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quinta-feira, 21 de julho de 2011

"Revisionistas" fazem ataque racista na web contra Miss Itália brasileira

Miss Italia Nel Mondo 2011 sofre preconceito

Silvia é miss São Paulo 2009 e neste ano
representou a Amazônia
Foto: Denny Cesare/Futura Press
A brasileira de 24 anos foi vítimas de comentários preconceituosos na internet; ela é bisneta de italianos da Toscana

Marielly Campos | noticias@band.com.br

A brasileira Silvia Novais, eleita Miss Italia Nel Mondo 2011, vem sofrendo ataques racistas de grupos de intolerância desde que venceu o concurso na Europa, no início do mês. O concurso coroa a mais bela descendente de italianos.

Um blog chamadoIndústria do Holocausto” considerou a coroação de Silvia uma “piada” e afirmou: “Trata-se de uma piada, ou a onda de cotas chegou por lá?”. O post diz ainda que “convenhamos, sem dificuldades podemos encontrar em qualquer shopping ou faculdade aqui no Brasil gurias brancas que, sendo bondoso, humilham essa moça em todos os sentidos. Nem é preciso ir tão longe, a guria que trabalha de caixa do bazar do meu bairro já dá de 10 a 0.” O texto foi tirado do ar, mas pode ser visto em cache pelo Google.

Silvia é miss São Paulo 2009 e entrou no concurso por ser bisneta de italianos da região da Toscana. Ela disputou como como representante da Amazônia. Ao todo, 39 mulheres concorreram ao posto.
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Brasileira eleita miss sofre racismo

A brasileira Silvia Novais, modelo de 24 anos, 1,77 m e 55 kg, tornou-se alvo de ataques racistas na internet após ter sido eleita miss Itália no Mundo no início do mês. O concurso coroa a mais bela descendente de italianos. "Sofri muito com o preconceito, mas não esperava essa repercussão", disse a miss.

Silvia Novais, de 24 anos, ganhou
concurso que elegeu a mais bela
descendente de italianos (ap)
Em um blog chamado Indústria do Holocausto, a premiação de Silvia foi criticada: "Trata-se de uma piada, ou a onda de cotas chegou por lá?". No site Stormfront.org, ela foi chamada de "negra nojenta", em inglês. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo já investiga o site, por suspeita de ser uma comunidade neonazista que recruta jovens brasileiros.

Silvia nasceu na Bahia, foi eleita miss São Paulo em 2009 e entrou no concurso por ser bisneta de italianos da região da Toscana.

Fonte: site da Band(Brasil)/Destak(Portugal)
http://www.band.com.br/noticias/mundo/noticia/?id=100000445157

Comentário: uma informação extra que não saiu na matéria sobre esses fatos. O blog citado, "Indústria do Holocausto"(e há outros "blogs espelho" desses, do mesmo bando)é de neonazis WP muito provavelmente de SP, era o grupo em maior número e que tinha site. Eles circulam com alguma frequência(embora tenha diminuído)em comunidades que negam o Holocausto na rede social Orkut(do Google)e que se autodenominam "revisionistas" do Holocausto(entre aspas pois estes bandos tratam-se de neonazis, simpatizantes do nazismo e/ou antissemitas).

Esses bandos racistas neonazis brasileiros(a maioria situado em SP, ou os bandos mais organizados) foram acolhidos por este site neonazi dos EUA(o Stormfront) de dois ex-membros da Ku-Klux-Klan e supremacistas brancos(Don Black e David Duke)desde a primeira queda do site neonazi Valhalla88 pela Polícia Federal brasileira, e organizam suas atividades neste fórum neonazi norte-americano.

Quando a polícia começou a mirar esses sites(o antigo Valhalla88 foi removido e entrou outro no lugar que continua em atividade sabe-se lá porque e seus autores não foram indiciados por prática de racismo), eles se alojaram neste site norte-americano embora tenham contato com grupos de Portugal e Espanha e do Cone Sul(América do Sul, principalmente da Argentina e Chile). Um servidor neonazi é hospedado na Argentina e continua ativo, bastante conhecido no país por divulgar o negacionismo do Holocausto, o libreopinion. Há uma rede de grupos de extrema-direita nestes redutos e já passou da hora do Estado brasileiro dar uma resposta satisfatórias aos mesmos.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Finkelstein e sua "Indústria do Holocausto"

Omer Bartov: uma história de dois Holocaustos
No The New York Times, Book Review Desk data de 6 de outubro de 2000. © Omer Bartov, 2000

NORMAN G. FINKELSTEIN primeiramente adquiriu uma reputação nacional com seu ensaio, "A 'louca' tese de Daniel Jonah Goldhagen," incluída no livro que ele escreveu com Ruth Bettina Birn, "Uma nação em julgamento." Muito deste ensaio era uma brilhante dissecação do livro de Goldhagen, "Os carrascos voluntários de Hitler." Sua última seção, entretanto, revelou que Finkelstein passou por uma bizarra metamorfose, na qual ele empregou a mesma retórica dúbia e lógica defeituosa que ele tinha identificado no trabalho de Goldhagen a fim de propôr a sua própria, até mais "insana," tese sobre forças obscuras à espreita, em sua mente, atrás do sucesso de seu adversário.

Agora Finkelstein retorna, com uma vingança, um cavaleiro solitário com uma santa missão - desmascarar uma conspiração judeu-sionista do mal. O principal argumento de "A Indústria do Holocausto" é baseada numa simples distinção entre dois fenômenos: o Holocausto nazista e "O Holocausto", que ele define como "uma representação ideológica do Holocausto nazista." O autor tem um pequeno interesse na forma, embora ele prontamente reconheça que isso acontece desde que seus pais sobreviveram a esses horrores e desde que alguns dos poucos historiadores que ele respeita, notavelmente Raul Hilberg, escreveram sobre o assunto.

Mas numa dessas inversões estranhas que caracteriza seu livro, Finkelstein fala do evento histórico com o mesmo tipo de temor, e demanda a mesma sorte de incompreensão silenciosa, que ele atribui a seu principal rival, Elie Wiesel. Para que "realmente se aprenda algo do Holocausto nazista," ele afirma que "sua dimensão física deve ser reduzida e sua dimensão moral expandida." Entretanto, o quer que isso signifique, não vem a ser nenhuma surpresa que suas visões sobre as origens, natureza e implicações do genocídio dos judeus não são nada além de uma série de afirmações vagas, não documentadas e contraditórias.

Assim, por exemplo, em algum lugar ele escreve que a "evidência histórica para um assassinato por impulso gentílico é zero," e rejeita a noção de que tenha ocorrido um "abandono dos judeus" pelo governo dos Estados Unidos. Mas em outro lugar ele acusa que os Museu Memorial do Holocausto dos EUA "silencia-se sobre o fundo cristão para o antissemitismo europeu" e "minimiza as cotas de imigração discriminatórias dos EUA antes da guerra," e então prossegue citando aprovativamente o livro de David S. Wyman, "O abandono dos judeus (The Abandonment of the Jews)."

Mas o que realmente interessa a Finkelstein é "O Holocausto." O essência de seu argumento é simples: os judeus já tinham o Holocausto e os sionistas não, então eles teriam que inventá-lo. Certamente, por todos os intentos e propósitos, isto é exatamente o que eles fizeram, na forma de "O Holocausto," apesar do fato perturbador de que tal evento aconteceu. E por que "O Holocausto" foi fabricado? Porque isso legitima "uma das mais formidáveis potências militares", Israel, permitindo que ele "se apresente como um estado 'vítima'," e porque isso fornece "ao mais bem sucedido grupo étnico nos Estados Unidos," os judeus, uma "imunidade ao criticismo," levando a uma "das maiores corrupções morais a qual tipicamente atende" tal imunidade.

Finkelstein vê ele mesmo como isento de qualquer desejo de explorar "O Holocausto" para seus próprios fins, ao contrário de seus aparentemente incontáveis inimigos. O fato de que suas "revelações" sensacionais e acusações chocantes atraiam atenção de um grande público e atenção da mídia não é culpa dele. Não é se veemente antissionismo e ódio seething do que ele percebe como uma liderança judaica corrupta nos EUA qualquer coisa além de uma reflecção de uma realidade que apenas ele pode perceber através das nuvéns da mistificação e demagogia que enganaram milhares de pessoas leigas, acadêmicos e intelectuais. Do seu Monte Sinai, tudo é claro e óbvio. Só que sua voz é muito fraca para ser ouvida no vale.

O principal culpado, no mundo de acordo com Finkelstein, é "a indústria do Holocausto", feita por autoridades israelenses e advogados gordos, agentes judaicos bem posicionados nos círculos da política americana e sionistas implacáveis determinados a subjugar os palestinos. Aqui ele combina uma visão antiga de Israel de 1960 como o posto avançado do imperialismo americano como uma novela variação sobre a falsificação antissemita, "Os Protocolos dos Sábios de Sião", que alerta sobre uma conspiração judaica para dominar o mundo. Agora, entretanto, a conspiração judaica intenta "chacoalhar" (sua frase favorita) entidades inocentes como os bancos suíços, corporações alemães e e os donos das propriedades judaicas saqueadas por europeus da Europa Oriental, todos em ordem a consolidar o poder judaico e influência sem dar aos sobreviventes reais do genocídio qualquer coisa além de retórica vazia.

Em nenhum lugar Finkelstein menciona que os principais beneficiários da compensação pelo trabalho forçado será sabiamente gentios, homens e mulheres, vivendo seus últimos dias na pobreza do leste europeu, ou que acadêmicos alemães como Ulrich Herbert, dificilmente um empregado dos "interesses judaicos", tem estado a frente na luta por indenizações para compensação das corporações, que por décadas recusaram a admitir seus enormes ganhos com trabalho escravo e forçado. Da perspectiva do autor, isto é simplesmente um caso da organizada judiaria americana "dominando aqueles menos capazes de se defender a si mesmos," tais como, presumivelmente, os bancos suíços que sofreram uma "conspiração" e foram boicotados, e conseguiram com isso "dos Estados Unidos e seus aliados" "outros $70 milhões."

Portanto, as grandes potências do mundo capitularem no que o The Times de Londres chamou de campanha do "Holoconto" nos Estados Unidos, de acordo com Finkelstein. Ele reserva um especial desprezo pela Conferência das Reivindicações, uma reserva das organizações judaicas que distribuem fundos de reparação a sobreviventes, e menciona com aprovação um membro do parlamento da extrema-direita israelense Michael Kleiner, que chamou a conferência de uma "Judenrat, fazendo o trabalho dos nazis de maneiras diferentes". Certamente, como Finkelstein diz em outro contexto, les extrmes se touchent(os extremos se tocam): ao denunciar a "extorsão" das corporações alemães, este extremista de esquerda antissionista usa precisamente o tipo de retórica que Menachem Begin empregou quando falou contra o recebimento do "dinheiro de sangue" durante os motins da extrema-direita contra o acordo de restituição com a Alemanha Ocidental no início dos anos de 1950, que quase derrubou o governo israelense.

Há outra coisa a dizer desta deformação de inteligência e desta perveção da indignação moral. Há também algo indecente sobre isso, algo juvenil, hipócrita, arrogante e estúpido. Como foi mostrado no livro mais equilibrado de Peter Novick (embora não totalmente satisfatório), "O Holocausto na vida americana (The Holocaust in American Life)," a mudança de percepção sobre o genocídio nazista dos judeus também abriu caminhos para uma variedade de exploradores e oportunistas sem valor. Já fazer disto uma conspiração internacional judaica beira a paranóia e serve a antissemitas ao redor do mundo muito melhor que qualquer advogado cobraria para "extorquir" um industrial alemão.

Finkelstein fala da "indústria do Holocausto" como se isto "cobrisse num manto sagrado as 'pobres vítimas do Holocausto.' "Já ele se cobre nesse mesmo manto, enquanto ao mesmo tempo mostra pouca simpatia pelos sentimentos dos sobreviventes e enorme zelo em expôr o "abandono negligente e cruel" da "indústria do Holocausto", que ele chama de "o principal fomentador de antissemitismo na Europa". Por isto a "chantagem aos banqueiros suíços e industriais alemães", como também da "fome dos camponeses poloneses," a "indústria do Holocausto" procura incessantemente aumentar a pilhagem de ouro, ou a "pilhagem holocáustica," na qual lideranças judaicas e sionistas estão agora alegadamente sentadas. "O Holocausto", Finkelstein conclui, é possivelmente "o maior roubo da história da humanidade."

O que eu acho tão marcante em "A Indústria do Holocausto" é que é quase uma cópia exata dos argumentos que pretende expôr. É livro está cheio exatamente do mesmo tipo de hipérbole estridente que Finkelstein justamente deplora na campanha de grande parte da mídia atual sobre o Holocausto; ele está cheio da mesma indiferença em relação aos fatos históricos, contradições internas, políticas estridentes e contextualizações dúbias; e isso escorre com um sentido presunçoso de superioridade moral e intelectual.

Este livro é, em uma palavra, a visão de um fanático ideológico sobre o oportunismo de outras pessoas, feito por um escritor tão imprudente e implacável em seus ataques que ele está preparado para defender seus próprios inimigos, os bastiões do capitalismo ocidental, para alertar que "O Holocausto" provocará um antissemitismo cuja significância ele, entretando, dá um desconto. Como qualquer teoria da conspiração, contém várias meias verdades; e como qualquer teoria desse tipo, é um tanto irracional e insidiosa. Finkelstein pode agora dizer que ele mesmo criou sua própria indústria do Holocausto.

Fonte: Site anti-rev.org, The New York Times, Book Review Desk
http://www.anti-rev.org/textes/Bartov00a/
Tradução: Roberto Lucena
Fotos: 1) N. Finkelstein, 2) Omer Bartov

Ler mais: Finkelstein e o Holocausto
Socialista britânico critica radicalismo de Finkelstein
http://holocausto-doc.blogspot.com/2008/08/socialista-britanico-critica.html
por Alex Callinicos

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Resenha do livro "A Indústria do Holocausto"

Por Maria Luiza Tucci Carneiro*, especial para o iG Ler (igler@ig.com)

O livro "A Indústria do Holocausto", do norte-americano Norman Finkelstein, é um verdadeiro convite ao anti-semitismo, além de ser (ele mesmo) uma indústria captadora de recursos: a primeira tiragem é de 50 mil exemplares. Se para o autor o Holocausto "provou ser uma indispensável bomba ideológica", para nós ele continua a ser um fenômeno humanamente inexplicável.

A obra - que vem causando polêmica em todos os países onde foi publicada - abre trincheiras para os grupos revisionistas, representantes do pensamento da extrema-direita e que negam as câmaras de gás.

O texto se apresenta como uma faca de dois gumes, possibilitando uma leitura dúbia: de um lado, por tratar a questão judaica sobre um viés acusatório, anti-sionista e recuperar (sob nova maquiagem) o mito da conspiração judaica. Tais maquinações anti-semitas causam ainda maior estranheza por expressarem o pensamento de alguém cujos pais sobreviveram ao Gueto de Varsóvia e aos campos de concentração nazista.

Segundo o próprio autor, com exceção de seus pais, todos os membros de ambas as famílias foram exterminados pelos nazistas. Este é, por assim dizer, o outro lado da faca: o que atribui aos sobreviventes do Holocausto um "status de vítima". Mas é como vítima (sem status) que o autor faz jus à tradição americana da denúncia moral.

Em alguns momentos, o autor dá um tom de revolta à sua voz protestando contra a elite judaica americana que "explora" economicamente o Holocausto: daí a dubiedade da narrativa. Para Finkelstein existem duas fases distintas:

1) desde a Segunda Guerra Mundial até 1967: fase delineada por atitudes de menosprezo pelo tema. Nesta época, a elite judaica teria se alinhado à política americana priorizando a Guerra Fria, fazendo vistas grossas à entrada de nazistas no país, além de apoiar o rearmamento de uma Alemanha mal desnazificada.

2) após a guerra de 1967: quando o Holocausto tornou-se uma fixação na vida dos judeus americanos. Diante do "isolamento e vulnerabilidade de Israel" (p.28), a elite judaica teria começado a explorar o Holocausto visando lucros.

O raciocínio de Finkelstein baseia-se na existência de dois grupos distintos de judeus norte-americanos: os que foram "apenas" vítimas do Holocausto e aqueles que conquistaram status explorando a idéia de terem sido vítimas.

Estes seriam os responsáveis pela grosseira exploração do martírio judeu e pela transformação do Holocausto em O Holocausto, definido como uma verdadeira indústria da corrupção.

A idéia é de que esta catástrofe teve desdobramentos possibilitando ao Estado de Israel (definido pelo autor como "um dos maiores poderes militares do mundo, com uma horrenda reputação em direitos humanos") projetar-se como um Estado "vítima", além de oferecer facilidades aos judeus bem-sucedidos dos Estados Unidos, anti-comunistas, por excelência (p. 13).

A plataforma de defesa sustentada pelo autor finca-se no tom de "denúncia" atribuído à sua tese: a de que os judeus americanos estariam explorando a memória do Holocausto transformando-a em um "negócio".

Tanto a dedicatória como a epígrafe que abrem o livro - está última assinada pelo Rabino Arnold Jacob Wolf, da Universidade de Yale - reafirmam a identidade judaica do autor, ao mesmo tempo em que sintetizam a sua proposta: "A mim parece que o Holocausto está sendo vendido - não ensinado".

Tal "denúncia" é tendenciosa ao possibilitar uma "outra" leitura, perigosa no momento em que grupos neonazistas negam as câmaras de gás e os noticiários televisivos sobre a paz no Oriente Médio enfatizam uma abordagem anti-Israel.

Se a idéia de Finkelstein foi de retratar o legado de seus pais, certamente ele não foi feliz. Ademais, não é preciso ter sobrevivido a uma catástrofe (Shoah) para alcançar o grau de tirania praticado pelos nazistas.

"A Indústria do Holocausto" é uma obra rica em estereótipos recuperados dos mais exacerbados libelos anti-semitas, muitos dos quais se prestaram para sustentar uma outra indústria: a da "morte em série" nos campos de extermínio. No rol desta literatura panfletária está os "Protocolos dos Sábios de Sião", leitura de cabeceira de Adolf Hitler e dos neonazistas.

Como documento anti-semita, os Protocolos tentam provar que os judeus conspiram, há séculos, com o objetivo de controlar o mundo. Daí o texto (de origem russa, 1905) enfatizar os "interesses ocultos", conceito parafraseado por Finkelstein, noventa e seis anos depois. O autor (re)administra acusações anti-semitas ao afirmar que a memória do Holocausto está sendo modelada por "interesses investidos" e sendo utilizada para "extorquir dinheiro da Europa" (p.18).

Esta imagem estereotipada dos judeus enquanto "exploradores" e "aproveitadores" de situações trágicas pode ser identificada na maioria dos textos anti-semitas, alguns seculares. Aliás, por coincidência, um dos mais virulentos libelos anti-semitas produzidos no Brasil nos anos 30, leva o título "Indústria de Judeus".

Valendo-se de metáforas extraídas do mundo da industrialização, um diplomata brasileiro apela para a tese dos "agentes judeus" (comparados a força-motriz) que - através de sua astúcia, engenhosidade, destreza e criatividade - conjugavam o seu trabalho ao capital, objetivando o lucro ilícito.

Há também um livro anti-semita "Os judeus do cinema", de Oswaldo Gouvêa (Rio de Janeiro, 1935) que acusa empresas americanas de explorar a indústria cinematográfica. Valendo-se dos "capitalistas judeus da Broadway" teriam se tornado poderosas empresas, com domínio universal. Foi aí que "o Leão da Metro alvoroçou sua juba e deu o primeiro rugido de alarme entre os judeus" (p.74).

Mera coincidência ou não, o mito da conspiração foi retomado por Finkelstein e atualizado no espaço e no tempo histórico.

(*) Maria Luiza Tucci Carneiro é historiadora da Universidade de São Paulo, autora de "Holocausto. Crime contra a Humanidade" (Ática, 2000) e "O Anti-semitismo na Era Vargas" (Brasiliense, 1995, 2a. edição), entre outros.

OBS: Este texto, inédito, será ampliado pela autora para publicação em uma revista da comunidade judaica, para a qual foi originalmente concebido.

Fonte: IG
http://www.ig.com.br/paginas/igler/especiais/finkel/tucci.html

Entrevista com Norman Finkelstein, autor de "A Indústria do Holocausto"

Por Ricardo Besen (ricardobesen@ig.com)

iG Ler - Você rejeita a idéia da singularidade do holocausto. Não acha que esse é um assunto bastante complexo que é discutido de forma muito simplista em seu livro? Você poderia ter levado em consideração que historiadores e filósofos alemães discutiram o tema a sério e sem motivações políticas, como Theodor Adorno, por exemplo.

Finkelstein - Eu discuto o dogma de que o holocausto é CATEGORICAMENTE único. Como todos os temas de investigação histórica, ele deveria estar sujeito aos procedimentos fundamentais de contraste e comparação. Não há dúvida que alguns aspectos do holocausto nazista são significativamente únicos - cito inclusive o historiador Raul Hilberg quanto a esse ponto.

Aspectos da bomba atômica lançada sobre Hiroshima também são significativamente únicos. Mas será que um historiador japonês diria que não pode compará-la com o bombardeio convencional de Tóquio (onde provavelmente mais gente morreu)? O ponto de partida da indústria do holocausto é: "Não compare". O que quer que isso seja, não é história.

iG Ler - Você não exagera ao dizer que as pessoas eram indiferentes ao holocausto durante sua infância? Você menciona que seus pais sofreram privadamente. Deve-se admitir que o tema era de difícil tratamento, e não só por parte dos sobreviventes. Vários anos se passaram até que o livro de Primo Levi, "É isso um homem?" fosse publicado na Itália. Uma biógrafa de Levi, Sylvie Braibant, notou: "O mundo não estava preparado para isso". Não lhe parece que a hesitação em lidar com o assunto possa ter tido outras motivações que não as políticas?

Finkelstein - Em geral é difícil lidar com o sofrimento. Ainda ontem à noite assisti a um excelente - pois honesto - documentário sobre o Vietnã, "Regret to Inform....", ("Sinto informar..."). Foi terrivelmente doloroso rever o horror colossal infligido pelos EUA ao Vietnã.

A questão interessante é por que certos horrores são lembrados, enquanto outros são esquecidos. Essa é uma questão política e não "humana".

iG Ler - Uma das principais críticas a seu livro é que ele é movido por vingança pessoal pelos problemas que sua mãe teve para receber a indenização de guerra. De fato, você parece estar com pressa de chegar ao que considero a parte principal de seu livro, ou seja, a crítica à elite judaica americana. Você afirma que a posição dessa elite com relação a Israel mudou por razões políticas após a Guerra dos Seis Dias em 1967, mas trata o tema muito brevemente. Não lhe parece que o livro trata de questões complexas de forma muito rápida, tornando-o um alvo fácil para críticas (que, dado o tema, viriam mesmo que o livro fosse perfeito)?

Finkelstein - O subtítulo do livro é "Reflexões sobre a exploração do sofrimento dos judeus". É uma intervenção modesta. No entanto, acho que o livro levanta questões importantes. Raul Hilberg considerou minhas teses basicamente corretas. Ele sugere que talvez eu devesse expandi-las em um outro livro. É pouco provável que eu vá fazê-lo.

Considero o livro um acerto de contas com os "publicitários" do holocausto que corromperam e rebaixaram a memória do sofrimento do povo judeu. É uma desgraça, um crime até. A indústria do holocausto é uma das maiores fomentadoras do anti-semitismo e da negação do holocausto no mundo hoje. Ela deve ser exposta, repudiada e banida da vida pública.

Se - como Hilberg tem reiterado - esses "camelôs" do holocausto estiverem implicados em chantagem e extorsão contra a Suíça, eles devem ser processados criminalmente.

iG Ler - Você afirma que a maior parte das críticas que seu livro tem recebido nos EUA é composta de ataques pessoais e não às suas idéias. Houve alguma crítica preocupada em debater apenas idéias? Qual foi a reação do público norte-americano ao livro?

Finkelstein - A única resenha séria de meu livro nos EUA foi feita por William Rubinstein em "First Things" (que pode ser lida no site de Finkelstein). O "New York Times" liderou o ataque pessoal, logo seguido pelo "Washington Post".

O propósito desses ataques dos principais jornais foi impedir a discussão pública do livro e alertar as bibliotecas para que não o comprassem. Parece que a campanha de vilanização deu resultado. Não fui convidado a participar de nenhum programa importante no rádio ou na televisão. O número total de resenhas escritas pode ser contado nos dedos.

Em compensação, a maior autoridade mundial no holocausto nazista, Raul Hilberg, tem continuamente elogiado meu livro em entrevistas.

iG Ler - Qual é a dificuldade de debater nos EUA um tema como o holocausto, quando se vai contra a corrente?

Finkelstein - Os EUA são o quartel-general da indústria do holocausto. Não surpreende, portanto, que qualquer crítica a essa indústria, ou seja, à exploração do sofrimento dos judeus para obtenção de ganhos políticos e financeiros, seja suprimida. Um livro documentando que chocolate dá câncer provavelmente seria banido na Suíça.

iG Ler - Qual foi a recepção do livro na Alemanha e em Israel? Houve uma diferença muito grande com relação à recepção nos EUA?

Finkelstein - Na Alemanha o livro provocou um debate nacional. 130 mil cópias do livro foram vendidas em duas semanas. Ele está em primeiro ou segundo lugar na lista de best sellers lá, bem como na Suíça e na Áustria.

A reação oficial da mídia alemã foi quase que completamente negativa. Já há dois livros em processo de impressão denunciando o meu livro. Outras obras, que me atacam menos que essas duas, mas são também bastante críticas, serão publicadas pela minha editora alemã, a Piper.

A reação do público, pelo que posso julgar pelos e-mails que recebo, é mais positiva. A Alemanha está sufocada pelo "politicamente correto" no que se refere ao tema holocausto.

Acho que muitos alemães estão gratos que um judeu finalmente tenha publicado o que quase todo mundo pensa privadamente: o negócio do holocausto fugiu do controle.

Em Israel houve pouca repercussão.

iG Ler - Você cita múltiplas fontes em seu livro. Considerando que o assunto atrai um grande número de pessoas fora do ambiente acadêmico e que não terão acesso a essas fontes, a leitura não fica prejudicada? Que tipo de público você pretendeu atingir?

Finkelstein - Minha intenção foi escrever o livro para o grande público, daí sua brevidade e aparato acadêmico modesto. Escrevi muitos livros nos quais o espaço reservado às notas é maior que o corpo do texto. Evitei conscientemente fazer isso nesse livro.

As linhas gerais de meu argumento são claras e as fontes em que me apoio suficientes para meus propósitos. Aliás, ainda não li nenhuma resenha que tenha discutido realmente meus argumentos e fontes. Em vez disso, tudo que ouço são conversas sobre "teorias conspiratórias", "judeu que se odeia", "negador do holocausto" e por aí vai.

A primeira regra de um bom advogado é: se você não pode responder a uma questão, mude de assunto.

iG Ler - Embora não seja o tema direto do livro "A Indústria do Holocausto", tem-se afirmado que você compara a situação do povo palestino hoje com a dos judeus na Alemanha nazista. É verdade? Em caso positivo, como você justifica essa posição?

Finkelstein - Como notei acima, há alguns aspectos que são comparáveis, outros não. Algumas semelhanças são bastante significativas, como, por exemplo, a meta de criar em Israel um país etnicamente puro, o uso extensivo de prisões administrativas, tortura e assim por diante.

Por outro lado, não há câmaras de gás ou assassinatos em série. Nesse caso as duas situações contrastam significativamente.

Em um nível moral eu não comparo sofrimentos: sofrimento é sofrimento. Essa é a herança que meus pais me deixaram. É o que eu mais admirava neles. Não pretendo abandonar esse nobre princípio moral.

iG Ler - Você está a par da polêmica criada na Alemanha pelo discurso (veja matéria ao lado) proferido pelo escritor Martin Walser ao receber o "Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães" em 1998, no qual ele externa uma opinião semelhante à sua sobre a instrumentalização do holocausto? Concorda com o ponto de vista dele?

Finkelstein - Sim, acho que ele está correto. De fato, acabei de receber um e-mail de um jovem alemão que afirma que aquilo que eu disse em minha recente visita à Alemanha ecoava o que Walser afirmou. A diferença é que eu sou judeu, de forma que posso me "livrar" do sentimento (da instrumentalização do holocausto).

A exploração do holocausto nazista e a coerção moral da Alemanha, são, francamente, um espetáculo nauseante. É tempo de todos os moralizadores "desses alemães" olharem para o espelho. A imagem não é bonita, se formos honestos conosco enquanto, digamos, norte-americanos.

iG Ler - Você afirma que há poucos historiadores do holocausto -Raul Hilberg seria um deles - com credibilidade. Você acredita que a polêmica gerada por seu livro possa mudar isso?

Finkelstein - Meu livro não pretende ser uma contribuição para o entendimento do holocausto nazista. Há excelentes historiadores trabalhando nesse campo. O propósito de meu livro é expor todas as bobagens que a "educação do holocausto" vem promovendo, que são, na verdade, propaganda pura - uma arma ideológica em uma ação política corrupta.

Fonte: IG
http://www.ig.com.br/paginas/igler/especiais/finkel/entrevista.html

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Socialista britânico critica radicalismo de Norman Finkelstein

Finkelstein e o Holocausto
por Alex Callinicos

UMA TEMPESTADE rompeu-se acerca de A Indústria do Holocausto, o novo e provocativo livro do historiador de extrema-esquerda de Nova York Norman Finkelstein. Seu alvo é em cima de um vasto esforço refletido numa pletora de museus, institutos, cursos, conferências e de como é relembrado o assassinato nazista de 5.1 milhões de judeus.

Para Finkelstein o Holocausto é uma ideologia. Ele acredita que a representação dominante dos crimes nazistas, particularmente nos Estados Unidos, não tem uma maneira séria de intentar compreender ou relembrar isso. Na crítica desta representação, Finkelstein segue a condução dada pelo historiador liberal Peter Novick. Em seu recente livro The Holocaust and Collective Memory(O Holocausto e a Memória Coletiva), Novick argumenta que o Holocauso apenas tornou-se uma questão maior até para judeus americanos nos fins dos anos de 1960s e início dos anos de 1970s.

Para Novick, esta mudança veio como um resultado das guerras árabe-israelenses de 1967 e 1973. Os mais destacados judeus americanos acreditavam que o Estado de Israel encarava um perigo comparável a Hitler. A invocação do Holocausto permitiu que defensores de Israel representasse seus oponentes como cripto-nazistas. Finkelstein rechaça esta explanação, apontando que Israel era um perigo muito maior perigo na guerra de 1948 quando o estado foi fundado. Ele argumenta que foi a decisão de Washington depois de 1967 de tratar o Estado sionista como um maior ativo estratégico norte-americano no Oriente Médio que foi responsável pela mudança na atitude.

"Não foram as alegadas fraqueza e isolamento de Israel, não foi o medo de um 'segundo Holocausto'," ele escreve, "mas ao invés disso é a prova que a força e aliança estratégica com os Estados Unidos que conduziu elites judaicas a elaborar a indústria do Holocausto depois de junho de 1967.

Um segundo fator, Finkelstein argumenta, foi o aumento da prosperidade dos judeus norte-americanos e sua correspondente mudança política para a direita: "ao agir agressivamente para defender seus interesses corporativos e de classe, as elites judaicas marcaram toda oposição para suas novas políticas anti-semitas conservadoras."

Esta análise proporcionou a base para a mordacidade de Finkelstein em atacar a "indústria do Holocausto". Assim ele denuncia o ganhador do prêmio Nobel sobrevivente de Auschwitz Elie Wiesel por transformar o Holocausto "numa religião 'misteriosa'" que ele expõe para um recebimento de honorários de $25,000 por aparição. Igualmente dúbio, para ele, são os esforços das organizações judaicas para ganhar compensação de países como Alemanha e Suíça. Finkelstein alega aquilo do que ele chama de "a Redobrada Chantagem", as compensações reivindicadas são exageradas e pouco do dinheiro chega aos genuínos sobreviventes do Holocausto.

Não é nada surpreendente que Finkelstein venha a estar sob ataque feroz. Jonathan Freedland escreveu no The Guardian na sexta-feira da semana passada que ele estava "próximo das pessoas que fizeram o Holocausto do que daqueles que o sofreram". Levando em conta que ambos os pais de Finkelstein sobreviveram ao Gueto de Varsóvia e aos campos nazistas, esta é uma acusação odiosa.

Apesar de tud, em sua fúria à classe dirigente sionista norte-americana, Finkelstein faz uma oferta enorme aos reféns da fortuna. Como seria sua afirmação diferente daquela que "o campo de estudos do Holocausto está repleto de nonsense, senão de pura fraude" feita pelo "revisionista" do Holocausto D. Irving ao esculhambar durante seu recente caso de difamação?

Finkelstein põe-se a elogiar a "'indispensável' contribuição" de Irving como historiador. Pior ainda, ele acompanha Novick no rechaço da significância da negação do Holocausto: "Não há qualquer evidência que os negadores do Holocausto exerçam qualquer influência maior nos Estados Unidos do que a Sociedade da Terra Plana o faça."

Mas, pode ser verdade que ao contrário dos EUA, a negação do Holocausto seja uma questão política viva na Europa. Quando Jean-Marie Le Pen, que desqualificou o Holocausto como "um detalhe da história", pode receber 15 porcento dos votos na França, e o simpatizante das SS Jšrg Haider pode dominar o governo austríaco, fazendo pouco caso de que o "revisionismo" do Holocausto é um perigo de luxo.

Pior ainda, Finkelstein às vezes faz concessões para a idéia de que alguns judeus pelo menos são parcialmente responsáveis pelo anti-semitismo. Assim ele com aprovação quotes the claim que o Congresso Mundial Judaico, em pressionar por reparações dos governos do Leste europeu, é "culpado de promover...uma terrível ressurgência do anti-semitismo".

Isto parece ser inteiramente o lugar errado de partida. Para amplitude de que há uma ressurgência do anti-semitismo na Rússia e leste da Europa, e em sua maioria a causa mais óbvia é o transtorno econômico e político causado pelo colapso dos regimes stalinistas no fim dos anos de 1980s. Neste clima não é difícil de se surpreender de que racistas encontrariam nos judeus e outros - notavelmente os Roma(ciganos) - os bodes expiatórios, totalmente independente do caráter dessas vítimas.

Finkelstein, como Novick antes dele, levantou questões legítimas. Ele tem destacado que algumas formas com as quais a comemoração do Holocausto tornou-se uma ferramenta de poder. Mas de tão exagerada que é sua polêmica às vezes ele a torna, totalmente contrário às suas próprias intenções, perigosamente próximo a dar conforto para aqueles que sonham com novos holocaustos.

Fotos: Norman Finkelsten com bandeira palestina, Alex Callinicos(socialista britânico)
Texto original(em inglês): Alex Callinicos
http://www.socialistworker.co.uk/archive/1706/sw170609.htm
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A demissão de Finkelstein

Professor norte-americano que diz que os judeus usam o Holocausto para reprimir críticos demite-se
pela Associated Press

Um professor da Universidade de Chicago que provocou críticas ao acusar alguns judeus de incorretamente usar a 'herança'(legado)do Holocausto aceitou na quarta-feita imediatamente demitir-se para surpresa de todos.

Funcionário e cientista político da Universidade DePaul o professor Norman Finkelstein emitiu uma declaração coletiva anunciando a demissão, que veio junto com uma centena de manifestantes que reuniram-se fora do escritório do decano para apoiá-lo.

Finkelstein, que é filho de sobreviventes do Holocausto, teve negada sua permanência em Junho depois de passar seis anos na faculdade de DePaul. Sua classe restante foi cortada pela DePaul no último mês.

Seu mais recente livro, "Beyond Chutzpah: On the Misuse of Anti-Semitism and the Abuse of History(Além de Chutzpah: o mau uso do anti-semitismo e o abuso da história)", é em grande parte um ataque ao livro "The Case For Israel(Em defesa de Israel)" do professor de direito de Harvard, Alan Dershowitz.

Em seu livro, Finkelstein sustenta que Israel usa o observado anti-semitismo como uma arma para sufocar/abafar a crítica.

Dershowitz, que ameaçou processar o editor de Finkelstein por difamação, instou a direção da DePaul a rejeitar o pedido de permanência de Finkelstein.

Finkelstein disse na declaração que acredita que a decisão de permanência foi contaminada por pressões externas, mas elogiou o papel honorável da universidade
de proporcionar um "paraíso da erudição"(local de grande aprendizado acadêmico)para ele nos últimos seis anos.

A universidade negou que partidos de fora influenciaram na decisão de negar a permanência de Finkelstein. A parte da declaração feita pela Universidade chamou Finkelstein de prolífico acadêmico e um destacado professor.

Finkelstein mencionou o reconhecimento da Universidade como a parte mais importante da declaração.

"Eu senti que definitivamente tinha conseguido o que era meu limite e que talvez era hora, para surpresa de todos, de seguir adiante," disse ele nas a news conference que se seguiram na manhã da manifestação organizada por estudantes na faculdade que carregavam faixas e reivindicações como "parem com a caça às bruxas."

Finkelstein adicionou: "os estudantes da DePaul demonstraram um estupendo espírito elevado em minha defesa que deveria ser invejado e servir de exemplo para cada universidade dos Estados Unidos."

O professor não discutiria termos financeiros do acordo de demissão, que ele disse era confidencial, mas apontou que não faz cerimônia em falar sobre questões que concernem a ele, incluindo a injustiça do processo de permanência.

Ele também disse que não sabe o que ele irá fazer a seguir, mas chegou a se dar conta antes da Quarta-feira de que "a atmosfera tinha ficado tão envenenada que era virtualmente impossível para mim, continuar na DePaul. O mínimo que eu poderia esperar era deixar a DePaul com minha cabeça erguida e minha reputação intacta."

Dershowitz era crítico da universidade. "A DePaul parece que cedeu a pressão," disse ele numa entrevista por telefone. "A idéia dele é se descrever como acadêmico que negocia a verdade, por conveniência. Ele é um propagandista e não um acadêmico."

Ainda, Dershowitz disse, "Estou feliz por ele estar fora da academia. Deixe-o fazer sua ostentação nas esquinas."

Fonte: AP/Haaretz
http://www.haaretz.com/hasen/spages/901583.html
Tradução: Roberto Lucena

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