terça-feira, 11 de novembro de 2014

Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Libertários/Liberais)

Em sua crítica de 'The Bell Curve' de Herrnstein e Murray, Murray Rothbard elogiou o livro por "expressar em detalhes maciços e de forma acadêmica o que todo mundo sempre soube mas não se atreve a dizer, sobre raça, inteligência e hereditariedade". Rothbard chegou à seguinte conclusão:
ENTÃO: POR QUE FALAR AINDA SOBRE RAÇA?

Se, então, a questão da raça é realmente um problema para estatísticos e não para Paleos (Paleoconservadores), por que ainda deveríamos falar sobre a relevância disso (raça)? Por que a questão da raça é uma preocupação política para nós; por que não deixar a questão inteiramente para os cientistas?

Duas razões já mencionadas; para comemorar a vitória da liberdade de pesquisa e da verdade por si; e também pela bala no coração do projeto igualitário-socialista. Mas há uma terceira razão também: de que é uma poderosa defesa dos resultados do mercado livre. Se e quando nós, como populistas e libertários, abolirmos o Estado de bem-estar em todos os seus aspectos, e os direitos de propriedade e do livre mercado forem triunfantes uma vez mais, muitas pessoas e grupos previsivelmente não gostarão do resultado final.

Neste caso, os grupos étnicos e outros grupos que possam estar concentrados na baixa renda ou nas ocupações de menor prestígio, guiados por seus mentores socialistas, previsivelmente levantarão o grito de que o capitalismo de livre mercado é mau e "discriminatório" e que, portanto, o coletivismo é necessário para restabelecer o equilíbrio. Neste caso, o argumento de inteligência se tornará útil para defender a economia de mercado e a livre sociedade de ataques ignorantes ou de autopreservação. Em resumo; a ciência racialista não é propriamente um ato de agressão ou uma cobertura para a opressão de um grupo sobre outro, mas, ao contrário, uma operação na defesa da propriedade privada contra assaltos de agressores.
Rothbard estava orgulhoso de ser um "racista" ("racialista") porque o racialismo expôs a "verdadeira" fonte de desigualdade em um mercado livre, ou seja, a genética. A crença na desigualdade racial biológica era, para Rothbard, parte do projeto libertário, porque a desigualdade racial era simplesmente como os mercados refletiam a natureza. Além disso, esta não era uma súbita conversão: Rothbard promoveu o mesmo ponto de vista já em 1973, aqui.

O artigo de Rothbard foi publicado no Relatório Rothbard Rockwell. Seu parceiro nesse jornal, Lew Rockwell, é o fundador e presidente do Instituto Ludwig von Mises. Rothbard e Rockwell se envolveram em 1988 na campanha eleitoral presidencial de Ron Paul. No início de 2008, este artigo revelou que "uma meia dúzia de ativistas libertários de longa data, incluindo alguns ainda próximos a R. Paul" tinham identificado Rockwell como o "chefe e escritor fantasma" das newwletters (boletins informativos) de Ron Paul publicadas a partir de "próximo de 1989 até 1994." Alguns desses artigos tinham um tema racista e podem ser vistos aqui.

Rothbard defendeu apoio ao ex-membro da Klan, David Duke:
É fascinante que não havia nada no atual programa de Duke ou na campanha que não poderia também ser abraçado por neoconservadores ou paleolibertários; impostos mais baixos, o desmantelamento da burocracia, o corte do sistema de bem-estar, atacar a ação afirmativa e as reservas raciais de terra, pedir direitos iguais a todos os norte-americanos, incluindo os brancos: o que há de errado com isso? E, claro, a coalizão poderosa anti-Duke não escolheu se opor a Duke em qualquer uma dessas questões.
Isto levou um desafeto libertário a escrever:
A ideia de que não há problema em ser [amigo] de racistas explícitos só porque eles são a favor de um governo limitado é ridículo. É esta a ideia de que com sua ajuda haverá um pequeno governo racista?
Um racista usando o pseudônimo de Peter Bradley postou uma homenagem a Rothbard, reproduzida aqui:
Murray Rothbard foi o fundador do moderno libertarianismo e também foi um defensor da separação racial voluntária. Eu nunca conheci Rothbard, mas conheci Sam Francis e vários outros que me disseram que ele estava como parte da onda da Renascença Americana sobre as questões raciais. Michael Levin foi um colaborador frequente da RRR por quatro anos e eu subscrevo isso. Ele escreveu muito honestamente sobre coisas como crime negro, raça e QI, e a cal sobre o fracasso negro. Hans Hoppe, que é favorável à imigração, escreveu que os EUA poderiam manter a sua identidade racial e ainda ter imigração, selecionando os imigrantes com base no QI e na raça. O livro de ensaios de Jared Taylor, The Real American Dilemma (O real dilema norte-americano), recebeu uma crítica favorável de Paul Gottfried na edição da RRR de 1998. A sinceridade da RRR sobre raça foi criticada por David Frum, em 1994, seu livro "Dead Right" (Direita Morta). Frum foi particularmente desfavorável a um ensaio que não faz jus sobre o caráter moral de Martin Luther King.
Em 1993, Rothbard escreveu sobre Malcolm X e discutiu a possibilidade de um Estado separado para negros, mas concluiu que isto "exigiria" uma enorme ajuda externa "dos EUA". Ele também descreveu o nacionalismo negro como "um nacionalismo falso" que estava "começando a se parecer com uma unidade de uma forma agravada de parasitismo coagido sobre a população branca." A impressão geral criada pelo artigo era que Rothbard estava usando o nacionalismo negro como um espantalho com o qual se queixava do "parasitismo" negro e da suposta incapacidade dos negros em formar comunidades independentes, auto-suficientes sem o apoio do Bem-estar dos brancos.

Rothbard afirmou que "não há dúvida de que o nacionalismo negro é muito mais libertário do que a integração obrigatória empurrado pelo rei, a NAACP, e os liberais brancos." Isso diz mais sobre Rothbard do que o que ele diz sobre o nacionalismo negro. Um estado separatista, com a migração restrito aos "EUA", não parece ser algo livre, nem o nacionalismo negro em sua forma muçulmana ofereceriam às mulheres a gama de liberdades que Rothbard tomaram como certa no caso de homens brancos.

Rothbard também defendeu que durante este período os "policiais devem ser liberados, com permissão para aplicar punição imediata, sem prejuízo de responsabilidade quando eles cometessem um erro." A implicação clara disso era de que os policiais seriam brancos e os destinatários negros. Estes últimos não teriam, assim, o direito, de acordo com Rothbard, ao devido processo legal sob a lei. A ironia que um libertário deveria acreditar que funcionários públicos deveriam ter tais poderes draconianos foi perdida em Rothbard. Como Matt Welch observou, "Delegar à polícia para fazer justiça na rua sobre a juventude de pele escura não combina com qualquer noção de governo limitado que eu esteja familiarizado."

Além disso, a origem judaica de Rothbard não o impediu de tomar posições dúbias relacionadas a questões judaicas. Ele fixou aqui os papéis de 'judias' e de 'financistas de ponta judeus' na ascensão do Estado de Bem-estar social, sem explicar porque a sua origem "étnica" [termo seu] deveria ser relevante. Sua referência a um "bando" de 1860 dessas mulheres não estabelecia uma explicação para a existência desse grupo. Ele parecia estar convidando os leitores a tirar suas próprias conclusões.

As posições públicas de Rothbard sobre o antissemitismo constitui uma estratégia de minimização. Ele insistiu aqui em uma definição estreita de antissemitismo e que Pat Buchanan não poderia ser um antissemita, embora Rothbard tenha citado este artigo que discute as visões de Buchanan sobre o campo de extermínio de Treblinka. Apesar do 'ceticismo' sobre Treblinka não ser prova de antissemitismo, é indicativo de uma vontade de acreditar de que as testemunhas judaicas participaram de uma fabricação monstruosa. No mínimo, o artigo mostrava que Buchanan fora "companheiro de viagem" de antissemitas: "Grande parte do material sobre o qual Buchanan baseia suas colunas é enviado a ele por pró-nazistas e antissemitas doentes". Portanto, é revelador que Rothbard tenha omitido qualquer discussão dos pontos de vista de Buchanan sobre o Holocausto a partir de um artigo em que Rothbard supostamente provou que Buchanan não era um antissemita. Isto sugere que Rothbard foi desonesto e que suas suspeitas reais relativas às opiniões de Buchanan sobre os judeus diferiam das conclusões que ele expressa no artigo. Ele ocultou essas suspeitas erigindo uma definição de espantalho do antissemitismo e excluindo crenças que mostrariam que a definição seria inadequada.

O trabalho de Rothbard sobre raça e política, elogiado e promovido por Rockwell, portanto, representa grandes problemas para seus apoiadores atuais e potenciais novos seguidores. Mesmo Ron Paul reconheceu este problema, tardiamente, quando ele afirmou que "os libertários são incapazes de serem racistas, porque o racismo é uma ideia coletivista". Se esta afirmação é verdadeira, isso significaria que Rothbard não era um verdadeiro libertário. Se a afirmação é falsa, isso significaria que pelo menos uma facção/parcela do libertarianismo era racista, e que os atuais e futuros apoiadores de Rothbard teriam que decidir se desejariam usar essa marca.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/07/murray-rothbard-lew-rockwell-and.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Murray Rothbard, Lew Rockwell and Scientific Racism
Tradução: Roberto Lucena
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Ler o comentário deste post aqui:
Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Complemento)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"O nacionalismo argentino foi o mais forte" - Sandra McGee Deutsch

"Estudou e comparou a extrema-direita da Argentina, Brasil e Chile e comprovou que a nossa foi a que mais influência teve. Sua maior criação foi o revisionismo histórico, "que foi até muito pouco tempo o mais aceito".

SANDRA MCGEE DEUTSCH, HISTORIADORA
"O nacionalismo argentino foi o mais forte"

Por Sergio Kiernan

Pequena, vivaz, dona de um excelente castelhano, McGee Deutsch estuda nosso país há mais de vinte anos. Professora de história latinoamericana, titular dessa cátedra na Universidade do Texas em El Paso, especializou-se na extrema-direita argentina. Sobre nossos fascistas, aliancistas e nazis, e sobre os nazis (nacis) chilenos e os integralistas brasileiros escreveu vários artigos acadêmicos e dois livros: um sobre a história da Liga Patriótica e outro sobre as direitas dos três países entre 1890 e 1939. Novamente estudando arquivos argentinos para um novo livro sobre sua outra paixão, a história das mulheres na política, falou para o Página/12 sobre o passado, a influência e, o mais inquietante, o possível futuro de nossa direita.

–Por que Argentina?

–Escolhi a Argentina porque é claro que teve a extrema-direita mais proeminente da América Latina. E, como piada pessoal, porque o primeiro livro de história argentino escrito por um argentino que li foram as memórias de Carlos Ibarguren. E isso me fez interessar sobre o tema.

–Você visitou este país pela primeira vez em 1977... toda uma introdução à direita argentina.

–Realmente, e assustadora. Cheguei a me perguntar se ia poder fazer minha pesquisa, mas não tive problemas porque meu trabalho ia até 1930.

–Por que a Argentina desenvolveu uma extrema-direita tão forte?

–Há vários fatores. Um é que, em contraste com os outros países que estudei, Brasil e Chile, aqui houve uma próspera economia exportadora que controlou bem sua demanda interna. Isto fez com que as críticas ao desenvolvimento econômico argentino não fossem contra o capitalismo como um todo senão contra a conexão britânica, a banca internacional. No Chile, a crítica à influência e o controle estrangeiros se fez em conexão com o capitalismo como sistema. Aqui, ao estar dissociados os dois elementos, a crítica jogou a favor da direita.

-Por que?

–Porque a crítica do capitalismo ficou nas mãos da esquerda e a direita ficou com a crítica detalhada ao domínio estrangeiro. Outro fator especialmente importante foi a debilidade dos conservadores argentinos. Economicamente tinham muito poder, mas politicamente não podiam ganhar eleições por isso recorriam à fraude, como ocorreu depois de 1916. E a debilidade dos conservadores sempre deixa mais espaço para a direita extremista. Os mesmos conservadores trabalharam às vezes com a extrema-direita, para ganhar o poder ou para conservá-lo. Se tivessem sido fortes, não teriam necessidade deles. No Brasil e no Chile, os conservadores eram muito mais fortes e raramente usaram ou trataram com os extremistas. Outro fator é que os nacionalistas argentinos, por várias razões, puderam forçar uma aliança muito forte com a Igreja e as Forças Armadas. Novamente, no Brasil e no Chile a tendência existiu, mas nunca chegou ao nível que chegou aqui, e que lhe deram apoio institucional ao nacionalismo.

–Com essas experiências tão diferentes, havia grandes diferenças ideológicas entre os nacionalismos desses três países?

–Não realmente, nada terrível, exceto que os aspectos mais radicalizados e extremos da ideologia foram enfatizados fora da Argentina, em particular no Chile. Nos anos 30, o Chile tinha um movimento de esquerda tão forte que para competir com a esquerda - e isto é algo que a direita extremista sempre faz, competir com e combater a esquerda - os nacistas tiveram que plantar ideias mais radicalizadas e realizar ações muito radicais. Enfatizaram os aspectos mais revolucionários de sua ideologia, a necessidade de mudanças sociais, de reforma. Esses aspectos foram mais proeminentes aqui, mas certamente estiveram presentes, coisas que muito historiadores abordam superficialmente.

–Que nível de violência geraram os nacionalistas?

–Muita, os anos 30 foram muito violentos na Argentina, com muitos incidentes na rua entre nacionalistas, esquerdistas e sindicatos. Os nacionalistas iam aos bairros operários e atacavam socialistas e sindicalistas. Até assassinaram um legislador socialista em Córdoba. Também atacaram sinagogas, atiraram petardos em cinemas que exibiam filmes antinazis. O que houve foi uma batalha pelo espaço. Os nacionalistas chegaram tarde à cena e trataram de fazer um espaço nos bairros operários pra cima da esquerda. Houve grupos mais radicalizados como a Alianza de la Juventud Nacionalista, que trataram de atrair os operários, trataram de tirar por cima a imagem aristocrática do nacionalismo e militaram nos bairros de trabalhadores. Isso gerou violência.

–Como fizeram uma aliança com os militares e a Igreja?

–Tinham prioridades em comum. Opunham-se contra a esquerda, o que era muito importante, queriam ordem e tinha muito da agenda social da Igreja. O padre Menvielle foi muito influente entre os nacionalistas quando falava da ordem corporativa, da justiça social e de uma concepção cristã da economia, sem usura. Os setores da Igreja que acreditam nesta agenda eram mais poderosos aqui que em outros países. Em relação ao exército, ele também compartilhava boa parte das ideias, mas o desacordo estava em que nenhuma força armada oficial gostaria de compartilhar o monopólio da violência, por isso que ele não gostava dos uniformes e das milícias dos nacionalistas.

–Mas essas instituições, que são profundamente conservadoras, como aceitavam o lado revolucionário do nacionalismo?

–Era um ponto de conflito, mas não muito grave. Tomar a agenda social da Igreja significa dizer que a direita também pode propor, como a esquerda, uma ordem social mais justa. E isso é algo que os conservadores não sonham falar. O mesmo com o assunto de fundar movimentos onde o povo que usa uniforme e segue ordens, a militarização da política: enquanto não se usasse armas, o Exército poderia tolerá-lo.

–Você fala da influência do nacionalismo argentino. Isso se traduziu em poder? Em nomeações?

–Não tanto como na Itália ou Alemanha, obviamente, mas a maioria dos movimentos fascistas europeus - e chamar de fascista o nacionalismo é um tema que se debate - tampouco conseguiram tanto poder. Os nacionalistas que rodearam a Uriburu no golpe de 1930 ganharam cargos: alguns interventores provinciais, como Carlos Ibarguren, foram nacionalistas e houve uns 30 funcionários que provinham dessa corrente. Depois, esteve o governo bonaerense (buenairense) do conservador Federico Martínez de Hoz, que evoluiu até o nacionalismo e nomeou vários deles em postos chaves, mas durou pouco; o presidente Justo interveio na província. O governo militar de 1943 foi nacionalista em muitos aspectos e teve ministros como Hugo Wast, Gustavo Martínez Zuviría. E tomaram medidas da plataforma nacionalista, como a educação católica em escolas públicas. Também exerceram certo poder de modo informal, como colaborando com o Estado na repressão da esquerda, informando sobre judeus e supostos subversivos...

–Já o faziam nos anos trinta...

–Sim, já nesses tempos.

–Este relativo poder que os nacionalistas argentinos conseguiram se compara com o que conseguiram no Chile e no Brasil?

–Não, no mais mínimo. No Chile o máximo que conseguiram foi eleger três deputados. Em 1938, os nacis - com "c", como eles escreviam - trataram de tomar o poder pela força e foram duramente reprimidos, com muitos mortos. Curiosamente, pouco depois houve eleições e os nacis apoiaram a Frente Popular, que ganhou. Deve ser o único caso na história de um grupo fascista que seja parte de uma Frente Popular. No Brasil, os nacionalistas estiveram um pouco melhor que no Chile, mas menos que na Argentina. Eles foram úteis a Getúlio Vargas quando tratava de consolidar sua ditadura e quando em 1935 reprimiu duramente a esquerda. Mas em 1938 os havia repudiado e os liquidado.

–E Perón?

–Perón adotou muitas ideias nacionalistas, mas não lhes deu espaço nem poder, não se aproximou deles. Os via por demais aristocráticos e sabia que o viam como bastante populista e que eles não gostavam de Evita. Como dizem amargamente muitos nacionalistas, ele lhes roubou consignas como a da soberania econômica. E há algo a dizer de Perón: ainda que tenha recebido os nazis europeus, também lhes deu um lugar proeminente e inovador de reconhecimento aos judeus argentinos e entendo que foi o primeiro presidente a ir a uma sinagoga.

–Que influência tiveram na cultura?

–No Chile e no Brasil tiveram alguns intelectuais proeminentes, mas quase nada de influência. Nem sequer se vê esse costume de pôr interventores nacionalistas nas universidades a cada golpe que faziam os militares argentinos. O grande êxito dos nacionalistas aqui foi criar e impor o revisionismo histórico, algo que nenhum outro nacionalismo pode fazer, criar sua própria escola histórica e fazer com que até muito pouco tempo fosse a interpretação mais popular da história argentina. É extremamente importante.

–É possível falar como algo do passado os nacionalistas?

–Sob risco de ser míopes. Muitas vezes ressurgem, depende de como anda a economia, do espaço que tenham no cenário político e do poder que podem exercer os conservadores. Se se sentem representados, como com Carlos Menem, não há problema. Se não, podem começar a manobrar até a direita radicalizada.

Fonte: Página 12 (Argentina)
http://www.pagina12.com.ar/2000/00-09/00-09-10/pag14.htm
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Neonazismo na Ucrânia, notas

A quem quiser ler o link original (em inglês), segue abaixo:
Neo-Nazi Organizations in the Ukraine
http://www.globalresearch.ca/neo-nazi-organizations-in-the-ukraine/318

De Liudmila Dymerskaya-Tsigelman e Leonid Finberg
Global Research, December 17, 2004
The Vidal Sassoon International Center for the Study of Antisemitism: 1 April 1999
Antisemitism of the Ukrainian Radical Nationalists

Com um adendo de alerta pesado sobre este site: este site canadense Global Research, apesar do nome "pomposo", é enviesado ao extremo, o que compromete as informações no mesmo. Sites de informação muito enviesados costumam distorcer informação propositalmente, que é algo que se critica constantemente na mídia brasileira por adotar esta postura (manipulação com informações).

Se alguém for procurar este mesmo link acima colocando as palavras "neo-nazi" e "Ukraine" no Google, vai achar pilhas de links com matérias recentes sobre o golpe na Ucrânia e não este texto. O link deste texto estava salvo por isso foi possível encontrá-lo com o fim do Orkut.

Só estou repassando o link acima pois este texto foi colocado no ar muito antes (anos antes) do golpe de Estado na Ucrânia este ano (dado por forças de extrema-direita aparentemente antagônicas mas não tanto, neoliberais alinhados com a UE e neonazis), ou seja, este texto não foi influenciado pelos acontecimentos mais recentes na Ucrânia. Mas principalmente em razão da bibliografia citada no texto caso alguém queira checar. É essa uma das partes mais positivas do texto.

Foi através dela que deu pra chegar a esse livro:
Inventing the Jew. Antisemitic Stereotypes in Romanian and Other Central-East European Cultures

De Andrei Osteanu, sobre o antissemitismo na Romênia e outros países do Leste europeu. Resenha (em inglês) aqui.

A quem quiser mais infos sobre antissemitismo e neonazismo (extrema-direita) na Ucrânia, confiram o link:
http://www.nebraskapress.unl.edu/product/Inventing-the-Jew,674083.aspx
E em sua busca por "Ukraine": Link2, que também mostra resultados mostrando textos sobre a extrema-direita na Rússia e em outros países.

Como o blog tem recebido visitas de gente da Romênia com um forte "amor" a 'judeus', "comunistas" e quem essas figuras bizarras fascistas visualizam como inimigos ou rotulam tudo contrário a eles, é bom mostrar o papel podre dos fascistas romenos perseguindo minorias e suas psicoses já que adoram posar de vítimas depois desses fascistas terem sido repelidos e reprimidos na Romênia. Fascistas não foram vítimas na Romênia e sim algozes, por isso, menos choro ao chiar.

Esse pessoal podia se juntar às manifestações com as "Bolsonaretes" pedindo "volta da ditadura" pra máscara de "democratas" (se é que tinham) cair de uma vez. O PSDB, os liberais de araque do país (que são um bando de autoritários defendendo liberalismo radical econômico pra beneficiar corporações e bancos e arrocho), junto com a mídia oligopolizada, já que abriram a fossa da extrema-direita no Brasil e o mal cheiro tá chegando pra todo mundo.
Atos pró-ditadura geram constrangimento à oposição

Enquanto em 1984 o povo, mais esclarecido que esse bando de bestas do link acima, ia em massa às ruas pra pedir o fim da ditadura, abafado por esta mesma mídia que adora falar em "liberdade" sendo que a mesma surgiu na ditadura (sugando as tetas da mesma):
Insatisfação com a ditadura eclode nas manifestações das Diretas Já!

A tal extrema-direita mais organizada (não é a que o pessoal aqui costuma discutir, no caso os "revis"), defende um liberalismo econômico radical e um alinhamento do Brasil como capacho dos Estados Unidos, que é a posição defendida desde o término da segunda guerra por esses "liberais".

Para a turma "revoltando" que vai na "onda" da mídia, a mídia no Brasil não quer implementar "regime nacionalista" algum como alguns mais à direita (minoria) acabam achando. A mídia (do oligopólio) utiliza esse pessoal como bucha de canhão pra desestabilizar governos com políticas nacionais, mesmo que moderadas (a avaliação disso, políticas nacionais, varia obviamente de pessoa pra pessoa). Por que acham que a mídia opera pra tirar determinados partidos de cena? Pensem nisto antes de dar apoio a Bolsonaros e cia, os capachinhos do governo dos EUA, já que parte de vocês "amam" as políticas do Tio Sam (governo dos EUA).

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A mídia brasileira expele preconceito abertamente sem regulação ou punição. O caso Mainardi

A quem não viu, vou deixar dois links aqui com o vídeo. Um vídeo é mais curto e está hospedado no Vimeo, o outro é mais completo pra quem quiser assistir o resto da boçalidade do indivíduo, ou melhor, do que eu vi pois evito assistir esse tipo de programa "bovino" (quem assistir o vídeo entenderá o uso da expressão) e o gado que comenta nele:
Manhattan Connection: “O Nordeste sempre foi bovino”
O que Dilma quis dizer com “Não vai ficar pedra sobre pedra”

Antes de começar a comentar o caso, é por essas e outras que eu me aborreci pra valer com gente vindo citar ou mencionar blogs/sites "revisionistas", e quando a gente apontava o problema da mídia incitando o extremismo no país através de certas revistas ou da TV, simplesmente a opinião da gente sobre isto era deixado de lado, ignorada.

Eu acho bizarro que pessoas que se jogam numa cruzada contra o antissemitismo, preconceito etc ignore tão cegamente quem de fato incita a proliferação de sites de ódio na rede: é a mídia brasileira sim (parte dela). Se você quer combater preconceito no país não pode correr da crítica à mídia.

Por isso que me recuso a discutir o assunto "revisionismo" e afins com quem não levar essa questão da mídia em conta, pois não adianta meia dúzia ficar indignada seletivamente com o negacionismo do Holocausto deixando de lado críticas a emissoras de TV e jornais/revistas (um exemplo explícito disso: a Revista Veja da editora Abril) que abrem espaço prum cretino como este do vídeo proferir todo tipo de absurdos possíveis que em um país com democracia mais consolidada, este indivíduo seria severamente rechaçado pela sociedade e sofreria algum tipo de retaliação política ou jornalística.

Mas voltando ao assunto, o indivíduo do vídeo se chama Diogo Mainardi, cidadão ítalo-descendente de São Paulo, que reforça no vídeo que é paulista antes de ser brasileiro "neste momento", com a velha mitomania separatista paulista (o discurso), e de que o Brasil está "abaixo" de um estado da federação, quando isto é algo falso (sempre foi), como todo discurso fascistoide.

Pois bem, ele diz tanta besteira em um trecho de apenas 2 minutos e 33 segundos que se for rebater pedaço por pedaço o que ele diz (e não é só dessa vez que ele profere asneiras deste tipo, ele SEMPRE diz besteira), você faria um post quilométrico onde só meia dúzia acabará lendo (numa hipótese otimista).

Em todo caso, vale a pena citar alguns antecedentes deste programa que agora é exibido no canal fechado Globo News da Globosat que pertencem ambas as Organizações Globo, que é o maior grupo de mídia do Brasil e que funciona quase como um monopólio. A Globo (como é mais conhecido este grupo) é parte do famoso oligopólio de mídia que a gente vem citando nos últimos posts.

Este programa já contou com a presença de um antigo tagarela de direita, ex-trotskista (estou convencido que todo trotskista é um potencial fascista, é impossível haver tanta coincidência de tantos ex-trotskistas virarem fascistas ou radicais de direita) chamado Paulo Francis. Pra quem não conhece o caso, este cidadão neste mesmo programa, ainda no governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) chamou a cúpula da Petrobras de corrupta defendendo a privatização da Petrobras (ainda vigorava na TV a defesa escancarada das privatizações de todas as estatais brasileiras sendo a Petrobras estratégica pra economia do país, e este discurso ainda vigora, de forma velada ou não) acusando os diretores da Petrobras de terem dinheiro na Suíça, sem provas.

Consequência disto? Ele viria a falecer em decorrência dessa acusação imbecil e leviana que fez, acusação feita neste mesmo programa que abre espaço pra figuras deste tipo.

Leiam o resumo abaixo do caso. Link.
Última polêmica e morte

Em inícios de 1997, no programa de TV a cabo do qual participava, Manhattan Connection, transmitido pelo canal GNT, Francis propôs a privatização da Petrobras e acusou os diretores da estatal de possuírem cinquenta milhões de dólares em contas na Suíça – acusação pela qual foi processado na justiça americana, sob alegação da Petrobras de que o programa seria transmitido nos Estados Unidos para assinantes de canais brasileiros na TV a cabo. Como Paulo Francis acusou sem provas, tinha a certeza que seria condenado e pagaria indenização milionária aos diretores da Petrobras. Com a iminência do processo milionário Paulo Francis sofre estresse profundo.

Francis acabou por morrer de um ataque cardíaco, diagnosticado, em seus primeiros sintomas, como uma simples bursite. Era casado com a jornalista e escritora Sonia Nolasco, com quem viveu por mais de vinte anos. Seu corpo embalsamado foi trasladado de Nova York para o Rio de Janeiro e enterrado no jazigo familiar do Cemitério de São João Batista.

Como dá pra ver acima, a irresponsabilidade e inconsequência deste programa vem de longa data, com consequências fatais pro antigo falastrão do mesmo que morreu por falar besteira demais contra gente graúda que acionou a justiça dos EUA que não trata este pessoal da mesma forma que a justiça brasileira trata.

Um bando de gente pernóstica, com conteúdo pra lá de questionável, em um programa com um nome pra lá de provinciano (colocar nome em inglês num programa visto por pessoas que falam português é de uma cafonice/caipirice atroz), defendendo pautas de direita, econômica ou política ou repetindo a pauta da direita liberal e neocon dos EUA.

Pois bem, voltemos ao tempo presente e ao Mainardi e suas falas bovinas. Ele diz isso sobre o "Nordeste":

Mainardi: "O Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi bovino, sempre foi subalterno, em relação ao poder, durante a ditadura militar, depois com o reinado do PFL, e agora com o PT. É uma região atrasada, pouco educada, pouco instruída, que tem uma grande dificuldade pra se modernizar, e se modernizar na linguagem... a imprensa livre, a liberdade de imprensa, é um valor que vale de metade do Brasil pra baixo, e nessa metade do Brasil pra baixo onde a Dilma é minoria, e uma pequena minoria, eu sou paulista antes de ser brasileiro neste momento, são 66% de paulistas que votaram contra ela, é todo mundo empresarial, é a economia brasileira inteira votando contra este partido, é toda a imprensa ou o conceito da liberdade de imprensa num tá do lado dela. Então, tudo que representa a modernidade tá do outro lado, então ela não pode jogar uma ponte tão facilmente assim..."

L. Mendes: "Mas o Nordeste não cresceu percentualmente mais que outras partes do Brasil?"

Mainardi: "Eu suponho que sim, quer dizer, quando você sai da miséria esse primeiro salto, você pode ter inclusive distribuindo um dinheirinho, que não é lá..."

Aí ele é interrompido pelo outro "especialista" e prossegue.

Já tá de bom tamanho a transcrição acima, quem tiver saco que transcreva o vídeo inteiro ou assista.

Mas vamos lá, quais os erros do bovino acima? Praticamente tudo.

O indivíduo profere um discurso senso comum, bem arraigado em São Paulo por décadas de doutrinação do discurso de "locomotiva do Brasil" (que agora é a Maria Fumaça sem água) e todo aquele discurso fascistoide que surge ou é criado pra justificar o poder da elite ascendente de algum lugar. Quando a elite de São Paulo começou a ascender politicamente e economicamente, ela começou a forjar esses "mitos fundadores" pra justificar o poder como o "mito dos Bandeirantes" porque era um estado sem "passado glorioso" algum, não tinha tido relevância política no Brasil colônia. Esta criação de mitos é algo que ocorre em vários lugares e nem sequer chega a ser algo original. Tem isso em todo canto, Catalunha, Inglaterra etc, e estados brasileiros.

O mais engraçado é ele se vangloriar disso quando com um sobrenome italiano desses ele está bem longe dos ditos Bandeirantes ou dos nomes indígenas de São Paulo, adotados nesta época.

Por que digo isso? Porque como já foi citado aqui no blog nos posts:
A Invenção do Nordeste (livro). Pra entender o Brasil atual e suas divisões artificiais criadas na Era Vargas
Sobre preconceito regional. Mais sobre História do Brasil
Os tais "nichos étnicos" no Brasil. Sobre o racismo e preconceito regional contemporâneo no Brasil e sua origem (mais sobre a ideologia de branqueamento do Brasil)

Todo esse discurso que ele cita parcialmente acima, entupido até a medula de preconceitos e crenças de superioridade pra justificar o poder de determinado local, é falso ou no caso, por ele não conhecer a história do país e só a mitologia do estado natal dele, ele repete essas asneiras convicto de que é essa a "versão final" da História do país, quando não passa nem perto.

E por que isso acontece? Vejam quantas pessoas citam na mídia ou mesmo em sites etc, bibliografia e livros sobre a formação do país. Quase nenhuma. Pode procurar pela internet que você acha porcamente material sobre isto. Por esta razão que eu disse que o mal desse país é o desconhecimento pesado do povo sobre sua história e a repetição incessante de mitos.

A mídia reproduz este discurso décadas a fio e isso fica arraigado no sendo comum de alguns estados e cidades. O curioso é que a figura dele, Mainardi (pruma parte da população do país), é visto como "referência intelectual", e é aí que a repetição desse discurso faz estrago. Dito numa emissora pra milhões de pessoas que não lerão obviamente nada sobre que rebata essas baboseiras dele e acharão que ele está certo porque a fala é "convincente" (não precisa estar certo, basta parecer que está pra boa parte das pessoas).

Quando ele recorta a história do Brasil a um período de 50 anos ou mesmo 100 anos, ele ignora que a história de um país começa na sua "fundação" (por assim dizer), ou mesmo antes disso (nas civilizações pré-Cabral), e não quando os avós dele chegam ao Brasil. Ele pode achar que a história do Brasil começa quando os ancestrais dele (família) chegam ao país (e se acha isso, acha errado), mas a história da família de milhões de brasileiros começa lá atrás, em 1500 ou antes. São mais de meio milênio de história pra ser rifada porque um bovino radicaloide ignorante não conhece ou despreza isto. O desprezo se dá por um misto de recalque, ignorância e petulância (esnobismo).

Como já foi dito no post do livro "A invenção do Nordeste" e outros, o eixo do país por mais de 300 anos (3 séculos) foi fixado em alguns estados ou cidades, como Recife, Salvador e interior de Minas. As cidades naquela época (e até hoje) tinham um peso muito grande em relação a um estado (que eram chamados de províncias). Salvador (capital da Bahia) foi capital do território brasileiro por mais de 300 anos, a capital do país por mais tempo, seguida depois pelo Rio de Janeiro e atualmente Brasília.

Com a vinda da Família Real portuguesa, fugindo do cerco de Napoleão à Lisboa em 1808, esse centro de poder, centro econômico, de colonização e militar citado acima é alterado pra cidade do Rio de Janeiro que é onde a família real (a corte portuguesa) se fixa depois de se alojar no interior do Rio.

O Rio passa a ser então o centro do poder econômico, militar e intelectual do decadente Império Português que com sua metamorfose forja uma monarquia no Brasil que só é deposta em 1889 com a instauração da República, que cria o primeiro governo de brasileiros de fato.

Até a década de 50 do século XX, a cidade mais rica do país era o Rio de Janeiro, que então é ultrapassada por São Paulo. Ou seja, a mitificação que ele fez de São Paulo tem pouco mais de 50 anos contra quase mais de 400 anos de história que ele simplesmente desprezou por ser ignorante, pedante, prepotente, tapado e bairrista (pra pegar leve nos adjetivos a ele, pois na verdade o que eu penso dele é bem pior que esses adjetivos).

Ninguém consegue compreender o Brasil por essa mitologia que o Mainardi repete no vídeo, ele pode repetir isso pra se vangloriar estupidamente como já vi vários fazerem (é o orgulho dos tolos), mas pros brasileiros (e estrangeiros) que querem entender o país de fato, o que ele disse é uma besteira vulgar mas que não deixa de ser a mentalidade de certos setores de alguns estados do país.

Quando uma determinada elite começa a ficar refém dos próprios mitos é sintoma de decadência, que é o que está acontecendo com São Paulo atualmente.

Mainardi fala de "todo um mundo empresarial" como se São Paulo se resumisse a empresários por ter o maior parque industrial do país por vários erros cometidos pelos governos centrais (federais) brasileiros antes de Lula concentrando a produção industrial do país em um só estado, atrofiando a distribuição de riquezas do país e criando as famosas desigualdades regionais.

Multinacionais não são nem nunca foram mérito de um estado, são só investimentos trazidos via governo federal, estrategicamente ou não.

Por que falo de governos federais? Porque o desenvolvimento paulista, que ele tanto se orgulha, teve o dedo (a mão, o braço) pesado do Estado brasileiro, influenciado por essa elite ascendente no final do século XIX, pra que concentrasse a maioria das indústrias do país (multinacionais principalmente) em um estado ou dois, o que gerou essa disparidade econômica e regional no Brasil. Algo como o que a China fez no final dos anos setenta (aquele "boom" de desenvolvimento acelerado pegando a etapa tecnológica mais avançada do capitalismo).

Não foi algo espontâneo e sim forjado.

Ao contrário do que ele fala, a desigualdade regional brasileira não é "geração espontânea", "natural", foi algo criado por erros de vários governos federais concentrando o desenvolvimento industrial (capitalista) em algumas unidades da federação visando num futuro espalhar esse desenvolvimento pelo resto do país e que nunca havia saído do papel até o Lula virar presidente. Esta concentração de indústrias em São Paulo agora começa a mostrar o colapso pois chegou a uma saturação. Já havia chegado desde os anos noventa mas vai ficando mais visível pois não têm mais pra onde se expandir dentro de um mesmo estado.

São Paulo não tem mais espaço físico pra crescer e o capitalismo se expande e não quer saber de limitações geográficas impostas por bairrismo de A, B ou C. Isso o Mainardi e os bovinos ao lado dele não conseguem entender, ou se entendem fazem de conta que "não entendem".

Compreende o porquê da crise em São Paulo e não no Brasil, Mainardi? Agora tá começando a ficar claro o porquê do contorno bairrista que São Paulo protagonizou nesta eleição. Por eu ser de um estado que passou pelo menos processo (de declínio), a gente percebe facilmente o que se passa.

É tanto que várias indústrias desde a década de 90 saem lentamente de SP (a Ford foi pra Bahia ainda com FHC) e começam a se espalhar por todo território nacional. Ao invés da "inteligência rara" bovina com tinturas fascistoides do vídeo entender o que se passa, o que ele faz? Repete um monte de besteira vomitando seus preconceitos arraigados (por nunca ter lido nada sobre história do país) e fica por isso.

A emissora de TV responsável por essa peça grotesca, esse lixo de quinta categoria, não dá espaço a quem pensa diferente dele ou a quem tem conhecimento sobre isso ir a esse tipo de programa e rebater o que ele profere. Nunca vi esta emissora colocar um Evaldo Cabral de Mello pra discutir com um pústula desses, pois ocorreria um verdadeiro massacre onde todo mundo ficaria com "pena" dele.

E ele vem falar de "liberdade de imprensa" com uma imprensa amordaçada dessas? Só sendo piada.

Onde a maioria das retransmissora locais de TV do país (das áreas que ele diz que não tem "liberdade de imprensa") retransmitem os programas dessa área supostamente "livre" onde nesta mesma emissora do vídeo a maioria dos que comentam são de direita ou de extrema-direita por não haver pluralidade de opinião, uma amostra viva de "liberdade de imprensa" que ele prega pra "deixar inglês com inveja".

O que ele diz é tão estúpido e primário que chega a ser ridículo comentar essas coisas, mas muita gente vai repetir a baboseira dele como "verdade absoluta". O pior de tudo é isso.

Ele fala no vídeo de reinado do PFL. Pois bem, eu sou pernambucano, conheço bem o "reinado" dessa desgraça chamada PFL, atual DEM, pois PE era um dos corações desse partido arcaico e filhote da ditadura.

Olha só os adjetivos que eu uso pro PFL, e tem piores, a aversão que parte da população tem desse partido é tão profunda que muita gente de fora de PE que não está acostumada com os termos se assusta. Teve gente assustada por eu chamar o traíra Eduardo Campos (que a Globo "canonizou" como "santo" pro resto do país, um dos maiores erros do Lula) de Calabar e afins. 'Calabar' é a "honraria" (nome) mais "distinta" que um traidor de Pernambuco e do Brasil pode receber, pelo menos é como vejo um traidor do Estado.

Eu sempre chamei o PFL de partido de jagunço, e em PE ele era apelidado de "forças do atraso" junto com a Direita do Estado. Mainardi, você só está repetindo, sem saber, coisas que nós pernambucanos (de esquerda) dizemos sobre o PFL, porque nem cabeça pra inventar um rótulo você tem pois desconhece esses detalhes. A aversão ao PFL quem fomentou foi a gente, temos orgulho disso, libertar Pernambuco e o resto do país deste partido arcaico foi de fato libertação, saudações à Bahia por terem se libertado disso, tanto que ninguém sente falta do PêFêLê (como a gente jocosamente o chamamos) só os antigos "coronéis" desse partido arcaico.

Só que ele não comenta que o PFL fez prefeito no Rio e mandava em Santa Catarina até um dia desses com os Bornhausen e era uma força política no Sul do país comandada por políticos da região Nordeste que ele tanto fala. Como pode uma força política de uma "região atrasada" mandar em uma "região desenvolvida"? Isso não te deixa intrigado, Mainardi? Vai ver que é porque somos um só país, apesar dos chiliques de você e de mais gente que pensa como você. Olha só, com ligações "invisíveis" entre estados, mas só pra quem é recheado de preconceitos, ignorância e crendices mitológicas.

Ou seja, o Mainardi bovinamente ignora até coisas recentes do país. Ele diz em resposta ao outro jornalista que "suponho que sim" em relação ao desenvolvimento regional do Nordeste com o Lula e a Dilma porque não sabe absolutamente nada do que foi investido na região nos últimos 12 anos.

Por sinal, foi por conta disto (desenvolvimento industrial) e não de "bolsa família", onde o estado dele é o segundo beneficiário do programa (com tantos ricos tem uma verdadeira coqueluche de miséria dentro por gente egoísta e ideologicamente cega como ele), que esta região em peso votou no governo atual. Não foi por conta de "bolsa família", cidadão, foi por conta de coisas mais pesadas como desenvolvimento industrial. Não só o NE como boa parte do país, inclusive o Sudeste, tirando essa doutrinação e lavagem cerebral que a elite paulista fez e faz em São Paulo.

A quem duvidar, podem ler e ver o mapa do gasto por estados (todos os estados do país recebem):
Bahia lidera número de beneficiários do Bolsa Família no país
SP: vice-campeão de Bolsa Família
Ganho de votos de Dilma no 2º turno não tem relação com Bolsa Família
Quanto o Bolsa Família custa para o seu bolso?

E tem mais dados sobre essas mitificações que a extrema-direita neoliberal brasileira cria e propaga.

Mas ele nunca ouviu falar disso? Estaleiro Atlântico Sul, polo industrial de SUAPE (link2), FIAT etc? Isto é "bolsa família", Mainardi? Ressuscitar a indústria naval do país é "bolsa família"? Uma multinacional automobilística é "bolsa família"? Vai se tratar, cara.

Deve ser esta de fato a razão da fúria da figura e de gente que pensa como ele, a mudança de foco de investimentos no país, ou no caso, o não esquecimento de uma região em detrimento das outras. O bovino do vídeo tá com "raivinha" por isto? Eu creio que é mais provável que sim, o "bolsa família" é só o vômito (desculpa) do ódio classista do indivíduo pra externar este sentimento de raiva e descontentamento por não saber ou não querer apontar as causas de fato disto.

Isto pra citar o que a gente mais conhece em só um estado, pois o investimento foi geral e também em outros estados de outras regiões como o petróleo no Rio (Olimpíadas etc), enquanto o governo tucano de São Paulo pra manter o próprio poder, com uma imprensa vendida e sem vergonha, se isola nacionalmente com esse discursinho secessionista que mascara a decadência por incompetência deste partido neoliberal, de uma elite que já provocou guerra civil como a de 1932 contra a União (Estado Brasileiro). Que jogou o próprio povo numa guerra fratricida como bucha de canhão por seus interesses mesquinhos.

O Mainardi e gente como ele chiam com um programa social de erradicação de miséria e pobreza mas nunca vi ele relinchar contra os juros altos e o repasse disso a banqueiros, que provavelmente ele deve lamber a sola dos seus sapatos. O "bolsa banco", o Mainardi e essa "classe média/média alta/abastada" "limpinha" nunca reclamam ou chiam, o negócio deles é ódio a pobres etc. O "bolsa família" pra erradicar pobreza extrema é a "encarnação do capeta", mas dinheiro pra rico e banco é "lindo" pra esse pessoal.

Interessante... antes disfarçavam, agora escancaram esses "sentimentos primitivos".

Aproveito e deixo aqui uns links sobre os mitos difundidos sobre esta eleição na mídia partidarizada do país:
Contra a histeria: os 7 mitos da eleição
52% x 48%: a mesma diferença nos EUA e no Brasil; mas compare as manchetes...

E mais um adendo, o Nordeste não é um estado da federação, não tem hino ou bandeira (sempre repito isso), se alguém conhecer o hino e bandeira do Nordeste me avise, eu estou louco pra saber como é. Eu sei como é a bandeira de Pernambuco, da Bahia, do Ceará, mas do Nordeste eu desconheço.

E Nordeste não é o "semiárido" brasileiro, como Asa Branca não é a música tema do Recife (onde se toca o frevo), Nordeste é antes de tudo uma região geográfica criada na Era Vargas e só (conforme o link acima do livro que trata disso) como o Sudeste etc. Nordeste pra história de Pernambuco e demais estados é uma criação recente, e me irrita ver pernambucanos repetirem esse discurso regional passando por cima da identidade do Estado, não sou só eu que detesto isso, conheço muita gente que odeia essa postura e combate, como os demais estados da região não deveriam anular sua identidade local pra assumir uma identidade cultural regional imposta por uma ditadura.

Por isso que eu rejeito essa identidade, não é por renegar a região e sim porque jamais engolirei ou me submeterei à identidade imposta por forasteiros e ditaduras. Eu sou de fato contra o preconceito regional, vou até a raiz do problema, por isso que não gosto desta babaquice de "nação nordestina" e essas invencionices ridículas e caricatas que criam reforçando certos preconceitos achando que estão combatendo. Colocam as pessoas como "algo à parte" do país e o que os caras fazem? Reproduzem a caricatura forjada se colocando como "algo à parte".

Falar que "Nordeste" (além do erro de se referir a região e não a estados, por pedantismo e burrice) é uma região subalterna ao poder quando meu Estado foi o único estado do país desmembrado como represália pela rebeldia (três revoluções em 1 século Link1, Link2, Link3, área desmembrada de PE e anexada à Bahia Link2 fico devendo o mapa mas dá pra achar fácil), foi o único estado do país a de fato se separar do Brasil dominado por Portugal, quando do golpe de 1964 já tinha tropas do exército em Pernambuco pra depor Arraes com medo de focos de resistência (e foi, vide o atentado no Aeroporto dos Guararapes) contra o golpe de estado, chega a ser escárnio a ignorância bovina deste cidadão.

Mainardi, não me faça rir do vídeo. Teve gente que ficou ofendida com isso, eu realmente não sei se rio ou se fico com pena. Só acho que uma emissora de TV jamais deve dar espaço a pessoas como você vomitar essas asneiras em cadeia nacional.

Por justamente ser rebelde, Pernambuco foi um estado bastante reprimido militarmente, politicamente e economicamente pelos antigos governos federais (Monarquia e República), porque representava um perigo pra "ordem vigente" alinhada antigamente com Portugal, e depois com o Reino Unido e Estados Unidos. Não há "bovinice" alguma nisso, pelo contrário, vocês se pelam de medo do nome "rebelde", "libertário" etc. Refiro-me a libertário no sentido nobre do termo e não com a estultice que esses liberais de araque (de meia tijela) do Brasil e dos EUA ficam pregando.

SUAPE (o porto e polo industrial) foi sabotado pelo presidente que o bovino Mainardi e essas figuras esnobes deste programa idolatram, FHC (Fernando Henrique Cardoso), o algoz de Pernambuco, que eu sempre chamo de "sociólogo vendilhão" da pátria (cuidado que ele pode privatizar teu olho se você estiver lendo este post) e por todos os governos federais antes dele, só sendo de fato concluído com Lula.

Aí chega uma anta dessas em cadeia nacional e fala que o povo só votou por "bolsa família", piada.

Por sinal, este é um programa correto, que existe em vários países desenvolvidos pra combater a pobreza. Isto é política de país desenvolvido e que é tratada com ódio e desprezo por gente como você, Mainardi, e que o candidato derrotado dele não ousou atacar na campanha quando o partido dele chamava o programa de "bolsa esmola" com um desprezo e ódio profundos, num reducionismo atroz já que São Paulo é o segundo estado do país beneficiário do programa sendo o estado mais rico da federação, isto sim caso de estudo.

Mainardi, você deve estar sabendo como está a Cantareira, não? Secando. Olha a foto abaixo:


Mainardi, dá uma olhada nas indústrias saindo de São Paulo pela falta d'água provocada pelo partido que você e o empresariado (bovino) votaram:
Prevendo crise hídrica em SP, empresas investem em outros Estados
Seca recorde pode afetar abastecimento de água de São Paulo até outubro
Mesmo com chuva, níveis do Cantareira registram nova queda
Sistema Cantareira registra nova queda e chega a 12,7%

Pois duvido que empresariado de multinacionais embarcarem numa barca furada dessas de ódio sectário por bovinice. Afinal, eles não queimam dinheiro.

Multinacional não fica com essa choradeira de levar a sério propaganda e discurso da Guerra Fria de "perigo cubano", "perigo bolivariano" e afins propagados por um bando de imbecis. Os EUA não dão a mínima pra essas baboseiras desde a queda da União Soviética (1991), tanto que é o maior parceiro da China.

Nunca vejo esses direitistas do Brasil neuróticos com "comunismo", Venezuela, Chávez etc falarem da China. O papo deles é até "China I Love You". Eles só falam (malham) de Cuba, Venezuela, Bolívia e Coreia do Norte. E há inclusive contornos racistas em certos comentários com a Venezuela e Bolívia porque os líderes desses países não têm o biotipo "nórdico" (europeu) que essa direita fascistoide enrustida do Brasil idolatra.

Você fala em "liberdade de imprensa" e bla bla bla, mas veja o que seu papai propõe como liberdade requentando discurso golpista da Guerra Fria:
Mainardi e as Forças Armadas: A quem serve a Guerra Fria?

Vou parar por aqui. Viram por que eu disse que a fala dele era um amontoado de idiotices?

Agora, como eu posso levar a sério quem leva um idiota desses a sério? A gente evita endurecer o tom pra não ofender as pessoas, mas estamos chegando a um patamar crítico onde fica cada vez mais difícil evitar ofender.

A discussão sobre política na internet está ficando restrita a guetos por conta desse comportamento bovino, agressivo que o cara do vídeo encarna. Se acha ele radical, já vi piores. Pra se ter uma ideia do atoleiro da coisa, eu acho que tem "revi" lá no Rodoh que perto desses caras passaria por "humanista", e tá cheio de filhotes de Hitler por lá (vejam o tamanho da cratera do problema).

Um povo idiotizado que só lê revistas panfletárias e mídia partidarizada repetindo esses discursos de forma paranoica como "verdades". E quando são rebatidos, ficam furiosos e começam a xingar.

Ele encarna o comportamento infantilizado e grotesco de parcela da população, com pouco apreço à democracia e conhecimento, com profundo rancor (ele é visivelmente rancoroso, ressentido e amargo), mas que vive rotulando quem é de esquerda, nacionalista democrático, democrata/progressista etc como autoritário.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Retificando, sobre o post "sobrou pros portugueses".

Como não tirarei o post, coloco o link pro mesmo caso alguém queira ler, foi este aqui:
Sobrou pros portugueses. A onda de ódio político que a mídia brasileira incitou faz mais vítimas

Saiu o desmentido em sites de Portugal como este Ionline da artista das organizações Globo e a afirmação sobre Portugal, de que a afirmação foi feita por uma conta falsa no Twitter. Só que o jornal ou jornais não citam a conta.

O print que foi disseminado corta a url da conta do twitter, confiram no link abaixo (caso tirem do ar eu salvei a imagem):
Assessora de atriz brasileira desmente críticas a Portugal

A conta do twitter que tiraram print foi esta abaixo do link, achei a conta por curiosidade já que citaram que se trata de uma fraude. A conta continua ativa e dando a entender que é a pessoa porque usa foto e nome apesar de não ter uma verificação que o Twitter usa pra pessoas públicas e não nega que seja uma conta falsa:
https://twitter.com/LuanaPiovaniTV/status/526504332704108544
https://twitter.com/LuanaPiovaniTV/status/526859122353143808

O erro original foi dos jornais em não verificar a origem da conta.

O que confirma o que comentei no outro post que a imprensa de Portugal e da Espanha muitas vezes se equiparam a do Brasil (quando não chega a ser pior). Não quero fazer ranking de ruindade pois todas essas imprensas se nivelam por baixo.

Como eu não iria checar a conta originalmente, exceto agora que saiu essa matéria alegando que era algo falso, não deu pra checar o hoax de cara, porque não tenho realmente paciência de ler artista de TV brasileira escrevendo abobrinha no Twitter (a maioria deles só escreve bobagem).

Pra não cometer injustiça, a acusação falsa deve ser rechaçada, embora o tom emitido pelo tweet falso replicado dê conta da radicalização que rolou nesta eleição, reproduz o clima da coisa.

A pessoa por ser pública/conhecida (como se diz habitualmente), poderia averiguar (já que a conta usa o nome e foto da pessoa se passando pela mesma) quem está usando esta conta e espalhando esses comentários, porque a conta falsa está cometendo crime. E não se trata de um "troll" querendo fazer "brincadeira", e mesmo que fosse estaria cometendo crime do mesmo jeito. Citei o termo "troll" pois eles são conhecidos por fazerem este tipo de ataque cretino, mas a conta falsa não é um "troll" e está sendo usada pra fins políticos.

O que acho estranho é os jornais ou alguém que conhece gente da redação dos jornais (pois alguém repassou isso a essas redações) seguirem essas contas falsas e não se darem conta que são falsas.

Mas mantenho a crítica que fiz no outro post com o caso anterior de outra artista do mesmo grupo de mídia (Globo), até porque há outro caso (confiram no link) do tal Mainardi falando besteira (pra variar, é só o que ele bovinamente fala) no mesmo grupo de mídia, sem qualquer chamada de atenção por parte da emissora sobre o conteúdo preconceituoso proferido.

Este segundo caso seria o outro post, mas como fiz a retificação, fica aí o link pra quem quiser ler.

Eu não me sinto ofendido por idiotices ditas por um cara chamado Mainardi, nunca senti, pois acho que esse tipo de preconceito de gente estúpida se rebate mostrando o nível de inferioridade moral e intelectual que eles demonstram mostrando a quantidade de erros que eles comentam por se sentirem "superiores" (ele e outros quando emitem este tipo de comentário dão a entender nas entrelinhas esta mentalidade, mesmo que neguem) quando a manifestação visivelmente é fruto de um recalque incontido e ignorância pesada.

À parte o que eu acho pessoalmente de figuras como ele, o fato é que é grave uma emissora de TV abrir espaço pra gente desqualificada (sem educação, sem princípios, com intelecto pra lá de questionável) como este cidadão dizer todo tipo de absurdos sem qualquer contraponto pois vigora nestas organizações Globo uma espécie de "Macartismo" onde a maioria dos comentaristas/jornalistas desta TV (fechada e aberta) são de direita ou de extrema-direita, ao mesmo tempo em que mantém uma meia dúzia de progressistas pra não ser rotulada como emissora de extrema-direita ou de "partido político". Jogada política velha e manjada que só trouxa engole.

Lembrando que emissoras exploram concessão pública, mesmo sendo grupos privados, ou seja, não podem usar a concessão pra pregação de ódio e preconceitos e deveriam ser punidas por isto.

Em outro país um indivíduo desses, depois de um ataque ridículo desses, teria sérios problemas jurídicos ou relativos à imagem dele. Mas no Brasil até quando a coisa é recriminada pela maioria aparecem meia dúzia de imbecis ou mais defendendo a boçalidade de gente como este indivíduo.

Sobrou pros portugueses. A onda de ódio político que a mídia brasileira incitou faz mais vítimas

Pra deixar claro de novo, mas não mais farei essa explicação quando usar o termo, quando cito "mídia brasileira", pra toda vez não ter que explicar a que me refiro, refiro-me à mídia oligopolizada do país e não à toda mídia pois há exceções, embora não tantas...

Pois bem, feitas as considerações, sobrou pra Portugal a onda de ódio político que a mídia oligopolizada do Brasil incita há anos tentando criminalizar alguns partidos e a política no país, ao se comportar como "partido político" de oposição ou de direita em vez de meio de comunicação.

Uma declaração sem propósito e imbecil de uma atriz das Organizações Globo, que deve ter sucursal em Portugal e vende programação praquele país:
"O Brasil foi explorado tantos anos por Portugal e agora continuará sendo pelo PT! Não é à toa que a sigla de Portugal é PT! Eu votei Aécio (Neves)", escreveu Luana Piovani. Criticada pelo comentário, a atriz não retirou o que escreveu:

"Sou responsável pelo que escrevo, não pela maneira que os petistas interpretam! Falo o que penso, não o que vocês querem ouvir."

Fonte: Diário Digital (Portugal)
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=740216

O problema é chamar isso de "interpretação de petista" pra justificar a própria boçalidade. E não é questão só de responsabilidade, é que a afirmação continua sendo uma idiotice, independente da pessoa assumir. Uma idiotice não deixa de ser menos idiotice caso alguém assuma.

A frase está reproduzida literalmente acima sem 'interpretações' ou distorções, até porque transcrevê-la literalmente faz "mais estrago", por assim dizer. Quem por caso ler, que tire suas conclusões.

Em que pese o fato da exploração portuguesa, no período em que Portugal dominou o Brasil, ser bem conhecida (o período é mais conhecido como "período colonial" ou "Brasil colônia"), qual o propósito de evocar isso pra criticar o presente? Numa eleição?

Só porque a terminação (sufixo ou prefixo) usual atribuída à Portugal na internet e em outras praças ser "PT" que coincide com a sigla do Partido dos Trabalhadores no Brasil? "Sarcasmo inteligente" é isso aí...

Mas será algum ranço anti-lusitano por ela não ser descendente de portugueses e boa parte do Brasil ser? Bom, aí já entramos no terreno da especulação e não lemos mente. Mas são no mínimo curiosas essas coincidências uma vez que não é a primeira manifestação do tipo que vejo, só que quando é alguém da mídia a coisa amplifica certas coisas que rolam na surdina.

Obviamente que nem vale a pena tentar entender "a fundo" o "pensamento" dessa figura, e isso já repercute em Portugal:

Brasil Luana Piovani usa Portugal para arrasar resultado das eleições
Actriz brasileira acusa Portugal de exploração
Conta da atriz Luana Piovani com críticas a Portugal é falsa
Luana Piovani gera polémica nas redes sociais com comentário sobre Portugal

Eu soube do caso através de um desses jornais portugueses listados acima, pois não saiu nada na imprensa brasileira a princípio. Eu pelo menos não vi (não afirmo que não tenha nada, mas não houve destaque algum).

E obviamente que a imprensa lusa não vai pegar leve, e nem deve, já que este não é o primeiro caso de insulto gratuito envolvendo artistas da Globo com Portugal, que resvala no país e não no emissor do ataque e do veículo de mídia ao qual ele faz parte. Talvez por ser um caso reincidente isto chame mais atenção.

Pra quem não sabe do outro caso com ataques a Portugal (soube desse caso pela internet e muita gente no Brasil nem sabe disso porque a imprensa brasileira abafa), isto ocorreu com outra atriz da Globo, Maitê Proença (esta com sobrenome bem português), ironizando ou ridicularizando Portugal de forma gratuita numa matéria exibida num canal fechado (GNT eu acho) da Globosat que é parte das Organizações Globo.

As imagens são parte desta reportagem da SIC de Portugal. Meu comentário foi feito com base nas imagens que são bem claras no vídeo abaixo:



Como podem ver, o que a gente critica e comenta aqui sobre esta proliferação de ódios, preconceitos no Brasil por parte da mídia é algo que já ultrapassa as fronteiras do país e o "tolerável" (se é que dá pra tolerar tanto comportamento inconsequente e irresponsável).

Já houve vídeo ofensivo contra o Paraguai fora as demais reproduções de estereótipos e comportamento mal educado (sem etiqueta) por parte desta mesma mídia, que de tão preconceituosa é incapaz de se autocriticar e acha natural certos comportamentos, pois não houve sequer reparo por parte da Globo sobre esses casos já que envolve direta ou indiretamente este grupo de mídia. Que está sujando a imagem do Brasil com esta postura.

O curioso é que quando um artista estrangeiro ironiza os arredores da Globo ou da mesma, ou fala do Brasil (e eles vestem a carapuça quando sentem que é com eles), eles prontamente se mostram indignados e "críticos do preconceito" como naquele caso do ataque racista ao jogador Daniel Alves do Barcelona, com direito a teatro por parte de artistas globais com a palhaçada "não somos macacos". Quem quiser entender o caso, cliquem aqui e aqui.

"Ah, chega...". Certo?

Você pensa que parou por aí? Quem dera...

Tem mais no próximo post... de um programa também exibido em um dos canais fechados da Globosat que é empresa do grupo Globo.

Vejam que a proliferação do ódio, preconceitos e estereótipos já foge do controle desta mídia e que a justiça brasileira ou mesmo estrangeira deveria punir estes abusos por se tratar de concessão pública e por atingir a várias coletividades.

Refiro-me à justiça de fora pois a justiça portuguesa, neste caso do GNT, poderia ter acionado a Globo se assim quisesse e não o fez. Que sejam mais duros numa próxima.

Às pessoas em Portugal, saibam que isto não é um ato do povo brasileiro, não temos controle ou uma forma de coibir abusos destes meios de comunicação no Brasil nem quando eles agem contra a população brasileira. Este foi um dos assuntos mais discutidos nestas eleições apesar do boicote tradicional da mídia oligopolizada tentando abafar a questão.

O problema da oligopolização da mídia no Brasil é muito sério, eu diria que é o problema político mais grave do país hoje e é uma das heranças mais malditas da ditadura militar brasileira (1964-1985) que ao ruir deveria ter fatiado essas empresas de comunicação em várias ao invés de deixar o oligopólio intacto ignorando o problema (cultural, econômico etc) que isto iria provocar no futuro.

Peço desculpas aos portugueses sérios pelo país, mas não por esses grupos de mídia privados que, por mim, não fariam falta alguma ao Brasil com uma programação de baixo nível cultural, preconceitos, manipulação de informação e educação de sarjeta. As TVs públicas no Brasil têm baixa audiência apesar da programação melhor, ironicamente.

Este é um assunto que remete à regulação da mídia (de novo), mas deixo isto pro próximo post.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A mídia (interna e externa) ataca de novo: a repetição da mitomania do "país dividido"

1. Eu ia citar só a imprensa brasileira no título, mas com o reforço de fora (de sites estrangeiros) que operam em língua portuguesa, vale também mostrar o tamanho da imundície (manipulação) proferida nestas eleições de 2014 no país, e mostrarei mais abaixo o porquê disso ser uma manipulação:
DW, MSN/Reuters, BBC, BBC de novo.

Não vou nem procurar o link daquele pasquim espanhol (El País), pois já foi citado num dos links acima e a mitomania ali não tem fim. A quem quiser saber o porquê do teor do comentário sobre este jornal, ler isto aqui.

2. E logo em seguida começam a lançar lentamente a refutação ao que espalharam porque começam a surgir contestações a mais essa mentira de tantas que a mídia partidarizada lançou ao longo das eleições:
BBC, Globo.

A quem quiser ver mais basta jogar a combinação país dividido+brasil+eleições no Google que vem um monte de resultados com essa ladainha, fora a TV repetindo a mesma baboseira a exaustão. Refiro-me a esses sites caso os portais não os forem removendo um a um com o decorrer do tempo pra apagar o vestígio da manipulação.

Por que faço questão de frisar esta questão da mídia? Pra mostrar o nível de distorção e manipulação da coisa. Isto não é nem nunca foi uma prerrogativa ou contestação dos ditos "revis" tão citados e rebatidos aqui, a manipulação da mídia existe mesmo, só que nunca teve ênfase no Holocausto (objeto de obsessão dos "revis").

Há uma saturação no país, pelo menos minha há, com a podridão desta mídia brasileira, que agora conta com reforço externo dessas publicações "neutras" da BBC, DW, El País tentando direcionar opinião no país pros interesses políticos deles (seguem uma agenda política econômica mesmo que não afirmem, alguém desatento não nota, mas quem é atento percebe de cara).

As pessoas que leem este post e acham que a mídia brasileira é séria (salvo exceções), talvez eu irrite ou choque vocês, embora eu já tenha batido nesta tecla antes, mas não é.

Eu digo o seguinte: filtrem o que leem e procurem se informar sobre economia, ideologia e o que determinados grupos de mídia defendem economicamente, caso contrário você sempre será um bobo recebendo carga de informação sem nem saber se a mesma procede ou não. Informação boa não "cai do céu", você é que tem que aprender a filtrar. Com uma mídia podre a coisa fica pior, obviamente. E repito novamente: isto não é uma contestação "revisionista", esta pauta foi "sequestrada" pois é algo mais proveniente da esquerda, mas não só desta, é algo de interesse público acima de tudo como foi feito no Reino Unido após o escândalo do News of the World.

Ou vamos pôr as coisas de forma suprapartidária pois o problema atinge a todos indistintamente: a manipulação que a mídia faz é um problema de todos, da sociedade. Não há democracia plena com uma mídia corrompida que manipula o tempo todo, onde ninguém mais identifica algo sério de algo manipulado (uma mídia que manipula cai em descrédito, ou deveria cair se parte do povo brasileiro não fosse tão crédula, ingênua e refratária).

E como se prova que a afirmação de "país dividido" é falsa? Pelo mesmo método que se usa com "revis". Digamos que de tanto a gente ler distorção daqueles caras, isto torna extremamente fácil notar distorção em qualquer fonte ou meio de comunicação.

Vejam estas votações em outros países que já citei no post anterior:
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Estados Unidos, 2000, George W. Bush x Al Gore. Link.

George W. Bush perde na votação 'normal' pra Al Gore mas leva a presidência pelos colégios eleitorais. W. Bush (Republicano) teve 47,87% dos votos e Al Gore (Democrata) 48,38%.

Algum de vocês ficou ouvindo a exaustão que os Estados Unidos estavam divididos com uma votação bizarra como a votação acima, digna de contestação? A resposta é: Não.
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Estados Unidos, 2012, caso mais recente, Obama x Mitt Romney. Link.

Obama (Democrata), concorrendo à reeleição, teve nada mais nada menos que exatos 51,01%, e Romney (Republicano) teve 47,16%. Obama teve menos votos que Dilma no Brasil percentualmente.

Novamente pergunto: algum de vocês ouviu a mídia brasileira ou de fora repetir a exaustão que os Estados Unidos estavam divididos por conta do percentual de votação? A resposta é: não, de novo.
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França, 2012, Hollande x Sarkozy. Link.

Vamos mudar de continente e de país, Sarkozy concorria à reeleição contra o candidato da coalizão de esquerda F. Hollande. Na votação final vejam só que coincidência de resultados com o do Brasil em 2014:

Hollande teve 51,63% dos votos e Sarkozy (que não se reelegeu) teve 48,37%.

Pergunto novamente: alguém ouviu a mídia falar de país dividido na França com "convicção"? A resposta é: Não.
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Agora voltemos ao Brasil:

Dilma teve este ano exatamente 51,62%, e Aécio Neves teve 48,38%.

Alarde da mídia no Brasil: "o país está dividido". Então este deve ser mesmo um país "excepcional", tão fora do comum com uma mídia "fora de série" (é essa a maior excepcionalidade brasileira: a mídia).

Viram a diferença de "tratamento"? ... pois é.

Vou dar até um desconto (de uns 10%) pra mídia estrangeira, pois esta geralmente repete as baboseiras que leem da mídia brasileira achando que essa é uma "imprensa séria"/"fonte séria" (salvo exceções) de informações, mas como eles sabem da partidarização política da mídia do país, não dá mais pra passar a mãozinha na cabeça da mídia de fora e achar que estão agindo de boa fé ao reproduzirem esse conteúdo por não filtrarem o mesmo, intencionalmente ou não. No mínimo o fazem por preguiça, mas de boa fé definitivamente não é.

Viram como é fácil manipular? Quantas pessoas vocês já viram repetindo como papagaio o "mantra" de país dividido sem nem entender que o voto não foi regional e sim por ideologia e classe social de Norte a Sul, como é na maior parte do mundo e em quase todas as eleições desde 1989? Muita gente, suponho. Tanto que rola nas notícias denúncias com mais chiliques regionais de "Nordeste isso e aquilo" por esse pessoal ignorante ao extremo com alguma compulsão por escrever cretinice na rede e compartilhar com todo mundo.

Quantas pessoas se questionaram sobre essa suposta divisão do país? Poucas, mas o número aumenta graças à internet que virou uma espécie de monitoramento da grande mídia com credibilidade pra lá de comprometida.

Entendem porque evito colocar texto de mídia brasileira aqui? Não há condições, salvo exceções.

Como quando se trata de um assunto específico e de agência estrangeira eles tentam não distorcer, ou de sites portugueses e espanhóis quando se referem à segunda guerra ou a um assunto que não há disputa política. Mas a mídia espanhola e portuguesa estão quase no mesmo patamar de distorção da mídia brasileira (se não for pior). Quando falam do Brasil são de uma pobreza e repetição de clichês atrozes, sem falar da manipulação.

É insuportável e vergonhoso conviver com uma imprensa dessas. E a maioria das pessoas, por burrice (o nome é esse mesmo, não tem outro, não se trata aqui de ideologia pois isso afeta a todos indistintamente), acha esse tipo de atitude da grande mídia brasileira "normal".

Aí começam a te xingar disso e daquilo mas nunca atacam ou criticam o cerne da questão: a "mídia santa" do país que manipula informação pra fins eleitoreiros e políticos, minando a própria democracia.

Vou frisar novamente aqui: este post não trata de Holocausto ou segunda guerra, estes dois temas talvez sejam um dos poucos assuntos que a mídia não tenta distorcer porque se o fizesse tomaria pau de todo lado, mas distorcem quando omitem o passado autoritário do país e a atuação de grupos de extrema-direita no mesmo, bem como nunca informam sobre o teor de cada seguimento político do país, independente de concordar com os mesmos ou não.

Por isso que eu já disse e repetirei quantas vezes for necessário: sou totalmente a favor da regulação da mídia no Brasil.

A quem acha que esta questão é algo "bolivariano" e aqueles clichês ridículos batidos, isso já ocorreu no Reino Unido (Link2), França, Alemanha e Estados Unidos. E tem mais aqui (sobre regulação em 10 países). Ou seja, quatro países "bolivarianos" pra vocês ficarem repetindo o mantra retórico ideológico na ausência de neurônios.

O mais engraçado é ver gente que se diz "liberal" defender mídia oligopolizada, algo que afeta diretamente a concorrência numa economia de mercado e gera supercontrole na mão de poucos grupos privados (famílias). Mais concorrência das mídias significa melhor conteúdo e diversificação do mesmo, mas obviamente que isso não interessa a essa meia dúzia que controla quase tudo.

Os tais "liberais" do Brasil, que de "liberais" só têm o nome mesmo, vivem idolatrando o tal "deus mercado liberal", repetindo e enchendo o saco alheio com uma ideologia que afunda todo país que se instala quando aplicado de forma radical como eles pregam, caso da Espanha, Portugal, Brasil nos anos 90 etc, mas nunca falam da regulação do mercado da mídia brasileira. Por quê?

O maior propulsor do nazismo e do fascismo na Europa não foi uma reação, como muita gente prega, à União Soviética (apesar de que o 'fantasma' dela assombrava ou era usado como pretexto pelas elites de vários países domarem sindicatos etc), e sim as crises que o liberalismo radical provocou nas economias dos países europeus e mundo afora.

Crise de todo tipo, não só econômica. E a mesma ideologia liberal radical vem criando crises agora mundo afora como nos Estados Unidos com a quebradeira que elegeu o Obama que prometia "recuperar" aquele país e se saiu como um fiasco. A mesma ideologia que quebrou Portugal, Espanha, Itália, Grécia e arrasa países sem pena.

Não a toa que no colapso grego recente um grupo neonazi ou de extrema-direita (Aurora Dourada) emergiu como força política naquele país, repetição do que já ocorrera antes no século XX. O povo cansado migra prum nacionalismo radical como resposta "ao que aí está".

Depois aparece gente querendo combater esse tipo de extremismo com repressão sem entender as causas da ascensão desse tipo de grupo por defenderem esse liberalismo radical e corporações. Os grupos radicais/extremados crescem nas crises provocadas pelo liberalismo radical que é bastante difundido no Brasil pela mídia oligopolizada do país e por sites avulsos espalhados pela internet.

Por isso que estou revendo se é adequado se falar sobre grupos exóticos "revis" (que não enchem uma Kombi), quando há grupos muito piores organizados detonando a democracia do país e inflando um clima de radicalização no mesmo com essa retórica "anti-esquerda" da guerra fria, porque são avessos a qualquer projeto nacional, mesmo moderado, liderado por qualquer governo federal no Brasil, quer seja de esquerda ou direita.

Por essa razão eu afirmo que esta questão da mídia não é uma questão a ser tratada com polarizações e sim algo suprapartidário (acima de partidos), que interessa a quem apoia um projeto nacional soberano contra essa agenda liberal radical proposta por determinados partidos políticos ou candidatas personalistas como a radical Marina Silva com discurso despolitizado antidemocrático pois rejeita partidos como numa ditadura.

Quero ver o pessoal (sem indiretas) que saiu às ruas em 2013, com todo o estardalhaço que foi feito em torno daquilo (com reivindicações difusas que elegeram um congresso pior que o de 2010), sair às ruas defendendo a regulação da mídia. Vamos ver se as passeatas eram só rebeldia pueril (alienação política e revolta difusa) ou se podem tornar algo sério em prol do país.

Agora que a eleição passou já dá pra discutir essas questões abertamente já que iriam chiar se o assunto fosse abordado no decorrer da mesma.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

[Pausa Musical] - Roger Taylor - o autor de Radio Ga Ga a canta

Eu acho que muita gente conhece essa música com o Queen mas poucos sabem que o autor dela é o baterista da banda que tem alguns álbuns solo.

Por sinal, ele lançou disco ano passado. A quem nunca ouviu ele cantando a própria composição, segue abaixo uma apresentação de 1998 dele cantando Radio Ga Ga.

Mas queria dedicar essa música à mídia oligopolizada do Brasil que está igual ao rádio da música, falando: ga ga, ga ga, ga ga, hahahaha.

A mitomania (mentira) da mídia oligopolizada sem parar um instante e querendo apresentar versões de "divisão do país" (ui! confiram a vitória apertada do Obama em 2012 e você não ouviu a mídia de lá falar em EUA dividido, ou mesmo ouvir falar em "país dividido" com a não-vitória na votação normal por W. Bush em 2000) é patologia ou simplesmente defesa de interesses corporativos, com posturas antidemocráticas como cometer crime eleitoral em véspera de eleição, coisa que não se via tão descaradamente desde a fraude de 1989 quando esta mídia apoiava o candidato Collor.

Quando me refiro à mídia oligopolizada eu quero dizer que são estes meios de comunicação no Brasil que controlam quase tudo que sai publicado (TV e impresso) no país, formando um oligopólio: grupo Abril, TV Bandeirantes, SBT, Globo (jornal, TV, canais fechados), Estado de São Paulo (jornal), Folha de São Paulo e grupos menores regionais como o tal RBS.

Aos "liberais" de faz-de-conta do Brasil, liberais de verdade são contra oligopólios por afetar a concorrência do mercado, menos vocês "liberais brasileiros", é claro, rsrsrsrs.

Radio Ga Ga pra vocês, hahahaha. Só que o rádio do Queen ainda ama, o da mídia oligopolizada e vendida não ama ninguém e é gagá, hahahaha.

"All we hear is Radio Ga Ga
Radio Goo Goo; Radio Ga Ga
All we hear is Radio Ga Ga
Radio Blah Blah
Radio, what's new?
Radio, someone still loves you"

Roger Taylor - Radio Ga Ga - Live at the Cyberbarn - Revisited 2014


Aqui a música com o Queen ao vivo, show antológico de Wembley no Live Aid (1985) que empurrou o Queen a fazer mais uma turnê que seria sua última turnê em 1986 com as apresentações antológicas de Wembley (eu ia colocar a versão do show antológico de Wembley mas o Youtube removeu deixando só a do dia anterior) e no Knebworth (que não tem registro completo pró-shot (profissional) até hoje lançado porque perderam as fitas do show, sendo este o último show ao vivo do Queen):

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Espanha financiou ditadura argentina de Videla

Foto: Jorge Rafael Videla e o rei Juan Carlos da Espanha
Jornal afirma que o governo da Espanha financiou a ditadura argentina de Videla

"Arquivos secretos revelam que o rei Juan Carlos da Espanha, banqueiros e os principais funcionários do governo de Suárez assinaram acordos econômicos milionários com o sangrento regime argentino", indica o diário espanhol Público

A Espanha financiou a ditadura argentina de Jorge Rafael Videla, segundo publicou hoje o diário espanhol Público, que mostra arquivos secretos dos acordos assinados pelo rei Juan Carlos, banqueiros e funcionários do governo de Adolfo Suárez.

O rei Juan Carlos disse ao embaixador argentino na Espanha, Leandro Enrique Anaya, em 1976 que "A Espanha estava no melhor estado anímico para realizar operações comerciais e financeiras com a República Argentina", segundo os arquivos em poder do jornal Publico.

Quatro dias depois da reunião entre Anaya e o rei, a Argentina anunciava a assinatura de um convênio com a Espanha para retomar a venda de carne, paralisada há seis anos.

Além disso, segundo o Público, o então ministro da Economia argentino, José Alfredo Martínez de Hoz, e o ministro de Comércio espanhol, José Lladó, assinaram nesse mesmo ano um documento pelo qual ambos os estados concordavam em "pôr em prática um programa de cooperação econômica e financeira".

Por este acordo, a Espanha venderia a Argentina "bens de equipamentos, barcos com características especiais, dragas e outros elementos flutuantes, assim como equipamentos de carga e descarga para portos, locomotivas e demais materiais ferroviários e outros equipamentos e instalações industriais" por um valor total de 290 milhões de dólares. Fonte (ANSA).

Ver as notas completas em:
España financió a la dictadura de Videla
La dictadura de Videla y España intercambiaron apoyos, medallas y regalos
Los documentos secretos de los acuerdos comerciales de España con la dictadura de Videla
Los documentos secretos del intercambio de apoyos y condecoraciones de España con la dictadura de Videla

Fonte: Elonce.com
http://www.elonce.com/secciones/nacionales/390226-diario-afirma-que-el-gobierno-de-espaa-financi-la-dictadura-argentina-de-videla.htm
Tradução: Roberto Lucena
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Observação: o texto traduzido acima foi curto, embora conste os links do jornal Público (da Espanha) com todos os detalhes e os documentos que revelam todo o conteúdo das matérias. Tem texto melhor resumido nos links abaixo, caso alguém tenha interesse em ler (em espanhol), com citação do falecido dono do Santander, como neste trecho aqui:
Arquivos secretos revelam que o rei Juan Carlos, os principais funcionários do governo de Adolfo Suárez, e banqueiros como Emilio Botín (Santander) assinaram acordos econômicos milionários que engrossaram os cofres do governo militar, cujo plano de extermínio requeria centenas de milhares de dólares.
Extraído daqui: Los documentos que prueban que España financió la dictadura (Info News)

Ler mais aqui:
Revelan documentos que probarían cómo España financió a la dictadura de Videla (Clarín)
La España del Rey Juan Carlos financió a la dictadura argentina que encabezaba Videla (La Gaceta)

Como eu não cheguei a olhar (e por isso não posso afirmar, mas é algo que sempre aparece em destaque), não vi destaque algum no jornal El País sobre este assunto. O El País é (ainda) o principal jornal da Espanha, mas também comete os mesmos erros da mídia 'partidarizada' do Brasil, principalmente quando falam atualmente no Brasil.

O Público é um jornal com viés de esquerda na Espanha, mas na questão da memória histórica ele sempre faz muitas matérias sobre a ditadura franquista com muita informação.

Acho curioso que um colunista deste jornal El País (que tem uma edição em português agora), além dos comentários com 'certo' tom ofensivo e raso (por repetir o senso comum de certo público no Brasil sobre o país, sem profundidade alguma e cheio de estereótipos, que não mereceria nem comentário se a mídia idiotizada do Brasil não reproduzisse as baboseiras dele como "algo sério" pra justificar covardemente suas aversões ao próprio país), muitas vezes comparar a Espanha pós-Franco com o Brasil (ou usar isso como parâmetro), ignorando a História e potencial de cada país (e dimensões).

É algo que sempre constrange (pelos erros que ele comete) a atitude dele, quando a única coisa comparável nos dois países é o grau de irracionalidade/fanatismo, estupidez, autoritarismo, submissão/entreguismo da direita desses dois países e o completo desprezo das elites da Espanha e do Brasil (ou de parte delas) pelo próprio povo. Por sinal, essa semelhança bizarra é uma das coisas que mais tem chamado minha atenção sobre a Espanha, e em parte por eu ter lido muita coisa da história daquele país, que em termos históricos é um país rico, mas com histórias não muito gloriosas pro próprio povo pelo caráter elitista, autoritário, retrógrado, religioso extremado e de pouca visão da elite daquele país.

Queria ver o que ele teria a dizer desse "primor" de "valores democráticos" da Monarquia espanhola ajudando uma das ditaduras mais sangrentas do continente americano no século XX, já que vive dando pitaco ou sugerindo pra "brasileiros agirem assim e assado" quando deveria olhar mais pras falhas autoritárias do seu próprio país, que não é um modelo de democracia como ele costuma "exaltar". Isso pra não entrar em detalhes sobre a história do "desenvolvimento" da Espanha pós-Franco.

1. A quem achar estranho a razão deste meu comentário acima sobre o jornal, ler este post aqui. Eu disse que não iria 'aliviar' nas críticas por conta da hostilidade do jornal. Vejam pelo seguinte ângulo: é um escárnio um jornal estrangeiro vir a outro país ficar se intrometendo e sugerindo, com tom arrogante, de como o povo deve agir, com matérias partidárias em prol de determinado partido em período eleitoral. Não dá pra simplesmente ser cordial com um comportamento imperialista (apesar da falta de relevância militar e cultural da Espanha com o Brasil), grosseiro e hostil desses. Mas sou justo, eu também critico outras publicações (pelo mesmo motivo), mas o tom hostil deste jornal chama atenção.

2. A quem achar estranho o assunto "ditadura argentina", ler este outro post aqui. Não lembro se detalhei nele (acho que não), ou em algum outro post perdido que, em virtude do desconhecimento profundo de boa parte das pessoas sobre a história do país, isso abre caminho fértil pro negacionismo e outros tipos de "revisionismos". A ditadura no país vizinho deve ser lida até pra se ter dimensão sobre todo processo de implementação de ditaduras na América do Sul que não foi algo isolado (restrito ao Brasil).

Voltando ao que discutíamos... infelizmente, uma parte dos brasileiros é muito ingênua e padece daquele velho "complexo de vira-latas" de achar que tudo fora é "perfeito" e tudo no Brasil é ruim, ou que o comentário de um colunista desses é "bom" por ser "de fora" quando idiotice nunca foi "privilégio" de brasileiros, o que acaba incentivando esse tipo de postura hostil desses cronistas de fora. Ou desses brasileiros acharem tolamente que todo e qualquer jornal é um "poço de isenção"/"neutralidade" (crer nisso é algo que beira a idiotice) e seriedade.

Em outras palavras, essas pessoas por não saberem confrontar o problema da intromissão jornalística externa, por sua submissão em demasia, acabam incentivando esse tipo de comportamento hostil desses "colunistas" e jornais, e isto gera atritos, pois nem todo brasileiro compartilha deste sentimento de submissão e parte, inevitavelmente, pro revide. Ou seja, quem costuma criar esse tipo de atrito quase sempre é a turma do "complexo de vira-latas" submissa, com suas desculpas ridículas e esfarrapadas pra justificar os atos hostis e não a parte que revida. A parte que revida é tão somente consequência do problema, nunca a origem do mesmo.

Quero deixar claro que qualquer pessoa pode emitir crítica sobre qualquer país, sociedade etc, não existe país especial que ninguém não possa opinar ou criticar, o Brasil incluso, só que ao se fazer críticas pelo menos deveriam fazê-las com mais precisão e seriedade, sem estereótipos, sem que o comentário soe como pitaco, chute ou mesmo agressões, principalmente quando se trata de uma postura vinda da própria imprensa.

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