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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Os tais "nichos étnicos" no Brasil. Sobre o racismo e preconceito regional contemporâneo no Brasil e sua origem (mais sobre a ideologia de branqueamento do Brasil)

Como disse aqui neste post, e fiquei devendo, segue abaixo o trecho do texto que eu citei no outro post do link que descreve a preocupação das autoridades brasileiras com a vinda de imigrantes pro Brasil e a formação de "nichos étnicos", termo que usei por associação ao que havia lido (o termo está correto) e eu estava crente de que o termo constava do texto original (às vezes acontece da gente cismar com um termo achando que o mesmo estava no texto, sem estar), embora o termo signifique a mesma coisa descrita no texto.

Segue o trecho abaixo em destaque sobre o branqueamento no Brasil e o medo das autoridades de que se criassem "nichos étnicos" que viessem a discriminar a população nativa ou se comportarem como não-nacionais. Embora eu deva ainda continuar procurando os outros PDFs pra ver se bate com esse, o conteúdo se não for o mesmo é muito próximo ao que li (eu diria que o texto é este mesmo) e explica o problema. O texto fala das políticas de branqueamento do Brasil e da "engenharia social" pra remodelar o Brasil em uma "nação branca", ou seja: eugenia. O governo do Império e outros governos brasileiros praticaram eugenia pra "modelar etnicamente o país". Este problema que veio ou surge com a imigração europeia do século XIX e do começo do século XX é a origem (ou uma das) do preconceito regional proferido hoje no Brasil, por gente com posições retrógradas oriunda desses nichos étnicos.

O problema tem nome, por isso precisa ser tratado como tal e não mascarado como boa parte da mídia faz no país. Não é um fenômeno isolado embora pouco explorado pelos pesquisadores (historiadores) do país (taí uma sugestão pra pesquisas: analisar a mutação ou mascaramento do preconceito racial no Brasil em preconceito regional, até o atual ou a formação disso, desde o Brasil monárquico com a política de branqueamento, passando pelo Estado Novo até os dias atuais).

Leiam o trecho:
A política imigratória brasileira pode ser abordada por inúmeros ângulos, a quantidade considerável de trabalhos que a possui por tema denotam isso. Todavia, à época da sua implementação, destacavam-se três maneiras de problematizá-la. Uma defendia a entrada de colonos europeus como uma estratégia para inserir na visão de mundo dos brasileiros a mentalidade do trabalho livre, da pequena propriedade rural, assim como um meio de plantar cá a semente da indústria. A imagem tinha do trabalhador europeu era a de naturalmente melhor que o nacional de mais apto ao trabalho livre. Esta corrente, enfim, acreditava no efeito pedagógico da imigração, na sua capacidade de melhorar o Brasil e seu povo, mas não descartava o investimento nos nacionais. Assim, questões básicas como educação, redistribuição de terras e políticas de amparo para os ex-escravos caminhavam em conjunto com a defesa da vinda de europeus. O nome mais conhecido desta vertente, possivelmente é o de Joaquim Nabuco. Outro argumento proposto defendia a vinda dos imigrantes para aumentar o contingente populacional branco, o que também aparece na corrente anterior, e isso, “naturalmente”, ampliaria as possibilidades de desenvolvimento do país. Há, portanto, uma pronta responsabilização das populações não-brancas pelas mazelas do Brasil.

E mais, seguindo as postulações do darwinismo social no processo de concorrência natural entre as espécies, os mais aptos prevaleceriam - neste caso, as populações brancas permaneceriam e as demais desapareceriam. Em algumas regiões esta proposição de fato se realizou, mas de modo artificial, com populações sendo expulsas à força ou mesmo exterminadas. Por fim, a terceira maneira dava conta de trazer um contingente populacional branco para, como nos dois casos anteriores, “desafricanizar” o Brasil e melhorar a “raça brasileira”. Pois, aplicando as máximas da sobrevivência do mais apto à miscigenação, acreditava-se que após cruzamentos sucessivos da população brasileira com os colonos europeus, os caracteres brancos prevaleceriam, transformando o Brasil num país de população branca. Esta era, em certa medida, a crença de Silvio Romero, apesar da sua desconfiança no formato dado à política imigratória brasileira. As duas últimas argumentações em prol da imigração diferem de maneira marcante, justamente, naquilo que diz respeito à miscigenação. A segunda a condena
enquanto a terceira localiza nela uma solução.

É evidente o pressuposto comum de todas estas vertente: a superioridade do elemento branco/europeu sobre os demais. As diferenças entre elas estão em como tal superioridade seria útil ao Brasil. Pois, ao mesmo tempo em que a imigração era vista como uma possibilidade de redenção do país, ela também poderia ser sua perdição, sua aniquilação através da fragmentação. Nesse sentido, concordavam alguns letrados importantes do contexto, como Nina Rodrigues, Silvio Romero e Euclides da Cunha. Todos eles estavam preocupados com a constituição da nação, de uma nação forte e imponente segundo os parâmetros (europeus) da época. Logo, eles viam o assentamento de um contingente significativo de indivíduos da mesma “raça” em localidades próximas, com um clima considerável favorável por ser semelhante ao que imigrantes estavam acostumados na Europa, como um perigo iminente à nação

Ocorre, então, uma situação interessante na qual é possível encontrar favoráveis à imigração européia, mas contrárias à sua concentração em áreas próximas. O temor era o da constituição de nichos estrangeiros dentro da nação, de modo que o desejo era por colonos que se incorporassem à vida nacional. O “Brasil diferente” almejado afinal não deveria ser tão diferente, por isso a assimilação à vida nacional dos colonos europeus era ponto pacifico.17

A política de imigração brasileira é parte da política do branqueamento e sem dúvida uma expressão nítida da influência do racismo científico na composição da visão de mundo dos brasileiros, uma vez que expressa a descrença no brasileiro como tipo apto ao
desenvolvimento, por um lado, e a crença nos tipos brancos/europeus como superiores, por outro. E uma das formas de materialização disto pode ser observada no senso comum. Como foi dito o Brasil melhor, o Brasil ideal, o Brasil que deu certo na visão de mundo vigente no país é aquele, supostamente, mais perto da Europa, mais branco. O Brasil do sul. Essas medidas todas nos fazem retomar o argumento de Mariza Corrêa, quando a autora afirma que as diferenças sociais existentes entre brancos e negros no Brasil não são reflexo do acaso, do desenvolvimento “natural” das forças produtivas, nem da existência (um dia) da escravidão, a exclusão dos negros e descendentes de vários setores da vida pública brasileira igualmente não advém de uma legislação específica. “(...) Essa exclusão parece ter sido também o resultado de uma atuação coerente, apoiada por um racismo ‘científico’, que legitimou iniciativas políticas (...) como no caso dos privilégios concedidos à imigração que tiveram como consequência uma entrada maciça de brancos no país(...)”.18

Com efeito, o período pós-abolição é marcado pelo fim da desigualdade jurídica entre os membros da sociedade brasileira com a extinção da escravidão. Ao mesmo tempo pela busca em se manter o mesmo padrão de relações sociais altamente hierarquizadas através de um discurso e de uma atuação intelectual coerente, ativa e responsável, em grande medida, pela internalização de atributos de superioridade por uns e de inferioridade por outros. Desta feita, as hierarquias brasileiras, elementos importantes à constituição da visão de mundo vigente no país tanto no período do pós-abolição quanto ainda hoje são devedoras, em muito, dos pressupostos do racismo científico.
Trecho extraído de: Hierarquias brasileiras: A abolição da escravatura e as teorias do racismo científico.
Autor: Hilton Costa1
Site: A experiência dos africanos e seus descendentes no Brasil (escravidaoeliberdade)
http://www.escravidaoeliberdade.com.br/site/images/Textos3/hilton%20costa.pdf

Com o término do primeiro turno das eleições ontem, houve novamente um surto de preconceito regional no Twitter com "tinturas racistas", confiram os textos:

Aqui o indivíduo com sobrenome italiano: Link1
Aqui o indivíduo com sobrenome espanhol: Link2
Aqui está mesclado (a coisa se dissemina e se torna "senso comum" entre grupos que se consideram "brancos"): Link3

A questão do preconceito regional é uma questão é étnica (eu geralmente uso mais este termo ao invés de "racial"), então ao invés de citar regiões é melhor citar o sobrenome do agressor e a origem do país do sobrenome pois a origem do preconceito se explica melhor por aí (questões étnicas, nichos).

Eu não concordo com a colocação da imagem do semiárido numa das matérias pois estereotipa o problema ao invés de explicar, mas isso é o de menos diante da denúncia.

Se você pensa que o tal preconceito regional, como vocês podem ver acima (por exemplo, em São Paulo), é algo "aleatório", "confuso" e sem origem e "briga de regiões", está totalmente errado. O problema dos links das matérias acima é que nunca abordam a questão da forma que está sendo mostrada aqui no blog (citando que é um preconceito racial e social e não regional propriamente), daí pra quem lê a questão pode achar que é algo "difuso", sem "origem" etc e não é. E como sempre começa o choro (vitimismo) dos agressores dizendo que são "perseguidos". Agridem pra depois ficarem chorando como um bando de crianças na TV dizendo que estão "arrependidos" do gesto e bla bla bla.

Na hora de atacar são valentes, quando são confrontados viram um bando de chorões.

Eu sempre tive noção do que era e da origem desse problema, e não é fácil de abordar pois mexe com uma coletividade (descendentes de imigrantes, que são variados, há os desse tipo e os que são assimilados ao país e não manifestam esse tipo de mentalidade), embora antes fosse só uma ideia e não algo convicto como é hoje. Principalmente depois de ver este documentário "A Cultura do Ódio" (de 1992, o vídeo é antigo e que eu saiba o único do gênero do país, em todo esse tempo não fizeram outro abordando a questão da extrema-direita no Brasil), onde o documentário apresenta um vereador paulista com sobrenome italiano, sugerindo leis de discriminação a "nordestinos" em São Paulo. Acho que está na parte 2.

Traduzindo: ele queria atacar caboclos, mestiços que ele considerava inferiores e os rotula de "nordestinos", mesmo se forem paulistas legítimos com ancestrais naquele Estado. O "nordestino" acaba virando sinônimo de negro, caboclo ou mestiço pro racista de alguns estados. Por isso que o problema deve ser tratado como racismo e não "preconceito regional". Eu já afirmei antes que nunca verei um Collor (branco, sobrenome alemão e de família alagoana, e se identifica com Alagoas) ser tratado desta forma por este tipo de pessoa.

O tal vereador do documentário e muita gente que pensa como ele são racistas mesmo. Engraçado que no Brasil os italianos quando chegaram eram chamados pejorativamente de carcamanos, o indivíduo ignora totalmente que os tataravós ou bisavós dele um dia foram tratado como "escória" ou algo parecido, por serem estrangeiros ou virem de um lugar tido como atrasado (pra época). Parece que a ilustre figura do vídeo e os dos links esqueceram ou ignoram essas coisas.

Na cabeça do indivíduo do vídeo (o vereador), parece que São Paulo seria a "Nuova Italia" ou "la nostra Italia" (mesmo com nomes indígenas em todo canto de São Paulo como Morumbi, Anhangabaú, Araraquara, Pacaembu e por aí vai, são inúmeros os locais com nomes indígenas, rsrsrsrs) e que ele quer tratar os nacionais radicados há séculos no Brasil como "estrangeiros". Só rindo.

Ele não usa o termo alusivo à Itália, isto é uma associação que faço por ser algo óbvio, mas esse ranço (racismo) dele é oriundo de nichos étnicos com racistas no meio. Por que a mídia e a academia no Brasil abafam esta questão (salvo raros casos)? Pra resolver um problema é preciso ir à raiz do mesmo, à origem.

Com tanto tempo no Brasil gente como este vereador do vídeo ainda está nesse ufanismo ridículo com o país de origem dos bisavós, tataravós etc, pra impor aos demais membros da comunidade (país) que este indivíduo é "diferente" pela "origem" europeia de tal país. Não é só ele que pensa desta forma, esse é que é o problema maior. É algo arraigado, que pra combater é preciso entender o que eles manifestam, mesmo de forma confusa (sem dar nomes aos bois pra evitar rechaço da opinião pública).

Era e é um negócio tão ridículo que só o vídeo desmoraliza a figura. O que não entendo é como ele não sofreu agressão depois do vídeo. Eu queria ver se ele teria coragem de dizer aquilo olhando a cara de um pernambucano, daqueles bem "cordiais" (se ele tivesse ideia do perigo, nem abriria a boca pra dizer isso).

Se alguém pensa que isto é algo novo (podem ler o texto acima em destaque sobre as políticas racistas e equivocadas do Império), não é, apenas está sendo desfraldado e escancarado de forma mais aberta agora. Só que isso deve ter um combate efetivo, duro e firme, já que fica mais claro qual é a origem do preconceito (uma certa crença de que fazem parte de um grupo "europeu branco" superior a outros) e não com as choradeiras que li como resposta, segregando (reforçando a ideia de segregação com essa identidade regional forjada, pois ignora o próprio contexto étnico da coisa), sem esclarecer a origem disso e se mostrando ofendido ao extremo com ataques de gente preconceituosa que são racistas (a ideia de discriminação dos posts é étnica mesmo, racista). Deve-se tratar o caso como racismo de fato (preconceito racial) e não preconceito regional, como tem sido abordado por conta da questão regional camuflar o racismo (racismo é a ideia de "hierarquia de grupos étnicos sobre outros" e "nordestinos" são são um grupo étnico e sim quem nasce em uma região.

Por que este assunto é relevante? A quem quiser compreender o que se passa hoje no Brasil e a origem desses preconceitos mais recentes no país, incluindo o regional, precisa ler algo sobre o branqueamento do Brasil nos séc. XIX e começo do séc. XX. A origem está lá e como foi dispersa esses contingentes de imigrantes pelo país (a formação de nichos étnicos, as desigualdades regionais provocadas pela concentração de indústrias em alguns estados por políticas equivocadas de governos federais passados etc). Os governos antigos do Brasil (principalmente os autoritários, Monarquia inclusa) criaram um Frankenstein, que agora se apresenta difícil de viver em harmonia com o país, incitando e fomentando pela mídia partidária de alguns Estados da Federação que deveria ser punida judicialmente por isso.

Já citei aqui e repetirei quantas vezes forem necessárias: sou a favor da regulamentação da mídia no Brasil, nos moldes da Alemanha, Inglaterra e algum outro modelo não citado (falam do da Dinamarca). Oligopolização de meios de comunicação (concentração na mão de poucos e em alguns estados) provoca este tipo de discurso de ódio e discurso com tinturas separatistas.

Atualização: dia 07.10.2014

Como já disse antes aqui: Sobre preconceito regional. Mais sobre História do Brasil (é o que penso do problema), eu não apoiarei manifestações de combate a este tipo de preconceito com imagens que reforcem esta ideia estereotipada regional. Essa ideia de "Nordeste homogêneo", sem divisões, estados, bandeiras, além de estúpida (manifestação de ignorância e preconceito), fomenta a ideia de um "subnacionalismo", como tantos outros que podem surgir em outras partes do país.

Acho louvável que as pessoas se manifestem e se manifestem contra o problema mas sem reforçar estereótipos regionais e generalizar grupos de outros estados. Pra combater o problema só batendo na raiz do mesmo, sem fazer isso, podem esquecer, jamais resolverão (quando não, ampliarão o problema).

Qual a finalidade de usar um chapéu de vaqueiro se a pessoa não usa isto no dia a dia? Ou se a maioria das pessoas na região e nos Estados não usam isto? É só pra fazer figura? Por que a TV impôs que todos usam isto?

É isso que eu chamo de reprodução de estereótipos. Por mais bem intencionado que seja a manifestação, é algo que reforça o preconceito e não combate, além de ser algo forçado.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Suíços decidem impor limites à imigração (SVP)

por Lusa e AFP, editado por Patrícia Viegas

Cartaz do partido suíço SVP, que conseguiu o número de
assinaturas necessárias para convocar o referendo de hoje.
Este pretendia impor limites à imigração
Fotografia © D.R. - Site do partido suíço SVP
Os suíços acabaram de aprovar hoje em referendo a ideia de impor quotas à imigração e à mão-de-obra estrangeira no país. Segundo os primeiros resultados oficiais, citados pela AFP, o "Sim" venceu com 50,3% dos votos expressos.O referendo conseguiu a dupla maioria necessária, quer seja a maioria dos cantões, quer seja a maioria dos eleitores, acrescenta a mesma agência noticiosa.

Os suíços eram chamados hoje a pronunciar-se sobre uma "iniciativa popular" do partido União Democrática do Centro (SVP, na língua origonal - direita populista) para limitar a imigração e que defende o restabelecimento de quotas de mão-de-obra estrangeira no país, que em parte foram suprimidas com os acordos de livre circulação entre a União Europeia (UE) e a Suíça assinado em 2009.

Na Suíça residem, aproximadamente, 250 mil portugueses em situação legal.

No país, com mais de oito milhões de habitantes, vivem cerca de 1,88 milhões de estrangeiros, dos quais 1,25 milhões originários do espaço comunitário, mas também da Islândia, Liechtenstein e Noruega.

Em janeiro, as autoridades federais suíças decidiram acabar com os apoios sociais aos cidadãos da UE que procurem trabalho no país.Também deliberaram na mesma altura que os cidadãos de países da UE que vivam há cinco anos na Suíça, mas que estejam no desemprego há um ano, não terão direito a receber uma autorização de residência naquele país. Em 2013, as autoridades helvéticas limitaram o número máximo de entradas dos imigrantes da UE.

A Suíça, em 2010, aprovou ainda em referendo a expulsão automática dos estrangeiros condenados, independentemente da gravidade dos delitos.

Hoje ainda, os suíços votaram noutros referendos. Um deles era sobre o aborto. O resultado foi que a maioria, 70%, quer que o aborto continue a ser comparticipado pelo seguro básico de saúde, rejeitando a proposta de que esta intervenção médica passe a ser financiada de forma privada.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal)
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3677172

Le Pen quer seguir exemplo suíço contra imigração (Diário de Notícias)
UE critica limites à imigração e diz que vai rever relação com a Suíça (DW, Alemanha)
Suíços viram as costas à livre circulação e à Europa (Público, Portugal)
Suíços não podem querer "chuva no nabal e sol na eira" (Diário de Notícias, Portugal)

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Suíça vota cotas para imigração e ameaça fechar portas para europeus

Carolina Montenegro. De Genebra, para a BBC Brasil.
Atualizado em 8 de fevereiro, 2014 - 18:34 (Brasília) 20:34 GMT

Tendência de “portas fechadas” à imigração na Europa
é vista com preocupação por especialistas
Os suíços decidem neste domingo se aprovam ou não uma iniciativa "contra a imigração em massa". A proposta polêmica foi feita pelo Partido Popular Suíço (SVP, em alemão), de direita, e prevê cotas anuais de vistos para os vizinhos de países europeus viverem na Suíça.

Apesar de não ser parte da União Europeia desde 1999, a Suíça possui acordo de livre movimento de pessoas com os países do bloco. O que significa que europeus podem viver de três a seis meses na Suíça sem visto e, se tiverem um emprego, tem direito à residência no país sem restrições. Para cidadãos de outras nações do mundo já existem cotas de imigração em vigor.

Até 2015, outros dois referendos sobre imigração devem acontecer no país. O grupo verde Ecopop planeja limitar a imigração a 0,2% do crescimento populacional do país e os suíços também deverão votar pela inclusão da Croácia no acordo de livre movimento assinado com a União Europeia.

A tendência crescente de "portas fechadas" à imigração é vista com preocupação por especialistas e suíços ouvidos pela BBC Brasil.

Cerca de 1,87 milhão de pessoas ou 23% da população total da Suíça hoje é composta por imigrantes, segundo dados oficiais do governo. É a maior porcentagem entre os países da Europa e corresponde à entrada de aproximadamente 63 mil estrangeiros em território suíço por ano. Italianos, alemães e portugueses são os maiores grupos.

Tensão

Para o professor de políticas migratórias da Universidade de Neuchâtel, Etienne Piguet, o debate sobre imigração reflete crescente mal-estar sobre o assunto e a tensão com a UE.

Segundo ele, nos últimos 40 anos, estes referendos têm acontecido a cada cinco ou dez anos e estão relacionados ao sistema de democracia direta e ao fato de a Suíça ser um país que acolhe muitos imigrantes.

"Mas o mal-estar da população suíça em relação à imigração está crescendo. A situação há cinco anos era mais aberta", afirmou Piguet.

Para o especialista, se a iniciativa for aprovada, as consequências seriam grandes para a Suíça, mas a maior parte não impactaria diretamente a imigração.

"A iniciativa prevê cotas, mas não o nível delas, então, elas podem ser altas e a imigração continuar aumentando. Mas o fim da imigração livre com a Europa significa provavelmente o fim de muitos outros acordos com a União Europeia, como parcerias científicas comerciais, acadêmicas. E isso é extremamente delicado", disse.

Segundo ele, a imigração tem atingido níveis altos nos últimos anos e a Suíça tem sido um país afortunado em meio à crise econômica europeia.

"Mas é cada vez mais difícil encontrar moradia e os transportes públicos estão superlotados. Algumas pessoas atribuem isso à imigração. Está longe de ser verdade, porque tem mais a ver com a economia do país do que com a imigração", afirmou Piguet.

Crise e expansão

A crise econômica e a expansão da União Europeia (em 2014 a Romênia e a Bulgária ganharam direito de livre acesso ao mercado de trabalho do bloco) são vistas como ameaças.

"Os suíços têm medo de que, se a situação piorar em outros países da Europa, mais pessoas venham para cá em busca de emprego. Ninguém quer perder o alto padrão de vida daqui", disse a brasileira-suíça Maria da Graça Almeida Costa, moradora de Genebra há 16 anos desde seu casamento com um suíço de origem portuguesa.

Em 2012, o desemprego na Suíça girava em torno de 3,1%, contra 11% na União Europeia. Altos salários e benefícios sociais generosos também contribuem para atrair imigrantes.

Pesquisa publicada em 29 de janeiro pela consultoria gfs.bern indicava que 50% dos eleitores votariam "não" às cotas e 43% "sim" – um aumento, porém, frente aos 37% de sondagem anterior veiculada em 10 de janeiro.

O governo e as empresas fazem coro contra a iniciativa. Nesta semana, a Câmara Internacional de Comércio da Suíça divulgou um comunicado alertando que as cotas "enviariam um sinal claro contra o livre mercado e prejudicariam as companhias suíças, que contribuem muito para a economia do país".

Representantes de 12 setores empresariais, incluindo tecnologia, relógios e turismo também reclamaram em nota pública sobre a possível perda de mão-de-obra qualificada.

"As consequências seriam devastadoras para nosso mercado de trabalho, que depende de especialistas", afirmou Heinz Karrer, presidente da companhia Economiesuisse.

O ministro da Economia suíço, Johann Chneider-Ammann disse em entrevista ao jornal local Tribune de Geneve que se os suíços votarem "sim", empregos serão perdidos.

"Os suíços devem votar com suas cabeças, não com seu estômago", disse o ministro.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140206_suica_imigracao_cm_lk.shtml

Observação: pergunta pertinente já que este partido fascistoide suíço tem uma neurose com "imigração". O SVP vai também limitar a "imigração" de dinheiro sujo pra contas de bancos na Suíça (Paraíso fiscal) ou a "neura" é só com imigração de pessoas? Dinheiro sujo e lavanderia de dinheiro são bem-vindos, SVP? É o que dá a entender. Essa "moral" fascista é sempre "edificante" (conteúdo irônico na última frase).

domingo, 29 de setembro de 2013

A extrema-direita brasileira. Mapeamento do fascismo no Brasil - Parte 01

A razão desse post é que não gosto das matérias que saem sobre o assunto (extrema-direita brasileira) no país. Quando não são genéricas e superficiais, a maioria delas distorcem totalmente o assunto direcionando o problema pruma região do país (geralmente a região Sul) deixando sempre de mencionar que o "epicentro" desses grupos se situa em outros estados, bem como mencionar as ligações históricas dos grupos fascistas ou sempre usar um tom de "espanto" pra retratar o problema (fazem isso intencionalmente ou não, uma vez que a maior parte da população só ouviu falar disso de forma generalizada ou caricatural, tendo uma ideia imprecisa do problema). Quem lê esse tipo de assunto de forma superficial pode achar que o Brasil não passou por duas ditaduras (de extrema-direita) e vários governos restritivos no século XX.

A crítica a essa questão do direcionamento pra uma região é abordada aqui nessa matéria do historiador gaúcho René Gertz (Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?”), muito boa a entrevista dele. Embora eu discorde de alguns apontamentos dele sobre a definição do que são grupos neonazis, eu concordo integralmente com a ideia geral do que ele escreveu. O termo mais correto pra esses grupos seria o termo "fascista" (aí caberia a definição do que historicamente é fascismo link1 link2 link3 e neo-fascismo link1 link2 link3 link4, o que fica prum futuro post embora o resumo dos links sempre "quebra um galho"), mas como a simbologia que uma parte dos bandos usa é a nazi (o que não deixa de ser ridículo pois o partido nazista é só pra alemães, no sentido literal mesmo, embora o racismo nazi seja compartilhado por vários grupos fascistas), por essa razão fica difícil desassociar o termo "nazi" desses grupos, apesar de que nazismo é um tipo de fascismo (não a toa que existe o termo nazifascismo).

Pra comentar sobre isso, vou colocar por escrito um resumo do que vi no Orkut sobre a presença desses grupos (só citarei o que vi naquele site, não na web em geral apesar deu usar o termo web muito comumente), e estados de origem, pra deixar claro a área de atuação dos mesmos. O relato pode não ser cem por cento preciso porque são citações de memória, mas acho que consigo detalhar razoavelmente (ou de forma considerável) as áreas desses bandos na rede e alguns discursos dos mesmos.

O primeiro grupo articulado que vi na rede disseminando a negação do Holocausto no Brasil, no Orkut, era composto por integralistas. Há uma comunidade grande de Segunda Guerra no site e no começo da rede esses caras emporcalhavam a comunidade com textos negacionistas pra fazer panfletagem ao ponto de serem banidos por tumultuarem e por não se ater ao tema da comunidade. Um dos motivos pra má fama do Orkut foi a presença e proliferação desses grupos. Esse grupo ou pessoas também circulavam na desativada lista Holocausto-Doc que pertencia ao Marcelo Oliveira que era voltada pra discussão do tema (rebater as baboseiras dos "revis", com direito a vários chiliques deles). Outro ponto interessante no discurso deles é que sempre negam que sejam fascistas ou que são de "extrema-direita" com a mesma retórica negacionista, meio que "ignorando" (ou distorcendo) o que significa o termo pra gerar confusão e desinformação (com o pessoal que não distingue essas coisas).

Há outra vertente que se espalhava por lá (Orkut) que aparentemente era parte de grupos que se denominam White Power (Orgulho Branco), vulgo "supremacistas brancos", ideologia estrangeira (difundida principalmente nos EUA e Europa) importada por esses bandos. Os grupos mais ativos, numerosos e violentos se concentram no Estado de São Paulo ao contrrário do que matérias como esta (Mapa da intolerância: região sul concentra maioria dos grupos neonazistas no Brasil) apontam, direcionando o problema pra região Sul e "deixando de lado" o 'centro' desses grupos, o que acaba gerando uma distorção do problema. Há outros "furos" em vários pontos da matéria, por essa razão fiz questão de publicar o texto do René Gertz antes no blog que cito no começo do tópico com uma crítica a isso (só descobri o texto dele esse ano), que reclama/contesta com razão esse tipo de direcionamento. O fato de alguém baixar conteúdo sobre segunda guerra ou mesmo o tema (Holocausto, "revisionismo" e afins) não transforma alguém em simpatizante do nazismo e do fascismo, é um "diagnóstico" tão tosco que não mereceria nem comentário. Além de outro fato bem grave nesse tipo de afirmação/levantamento: como alguém tem acesso a downloads de usuários por estados? Há um mandado pra se ter acesso a esse tipo de informação que só diz respeito a provedores? Como se chegou a esses números sendo que isso é restrito dos provedores de internet e só são liberados quando há alguma ação da justiça? Que eu lembre esse é o procedimento pois foi algo cobrado bastante do Google (pelo MP) em relação ao Orkut. Foi a primeira coisa (a da questão dos dados do Google/Orkut) que me veio à mente quando li a matéria.

Ainda sobre os White Power, ou mais precisamente White Power-SP, esses bandos (ou bando) são compostos geralmente por descendentes de imigrantes (em parte dos que chegaram no século XIX ou mesmo século XX), provavelmente em sua quarta geração ou mais, com um problema sério de identidade com o país (odeiam ser "brasileiros" embora não se desgrudem do país) com a "choradeira" racista de "sou descendente de europeu de tal canto", com um ódio repulsivo ao país embora vários proclamem que são "nacionalistas" (de que pátria, já que odeiam a que nasceram? rs. São os famosos "fascistas sem pátria", apelido que dei a eles), buscando se autoafirmar com essa ideia de "supremacia branca" ou tentando legitimar um tipo de racismo aqui no Brasil que é mais comum nos Estados Unidos, e nisso acabam vinculado um regionalismo (ou criando um regionalismo) mitológico "racial" de que estados A, B ou C são "brancos" e que isso os "diferencia" do resto do país. É um festival de ignorância tão generalizada que a pessoa não sabe nem por onde começar ao ler tanta cretinice desses grupos.

O pior de tudo é que esse tipo de "ideia" racista não faz "sucesso" apenas com esses grupelhos (se o problema se restringisse a eles seria uma "maravilha"), eles são apenas a parte mais escancarada do problema (a fratura exposta) desse tipo de pensamento. Por trás disso rola o que já abordei aqui nesse post: História do Brasil e "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto. O desconhecimento da História do país (não só a do séc. XIX pra cá mas principalmente do período colonial que é fundamental pra entender o país atual e sua formação, sem isso o que existe é um recorte mal contado e distorcido do Brasil) ajuda a fomentar esse tipo de recalque e de importação (e adaptação) desse tipo de mentalidade racista/preconceituosa atrofiada. A maioria dos brasileiros saem da escola sem saber o básico de História do Brasil e da formação histórica do país, o assunto História do Brasil é tratado como "coisa qualquer" ou cheio de recortes e informações enviesadas, e abrem espaço pra esse tipo de "ignorância coletiva" (mitologia) se proliferar e formar um "senso comum" calcado em preconceito e demais cretinices propagadas por esses grupos.

Há grupos ativos sim na região Sul do país, mas não são grandes ou organizados como os de São Paulo, pelo menos no que vi naquela rede social do Google. Há uma particularidade com o RS que é o fato de que há um combate efetivo das autoridades daquele Estado com o problema, coisa que se não se verifica em São Paulo onde os grupos aparentemente circulam livremente e só são desarticulados (muito remotamente) quando há uma agressão física por parte de alguns deles nas ruas.

Eu às vezes evitava fazer comentários sobre isso porque havia nas comunidades do Orkut (mesmo as contrárias a esses "revis") algumas pessoas "ultrassensíveis" (entre aspas, pois só são "sensíveis" de forma seletiva, nunca por princípio, fora alguns serem tão problemáticos quanto os neos) que ao menor sinal de crítica ou mesmo constatação de que um problema ocorre em determinado estado, mesmo se comprovando o que é dito (não se está fazendo afirmações vazias, vários fatos são de conhecimento público bastando "ligar os pontos" e mapear), começavam a dizer que isto era postura "anti-São Paulo", de quem possa ter de "ódio de tal estado" e toda aquela choradeira ridícula e intelectualmente desonesta que fazem pra não se discutir o assunto ou abafar/travar totalmente qualquer discussão. Eu costumo dizer que esse tipo de pessoa também é parte do problema do que "solução", embora aparentemente se "oponham" a esses grupos, mas não ao preconceito que os gera, porque esses grupos de extremistas são frutos do meio em que vivem e se criaram, repetem o que assimilaram em casa ou nas ruas. Por sinal, é um alívio sem tamanho não ter que dividir mais o mesmo espaço com esse tipo de pessoa "ultrassensível" (de forma seletiva) já que numa rede social não é tão fácil cortar este tipo de presença inconveniente e bastante desagradável.

A maior parte dos "revis" que vi circular no Orkut eram de São Paulo, uma parte do Rio (comento sobre essa vertente logo abaixo) e vários dispersos dos três estados do Sul do país e outros estados do país. Eu costumo não dar relevância a estes últimos pois não conseguem formar grupos espalhados país afora, e dependendo do Estado em que vivem é meio que "dar uma de kamikaze" abraçar esse tipo de asneira pois pode haver repressão severa, não só da polícia como da própria população que não tolera certos comportamentos como esse.

Os grupos do Rio em geral não se identificam com essas denominações de São Paulo, adotam mais uma linha de "nacionalismo" brasileiro mas também seguem a cartilha antissemita do integralista Gustavo Barroso, com as "teorias" de que "judeus dominam tudo" e aquele bla bla bla enfadonho e paranoide típico desses grupos de extrema-direita de cunho fascista. Isso quando não enveredam pelo assunto Oriente Médio, Israel etc.

Em geral os extremistas virtuais catarinenses costumam não ser tão agressivos como os demais "revis" e vi muito poucos. O fenômeno no Sul (região) também pode se explicar em parte por se tratar de um caldo cultural em virtude da confusão criada pelo nazismo com a identidade alemã e o período histórico da segunda guerra (que aprofundou essa confusão identitária), mas o fenômeno da extrema-direita fascista não fica restrito a descendentes de alemães, pelo contrário, pra meu espanto a maioria do que vi nesses bandos são descendentes de outros grupos de imigrantes que seguem a linha do fascismo/autoritarismo de direita e xenofobismo, usam esse tipo de ideologia pra "autoafirmação étnica" seja lá qual for, o que é (mais uma vez) engraçado pois no Brasil o grupo europeu predominante (em números e culturalmente) é o português (grupo ao qual eu e boa parte do país fazemos parte), e é "curioso" ver como esses caras querem "instituir" um Reich "ariano" nos trópicos, com chavões em "alemão" da época do nazismo, sem saber falar alemão, falando português ou ignorando "esse fato" da influência cultural majoritária de Portugal na formação do país, um pequeno "detalhe" que por exemplo faz com o que o idioma oficial do país seja o português e não o italiano ou outros idiomas (algo óbvio pra qualquer pessoa, mas não pra neofascistas "revis"). É um negócio tão sem noção (ridículo) que deixaria um neonazi alemão ou extremista de direita europeu desorientado.

E como citei acima, vários desses "revis" ou neos (que se apresentam dessa forma) têm sobrenomes não-alemães, eu tinha o costume de sempre ver o sobrenome e fazer um levantamento "de cabeça" de qual grupo pertence. Uma parte tem sobrenome italiano, em segundo lugar (ou primeiro) aparecem os sobrenomes portugueses, e segue a "mistureba" de grupos "étnicos" dentro do próprio bando "étnico ariano puro" (rsrsrs). Um dado curioso pra esse pessoal pensar sobre a cretinice que professam é que o italiano original está bem distante do que um nazi alemão idealizava como "ideal ariano" na Europa (com influência pesada do nordicismo), fora serem latinos, e a maior parte dessa concentração de pessoas com este perfil ideológico fascista atrelado a "colônias" se situa também em São Paulo (mas não só lá, apenas destaco por ser o principal e sempre quando se fala no assunto direcionam pra uma região meio que transformando o assunto em fumaça).

Por que a ênfase em determinado Estado? Primeiro, por motivos óbvios, é pelo fato da maior parte desses bandos ser de lá (então não dá pra "florear" e "colocá-los" em outro estado só pra não "chatear" A, B ou C), em segundo lugar é que chama a atenção principalmente a não-ação do poder público em São Paulo pra combater o problema, só agindo quando há ataques físicos mas nunca na prevenção ou educação (combate a esse tipo de "ideia" desmontando o discurso deles mostrando que é algo furado, falso) como da não remoção de sites e afins (desarticulação) e desmanche dos bandos. E como disse mais acima, entra a questão regional no problema de parte dessa extrema-direita fascista bizarra, problema esse que vem aflorando e se acirrando desde a redemocratização do país (1985) e que ficou mais evidente a partir de 1994. Eu considero aquele caso de 2010 logo após o término das eleições parte do mesmo problema (neofascismo e essa ideia de "supremacia branca"), e isso é tratado com "tabu" no país, ou por ignorância ou com a famosa postura do brasileiro (generalizando) de "não quero saber disso porque é chato" ou porque toca em alguma "ferida" (só pra empurrar o problema com a barriga por pura covardia).

Só pra deixar claro, não me sinto atingido por esse tipo de "ataque" (chilique ou agressão extremada, já que rixa regional sempre vai existir em algum nível, mas há uma conotação "racial" nesse caso mencionado) estúpido regional porque considero isso coisa de gente burra e outros adjetivos que não dão pra colocar aqui. O fato é que alguém pode sair "machucado" de fato por conta da irracionalidade de quem demonstra essa postura (não só o alvo do ataque como a própria pessoa que ataca tomando um revide mais violento, o que não é improvável de vir a ocorrer), então se faz necessário combater a coisa pra que não se prolifere e crie uma cultura de ódio que descambará fatalmente em um conflito maior, em suma, deve-se combater isso pra que não se chegue a um extremo de ruptura e conflito generalizado, no Brasil não levam isso a sério mas o que já rolou de sangue na Europa e no resto do mundo por conta dessas "ideias" deixaria esse post pintado de vermelho (cor de sangue). Mas o assunto tem que ser tratado sem o vitimismo ou recalque que a mídia adota quando cita o nome de determinada região de forma genérica evitando mencionar os estados pelo nome (por menosprezo, recalque ou estupidez). Por sinal a própria mídia brasileira é uma das principais responsáveis por cultivar esse tipo de atrito regional ou de reproduzir o problema sem nunca ir a raiz do mesmo.

Pois bem, dito isso, eu não postarei aqui jamais novamente matérias que falam no assunto omitindo o epicentro desses bandos, omitindo o nome do principal bando que dissemina negacionismo do Holocausto e afins (o do integralismo como citei no começo) e direcionando o problema pra outros estados pela associação de presença de descendentes de alemães com a questão do nazismo, sendo que a maior parte dos perfis que vi no Orkut que se autodenominavam neonazis/fascistas ou "revis", como citei acima, era de gente com sobrenome italiano, português e sobrenome de outras nacionalidades e obviamente que há descendentes de alemães que se identificam com a extrema-direita e se encaixam no mesmo grupo-problema. Esse relato põe abaixo a associação de que neonazismo no Brasil está diretamente relacionado a descendentes de alemães no país, ideia esta que acaba distorcendo totalmente a compreensão do problema do extremismo de direita (de cunho fascista) e da negação do Holocausto no Brasil. Há várias contradições entre esses bandos, principalmente dos que se dizem nacionalistas brasileiros e dos "importadores" de "supremacismo branco" embora andem juntinhos pra difundir a intolerância e o ódio à democracia (a maioria absoluta deles é simpatizante de regimes ditatoriais de direita). Neonazismo é como se chama em geral o próprio neofascismo, por ser um nome mais popular e de maior impacto, embora etimologicamente não seja correto.

Outra observação sobre algo que me irrita é sobre o senso comum e clichês como este a seguir: "Mas é absurdo haver isto no Brasil, um país miscigenado, como pode!". Não é absurdo ocorrer isso no Brasil, até gostaria que fosse, mas seria estranho não haver este problema num país com passado de mais de 3 séculos de escravidão por racismo e políticas de eugenia (branqueamento da população brasileira no século XIX). E há que fazer outro destaque no problema pois em geral há uma mistura terrível de termos: nem todo racista é neonazista/neofascista. O racismo nem sempre está atrelado a grupos políticos, só que o atrelamento do racismo a grupos políticos potencializa consideravelmente o problema.

O Brasil é um país com passado escravagista, eugenista (A eugenia no Brasil), onde o governo monárquico de D. Pedro II por racismo quis "branquear" a população brasileira por considerá-la como algo "inferior" (por ser "não-branca" pros "padrões europeus"), esse foi um dos motivos pelo qual trouxeram imigrantes europeus em massa no século XIX pro país, não só pra substituir a mão-de-obra escrava negra que seria liberta naquele século, como para "branquear" a população do país (país que se consolidou de fato no século XIX pois poderia ter sido desmembrado com os movimentos de independência daquele século-chave da história do país) pois achavam que um país só poderia ser desenvolvido se fosse "branco". Muita gente com um ideário racista comunga dessa ideia até hoje (se alguém pensar que isso se resume a grupos "neonazis"), só que sempre esquecem dos países pobres e em crise com população branca (Grécia, Espanha, Portugal, a própria Itália), daí começam a criar "sub-racismos" pra "explicar" a crise nesses países também ("ah, mas é porque o Sul da Europa não é loirinho, é católico etc").

A escravidão no Brasil foi até pior que a escravidão no Reich nazista, só não chegou as raias do extermínio (o Reich nazista não se resumiu ao trabalho escravo). A exclusão de cidadãos negros e mestiços (negro com branco, ou várias misturas) foi total e brutal e tem marcas até hoje, a maioria dos escravos libertos foram viver em favelas com esta exclusão 'racial' imposta pelo Estado, não a toa que as favelas costumam ter "cor" e muitos brasileiros que acham ou tentam passar a imagem de que não são preconceituosos tentam negar esta realidade quando tentam combater a ação de reduzir ou eliminar esta exclusão ("racial") no Brasil, que não deixa de ser um acerto de contas com o passado escravagista do país, algo que a Alemanha fez com sucesso com o passado nazista por lá.

O meu relato acima, bem resumido (embora grande, até porque é impossível resumir muita informação em três linhas) e genérico (pois serve pra informar e criar um distanciamento de ideias erradas que são passadas na mídia quando abordam a questão, criando mais desinformação do que informação), foi feito em cima do que presenciei em várias comunidades pela web (refiro-me ao Orkut). Não quero dizer que é o raio-x mais exato da questão, e tampouco tem a pretensão de ser o mais aprofundado, mas... sem qualquer exagero, se alguém quiser estudar o fenômeno, pode se guiar pelo que foi descrito acima pois poderá constatar facilmente o que foi citado. O assunto não é combatido como deveria e tratado como caricatura (esse extremismo vai muito além de meros bandos de carecas com suástica, como eu disse, há até atritos regionais no meio com conotações racistas). Combater o problema ignorando esses detalhes é o mesmo que ficar combatendo às cegas aquilo que não se compreende, ou seja: não resolver coisa alguma e camuflar o preconceito existente e suas origens e construções.

Em virtude do que foi dito, acho lamentável ver matérias narrando o problema do "neonazismo" no Brasil, que eu chamaria de extrema-direita (pois não se resume a um bando com "suástica"), direcionando e resumindo a questão ao Rio Grande do Sul e demais estados do Sul do país, e até sobre "cangaceiros nazis" da "terra de Lampião". Quando li isso achei que era gozação, mas escreveram a sério. Eu já comentei o assunto neste post sem citar a matéria (o que faço agora), pois foi a primeira coisa que me veio à mente quando li a matéria do link, é surreal ler um troço desses, mesmo porque dá pra interpretar de várias formas, uma delas como bairrismo porque a "terra de Lampião" é o Estado de Pernambuco (eufemismo é uma forma de não citar diretamente o nome mas dando referências de que se trata), mais precisamente a cidade de Serra Talhada, que fica na parte oeste do interior do Estado (Mesorregião do Sertão), e há uma certa rixa histórica entre Bahia-Pernambuco que não vou me ater a detalhar aqui, como também não quero crer que a razão da citação se deu por conta desse tipo de babaquice, embora não me surpreenderia se fosse pois já li comentários mais hostis a pernambucanos e Pernambuco vindo de estados vizinhos. Fico imaginando a cena do "cangaceiro nazi", só rindo disso. Esse tipo de "detalhe" passa batido da maioria que lê o texto, mas foi uma das coisas que reparei de cara, e lembrei do Sr. René Gertz comentando e reclamando do mesmo problema (primeiro link do post) em relação ao estado dele (e a região Sul em geral) e a questão dos descendentes de alemães no Brasil.

Essas matérias, intencionalmente (ou não), acabam deixando de lado a questão de São Paulo no problema e a proliferação desses bandos no mesmo Estado. É bom se dar "nome aos bois" (como se diz nas ruas, "chamar a criança pelo nome"), pois assim param com essa 'idiotia' de propagar que isso (neonazismo) é um "problema nacional" quando na verdade o problema está mais pra algo regional ou mesmo setorizado em uma região, mais restrito a alguns estados ou Unidade da Federação.

Eu posso tentar depois, caso haja discussões sobre o texto, detalhar mais o texto, porque quando há discussão a gente acaba lembrando de mais detalhes e amarrando melhor as memórias dispersas. E como o texto foi sendo escrito enquanto se resgatava coisas da memória, pode passar a impressão de repetição mas reli e está bem dividido embora não seja de fato um assunto agradável. Irei revisar o texto se, ao reler, quiser reparar certas partes.

Aproveitando o post, sugiro a quem tiver interesse a leitura desta tese (em PDF) sobre o (neo)integralismo no Brasil:
Integralismo e ideologia autocrática chauvinista regressiva: crítica aos herdeiros do sigma (de Jefferson R. Barbosa).

O PDF tem 717 páginas, a tese e detalha com precisão o fenômeno do "neointegralismo", ou seja, fala sobre a organização e o "ressurgimento" da turma do Sigma (integralistas ou "galinhas verdes"). A minha ênfase nesse grupo se dá porque, além de ser o grupo mais organizado desses da extrema-direita de cunho fascista, e com histórico forte no período pré-segunda guerra no país e após (através de seus ex-membros históricos), uma das figuras centrais na difusão da negação do Holocausto na web, vide a lista que citei no começo do post, era um integralista. A tese do PDF sobre neointegralismo detalha e mapeia bem o fenômeno (ou parte dele, da extrema-direita fascista) no país, e incrivelmente acho que não saiu como livro. Quem quiser entender a proliferação da negação do Holocausto precisa entender o que pensam esses grupos.

Espero que ao "mapear" o problema, que isso não transforme o post em local pra denuncismo (eu já disse antes o que penso disso, a função do blog é informar, trazer conhecimento e não fazer "justiçamento"), há órgãos apropriados pra se fazer isso (denúncias). Eu sei quais grupos disseminam essa lixarada na web e não se combate isso com atrito em virtude das restrições de discussão que há no país (principalmente depois da judicialização que criaram com o Orkut, fruto desse comportamento de "justiceiros"). Os "revis" no Brasil se perpetuam através do "atrito" e de bate-bocas idiotas, e boa parte deles ("revis") evita discussão a sério (chegam logo com intimidações ou panfletagem de quinta). O blog não é fórum de "debates", pra esse fim existe o RODOH (que todos eles fogem).

Voltando ao assunto anterior do neointegralismo, há outros textos muitos bons sobre esta questão que quando conseguir localizar (muitos textos ficam perdidos pelo blog) e organizar um a um, gostaria de colocar aqui (sobre a questão nacional e regional), mas fica pruma outra ocasião. Em todo caso, achei alguns, seguem os links abaixo:

Neointegralismo e as direitas brasileiras: entre aproximações e distanciamentos (Odilon Caldeira Neto)
Galinhas Verdes ou Galos de Briga? Neointegralistas, memória militante e o uso da charge como estratégia política (Odilon Caldeira Neto)
A ideologia do Sigma hoje. Neointegralismo, intolerância e memória (Natália Reis)
Eles querem ‘endireitar’ o Brasil (Pablo Nogueira, PDF)
Proletários e nacionalistas: Skinheads e integralistas no Brasil contemporâneo (Jefferson R Barbosa)
Pensamento da direita e chauvinismo na América Latina (Márcia Regina Carneiro)
O Neointegralismo e a questão da organização partidária (Odilon Caldeira Neto)

Observação1: caso o autor do PDF (do texto sobre o neo-integralismo) leia o post e não queira o link aqui, posso remover.

Observação2: colocarei os links depois que publicar o post, a medida que for relendo o texto.

sábado, 16 de outubro de 2010

Estudo aponta que extremismo é gerado mais por questões sociais e menos por ideologia


Extremistas: mais coisas em
comum que coturnos
 Extremistas de todas as colorações – desde os anarquistas munidos de coquetéis molotov, passando por terroristas islâmicos até skinheads neonazistas – têm algo em comum, diz estudo.
Para os jovens radicais, fatores de ordem social são mais determinantes do que convicções políticas: isso é o que afirma o recente estudo "Extremistas sob a Perspectiva Biográfica", idealizado pelo Departamento Federal de Investigações na Alemanha e realizado em cooperação com o Instituto de Pesquisa Social e Consultoria Política (RISP) da Universidade de Duisburg-Essen.

Os pesquisadores responsáveis entrevistaram 39 extremistas políticos entre dezembro de 2004 e dezembro de 2008 e detectaram diversas semelhanças entre suas biografias. A maioria dos entrevistados encontra-se hoje na prisão.

Aparentemente, diz o estudo, as ideologias dos entrevistados não poderiam ser mais díspares. No entanto, a convicção política acaba sendo um fator de segunda ordem no processo de radicalização, analisam os pesquisadores.

Desejo de inclusão

Os jovens, de acordo como o estudo, são mais atraídos pelo sentimento de pertencimento a um grupo do que por pontos de vista políticos, diz Thomas Kliche, pesquisador na área de Psicologia e Política da Universidade de Hamburgo.

"A ideologia ocupa um lugar muito secundário nas biografias desses extremistas. Nessa idade, eles nem ao menos compreenderam o alcance dessas ideias. Eles apenas sentem que o grupo os elogia, dizendo que são bons e fortes", descreve Kliche.

Jovens radicais são detidos com frequência
No entanto, acentua o pesquisador, nem todo jovem é suscetível ao fascínio da identidade grupal. Entre os entrevistados para o estudo do BKA, praticamente todos vinham de famílias com problemas e, por isso, desenvolveram um interesse exacerbado pelo grupo social nos quais circulam.

"Muitos infratores vêm de lares destruídos ou suas famílias não estão em condições de dar a eles o sentimento de segurança, calor humano, a sensação de serem bem-vindos. É aí que entra o grupo na jogada", afirmou o pesquisador à Deutsche Welle.

Extremismo por acaso?

O estudo detectou que muitos dos entrevistados, além de terem famílias com sérios distúrbios emocionais, tentam se integrar à sociedade por outros caminhos. Na maioria dos casos, eles interromperam a vida escolar ou a formação profissional ou foram mal-sucedidos nesses âmbitos, o que faz com que tenham necessidade de compensar suas deficiências.

De acordo com o estudo, a identificação de uma pessoa com uma ideologia extremista em particular depende mais do acaso do que de sua tendência para determinada convicção política. Religião e política são, para os entrevistados, irrelevantes, ao contrário de aspectos sociais como solidariedade ou apoio emocional.

Não raras vezes, a ânsia de pertencimento ou integração a determinado grupo leva à violência e ao abuso de drogas. A maioria dos entrevistados já havia demonstrado comportamento delinquente antes de se aliar à cena radical em questão, levando o autor da pesquisa a concluir que os chamados "crimes politicamente motivados" muitas vezes não têm, de fato, uma motivação ideológica real.

Autora: Sarah Harman/dpa (sv)
Revisão: Simone Lopes

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6046901,00.html

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Extrema-direita desponta como maior favorecida nas eleições na Áustria

Da EFE
Luis Lidón.

Viena, 27 set (EFE).- Os partidos da direita populista despontam como os grandes favorecidos nas eleições antecipadas da Áustria de amanhã, uma punição às duas legendas majoritárias em um ambiente de incerteza econômica.

"Entre os imigrantes há ovelhas negras que devem ser expulsas". Com mensagens como esta, diretas e simples, Heinz-Christian Strache se transformou no líder incontestável do Partido Liberal da Áustria (FPÖ).

Com um discurso radical contra a imigração, a União Européia (UE) e um populismo social que promete defender o "homem da rua" dos grandes interesses corporativos, o FPÖ pode conquistar na melhor das hipóteses até 20% dos votos, o dobro que nas últimas eleições.

"A maioria de seus votos vem dos enfurecidos perdedores da 'modernização', mobilizados com lemas contra os estrangeiros e contra a Europa", explicou à Agência Efe Anton Pelinka, um dos analistas políticos mais respeitados do país.

Embora o FPÖ seja comandado por um grupo de "ideólogos de tendência ultradireitista", segundo Pelinka, o celeiro de seus votos está em antigos redutos social-democratas: os bairros operários menos favorecidos.

Strache costuma ser descrito como um clone de Jörg Haider, que levou o FPÖ a sua maior popularidade, ao conquistar quase 27% dos votos em 1999. Sua participação no Governo foi punida pela UE com um isolamento diplomático ao país.

Mas seus caminhos se separaram quando Haider criou em 2005 a Aliança pelo Futuro da Áustria (BZÖ), após uma cisão no FPÖ. Desde então, Strache qualifica seu antigo mentor de "traidor".

Agora, Haider, que pode conquistar até 8% dos votos, tenta vender uma imagem mais moderada, enquanto seu antigo aluno e agora rival apresenta um perfil mais agressivo.

Mesmo assim, Haider deixou claro que deseja uma "Áustria para os austríacos", e pretende expandir ao resto do país a proibição de construir mesquitas e minaretes, o que já está em vigor em Caríntia, a região que governa.

"Temos de proteger nossos valores, a cultura majoritária e nossas tradições da crescente islamização", argumenta um sorridente Haider em milhares de cartazes eleitorais.

Strache não tem o carisma e a retórica de Haider, mas, com apenas 39 anos, oferece uma imagem de frescor e fala uma linguagem mais fácil de ser assimilada por seus eleitores.

Assim como Haider, Strache não condenou os crimes nazistas, não demonstrou qualquer arrependimento pelo Terceiro Reich e mantém uma atitude calculadamente ambígua.

Em um recente debate pela TV, chegou a defender a conveniência de eliminar do código penal - sem fazer a menor alusão ao nazismo - o delito de "negacionismo", ou seja, a refutação do Holocausto e dos crimes do Terceiro Reich.

Além disso, durante a campanha surgiram fotos em que um jovem Strache usa roupas camufladas, no que aparentam ser exercícios paramilitares com pessoas que depois foram condenadas por atividades neonazistas.

O passado nazista que parece ligado a Strache, cujo avô pertencia às temidas Waffen SS, somente ressalta os ideais do FPÖ, que são muito mais óbvios em outros líderes de menor hierarquia do partido.

Wolfgang Zanger, deputado do FPÖ, causou um grande tumulto em 2006 ao defender as políticas positivas de Adolf Hitler, a quem se referiu em tom adulador como o "Führer".

"Cada mulher loira com olhos azuis, ou seja, cada mulher com o alemão como língua materna, tem de ter três filhos, porque de outra maneira seremos ultrapassados pelas turcas", disse durante a campanha o líder do FPÖ na região da Alta Áustria, Lutz Weinzinger.

Susanne Winter, candidata à Prefeitura de Graz, a segunda maior cidade do país, também demonstrou com clareza sua idéia sobre o Islã, ao tachar recentemente Maomé de "pedófilo" e o acusar de escrever o Corão durante "um ataque epilético".

"Não existe a tradição de estabelecer um 'laço mais saudável', como na França ou Bélgica. Na Áustria não há uma forma conseqüente de se distanciar de algumas tendências de extrema direita", indicou Pelinka, ao tentar explicar ataques abertos como esses.

As duas principais legendas do país, o Partido Social-Democrata da Áustra (SPÖ) e o Partido Popular Austríaco (ÖVP), descartaram formar um Governo com Strache.

No entanto, o aumento de sua popularidade lhes fez se aproximar do FPÖ, em "um giro à direita" em algumas políticas sociais, segundo Pelinka. EFE ll/mh

Fonte: EFE/G1(27.09.2008)
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL776023-5602,00-EXTREMADIREITA+DESPONTA+COMO+MAIOR+FAVORECIDA+NAS+ELEICOES+NA+AUSTRIA.html

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