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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Deputado franco-brasileiro é alvo de preconceito da extrema-direita

França/Polêmica - Artigo publicado em 05 de Agosto de 2013 - Atualizado em 05 de Agosto de 2013
Deputado franco-brasileiro é alvo de preconceito da extrema-direita

O deputado e porta-voz do Partido Socialista,
Eduardo Rihan Cypel, nasceu em Porto Alegre
e mora na França desde seus dez anos de idade.
DR - RFI
O deputado e porta-voz do Partido Socialista (PS), o franco-brasileiro Eduardo Rihan Cypel, foi alvo de duras críticas do deputado europeu e integrante do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN), Bruno Gollnisch. O assunto vem sendo destacado pela imprensa francesa nos últimos dias. Em um vídeo postado em seu blog na última sexta-feira, dia 2 de agosto, Gollnisch descreve Cypel como "um francês recente" e que o faz pensar "nesse tipo de pessoa que se convida em casa e que, uma vez que ela se habituou, quer convidar todo mundo".

Eduardo Rihan Cypel é natural de Porto Alegre (RS) e vive na França, para onde veio com seus pais, desde seus dez anos de idade. Em 1996, com 22 anos, ele obteve a nacionalidade francesa. Desde 2004, ele integra o PS. Em 2012, ele participou da campanha presidencial de François Hollande, encarregado das questões de imigração. No mesmo ano, ele se elegeu deputado da localidade de Seine-et-Marne, na grande região parisiense.

De acordo com Gollnisch, a França financiou a educação de Cypel para que ele pudesse aprender francês. "Não se creia autorizado à estigmatizar aqueles que pensam que há muitos nômades na França", aqueles que "reclamam de encontrar a cada dia mais estrangeiros em seu próprio país", diz o deputado de extrema-direita.

O franco-brasileiro reagiu às declarações em sua conta no Twitter. "Eu sei o que devo à França, senhor Gollnisch: é defender seus cidadãos e seus valores republicanos contra pessoas como você", publicou neste sábado, dia 3 de agosto.

Ignóbil tradição

Os socialistas defenderam Cypel publicamente, e classificaram as acusações de Gollnisch como "insuportáveis". Para o primeiro secretário do PS, Harlem Désir, "os propósitos que visam a origem de um responsável político e de um parlamentar francês se inscrevem na ignóbil tradição da extrema-direita francesa".

Para o PS, este tipo de declaração "mostra que a Frente Nacional é um partido profundamente anti-republicano que quer realizar uma triagem inaceitáveil entre os franceses em função de suas origens. O partido também acredita que a presidente do FN "provavelmente não sancionará essa nova derrapagem de Gollnisch".

Fonte: RFI
http://www.portugues.rfi.fr/geral/20130805-deputado-franco-brasileiro-e-alvo-de-preconceito-da-extrema-direita

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Polícia decreta prisão preventiva de quatro suspeitos de agredir militante de esquerda de 18 anos

Clément Méric, o jovem agredido por skinheads
na noite desta quarta-feira, 5 de junho de 2013,
se encontra atualmente em estado de morte cerebral.
Entre os suspeitos detidos para interrogatório está o suposto autor dos golpes de soco inglês que causaram a morte cerebral da vítima. Ele seria um jovem de 20 anos ligado a movimentos neonazistas. Episódio reacende a discussão sobre grupos de extrema-direita na França

Depois de prometer uma açao rápida, o ministro do Interior da França, Manuel Valls, anunciou nesta quinta-feira a prisao preventiva de quatro suspeitos de envolvimento na agressao cometida na noite desta quarta-feira, no centro de Paris. Um grupo de três skinheads atacou o estudante e militante de extrema-esquerda Clément Méric, de 18 anos, que teve a morte cerebral decretada. Segundo a polícia, o suspeito de ser o autor dos golpes de soco inglês que mataram Méric seria um jovem de 20 anos.

O incidente aconteceu próximo às Galerias Lafayette, em uma área nobre da capital francesa. Os skinheads fariam parte do grupo radical Juventude Nacionalista Revolucionária. A JNR é um movimento neonazista que repudia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e se guia por ideias ultranacionalistas. Serge Ayoub, fundador do grupo, entretanto, negou qualquer ligação com o caso.

Clément Méric era estudante da SciencesPo., uma das mais prestigiadas universidades francesas, e era conhecido no meio político de esquerda.

O Partido de Esquerda, ao qual Clément Méric era filiado, convocou seus militantes para uma passeata em homenagem ao jovem nesta quinta-feira, às 18h30, horário local, 13h30 no horário de Brasília, na Praça Saint-Michel, região central de Paris.

Os estudantes da SciencesPo. também farão uma homenagem a Méric, hoje à tarde, em frente ao Instituto de Ciências Políticas da universidade.

O episódio reacende a discussão sobre os grupos de extrema-direta na França. O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, declarou que o governo vai estudar todos os meios legais para destruir esses "grupos de inspiração neonazista que prejudicam a República". Disse Ayrault ao Senado: "Nossa responsabilidade é encontrar respostas jurídicas e políticas para que movimentos racistas, antissemitas e homofóbicos sejam combatidos".

Já no outro lado do espectro político, a líder de extrema-direita Marine Le Pen, negou ligação de seu partido, a Frente Nacional, com os agressores e criticou o que chamou de generalização de esquerda.

Fonte: RFI/France24
http://www.portugues.rfi.fr/franca/20130606-jovem-militante-de-esquerda-e-agredido-por-skinheads-no-centro-de-paris

sábado, 25 de maio de 2013

O Primavera Francesa (Printemps français) tornou-se um "exército secreto" (extrema-direita)

Este é o comunicado que acaba de ser publicado no site do Printemps français (Primavera Francesa), a ala radical da oposição à lei Taubira. Ele se batizou como "A Ordem do dia número um", na forma de um exército secretro.

Observando a promulgação, sábado 18 de maio, da lei do casamento para todos, este texto pretende ser o manifesto de fundação de uma "nova força de resistência". "A França está sendo submetido a forças que a querem escravizar completamente. A batalha está apenas começando. Ela continuará até a vitória."

"Na véspera da batalha, os partidos políticos já anunciaram a sua colaboração com o poder ideológico, alegando falsamente que a lei Taubira não pode ser revogada. Ao se colocarem no campo inimigo, eles se autoplocamaram como adversários ", escrevem os autores do texto, de forma bastante explícita à UMP.

"Tidos como alvos"

Segue a seguinte proclamação exaltada: "O Primavera Francesa, portanto, afirma que serão tidos como alvos: o governo atual e todos os seus apoiadores, os partidos políticos que colaboraram com a lei, os lobbies que elaboraram o programa ideológico e os órgãos que a difundiram".

O comunicado termina com: "Esta agenda é imediatamente executória."

Este texto ocorre em um ambiente de alta tensão, inclusive no movimento anti-casamento gay e alguns dias antes da manifestação no dia 26 de maio, em Paris. O exemplo mais recente desses antagonismos: causou raiva nas alas mais radicais as declarações frias de Frigide Barjot após o suicídio de Dominique Venner. Querendo distanciar o gesto dele do movimento, o porta-voz da manifestação disse que foi um ato de alguém "um pouco perturbado". "Dominique Venner faz parte de uma pequena minoria à margem [que quer] atos violentos, de uma ação forte, dizia que fazemos manifestações suaves", disse ela na terca-feira, 21 de maio em RTL.

Seguindo sua agenda de imprensa, a Primavera Francesa planeja protestar quinta-feira ou sexta-feira na sede do Grande Oriente em Paris.

Fonte: Droite(s) Extreme(s), Le Monde (França)
http://droites-extremes.blog.lemonde.fr/2013/05/22/le-printemps-francais-joue-a-larmee-secrete/
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Meio século depois Hollande admite matança de argelinos em Paris

Meio século depois Hollande admite
matança de argelinos em Paris
Há 51 anos, a polícia francesa massacrou em Paris centenas de imigrantes argelinos que se preparavam para participar numa manifestação a favor da independência do seu país. Oficialmente, apenas reconheceu três mortos e 64 feridos. Durante mais de meio século, todos os governos franceses negaram o massacre. François Hollande veio agora admiti-lo.

O reconhecimento veio no 51º aniversário da manifestação de 17 de Outubro de 1961 e a pouco tempo de uma visita oficial à Argélia que o presidente francês tem agendada para o início de Dezembro. A manifestação brutalmente reprimida em 1961 fora convocada por organizações afectas ao movimento de libertação argelino FLN e dirigia-se contra o reclher obrigatório que apenas se aplicava aos argeilinos.

A manifestação terá reunido entre 20.000 e 50.000 pessoas e a maior parte dos mortos não foram vítimas de violência na rua, e sim nas esquadras, após a detenção. Um grande número foi lançado ao rio Sena, tendo os cadáveres continuado a aparecer nos dias seguintes, como denunciaram contra os desmentidos oficiais principalmente os jornais Le Monde, Libération e L'Humanité.

No lacónico comunicado do presidente Hollande, o balanço da repressão policial daquele dia é descrito como uma "tragédia" e refere-se a necessidade "não de vingança ou arrependimento, mas de do direito, por meio da verdade". O embaixador argelino em Paris, Missoum Sbih, comentou favoravelmente esta admissão do facto em si, que há muito era reivindicada pelo Governo argelino. Segundo Sbih, há no comunicado "vários sinais positivos e encorajadores".

Direita francesa furiosa com Hollande

Embora o comunicado em momento algum admita a existência de culpas da polícia francesa ou peça perdão às famílias das vítimas, os "sinais positivos" nele lidos pelo embaixador argelino já foram suficientes para desencadear um vendaval de protestos da direita francesa.

Assim, o líder parlamentar da UMP, Christian Jacob, considerou "intolerável" que o comportamento da polícia e o conjunto da República fossem postos em causa pelo comunicado. O dirigente histórico da Frente Nacional (extrema-direita) Jean-Marie Le Pen, conhecido por ter praticado a tortura em larga escala durante a Guerra da Argélia, afirmou que Hollande não tem o direito de se pronunciar sobre alegadas culpas da França.

E o ex-primeiro-ministro Fraçois Fillon, segundo citação do diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, interrogou-se retoricamente: "E o que é feito dos crimes que foram cometidos na Argélia após a independência, com os massacres contra os Harkis [soldados argelinos que serviram o exército francês], o que é feito dos arquivos argelinos, que nunca foram abertos?" E logo sugeriu: "Ou bem que tudo se revela à luz do dia, ou então o melhor é esquecer todo o assunto".

Papon: primeiro genocida anti-judeu, depois anti-árabe

Seja como for, os arquivos franceses ficarão abertos e permitirão conferir os cálculos dos historiadores - geralmente entre os 50 e os 200 mortos. Um dos mais conhecidos, da autoria do historiador francês Jean-Luc Einaudi, aponta para as duas centenas.

O balanço de Einaudi, que utilizava já o termo "massacre", deu na altura origem a um processo por difamação intentado por aquele que fora o prefeito da Polícia de Paris à data da manifestação: Maurice Papon. Este viria, por sua vez, a sentar-se depois no banco dos réus, não pela repressão de 17 de Outubro, mas pela sua colaboração com os nazis com vista a organizar a deportação de judeus para os campos de extermínio.

Papon viria a ser despojado de todas as suas condecorações e condenado a dez anos de prisão em 1998, por crimes contra a humanidade cometidos ao serviço do regime colaboracionista de Vichy. Mas acabou por cumprir apenas um ano de prisão, vindo a ser libertado por razões de saúde em 2000 e morrendo em 2002.

António Louçã, RTP 18 Out, 2012, 18:15 / atualizado em 18 Out, 2012, 18:30
DR

Fonte: RTP (Portugal)
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=596337&tm=7&layout=121&visual=49

sábado, 3 de março de 2012

"François Duprat," o livro referência sobre o homem que inventou a Frente Nacional

François Duprat, de Nicolas Lebourg
e Joseph Beauregard (Denoël)
Quem foi François Duprat? Personagem misterioso e fundamental da extrema-direita francesa, ele atravessou um quarto de século da política francesa e internacional. Sua morte misteriosa em um atentado de carro-bomba que explodiu em 18 março de 1978, antes do primeiro turno das eleições legislativas, deixou uma imagem de mártir da "causa nacional" na sua família política.

O historiador Nicolas Lebourg e o documentarista Joseph Beauregard tiveram uma árdua tarefa de reconstruir o itinerário político e pessoal de um homem que não parou de compartimentar sua vida e que não relutou em inventar quando parecia necessário. A tudo ele se prestou: policial, delator, o homem da KGB, do Mossad, da CIA, dos sírios, pagos por Gaddafi, Arafat e de outras hipóteses ainda.

Em abril de 2011, os autores realizaram em parceria com o Le Monde.fr, o INA e a 1+1 Production, a produção de um webdocumentário que também tentou explicar o percurso de Duprat e o papel essencial que desempenhou na extrema-direita.

Sua biografia retorna ao essencial - e de forma mais desenvolvida - desta trama. François Duprat, o homem que inventou a Frente Nacional (Denoël, 382 páginas, € 23,50), pode ser lido como um romance policial. E contém muitos detalhes e análises políticas fascinantes. Os autores encontraram todas as testemunhas-chaves, como a família de Duprat, seus companheiros, seus adversários, seus inimigos. Toda a informação é verificada, cruzada. Uma obra rara de investigação pode lançar luz sobre François Duprat. Porque, se ele foi esquecido pelo público em geral, Duprat teve um papel fundamental no nascimento e na ascensão final da Frente Nacional.

Intelectual orgânico

Duprat se alistou em primeiro lugar, quando da guerra da Argélia junto à Nação Jovem (Jeune Nation), um grupo de extrema-direita violenta fundado por Pierre Sidos, facção da galáxia da OAS. Duprat acabará por fazer parte de toda aventura de extrema-direita da FN no Ocidente, como, através da Federação dos Estudantes Nacionalistas e da Nova Ordem. Mas muitas vezes ele será excluído. Cada vez, ele irá imprimir a sua influência teórica nesses pequenos grupos, para se tornar o verdadeiro intelectual orgânico da extrema-cireita. Este professor de história, amado por seus alunos, também receberá uma série de apelidos da imprensa militante como irá usá-los como uma arma ideológica com sua família política.

Mas Duprat não era um simples ativista simples parisiense, que não relutou em lutar apesar de seu porte físico e apesar de sua forte miopia. Fascinado pelos serviços de inteligência e do dobro (ou triplo) de jogos, foi pessoalmente encarregado pela Central de Inteligência, onde informou seu agente sobre as vicissitudes de sua família política. Foi também para a Nigéria e Congo, em plena descolonização, para ajudar o campo anticomunista.

Para esta resistente criança, vindo de uma família de esquerda, ele era um anticomunista total. E um profundo antissemita. Ele foi o primeiro a publicar livros negacionistas na França. E a revitalizar o antissemitismo e a negação do Holocausto combinando negacionismo e antissionismo. Os autores escrevem: "A negação é aberta (...) sobre as novas mitologias do antissemitismo. Os judeus ganharam a Segunda Guerra Mundial, tanto para a causa sionista como para a destruição de outros Estados e 'raças', a fim de estabelecer sua dominação global." Foi ele quem conceituou a noção de "nacionalismo revolucionário", uma atualização do "movimento fascista".

No início da aventura da FN, são seus grupos nacionalistas revolucionários a ala mais radical do partido. Mas isso não impede que influencie fortemente a linha de discurso do partido. Ele é o exemplo que sopra para Jean-Marie Le Pen e que se tornou a marca de um partido social de extrema direita: o famoso "Um milhão de desempregados, é um milhão de imigrantes também."

O legado de Duprat, a FN é o maior. Muito azedo. No entanto, é de fato sempre presente. E, especialmente hoje. O posicionamento econômico e social defendido por Duprat pela FN, e do chamado "novo" discurso de Le Pen, há semelhanças.

Evidentemente, o assassinato de Duprat é metodicamente estudado. Um pouco como uma investigação policial, os autores descrevem com força de detalhes as circunstâncias da morte de Duprat. Eles analisam todos os pressupostos sobre a acusação de assassinato.

Ao longo de 382 páginas deste livro - somado, através do personagem de Duprat, emerge da trama pequenos toques impressionistas, retrato de uma época em que a política era o negócio da vida, e onde não renunciou a qualquer meio, incluindo a violência e assassinato, para alcançar seus objetivos.

Fonte: Le Monde, blog Droite(s) Extreme(s)François Duprat», le livre référence sur l’homme qui inventa le Front national)
http://droites-extremes.blog.lemonde.fr/2012/02/14/francois-duprat-le-livre-reference-sur-lhomme-qui-inventa-le-front-national/
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 18 de fevereiro de 2012

França: Le Pen é condenado por declarações sobre a 2ª Guerra (extrema-direita)

Jean-Marie Le Pen, Front Nacional
(partido da extrema-direita francesa)
O Tribunal de Apelação de Paris condenou nesta quinta-feira a três meses de prisão com suspensão condicional da pena e 10 mil euros de multa o ex-líder da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, por ter declarado que a ocupação alemã na França durante a segunda Guerra Mundial "não foi particularmente desumana". Esta pena por "contestação de crimes contra a Humanidade" é uma confirmação da que foi pronunciada pelo Tribunal Penal de Paris em 2008. O fundador e presidente de honra do partido Frente Nacional e seu advogado estavam ausentes no momento da decisão.

No dia 8 de fevereiro de 2008, o Tribunal Penal de Paris considerou Le Pen culpado de "apologia a crimes de guerra" e "contestação de crime contra a Humanidade", após uma declaração sua publicada em janeiro de 2005 na revista de extrema direita Rivarol.

Le Pen tinha declarado: "Na França, pelo menos, a ocupação alemã não foi particularmente desumana, mesmo acontecendo erros, inevitáveis em um país de 550 mil km quadrados". Várias vezes candidato a presidente, Le Pen hoje é eurodeputado.

Jean-Marie Le Pen, 83 anos, passou a liderança de seu partido, em janeiro de 2011, para sua filha Marine, que é candidata à presidência na eleição de abril-maio de 2012.

Fonte: Terra/AFP
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5616606-EI8142,00-Franca+Le+Pen+e+condenado+por+declaracoes+sobre+a+Guerra.html

Ver mais:
Jean-Marie Le Pen condenado a três meses de prisão com pena suspensa (Correio da Manhã, Portugal)

sábado, 29 de outubro de 2011

A "técnica" do negacionista Faurisson de "revisar" a História do Holocausto - parte 2

Em mais um texto ridículo, o 'guru' "revisionista" francês Robert Faurisson, tentando aliviar a barra do fascista Le Pen, seu compatriota, e suas declarações negacionistas na França sobre o Holocausto anos atrás, demonstra como elabora seu "método" de "revisar" a História: ele cata 'supostos' furos em livros e acusa que a não citação de câmaras de gás no Holocausto ou mesmo do próprio genocídio, por uma personalidade, equivale a uma 'admissão' de que as mesmas não existiram.

Sobre o historiador francês René Rémond, a alegação de Faurisson (ver aqui):
No terceiro volume de sua Introdução à história de nossos tempos (Introduction à l'histoire de notre temps), René Rémond, que foi então presidente da comissão sobre história da deportação dentro do Comitê de História da Segunda Guerra Mundial (Comité d'histoire de la Deuxième Guerre mondiale), não fez qualquer tipo de menção a estas câmaras de gás (Le XXe siècle de 1914 à nos jours ["The 20th Century from 1914 to the Present"], Le Seuil, 1974). Catorze anos depois, quando ele havia tornado presidente do Instituto de História Contemporânea (Institut d'histoire du temps présent), uma vez mais ele não fez nenhuma menção delas em um trabalho de 1013 páginas entitulado Notre Siècle de 1916 à 1988 ("Nosso século de 1916 a 1988"*," Paris: Fayard, 1988).[1]
Pois bem, que tal o próprio citado(o historiador René Rémond) falando sobre as declarações de Le Pen sobre câmaras de gás, em vídeo, numa entrevista dada a um jornal?

Link do vídeo: ina.fr René Rémond

Resumo do vídeo: Plateau René Rémond (15/09/1987 - 03min20s)
Convidado do jornal, o historiador René Rémond, fala sobre as palavras de Jean-Marie Le Pen no "Grande Júri RTL-Le Monde", considerando as câmaras de gás como um "detalhe técnico". René Rémond considera, por sua vez, que as palavras de Le Pen e dos próprios fascistas banalizam o que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial: "Negar a verdade do genocídio. O que é chocante é que para ele (JM Le Pen) é apenas um detalhe." René Rémond diz que no campo revisionista não há historiadores, mas sim polemistas. "Le Pen se encaixa no campo dos revisionistas." Respondendo à "gafe" de Le Pen: "Le Pen tenta tranquilizá-los. Acho que é um relaxamento de sua vigilância, lapso, gafe." René Rémond explica o impacto sobre o primeiro turno das eleições presidenciais e seu impacto entre o primeiro e segundo turno.[2]

O "método Faurisson" de "revisar" História (que é um método comum e praticado por todos os "revisionistas") é tão bisonho que chega a ser constrangedor saber que há gente que dá crédito às cretinices de sites de extrema-direita na internet que negam o genocídio da segunda guerra com distorções e manipulações.

*Observação: no texto original no site do IHR consta no título em francês "Notre Siècle de 1918 à 1988", só que na tradução para o inglês o título aparece assim "Our Century from 1916 to 1988". Um pequeno erro de digitação, que não mereceria nem sequer uma observação exceto que por pura implicância mesmo já que os "revisionistas" adoram se "amarrar" em "erros" deste tipo.

Notas

[1] Texto "The Detail", Robert Faurisson. Texto alojado no site do IHR sobre o historiador René Rémond.
[2] Entrevista de René Remond a um telejornal francês. Vídeo alojado no site ina.fr datado de 1987.

Pra quem não viu a parte 1, confiram-na no link.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Anders Breivik - os delírios de um neo-cruzado

"Fundamentalista cristão", "antimulçumano ultradireitista", "maçônico", "lobo solitário" e radical, os qualificativos não bastam para tratar de saber quem é e porque fez o que fez o assassino Anders Breivik, que ontem se declarou culpado do massacre de 86 adolescentes no campo de verão da social-democracia norueguesa (no poder) na ilha de Utoya. Duas horas antes, Breivik explodiu um carro-bomba — ao que parece para distrair — frente aos escritórios do governo no centro de Oslo, com um saldo de sete mortos.

De imediato, Bruno Gollnisch, eurodeputado do partido ultraconservador francês Front National (FN), o qual Marine Le Pen lidera, desligou Breivik da extrema-direita europeia e questionou que seja um "fundamentalista cristão". O ex-número dois da FN — no auge na França por suas posturas anti-imigração e antiárabes, iguais as de Breivik — disse que "em suas atividades (o assassino) não evoca nenhuma atividade religiosa senão só seu vínculo com a francomaçonaria, algo muito menos comum na Noruega”. Gollnisch, acusado de ser "negacionista" do Holocausto judeu comandado pelos nazis, aludiu assim a um vínculo de Breivik à loja John Lodge com "grau 3" (mestre), segundo informou o canal norueguês TV2 e como consta no Anuário da Ordem Maçônica da Noruega.

Desde já esta filiação é tema de debate em meios religiosos como o InfoCatólica (infocatolica.com/blog/delapsis.php) ou o Foro Católico (forocatolico.wordpress.com) que acusam a Breivik de "terrorista" e de "maçom sionista", com outro intento em distanciar sua imagem da extrema-direita (além de católico) a qual relaciona o governo de Oslo pelas diatribes arabofóbicas e nazi-islamistas do hoje confesso Breivik.

Mas em outro enfoque, o especialista em extrema-direita e violência política, Nicolas Lebourg (droites-extremes.blog.lemonde.fr Le cas Anders Behring Breivik : un imaginaire de « lone wolf »?) coloca o assassino de 32 anos mais próximo do imaginário do “lone wolf”, o “lobo solitário” elevado à categoria de mito pela extrema-direita dos Estados Unidos.

Este método foi idealizado pelo estadounidense Joseph Tommasi em 1974 quando fundou o grupelho National Socialist Liberation Front do qual queria transformar em força a debilidade dos neonazis, pela carência de apoio popular. "Nenhum risco de fuga ou de traição: ao atuar sozinho, cada um se encarrega solitariamente de levar a cabo uma ação terrorista”, dizia Tomassi (assassinado ele mesmo em 1975) e cujo método simples e ideal foi usado, entre outros, por Timothy McVeigh para destruir com um caminhão-bomba o Edifício Federal Murrah, em Oklahoma City, em 19 de abril de 1995. Saldo: 168 mortos e mais de 500 feridos.

Daños Colaterales
Irene Selser

Fonte: Milenio online(México)
http://impreso.milenio.com/node/8997691
Tradução: Roberto Lucena

Comentário: apesar de conter algumas expressões infelizes(que cortei do texo original, quem quiser checar que confira no link), a citação da análise do Le Monde, do Nicolas Lebourg, sobre o ataque do extremista de direita norueguês, foi uma das melhores(ou melhor)que saiu até o momento. Se fosse depender do que sai de "excesso de informação" sem análise crítica em sites de notícia sobre esse caso, seria literalmente um caos.

Parece ser o caso de um ataque de um "lobo solitário" com afinidades de uma vertente não muito comum à extrema-direita europeia, embora exista, que é a que tem afinidades ideológicas com aquele extremista holandês Geert Wilders, que dá ênfase ao preconceito anti-islâmico no lugar do tradicional antissemitismo da extrema-direita(fascistas, nazistas e outros nacionalistas de extrema-direita). Uma espécie de "diversionismo ideológico" da extrema-direita pra gerar confusão uma vez que a finalidade básica delas é quase sempre a mesma: revolução cultural de cunho fascista e racismo contra estrangeiros.

Pros que elagavam, ou por ceticismo honesto ou por permissividade, que esses "monstrinhos" de internet que ficam entocados em fóruns extremistas de ódio panfletando racismo e outras insanidades, eram inofensivos, mais uma amostra da destruição que são capazes de provocar. Fatos costumam ser mais fortes que crenças.

domingo, 17 de outubro de 2010

Direita radical e populista cresce na Europa

Apoio a populistas de direita cresce na Europa


Adeptos do partido húngaro
Jobbik, de extrema direita

Partidos de extrema direita vêm ganhando cada vez mais espaço nas eleições regionais e nacionais europeias nos últimos meses. Mas até que ponto os europeus se deixam atrair pelo discurso populista?

Nas eleições deste domingo (11/04) na Hungria, pela primeira vez um partido declaradamente de extrema direita conseguiu entrar no parlamento nacional de um país europeu. Na França, a Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen teve resultados significativos nas eleições regionais.

Na Itália, a populista e xenófoba Liga Norte fortificou sua posição e, na Holanda a popularidade do crítico do Islã Geert Wilders aumenta a cada dia. Até que ponto a população da Europa é vulnerável aos apelos populistas, que apresentam soluções aparentemente simples para problemas complexos?

A Europa cresce unida. O espaço Schengen foi ampliado nos últimos anos, chegando até à Islândia e à fronteira com a Ucrânia, sendo que cada vez mais pessoas cruzam as fronteiras internas do bloco. Muitos se veem hoje tanto como europeus quanto como cidadãos de seus Estados nacionais de origem.

A Frente Nacional, de Le Pen, saiu
vitoriosa das últimas regionais francesas
Mas os partidos xenófobos e de extrema direita estão ganhando popularidade. Nos últimos meses, têm conseguido ganhos espetaculares em vários países da UE. Como é o caso agora da Hungria, onde Viktor Orban, vencedor das eleições e presidente do conservador Fidesz, se serviu durante a campanha tanto de estereótipos xenófobos como de um discurso eurocético; assim como do recém-formado partido de extrema direita Jobbik, que também apresentou ganhos significativos de eleitorado.

Movimentos têm características distintas

Os movimentos populistas de direita europeus têm características distintas, segundo Wolfgang Kapust, especialista em extremismo da rede pública alemã de rádio e TV Westdeutsche Rundfunk.

"Temos populistas de extrema direita na Escandinávia que protestam contra impostos, temos os nacionalistas na Europa Oriental que tentam ganhar novas identidades com a queda do Muro. Temos características muito diferentes, como o líder francês Jean-Marie Le Pen, ou com o movimento na Áustria que era liderado por Jörg Haider", afirma.

Mas populistas de extrema direita têm em comum a capacidade de instrumentalizar a seu favor os medos dos eleitores em tempos de crise, explica, se aproveitando da insatisfação dos cidadãos e oferecendo respostas simples para problemas complexos, como a situação econômica ou o desemprego. "Eles querem se livrar sobretudo dos estrangeiros e dos 'outros'", afirma.

Dificuldade de cooperação

Geert Wilders prega o anti-islamismo e
diz ser contra o antissemitismo
O fato de esses movimentos se caracterizarem sobretudo pela discriminação de tudo aquilo que é estrangeiro faz com que não consigam colaborar com outras forças similares além das fronteiras dos países em que atuam.

Isso fica claro no Parlamento Europeu. "Tanto extremistas de direita quanto populistas de direita têm seus problemas com o conceito de Europa. Eles lutam contra instituições políticas supranacionais como a UE. Querem manter a identidade de seus próprios países. Paradoxalmente, tentaram formar uma bancada própria no Parlamento Europeu, o que não deu certo, porque as diferenças entre eles eram muito grandes" , afirma Kapust.

Muitas vezes, os pequenos partidos de extrema direita permanecem partidos de protesto e não conseguem participar de uma coalizão. Ao mesmo tempo, exercem pressão sobre os partidos conservadores do centro, os quais não querem perder seus eleitores mais de direita.

Isso pôde ser observado também nas eleições regionais de fevereiro na França, nas quais tanto os socialistas como a Frente Nacional conseguiram um forte ganho de votos, às custas dos conservadores, afirma Elisabeth Cadot, especialista em França da Deutsche Welle.

Decepção com Sarkozy deu votos a Le Pen

Na sua opinião de Cadot, as eleições regionais francesas foram uma oportunidade de eleitores conservadores mais à direita mostrarem a Sarkozy que estão decepcionados com sua política.

"Nas últimas eleições presidenciais, Sarkozy havia tirado eleitores da Frente Nacional, e muitos acreditavam que este partido estava chegando ao fim, só porque Le Pen, com 81 anos, já não era mais tão novo. Mas ele enviou com sucesso sua filha para a campanha e os desapontados com Sarkozy votaram novamente na Frente Nacional", completa Cadot.

Enquanto pequenos partidos radicais muitas vezes desaparecem ao serem atingidos por escândalos de corrupção, grandes agremiações populares de direita menos radicais conseguem sobreviver bem aos escândalos e mantêm a popularidade. É o caso do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que não foi mal nas eleições de março, apesar dos muitos escândalos em que está envolvido.

Apesar dos escândalos, Berlusconi
mantém liderança na Itália
"O próprio partido de Berlusconi teve um resultado um pouco fraco, conseguindo entre 20% e 30%, dependendo da região. Os vencedores, entretanto, não foram seus adversários políticos, mas seus aliados, como a Liga Norte", explica Stefan Köppl, especialista em Itália da Academia para Educação Política de Tutzin. "Além do mais, os eleitores de Berlusconi já conhecem seus escândalos e escapadas há mais de 15 anos e já não deixam de votar nele por causa disso", observa.

Partidos anti-islâmicos visam um diferencial

No espectro da direita populista, os movimentos anti-islâmicos, como o do deputado holandês Geert Wilders, têm um certo diferencial. Wilders, por exemplo, se distancia claramente do antissemitismo ou de estereótipos antimodernos, como os normalmente cultivados pelos partidos de extrema direita, e se apresenta como um expoente da defesa da democracia.

Mas Kapust vê um paralelo entre o holandês e seus congêneres. "Essa tendência vista na Holanda está, certamente, em conexão com a proibição dos minaretes na Suíça e com movimentos similares na Alemanha, também caracterizados pelo anti-islamismo. Há uma conexão, eles cooperam entre si. Cientistas políticos já falam em um 'racismo anti-islâmico' que tenta alimentar o medo e construir um adversário ou inimigo palpável", avalia o especialista.

Autor: Fabian Schmidt (md)
Revisão: Rodrigo Rimon

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5455648,00.html

quinta-feira, 26 de março de 2009

Negacionista Le Pen impedido de presidir sessão inaugural do Parlamento Europeu

Acordo no Parlamento Europeu para impedir Le Pen de presidir a sessão inaugural
25.03.2009 - 16h07 PÚBLICO, Agências

Se for reeleito em Junho, Le Pen será o mais velho eurodeputado em funções

Actualização - líder da extrema-direita francesa diz que câmaras de gás foram um "detalhe"

As duas maiores forças políticas do Parlamento Europeu (PE) chegaram a acordo para impedir que Jean-Marie Le Pen possa presidir à próxima sessão inaugural, depois de o líder da extrema-direita francesa ter dito hoje no hemiciclo que as câmaras de gás foram “um detalhe” na história da II Guerra Mundial.

Joseph Daul, presidente do Partido Popular Europeu (PPE), a maior família política europeia anunciou que vai apoiar a proposta dos socialistas e dos Verdes no sentido de “adoptar todas as medidas que se impõem” para impedir que Le Pen, enquanto eurodeputado mais velho em funções, possa presidir à primeira sessão após as eleições europeias de Junho. Ontem, as duas formações de esquerda tinham proposto mudar os regulamentos do PE para evitar esta possibilidade, inevitável à luz das actuais regras caso o líder da extrema-direita francesa seja reeleito.

Irritado com o anúncio, o presidente da Frente Nacional tomou hoje a palavra no hemiciclo para dizer que foi vítima de “acusações difamatórias”. Segundo ele, o autor das calúnias é Martin Schulz, presidente dos socialistas europeus, que na véspera o teria apelidado de “velho fascista” e “negacionista do Holocausto”.

“Eu limitei-me a dizer que as câmaras de gás foram um detalhe da história da II Guerra Mundial, o que é um facto”, reagiu Le Pen. De imediato ouviram-se fortes apupos da maioria esmagadora do hemiciclo, relata a AFP.

A imprensa francesa recorda que foi em 1987, numa entrevista à RTL, que o líder da FN se referiu pela primeira vez às câmaras de gás dos campos de concentração nazi como um “detalhe” no desenrolar da II Guerra Mundial. Pelas declarações foi condenado ao pagamento de uma multa de 1,2 milhões de francos (183 mil euros), ao abrigo da lei francesa que pune actos ou afirmações que ponham em causa o Holocausto nazi.

Em Abril do ano passado, repetiu a afirmação, numa entrevista à revista “Bretons”, mas acabou por pedir à publicação para não divulgar o artigo.

Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1370866&idCanal=11

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Corte francesa confirma pena contra ultradireitista(fascista) francês que defendeu nazismo

Corte confirma pena contra ultradireitista francês que defendeu nazismo

O Tribunal de Apelação de Paris confirmou hoje a pena de três meses de prisão livre de cumprimento e dez mil euros de multa ao líder ultradireitista Jean-Marie Le Pen por ter dito, em entrevista em 2005, que a ocupação nazista da França "não foi particularmente desumana".

Em 8 de fevereiro, Le Pen recebeu a mesma pena em primeira instância pelo Tribunal Correcional de Paris, que o considerou culpado de "cumplicidade de apologia de crimes de guerra" e "negação de crime contra a humanidade".

Os advogados de Le Pen anunciaram que recorrerão da sentença na Suprema Corte.

O político foi condenado com base nas seguintes declarações reproduzidas no semanário ultradireitista "Rivarol": "Na França, a ocupação alemã não foi particularmente desumana, apesar de ter havido alguns atropelos, inevitáveis em um país de 550 mil quilômetros quadrados".

Para os juízes, essa declaração "busca criar dúvidas" sobre os crimes contra a humanidade cometidos pelos nazistas na França, "como a deportação de judeus ou a perseguição de resistentes".

Na mesma entrevista, Le Pen afirmou que a Gestapo (Polícia secreta do regime nazista) desempenhou em algumas ocasiões um papel positivo.

Ele citou como exemplo o caso de quando, de acordo com ele, os agentes impediram o massacre de Villeneuve d''Ascq, cometido na noite de 1º de abril de 1944 por um oficial alemão que estava furioso porque um de seus esquadrões tinha sofrido um atentado.

Segundo a Corte, com essas palavras o líder ultradireitista cometeu "uma falsificação histórica deliberada" que dá à Gestapo "uma imagem positiva", a qual "esconde" os crimes que cometeu.

Não é a primeira vez que Le Pen é condenado por suas polêmicas declarações.

Em 2005, foi obrigado a pagar uma multa de dez mil euros por declarações contra os imigrantes e, em 1998, recebeu uma pena similar por defender a desigualdade de raças.

Já em 1997 ele foi condenado por dizer que as câmaras de gás foram "um detalhe da história", enquanto oito anos antes tinha sido punido por negar a existência deste instrumento de extermínio nazista.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI3463140-EI188,00-Corte+confirma+pena+contra+ultradireitista+frances+que+defendeu+nazismo.html

O julgamento do fascista Jean-Marie Le Pen por apologia ao regime nazista, matéria do Telegraph(Inglaterra) de 2007:
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/1572656/Jean-Marie-Le-Pen-Nazi-trial-begins.html

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Procissão e cerimônia em memória do líder da ultradireita austríaca Jörg Haider

Procissão e cerimônia em memória do líder da ultradireita austríaca Jorg Haider

Da France Presse

VIENA, 14 Out 2008 (AFP) - Uma procissão e uma cerimônia na catedral de Klagenfurt, capital da Caríntia (sul da Áustria), serão realizadas sábado em memória do governador regional e histórico chefe da ultradireita austríaca, Jorg Haider, morto no sábado em um acidente de trânsito, anunciou nesta terça-feira o governo regional.

Milhares de pessoas deverão participar da procissão pelo centro de Klagenfurt em homenagem a Haider, que morreu aos 58 anos de idade.

O serviço ferroviário será reforçado para permitir que aqueles que desejam ir ao funeral quase "nacional" de Haider possam fazê-lo, anunciou a empresa ferroviária austríaca (OBB).

Haider era governador da Caríntia desde 1999.

Vários integrantes do governo federal participarão da cerimônia em homenagem a Haider.

Ao contrário do que foi anunciado pela imprensa austríaca, representantes dos partidos de extrema-direita europeus, como o francês Jean Marie Le Pen, o italiano Umberto Bossi ou Alessandra Mussolini, neta do líder fascista italiano Benito Mussolini, anunciaram que não participarão da cerimônia.

Mas neonazistas poderão assistir à procissão anterior à homenagem na catedral de Klagenfurt.

O funeral será realizado depois em família, na capela da propriedade dos Haider, em Barental.

Na quinta e na sexta-feira, os restos do histórico líder da ultradireita austríaca serão expostos ao público em um velório em uma sala do governo caríntio.

Na quarta-feira será celebrada uma missa na catedral de São Estevão em Viena. lad/dm

Fonte: AFP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL798472-5602,00-PROCISSAO+E+CERIMONIA+EM+MEMORIA+DO+LIDER+DA+ULTRADIREITA+AUSTRIACA+JORG+HA.html
Mais informações em:
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=367545&visual=26

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Socialista britânico critica radicalismo de Norman Finkelstein

Finkelstein e o Holocausto
por Alex Callinicos

UMA TEMPESTADE rompeu-se acerca de A Indústria do Holocausto, o novo e provocativo livro do historiador de extrema-esquerda de Nova York Norman Finkelstein. Seu alvo é em cima de um vasto esforço refletido numa pletora de museus, institutos, cursos, conferências e de como é relembrado o assassinato nazista de 5.1 milhões de judeus.

Para Finkelstein o Holocausto é uma ideologia. Ele acredita que a representação dominante dos crimes nazistas, particularmente nos Estados Unidos, não tem uma maneira séria de intentar compreender ou relembrar isso. Na crítica desta representação, Finkelstein segue a condução dada pelo historiador liberal Peter Novick. Em seu recente livro The Holocaust and Collective Memory(O Holocausto e a Memória Coletiva), Novick argumenta que o Holocauso apenas tornou-se uma questão maior até para judeus americanos nos fins dos anos de 1960s e início dos anos de 1970s.

Para Novick, esta mudança veio como um resultado das guerras árabe-israelenses de 1967 e 1973. Os mais destacados judeus americanos acreditavam que o Estado de Israel encarava um perigo comparável a Hitler. A invocação do Holocausto permitiu que defensores de Israel representasse seus oponentes como cripto-nazistas. Finkelstein rechaça esta explanação, apontando que Israel era um perigo muito maior perigo na guerra de 1948 quando o estado foi fundado. Ele argumenta que foi a decisão de Washington depois de 1967 de tratar o Estado sionista como um maior ativo estratégico norte-americano no Oriente Médio que foi responsável pela mudança na atitude.

"Não foram as alegadas fraqueza e isolamento de Israel, não foi o medo de um 'segundo Holocausto'," ele escreve, "mas ao invés disso é a prova que a força e aliança estratégica com os Estados Unidos que conduziu elites judaicas a elaborar a indústria do Holocausto depois de junho de 1967.

Um segundo fator, Finkelstein argumenta, foi o aumento da prosperidade dos judeus norte-americanos e sua correspondente mudança política para a direita: "ao agir agressivamente para defender seus interesses corporativos e de classe, as elites judaicas marcaram toda oposição para suas novas políticas anti-semitas conservadoras."

Esta análise proporcionou a base para a mordacidade de Finkelstein em atacar a "indústria do Holocausto". Assim ele denuncia o ganhador do prêmio Nobel sobrevivente de Auschwitz Elie Wiesel por transformar o Holocausto "numa religião 'misteriosa'" que ele expõe para um recebimento de honorários de $25,000 por aparição. Igualmente dúbio, para ele, são os esforços das organizações judaicas para ganhar compensação de países como Alemanha e Suíça. Finkelstein alega aquilo do que ele chama de "a Redobrada Chantagem", as compensações reivindicadas são exageradas e pouco do dinheiro chega aos genuínos sobreviventes do Holocausto.

Não é nada surpreendente que Finkelstein venha a estar sob ataque feroz. Jonathan Freedland escreveu no The Guardian na sexta-feira da semana passada que ele estava "próximo das pessoas que fizeram o Holocausto do que daqueles que o sofreram". Levando em conta que ambos os pais de Finkelstein sobreviveram ao Gueto de Varsóvia e aos campos nazistas, esta é uma acusação odiosa.

Apesar de tud, em sua fúria à classe dirigente sionista norte-americana, Finkelstein faz uma oferta enorme aos reféns da fortuna. Como seria sua afirmação diferente daquela que "o campo de estudos do Holocausto está repleto de nonsense, senão de pura fraude" feita pelo "revisionista" do Holocausto D. Irving ao esculhambar durante seu recente caso de difamação?

Finkelstein põe-se a elogiar a "'indispensável' contribuição" de Irving como historiador. Pior ainda, ele acompanha Novick no rechaço da significância da negação do Holocausto: "Não há qualquer evidência que os negadores do Holocausto exerçam qualquer influência maior nos Estados Unidos do que a Sociedade da Terra Plana o faça."

Mas, pode ser verdade que ao contrário dos EUA, a negação do Holocausto seja uma questão política viva na Europa. Quando Jean-Marie Le Pen, que desqualificou o Holocausto como "um detalhe da história", pode receber 15 porcento dos votos na França, e o simpatizante das SS Jšrg Haider pode dominar o governo austríaco, fazendo pouco caso de que o "revisionismo" do Holocausto é um perigo de luxo.

Pior ainda, Finkelstein às vezes faz concessões para a idéia de que alguns judeus pelo menos são parcialmente responsáveis pelo anti-semitismo. Assim ele com aprovação quotes the claim que o Congresso Mundial Judaico, em pressionar por reparações dos governos do Leste europeu, é "culpado de promover...uma terrível ressurgência do anti-semitismo".

Isto parece ser inteiramente o lugar errado de partida. Para amplitude de que há uma ressurgência do anti-semitismo na Rússia e leste da Europa, e em sua maioria a causa mais óbvia é o transtorno econômico e político causado pelo colapso dos regimes stalinistas no fim dos anos de 1980s. Neste clima não é difícil de se surpreender de que racistas encontrariam nos judeus e outros - notavelmente os Roma(ciganos) - os bodes expiatórios, totalmente independente do caráter dessas vítimas.

Finkelstein, como Novick antes dele, levantou questões legítimas. Ele tem destacado que algumas formas com as quais a comemoração do Holocausto tornou-se uma ferramenta de poder. Mas de tão exagerada que é sua polêmica às vezes ele a torna, totalmente contrário às suas próprias intenções, perigosamente próximo a dar conforto para aqueles que sonham com novos holocaustos.

Fotos: Norman Finkelsten com bandeira palestina, Alex Callinicos(socialista britânico)
Texto original(em inglês): Alex Callinicos
http://www.socialistworker.co.uk/archive/1706/sw170609.htm
Tradução: Roberto Lucena

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