Esta fotografia foi tirada pelo soldado eslovaco, Skrovina Lubomir, em Miropol, na Ucrânia, em outubro de 1941. É uma das duas fotografias conhecidas que documentam o fuzilamento de mulheres e crianças de perto em um parque público por policiais ucranianos anexados ao Batalhão de Polícia da Ordem 303. Lubomir testemunhou em Praga em 1958 que estava em uma unidade de pontes de guarda quando ele e dois outros foram designados para participar da execução, no qual 94 judeus (incluindo 49 crianças) foram assassinados. Os dois atiradores na foto são ucranianos, os 3 comandantes da Polícia da Ordem são alemães.
A fonte da foto é o USHMM, originalmente do Security Services Archive (Arquivo de Serviço de Segurança), Praga, H-770-3.0020. A fonte do contexto e referência arquivística é de Wendy Lower, "'Axis Collaboration, Operation Barbarossa, and the Holocaust in Ukraine'" ('Colaboração do Eixo, Operação Barbarossa e Holocausto na Ucrânia'), em A. Kay, J. Rutherford e D. Stahel (eds.), "Nazi Policy on the Eastern Front, 1941: Total War, Genocide, and Radicalization" (Política Nazi na Frente Oriental, 1941: Guerra Total, Genocídio e Radicalização), Boydell & Brewer, 2012, p.200.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/11/photographic-documentation-of-shooting.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Photographic Documentation of the Shooting of a Woman and Child in Miropol
Tradução: Roberto Lucena
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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
França autoriza acesso a alguns arquivos policiais e jurídicos de Vichy
Cidadãos e investigadores podem, a partir de hoje, conhecer melhor o regime de Vichy, colaboracionista da Alemanha nazi durante a ocupação de França, na Segunda Guerra Mundial, após a abertura de arquivos policiais e judiciais da época.
Entre os documentos até agora abrangidos pelo segredo de defesa nacional que poderão ser "livremente consultados, sob reserva de desclassificação prévia", figuram os relativos às atividades da polícia judiciária francesa entre setembro de 1939 e maio de 1945, precisa um decreto publicado no "Journal Officiel" (Diário Oficial).
Os pedidos de desclassificação de documentos deverão ser formulados pelos serviços públicos de arquivos e o Diário Oficial precisa que serão "altos funcionários de defesa e segurança" os encarregados de dar seguimento a tais pedidos, pelo que determinados documentos continuarão a ser confidenciais.
Assinado pelo primeiro-ministro francês, Manuel Valls, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Justiça, Defesa, Interior e Cultura, o decreto diz também respeito às investigações e atividades da polícia judiciária do Governo provisório formado após a libertação da Alemanha nazi, em 1945.
Poderão igualmente ser consultados os casos levados a tribunais de exceção instaurados por Vichy, os crimes julgados logo pelos tribunais de exceção criados após a libertação e os arquivos sobre a perseguição e julgamento de criminosos de guerra nas zonas de ocupação francesa na Alemanha e na Áustria.
Historiadores como Gilles Morin esperam que estes ficheiros, consultáveis quase cinco anos antes de expirar o prazo de 75 anos previsto para o efeito no Código do Património, revelem dados inéditos sobre líderes da Resistência como Jean Moulin, detido, torturado e assassinado em 1943, disse ao canal privado TF1.
O escritor, advogado e caçador de nazis Serge Klasferld que, como outros especialistas, já trabalhou com esses documentos graças a derrogações individuais obtidas desde princípios dos anos 1980, adiantou à emissora France Info que "não se esperam revelações" destes arquivos que, sublinhou, "são sumamente precisos".
Considerou igualmente que, apesar de qualquer derrogação geral "ser um avanço da liberdade de informação", a que hoje começa "é algo quase simbólico".
Segundo o Memorial da Shoah (Holocausto) de Paris, durante o Governo do general Pétain foram assassinados cerca de 80.000 judeus franceses, 76.000 dos quais depois de serem deportados para os campos de concentração nazis.
Os historiadores estimam que, também vítimas do nazismo, além de milhares de comunistas, ciganos, homossexuais e resistentes perderam a vida em França entre 1941 e 1945 cerca de 40.000 a 50.000 doentes mentais, principalmente de fome e esgotamento.
Lusa
Fonte: SIC (Portugal)
http://sicnoticias.sapo.pt/cultura/2015-12-28-Franca-autoriza-acesso-a-alguns-arquivos-policiais-e-juridicos-de-Vichy
Pétain e Hitler |
Os pedidos de desclassificação de documentos deverão ser formulados pelos serviços públicos de arquivos e o Diário Oficial precisa que serão "altos funcionários de defesa e segurança" os encarregados de dar seguimento a tais pedidos, pelo que determinados documentos continuarão a ser confidenciais.
Assinado pelo primeiro-ministro francês, Manuel Valls, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Justiça, Defesa, Interior e Cultura, o decreto diz também respeito às investigações e atividades da polícia judiciária do Governo provisório formado após a libertação da Alemanha nazi, em 1945.
Poderão igualmente ser consultados os casos levados a tribunais de exceção instaurados por Vichy, os crimes julgados logo pelos tribunais de exceção criados após a libertação e os arquivos sobre a perseguição e julgamento de criminosos de guerra nas zonas de ocupação francesa na Alemanha e na Áustria.
Historiadores como Gilles Morin esperam que estes ficheiros, consultáveis quase cinco anos antes de expirar o prazo de 75 anos previsto para o efeito no Código do Património, revelem dados inéditos sobre líderes da Resistência como Jean Moulin, detido, torturado e assassinado em 1943, disse ao canal privado TF1.
O escritor, advogado e caçador de nazis Serge Klasferld que, como outros especialistas, já trabalhou com esses documentos graças a derrogações individuais obtidas desde princípios dos anos 1980, adiantou à emissora France Info que "não se esperam revelações" destes arquivos que, sublinhou, "são sumamente precisos".
Considerou igualmente que, apesar de qualquer derrogação geral "ser um avanço da liberdade de informação", a que hoje começa "é algo quase simbólico".
Segundo o Memorial da Shoah (Holocausto) de Paris, durante o Governo do general Pétain foram assassinados cerca de 80.000 judeus franceses, 76.000 dos quais depois de serem deportados para os campos de concentração nazis.
Os historiadores estimam que, também vítimas do nazismo, além de milhares de comunistas, ciganos, homossexuais e resistentes perderam a vida em França entre 1941 e 1945 cerca de 40.000 a 50.000 doentes mentais, principalmente de fome e esgotamento.
Lusa
Fonte: SIC (Portugal)
http://sicnoticias.sapo.pt/cultura/2015-12-28-Franca-autoriza-acesso-a-alguns-arquivos-policiais-e-juridicos-de-Vichy
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Volks denunciada por colaborar com a ditadura militar
A quem quiser ler mais sobre o caso da Volkswagen colaborando com a ditadura (1964-1985) na prática de tortura e perseguição, colocarei o link da matéria da DW sobre o caso abaixo.
Mas pra adiantar algo do vídeo da TVT, que foi colocado no site Viomundo (o resto da matéria está no site em forma de print, não dá pra copiar texto), pois o caso não tem nada a ver com o escândalo com as denúncias que saíram recentemente da Volks nos EUA sobre fraude, e considero este caso muito mais grave que o que saiu sobre os EUA pois envolve até participação de criminoso nazista foragido, abrigado na Volks do Brasil, e que ajudou a montar o aparato de repressão na empresa (o caso Franz Stangl, link2, comandante de Sobibor e Treblinka), e o caso não foi escândalo fora; no vídeo há uma listagem de várias empresas envolvidas com a ditadura e que também deverão ser alvos de reparação, incluindo várias empresas brasileiras conhecidas (assistam o vídeo pra ver a lista, que não é definitiva, estão coletando provas sobre as empresas).
Aqui o vídeo:
Só não citaram no vídeo o caso conhecido do jornal Folha de São Paulo, e o fornecimento de carros pra caça a opositores, que tive dificuldade de localizar numa busca rápida, exceção do site DCM (Diário do Centro do Mundo).
Segue o trecho da matéria do DCM que relata resumidamente a participação ativa do jornal Folha de São Paulo com a ditadura (o mesmo jornal que já tentou relativizar a ditadura chamando-a de "ditabranda"), porque a verdade deve ser ressaltada: quem criou o clima de conspiração, tramoia e deu todo o aval às arbitrariedades do regime de 64 até a abertura e redemocratização do país, e atuam até hoje com uma cultura policialesca, grosseira, autoritária e golpista (bananeira), não foram os militares, mas sim boa parte da elite empresarial do país (principalmente os grandes grupos jornalísticos de SP e Rio) e sua visão antidemocrática de mundo (herança cultural ibérica), e esses grupos jogam toda a culpa do regime pro lado militar pra tirar o "deles" da reta (expressão brasileira).
Este grupo empresarial da mídia (elite) que vem desde 1964, ou antes, adora posar de "refinado", mas de refinados nunca tiveram nada, são a mais pura expressão do atraso cultural e político do país, subserviência a interesses externos em detrimento do desenvolvimento do país e aprofundamento do regime democrático etc, cujo representante maior é a Grande Mídia brasileira.
Por sinal, esta Comissão Nacional da Verdade (link oficial) foi falha com essa questão da mídia. Também foi falha na apuração da presença de nazistas no país e o possível envolvimento com a ditadura, cheguei a alertar e reclamar isso a eles no espaço que é dado pra comentários e sugestões sobre a mesma, mas pelo visto a sugestão (pedido) foi ignorado.
A Comissão também foi falha na apuração de crimes além dos crimes políticos (em sua parte já bastante conhecidos) pois o número oficial de vítimas da ditadura sempre foi baixo porque sempre usaram o número de mortos políticos como "número oficial", mas o número é muito maior. Pelo menos essa foi a impressão que tive.
Saiu matéria sobre a morte de indígenas na ditadura e a coisa sobe pra casa dos mais de 8 mil
Construção de rodovias no governo militar matou cerca de 8 mil índios
Como a Ditadura Militar matou 8 mil índios na Amazônia (Aí constam os links dos documentos da apuração)
O que já coloca a coisa no patamar das outras ditaduras sanguinárias da América do Sul, planejadas na Casa Branca (EUA). Eram regimes fantoches dos Estados Unidos, como era a ditadura antiga do Egito (e pode se considerar a atual) e outras.
Trecho sobre a Folha de São Paulo e a sua cooperação com a ditadura:
Título: A imprensa e o golpe de 64
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-imprensa-e-o-golpe-de-64/
A matéria da Volks na DW (Deutsche Welle, Alemanha):
Volkswagen é denunciada no Brasil por crimes da ditadura
http://www.dw.com/pt/volkswagen-%C3%A9-denunciada-no-brasil-por-crimes-da-ditadura/a-18731370
E um adendo: eu não tenho/tive parentes perseguidos pela ditadura.
Portanto, não adianta a turma do chorume, que vive delirando com coturno (fetiche?) e adora uma vassalagem com as arbitrariedades dos EUA encher meu saco com esse tipo de ataque, devaneios sobre Cuba etc. No fundo, essa turma do fetiche com coturno é quem ridiculariza a imagem das Forças Armadas (não é a esquerda que faz isso), além de criar um ambiente tenso e contaminado com as paranoias de guerra deles, num culto eterno à Guerra Fria (que acabou, a ordem mundial é outra faz tempo).
Eu diria que sou até mais intolerante, duro, com o que houve no passado (e filhotes da ditadura, mídia vendida do país alinhada aos EUA) do que o pessoal que foi perseguido, por uma questão de justiça e democracia.
Já vi gente que diz que foi perseguida tolerar/aturar cultuador de ditadura, comigo esse tipo de postura não aconteceria nunca, acho inclusive algo repulsivo. Não quero criticar ou condenar quem, no calor da época, acabou servindo o regime por não entender o que se passava (não saber o que se sabe hoje), tem militares críticos ao que houve etc, devem ser respeitados e ressaltados por essa postura. Mas quem tem fetiche com isso (um dos períodos mais obscuros do país e que tem reflexos negativos até hoje vide o oligopólio de mídia que há no país imbecilizando o povo), deveria procurar um analista.
Os golpistas civis da UDN derrubaram o governo legítimo João Goulart por safadeza, rapinagem, vassalagem (submissão aos EUA, venderam-se), burrice, uma confraria de canalhas liderada por aquele corvo vendilhão, desprovido de caráter e intelecto (Carlos Lacerda) conspirando contra o país, não são nem nunca foram patriotas esses filhotes da UDN.
Tem sempre algum imbecil que acha que toda pessoa que toma posição no país sobre essas questões tem vínculo com "isso ou aquilo", pois na cabeça doente dessas pessoas ninguém "teria" cabeça (consciência, entendimento) pra pensar por conta própria, projetam suas fraquezas de caráter e de intelecto nos outros. Por isso tenho um profundo desprezo deste tipo de pessoa, porque na melhor das hipóteses quem se porta assim seria no mínimo um idiota.
A apuração do passado podre do país é uma questão de justiça e memória, algo civilizatório, até pra aprimorar a consciência cívica do povo e consciência nacional (democrática), apesar da histeria e riso das hienas da barbárie (a turma liberaloide, boa parte dos ditos liberais do país sempre tramaram contra a democracia, o país e o povo) que ficam enchendo o saco atacando qualquer ação civilizatória no país como aquelas que saem em "micaretas" da extrema-direita, em turba, sem nem saber o que está por trás desses movimentos "apartidários". Quem tem medo de encarar o passado no mínimo tem rabo preso com a sujeira que houve. Se não tem, então não passa de cretinice adquirida, coisa que tem cura pois ninguém nasce cretino (é um comportamento, transitório ou não). Esse negócio de citar ditadura do leste europeu, URSS etc pra trivializar o que é feito (foi feito) no país já passou dos limites faz tempo.
Mas pra adiantar algo do vídeo da TVT, que foi colocado no site Viomundo (o resto da matéria está no site em forma de print, não dá pra copiar texto), pois o caso não tem nada a ver com o escândalo com as denúncias que saíram recentemente da Volks nos EUA sobre fraude, e considero este caso muito mais grave que o que saiu sobre os EUA pois envolve até participação de criminoso nazista foragido, abrigado na Volks do Brasil, e que ajudou a montar o aparato de repressão na empresa (o caso Franz Stangl, link2, comandante de Sobibor e Treblinka), e o caso não foi escândalo fora; no vídeo há uma listagem de várias empresas envolvidas com a ditadura e que também deverão ser alvos de reparação, incluindo várias empresas brasileiras conhecidas (assistam o vídeo pra ver a lista, que não é definitiva, estão coletando provas sobre as empresas).
Aqui o vídeo:
Só não citaram no vídeo o caso conhecido do jornal Folha de São Paulo, e o fornecimento de carros pra caça a opositores, que tive dificuldade de localizar numa busca rápida, exceção do site DCM (Diário do Centro do Mundo).
Segue o trecho da matéria do DCM que relata resumidamente a participação ativa do jornal Folha de São Paulo com a ditadura (o mesmo jornal que já tentou relativizar a ditadura chamando-a de "ditabranda"), porque a verdade deve ser ressaltada: quem criou o clima de conspiração, tramoia e deu todo o aval às arbitrariedades do regime de 64 até a abertura e redemocratização do país, e atuam até hoje com uma cultura policialesca, grosseira, autoritária e golpista (bananeira), não foram os militares, mas sim boa parte da elite empresarial do país (principalmente os grandes grupos jornalísticos de SP e Rio) e sua visão antidemocrática de mundo (herança cultural ibérica), e esses grupos jogam toda a culpa do regime pro lado militar pra tirar o "deles" da reta (expressão brasileira).
Este grupo empresarial da mídia (elite) que vem desde 1964, ou antes, adora posar de "refinado", mas de refinados nunca tiveram nada, são a mais pura expressão do atraso cultural e político do país, subserviência a interesses externos em detrimento do desenvolvimento do país e aprofundamento do regime democrático etc, cujo representante maior é a Grande Mídia brasileira.
Por sinal, esta Comissão Nacional da Verdade (link oficial) foi falha com essa questão da mídia. Também foi falha na apuração da presença de nazistas no país e o possível envolvimento com a ditadura, cheguei a alertar e reclamar isso a eles no espaço que é dado pra comentários e sugestões sobre a mesma, mas pelo visto a sugestão (pedido) foi ignorado.
A Comissão também foi falha na apuração de crimes além dos crimes políticos (em sua parte já bastante conhecidos) pois o número oficial de vítimas da ditadura sempre foi baixo porque sempre usaram o número de mortos políticos como "número oficial", mas o número é muito maior. Pelo menos essa foi a impressão que tive.
Saiu matéria sobre a morte de indígenas na ditadura e a coisa sobe pra casa dos mais de 8 mil
Construção de rodovias no governo militar matou cerca de 8 mil índios
Como a Ditadura Militar matou 8 mil índios na Amazônia (Aí constam os links dos documentos da apuração)
O que já coloca a coisa no patamar das outras ditaduras sanguinárias da América do Sul, planejadas na Casa Branca (EUA). Eram regimes fantoches dos Estados Unidos, como era a ditadura antiga do Egito (e pode se considerar a atual) e outras.
Trecho sobre a Folha de São Paulo e a sua cooperação com a ditadura:
O apoio da mídia à ditadura se manteria enquanto os militares foram fortes para beneficiar seus donos.Fonte: DCM
A campanha da Folha pelas eleições diretas só veio quando a ditadura cambaleava: politicamente, a insatisfação galopava, e a economia era um caos insustentável.
Antes, Octavio Frias se comportara de maneira bem diferente. Cedera carros da Folha para a caça a opositores da ditadura, o que o levou a temer ser justiçado como outro empresário que fez o mesmo, Henning Albert Boilesen, da Ultragás.
Frias mostrou também sua combatividade seletiva quando, depois de uma crônica de Lourenço Diaféria que dizia que o povo mijava na estátua do Duque de Caxias, patrono do Exército, recebeu uma ordem de um general para afastar o diretor de redação Claudio Abramo.
Afastou – não um mês, uma semana, um dia depois. Afastou na hora. Covardemente, ainda mandou retirar seu próprio nome – dele, Frias — da primeira página do jornal como “diretor responsável”.
Pôs o de Boris Casoy, escolhido para substituir Claudio por causa de seus notórios vínculos com a ditadura. Boris foi integrante do Comando de Caça aos Comunistas, o CCC. Não sabia escrever, mas isso era um detalhe.
Depois, quando a ditadura desabava, Frias autorizou valentemente a campanha das Diretas Já, tão enaltecida como nascida da grandeza de Frias ainda hoje por jornalistas de renome como Clóvis Rossi.
Título: A imprensa e o golpe de 64
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-imprensa-e-o-golpe-de-64/
A matéria da Volks na DW (Deutsche Welle, Alemanha):
Volkswagen é denunciada no Brasil por crimes da ditadura
http://www.dw.com/pt/volkswagen-%C3%A9-denunciada-no-brasil-por-crimes-da-ditadura/a-18731370
E um adendo: eu não tenho/tive parentes perseguidos pela ditadura.
Portanto, não adianta a turma do chorume, que vive delirando com coturno (fetiche?) e adora uma vassalagem com as arbitrariedades dos EUA encher meu saco com esse tipo de ataque, devaneios sobre Cuba etc. No fundo, essa turma do fetiche com coturno é quem ridiculariza a imagem das Forças Armadas (não é a esquerda que faz isso), além de criar um ambiente tenso e contaminado com as paranoias de guerra deles, num culto eterno à Guerra Fria (que acabou, a ordem mundial é outra faz tempo).
Eu diria que sou até mais intolerante, duro, com o que houve no passado (e filhotes da ditadura, mídia vendida do país alinhada aos EUA) do que o pessoal que foi perseguido, por uma questão de justiça e democracia.
Já vi gente que diz que foi perseguida tolerar/aturar cultuador de ditadura, comigo esse tipo de postura não aconteceria nunca, acho inclusive algo repulsivo. Não quero criticar ou condenar quem, no calor da época, acabou servindo o regime por não entender o que se passava (não saber o que se sabe hoje), tem militares críticos ao que houve etc, devem ser respeitados e ressaltados por essa postura. Mas quem tem fetiche com isso (um dos períodos mais obscuros do país e que tem reflexos negativos até hoje vide o oligopólio de mídia que há no país imbecilizando o povo), deveria procurar um analista.
Os golpistas civis da UDN derrubaram o governo legítimo João Goulart por safadeza, rapinagem, vassalagem (submissão aos EUA, venderam-se), burrice, uma confraria de canalhas liderada por aquele corvo vendilhão, desprovido de caráter e intelecto (Carlos Lacerda) conspirando contra o país, não são nem nunca foram patriotas esses filhotes da UDN.
Tem sempre algum imbecil que acha que toda pessoa que toma posição no país sobre essas questões tem vínculo com "isso ou aquilo", pois na cabeça doente dessas pessoas ninguém "teria" cabeça (consciência, entendimento) pra pensar por conta própria, projetam suas fraquezas de caráter e de intelecto nos outros. Por isso tenho um profundo desprezo deste tipo de pessoa, porque na melhor das hipóteses quem se porta assim seria no mínimo um idiota.
A apuração do passado podre do país é uma questão de justiça e memória, algo civilizatório, até pra aprimorar a consciência cívica do povo e consciência nacional (democrática), apesar da histeria e riso das hienas da barbárie (a turma liberaloide, boa parte dos ditos liberais do país sempre tramaram contra a democracia, o país e o povo) que ficam enchendo o saco atacando qualquer ação civilizatória no país como aquelas que saem em "micaretas" da extrema-direita, em turba, sem nem saber o que está por trás desses movimentos "apartidários". Quem tem medo de encarar o passado no mínimo tem rabo preso com a sujeira que houve. Se não tem, então não passa de cretinice adquirida, coisa que tem cura pois ninguém nasce cretino (é um comportamento, transitório ou não). Esse negócio de citar ditadura do leste europeu, URSS etc pra trivializar o que é feito (foi feito) no país já passou dos limites faz tempo.
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Sobre a UGIF (Union générale des israélites de France) e o filme "Amor e ódio" (La Rafle)
A quem perdeu a discussão, confiram na parte de comentários do post:
Filme: La Rafle (Amor e Ódio), com Mélanie Laurent e Jean Reno. França de Vichy
A discussão que o João Lima traz à tona é sobre a UGIF (Union générale des israélites de France, em tradução livre: União Geral dos Judeus da França), que não é citada no filme "La Rafle" que saiu com o título no Brasil de "Amor e ódio" (bem distante do título original que é mais próximo de "A prisão", algo assim) e o livro do Maurice Rajsfus, historiador francês, com o nome de "Des Juifs dans la collaboration, L'U.G.I.F. 1941-1944" (Ebook aqui, em PDF e outros formatos), com prefácio de Pierre Vidal-Naquet, prestigiado historiador francês.
Este filme, "La Rafle" (Amor e ódio) só saiu em DVD/Blu Ray e não foi lançado nos cinemas, não sei por qual razão.
A discussão se dá porque eu comento que, mesmo com a omissão da UGIF no filme, quem quiser ter uma ideia sobre a perseguição e deportação dos judeus na França, o filme é um dos mais recentes sobre o assunto e há versão dele dublado em português, com legenda em português etc (pra todos os gostos). O filme não é muito conhecido, justamente porque não foi exibido nos cinemas com divulgação.
Outro filme lançado recentemente (e já se vão quase 4 anos...) foi o "A chave de Sarah" feito em cima do livro homônimo (com mesmo nome), também sobre a França e judeus na segunda guerra, só que esse segundo filme eu não assisti. Não faço ideia do conteúdo do filme exceto esse comentário superficial.
Mas como dizia, eu ia fazer um post melhor sobre a UGIF (União Geral dos Judeus da França), mas ela já foi citada no blog pelo menos duas vezes. Acabei resgatando esses posts abaixo que a citam:
Judeus: questões sobre Vichy (Livro de Laurent Joly)
Casa Izieu. Memorial das crianças assassinadas na França pelo Carniceiro de Lyon, Klaus Barbie
O segundo post, dos dois acima, foi uma indicação que traduzi "meio" a contragosto porque não há menção bibliográfica no texto, e é um texto genérico. Mas ambos citam a UGIF.
Pra situar a coisa, a UGIF foi um órgão criado em 1941 pelo regime de Vichy, a pedido e em concordância com as políticas nazistas de perseguição a judeus. Foi um órgão coordenado por judeus que ajudou na espoliação e colaboracionismo com o regime fantoche de Vichy, algo próximo de um "Judenrat"(uma espécie de Conselho judeu dos guetos pra colaborar com os nazistas e organizar os judeus nos guetos seguindo as diretrizes nazis).
O João Lima cita o historiador Maurice Rajsfus (já mencionado acima), que de fato escreveu um livro sobre esses judeus colaboracionistas da UGIF, como também um livro sobre a prisão do Velódromo de Inverno (Link2) que é o tema do filme "La Rafle". E há mais livros dele (fico devendo colocar os links aqui). A razão da demora pra elaborar o post é justamente o fato deu não lembrar de memória da UGIF, tanto que não citei os posts que citam ela no comentário que fiz meses atrás. E o livro dele só se encontra em francês, sem tradução pro espanhol ou inglês, o que dificulta a leitura pois eu consigo traduzir texto em francês com ajuda do tradutor do Google, mas não leio com facilidade em francês (está melhorando, mas longe de ser algo fluente, chegaremos lá um dia...).
Só que como havia comentado na caixa de comentários do post do filme, temendo ser repetitivo (estou escrevendo o post rápido, senão acabaria não saindo mais), apesar da não citação do episódio da UGIF (União Geral dos Judeus da França), continua válido assistir o filme "Amor e ódio" (La Rafle), que é estrelado pela Mélanie Laurent (a protagonista francesa do filme "Bastardos Inglórios") e pelo Jean Reno, ator famoso da França, que vendo agora, o cara nasceu no Marrocos (Casablanca) e é filho de pais espanhóis, Jean Reno é nome artístico.
O Jean Reno ficou conhecido, mundialmente eu acho, com o filme "O Profissional" (Léon), que contracena com a Natalie Portman ainda criança, e também com a participação no filme "Missão Impossível" (o primeiro).
Só complementando: na verdade a "curiosidade" sobre esses temas 'desconhecidos' da maioria das pessoas ocorre porque entidades e alguns grupos ligados à memória desses eventos, continuam com uma postura datada que adotavam durante a Guerra Fria com o tema Holocausto, tratando esse tipo de assunto (dos colaboracionistas) como "tabu", porque se aborda um lado não "muito glorioso" de grupos judeus colaborando com o inimigo a perseguir outros judeus. Quando você cria um tabu por não querer tocar no assunto, dá margem pra terceiros propagandearem a coisa como "olhem só, eles escondem o assunto", o que acaba dando margem pra propaganda "revisionista" (negacionista) de citar esses episódios com ares de "descoberta" porque acabam os grupos de memória empurram o assunto pra debaixo do tapete em vez de citá-los normalmente (que é o correto), vide a não tradução do livro citado pra outros idiomas. Essa postura "melindre" já deveria estar superada neste século, mas a postura datada continua, mesmo com a internet escancarando tudo. Digo isso porque já veio gente encher o saco com discurso moralista sobre essas questões "cabeludas" e não tenho a menor pretensão em esconder esse tipo de assunto. Não se combate "revisionismo" empurrando essas questões pra debaixo do tapete.
Filme: La Rafle (Amor e Ódio), com Mélanie Laurent e Jean Reno. França de Vichy
A discussão que o João Lima traz à tona é sobre a UGIF (Union générale des israélites de France, em tradução livre: União Geral dos Judeus da França), que não é citada no filme "La Rafle" que saiu com o título no Brasil de "Amor e ódio" (bem distante do título original que é mais próximo de "A prisão", algo assim) e o livro do Maurice Rajsfus, historiador francês, com o nome de "Des Juifs dans la collaboration, L'U.G.I.F. 1941-1944" (Ebook aqui, em PDF e outros formatos), com prefácio de Pierre Vidal-Naquet, prestigiado historiador francês.
Este filme, "La Rafle" (Amor e ódio) só saiu em DVD/Blu Ray e não foi lançado nos cinemas, não sei por qual razão.
A discussão se dá porque eu comento que, mesmo com a omissão da UGIF no filme, quem quiser ter uma ideia sobre a perseguição e deportação dos judeus na França, o filme é um dos mais recentes sobre o assunto e há versão dele dublado em português, com legenda em português etc (pra todos os gostos). O filme não é muito conhecido, justamente porque não foi exibido nos cinemas com divulgação.
Outro filme lançado recentemente (e já se vão quase 4 anos...) foi o "A chave de Sarah" feito em cima do livro homônimo (com mesmo nome), também sobre a França e judeus na segunda guerra, só que esse segundo filme eu não assisti. Não faço ideia do conteúdo do filme exceto esse comentário superficial.
Mas como dizia, eu ia fazer um post melhor sobre a UGIF (União Geral dos Judeus da França), mas ela já foi citada no blog pelo menos duas vezes. Acabei resgatando esses posts abaixo que a citam:
Judeus: questões sobre Vichy (Livro de Laurent Joly)
Casa Izieu. Memorial das crianças assassinadas na França pelo Carniceiro de Lyon, Klaus Barbie
O segundo post, dos dois acima, foi uma indicação que traduzi "meio" a contragosto porque não há menção bibliográfica no texto, e é um texto genérico. Mas ambos citam a UGIF.
Pra situar a coisa, a UGIF foi um órgão criado em 1941 pelo regime de Vichy, a pedido e em concordância com as políticas nazistas de perseguição a judeus. Foi um órgão coordenado por judeus que ajudou na espoliação e colaboracionismo com o regime fantoche de Vichy, algo próximo de um "Judenrat"(uma espécie de Conselho judeu dos guetos pra colaborar com os nazistas e organizar os judeus nos guetos seguindo as diretrizes nazis).
O João Lima cita o historiador Maurice Rajsfus (já mencionado acima), que de fato escreveu um livro sobre esses judeus colaboracionistas da UGIF, como também um livro sobre a prisão do Velódromo de Inverno (Link2) que é o tema do filme "La Rafle". E há mais livros dele (fico devendo colocar os links aqui). A razão da demora pra elaborar o post é justamente o fato deu não lembrar de memória da UGIF, tanto que não citei os posts que citam ela no comentário que fiz meses atrás. E o livro dele só se encontra em francês, sem tradução pro espanhol ou inglês, o que dificulta a leitura pois eu consigo traduzir texto em francês com ajuda do tradutor do Google, mas não leio com facilidade em francês (está melhorando, mas longe de ser algo fluente, chegaremos lá um dia...).
Só que como havia comentado na caixa de comentários do post do filme, temendo ser repetitivo (estou escrevendo o post rápido, senão acabaria não saindo mais), apesar da não citação do episódio da UGIF (União Geral dos Judeus da França), continua válido assistir o filme "Amor e ódio" (La Rafle), que é estrelado pela Mélanie Laurent (a protagonista francesa do filme "Bastardos Inglórios") e pelo Jean Reno, ator famoso da França, que vendo agora, o cara nasceu no Marrocos (Casablanca) e é filho de pais espanhóis, Jean Reno é nome artístico.
O Jean Reno ficou conhecido, mundialmente eu acho, com o filme "O Profissional" (Léon), que contracena com a Natalie Portman ainda criança, e também com a participação no filme "Missão Impossível" (o primeiro).
Só complementando: na verdade a "curiosidade" sobre esses temas 'desconhecidos' da maioria das pessoas ocorre porque entidades e alguns grupos ligados à memória desses eventos, continuam com uma postura datada que adotavam durante a Guerra Fria com o tema Holocausto, tratando esse tipo de assunto (dos colaboracionistas) como "tabu", porque se aborda um lado não "muito glorioso" de grupos judeus colaborando com o inimigo a perseguir outros judeus. Quando você cria um tabu por não querer tocar no assunto, dá margem pra terceiros propagandearem a coisa como "olhem só, eles escondem o assunto", o que acaba dando margem pra propaganda "revisionista" (negacionista) de citar esses episódios com ares de "descoberta" porque acabam os grupos de memória empurram o assunto pra debaixo do tapete em vez de citá-los normalmente (que é o correto), vide a não tradução do livro citado pra outros idiomas. Essa postura "melindre" já deveria estar superada neste século, mas a postura datada continua, mesmo com a internet escancarando tudo. Digo isso porque já veio gente encher o saco com discurso moralista sobre essas questões "cabeludas" e não tenho a menor pretensão em esconder esse tipo de assunto. Não se combate "revisionismo" empurrando essas questões pra debaixo do tapete.
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quarta-feira, 4 de junho de 2014
O Holocausto na Transnístria: excertos de Ioanid (Romênia)
Policiais romenos deportando judeus para Transnístria, 1941 |
Berezovka foi o ponto de chegada de quase vinte mil judeus de Odessa que sobreviveram aos massacres do exército romeno, em Outubro de 1941. A estação ferroviária da cidade de Berezovka, umas sessenta milhas a nordeste de Odessa, estava situada no meio de assentamentos de um grupo de ucranianos e alemães étnicos. Os judeus, trazidos no trem, foram levados para o campo e baleados por alemães étnicos do Selbstschutz [membros dos corpos de auto-defesa]... O número de mortos... foi inchado por vítimas de pequenas cidades e aldeias. Uma estimativa cumulativa foi indicada por um membro do Ministério do Exterior alemão em maio. Cerca de 28.000 judeus foram levados para as aldeias alemãs na Transnístria, ele [Popescu] escreveu. "Inzwischen wurden sie liquidiert" (Enquanto isso, eles foram liquidados).
Um relatório da polícia romena (Gendarmaria) de Berezovka afirmou que em abril de 1942, 85 por cento dos judeus do distrito de Berezovka haviam sido liquidados por formações da SS. Um relatório similar de maio 1942 indicou que todos os judeus de Odessa, que haviam sido detidos no castelo Mostovoi, haviam sido executados em um campo pela SS, que, em seguida, queimou os cadáveres. No início de junho as tropas da SS de Lichtenfeld executaram 1.200 judeus em Suha Verba; a política de inspeção da Transnístria informou do assassinato em massa ao governo da Transnístria. Em 3 de julho de 1942, as autoridades romenas entregaram cerca de 247 judeus em Brailov (Bratslav), 10 km a nordeste de Smerinka, depois deles terem procurado refúgio em território romeno; os alemães os mataram. Policiais romenos executaram trezentos judeus deslocados de Vapniarka para Berezovka durante a primavera de 1942.
Em 19 de agosto de 1942, a pedido da Organização Todt e com o consentimento do prefeito do distrito de Tulcin, coronel Loghin, três mil judeus que haviam sido deportados em junho de Cernauti e levados além do rio Bug, agora foram entregues aos alemães. Desses três mil judeus quase ninguém retornou. Os idosos, [bem como] algumas das mulheres, crianças e os mais fracos foram executados nos primeiros dias. Os outros foram mortos gradualmente, uma vez que não poderiam mais trabalhar. Em seguida, no dia 6 de junho de 1943, mais uma vez, a pedido da Organização Todt, outro transporte de 829 judeus foi enviado de Moghilev para Trihati para a construção de uma ponte sobre o rio Bug. O destino desses judeus é desconhecido.
Durante as execuções em massa da SS dos judeus que haviam sido deportados para o Distrito Berezovka na primavera de 1942, policiais romenos também conduziram sua própria carnificina.
Quantos judeus morreram nos massacres na Transnístria? Pelo menos 123 mil judeus romenos haviam cruzaram o rio Dniester, entre 1941 e 1942; apenas 50.741 permaneceram vivos a partir de 1943. Cerca de 25.000 judeus foram mortos em Odessa, no mínimo, 28 mil judeus foram mortos pelos alemães em Berezovka, e 75.000 foram mortos em Golta, para não falar nos 19.000 ciganos romenos mortos na Transnístria. Julius Fisher estima que 87.000 judeus romenos morreram na Transnístria, juntamente com 130.000 judeus indígenas (nativos). Os alemães têm responsabilidade direta pela morte de cerca de cinquenta mil, principalmente nos distritos de Berezovka e Bar. A maioria deles foi entregue aos nazistas pelos romenos. O resultado final de todos os esforços dos romenos, dos alemães e seus colaboradores foi a chacina de mais que um quarto de milhão de pessoas inocentes.
Embora, como vimos, os assassinatos tenham continuado depois de 1942, o zelo do funcionalismo romeno começou a diminuir no mesmo ano com o curso mutável da guerra, sugerindo a eles substituir o fanatismo pelo oportunismo nas questões judaicas. Se o assassinato em massa ocorreu com menor frequência, no entanto, o entorpecimento e número de perseguição de almas e a opressão moendo o dia a dia continuaria, com resultados fatais extensos.
Foto: Gendarmaria(polícia) Romena e colaboracionistas locais durante a deportação dos judeus de Briceva para a Transnístria. Encabeçando o combio de deportados está o rabino Dov-Berl Yechiel. (Bessarábia, Romênia, 1941)
Fonte da foto: Yad Vashem
Fonte: Holocaust Controversies
Título original: The Holocaust in Transnistria: Extracts from Ioanid
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/02/holocaust-in-transnistria-extracts-from.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Einsatzgruppen: Relatório de situação operacional na URSS No. 101
Berlim, 2 de outubro de 1941
Chefe da Polícia de Segurança e do Serviço de Segurança
48 cópias
-------------
(36ª cópia)
(The Einsatzgruppen Reports, por Yitzak Arad, Shmuel Krakowski e Shmuel Spector, editores; pág. 168)
Para informações adicionais sobre as unidades móveis de extermínio (Einsatzgruppen), e o que os Aliados haviam descoberto sobre suas operações, ler Official Secrets: What the Nazis Planned, What the British and Americans Knew (Segredos Oficiais: o que os nazistas planejaram, o que britânicos e norte-americanos sabiam), de Richard Breitman, e Ordinary Men: Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland (Homens comuns: Batalhão 101 de reserva da polícia e a Solução Final na Polônia), de Christopher R. Browning.
Fonte: Nizkor
Título: Einsatzgruppen. Operational Situation Report USSR No. 101
http://www.nizkor.org/hweb/orgs/german/einsatzgruppen/osr/osr-101.html
Tradução: Roberto Lucena
Chefe da Polícia de Segurança e do Serviço de Segurança
48 cópias
-------------
(36ª cópia)
Relatório de situação operacional na URSS No.101
Einsatzgruppe C
Localização: Kiev
Sonderkommando 4a em colaboração com o QG do Einsatzgruppe e mais dois Kommandos do regimento de polícia do Sul, executaram 33.771 judeus em Kiev de 29 a 30 de setembro de 1941.
Einsatzgruppe D
Localização: Nikolayev
Os Kommandos continuaram a liberação (limpeza) da área de judeus e elementos comunistas. No período citado pelo relatório, as cidades de Nikolayev e Kherson, em particular, foram libertadas de judeus. Os funcionários restantes foram devidamente 'tratados'. De 16 Setembro a 30, cerca de 22.467 judeus e comunistas foram executados. Num total de 35.782. Investigações novamente mostram que os altos funcionários comunistas em toda parte fugiram para local seguro. No total, os principais partisans ou líderes de destacamentos de sabotagem foram capturados.
(The Einsatzgruppen Reports, por Yitzak Arad, Shmuel Krakowski e Shmuel Spector, editores; pág. 168)
Para informações adicionais sobre as unidades móveis de extermínio (Einsatzgruppen), e o que os Aliados haviam descoberto sobre suas operações, ler Official Secrets: What the Nazis Planned, What the British and Americans Knew (Segredos Oficiais: o que os nazistas planejaram, o que britânicos e norte-americanos sabiam), de Richard Breitman, e Ordinary Men: Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland (Homens comuns: Batalhão 101 de reserva da polícia e a Solução Final na Polônia), de Christopher R. Browning.
Fonte: Nizkor
Título: Einsatzgruppen. Operational Situation Report USSR No. 101
http://www.nizkor.org/hweb/orgs/german/einsatzgruppen/osr/osr-101.html
Tradução: Roberto Lucena
sexta-feira, 14 de março de 2014
Goebbels: os nacionalistas dos estados bálticos e da Ucrânia, influenciados pelos judeus
Um dos paradoxos do pensamento nazi: Goebbels acusa "os judeus" das dificuldades que começam a ter os alemães com os nacionalistas da Letônia, Estônia, Lituânia e Ucrânia. Vários nacionalistas em boa proporção colaboraram com os nazis para matar e saquear seus compatriotas judeus. As cifras de judeus são dadas nas atas da "Conferência Wannsee" de 20 de janeiro passado são muito esclarecedoras. Dos 11 milhões de judeus que estimam ainda existir na Europa, só há uma única região que consideram completamente "livre de judeus": a Estônia.
Tradução de Eduardo de Guzmán. Editora Los libros de Nuestro Tiempo, José Janés diretor. Barcelona 1949. pág. 128.
Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/05/14/goebbels-los-nacionalistas-de-los-estados-balticos-y-ucrania-influenciados-por-los-judios/
Tradução: Roberto Lucena
6 de março de 1942Joseph Goebbels: Diarios (The Goebbels Diaries. Edição de Louis P. Lochner)
Um relatório do SD dá conta de forma minuciosa da situação na Rússia ocupada. É muito mais inquietante do que geralmente se crê. O perigo partisan aumenta semana a semana. os partisans judeus detentores de algumas grandes zonas da Rússia ocupada, implementaram nelas um regime de terror. Os movimentos nacionalistas, por sua parte, adquiriram maior insolência do que supúnhamos a princípio. E isto pode se aplicar tanto aos estados bálticos como na Ucrânia. Em todas as partes os judeus se movem procurando nos criar dificuldades. É compreensível, portanto, que muitos deles tenham que pagar seus delitos com sua vida. De qualquer forma, estou convencido que quanto maior for o número de judeus que liquidemos, mais consolidaremos a vida na Europa depois da guerra. Não é possível se deixar levar pelo sentimentalismo. Os judeus são a desgraça da Europa. Precisam ser eliminados; caso contrário correremos perigo de sermos eliminados por eles.
A situação alimentar é muito difícil nas zonas ocupadas do Leste. Milhares e dezenas de milhares de pessoas morrem de fome sem se atrever a mover um dedo. Durante muitos anos teremos que fazer frente a grandes problemas e excepcionais dificuldades. Muita água passará pelo Reno antes que essa zona tenha sido integrada na economia europeia e seus ricos produtos estejam a disposição do nosso povo.
Tradução de Eduardo de Guzmán. Editora Los libros de Nuestro Tiempo, José Janés diretor. Barcelona 1949. pág. 128.
Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/05/14/goebbels-los-nacionalistas-de-los-estados-balticos-y-ucrania-influenciados-por-los-judios/
Tradução: Roberto Lucena
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Corporações e cooperação com os nazistas
Corporações e cooperação com os nazis
Pergunta:
Prezado Sr. / Sra. Estou trabalhando agora em um ensaio de história com o tema "Indústria e organizações alemães (Daimler Benz, Siemens, Deutsche Bank, Krupps, Volkswagen ...) [German Industry and organisations (Daimler Benz, Siemens, Deutsche Bank, Krupps, Volkswagen...)], sua cooperação, seu trabalho e sua influência sobre o partido nazista, ou apenas o contrário. Tenho grande dificuldade em encontrar informações sobre esse assunto. Muito obrigado pelo seu tempo e ajuda.
Harry W. Mazal OBE responde:
Sou uma das pessoas que responde às perguntas enviadas ao nosso projeto. É possível que outros colegas meus também respondam.
Sua pergunta é muito complexa. A maioria das grandes empresas na Alemanha ajudaram os nazistas em sua busca por poder, e muitas colaboraram ainda mais com eles quando os nazistas conseguiram o controle total da Alemanha.
Começando com o grupo Krupp:
Visite as seguintes páginas de nosso site:
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t134.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t135.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t136.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t137.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t138.htm
e você vai obter algumas informações relevantes sobre a influência do grupo Krupp na Alemanha nazista.
Daimler-Benz:
Um livro foi publicado descreve o seu papel no regime nazi:
Daimler-Benz in the Third Reich
Neil Gregor
c. 1998, Yale University Press (New Haven and London)
ISBN 0-300-07243-0
O trecho abaixo foi tirado da sobrecapa:
Existem vários livros sobre o papel da Volkswagen no Terceiro Reich. Vou citar alguns trechos breves destes:
Volkswagen Beetle: The Rise from the Ashes of War
Simon Parkinson,
c. 1996, Veloce Publishing PLC (Dorchester)
ISBN 1-874105-47-2
Atenciosamente,
Retornar à lista de perguntas (FAQ)
Última modificação: 4 de setembro de 1999
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org
Fonte: Holocaust History Project
http://web.archive.org/web/20130428094653/http://holocaust-history.org/questions/corporations.shtml
Tradução: Roberto Lucena
Ver também:
Trabalho escravo/forçado no nazismo - bibliografia
Pergunta:
Prezado Sr. / Sra. Estou trabalhando agora em um ensaio de história com o tema "Indústria e organizações alemães (Daimler Benz, Siemens, Deutsche Bank, Krupps, Volkswagen ...) [German Industry and organisations (Daimler Benz, Siemens, Deutsche Bank, Krupps, Volkswagen...)], sua cooperação, seu trabalho e sua influência sobre o partido nazista, ou apenas o contrário. Tenho grande dificuldade em encontrar informações sobre esse assunto. Muito obrigado pelo seu tempo e ajuda.
Harry W. Mazal OBE responde:
Sou uma das pessoas que responde às perguntas enviadas ao nosso projeto. É possível que outros colegas meus também respondam.
Sua pergunta é muito complexa. A maioria das grandes empresas na Alemanha ajudaram os nazistas em sua busca por poder, e muitas colaboraram ainda mais com eles quando os nazistas conseguiram o controle total da Alemanha.
Começando com o grupo Krupp:
Visite as seguintes páginas de nosso site:
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t134.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t135.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t136.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t137.htm
http://www.holocaust-history.org/works/imt/01/htm/t138.htm
e você vai obter algumas informações relevantes sobre a influência do grupo Krupp na Alemanha nazista.
Daimler-Benz:
Um livro foi publicado descreve o seu papel no regime nazi:
Daimler-Benz in the Third Reich
Neil Gregor
c. 1998, Yale University Press (New Haven and London)
ISBN 0-300-07243-0
O trecho abaixo foi tirado da sobrecapa:
[...] Gregor primeiro traça a história da empresa Daimler-Benz desde a sua formação, em 1926, ao longo dos anos de crise da depressão, e examina como as oportunidades oferecidas pelo rearmamento nazista na década de 1930 a levou a uma rápida expansão e um aumento dos seus lucros. O seu foco principal, no entanto, é na própria guerra. Aqui, ele demonstra que a empresa conseguiu explorar as demandas da economia de guerra ao mesmo tempo em que situava suas operações mais vantajosas para a retomada da atividade comercial em tempos de paz. De fato, um argumento central do livro é de que, apesar dos bombardeios dos Aliados, a Daimler-Benz AG emergiu da guerra em boa forma e com uma estratégia operacional clara, o seu inventário em grande parte intacto e o núcleo de suas linhas de produção voltado para o mercado em tempos de paz.Volkswagen:
O livro revela que o interesse próprio e a auto-preservação foram os motivos principais por trás da aquiescência da empresa na exploração brutal do trabalho escravo - de civis, prisioneiros de guerra, de judeus e outras vítimas dos campos de concentração. Gregor argumenta que a capacidade da empresa para proteger seus interesses durante a guerra e gerir a transição para a paz baseava-se no conluio da barbárie racial do regime nazista, e que a empresa intensificou ativamente o interesse sobre o sofrimento das vítimas do Reich.
Existem vários livros sobre o papel da Volkswagen no Terceiro Reich. Vou citar alguns trechos breves destes:
Volkswagen Beetle: The Rise from the Ashes of War
Simon Parkinson,
c. 1996, Veloce Publishing PLC (Dorchester)
ISBN 1-874105-47-2
O Volkswagen Beetle (Fusca) surgiu como parte da política econômica do partido nazista conhecida como * Motoriserung *, apesar de sua origem anteceder a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha: o carro era a ideia do versátil designer (desenhista) austríaco Ferdinand Porsche.Espero que esta informação ajude a você começar seu projeto de pesquisa. Como você foi capaz de observar a partir da leitura acima, há uma enorme quantidade de informação sobre o assunto disponível em qualquer boa biblioteca.
[...]
Apoiar e estimular a embrionária Volkswagen veio em seguida, e não de um industrial, mas de um político. Adolf Hitler havia chegado ao poder como chanceler alemão em 30 de janeiro de 1933 ...
[...]
Porsche foi instruído para vir a Berlim em Maio de 1934 pra se reunir com Hitler e discutir o projeto volksauto. Este famoso encontro ocorreu no Hotel Kaiserhof.
[...]
A nova empresa, com a DAF [Deutsche Arbeits Front - uma organização nazista comandada pelo Dr. Robert Ley], apoiou a decisão de construir uma fábrica totalmente nova ... perto da aldeia de Fallersleben ... No Dia da Ascensão (26 de Maio) em 1938, em uma grande cerimônia, a pedra fundamental da nova fábrica foi colocada por Adolf Hitler.
[...]
(Durante a guerra) ... (o) número de trabalhadores estrangeiros de outras nacionalidades aumentou de forma constante. Estes trabalhadores estrangeiros estavam em três categorias, como segue abaixo:
1. *Auslandische Ziviarbeiter*: os trabalhadores estrangeiros que vieram para trabalhar em resposta a investimentos feitos em países ocupados. Mais tarde, muitos desses trabalhadores, que vieram de livre e espontânea vontade, foram obrigados a ficar. ...
2. *Kriegsgefangene*: prisioneiros de guerra, a maioria russos e poloneses.
3. *KZ Haftlinge*: O trabalho forçado de prisioneiros de campos de concentração. Havia um campo satélite de Neuengamme perto à Fallersleben. Alguns presos foram mantidos no barracão do pavilhão No. 1 na fábrica.
Os trabalhadores estrangeiros que chegaram ao KdF Stadt com os seguintes números:
1938: 3000 trabalhadores italianos na construção civil, muitos dos quais depois não foram autorizados a partir.
1940: 1500 deportados poloneses
1941: 850 prisioneiros de guerra russos
1942: 4000 trabalhadores deportados do leste. Os chamados *Ostarbeiter*, que usava um crachá com a letra 'O'.
1943: 1000 militares internos italianos, 1500 trabalhadores forçados franceses ... e 650 mulheres do campo de concentração de Neuengamme que foram mantidas na adega do Pavilhão 1 da fábrica.
1944: 300 belgas, 200 holandeses.
A composição (mistura) de trabalhadores alemães e estrangeiros mudou com a guerra em andamento:
1940: 80% alemães/20% estrangeiros
1941: 60% alemães/40% estrangeiros
1942: 31% alemães/69% estrangeiros
1943 27% alemães/73% estrangeiros
1944 29% alemães/71% estrangeiros
Atenciosamente,
Retornar à lista de perguntas (FAQ)
Última modificação: 4 de setembro de 1999
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org
Fonte: Holocaust History Project
http://web.archive.org/web/20130428094653/http://holocaust-history.org/questions/corporations.shtml
Tradução: Roberto Lucena
Ver também:
Trabalho escravo/forçado no nazismo - bibliografia
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
A relação problemática da Ucrânia com o Holocausto. Ambos: vítimas e perpetradores - Parte 01
Publicado em balticworlds.com em 1 de agosto de 2011.
Por várias razões, a relação da Ucrânia com o Holocausto e os judeus tem sido ofuscada pela situação similar, mas mais impressionante na Alemanha e na Polônia. A questão merece atenção, no entanto, porque ela ainda é um dilema moral e político sério na Ucrânia, intimamente relacionada com esforço do país para a construção de uma identidade nacional. O dilema é claramente refletido na historiografia ucraniana e na política atual, apesar de museus e monumentos públicos no oeste da Ucrânia também testemunham os vestígios do Holocausto - ou à falta dele.
Estas palavras são, em parte, baseadas na pesquisa histórica ocidental sobre o Holocausto na Ucrânia e como ela tem sido tratada [01], e em parte - principalmente - em pesquisa material reunida durante duas visitas à Kiev e Lviv em 2007 e 2010. [02]
Cenário
De acordo com algumas estimativas, mais de 900.000 judeus morreram na Ucrânia Soviética entre 1941 e 1944 como resultado das políticas genocidas da Alemanha nazista e de seus capangas ucranianos. Este valor representa, na verdade, o maior número de vítimas em qualquer outro país além da Polônia, onde o número de vítimas é estimado em 3,3 milhões. [03] vítimas do Holocausto incluem os judeus da Galícia Oriental, que a União Soviética pegou da Polônia em 1939 no Pacto Molotov-Ribbentrop. Ela era composta por uma minoria relativamente grande (em 1931, 639.000, ou 9,3 por cento), e o antissemitismo era bem disseminado. [04] Durante o período pós-guerra, especialmente depois de 1991, muitos dos judeus restantes emigraram, principalmente para Israel. De acordo com o censo de 2001, apenas cerca de 80.000 judeus (0,2% da população total) permaneceu pela Ucrânia, e apenas 12.000-15.000 no que hoje é agora a Ucrânia ocidental. [05] A rica cultura, que ao longo dos séculos moldou partes da Ucrânia e da Polônia, desapareceu quase totalmente ou foi esquecida.
A historiografia ucraniana sobre o Holocausto
Como Johan Dietsch demonstrou numa dissertação em 2006 [06], a história oficial da Ucrânia soviética do pós-guerra não era particularmente interessada nos judeus como um grupo étnico ou no terrível destino que eles sofreram durante a guerra. Em vez disso, os judeus restantes foram submetidos às campanhas soviéticas contra os "sionistas" e "cosmopolitas" que foram considerados aliados dos imperialistas ocidentais, e da historiografia sobre a guerra dirigida principalmente à vitória do povo soviético unido, sobre o fascismo alemão, que serviu como uma nova e forte base para legitimar o sistema socialista. No processo, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) e seu exército rebelde (UPA), que queria um Estado independente, foram atacados por ajudar os ocupantes nazistas, e a diáspora ucraniana anticomunista na América do Norte que defendeu os nacionalistas, foi condenada. [07]
Esta diáspora ucraniana procurou preservar a sua identidade nacional valorizando a tradição dos cossacos ucranianos que remonta o século XVII, a partir de líderes cossacos como Bohdan Chmelnitsky, aos líderes da luta pela independência como Symon Petliura, durante a I Guerra Mundial, e o chefe da UPA Stepan Bandera, no início da II Guerra Mundial. Seu antissemitismo, o que levou a vários pogroms, foi convenientemente varrido para debaixo do tapete. Em vez de o Holocausto, a diáspora ucraniana estava particularmente interessada no Holodomor, na política intencional de fome intencional de Stalin na Ucrânia (1932-1933), que foi considerado um genocídio dirigido ao povo ucraniano. Alegou-se que mais ucranianos morreram no Holodomor que judeus no Holocausto e que judeus eram representantes proeminentes no serviço da polícia secreta soviética, o NKVD, e foram cúmplices no Holodomor. A diáspora elogiou as lutas da UPA e OUN pela liberdade, e alguns até mesmo consideraram que a repressão soviética antes da guerra justificou a colaboração de alguns ucranianos com a Alemanha nazista durante a guerra. [08]
Partes deste historiografia foi adotada quando a Ucrânia se tornou independente em 1991. A busca em construir uma identidade ucraniana agora enfatizava a luta nacional pela liberdade desde 1600 e antes disso. Estátuas de Lênin nas regiões ocidentais do país foram substituídas por monumentos dos líderes cossacos e nacionalistas. Desde os anos 1990, os líderes políticos da Ucrânia tentaram em várias ocasiões, para obter o reconhecimento internacional do Holodomor como genocídio contra os ucranianos, que a fome fosse tratada como um equivalente ucraniano do Holocausto. [09] Embora os livros oficiais de história muitas vezes não enfatizem "a responsabilidade dos judeus comunistas judeus pelo Holodomor", a literatura antissemita é publicada e vendida em todos os lugares hoje na Ucrânia, incluindo o Mein Kampf de Hitler. A maior instituição privada de ensino superior da Ucrânia, a MAUP, com 30.000 estudantes, publicou uma série de tais obras. [10]
Ao mesmo tempo que a interpretação oficial da história da Ucrânia contemporânea destaca a luta nacional contra o poder soviético, também sublinha, como nos tempos soviéticos, a luta ativa da Ucrânia contra a Alemanha nazista e as atrocidades nazistas. A enorme monumento da vitória Rodina-Mat ainda está de pé em Kiev, e o 09 de maio é ainda celebrado. A Ucrânia é, portanto, considerada como uma vítima de dois regimes totalitários que entraram na Pacto Molotov-Ribbentrop. De acordo com um livro, de 1994, embora muitas pessoas saudaram a ocupação soviética do leste da Galiza em 1939 como libertação da Polônia, que também levou a sovietização e deportações para o leste, levou muitas pessoas a acolher a posterior invasão alemã. Quando a ocupação da Alemanha nazista tornou-se ainda pior que a dos soviéticos, partisans ucranianos começaram a resistir. [11] Raramente é observado que os ucranianos podem ser encontrados em ambos os lados das linhas de frente.
A verdade sobre o assassinato em massa de judeus pelos nazistas na Ucrânia já não é suprimida, mas é principalmente associada à Babi Yar em 1941 (veja abaixo). A ideologia racial nazista não é explicada e a tragédia dos judeus ainda é ofuscada pelo sofrimento dos ucranianos. Por exemplo, outro livro de 2004 admitiu que os judeus em particular, sofreram no massacre de Babi Yar, e acrescentou que cada cidade teve seu próprio Babi Yar. Os nazistas pressionaram os ucranianos a não ajudar os judeus, mas muitos alegam ter ajudado de qualquer forma e depois executados, e, então, homenageados postumamente por Israel. O metropolita Sheptytsky da Igreja Greco-Católica Ucraniana foi mencionado em particular. [12] É difícil deixar claro que os nacionalistas ucranianos ajudaram no extermínio dos judeus. [13] Viktor Yushchenko, que como primeiro-ministro participou da Conferência do Holocausto em Estocolmo, em 2000, declarou que a experiência de milhões de ucranianos como vítimas de seu próprio Holocausto significa que os ucranianos entendem muito bem o calvário dos judeus. [14] Quando Yushchenko foi eleito presidente em 2004, após a chamada Revolução Laranja, ele foi apoiado principalmente por nacionalistas e grupos de orientação Ocidental no oeste e na região central da Ucrânia.
Johan Dietsch conclui que a imagem oficial dos ucranianos como ambos, heróis e vítimas, não permite que outras pessoas tenham sofrido mais que os ucranianos ou que os ucranianos foram cúmplices no extermínio dos judeus na Ucrânia. No entanto, os livros de história da Ucrânia, que abordam outros países, retratam o Holocausto de forma mais objetiva como um genocídio especificamente dirigido contra os judeus e o rotulam como um trauma puramente europeu. Também deve ser mencionado que, durante uma visita de Estado à Alemanha, em 2007, Yushchenko desviou-se do protocolo ao visitar um campo de concentração onde seu pai havia sido prisioneiro. Desta forma, os ucranianos contornam o problema da sua participação no Holocausto em sua própria casa e apresentam uma impressão de que a Ucrânia compartilha dos valores europeus e está em sintonia com a comunidade europeia. [15]
Por Ingmar Oldberg - Pesquisador associado ao programa da Rússia do Instituto Sueco de Assuntos Internacionais (Estocolmo).
Referências
[01] For contemporary overviews of both Hitler’s and Stalin’s genocides, see Timothy Snyder, Bloodlands: Europe between Hitler and Stalin, London 2010, and Kristian Gerner and Klas-Göran Karlsson, Folkmordens historia [The history of genocide], Stockholm 2005.
[02] A previous version of this article was published in Swedish in Inblick Östeuropa 1—2:2010.
[03] Lucy Dawidowich, The War Against the Jews, Middlesex & New York 1975, pp. 477—480. Betsy Gidwitz cites 1,850,000 victims in Ukraine; see “Jewish Life in Ukraine at the Dawn of the Twenty-first Century: Part One”, Jerusalem Letter no. 451, April 2001, www.jspa.org/jl/jl1351.htm (accessed 2010-09-01), p. 4
[04] For regional distribution, see Father Patrick Desbois, The Holocaust by Bullets, New York 2008, pp. 234 f.
[05] John Grabowski, “Antisemitism i det oranga Ukraina”, [Antisemitism in Orange Ukraine] SKMA newsletter (Swedish Committee Against Anti-Semitism) newsletter, November 2005, www.skma.se/2005/nov.2005.pdf (accessed 2010-05-19).
[06] Making Sense Of Suffering: Holocaust and Holodomor in Ukrainian Historical Culture, Lund 2006.
[07] Dietsch, pp. 69, 97—110.
[08] Dietsch, op. cit., pp. 122—136. See also Taras Hunczak, “Ukrainian-Jewish Relations During the Soviet and Nazi Occupations”, in Yury Boshyk (ed.), Ukraine during World War II, Edmonton 1986, pp. 40—45.
[09] Dietsch, op. cit., pp. 216—226.
[10] Grabowski, op. cit., p. 4.
[11] Dietsch, op. cit., pp. 155 f.
[12] V. A. Smolij (ed.), Istorija Ukrainy XX-pochatku XXI stolittja, Kyiv 2004, pp. 115 f. See also Hunczak, pp. 49—51.
[13] It can be added that Father Patrick Desbois and those whom he interviews in The Holocaust by Bullets clearly ascribe the guilt to the Nazis, without any mention of Ukrainian anti-Semitism.
[14] Dietsch, op. cit., pp. 160 f.
[15] Ibid., pp. 227—234.
Fonte: Baltic Worlds (Revista acadêmica trimestral e revista de notícias). Do Centro de Estudos do Báltico e Leste Europeu (CBEES) da Universidade Södertörn, de Estocolmo
Texto: Ingmar Oldberg
Both Victim and perpetrator - Ukraine’s problematic relationship to the Holocaust
http://balticworlds.com/ukraine%E2%80%99s-problematic-relationship-to-the-holocaust/
Tradução: Roberto Lucena
Próximo: Ambos: vítimas e perpetradores. A relação problemática da Ucrânia com o Holocausto - Parte 02
Ilustração: Katrin Stenmark |
Estas palavras são, em parte, baseadas na pesquisa histórica ocidental sobre o Holocausto na Ucrânia e como ela tem sido tratada [01], e em parte - principalmente - em pesquisa material reunida durante duas visitas à Kiev e Lviv em 2007 e 2010. [02]
Cenário
De acordo com algumas estimativas, mais de 900.000 judeus morreram na Ucrânia Soviética entre 1941 e 1944 como resultado das políticas genocidas da Alemanha nazista e de seus capangas ucranianos. Este valor representa, na verdade, o maior número de vítimas em qualquer outro país além da Polônia, onde o número de vítimas é estimado em 3,3 milhões. [03] vítimas do Holocausto incluem os judeus da Galícia Oriental, que a União Soviética pegou da Polônia em 1939 no Pacto Molotov-Ribbentrop. Ela era composta por uma minoria relativamente grande (em 1931, 639.000, ou 9,3 por cento), e o antissemitismo era bem disseminado. [04] Durante o período pós-guerra, especialmente depois de 1991, muitos dos judeus restantes emigraram, principalmente para Israel. De acordo com o censo de 2001, apenas cerca de 80.000 judeus (0,2% da população total) permaneceu pela Ucrânia, e apenas 12.000-15.000 no que hoje é agora a Ucrânia ocidental. [05] A rica cultura, que ao longo dos séculos moldou partes da Ucrânia e da Polônia, desapareceu quase totalmente ou foi esquecida.
A historiografia ucraniana sobre o Holocausto
Como Johan Dietsch demonstrou numa dissertação em 2006 [06], a história oficial da Ucrânia soviética do pós-guerra não era particularmente interessada nos judeus como um grupo étnico ou no terrível destino que eles sofreram durante a guerra. Em vez disso, os judeus restantes foram submetidos às campanhas soviéticas contra os "sionistas" e "cosmopolitas" que foram considerados aliados dos imperialistas ocidentais, e da historiografia sobre a guerra dirigida principalmente à vitória do povo soviético unido, sobre o fascismo alemão, que serviu como uma nova e forte base para legitimar o sistema socialista. No processo, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) e seu exército rebelde (UPA), que queria um Estado independente, foram atacados por ajudar os ocupantes nazistas, e a diáspora ucraniana anticomunista na América do Norte que defendeu os nacionalistas, foi condenada. [07]
Esta diáspora ucraniana procurou preservar a sua identidade nacional valorizando a tradição dos cossacos ucranianos que remonta o século XVII, a partir de líderes cossacos como Bohdan Chmelnitsky, aos líderes da luta pela independência como Symon Petliura, durante a I Guerra Mundial, e o chefe da UPA Stepan Bandera, no início da II Guerra Mundial. Seu antissemitismo, o que levou a vários pogroms, foi convenientemente varrido para debaixo do tapete. Em vez de o Holocausto, a diáspora ucraniana estava particularmente interessada no Holodomor, na política intencional de fome intencional de Stalin na Ucrânia (1932-1933), que foi considerado um genocídio dirigido ao povo ucraniano. Alegou-se que mais ucranianos morreram no Holodomor que judeus no Holocausto e que judeus eram representantes proeminentes no serviço da polícia secreta soviética, o NKVD, e foram cúmplices no Holodomor. A diáspora elogiou as lutas da UPA e OUN pela liberdade, e alguns até mesmo consideraram que a repressão soviética antes da guerra justificou a colaboração de alguns ucranianos com a Alemanha nazista durante a guerra. [08]
Partes deste historiografia foi adotada quando a Ucrânia se tornou independente em 1991. A busca em construir uma identidade ucraniana agora enfatizava a luta nacional pela liberdade desde 1600 e antes disso. Estátuas de Lênin nas regiões ocidentais do país foram substituídas por monumentos dos líderes cossacos e nacionalistas. Desde os anos 1990, os líderes políticos da Ucrânia tentaram em várias ocasiões, para obter o reconhecimento internacional do Holodomor como genocídio contra os ucranianos, que a fome fosse tratada como um equivalente ucraniano do Holocausto. [09] Embora os livros oficiais de história muitas vezes não enfatizem "a responsabilidade dos judeus comunistas judeus pelo Holodomor", a literatura antissemita é publicada e vendida em todos os lugares hoje na Ucrânia, incluindo o Mein Kampf de Hitler. A maior instituição privada de ensino superior da Ucrânia, a MAUP, com 30.000 estudantes, publicou uma série de tais obras. [10]
Ao mesmo tempo que a interpretação oficial da história da Ucrânia contemporânea destaca a luta nacional contra o poder soviético, também sublinha, como nos tempos soviéticos, a luta ativa da Ucrânia contra a Alemanha nazista e as atrocidades nazistas. A enorme monumento da vitória Rodina-Mat ainda está de pé em Kiev, e o 09 de maio é ainda celebrado. A Ucrânia é, portanto, considerada como uma vítima de dois regimes totalitários que entraram na Pacto Molotov-Ribbentrop. De acordo com um livro, de 1994, embora muitas pessoas saudaram a ocupação soviética do leste da Galiza em 1939 como libertação da Polônia, que também levou a sovietização e deportações para o leste, levou muitas pessoas a acolher a posterior invasão alemã. Quando a ocupação da Alemanha nazista tornou-se ainda pior que a dos soviéticos, partisans ucranianos começaram a resistir. [11] Raramente é observado que os ucranianos podem ser encontrados em ambos os lados das linhas de frente.
A verdade sobre o assassinato em massa de judeus pelos nazistas na Ucrânia já não é suprimida, mas é principalmente associada à Babi Yar em 1941 (veja abaixo). A ideologia racial nazista não é explicada e a tragédia dos judeus ainda é ofuscada pelo sofrimento dos ucranianos. Por exemplo, outro livro de 2004 admitiu que os judeus em particular, sofreram no massacre de Babi Yar, e acrescentou que cada cidade teve seu próprio Babi Yar. Os nazistas pressionaram os ucranianos a não ajudar os judeus, mas muitos alegam ter ajudado de qualquer forma e depois executados, e, então, homenageados postumamente por Israel. O metropolita Sheptytsky da Igreja Greco-Católica Ucraniana foi mencionado em particular. [12] É difícil deixar claro que os nacionalistas ucranianos ajudaram no extermínio dos judeus. [13] Viktor Yushchenko, que como primeiro-ministro participou da Conferência do Holocausto em Estocolmo, em 2000, declarou que a experiência de milhões de ucranianos como vítimas de seu próprio Holocausto significa que os ucranianos entendem muito bem o calvário dos judeus. [14] Quando Yushchenko foi eleito presidente em 2004, após a chamada Revolução Laranja, ele foi apoiado principalmente por nacionalistas e grupos de orientação Ocidental no oeste e na região central da Ucrânia.
Johan Dietsch conclui que a imagem oficial dos ucranianos como ambos, heróis e vítimas, não permite que outras pessoas tenham sofrido mais que os ucranianos ou que os ucranianos foram cúmplices no extermínio dos judeus na Ucrânia. No entanto, os livros de história da Ucrânia, que abordam outros países, retratam o Holocausto de forma mais objetiva como um genocídio especificamente dirigido contra os judeus e o rotulam como um trauma puramente europeu. Também deve ser mencionado que, durante uma visita de Estado à Alemanha, em 2007, Yushchenko desviou-se do protocolo ao visitar um campo de concentração onde seu pai havia sido prisioneiro. Desta forma, os ucranianos contornam o problema da sua participação no Holocausto em sua própria casa e apresentam uma impressão de que a Ucrânia compartilha dos valores europeus e está em sintonia com a comunidade europeia. [15]
Por Ingmar Oldberg - Pesquisador associado ao programa da Rússia do Instituto Sueco de Assuntos Internacionais (Estocolmo).
Referências
[01] For contemporary overviews of both Hitler’s and Stalin’s genocides, see Timothy Snyder, Bloodlands: Europe between Hitler and Stalin, London 2010, and Kristian Gerner and Klas-Göran Karlsson, Folkmordens historia [The history of genocide], Stockholm 2005.
[02] A previous version of this article was published in Swedish in Inblick Östeuropa 1—2:2010.
[03] Lucy Dawidowich, The War Against the Jews, Middlesex & New York 1975, pp. 477—480. Betsy Gidwitz cites 1,850,000 victims in Ukraine; see “Jewish Life in Ukraine at the Dawn of the Twenty-first Century: Part One”, Jerusalem Letter no. 451, April 2001, www.jspa.org/jl/jl1351.htm (accessed 2010-09-01), p. 4
[04] For regional distribution, see Father Patrick Desbois, The Holocaust by Bullets, New York 2008, pp. 234 f.
[05] John Grabowski, “Antisemitism i det oranga Ukraina”, [Antisemitism in Orange Ukraine] SKMA newsletter (Swedish Committee Against Anti-Semitism) newsletter, November 2005, www.skma.se/2005/nov.2005.pdf (accessed 2010-05-19).
[06] Making Sense Of Suffering: Holocaust and Holodomor in Ukrainian Historical Culture, Lund 2006.
[07] Dietsch, pp. 69, 97—110.
[08] Dietsch, op. cit., pp. 122—136. See also Taras Hunczak, “Ukrainian-Jewish Relations During the Soviet and Nazi Occupations”, in Yury Boshyk (ed.), Ukraine during World War II, Edmonton 1986, pp. 40—45.
[09] Dietsch, op. cit., pp. 216—226.
[10] Grabowski, op. cit., p. 4.
[11] Dietsch, op. cit., pp. 155 f.
[12] V. A. Smolij (ed.), Istorija Ukrainy XX-pochatku XXI stolittja, Kyiv 2004, pp. 115 f. See also Hunczak, pp. 49—51.
[13] It can be added that Father Patrick Desbois and those whom he interviews in The Holocaust by Bullets clearly ascribe the guilt to the Nazis, without any mention of Ukrainian anti-Semitism.
[14] Dietsch, op. cit., pp. 160 f.
[15] Ibid., pp. 227—234.
Fonte: Baltic Worlds (Revista acadêmica trimestral e revista de notícias). Do Centro de Estudos do Báltico e Leste Europeu (CBEES) da Universidade Södertörn, de Estocolmo
Texto: Ingmar Oldberg
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Tradução: Roberto Lucena
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segunda-feira, 15 de julho de 2013
Judeus na África do Norte: Opressão e Resistência
Judia do Marrocos, foto sem data (anterior à segunda guerra) |
Mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, o governo francês havia instalado campos de internação na região dos Pirineus para prender republicanos espanhóis que haviam lutado contra os rebeldes fascistas ligados a Franco durante a Guerra Civil espanhola, pessoas suspeitas ou condenadas por crimes políticos, e também judeus que não cometeram nenhum tipo de crime, mas que fugiam da Alemanha nazista e procuravam asilo na França.
Depois da assinatura do armistício com a Alemanha, as autoridades de Vichy prenderam e enviaram para os campos de trabalho na Argélia e no Marrocos os estrangeiros, inclusive judeus, que haviam lutado ao lado da França contra os alemães em 1940, bem como refugiados que haviam se apresentado como voluntários para defender o território francês. Quando lá chegavam, os refugiados recebiam auxílio dos comitês judaicos locais, do Comitê de Distribuição Comum, e do HICEM, uma organização internacional para auxílio à migração. Estas instituições também tentaram tirar vistos e organizar viagens para que os refugiados fossem para os Estados Unidos
A administração de Vichy enviou outros refugiados judeus para campos no sul do Marrocos e da Argélia para efetuarem trabalho escravo na estrada de ferro subsaariana. Naquela região existiam aproximadamente 30 campos, incluindo Hadjerat M' Guil e Bour-Arfa, no Marrocos, e os de Berrouaghia, Djelfa, e Bedeau, na Argélia. As condições eram muito difíceis para os mais de 4.000 trabalhadores judeus obrigados a trabalhar de sol-a-sol na construção daquela ferrovia.
Desde setembro de 1942 os Aliados já planejavam estabelecer uma segunda frente de batalha contra os nazistas no norte da África. A Operação Tocha utilizou as forças americanas e britânicas, sob o comando do General Dwight D. Eisenhower, para chegar às praias da Argélia e do Marrocos e tomar as cidades de Casablanca, Orão e Argel. O presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt queria que administração de Vichy se unisse aos Aliados contra a Alemanha e a Itália, e por isto opôs-se à coordenação dos Aliados com as forças da França Livre, sob o comando do General Charles de Gaulle. No dia 8 de novembro os Aliados chegaram à Argélia e ao Marrocos e, inicialmente, encontrarem uma forte resistência das forças de Vichy, só entrando em Casablanca no dia 11 de novembro.
Na Argélia, as forças francesas da resistência secreta protagonizaram um golpe de estado na capital da Argélia, Argel, e conseguiram neutralizar a 19ª Tropa do Exército francês sob o comando do governo de Vichy. O golpe em Argel foi liderado pelos judeus Bernard Karsenty e Dr. José Aboulker, além do "Comitê dos Cinco", pessoas importante que apoiavam o regime de Vichy mas eram contra os alemães. Dos 377 participante no golpe, 315 eram judias. Apesar das autoridades norte-americanas haverem prometido armas aos líderes da resistência, elas nunca foram entregues. Oficiais norte-americanos, sob as ordens de Roosevelt, negociaram um acordo com o Almirante Jean François Darlan, Comissário Superior do norte da África, para que suas tropas não mais resistisse ao desembarque dos Aliados, nos dias 10 e 11 de novembro de 1942. Os sacrificados neste acordo foram os líderes da resistência francesa, comandados por Charles de Gaulle, que não ganharam nenhum poder.
Imediatamente após a chegada dos Aliados à Argélia e ao Marrocos, os alemães invadiram a Tunísia. No dia 23 de novembro de 1942, os alemães prenderam Moises Burgel, o presidente da comunidade judaica de Túnis, além de outros judeus importantes. A solidariedade e resistência à perseguição alemã contra os judeus tunisianos veio do Residente-Geral, Almirante Estéva, que era representante de Vichy, do prefeito de Túnis, o sheique al-Madina ‘Aziz Jallouli, e dos italianos que lá viviam, todos exigindo que qualquer medida tomada contra os judeus tunisianos deveria excluir os de cidadania italiana.
No início de dezembro, os alemães exigiram que Moisés Burgel e o rabino-chefe Haïm Bellaïche dissolvessem as instituições da comunidade judaica e ordenaram que o rabino selecionasse e enviasse trabalhadores judeus para trabalhar para as forças do Eixo, e ao mesmo tempo os nazistas avisaram às autoridades de Vichy e da Tunísia que eles não mais tentassem interferir em suas decisões sobre os judeus. Dois dias depois, os líderes judaicos entregaram aos alemães uma lista com o nome de 2.500 judeus, mas apenas 128 se apresentaram ao trabalho forçado. Os nazistas então realizaram uma varredura no bairro judaico da cidade de Túnis, e mandaram os que aprisionaram para um campo de trabalhos forçados em Cheylus, próximo à cidade. Ao mesmo tempo, as SS prenderam 100 judeus com prestígio dentro da comunidade judia, como forma de chantagear e exigir que fornecessem pessoas para o trabalho forçado.
Aproximadamente 5.000 judeus tunisianos foram recrutados para quase 40 campos de detenção e áreas de trabalho forçado, dirigidos por alemães e italianos, localizados próximos às linhas da frente de batalha. Dentre estes campos o mais importante era o porto militar localizado em Bizerte, sob domínio alemão. As condições nestes campos eram terríveis, principalmente naqueles liderados pelos alemães. Os judeus organizaram comitês para tentar melhorar a vida dos internos, classificando-os como doentes ou ajudando-os a escapar. Isto foi se tornando cada vez mais fácil, pois a disciplina nos campos era diminuída à medida que a dominação dos países do Eixo ia enfraquecendo na Tunísia.
Apesar de desgastados devido aos ataques terrestres e aéreos dos Aliados no começo de 1943, as autoridades nazistas continuaram perseguindo os judeus tunisianos, como, por exemplo, através da imposição de multas às comunidades judaicas, aparentemente para recompensar as vítimas nazistas dos bombardeios Aliados. Em março de 1943, colonos franceses anti-semitas da direita saquearam casas e lojas de judeus e denunciaram 20 membros da resistência anti-Vichy, incluindo alguns judeus, para as autoridades alemãs. Os alemães transferiram os presos para campos de concentração na Europa.
Sarah Sussman
Universidade de Stanford
Fonte: site do USHMM (Museu Memorial do Holocausto)
http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007312
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domingo, 14 de julho de 2013
[Pausa Musical] - La Marseillaise (Casablanca)
Dia 14 de julho, data da Queda da Bastilha, nada mais justo do que fazer uma "homenagem" aos "revis" (os pimpolhos autoritários viúvas do bigodinho raivoso da Áustria) com esta cena do filme Casablanca. Assistam abaixo:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=HM-E2H1ChJM
Link: https://www.youtube.com/watch?v=HM-E2H1ChJM
sábado, 6 de julho de 2013
Korkoro - Liberté - Freedom - Filme sobre o Holocausto cigano na França ocupada (Vichy)
Segue abaixo a descrição do filme Korkoro que foi lançado em 2009 na França como Liberté, pouco conhecido do público geral, que retrata a perseguição dos ciganos na França ocupada pelos nazistas pelo regime de Vichy (dos fascistas franceses colaboracionistas dos nazis). Uma indicação pra quem quiser saber mais sobre a perseguição dos ciganos pelo regime nazi e pelos colaboracionistas dos nazis pela Europa (em vários países houve colaboracionismo por parte dos regimes fascistas fantoches locais, com deportações e perseguições de minorias).
Link do filme completo no Youtube (sem legendas):
http://www.youtube.com/watch?v=wlTdGWDnl5U
Korkoro ("Sozinho" na língua romani) é um filme francês de drama de 2009 escrito e dirigido por Tony Gatlif, estrelado pelos atores franceses Marc Lavoine, Marie-Josée Croze e James Thierrée. O elenco do filme foi formado por várias nacionalidades, com gente da Albânia, Kosovo, Geórgia, Sérvia, França, Noruega, e os nove ciganos que Gatlif encontrou na Transilvânia.Trailer:
Baseado em uma anedota/conto sobre a Segunda Guerra Mundial escrita pelo historiador Romani (Cigano) Jacques Sigot (seu blog e website), o filme foi inspirado na verdadeira vida de um Romani que escapou dos nazistas com a ajuda de aldeões franceses, e mostra o assunto raramente retratado do Porrajmos (o Holocausto Cigano). [1] Além dos ciganos, o filme tem um personagem que representa a resistência francesa na pele de Yvette Lundy (o link direciona pra verdadeira Yvette Lundy e não a atriz do filme), uma professora de francês deportada por forjar os passaportes para os ciganos. Gatlif queria que o filme fosse um documentário, mas a falta de documentos de apoio fez com que ele apresentasse o filme como um drama.
O filme estreou no Festival de Filme Mundial de Montreal (Montréal World Film Festival), vencendo o Grande Prêmio das Américas, entre outros prêmios [2] Foi lançado na França como Liberté em fevereiro de 2010, onde arrecadou $ 601.252 dólares; e receitas provenientes da Bélgica e dos Estados Unidos levaram o total para $ 627.088 dólares. [3] A música do filme, composta por Tony Gatlif e Delphine Mantoulet, recebeu uma indicação na categoria de melhor música escrita para um filme no 36º César Awards.
Korkoro tem sido descrito como "uma rara homenagem cinematográfica" aos mortos no Porrajmos. [4] Em geral, o filme recebeu críticas positivas da crítica, incluindo elogios por ter um ritmo incomum vagaroso para um filme sobre o Holocausto. [5] Os críticos o consideraram como um dos melhores trabalhos do diretor, junto a Latcho Drom, o "mais acessível" de seus filmes. O filme tem o mérito em mostrar os Romanis (ciganos) de uma forma não-estereotipada, longe de suas representações clichês como músicos.
Link do filme completo no Youtube (sem legendas):
http://www.youtube.com/watch?v=wlTdGWDnl5U
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sábado, 29 de junho de 2013
Evidência fotográfica dos fuzilamentos em massa: 1. Sdolbunov (gueto de Mizocz, Ucrânia, Holocausto)
Em outubro de 1942, os judeus do gueto de Mizocz foram assassinados em uma ravina em Sdolbunov Gebietskommissariat, ao sul de Rovno (Rivne), por membros do Gendarmerie alemão e do Schutzmannschaft ucraniano. Fotografias dos fuzilamentos são reproduzidas aqui e aqui.
O USHMM (Museu Memorial do Holocausto dos EUA) explica como as fotografias vieram a domínio público:
A ignorância dos negadores relativas a essas fotos pode ser medida a partir desta discussão na Cesspit e deste artigo de Porter. Nenhum deles tem conhecimento do julgamento de Paur, nem o fato de que os perpetradores eram Gendarmerie e ucranianos (daí o fracasso dos negacionistas em identificar os uniformes). Note-se também como Porter critica uma fotografia por conter sangue e uma outra fotografia na qual o sangue é supostamente ausente!
Fonte: Holocaust Controversies
Texto; Sergey Romanov
Photographic Evidence of Mass Shootings: 1. Sdolbunov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2008/10/photographic-evidence-of-mass-shootings.html
Tradução: Roberto Lucena
O USHMM (Museu Memorial do Holocausto dos EUA) explica como as fotografias vieram a domínio público:
De acordo com o Zentrale Stelle na Alemanha (Zst. II 204 AR 1218/70), esses judeus foram coletados pelo Gendarmerie alemão e o Schutzmannschaft ucraniano durante a liquidação do gueto de Mizocz, que continha cerca de 1.700 judeus. Na véspera da liquidação do gueto (13 de outubro de 1942), alguns dos habitantes se levantaram contra os alemães e foram derrotados depois de uma curta batalha. Os membros restantes da comunidade foram transportados do gueto para esta ravina no Sdolbunov Gebietskommissariat, sul de Rivne, onde eles foram executados. Informações sobre esta ação, inclusive as fotos, foram adquiridas por um homem chamado Hille, que era o Bezirks-Oberwachtmeister da Gendarmerie na época. Hille, aparentemente, deu as cinco fotos (havia originalmente sete) para a firma de advocacia de uma empresa têxtil em Kunert, Tchecoslováquia, onde trabalhou como porteiro depois da guerra. O governo checo confiscou as fotos do advogado em 1946 e, posteriormente, tornou-as públicas. As fotos, que realmente mostram o assassinato de judeus em conexão com a liquidação do gueto, também foram confirmadas como autênticas por um comunicado do Gendarmerie-Gebietsfuehrer Josef Paur em 1961.A confirmação da autenticidade das fotos foi então confirmada por um perpetrador, Josef Paur, cujo julgamento pode ser encontrado aqui.
A ignorância dos negadores relativas a essas fotos pode ser medida a partir desta discussão na Cesspit e deste artigo de Porter. Nenhum deles tem conhecimento do julgamento de Paur, nem o fato de que os perpetradores eram Gendarmerie e ucranianos (daí o fracasso dos negacionistas em identificar os uniformes). Note-se também como Porter critica uma fotografia por conter sangue e uma outra fotografia na qual o sangue é supostamente ausente!
Fonte: Holocaust Controversies
Texto; Sergey Romanov
Photographic Evidence of Mass Shootings: 1. Sdolbunov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2008/10/photographic-evidence-of-mass-shootings.html
Tradução: Roberto Lucena
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sábado, 20 de abril de 2013
O último judeu de Vinnitsa (Ucrânia, 1942)
Página 95. Na legenda da foto se lê:
Foto:
Berenbaum, Michael. The World Must Know: the history of the Holocaust as told in the United States Holocaust Museum. ISBN O-316-09135-9 (hc). Primeira edição 1993.
Complemento (descrição da foto na Wikipedia):
Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/places/ftp.cgi?places//ukraine//images/vinnitsa-grave-01.ref
Tradução: Roberto Lucena
Cerca de um quarto de todos os judeus que pereceram no Holocausto foram baleados por membros das SS dos esquadrões móveis de extermínio. Este homem foi executado na presença de membros do Exército alemão, do Serviço Alemão de Trabalho e da Juventude Hitlerista. Em Vinnitsa, na Ucrânia, 1942.
YIVO Institute for Jewish Research, Nova York.
Foto:
Berenbaum, Michael. The World Must Know: the history of the Holocaust as told in the United States Holocaust Museum. ISBN O-316-09135-9 (hc). Primeira edição 1993.
Complemento (descrição da foto na Wikipedia):
Um membro do Einsatzgruppe D está próximo para atirar num homem sentadoem uma vala comum em Vinnytsia, Ucrânia, em 1942. Presentes no pano de fundo da foto estão membros do Exército Alemão, do Serviço Alemão de Trabalho e da Juventude Hitlerista.[6] Na parte de trás da fotografia está escrito "O último judeu de Vinnitsa".Essa foto já apareceu neste post com fotos em alta qualidade do Holocausto da Revista The Atlantic.
Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/places/ftp.cgi?places//ukraine//images/vinnitsa-grave-01.ref
Tradução: Roberto Lucena
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 01
O Fenômeno dos Voluntários
1. A participação de estrangeiros no serviço das forças armadas alemãs durante a Segunda Guerra Mundial provocou curiosidade e consternação. Muitos alemães viram a sua presença como prova da legitimidade da guerra contra a Rússia bolchevique e como prova de uma medida tranqüilizadora de aceitação da "Nova Ordem na Europa", a estrutura política imaginada pelo Reich alemão na Europa ocupada. Para os movimentos de resistência e os governos libertados no pós-guerra, esses voluntários representaram uma colaboração e traição da mais vil ordem.
Para que os cidadãos estrangeiros se voluntariavam para o serviço nas forças alemãs? Para que fins eles servem e por quê? Quantos serviram, e em que medida eles contribuíram para alemães fortunas militares? Este estudo pretende analisar a experiência dos voluntários europeus ocidentais no Exército alemão e na Waffen-SS, a fim de discutir o caráter de sua colaboração militar, suas motivações, e os efeitos de seu serviço no esforço de guerra alemão. Ao fazer isso, o estudo se concentrará nos esforços alemães para integrar cidadãos não-alemães na Wehrmacht alemã (Forças Armadas), como bem sucedido foi esta participação, e que medidas tomaram para alcançar seus objetivos.
Apesar de cidadãos estrangeiros, provenientes de praticamente todas as nações europeias, terem servido em um ou mais ramos das forças armadas alemãs, os militares que serviram nas forças terrestres levavam desvantagem àqueles que serviram no ar e no mar, mas também tiveram um papel mais direto no combate que os outros . Dos grupos nacionais em questão, os voluntários ocidentais europeus - especialmente aqueles racialmente classificadas como "nórdicos" pelo regime nazista - serviram por mais tempo na guerra e chegaram mais perto de alcançar a integração com as forças alemãs. Este estudo de voluntários estrangeiros nas forças armadas alemãs incidirá sobre os contigentes do Exército e das Waffen-SS, na forma e nas circunstâncias de sua formação, e o método e a razão de seu emprego. Ao estudar o caráter de participação voluntária e emprego numa perspectiva comparativa transnacional e político-militar, vários fatores interessantes emergem: a natureza da colaboração, atitudes militares alemães para com nacionalidades estrangeiras, as ações da burocracia militar alemã e a verdade sobre o desempenho militar.
O único estudo integral do fenômeno dos voluntários é o trabalho apologista de um ex-comandante da SS, o general Felix Steiner, intitulado Die Freiwilligen: Idee und Opfergang. [1] Com base em grande parte em notas pessoais, memória e literatura contemporânea, este livro enfatiza demais a noção da SS como um exército europeu antibolchevique pré-OTAN e exagera os números de participantes. George Stein, em seu clássico estudo, The Waffen-SS, abriu um capítulo sobre os voluntários europeus ocidentais da SS com a observação de que "nenhum estudo sério da mobilização de mão de obra não-alemã para as forças armadas alemãs apareceu ainda .... " [2] Ele expôs a noção de SS como um euro-exército como um mito e estabeleceu os fatos essenciais da sua organização, composição e funcionamento, mas não desenvolveu nennhum dos assuntos. A dissertação de doutorado inédita de Robert Gelwick sobre políticas de pessoal da SS é enciclopédico, mas não analítico, embora inclua um capítulo sobre a política de voluntariado. A dissertação de doutorado não publicada de Edgar Knoebel sobre a política de recursos humanos da SS na Bélgica cobre os voluntários belgas em alguns detalhes contra o contexto de política nativa e a política de ocupação. David Littlejohn, um bibliotecário britânico, publicou The Patriotic Traitors (Os traidores patriótas), um estudo enciclopédico da colaboração europeia em geral. Ele usou um conjunto notável de literatura contemporânea para ilustrar as fontes básicas e secundárias e delinear a história dos voluntários militares, bem como das milícias nativas, quadros de ação paramilitares e políticos, todos como extensões da política colaboracionista. Finalmente, François Duprat deixou as águas turvas em vários estudos da Waffen-SS, aceitando muito do apologia da época dos anos 1950, compilando inúmeros erros e fracassando ao não fornecer uma documentação adequada. [3]
A historiografia das guerras freqüentemente demonstra que um período vital de espera deve acontecer antes da análise histórica parecer que começou a suplantar a "guerra como eu conheci" marcada de memórias e dos tipos de polêmicas mais tendenciosos e politicamente contaminados. Assim, os anos 1980 trouxeram uma melhoria considerável para o campo. O ensaio de Jurgen Förster e de R. Gert Überschär no Volume IV da série German Military History Research Office (Escritório de Pesquisa Histórica Militar Alemã) sobre a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, forneceu o desenvolvimento essencial de temas relevantes, e o livro de Bernd Wegner sobre os componentes organizacionais e ideológicos da Waffen-SS tornou-se um complemento necessário para as pesquisas de Stein e Robert Koehl. No entanto, a linha da apologia lamentavelmente tem ganho nova força sob o pretexto de "revisionismo", e até mesmo o mito da Waffen-SS como um progenitor da OTAN ressurgiu novamente com novo fervor. A melhor delas continua a ser a obra de Hans Werner Neulen, que, frequentemente, fornece detalhes mais interessantes, mas sem documentação satisfatória, mais na linha do trabalho anterior de Duprat. Na última década, uma série de estudos realizados por historiadores nacionais detalhou as atividades de contingentes de voluntários da França, Espanha, Noruega, Dinamarca e Bélgica de uma forma que estimula as minhas esperanças de que possamos finalmente nos libertar da linha apologista. [4]
O que eu espero contribuir usando material de fonte original e nova, bem como explorando plenamente as fontes conhecidas, é de esclarecer os eventos essenciais, fatores e as estatísticas do fenômeno voluntário na Europa Ocidental e para estabelecer a diversidade da experiência de voluntariado em termos de variáveis desenvolvidas por meio das políticas de ocupação alemãs, noções raciais e valores ideológicos. Além disso, vou procurar responder à questão da real utilidade militar e política do movimento de voluntários para o esforço de guerra alemão da mesma maneira que Alan Milward avaliou o valor econômico para a Alemanha de Europa ocupada. [5]
Com esta contribuição material para a história dos grupos de voluntários e colaboracionistas militares na Europa, eu também espero colocar um obstáculo para os futuros escritores. Quaisquer tentativas de glorificar ou exagerar as realizações desses voluntários têm de lidar com minhas descobertas em primeiro lugar. Caso contrário, que os leitores desses autores tenham cuidado com eles!
Havia quatro questões essenciais que determinaram o curso e o caráter do serviço dos voluntários ocidentais europeus nas forças alemãs: a política de recursos humanos, a ideologia nazista, a Nova Ordem e a Guerra Russo-Alemã. A política de recursos humanos militar nas forças armadas alemãs desempenhou um papel crucial na luta da Waffen-SS de Himmler para obter o direito de status pleno como um segundo exército e como quarto serviço militar. Mais tarde, a SS iria cumprir os piores pesadelos do Exército alemão e se conceber como o única porta-bandeira militar do Terceiro Reich no pós-guerra. A Ideologia nazista e as doutrinas raciais, como esporádicas e desequilibradas se tornaram na prática, influciaram o recrutamento de voluntários. Noções da superioridade racial germânica foram inicialmente limitadas aos termos de serviço oferecidos aos voluntários estrangeiros pelas forças alemãs, mas ao mesmo tempo os mitos raciais germânicas possuíam uma poderosa influência entre a direita política nos territórios ocupados "nórdicos". A extensão política do Reich germânico, a Nova Ordem na Europa, tiveram sua própria influência sobre potenciais voluntários e burocratas alemães também. Propagandistas alemães apontariam para os voluntários ocidentais como prova de uma irmandade pan-europeia nascente, e os veteranos alegariam eles mesmos, ex post facto, que eles tinham feito tudo para a Europa. Por fim, o evento épico da Guerra Russo-Alemã de 1941-1945 mostrou-se catalítico (assim como catastrófico) para os destinos de cidadãos estrangeiros nas forças alemãs. Inicialmente, a chegada da guerra contra a União Soviética apresentou grandes oportunidades para a propaganda alemã nos estados ocupados e neutros da Europa. A guerra contra a Rússia foi qualificada nesta visão extrema como uma cruzada empreendida pela mais forte potência europeia - em nome do resto da Europa - para livrar a civilização da "ameaça bolchevique", que em alguns trechos foi ainda mais perversamente referida como "o inimigo mundial judaico-bolchevique". Estas tendências trabalharam mais decisivamente na evolução da Waffen-SS, que procurou vantagens particulares no recrutamento de cidadãos não-alemães.
Notas:
Nota 1: Felix Steiner, Die Freiwilligen: Idee und Opfergang (Göttingen: Plesse Verlag, 1958).
Nota 2: George H. Stein, The Waffen-SS: Hitler's Elite Guard at War 1939-1945 (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1966), 137.
Nota 3: Robert A. Gelwick, "Personnel Policies and Procedures of the Waffen-SS" (Ph.D. diss., University of Nebraska, 1971); Edgar E. Knoebel, "Racial Illusion and Military Necessity" (Ph.D. diss., University of Colorado, 1965). David Littlejohn, The Patriotic Traitors (New York: Doubleday, 1972); François Duprat, Histoire des SS (Paris: Les Sept Couleurs, 1968). Back.
Nota 4: Jurgen Förster and Gert R. Überschär, "Freiwillige für die 'Kreuzzug Europas gegen den Bolschewismus,'" in Das Deutsche Reich und der Zweite Weltkrieg, Vol 4, Der Angriff auf die Sowjetunion (Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1983); English edition, The Attack on the Soviet Union (New York: Oxford University Press, 1998). Bernd Wegner, Hitler's Politische Soldaten: Die Waffen-SS 1933-45 (Paderborn: Ferdinand Schöninger, 1982; English edition, The Waffen-SS: Organization, Ideology and Function (Oxford; Basil Blackwell, 1990). Robert Koehl, The Black Corps (Madison: University of Wisconsin Press, 1983); Hans Werner Neulen, An deutscher Seite: Internationale Freiwillige von Wehrmacht und Waffen-SS (Munich: Universitas, 1985).
Nota 5: Alan S. Milward, War, Economy and Society (Berkeley: University of California Press, 1977).
Fonte: A European Anabasis — Western European Volunteers in the German Army and SS, 1940-1945; Gutenberg-e (Columbia University Press)
Autor: Kenneth W. Estes
http://www.gutenberg-e.org/esk01/frames/fesk01.html
Tradução: Roberto Lucena
Próximo: O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 02
Comentário: a escolha da foto do post foi intencional pois a mesma costuma aparecer em sites "revis" (e similares de extrema-direita, neonazis etc) espalhando informações distorcidas intencionalmente sobre o assunto como propaganda para insinuar que o regime nazi não era racista por conta do uso destas tropas de voluntários da Waffen-SS, sem qualquer explicação do contexto de como essas tropas foram montadas (como é explicado na tradução acima e no site com o texto completo de Kenneth W. Estes).
Já vi "revi" alegar que este assunto é "escondido", afirmação esta que beira a comédia e pura má fé, pois como podem ver acima, o que não falta na web (e fora da web) são informações sobre o assunto. Basta a pessoa saber procurar e não cair no comodismo e preguiça (ou devido a uma certa credulidade no credo revimané) de sair repetindo como papagaio o primeiro texto distorcido que lê em sites "revis".
A foto do post foi tirada do site Axis History Factbook da seção sobre os voluntários estrangeiros da subsseção Deutsche-Arabische Bataillon Nr 845. A bibliografia está no site.
Soldados árabes em fins de 1943 na Grécia |
Para que os cidadãos estrangeiros se voluntariavam para o serviço nas forças alemãs? Para que fins eles servem e por quê? Quantos serviram, e em que medida eles contribuíram para alemães fortunas militares? Este estudo pretende analisar a experiência dos voluntários europeus ocidentais no Exército alemão e na Waffen-SS, a fim de discutir o caráter de sua colaboração militar, suas motivações, e os efeitos de seu serviço no esforço de guerra alemão. Ao fazer isso, o estudo se concentrará nos esforços alemães para integrar cidadãos não-alemães na Wehrmacht alemã (Forças Armadas), como bem sucedido foi esta participação, e que medidas tomaram para alcançar seus objetivos.
Apesar de cidadãos estrangeiros, provenientes de praticamente todas as nações europeias, terem servido em um ou mais ramos das forças armadas alemãs, os militares que serviram nas forças terrestres levavam desvantagem àqueles que serviram no ar e no mar, mas também tiveram um papel mais direto no combate que os outros . Dos grupos nacionais em questão, os voluntários ocidentais europeus - especialmente aqueles racialmente classificadas como "nórdicos" pelo regime nazista - serviram por mais tempo na guerra e chegaram mais perto de alcançar a integração com as forças alemãs. Este estudo de voluntários estrangeiros nas forças armadas alemãs incidirá sobre os contigentes do Exército e das Waffen-SS, na forma e nas circunstâncias de sua formação, e o método e a razão de seu emprego. Ao estudar o caráter de participação voluntária e emprego numa perspectiva comparativa transnacional e político-militar, vários fatores interessantes emergem: a natureza da colaboração, atitudes militares alemães para com nacionalidades estrangeiras, as ações da burocracia militar alemã e a verdade sobre o desempenho militar.
O único estudo integral do fenômeno dos voluntários é o trabalho apologista de um ex-comandante da SS, o general Felix Steiner, intitulado Die Freiwilligen: Idee und Opfergang. [1] Com base em grande parte em notas pessoais, memória e literatura contemporânea, este livro enfatiza demais a noção da SS como um exército europeu antibolchevique pré-OTAN e exagera os números de participantes. George Stein, em seu clássico estudo, The Waffen-SS, abriu um capítulo sobre os voluntários europeus ocidentais da SS com a observação de que "nenhum estudo sério da mobilização de mão de obra não-alemã para as forças armadas alemãs apareceu ainda .... " [2] Ele expôs a noção de SS como um euro-exército como um mito e estabeleceu os fatos essenciais da sua organização, composição e funcionamento, mas não desenvolveu nennhum dos assuntos. A dissertação de doutorado inédita de Robert Gelwick sobre políticas de pessoal da SS é enciclopédico, mas não analítico, embora inclua um capítulo sobre a política de voluntariado. A dissertação de doutorado não publicada de Edgar Knoebel sobre a política de recursos humanos da SS na Bélgica cobre os voluntários belgas em alguns detalhes contra o contexto de política nativa e a política de ocupação. David Littlejohn, um bibliotecário britânico, publicou The Patriotic Traitors (Os traidores patriótas), um estudo enciclopédico da colaboração europeia em geral. Ele usou um conjunto notável de literatura contemporânea para ilustrar as fontes básicas e secundárias e delinear a história dos voluntários militares, bem como das milícias nativas, quadros de ação paramilitares e políticos, todos como extensões da política colaboracionista. Finalmente, François Duprat deixou as águas turvas em vários estudos da Waffen-SS, aceitando muito do apologia da época dos anos 1950, compilando inúmeros erros e fracassando ao não fornecer uma documentação adequada. [3]
A historiografia das guerras freqüentemente demonstra que um período vital de espera deve acontecer antes da análise histórica parecer que começou a suplantar a "guerra como eu conheci" marcada de memórias e dos tipos de polêmicas mais tendenciosos e politicamente contaminados. Assim, os anos 1980 trouxeram uma melhoria considerável para o campo. O ensaio de Jurgen Förster e de R. Gert Überschär no Volume IV da série German Military History Research Office (Escritório de Pesquisa Histórica Militar Alemã) sobre a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, forneceu o desenvolvimento essencial de temas relevantes, e o livro de Bernd Wegner sobre os componentes organizacionais e ideológicos da Waffen-SS tornou-se um complemento necessário para as pesquisas de Stein e Robert Koehl. No entanto, a linha da apologia lamentavelmente tem ganho nova força sob o pretexto de "revisionismo", e até mesmo o mito da Waffen-SS como um progenitor da OTAN ressurgiu novamente com novo fervor. A melhor delas continua a ser a obra de Hans Werner Neulen, que, frequentemente, fornece detalhes mais interessantes, mas sem documentação satisfatória, mais na linha do trabalho anterior de Duprat. Na última década, uma série de estudos realizados por historiadores nacionais detalhou as atividades de contingentes de voluntários da França, Espanha, Noruega, Dinamarca e Bélgica de uma forma que estimula as minhas esperanças de que possamos finalmente nos libertar da linha apologista. [4]
O que eu espero contribuir usando material de fonte original e nova, bem como explorando plenamente as fontes conhecidas, é de esclarecer os eventos essenciais, fatores e as estatísticas do fenômeno voluntário na Europa Ocidental e para estabelecer a diversidade da experiência de voluntariado em termos de variáveis desenvolvidas por meio das políticas de ocupação alemãs, noções raciais e valores ideológicos. Além disso, vou procurar responder à questão da real utilidade militar e política do movimento de voluntários para o esforço de guerra alemão da mesma maneira que Alan Milward avaliou o valor econômico para a Alemanha de Europa ocupada. [5]
Com esta contribuição material para a história dos grupos de voluntários e colaboracionistas militares na Europa, eu também espero colocar um obstáculo para os futuros escritores. Quaisquer tentativas de glorificar ou exagerar as realizações desses voluntários têm de lidar com minhas descobertas em primeiro lugar. Caso contrário, que os leitores desses autores tenham cuidado com eles!
Havia quatro questões essenciais que determinaram o curso e o caráter do serviço dos voluntários ocidentais europeus nas forças alemãs: a política de recursos humanos, a ideologia nazista, a Nova Ordem e a Guerra Russo-Alemã. A política de recursos humanos militar nas forças armadas alemãs desempenhou um papel crucial na luta da Waffen-SS de Himmler para obter o direito de status pleno como um segundo exército e como quarto serviço militar. Mais tarde, a SS iria cumprir os piores pesadelos do Exército alemão e se conceber como o única porta-bandeira militar do Terceiro Reich no pós-guerra. A Ideologia nazista e as doutrinas raciais, como esporádicas e desequilibradas se tornaram na prática, influciaram o recrutamento de voluntários. Noções da superioridade racial germânica foram inicialmente limitadas aos termos de serviço oferecidos aos voluntários estrangeiros pelas forças alemãs, mas ao mesmo tempo os mitos raciais germânicas possuíam uma poderosa influência entre a direita política nos territórios ocupados "nórdicos". A extensão política do Reich germânico, a Nova Ordem na Europa, tiveram sua própria influência sobre potenciais voluntários e burocratas alemães também. Propagandistas alemães apontariam para os voluntários ocidentais como prova de uma irmandade pan-europeia nascente, e os veteranos alegariam eles mesmos, ex post facto, que eles tinham feito tudo para a Europa. Por fim, o evento épico da Guerra Russo-Alemã de 1941-1945 mostrou-se catalítico (assim como catastrófico) para os destinos de cidadãos estrangeiros nas forças alemãs. Inicialmente, a chegada da guerra contra a União Soviética apresentou grandes oportunidades para a propaganda alemã nos estados ocupados e neutros da Europa. A guerra contra a Rússia foi qualificada nesta visão extrema como uma cruzada empreendida pela mais forte potência europeia - em nome do resto da Europa - para livrar a civilização da "ameaça bolchevique", que em alguns trechos foi ainda mais perversamente referida como "o inimigo mundial judaico-bolchevique". Estas tendências trabalharam mais decisivamente na evolução da Waffen-SS, que procurou vantagens particulares no recrutamento de cidadãos não-alemães.
Notas:
Nota 1: Felix Steiner, Die Freiwilligen: Idee und Opfergang (Göttingen: Plesse Verlag, 1958).
Nota 2: George H. Stein, The Waffen-SS: Hitler's Elite Guard at War 1939-1945 (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1966), 137.
Nota 3: Robert A. Gelwick, "Personnel Policies and Procedures of the Waffen-SS" (Ph.D. diss., University of Nebraska, 1971); Edgar E. Knoebel, "Racial Illusion and Military Necessity" (Ph.D. diss., University of Colorado, 1965). David Littlejohn, The Patriotic Traitors (New York: Doubleday, 1972); François Duprat, Histoire des SS (Paris: Les Sept Couleurs, 1968). Back.
Nota 4: Jurgen Förster and Gert R. Überschär, "Freiwillige für die 'Kreuzzug Europas gegen den Bolschewismus,'" in Das Deutsche Reich und der Zweite Weltkrieg, Vol 4, Der Angriff auf die Sowjetunion (Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1983); English edition, The Attack on the Soviet Union (New York: Oxford University Press, 1998). Bernd Wegner, Hitler's Politische Soldaten: Die Waffen-SS 1933-45 (Paderborn: Ferdinand Schöninger, 1982; English edition, The Waffen-SS: Organization, Ideology and Function (Oxford; Basil Blackwell, 1990). Robert Koehl, The Black Corps (Madison: University of Wisconsin Press, 1983); Hans Werner Neulen, An deutscher Seite: Internationale Freiwillige von Wehrmacht und Waffen-SS (Munich: Universitas, 1985).
Nota 5: Alan S. Milward, War, Economy and Society (Berkeley: University of California Press, 1977).
Fonte: A European Anabasis — Western European Volunteers in the German Army and SS, 1940-1945; Gutenberg-e (Columbia University Press)
Autor: Kenneth W. Estes
http://www.gutenberg-e.org/esk01/frames/fesk01.html
Tradução: Roberto Lucena
Próximo: O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 02
Comentário: a escolha da foto do post foi intencional pois a mesma costuma aparecer em sites "revis" (e similares de extrema-direita, neonazis etc) espalhando informações distorcidas intencionalmente sobre o assunto como propaganda para insinuar que o regime nazi não era racista por conta do uso destas tropas de voluntários da Waffen-SS, sem qualquer explicação do contexto de como essas tropas foram montadas (como é explicado na tradução acima e no site com o texto completo de Kenneth W. Estes).
Já vi "revi" alegar que este assunto é "escondido", afirmação esta que beira a comédia e pura má fé, pois como podem ver acima, o que não falta na web (e fora da web) são informações sobre o assunto. Basta a pessoa saber procurar e não cair no comodismo e preguiça (ou devido a uma certa credulidade no credo revimané) de sair repetindo como papagaio o primeiro texto distorcido que lê em sites "revis".
A foto do post foi tirada do site Axis History Factbook da seção sobre os voluntários estrangeiros da subsseção Deutsche-Arabische Bataillon Nr 845. A bibliografia está no site.
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segunda-feira, 23 de julho de 2012
Hollande admite responsabilidade da França na deportação de judeus
François Hollande é o primeiro presidente socialista francês a quebrar o tabu da chamada “rafle du Vel d’Hiv”. O primeiro chefe de Estado francês a admitir a responsabilidade da França na deportação de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, foi o conservador Jacques Chirac, ao qual o socialista Hollande prestou homenagem.
“A verdade é que este crime foi cometido em França, pela França. O grande mérito do presidente Chirac foi ter reconhecido, aqui, a 16 de julho de 1995, esta verdade”, afirmou François Hollande, que prosseguiu: “A República perseguirá, com a maior determinação, todos os atos, todas as palavras antissemitas que possam provocar nos judeus de França uma sensação de inquietação no seu próprio país.” Uma referência ao assassinato de três crianças judias e de um professor judeu por Mohamed Merah em março último, na cidade de Toulouse.
O presidente francês participava na cerimónia, em Paris, que relembra os 13.152 judeus deportados pela França há 70 anos.
A “rafle du Vel D’Hiv” ocorreu nos dias 16 e 17 de julho de 1942. Durante esses dois dias, as autoridades francesas perseguiram e detiveram 13.152 judeus, os quais, na sua maioria, ficaram retidos no Velódromo de Inverno (“Vel d’Hiv”) – posteriormente demolido, em 1959 – antes de serem enviados aos campos de extermínio nazistas. “Nenhum soldado alemão foi mobilizado” para essa operação realizada por policiais franceses, lembrou o presidente.
Fonte: Euronews
http://pt.euronews.com/2012/07/22/hollande-admite-responsabilidade-da-franca-na-deportacao-de-judeus/
Ver mais:
Presidente da França honrou memória de milhares de judeus parisinos reprimidos (Voz da Rússia)
Hollande lembra participação francesa na deportação de judeus (RFI, Portugal)
Hollande assume responsabilidades francesas no Holocausto (Publico.pt, Portugal)
François Hollande admite responsabilidade de França no Holocausto (RTP, Portugal)
“A verdade é que este crime foi cometido em França, pela França. O grande mérito do presidente Chirac foi ter reconhecido, aqui, a 16 de julho de 1995, esta verdade”, afirmou François Hollande, que prosseguiu: “A República perseguirá, com a maior determinação, todos os atos, todas as palavras antissemitas que possam provocar nos judeus de França uma sensação de inquietação no seu próprio país.” Uma referência ao assassinato de três crianças judias e de um professor judeu por Mohamed Merah em março último, na cidade de Toulouse.
O presidente francês participava na cerimónia, em Paris, que relembra os 13.152 judeus deportados pela França há 70 anos.
A “rafle du Vel D’Hiv” ocorreu nos dias 16 e 17 de julho de 1942. Durante esses dois dias, as autoridades francesas perseguiram e detiveram 13.152 judeus, os quais, na sua maioria, ficaram retidos no Velódromo de Inverno (“Vel d’Hiv”) – posteriormente demolido, em 1959 – antes de serem enviados aos campos de extermínio nazistas. “Nenhum soldado alemão foi mobilizado” para essa operação realizada por policiais franceses, lembrou o presidente.
Fonte: Euronews
http://pt.euronews.com/2012/07/22/hollande-admite-responsabilidade-da-franca-na-deportacao-de-judeus/
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