónias em memória dos seis milhões de judeus exterminados pelo regime nazi.

A instituição anunciou em comunicado que os vídeos, em inglês e em árabe, mostram histórias de interesse humano, imagens de arquivo e testemunhos de sobreviventes do Holocausto, e adiantou que, futuramente, vão ser incluídos outros idiomas.

«Por meio do encontro com os sobreviventes e os seus testemunhos, e observando os peritos mais destacados nesta matéria que dão resposta às perguntas mais difíceis, os internautas podem aceder a um nível superior de conhecimento deste período da História", afirmou o director do centro, Avner Shalev.

A entrega do Prémio Príncipe das Astúrias do ano passado, as visitas do Papa João Paulo II, do presidente norte-americano George W. Bush e do francês, Nicolas Sarkozy ao museu, são algumas das imagens difundidas através do YouTube.

O Museu Yad Vashem foi fundado em 1953 pelo estado de Israel em resultado de uma lei do Parlamento. O museu inclui vários monumentos, um museu histórico, um arquivo central e um centro de pesquisa e documentação do Holocausto. O objectivo do Yad Vashem é perpetuar a memória e as lições do Holocausto para as futuras gerações.

Fonte: Portugal Diário
http://diario.iol.pt/internacional/internet-youtube-holocausto-museu-video-jerusalem/946039-4073.html

Para se inscrever no canal do Yad Vashem no Youtube, link direto do canal:
http://www.youtube.com/user/YadVashem?ob=1

Museu do Holocausto de Jerusalém vence Prêmio Príncipe das Astúrias

Prêmio

O Yad Vashem, Museu do Holocausto de Jerusalém venceu o Prémio Príncipe das Astúrias da Concórdia 2007, deliberado por um júri que se reuniu na cidade espanhola de Oviedo.

A candidatura foi proposta à Fundação Príncipe das Astúrias pela chanceler alemã Ângela Merkel.

Na acta da decisão, o júri considera o Museu uma "recordação viva de uma grande tragédia história" e destaca o seu "tenaz trabalho para promover, entre as actuais e futuras gerações, e com base nessa memória, a superação do ódio, do racismo e da intolerância".

A decisão do júri foi tomada depois de um "grande debate" que começou na terça-feira, com fontes da Fundação Príncipe das Astúrias a referirem que houve "muitas candidaturas fortes".

Considerada a instituição internacional de mais significado em memória dos seis milhões de judeus vítimas do Holocausto, o Museu assenta na defesa de preservação dos direitos humanos e do "respeito à vida", como explica a Fundação Príncipe das Astúrias.

O Yad Vashem, Autoridade Nacional para a Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, mais conhecido como Museu do Holocausto de Jerusalém, é um complexo instalado na zona de Har Hazikarón, na parte oeste da cidade.

Iniciativa do parlamento israelita em 1953, o museu criou em 1963 o título de Justos entre as Nações, já conferido a mais de 22.000 pessoas de mais de 30 países, entre os quais Portugal, que arriscaram a vida para salvar judeus.

Contando com novas instalações desde 15 de Março de 2005, o complexo abrange mais de quatro mil metros quadrados, onde estão reunidos documentos, vídeos, fotografias e testemunhos de sobreviventes.

A biblioteca do complexo conta com mais de 100 mil títulos, terminando na Sala dos Nomes, em que estão depositados testemunhos e fotografias de milhões de vítimas do genocídio.

Este foi o oitavo e último prémio anual concedido pela Fundação sedeada em Oviedo, dotado, como os restantes com 50 mil euros, e uma escultura criada especialmente para o galardão por Joan Miro.

No ano passado o Prémio da Concórdia foi para a UNICEF.

Este ano foram já atribuídos os prémios de Ciências Sociais, ao sociólogo britânico Ralf Dahrendorf, de Cooperação Internacional (Al Gore), de Artes (Bob Dylan), de Investigação Científica e Técnica (Ginés Morata e Peter Lawrence), de Letras (Amos Oz), de Comunicação e Humanidades (revistas Nature" e "Science) e de Desporto (Michael Schumacher).

Fonte: LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.(Arquivo, Memória do Holocausto, 12-09-2007)
http://ww1.rtp.pt/homepage/

sábado, 6 de setembro de 2008

ShoahConnect - Reunindo Famílias

O Memorial do Holocausto em Jerusalém, o Yad Vashem, acumulou milhões de páginas de testemunho documentando as vítimas individuais do Holocausto. Muitas vezes estas páginas de testemunho foram submetidas por membros das famílias das vítimas, e podem, portanto, servir para reunir as famílias separadas pelo Holocausto. Têm ocorrido exemplos dramáticos de irmãos encontrando-se desta maneira.

No entanto, apesar das páginas geralmente conterem informações de contato da pessoa que as submeteu, tendo em vista o longo tempo decorrido desde que o formulário foi submetido, freqüentemente é difícil aos parentes das vítimas contatarem essa pessoa. O ShoahConnect pretende ajudar a resolver este problema, permitindo associar endereços de e-mail com determinadas Páginas de Testemunho - associação esta que o interessado estabelece. O ShoahConnect é totalmente grátis e protege a sua privacidade.

Visite o site www.shoahconnect.org . Atualmente o ShoahConnect só está disponível em inglês, mas as traduções para outros idiomas estão em andamento.

Fonte: Notícias da Rua Judaica/Pletz

domingo, 11 de maio de 2008

Dois minutos de silêncio para lembrar Holocausto

Os israelitas lembraram os seis milhões de judeus mortos no Holocausto ao pararem durante dois minutos ao som das sirenes que soaram por todo o país esta quinta-feira. As comemorações do Holocausto começaram na quarta-feira no Memorial Yad Vashem, em Jerusalém.

Os israelitas lembraram, esta quinta-feira, os cerca de seis milhões de judeus que pereceram no Holocausto Nazi ao guardarem dois minutos de silêncio ao som das sirenes que soaram por todo o Israel pelas 10:00 locais (7:00 em Lisboa).

As comemorações oficiais deste evento começaram, contudo, na quarta-feira à noite, com uma celebração no Memorial Yad Vashem, em Jerusalém, onde foram acesas seis tochas simbolizando os seis milhões de judeus mortos durante a II Guerra Mundial.

«Nunca nos esqueceremos, nunca mais nos vamos esconder e não pararemos nunca mais de nos interrogar cada manhã sobre o que faremos para que o que aconteceu nunca mais se volte a repetir», afirmou o presidente Shimon Peres.

Por seu lado, no seu discurso, o primeiro-ministro Ehud Olmert preferiu destacar a proliferação de manifestação anti-semitas pelo mundo e as tentativas de negar aquilo que aconteceu no Holocausto.

«Negam o direito à existência do Estado judaico. O Holocausto não fez mais do que sublinhar a necessidade da sua criação e o preço horrível da sua ausência pago pelo povo judeu», acrescentou.

Esta comemoração surge cerca de uma semana antes das celebrações do 60º aniversário da criação do Estado de Israel.

Fonte: TSF(Portugal)
http://tsf.sapo.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF191473

terça-feira, 18 de março de 2008

Merkel fala sobre o Holocausto em discurso histórico no Parlamento de Israel

Daniela Brik. Jerusalém, 18 mar (EFE).- A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, concluiu hoje sua visita oficial a Israel com um discurso no Knesset (o Parlamento local), onde rendeu um tributo às vítimas do nazismo e disse que o Holocausto envegonha o povo alemão.

"A Shoah (Holocausto) enche a nós, alemães, de vergonha", disse Merkel em seu idioma, pouco depois de, em hebraico, ter agradecido aos presentes "por concederem" a ela "a honra de falar" ali.

O discurso de Merkel foi o primeiro de um chefe de Governo estrangeiro no Parlamento israelense e também o único de um líder mundial pronunciado em alemão aos legisladores do Knesset.

Com o ato, a chanceler alemã encerrou uma visita de três dias, que coincidiu com os 60 anos da criação do Estado de Israel, considerado um dos principais aliados da Alemanha no mundo.

"Este ano, Israel comemora 60 anos, 60 anos de desafios em busca de paz e de grande construção", disse a chanceler, que durante sua estada no país se reuniu com vários líderes israelenses.

Acompanhada de vários ministros alemães, Merkel participou de uma reunião histórica com os ministros israelenses e assinou vários projetos de cooperação bilateral.

No discurso no Parlamento, a chanceler destacou a estreita relação entre os dois países e sua visita ao Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad Vashem), onde disse que o anti-semitismo e o racismo "nunca devem encontrar espaço na Alemanha ou na Europa".

"O assassinato em massa de seis milhões de judeus, cometido em nome da Alemanha, trouxe um sofrimento indescritível ao povo judeu, à Europa e ao mundo inteiro", chegou a ressaltar na ocasião.

Apesar do boicote de vários dos 120 parlamentares israelenses, Merkel foi calorosamente recebida no Knesset, tanto que, ao fim de seu pronunciamento, foi aplaudida por vários minutos.

Na cerimônia que antecedeu o discurso, durante a qual a bandeira alemã foi içada no Parlamento, Merkel retribuiu à recepção com um emocionado tributo às vítimas e sobreviventes do nazismo.

"A responsabilidade histórica faz parte da política fundamental do país. Isto significa que para mim, como chanceler alemã, a segurança de Israel não é negociável", declarou.

Embora seu discurso tenha incluído muitas referências ao passado, Merkel falou por alto dos desafios existentes na relação entre Alemanha e Israel e da situação no Oriente Médio.

"As relações de cooperação e amizade entre Israel e Alemanha fazem parte dos milagres da História e devem reforçar nossa energia para a superação, mesmo diante das maiores dificuldades", afirmou.

Ao tocar numa das ameaças a Israel, a chanceler frisou que, se o Irã conseguir fabricar armas nucleares, colocará em perigo o processo de paz e a segurança regional.

A respeito do conflito entre palestinos e israelenses, Merkel se mostrou a favor da formação de "dois Estados para dois povos" e manifestou seu apoio ao combinado na conferência de paz de Annapolis (EUA), realizada em novembro e ponto de partida do atual processo entre as duas partes.

Além disso, condenou os ataques com foguetes lançados da Faixa de Gaza contra Israel e ofereceu a mediação de Berlim nos contatos para a libertação dos soldados israelenses capturados por milícias.

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que "as relações especiais entre Israel e Alemanha são um exemplo claro da habilidade da Humanidade para superar" as circunstâncias mais penosas.

Durante sua visita, Merkel também demonstrou ter grande consciência do peso que suas palavras e sua presença poderiam ter para os cerca de 250.000 sobreviventes do Holocausto e seus descendentes que vivem em Israel.

Fonte: EFE/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/03/18/merkel_fala_sobre_o_holocausto_em_discurso_historico_no_parlamento_de_israel_1234821.html

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Chiune Sugihara (1900-1986)

QUEM FOI CHIUNE SUGIHARA?
Por Eric Saul

Durante a última metade de século, as pessoas perguntaram, "Quem foi Chiune Sugihara?". Elas também perguntaram, 'Por que ele arriscou sua carreira, sua fortuna familiar, e as vidas de sua família para emitir vistos a refugiados judeus na Lituânia?". Estas não são questões fáceis de responder, e pode não haver um único conjunto de respostas que satisfarão nossa curiosidade e indagação.

Chiune (Sempo) Sugihara sempre fez as coisas à sua própria maneira. Ele nasceu em 1º de janeiro de 1900. Graduou-se no colégio com notas altas e seu pai insistiu que ele se tornasse médico. Mas o sonho de Chiune era estudar literatura e viver no exterior. Sugihara freqüentou a prestigiosa Universidade Waseda de Tóquio para estudar inglês. Ele pagou por sua própria educação com trabalho em meio-período, como estivador e tutor.

Um dia ele viu um anúncio nos classificados. O Ministério do Exterior estava em busca de pessoas que desejassem estudar no exterior e pudessem estar interessadas em carreira diplomática. Ele passou no difícil exame admissional e foi enviado para o intituto de língua japonesa em Harbin, China. Ele estudou russo e graduou-se com honras. Ele também converteu-se ao cristianismo ortodoxo grego. Em Harbin, ele conheceu e se casou com uma mulher caucasiana. Mais tarde eles se divorciaram. A natureza cosmopolitana de Harbin, China, abriu seus olhos para o quão diverso e interessante era o mundo.

Ele então serviu ao governo controlado pelos japoneses na Manchúria, no nordeste da China. Mais tarde ele foi promovido a Vice-Ministro do Departamento de Negócios Estrangeiros. Logo ele estava prestes a ser o Ministro de Negócios Estrangeiros na Manchúria.

Na Manchúria, ele negociou a compra do sistema ferroviário manchuriano, de propriedade russa, pelos japoneses. Isto poupou ao governo japonês milhões de dólares, e enfureceu os russos.

Sugihara ficou perturbado pela política de seu governo e pelo tratamento cruel dos chineses pelo governo japonês. Ele entregou seu cargo em protesto em 1934.

Em 1938, Sugihara foi enviado para o escritório diplomático japonês em Helsinque, Finlância. Com a Segunda Guerra Mundial ameaçando no horizonte, o governo japonês enviou Sugihara para a Lituânia para abrir um consulado em 1939. De lá ele reportaria os planos soviéticos e alemães. Seis meses depois, a guerra estourou e a União Soviética anexou a Lituânia. Os soviéticos ordenaram que todos os consulados fossem fechados. Foi neste contexto que Sugihara foi confrontado com pedidos de milhares de judeus poloneses fugindo da polônia ocupada pelos alemães.

SUGIHARA, O HOMEM

A história pessoal e o temperamento de Sugihara podem conter a chave de por que ele ter desafiado as ordens de seu governo e emitido os vistos. Sugihara puxou à personalidade da mãe. Ele se fez gentil, protetor e artista. Ele estava interessado em idéias do exterior, religião, filosofia e língua. Ele queria viajar o mundo e ver tudo o que havia, e experimentar o mundo. Tinha um forte senso de valor por toda a vida humana. Seus dotes linguísticos mostram que ele esteve sempre interessado em aprender mais sobre outros povos.

Sugihara foi um homem humilde e compreensivo. Ele era abnegado, retraídoe tinha um senso de humor muito bom. Yukiko, sua mulher, disse que ele achou muito difícil disciplinar as crianças quando elas não se comportavam. Ele nunca perdeu seu temperamento.

Sugihara também cresceu no rígido código de ética japonês de uma família samurai da virada do século. As virtudes mais importante de sua sociedades eram 'oya koko' (amor à família), 'kodomo na tamane' (pelo bem das crianças), ter 'gidi' e 'on' (dever e responsabilidade, ou obrigação de honrar uma dívida), 'gaman'(retenção das emoções), gambate (força interior e desenvoltura), e 'haji no kakate' (não trazer vergonha à família). Estas virtudes foram fortemente inculcadas pela família samurai de classes média rural de Chiune.

Foi preciso enorme coragem para Sugihara desafiar a ordem de seu pai para se tornar um médico, e em vez disso, seguir seu próprio caminho acadêmico. Foi preciso coragem para deixar o Japão e estudar no exterior. Foi preciso um homem japonês muito liberal para se casar com uma mulher caucasiana e se converter ao cristianismo. Foi preciso ainda mais coragem para se opor abertamente às políticas de expansão militar japonesas nos anos 30.

Assim, Sempo Sugihara não era um homem japonês comum e pode não ter sido um homem comum. No tempo em que ele e sua mulher Yukiko pensavam na má situação dos refugiados judeus, ele era assombrado pelas palavras de uma velha máxima samurai: "Nem mesmo um caçador pode matar um pássaro que voa para buscar refúgio nele".

Quarenta e cinco anos depois de ele assinar os vistos, Chiune foi questionado de por que ele o fez. Ele gostava de dar dois motivos:

"Eles eram seres humanos e eles precisavam de ajuda" ele dizia.
"Estou contente de ter encontrado força para tomar a decisão de os dar a eles."

Sugihara era um homem religioso e acreditava num deus universal de todas as pessoas. Ele gostava de dizer, "Eu posso ter que desobedecer meu governo, mas se eu não fizer, eu estaria desobedecendo a Deus."


A ESCOLHA DE SUGIHARA

O tempo começou a se esgotar para os refugiados à medida que Hitler estreitava a rede ao redor da Europa Oriental. Os refugiados descobriram uma idéia que eles apresentaram para Sugihara. Eles descobriram que as duas ilhas coloniais holandesas, Curaçao e Suriname, situadas no Caribe, não exigiam vistos formais de entrada, e o consul holandês informou-os que ele estaria disposto a carimbar seus passaportes com um visto holandês para aquele destino. Além disso, o cônsul holandês havia recebido permissão de seu superior em Riga para emitir tais vistos e eles estava disposto a emitir esses vistos a qualquer um que estivesse disposto a pagar uma taxa.

Para se chegar a essas duas ilhas, precisava-se passar através da União Soviética. O cônsul soviético, que era simpático à má situação dos refugiados, concordou em deixá-los passar sob uma condição: que além do visto holandês, eles também obtivessem um visto de trânsito dos japoneses, pois eles teriam que passar pelo Japão em seu caminho para Curaçao ou Suriname.

Sugihara tinha uma decisão difícil a tomar. Ele era um homem crescido na disciplina rígida e tradicional dos japoneses. Ele era um diplomata de carreira, que subitamente tinha que fazer uma escolha muito difícil. Por um lado, ele estava ligado à obediência tradicional que lhe foi ensinada por toda a sua vida. Por outro, ele era um samurai que recebera ordens para ajudar àqueles em necessidade. Ele sabia que se desafiasse as ordens de seus superiores, ele seria demitido e desonrado, e provavelmente não trabalharia novamente para o governo japonês. Isto resultaria numa enorme dificuldade financeira para sua família no futuro.

Chiune e sua esposa Yukiko Sugihara até mesmo temeram por suas vidas ao tomarem esta decisão. Eles concordaram que eles não tinham chance neste caso. O Sr. Sugihara disse, "Eu posso ter que desobedecer meu governo, mas se eu não fizer, eu estaria desobedecendo a Deus." A Sra. Sugihara lembrou que "os olhos dos refugi dos estavam tão intensos e desesperados - especialmente das mulheres e crianças. Elas eram centenas de pessoas em pé do lado de fora." Cinquenta anos depois da decisão deles, a Srª Sugihara disse: "a vida humana é muito importante, e ser virtuoso na vida também é importante." Esta foi a decisão que no final das contas salvaria o segundo maior número de judeus na Segunda Guerra Mundial. Eles escolheram ajudar os milhares que se aglomeravam em seu consulado em Kaunas.

A escolha encarada pelos Sugiharas foi um dilema moral que milhares de cônsules de todo o mundo enfrentavam todos os dias. Poucos perdiam o sono por fechar as portas na cara dos judeus. Esses cônsules seguiam as regras à risca e, em muitos casos, eram mais rígidos em emitir vistos do que seus governos exigiam. Incontáveis milhares poderiam ter sido salvos se outros cônsules tivessem agido mais como Sugihara. Se eles tivessem sido 2.000 cõnsules como Chiune Sugihara, um milhão de crianças judias poderiam ter sido salvas dos fornos de Auschwitz.

VISTOS PARA A VIDA

Por 29 dias, de 31 de julho a 28 de agosto de 1940, o Sr. e a Srª Sugihara incansavelmente sentaram-se por horas sem fim, assinando vistos com suas próprias mãos. Hora após hora, dia após dia, durante três semanas, eles escreveram vistos. Eles escreveram mais de 300 vistos por dia, o que normalmente seria mais de um mês de trabalho para o cônsul. Yukiko também o ajudou a registrar esses vistos. No fim do dia, ela massagearia as mãos fatigadas dele.

Ele nem mesmo parava para comer. Sua esposa lhe dava sanduíches. Sugihara escolheu não perder um minuto porque as pessoas estavam em fila em frente ao seu consulado, dia e noite, por estes vistos. Quando alguns começaram a subir a cerca para entrar no recinto, eles saíram e os acalmaram. Ele lhes prometeu que enquanto houvesse uma só pessoa de fora, ele não os abandonaria.

Depois de receber seus visas, os refugiados não perderam tempo em pegar o trem que os levou até Moscou, e pela ferrovia Trans-Siberiana para Vladivostok. De lá, a maioria deles seguiu para Kobe, Japão. Eles receberam permissão para ficar em Kobe por vários meses. Eles foram então enviados para Xangai, China. Todos os judeus poloneses que receberam vistos sobreviveram em segurança, sob a proteção do governo japonês em Xangai. Eles sobreviveram, graças à humanidade e coragem de Chiune e Yukiko Sugihara. Os vistos que eles emitiram tornaram-se passaportes para o mundo dos vivos. Quando Sugihara teve que deixar Kaunas para seu próximo posto em Berlim, ele entregou o carimbo de visto para um refugiado e a vida foi concedida a muitos outros judeus.

Em 1945, o governo japonês demitiu Chiune Sugihara sem cerimônia do serviço diplomático. Sua carreira como diplomata estava em pedaços. Ele tinha que começar sua vida de novo. Sugihara ficou sem emprego fixo por mais de um ano. Outrora uma estrela ascendente no serviço de exterior japonês, Chiune Sugihara trabalhou por meio período como tradutor e intérprete. Pelas últimas duas décadas de sua vida, ele trabalhou como gerente de uma companhia de exportações com negócios em Moscou. Este foi seu destino porque ele se atreveu a salvar milhares de seres humanos da morte certa.

Hoje, 50 anos após o evento, pode haver 40.000 pessoas ou mais que devem suas vidas a Chiune e Yukiko Sugihara. Duas gerações vieram depois dos sobreviventes de Sugihara, e eles devem suas vidas aos Sugiharas. Todos os sobreviventes o chamam de seu salvador, alguns o consideram um homem sagrado, e alguns acham que ele foi um santo. Yukiko Sugihara recordou que todas as vezes que ela e seu marido se encontraram ou ouviam falar das pessoas que eles salvaram, eles sentiam grande satisfação e felicidade. Eles não se arrependeram.

Depois da guerra, o Sr. Sugihara nunca mencionou ou falou a ninguém sobre seus feitos extraordinários. Foi só em 1969 que Sugihara foi encontrado por um homem que ele havia ajudado a salvar. Logo, muitos outros a quem ele tinha salvo apareceram e testemunharam ao Yad Vashem (Memorial do Holocausto) em Israel, sobre seus feitos salva-vidas. Os sobreviventes de Sugihara entregaram centenas de testemunhos em favor de seu salvador. Depois de coletar os depoimentos de todo o mundo, o comitê do Yad Vashem percebeu a enormidade da abnegação deste homem para salvar judeus. Antes de sua morte, ele recebeu a maior honraria de Israel. Em 1985, ele foi reconhecido como "Justo Entre as Nações" pela Yad Vashem Martyrs Remembrance Authority em Jerusalem. Ele também estava muito doente para viajar; sua esposa e filho receberam o título em seu nome. Depois, uma árvore foi plantada em seu nome, e um parque em Jerusalém foi batizado em sua homenagem.

Ele disse que estava muito feliz com as honras. "Eu acho que minha decisão foi humanamente correta."

Tradução: Marcelo Oliveira
Fonte: The Sugihara Project
http://www.eagleman.com/sugihara/story.html
http://www.eagleman.com/sugihara/
Publicado em: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6085

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 23

Traduzido por Leo Gott

23. Como beneficia as igrejas cristãs?

O IHR diz:

Se relaciona com a idéia do Antigo Testamento segundo o qual os judeus são o "Povo Escolhido" perseguido. Ademais que a "Terra Santa" é controlada pelos israelenses e continua sendo acessível à Igreja.

Nizkor responde:

Talvez algum religioso queira comentar isso...

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