quinta-feira, 28 de dezembro de 2023
Expansionismo alemão, Liberalismo imperial e os Estados Unidos, 1776–1945
Ligado ao aumento da capacidade industrial doméstica e a ascensão de uma clsse política instruída, comercialmente com mentalidade liberal e desejosa de expandir oportunidades econômicas, a penetração global da Alemanha durante o longo século XIX foi predicada na convicção de que a expansão ultramarina traria tanto benefícios mercantis e mudanças políticas internas. Ao longo da última década, este período de mudança interna e da atividade internacional foi um campo frutífero para pesquisadores estudarem o desenvolvimento histórico da Alemanha. Os historiadores têm uma variação ao enquadrarem esta penetração através do conceito superordenado da "globalização"; ou alternativamente, de imperialismo, que é uma das principais formas históricas primárias de "globalização".
Quer sejam vistas como esforços imperiais ou globalizantes, as tentativas alemãs de penetração ultramarina durante o século XIX não ocorreram num vácuo histórico, com numerosos impérios europeus preexistentes praticamente expulsando a Alemanha das fileiras dos impérios globais. Enquanto os antiquados impérios ibéricos ofereciam um contra-exemplo aos liberais alemães, os impérios de águas azuis dos britânicos, dos franceses e dos holandeses eram vistos pelos liberais alemães como exemplos de empreendimentos imperialistas liberais europeus bem-sucedidos. Com grande entusiasmo e clareza, Jens-Uwe Guettel defende que falta neste quadro o papel fundamental dos Estados Unidos, que ele argumenta ser central para a compreensão alemã do império liberal e, em alguns aspectos, oferece um modelo para as abordagens alemãs ao expansionismo. Guettel traça o imperialismo liberal da Alemanha, ou como ele o chama, “liberalismo imperial”, desde o final do século XVIII até meados do século XX, mostrando os numerosos pontos de sobreposição transatlântica.
Começando pelas respectivas meditações sobre a escravidão de Immanuel Kant, Alexander von Humboldt e Christoph Meiners, cujo conteúdo deriva de modelos anglo-americanos, ele ilustra como a tensão entre a experiência negativa da condição de escravidão para o escravo, e a utilidade da escravidão enquanto instituição que permite um maior desenvolvimento económico europeu, foi decidida a favor desta última. A partir daqui, o relato de Guettel avança para uma refutação da noção de qualquer afinidade ou empatia alemã especial pela situação dos nativos americanos. Ele faz isso demonstrando a recepção favorável na Alemanha das narrativas norte-americanas sobre os ameríndios “desaparecidos”, que apresentavam as extraordinárias taxas de mortalidade excessivas associadas à expansão imperial como ocorrências "naturais" inexplicáveis ou, muitas vezes, como um processo alinhado com os desenvolvimentos históricos mundiais que ditaram que as formas de vida “superiores” devem substituir as formas “inferiores”.
Astutamente, Guettel salienta que este discurso racializante era multidirecional, com Friedrich Ratzel não apenas transmitindo o pensamento atual dos EUA sobre a política indígena, mas também contribuindo para a renovação do pensamento imperialista liberal nos Estados Unidos, influenciando figuras como Frederick Jackson Turner. Neste ponto, poderia ter sido interessante ver Guettel ir ainda mais longe e tentar avaliar o impacto e a ação dos colonos alemães comuns nos Estados Unidos neste intercâmbio transcontinental. Uma tarefa reconhecidamente difícil, mas que poderia ter sido possível por utilizar o material descoberto por Stefan von Senger und Etterlin na sua obra de 1991 "Neu-Deutschland in Nordamerika: Massenauswanderung, nationale Gruppenansiedlungen und liberale Kolonialbewegung, 1815 – 1860".
Um dos principais elementos do imperialismo norte-americano que Guettel vê como uma boa tradução para o contexto alemão foi a ênfase no que ele conceitua de "estilo americano" de abordagem do laissez-faire para o Império, que ele argumenta que particularmente formou as visões não apenas de Ratzel mas também do secretário colonial da "esquerda liberal" Bernhard Dernburg. No centro deste modelo norte-americano estavam a liberdade política, autossuficiência econômica, uma abordagem descentralizada dos padrões de colonização e uma abordagem localizada, "racional", de questões de hierarquia colonial racial. Enquanto os três primeiros, certamente o laissez-faire e os aspectos descentralizados da política racial dos EUA que a Alemanha adotou não eram, pelo menos até o final do período imperial, nem sempre aparentes, como Guettel admite. Uma tensão entre impulsos localizados e centralizadores eram aparente e acentuadamente pronunciados sob o secretário colonial da esquerda liberal Wilhelm Solf, que em 1912 saiu de uma posição de que decretos específicos da colônia proibindo miscigenação e casamentos mistos para uma demanda de que tais medidas fossem promulgadas em Berlim e consagradas na legislação nacional. Como o apelo de Solf por uma lei contra os casamentos mistos foi derrotado por uma combinação de forças do "Partido Centrista Católico" (Zentrum) e pelos Social-democratas no Reichstag, Guettel explica como Solf uma vez mais recorreu ao exemplo dos Estados Unidos; desta vez para estudar como as leis do segregacionista Jim Crow de alguns estados coexistiam com as Emendas 14 e 15, que pareciam contradizê-las em nível federal.
Guettel quite correctly reveals just how much changed for Germany after World War One. Germany lost a significant portion of its territory, including all of its overseas colonies, while also enduring a period of partial occupation, including occupation by African troops brought in under French auspices. This inversion of the hitherto-prevailing colonial socio-racial order was decried in the German press. In addition, as a result of the American entry into the war, Germany’s relationship with the United States suffered greatly, to the extent that favorable allusions to U.S. racial conditions in post-1918 German debates fell off markedly. Even more obvious, Guettel reveals, was the Nazi Party’s disdain for the state of racial law in the United States. Rejecting the prewar enthusiasm for a decentralized approach to racial law, the Nazis instead argued that the United States was in fact a racially degenerating counterexample which should follow the new, highly centralized German approach. “Unlike in 1912,” Guettel argues, “in 1935 America was not allowed to be exemplary” (p. 200). The previously admired liberal mode of U.S. imperialism was necessarily criticized on the same grounds--it lacked centralization and was too heavily bound up in notions such as individualism and political liberty which, the Nazis claimed, they had superseded. In this way, Guettel convincingly disrupts accounts of Nazi imperialism that stress its continuity with prewar forms of liberal imperialism, suggesting instead that “the pre-1914 imperialism and post-1918 visions of living space in the East existed as perceived opposites within a framework of dialectical tension” (p. 223).
Um campo natural de investigação adicional, tanto para o autor como para outros futuros pesquisadores, são as representações liberais da Europa Central na Alemanha do século XIX. Abordada brevemente no primeiro capítulo, é uma área que pode precisar de uma análise mais aprofundada. Talvez em deferência à distinção seminal de Lebensraum/Weltpolitik de Woodruff Smith, Guettel parece sublinhar a distinção entre império ultramarino e império europeu contíguo nos círculos liberais.[1] Embora ele aponte corretamente as diferenças marcantes entre o imperialismo liberal e o imperialismo Nazista em termos de modalidade política, política racial e modo de execução, vale a pena lembrar que liberais alemães como Friedrich List, Friedrich Naumann e Max Weber também tiveram seus próprios sentidos de uma Mitteleuropa (Europa Central) dominada pela Alemanha que complementava as exigências liberais de um império ultramarino, como reconhece Guettel (p. 63). A sobreposição parcial na topografia imperial dos alemães liberais e dos alemães nazistas não significa que existissem continuidades estruturais ou políticas exclusivamente alemãs que determinaram a mudança do imperialismo liberal para o imperialismo nazi. Dado também que o imperialismo liberal dos EUA assumiu, em grande parte (mas não exclusivamente), a forma de uma expansão territorial contígua, Guettel poderia avaliar com proveito como a Europa Central olhava não apenas para os nazis, mas também para os alemães liberais do século XIX, com traços de familiaridade com o expansionismo dos EUA. Isto poderia potencialmente fortalecer a sua já detalhada e convincente refutação das linhas abrangentes e idiossincráticas de continuidade política e imperial na história alemã.
O livro de Guettel é admirável por várias razões. Disseca de forma hábil os mitos "gêmios" de que o expansionismo norte-americano era unicamente desprovido de violência, características imperialistas e que a história do imperialismo alemão é de alguma forma reduzido à violência proto-nazista. Citando a miríade de afirmações de intentos violentos contra populações indígenas feitas pelos liberais dos EUA e destacando a transferência dessas afirmações pro discurso público alemão, Guettel expõe com precisão como estratégias para a consolidação imperial não ficaram restritas a Estados-nações em particular mas foram repassados, translocados. O livro também contextualiza o pré-guerra do imperialismo alemão dentro de um meio liberal que compartilhava uma série de suposições com seu homólogo norte-americano acerca das formas corretas de penetração imperialista e dos meios necessários para lidar com as populações indígenas relutantes ou incpazes de se submeterem aos "rigores" da dominação político-militar europeia e do trabalho disciplinado. Como Guettel mostra, o imperialismo e as formas de conhecimento sócio-racial que ele gerou foram uma parte integral do liberalismo de ambos os lados do Atlântico.
Notas:
[1]. Woodruff D. Smith; The Ideological Origins of Nazi Imperialism (Nova Iórque: Oxford University Press, 1986).
Jens-Uwe Guettel. German Expansionism, Imperial Liberalism and the United States, 1776–1945. Cambridge: Cambridge University Press, 2012. 292 S. $90.00 (cloth), ISBN 978-1-107-02469-4.
Revisado por Matthew P. Fitzpatrick (Universidade de Flinders)
Publicado em H-Diplo (Abril de 2013)
Encomendado por Seth Offenbach
Fonte: H-Net
https://www.h-net.org/reviews/showrev.php?id=38209
Tradução: Roberto Lucena
segunda-feira, 24 de julho de 2023
"11 milhões de britânicos encararam fome em 2022". A extrema-direita cresce em cima dessas coisas (destruição do bem-estar social), financiada e organizada por frações das elites
Das notícias que não saem no Brasil, apesar de que na verdade o que se passa é "se a a Globo não diz então não existe", pro país, pras bolhas de pasmaceira de classe média "esquerda fofucha identitária" dessas redes que "nunca sabem de nada", "nunca discutem" nada (sério, quando não são infantilizados e histéricos) e ficam "chocados" porque vivem alienados de quase tudo (do mundo, do país etc). Além das crenças vira-latas de parte dessa turma sobre a Europa, que seguem (sem assumir) crenças "racistas" de "supremacismo do branco europeu", da "super-raça" sem entender de fato como houve melhoria por lá (com o estado de bem-estar social [1] pós-2aGM, o mesmo bem-estar social que começa a ser detonado pra valer nos anos 80 no próprio Reino Unido na figura de Thatcher, a restauração reacionária do velho liberalismo que pariu duas guerras mundiais colapsando e abraçando a extrema-direita, quando não ajudaram a forjá-los). Pelo menos a horda do miliciano (bolsonarismo ou olavismo) é mais explícita na simpatia pela coisa (quando algum entende algo) que uma turma "cheirosa" que usa a alcunha ridícula de "progressista", termo importado dos liberais dos EUA.
Sem muita delonga, recebi essa notícia ainda em fim de junho, tradução livre porque até quando me foi passado não havia (não sei se há) tradução alguma pro português, "ah, mas não entendo", usa o tradutor da rede que dá pra entender sim (não cola mais essa desculpa do "está em inglês" em 2023):
"11 milhões de britânicos encararam fome em 2022" ("Over 11 million Britons faced hunger in 2022" https://www.bworldonline.com/world/2023/06/28/531193/over-11-million-britons-faced-hunger-in-2022/). Notícia original da Reuters (é citada no texto original, no final).
Fome essa provocada graças à austeridade na economia (os famosos cortes de investimento público que a mídia dominante no Brasil e "Ocidente" falam de "Estado inchado", grande e outras baboseiras, mas pra dar dinheiro pra bancos e setor financeiro "tudo bem", aí pode ser "grande", gigante), o famoso neoliberalismo e a guerra da OTAN na Ucrânia (que causa inflação na Europa Ocidental).
Antes que alguém chie, sempre me denominei de esquerda mas nunca "progressista" (não sou parte de "patota descolada", nunca fui e sei que essa turma em geral acaba me "adorando" entre aspas por dizer abertamente a coisa), até porque boa parte dessa turma fica apinhada naquele lixo do Facebook copiando comentários pra repetir coisas que não entendem bem (não se aprofundam), a horda de palhaços que se declaram "progressistas" sempre enveredam pra explicações esdrúxulas, meramente de "roteiro cultural" ignorando a parte material concreta da coisa: fome, desemprego, precarização, desindustrialização de países etc. Tentando resumir, as mesmas elites que destruíram isso em vários países, pra conter a "turba" (povo) enfurecido com a perda de direitos, bem-estar social e cia começam a insuflar, financiar bandos de extrema-direita "radicalizados" pra conter qualquer reação de protesto ou contra a destruição/declínio do bem-estar social, ancorados sempre numa mídia forte que cria "cortina de fumaça" sobre a explicação econômica e política do problema, também com a cumplicidade de certos setores alinhados da elite posando de "esquerda", que fazem cortina de fumaça pra todos esses problemas só mencionando a consequência da coisa (sem irem à raiz da coisa nunca).
Essa mesma mídia hegemônica resumiu que tudo isso "aconteceu" ao Reino Unido por conta simplesmente do Brexit, e não do inferno provocado pela bruxa Thatcher (eu uso até nome pior que "bruxa" pra ela, mas pra evitar "chiados" vamos chamar "só" de "bruxa", por enquanto) nos anos 80 chancelada pelo "New Labour" do FHC britânico (Tony Blair).
Em outro post ou nos comentários (se o Stéphano ou outra pessoa comentar) dá pra aprofundar na questão, pra discutir a origem desse "caos" (no Thatcherismo dos anos 80 e colapso soviético) e ainda abordar outras questões que uma parte anda "rugindo" nas bolhas sem nem entender a origem ou sentido real dos termos ("identitarismo", pós-modernos, Francis Fukuyama, ascensão absoluta do Império norte-americano e consequente declínio etc).
Por sinal, aproveitando o gancho, tem uma patotinha do neo-PDT da Cirolândia que me "segue" há tempo, o termo "New Left" ("Nova Esquerda") que uso é muito em referência ao Blair e o "New Labour" (sabem o que é?) apesar de não aparecer com ele (mas ele é parte). Quando quiserem usar termos/conceitos pra xingar a esmo, ao menos entendam a razão do uso dos termos pra não ficarem repetindo as coisas distorcidas como o bando de xucros que são. E vejam que vocês não me controlam, eu deixo a coisa aqui registrada (tanto o Holocaust Controversies, referência pra esse blog, como esse, tem citações em teses no país e é lido por um público mais antenado), por isso que sempre zombei de vocês ao fazerem aquelas "Lives" enfadonhas ridículas (entendiantes) quando basta a gente colocar a coisa num texto (explicada) e repassar a coisa de forma adequada. Nunca citam a fonte de nada, eu também só vou mencionar vocês de forma "genérica", se o público leitor do blog ouvir algum boquirroto ou idiotas no Youtube repetindo essas coisas, a explicação correta disso sempre estará aqui e não com esse pessoal. Como costumo sempre "passar na cara" dessa turma, espero que eles tenham notado que não é necessário a chancela deles pra se publicar ou participar politicamente do debate no país. Embora a ressonância maior fosse melhor, paciência, depois de praticamente 10 anos de desgraça (explode a coisa em junho de 2013), não tenho mais "saco" pra aturar devaneio de patota ou a soberba desse pessoal, que deveria calçar as "sandálias da humildade" [2] e parar de ficar repetindo cantinela batida enfadonha sobre "fascismo! fascismo! fascismo" sem entender os mecanismos de domínio reais nos países e o contexto em que isso se dá.
Eu sempre disse que era simpatizante da figura do Brizola, e pra meu desgosto destroçaram o que sobrou (que não era grande coisa já) do PDT, partido criado pelo Brizola, Darcy Ribeiro e outros quando pegam a sigla do PTB pra devaneios e deturpação de filhotes da ditadura militar (1964-1985).
Se assistirem "por aí" na rede canais alternativos "lacrando" [3] citando o assunto, já sabem da origem da coisa (de onde saiu a "pancada", a discussão), porque nunca citam fonte de nada, pra não fazer "sombra" (aos canais, não se preocupem, se precisarem de guarda-chuva e sombrinha a gente providencia). A gente pode até ocupar o mesmo barco, mas cada um vai remar de um jeito (e o jeito de remar daqui é bom, sem falsa modéstia).
Pra mais informações sobre a fome no Reino Unido, conferir os links (pros que "duvidam", as informações destacadas neste blog sempre possuem lastro, até bem mais que a mídias "dominante" e "alternativa" do país:
10 Facts About Hunger in the United Kingdom (https://borgenproject.org/hunger-in-the-united-kingdom/)
Hunger in the United Kingdom (Verbete Wikipedia em inglês: https://en.wikipedia.org/wiki/Hunger_in_the_United_Kingdom)
Anniversary of the National Hunger March (http://www.rcpbml.org.uk/wwie-20/ww20-39/ww20-39-11.htm)
Neo(liberalismo) é isso: fome, miséria e desgraça. As duas grandes guerras do século XX foram consequência direta da crise que o liberalismo provocou com o capitalismo selvagem "laissez-faire", por isso que é bizarro ver uma massa precarizada no Brasil delirando sobre "empreendedorismo" e baboseiras do tipo achando que são "empresários", quando são mais perrapados que o povo no passado que tinham direitos trabalhistas revogados na Reforma de Temer/Bolsonaro/Santander (Espanha, ela veio da Espanha pro Brasil). O país de Margaret Thatcher é um primor de exemplo do laboratório neoliberal da "bruxa" e de seus pupilos escoceses no "Partido Trabalhista britânico" (New-Labour), Tony Blair e Gordon Brown.
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[1] O Estado de bem-estar social surge antes da 2aGM ainda, mas só se consolida de fato com o término daquele conflito (segunda guerra mundial, e no Reino Unido só pela década de 1950. A quem quiser ler mais, complemento da coisa: "1945-51: Labour and the creation of the welfare state" ("1945-51: Partido Trabalhista e a criação do Estado de bem-estar social") [https://www.theguardian.com/politics/2001/mar/14/past.education], e esse "Welfare state in the United Kingdom" ("Estado de bem-estar social no Reino Unido"), dados [https://en.wikipedia.org/wiki/Welfare_state_in_the_United_Kingdom]. Como podem ver nesse último link verbete da Wikipedia em inglês (pros que conferem os links), a coisa salta e é registrada pra valer lá por volta do ano de 1948 (próximo da década de 1950s), a ascensão, é que não achei uma matéria também do "The Guardian" (jornal britânico), senão me engano com um título nessa linha "O bem-estar chega ao Reino Unido" só com fotos do acesso a bens de consumo pela classe operária britânica, se alguém localizar a matéria pode colocar na parte de comentários, agradeço antecipadamente também
[2] Sempre ouvi muito muita gente citar o termo "sandálias da humildade" (conotação do termo é bem óbvia) mas não assistia esses quadros/programas "sofríveis" da TV aberta no Brasil. E não precisa assistir pra "ouvir falar", quem assiste acaba repetindo na rede e a coisa "pega", também nunca havia entendido (até ler esse link do porquê da associação do termo à figura do Clodovil, mas os motivos são bem óbvios, tratava-se de figura arrogante notória, boçal, que soltava pérolas como essa (negação do Holocausto), e o termo é bem óbvio pra gente prepotente que acredita estar em um pedestal intocável, com delírios de "fama" etc (coisa de subcelebridades, artistas pavões etc).
[3] "Lacração/lacrando", significado (https://dicionario.priberam.org/lacra%C3%A7%C3%A3o), que na verdade, hoje, é um termo usado como conotação negativa e em forma de deboche/crítica aos grupos "liberais" "pós-modernos" em siglas como o PSOL (que não existem só nesse, antes fosse), é um "novo dialeto" "inventado/artificial e importado" do país ou "novilíngua" (você escolhe https://pt.wikipedia.org/wiki/Novil%C3%ADngua), que pode ser também fruto de pobreza/limitação de vocabulário, já que uma parte não lê mais ou quando lê há problemas graves de interpretação de texto (dislexia, problema de formação em língua portuguesa no período escolar mesmo), tornando a comunicação um monte de "monossílabos" ou linguagem de idiotas, reduzida, limitada, a tal ponto dessa turma se irritar quando você "escreve muito", o que não é bem verdade porque parte desses textos não são tão grandes assim, e há muita informação inserida.
Haverá outro post só pra tratar dos "pós-modernos" e cia, já que há "gente por aí" na rede "irritada" brigando com os termos porque não conseguiram entender o significado, acreditando que esses termos emergiram como crítica de "gente do PSOL", o PSOL e afins são o próprio problema, jamais teriam capacidade de se autocriticar como o "problema" ou como extensão do neoliberalismo fruto do colapso soviético e ascensão dos EUA como única superpotência global em 1990/1991.
P.S. 1 vou ainda revisar (reler pra lembrar) esse texto pra ver se dá pra acrescentar outras coisas, caso contrário completa-se em outro post. Pra que ninguém se espante se o post aumentar (com imagens etc).
P.S. 2 se alguém puder simplificar o procedimento de colocar o blog do "blogger" com url com "https://" de antemão já agradeço (pode deixar comentário na parte de comentários ou email, como quiserem). Esse blog anda aparecendo na busca do Google com o "http://" sem o "s", o que torna o site "perigoso", "suspeito" nos navegadores (protocolo de segurança).
domingo, 29 de janeiro de 2023
Genocídio indígena do 'governo Bolsonaro'. Havia gente contestando o termo usado na pandemia, agora já possuem um genocídio pra chamar de seu
A quem anda em Marte ou Saturno sem ler as notícias do país, que repercutiram fora também, o título do post é sobre isso aqui:
Tragédia dos Yanomami se configura como genocídio e pode levar Bolsonaro a tribunal internacional (IstoÉ)
PF abre inquérito para apurar crime de genocídio contra Yanomami (site Poder360)
Fala do então deputado Bolsonaro sobre a questão indígena do país, quando era "só" uma figura bizarra no congresso e "sindicalista" de militares:
"‘‘A cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem esses problemas em seu país.” Este é um trecho de discurso de Jair Bolsonaro, então deputado federal pelo PPB-RJ, na Câmara dos Deputados, em 16 de abril de 1998. Dessa frase, até atos e omissões que fecharam seu mandato de presidente da República em dezembro de 2022, Jair Bolsonaro ofereceu provas contra si próprio. Virou um poço aterrado por acusações, que transbordou com as imagens chocantes, e divulgadas no mundo inteiro, da condição degradante imposta ao povo Yanomami."Avisando que estou com dificultade pra digitar com uma máquina lenta, fica difícil elaborar um post dessa forma o que torna inviável a escrita de posts, fora a quantidade de bizarrices que ocorre no país de 2018 pra cá (mais de uma por dia), fora todos os anos de 2013 até agora, mas acho que ninguém pode se omitir com o assunto.
Bem como a ofensiva dos apoiadores do ex-presidente miliciano (fantoche de generais, da cúpula podre das forças armadas, um pau mandado bizarro que distrai a população enquanto a horda de corruptos de farda destroçam/destroçavam o país pra forças externas hostis e pela simples pilhagem, reacionarismo e falta de patriotismo, que tanto "falam" e nunca possuíram mesmo fazendo "juramento") atacando Brasília no último dia 08 de janeiro de 2023 destruindo parte da sede Supremo, congresso e Palácios do poder executivo.
Ataques terroristas: entenda o que aconteceu ontem em Brasília em 8 pontos (UOL)
Invasão de bolsonaristas em Brasília: em resumo, os acontecimentos até agora (UOL)
Assista a mais de 40 vídeos das invasões do 8 de Janeiro (site Poder360)
Como foi o domingo de invasão de bolsonaristas radicais aos prédios dos Três Poderes em Brasília (GZH)
Definição de genocídio há no blog (é só procurar pela busca nele ou via Google colocando "holocausto-doc+genocidio" na pesquisa), mas vou digitar de forma resumida com minhas palavras, depois adiciono as fontes aqui (pra turma mais "crítica" ou "cética", entre aspas, não vir espernear dizendo asneira nos comentários):
Genocídio ocorre quando há intento por parte de um grupo ou governo de exterminar a cultura de algum grupo étnico ou/e principalmente, total ou parcialmente, o extermínio físico de um grupo étnico.
Definição precisa de genocídio (por lei):
"According to Article 2 of the 1948 United Nations Convention on the Prevention and Punishment of the Crime of Genocide defines genocide as "any of the following acts committed with intent to destroy, in whole or in part, a national, ethnical, racial or religious group, as such: killing members of the group; causing serious bodily or mental harm to members of the group; deliberately inflicting on the group conditions of life, calculated to bring about its physical destruction in whole or in part; imposing measures intended to prevent births within the group; [and] forcibly transferring children of the group to another group."" [1][1] Definição de genocídio (em inglês), verbete do site da Cornell Law School (LII), https://www.law.cornell.edu/wex/genocide
Complemento:
Definição de genocídio, Enciclopédia Britânica (em inglês: https://www.britannica.com/topic/genocide)
"How do you define genocide?" (Artigo da BBC em inglês: https://www.bbc.com/news/world-11108059)
"What is Genocide?" (verbete do USHMM, Museu Memorial do Holocausto, em inglês: https://www.ushmm.org/genocide-prevention/learn-about-genocide-and-other-mass-atrocities/what-is-genocide)
O que temos no caso dos indígenas Ianomâmis? Exatamente um caso de genocídio, de intento de um governo de patifes de farda, com civis canalhas do mesmo naipe praticando crimes que levariam um grupo específico étnico a seu fim ou a destruição da maioria desse povo indígena do norte do Brasil.
Havia uma turma "histérica" (o Brasil virou o pais da histeria há tempo, contribuição das seitas neopentecas com o moralismo exacerbado de alguns centros), da direita brasileira (como sempre) e da "Cirolândia" encantada, achando extremado o termo genocida pra chamar o miliciano fantoche no cargo de presidente, quando existe o termo "democídio" (aviso: eu não tirei o termo de um livro que circula no país sobre isso, eu conheço há anos por conta do nazismo e li pela primeira vez o termo em inglês mesmo, sem qualquer ligação com publicação brasileira), fora que existe uma discussão sobre a aplicação do termo genocídio num sentido mais amplo, porque muitas vezes se confunde assassinato em massa com genocídio e nem sempre a coisa se encaixa (pra haver genocídio não precisa o extermínio de milhões e sim algo que vise grupo étnico, religioso ou afim).
O termo surgiu na pandemia pela primeira vez pela fala do ministro do Supremo, Gilmar Mendes, e foi questionada pela dita "grande mídia" (que apoiava o miliciano genocida na surdina omitindo os crimes do governo dele bem como os crimes econõmicos de seu ministro neoliberal, Paulo Guedes), mas a questão indígena se essa mesma mídia entrar na via do "negacionismo" (como os negadores do Holocausto fazem com o genocídio da 2aGM), vai "pegar mal" pra mesma... porque o caso tem ampla repercussão internacional.
E conforme a colocação do Stéphano (discussão do outro post), o Biden teria problema em conviver com o rótulo de tolerante de genocidas dentro do território norte-americano?
Em seu governo (Biden) há uma ala dita de "esquerda" (liberais na verdade) que está incomodada com a presença do miliciano em território "ianque", fica difícil de crer que o governo dos EUA e Europa Ocidental de fato se preocupam com a questão indígena (a não ser como chantagem contra o Brasil) não endossando o coro do julgamento internacional e condenação do miliciano Bolsonaro por crimes contra a humanidade, bem como os apoiadores e assessores diretos dele nisso.
Iremos lembrar sempre ao Mr. Biden do problema, até porque foi na administração Obama/Biden que a sorte da maldades contra o Brasil começou, com toda cumplicidade histórica já conhecida de fomento, elaboração e aplicação de golpes de Estado pelos Estados Unidos na América Latina. Muita gente no Brasil e América Latina esquecem da origem da coisa, mas há sempreos que recordarão...
Complemento do dia 30/01/2023
O Brasil é signatário das leis/convenções sobre crimes de genocídio, "viu", miliciano ex-presidente e demais escória apoiadora, conforme os dois textos que colocarei abaixo, do site do Executivo federal. Tem uma escória política tentando atenuar ou defender o pulha, cuidado pra não serem enquadrados como ajudantes se participaram do crime ao longo desses anos.
Sobre crime de genocídio, decreto de 1952, Presidente Getúlio Vargas (Link1)
Lei de 1956, Presidente Juscelino Kubitschek (Link2)
Eu diria que o miliciano, família e apoiadores, ex-ministros estão bem encrencados com a justiça do país e até com a justiça internacional, se a mesma não for leniente (fizer vista grossa) agindo quando "convém", e o governo dos Estados Unidos não proteger mais um genocida que ajudou a colocar no poder no Brasil. _____________________________________________________________________________
Complemento do dia 03/02/2023
Como citei que genocídio pode ser o extermínio cultural também, segue abaixo o verbete da questão (em inglês, tem tradutor de textos à vontade na internet, não há desculpa de "eu não entendo" pra não ler), que é uma parte controversa da definição de genocídio mas existe:
Cultural genocide (https://en.wikipedia.org/wiki/Cultural_genocide)
sábado, 12 de setembro de 2020
Retomando, ou tentando retomar, uma discussão de 2016 sobre eleições nos EUA (Hillary x Trump) e a situação atual (no mundo e no Brasil)
Post atualizado em 15.09.2020
Mas como dizia, em 2016, logo após o término da eleição dos EUA e anúncio do resultado, acabou rolando um post no "Holocaust Controversies" sobre a questão, e houve uma discussão acalorada sobre o resultado nos comentários, acalorada de forma imprevista pois só fiz uma gozação (ironia) pequena sobre o "nível"(ou falta dele) dos dois candidatos da disputa ou da bizarrice que a figura de Hillary e Trump representam, e sim, não nutro simpatia alguma pela "Lady War" Hillary Clinton, mas tampouco iria transformar uma figura grotesca como Trump em "algo bom", tanto que lembro de cabeça de ter usado a expressão "Alien x Predator" (Hillary x Trump), trocadilho com o filme tosco homônimo pra figura dos dois. Isso está longe de ser um elogio ou "apoio a Trump", tampouco a Putin (que não era ou não deveria ser objeto da discussão).
Predador x Alien (rs), ou o retrato do declínio norte-americano. |
Lembro do Roberto Muehlenkamp (estou citando tudo de memória, depois vou tentar reler o post de novo pra ver se não confundi nada porque "memória trai", a gente pode "lembrar" de coisas que nunca aconteceram, só por sugestão ou algum "relâmpago" de memória que possa parecer a real), como dizia, lembro do Roberto Muehlenkamp (estou citando o nome do Roberto inteiro pra não confundir os nomes) comentar que o Trump seria uma ameaça nuclear pro mundo (algo nessa linha) ou um risco real ou maior sobre a questão (argumento pertinente) e acho que comentei que não havia o risco de se chegar a esse extremo porque pra chegar a esse ponto precisaria passar por várias etapas no Estado ianque, não é uma decisão "isolada" e que compromete até a integridade do próprio país (dependendo do alvo), esta não é uma "decisão qualquer" que mesmo um aloprado como Trump tomaria sozinho sem que haja consequências internas e até uma persuasão pra cortar certas sandices dele.
Passados 4 anos dá pra comentar ou ver realmente quais temores se confirmaram e qual a opinião do povo (de cada um) sobre aqueles pontos virou realidade e de como veem o desdobramento atual.
E é sobre isso que irei comentar aqui, sobre a posição da época (vou até detalhar melhor a coisa, não fiz lá porque começou a "discussão acalorada" e achava que Putin não era ponto central da coisa, mas a visão muda de pessoa pra pessoa, como podem achar a questão do Brasil algo menor, e pra mim não é, por motivos óbvios).
Os EUA haviam acabado de dar um golpe branco no Brasil em 2016 com a dupla Obama-Hillary (mas o golpe começa ainda com W. Bush e "mensalão", o uso do judiciário pra desestabilizar um país, cópia do que ocorreu na Itália com as "Mãos limpas"), deu usando os lacaios internos de sempre (como os de 1964, do golpe militar), financiando, promovendo levantes via Facebook (internet em geral), mídia vendida (entreguista) do país etc. Minha raiva sobre o governo norte-americano era muito alta (era não, continua estratosférica), e mesmo que você se esforce pra deixar a "coisa de lado", nem sempre é possível fazê-lo.
Trump é uma figura grosseirona, um inepto pra governar um país (como o capacho dele aqui no país, Jair Bolsonaro e seus "miliquinhos amestrados" entreguistas traidores do Brasil) etc, só que estava adotando uma visão de "isolacionismo" dos EUA (o partido Republicano por vezes adota isso, ou setores, embora Trump nem tenha origem no partido Republicano, GOP, e sim nos Democratas), que se confirmou em parte (vide o refluxo na guerra da Síria, Oriente Médio em geral) etc, só que aprendeu rápido o método Obama-Hillary (precedidos por W. Bush) de desestabilização de países e gostou da prática, vide o golpe semi-militar na Bolívia, manutenção do golpe no Equador, e o apoio ao descalabro Bolsonaro.
Em suma, tratar aquela questão à base de impressões sobre Putin não tem pé nem cabeça (não tem sentido exceto se o objeto de discussão exclusivo fosse a Rússia), embora entenda a reação do Sergey sendo o país dele mas cada um tem seus problemas com seus respectivos países, eu também sou meio "cabeça dura" e não sou de recuar quando sei que tenho razão, mas resolvi dar por encerrada a discussão pois se estava girando em círculos e não iríamos chegar a conclusão mínima ou consenso algum, além de dar impressão à legião de gremlins que acompanha esses sites que havia alguma "briga" ou algo do tipo (coisa que nunca existiu).
4 anos depois, 2020
A situação de 2016 não existe mais, Trump triturou os EUA internamente, de um começo de ano em que sua reeleição parecia "garantida" até a situação atual em que pode perder de verdade pela rejeição (e ele se elegeu em 2016 em cima da rejeição à Hillary, o mesmo efeito pode acontecer a ele agora). O "isolacionismo" dele hoje é mera retórica, vide as ofensivas de revoluções coloridas sobre a Bielorrússia e outros golpes de estado, além de que caso reeleito possa provocar um conflito mais quente com a China de consequências desastrosas pro mundo.
Em suma, a reeleição de Trump hoje é um risco maior ao mundo que uma vitória de Biden. Quem apita tudo na política externa do inepto é o Mike Pompeo (CIA), "garoto do apocalipse".
O Biden não é nenhum "santo" (longe disso, não é grande coisa, neocon), só que pode ao menos direcionar um declínio mais "racional" pros EUA do que o "pancadaria geral" de Trump (que é o que se desenha). Um caos absoluto interno dos EUA afetaria forte a Europa Ocidental e América Latina, pode soar contraditório, mas uma queda abrupta do Tio Sam pode jogar essa parte do mundo toda num conflito sem precedentes.
A verdade é que os sintomas do declínio norte-americano são mais do que visíveis (bem mais que em 2016), um país que tem uma sucessão de políticos medíocres governando o país (de W.Bush, Obama, Trump), com dois candidatos e vices pífios (nas duas chapas) é sintoma de decadência, não só política internamente como pelo modelo neoliberal que adotou e exporta pra liquidar economias de países dominados por seus lacaios em "elites locais".
Reunião cúpula dos BRICS, formação inicial |
Não torço (porque é a única opção pra quem não vota nos EUA) pra que Trump se reeleja porque isso prolongaria a vida política de Bolsonaro e suas olavetes saqueando, pilhando e destruindo o país, bem como a manutenção de um presidente nos EUA que deixa o hardcore Mike Pompeo (CIA) tocar a política externa imperial dos EUA a seu "bel prazer" pode sim, desta vez, trazer consequências bem graves pro mundo, toda a avaliação sobre 2016 é passado.
P.S.1 Digo isso porque tem uma patota no Facebook e em alguns canais de Youtube que repetem discussões de um grupo político (que eu fazia parte e se discutia isso) de 2016, de forma dogmática, porque não conseguem articular pensamento próprio (falta conhecimento também certas vezes)e ficam repetindo o que leram como se fosse um "versículo bíblico", coisa de gente tapada, estúpida e ignorante.
P.S.2 E essa turma do "copy-and-paste" conteúdo de discussão de grupo (e sei quem são, eu via os perfis dessa gente dentro do grupo, e eles não participavam mas liam tudo, e repetem em alguns canais como se fosse "conteúdo próprio", essa é a parte mais tragicômica da coisa, não entenderam nada direito mas mesmo assim repetem, sem dar créditos, pra posarem de "espertos" pruma legião de bocós que não se informam adequadamente por preguiça) continua a repetir as discussões de 2016 como se valessem pra 2020. Acordem, "filhinhos", 2016 é passado, acabou, o que se discutiu 4 anos atrás nem sempre vale pro momento atual, eu sei que é difícil pra vocês (alguns de vocês leem isso aqui que eu sei, "passarinho" me contou) elaborarem algo próprio mas se esforcem que conseguem, e espero que parem de ficar fazendo cerco na surdina pra ficar surrupiando "pauta política" pra "ter o que dizer em canal", sei quem são, sei como fazem e aguardei o momento apropriado pra dar essa estilingada. Essas últimas partes não dizem respeito à discussão de 2016 no Holocaust Controversies, mas reproduz a mediocridade da discussão política no país com canais birutas de Youtube disseminando idiotice, diversionismo e discurso excêntrico, além de ficarem fomentando atrito e briga com os quadros de oposição no país sem que tenham nada pra propor ou colocar no lugar, façam um favor a vocês mesmo, baixem a bolinha porque toda essa palhaçada que rola de 2018 pra cá (principalmente, alguns desses eram atrelados ao "cirismo" de rede) vai virar fumaça, vão sumir com o desfecho do quadro eleitoral esse ano, porque não se faz/discute política a base de idiotice, desse tipo de postura sectária que fomentam.
Post atualizado em 15.09.2020
quinta-feira, 16 de julho de 2020
Comentário sobre o post de março (2020), pandemia no Brasil segue fora de controle (75 mil mortes, números de hoje)
Os 2 milhões presumo que vêm de contabilizar 1% de 210 milhões de habitantes se nada houvesse sido feito na ocasião em que rolou o alerta. Por sorte, os governos de Estado agiram a despeito da inação (proposital, criminosa) do desgoverno federal bolsonarista (governo FHC III, o mandato que FHC não teve pra completar a destruição tucana dos anos noventa, que o povo desmemoriado esqueceu e agora paga a conta, de novo), Bolsonaro conseguiu a proeza de dividir o país em 27 "países" sendo que os estados não se desmembraram, se reuniram e tentaram mitigar o caos, que funcionou devido às restrições feitas por março, abril e maio, mais fortes em alguns estados (no Nordeste, onde há um consórcio regional que furou a insanidade bolsonarista pra adquirir equipamentos que é obrigação do governo federal conseguir e só fez criar problemas, continua criando) e questionáveis em outros, mas mesmo assim mitigando no que pode o alastramento da pandemia, que ficou fora de controle porque o presidente do país (quem ocupa a cadeira), em ato criminoso, fez tudo o que pode desde o começo pra sabotar, atacar qualquer política de contenção do vírus.
Não preservou economia (ao contrário do que prega, porque sem conter pandemia não existe retomada plena de nada, o povo não voltará ao comércio com medo do vírus e sem renda da crise econômica promovida pelo neoliberalismo pinochetista-FHC de Guedes), não preservou vidas, age de forma criminosa e espero que seja julgado e preso por isso assim que sair do poder (todos os envolvidos). É bom as Forças Armadas pararem de delírio, devaneio e desembarcarem o quanto antes (enquanto podem) dessa barca furada, porque pelo conjunto da obra a coisa toda já respinga em vocês e vão ter que lidar com isso pelas próximas décadas, não achem que esse desgoverno durará pra sempre porque não vai.
Sobre o Átila Iamarino, acho a posição de esclarecimento dele sobre o vírus válida, assistia (quando dava)o canal "Nerdologia" dele (canal antigo de divulgação de ciência no Youtube, um dos canais mais conhecidos com esse tema), mas não concordo com o viés político liberal do Átila, algo normal, ninguém tem que concordar em tudo com ninguém e isso não invalida o que ele fala sobre o vírus. Digo isso porque teve "covidiota" atacando a figura com discurso desonesto, como se quem tivesse passado os vídeos dele concordasse com tudo que a pessoa diz, desonestidade e cara-pau fazerem isso.
Mas em suma, os "covidiotas" (termo adaptado do inglês, já rola essa expressão), ou negacionistas da Covid (que chamaram de "gripezinha", que "é só mais uma coisa entre tantas", já não conseguem embalar mais essa asneira pelos contornos dramáticos que a coisa ganha) também repetem baboseira do Steve Bannon propagandeando discurso xenófobo anti-China sobre o 5G (que tem "radiação" e idiotices do tipo), a grosso modo, é como o sujeito voltar ao passado (década passada) começasse a atacar a vinda da "banda larga" em detrimento da "internet discada", é como o sujeito ficar na frente de um trem-bala achando que não será atropelado (o trem tecnológico passará por cima dessa gente sem pena alguma, mesmo com as ações bélicas dos Estados Unidos tentando conter esse avanço pra frear a China, disputa geopolítica, que tem uma "turma ruidosa" na rede que descobriu o termoe só falta se declarar "proprietário" do mesmo).
Dirigindo-me especificamente a esse pessoal, alguns deles "covidiotas" (além de decepções), caso leiam (porque fingem que "não conhecem ninguém" mais mas sabem muito bem das posições discordantes aqui e não vão conseguir censurar nada, não que alguém sinta falta de vocês, pra deixar bem claro, mas faltou esse tipo de resposta a vocês), já que adoram o termo "audiência" e alguns aplicaram censura pro meu lado e pro lado de amigos achando que abafam a gente politicamente, esse blog já foi acessado mais de 1,5 milhão de vezes. Traduzindo em números, esse site aqui tem mais audiência/leitura acumulada (e é lido por um público mais crítico) que vários canais toscos de Youtube e baboseiras do tipo. Vejam que eu não quis usar a ferramenta (blog) discutindo o caso, porque nem vale a pena (vocês falam pra "guetos" de rede, DCEs aloprados curtindo "sarau"), mas quero deixar bem claro que há como revidar qualquer asneira dita por vocês (caso fosse necessário). Da próxima vez que pensarem em "censurar" ou silenciar alguém, tenham certeza de que de fato conseguem pois nunca foi fácil fazer esse tipo de "palhaçada" pro meu lado, escolheram a pessoa errada pra mexer (eu costumo ficar na minha, quieto, desde que não mexam muito). Não pensem que dizem o que querem e não terá contraponto ou discordância sobre essas coisas, "baixem a bola" enquanto ainda é tempo (2020 é o "ano da redenção",ajoelhem-se e peçam perdão "pelos pecados", rs) e parem com o discurso paranoide, apocalíptico, fatalista, sem norte político, como "birutas" de aeroporto.
sábado, 27 de junho de 2020
Um vídeo resume a tragédia do Brasil (56.109 mortes, 27.06.2020, e sobe). Teatro do absurdo do "bolsolavismo" liberal
sábado, 23 de fevereiro de 2019
Como Bolsonaro chegou ao poder no Brasil... Steve Bannon, "fake news"? Leiam o post até o fim.
E não falo de idiotice só da direita brasileira (eleitorado), quisera eu que fosse, conhecida historicamente por ser provinciana, corrupta, entreguista e submissa, sem projeto de país, mas teve estupidez pra todos os gostos, como a campanha apelativa, xucra do PT (dominado há algum tempo por sua "ala paulistocêntrica") com o slogan vazio "barbárie x civilização" falando de "fascismo"a torto e a direito (banalização) e colocando a culpa pela derrota nos outros em vez de si mesmo, em vez de assumir a fraqueza do candidato que substituiu o Lula (que jamais deveria ter aceitado apoiar o Fernando Haddad, o "menino do Insper"), no Bannon (um mercenário sem vergonha já escanteado nos EUA), em "fake news" (outro termo importado dos EUA que não significa nada, manipulação em comunicação sempre houve, a dita "grande mídia" é a principal difusora de manipulação, mas porque perdeu o monopólio de manipular notícia pra internet começou a demonizar a rede) e em discussões idiotas.
Diversionismo, em vez de se discutir o país a sério, de discutir um projeto nacional pro Brasil ficaram falando em distrações, tolices, bobagens.
O Haddad e o Bolsonaro no segundo turno representam o mesmo espectro de domínio que pariu o golpe (à direita e à esquerda, é um "revival MMDC" da elite paulista), candidatos do "paulistocentrismo" ou da elite de São Paulo (FIESP e cia), que olha pro país como algo atrelado ao umbigo dela, elite bandeirante, que em vez de forjar o desenvolvimento do país num todo, não possuem e nunca possuíram projeto nacional algum exceto o de manter a ferro e fogo o status-quo de centro do poder no país como um capataz de outras potências, no caso os EUA. Não só essa elite como seus puxadinhos país afora (é a elite hegemônica do país, a que detém a maior força e que joga o país no abismo desde a República Velha e a tentativa frustrada deles com o golpe de 1932, onde perderam o conflito pra Getúlio Vargas e se vingaram depois sabotando todo projeto de desenvolvimento nacional pro Brasil, são uma elite anti-nacional, anti-Brasil, por isso é um escárnio usarem a cor da bandeira do país em "protestos" quando significam a subjugação do Brasil perante seus mandatários do Hemisfério Norte).
*Favor não confundir o termo "paulistocentrismo", porque usa um radical toponímico, com "povo", o termo é relativo à elite de São Paulo e um projeto de domínio do país da mesma, e não se reduz somente a esta elite e sim aos grupos alinhados à mesma (vide a Rede Globo, com sede no estado do Rio de Janeiro) e seus capachos. Mas voltando ao post...
Ao pessoal que passou a ler o blog, aos que já liam e ao pessoal de fora do país (tem muita gente fora do Brasil que lê este blog, então acaba virando um ponto de informação sobre o que se passa no Brasil, já que a dita "grande mídia" do país não vai mencionar o que é descrito aqui e em poucos canais pela web), sinto informar, mas crer que Steve Bannon, por mais manipulação que tenha (tem mais fama, é um fanfarrão mercenário atrás de grana, a ideologia do Bannon é o dinheiro, quem tiver mais compra a figura dele), tenha sido responsável pela figura pífia do Fernando Haddad ter perdido eleição no segundo turno (Haddad é o "menino do Insper", pra quem não sabe o que é, já que eu costumo colocar apelidos em figuras, é hábito, o Insper é uma meca neoliberal de São Paulo onde é entupido de tucanos, o Haddad é parte da "tchurma", é o "tucaninho fofo" "vermelho").
O Haddad é e sempre foi fraco, pífio como político, perdeu a reeleição em São Paulo (capital) pra prefeito pruma figura grotesca, deprimente e deplorável chamada João Dória, porque o povo vendo dois políticos de direita preferiu votar no político legítimo da direita em vez da farsa "fofinha" "identitária" que o PT de São Paulo (onde fica a cúpula do partido, o comando que rifou o Lula) quis lançar como "grande aposta", o PT de São Paulo que foi varrido das urnas no próprio estado de São Paulo onde tinha sua maior base. Foi varrido porque endireitou, deixou de representar o povo e as causas populares, vive em estado de negação sobre a questão do Imperialismo e de defesa do país.
A conta pela negligência, da irresponsabilidade, da inconsequência acabou por chegar e uma figura grotesca (mais uma) como Bolsonaro conseguiu se eleger em cima da rejeição ao PT (principalmente nas regiões Sul-Sudeste do país) e da figura pífia do Fernando Haddad, outro equívoco do Lula, como foi o da figura de Dilma Rousseff, dois políticos fracos, que traíram o próprio Lula, principalmente a Dilma e seu "ministro de ferro", o José Eduardo Cardozo (também do PT de São Paulo e do grupo "Mensagem ao Partido", ou seria o "Desmonte do Partido"?). O grupo "Mensagem ao Partido" do PT é uma espécie de "New Labourização" do mesmo, com figuras que hoje se encontram no ostracismo e sem voto, como o derrotado político Tarso Genro no Rio Grande do Sul, o Cardozo e o próprio Haddad, a Dilma é próxima a essas figuras, do PT gaúcho, que virou "puxadinho" predileto do PT de São Paulo, as duas UDNs de macacão.
"Bonita camisa, Fernandinho" |
Quando um povo vai à rua "protestar", sem entender o que se passa no mundo, costuma fazer besteira, o curioso é que por eu dizer isso na época (vai fazer 6 anos já) eu passava por "chato" por destoar do "senso comum" do país (à esquerda e à direita, a direita nem conta muito porque o que se rotula como direita no país, eleitorado, é de uma indigência intelectual e mental fora do comum, desculpando a generalização). Quem quiser dar uma lida em posts passados sobre isso, confiram aqui, e toda a sabotagem que rolou contra os eventos Copa do Mundo e Olimpíadas que culminaram no atoleiro atual, e a própria "operação Lava Jato", uma operação Cavalo de Troia, cópia da "Mani pulite" da Itália, forjada nos Estados Unidos (idealizada) pra sabotar países por dentro usando o judiciário e o mote de "combate à corrupção", só povos com profunda baixa auto-estima caem nesse "conto do vigário", parabéns aos envolvidos. E não isento o PT de culpa nessa zona toda que se abateu sobre o país, só que o povo precisa entender o que está em jogo e quem é quem nesse lamaçal sem precedentes.
Com o conflito escancarado e aberto pelo petróleo da Venezuela, protagonizado pelos Estados Unidos da América, eu acho que a posição da turma que nega a ação dos EUA sobre a América do Sul ficará cada vez mais difícil de se "manter de pé" (o negacionismo do imperialismo), porque não é só gente de direita que nega isso, tem toda uma ala "liberalizada" que se proclama de esquerda que vive negando a ação dos Estados Unidos contra os países da América Latina, e meu recado a essa gente é "chega", mas chega mesmo de mentira e negação. A postura pueril de vocês jogou o país nesse abismo, parem de agir como inconsequentes e tenham mais responsabilidade sobre o que se passa, procurem entender primeiro pra tomar posição.
Isto é um resumo, porque a gente acaba se perdendo com tanta informação acumulada, e tinha até um post que eu gostaria de fazer sobre a traição de Dilma (é isso mesmo que leram, peço às pessoas boas que defenderam o governo dela que parem de defender essa figura) contra Lula, ela e seu super-ministro, o Cardozo. Se há uma coisa que ninguém deve tolerar são traidores, se o campo popular quiser retomar algum protagonismo no país terá que se libertar dessas figuras nefastas, capitulacionistas e se distanciar desse "identitarismo" neoliberal que essa ala direitista do PT quer impor junto com o puxadinho deles no Rio de Janeiro e Porto Alegre, o partido do "Solzinho" (o PSOL), querendo copiar o Partido Democrata dos EUA num país com desigualdade monstruosa vivendo sob um golpe de estado desde 2013 praticamente, ano que começa toda essa guerra híbrida, todo esse caos sobre o país. Povo emocional demais costuma pagar caro pelos danos, sejam mais frios e usem a cabeça pra raciocinar, não pra agir de "impulso".
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
'Liberalização' da esquerda e crescimento da Extrema-direita
A resposta sobre o surgimento do caos aparenta ser quase sempre a mesma: o neoliberalismo, ou como esta ideologia adentrou nas esquerdas (na Europa isso é bem visível, no Brasil idem) e implodiu a "coisa toda" por dentro (até com a capacidade de se opor à agenda neoliberal), porque no começo ela era exclusiva da direita. Leiam o texto abaixo e tirem suas próprias conclusões. O texto chegou a mim através de terceiros, então os créditos dos sites ficam no final (de onde li primeiramente, do site do Luís Nassif). Caso alguém (que leu o texto) encontre algum erro na tradução, favor avisar, caso eu não corrija antes).
E já me antecipando caso algum "desavisado" venha com a pergunta clássica de sempre: "o que isso tem a ver com Holocausto, segunda guerra etc?". O blog trata também da questão da extrema-direita, e isso não está isolado do caos que se passa hoje no Brasil e no resto do mundo, não há uma "só direita" agindo no mundo de forma homogênea, ela tem suas vertentes como a esquerda também. Fora que o fenômeno de ascensão de certa extrema-direita, provocado pelo neoliberalismo depois da queda da URSS, é algo real, não existe fenômeno isolado como "negação do Holocausto" e afins separados dessas coisas. Quem quiser ficar em uma bolha sem conectar os problemas e causas, fique por sua conta e risco. Essas questões era algo que sempre criticava naqueles conclusões banais que muita gente fazia sobre esses assuntos (como "propagação de neonazis na Europa", "as causas") quando as comunidades do Orkut ainda existiam. Achavam que era algo "marginal" ao sistema e nunca foi.
Muita gente só olhou pros negacionistas negligenciando o outro problema: o extremismo liberal, o mesmo que ajudou a parir o fascismo com a Europa destruída após a Primeira guerra mundial. Extremismo como o dessa corja liberal que solapou o país na era FHC e agora destrói tudo de novo com o golpe de estado de 2016, vide o que se passa no Brasil atualmente, o desmonte do Estado brasileiro tocado a "toque de caixa" pra aniquilar o país como nação ou qualquer bem-estar social da maioria da população, o que tornará o país terreno fértil pra todo tipo de "discurso salvacionista" demagógico, principalmente do bando entreguista. Extremismo liberal do qual partidecos "radicaloides" (inofensivos ao entreguismo) como PSOL e PSTU fazem parte, mesmo se dizendo "contrários" a isso.
Parece que com o aprofundamento do golpe o discurso mentiroso e demagogo do bando golpista (corrupto, vira-lata e entreguista) virou fumaça, eu sabia que isso iria acontecer, só não tinha ideia do tempo que iria levar pra "ficha cair" pra boa parte do país (já é um começo, mas é necessário ir além disso se quiserem ainda ter algum país de pé, a coisa é bem séria).
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'Liberalização' da esquerda e crescimento da extrema direita
03/02/2017, Neil Clark, SputnikNews
No brilhante livro que acabam de publicar(ing.) The Rise of the Right, [A Ascensão da Direita]* três criminologistas de renome Simon Winlow, Steve Hall e James Treadwell, dedicam-se a explicar o crescimento do nacionalismo de direita na Inglaterra.
Embora o livro se dedique principalmente à sociedade e à política inglesas, há ali lições valiosas para todos os leitores nos EUA e também no resto da Europa. De fato, posso até dizer que se a esquerda ocidental não ouvir com atenção o que Winlow et al têm a dizer, pode acontecer de ela ser varrida do palco para sempre.
A situação é realmente, muito, muito grave.
'O Horizonte Capitalista'
O problema básico identificado pelos autores é que a esquerda, que outrora punha as preocupações da vida diária dos trabalhadores no ponto central chave de seu programa, virou liberal.
Com o neoliberalismo tornando-se hegemônico, os principais partidos da esquerda e seus representantes tiraram os olhos da reforma econômica e passaram a combater 'guerras culturais'. Propriedade pública e o compromisso com igualitarismo genuíno saíram da pauta – e as políticas das identidades entraram. A conversa passou a ser só "tolerar" e "tolerar". Ninguém mais deu atenção à exploração e aos explorados.
"A esquerda perdeu o interesse no campo tradicional da economia política, e em vez dela, inaugurou novos teatros de conflito no campo da cultura. Falando em termos gerais, a esquerda aceitou o horizonte capitalista" – explicam Winlow et al. [BINGO! (NTs)]
A vida política na Grã-Bretanha tornou-se estéril, com Trabalhistas e Conservadores convergindo para promoverem uma agenda pró-capitalista, economicamente e socialmente liberal. A classe trabalhadora foi excluída desse consenso novo, aprovado na City, em Londres.
Nas eleições gerais de 2001, obrigados a escolher entre Tweedledum Tony Blair e Tweedledee William Hague, só 59% das pessoas deram-se o trabalho de sair para votar. Compare esse nível de engajamento e os 83,9% de comparecimento às urnas, em 1950. Mas naquele tempo, a classe trabalhadora estava adequadamente representada.
Os autores de Ascensão da Direita destacam que, embora a "dominação da classe trabalhadora pelo pensamento e pela política da classe média liberal não seja novidade" – basta pensar no papel que os Fabianos tiveram na história dos primeiros anos do Partido Trabalhista —, as coisas pioraram muitíssimo na era do pós-socialdemocracia.
Demonização do Socialismo
O ex-carpinteiro Eric Heffer, que morreu em 1991, é citado como "um dos últimos pesos pesados honestos e confrontacionais, classe-trabalhadora autênticos, que houve no Partido Trabalhista." Os autores explicam o modo como a CIA desempenhou o papel que lhe coube na destruição de toda a genuína esquerda socialista — como se lê no livro de H. Wilford, The CIA, the British Left and the Cold War: Calling the Tune?, citado no capítulo 3:
"Central nesse processo foi abandonarem a classe e voltarem-se para linguagem, identidade cultural e movimentos sociais (...) O hábito norte-americano liberal-progressivista de demonizar o socialismo, falando dele sempre no mesmo parágrafo em que falam do fascismo, foi importado para a Europa para garantir apoio mais sutil e mais atraente ao programa de demonização de que a direita conservadora passou a fazer meio de vida."
A CIA conseguiu exatamente o que queria.
Na era do neoliberalismo hegemônico, quem ouse desafiar a direita liberal, de um ponto de vista socialista, pode contar com ser denunciado/a pelos guardiões do Establishment como "Stalinista" ou, até, "de extrema direita." Até advogar um retorno às políticas econômicas muito mais justas de 1945-79 é visto como perigoso e absolutamente 'sem noção'.
A mídia-empresa 'liberal'
De volta aos anos 70s? Quando o fosso entre ricos e pobres na Grã-Bretanha foi o menor em toda a história, e o país ainda contava com uma base de manufatura — oh... você deve estar doido! Os parâmetros aceitáveis para o debate são hoje desesperadamente rasos, com a mídia-empresa "liberal" encarregada de manter todas as soluções alternativas, que beneficiariam as maiorias, "fora da conversa"
"A mídia-empresa liberal de direita e liberal de esquerda diferenciam-se porque têm ideias diferentes sobre Estado de Bem-Estar, multiculturalismo e impostos, mas é só pressentirem 'perigo', remoto que seja, de acontecer um retorno de qualquer coisa que se assemelhe a real política de esquerda... toda a mídia-empresa imediatamente se reúne e se apresenta como uma só voz" – dizem os autores.
Não pode portanto surpreender ninguém que, com as suas vozes persistentemente ignoradas pelos que antes se diziam seus representantes, a classe trabalhadora britânica tenha procurado outras vias?
A metade final de The Rise of the Right inclui entrevistas com trabalhadores e trabalhadoras que apoiam grupos de extrema direita como a English Defence League (EDL) [Liga Inglesa de Defesa]. Aqui fala Steppy, 39 anos, sobre por que não vota com os Trabalhistas:
Ascensão da Extrema Direita
"Aqueles brancos vagabundos (...) Tomaram conta do Partido Trabalhista. Estão tomando conta de tudo, por toda parte. E vejam o que estão fazendo. Primeira coisa, pegam os empregos dos patrões. Viram patrão e arranjam emprego para os amigos. Suas feministas são gente dessa raça. Falam de democracia, mas não há democracia aqui. Não nesse país…"
O preconceito antimuçulmanos é disseminado entre os entrevistados.
Islamofobia cresce na Europa. Tuítos ofensivos alcançam o mais alto ponto de disseminação de todos os tempos.
Muçulmanos converteram-se em bodes expiatórios para a ira, a frustração e a alienação que caracteriza a Liga EDL e outros grupos de extrema direita.
Mas o grande problema, como os autores demonstram, tem sido o sistema econômico voraz sob o qual vivemos, que é adversário absoluto dos melhores interesses das maiorias. O neoliberalismo destruiu completamente comunidades inteiras de trabalhadores, e o espírito de solidariedade que havia. Toda a solidão, toda a ansiedade foram criadas pelo neoliberalismo.
Tony, como vários outros entrevistados recordam com nostalgia a Grã-Bretanha de 40 anos passados:
"Tudo era muito melhor (...) Para pessoas como eu era muito melhor. Nos divertíamos na escola e, ora, tudo simplesmente parecia funcionar direito. Havia empregos. Todos trabalhavam. As pessoas viviam juntas."De volta ao começo do jogo
Em vez de ouvir a trabalhadores como Tony, muitos representantes políticos da "esquerda" preferem seguir o mote ditado pelos colunistas da mídia "liberal" de classe média, e focar questões que aqueles colunistas daquela mídia creiam que seriam mas 'mais urgentes'. Se alguém ainda espera deter o crescimento da extrema direita, é preciso acabar com esse relacionamento doentio com a mídia-empresa.
No capítulo oito do livro, os autores argumentam que a esquerda "tem de recomeçar do começo, outra vez":
"Para nós a esquerda hoje têm de voltar à classe trabalhadora. Quem deve vencer a luta por justiça social e econômica são os trabalhadores, é a classe trabalhadora. Liberais de classe média não podem (de fato, jamais sequer tentarão) vencer aquela luta, 'em nome' dos trabalhadores mais pobres."
Os autores dizem que os 'de esquerda' têm de se dar conta de que o que conhecem como "contraculturalismo 'de tendência'" foi erro de proporções colossais. Em seguida, têm de começar a desfazer o dano que causaram.
Não se trata de abandonar a cultura, mas de "devolvê-la ao seu lugar não dominante". A prioridade tem de ser a reforma econômica, e em especial, pôr fim à ditadura do capital financeiro. Um banco de investimento nacional público, a renacionalização de indústrias chaves e a volta dos empregos – empregos adequados, de trabalho que faça sentido, bem pago, com contratos de tempo integral para áreas que hoje estão convertidas em terra abandonada, são itens que têm de voltar ao topo da agenda dos trabalhistas.
A ascensão da extrema direita não é inevitável, nem é irreversível. Mas a esquerda está condenada para sempre, a menos que reaprenda a fazer campanha pelas questões arroz-com-feijão das classes trabalhadoras, e se separe bem claramente do pensamento da elite que dá apoio ao neoliberalismo. Se o líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn ainda não encomendou um exemplar de The Rise of the Right, sugiro que o faça logo, o mais depressa possível.*****
* The Rise of the Right, English Nationalism and the Transformation of Working-Class Politics— Simon Winlow, Steve Hall and James Treadwell, fevereiro, 2017, Policy Press.
Fonte: Sputnik/jornal GGN (site Luís Nassif)/Blog do Alok (tradução: Coletivo Vila Vudu)
http://jornalggn.com.br/blog/almeida/liberalizacao-da-esquerda-e-crescimento-da-extrema-direita
segunda-feira, 4 de julho de 2016
78 dias de Golpe de Estado (começou no dia 17 de abril de 2016). "Prestar continência" em Olimpíadas depois no golpe é um escárnio contra o país. O COI deveria ter bom senso e parar de "ignorar" o que se passa
Eu ia fazer este post no dia 18 de abril (um dia após a votação do golpe na Câmara de deputados), mas tive tanto nojo (e o nojo não passou, é algo profundo, é um sentimento de repulsa e asco fora do comum) da parcela da população que apoiou essa palhaçada (farsa) capitaneada por Michel Temer, Eduardo Cunha, PSDB, Globo, FIESP e afins, no efeito manada (se tivessem cabeça não fariam tanta besteira décadas a fio, e não vale passar a mão na cabeça desses pulhas, eles têm total responsabilidade sobre o que se passa) que me pergunto se esse povo é digno de algum respeito. Escrever algo com muita raiva não é prudente. Se esta parcela da população queria ser odiada, conseguiram. Lamento, de fato, de ter nascido no mesmo país dessa parcela populacional, não pelo Brasil e sim por essa parcela da população, a menos que mostrem algum arrependimento por serem tão estúpidos e manipuláveis. Deem urras por terem nascido no Brasil (país que tanto odeiam mas ficam fantasiados com camisa da CBF pra esconder o ódio ao próprio país), em outro país vocês já teriam provocado uma guerra civil com a imundície (mau comportamento) de vocês.
Golpistas Michel Temer e Eduardo Cunha |
Em países normais, usar a bandeira de partidos é algo normal, é parte de uma democracia ao contrário do que esses ignorantes no país pregam, o povo fora (a maioria pelo menos) não costuma se esconder na bandeira do próprio país pra fazer canalhice contra o país (exceto extremistas obtusos), uma vez que a bandeira é símbolo de todos os brasileiros (a bandeira não é, nunca foi e jamais será propriedade privada de vocês, nem as cores do país).
Chevron, ou 'Standard Oil' e seu lobby na figura do traidor José Serra, matéria de 2010 pois sequer chega a ser "novidade", o 'molequinho' senador eleito pelo estado de São Paulo), o governo de outros países atacando os BRICS e qualquer política de desenvolvimento nacional autônoma, além da malta rentista do Brasil que quer voltar aos áureos tempos de antes de 2003 reavivando o Apartheid social que sempre impuseram ao país contra grande parte da população, parte esta anestesiada pelo Partido da Imprensa Golpista (ou oligopólio de mídia, liderado pela Globo) e sua lavagem cerebral diária defendendo o desmonte do Estado brasileiro, colocando o país em colapso na maior crise pós-segunda guerra mundial (a crise que assola o mundo e que essa mesma mídia tentou esconder da população, já que a maioria só assiste ou lê, quando lê, esses entulhos panfletários da mídia oligárquica do país).
Entreguistas do pré-Sal. E falta muito mais gente na imagem. |
A votação do dia 17 de abril foi fruto da arrogância/prepotência da Rede Globo, achando que iria "arrasar" transmitindo aquele espetáculo de circo (ou de horrores) de quinta categoria com sua mentalidade "imperial" (a Globo é o que restou do arcaico Império Português no Brasil), com a pior câmara de deputados já eleita (fruto da "revolução colorida" de 2013 e a irracionalidade que despertou no povo), ela acabou por ridicularizar o próprio golpe que puxou ou foi uma das cabeças (pois há várias cabeças por trás disso). No lugar dessa foto, deixo abaixo uma cena do golpe de estado em 17 de abril (votação na Câmara controlada por Eduardo Cunha), em destaque um político imbecil do meu estado que sujou a bandeira de Pernambuco nessa votação, decerto não sabe nem o significado da bandeira o ignorante, é uma bandeira muito simbólica e valiosa pra ficar em mãos de gente tão tosca e podre. O Brasil feio, que todo mundo odeia, votou pelo golpe, o Brasil dos "vira-latas", que se odeiam e odeiam ao país porque se sentem um monte de entulho em relação ao mundo, com sua baixa autoestima crônica e estupidez política. A foto a que menciono saiu no El País, não lembro se a salvei, caso alguém encontre eu agradeço:
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/17/politica/1460924183_167143.html
"Somos milhões de Cunhas" (e são mesmo, não abandonem o ídolo de vocês pelo caminho. Força! rs) |
Por sinal, o COI está sendo irresponsável em não ter transferido esses jogos há mais de mês desde o golpe, correndo o risco de estourar confrontos em pleno andamento dele com repressão pesada (que será filmada pela mídia estrangeira). "Ah, mas nunca aconteceu isso antes", há sempre uma primeira vez e é uma vergonha que um Comitê Olímpico não tenha plano B pruma eventualidade, já que não é a primeira vez que há jogos conturbados, o último eu acho que foi as Olimpíadas de 1936 na Alemanha nazista (a que ponto a coisa chegou).
Não há clima no país pra jogos olímpicos, a mídia estrangeira está sendo ridícula (com algumas matérias que tenho visto) repetindo aquele terrorismo midiático mostrando problemas de infra-estrutura do Rio etc (que a maioria está careca de saber e não irão ser mudados em 4 anos ou 7), já que fizeram a mesma coisa na Copa, sendo que em termos de organização a Copa no Brasil colocou qualquer Eurocopa e afins abaixo da mesma em matéria de organização (lembram dos hooligans se pegando na França e estourando bomba em estádio?, "Ah, se fosse no Brasil..." rs). Tiveram que calar a boca depois da histeria que fizeram antes do evento em 2014, por puro preconceito e ignorância. Já tá ficando previsível esse discurso e chato.
O problema dos jogos no Rio (antes fosse) não é o Zika vírus ou infra-estrutura (quem for jogar não sentirá absolutamente nada) e sim político: estamos com um golpe de Estado no país, com um retrocesso brutal (o pior desde a ditadura de 1964, e os caras simplesmente ignoram este fato, acham que o país irá prestar atenção a porcaria de um evento em detrimento do próprio país, é muita calhordice da imprensa de fora ignorar essa questão, calhordice, estupidez, preconceito e ignorância. Aquela notícia de jogador de golfe (esse "esporte popular", imagino o tédio de assistir "partida de golfe", não sei como isso vira esporte olímpico, rs) deixando de vir por conta de vírus diz mais sobre a ignorância deles do que dos jogos em si. Se tivessem deixado de vir condenando o golpe, seria um motivo louvável, mas se atentam a coisas menores, porque em agosto a incidência do mosquito (vetor) é muito baixa (faz frio, nem isso sabem ou procuram saber?) e o impacto desse vírus Zika sobre homens é mínimo (o maior problema foi sobre mulheres grávidas). Eu não costumo relevar esse tipo de ignorância.
Ao pessoal que ler esse post e apoia o golpe, vou falar francamente de novo pois não tenho paciência pra ficar batendo boca com bobalhões (boa parte dos apoiadores são uma calamidade discutindo qualquer coisa, além da falta de educação explícita): eu sempre destaquei aqui que não me importo com a "opinião" de vocês sobre essas questões, deixei de levar a sério pois não são dignos disso (não merecem), não pensem que intimidam com provocação pueril e infantil, o insulto pode causar alguma irritação momentânea mas não altera uma vírgula do que foi dito, tudo o que foi relatado pode ser comprovado, só sobrou o "escárnio" pra vocês (se for possível fazê-lo pois andam calados porque no fundo sabem que fizeram uma besteira monumental). Digo isso porque vocês acham que podem censurar e intimidar a opinião alheia com esse tipo de ataque tosco que fazem na rede (fora os ataques de censura contra blogs mais conhecidos e de conteúdo mais voltado à política nacional etc), por irem de encontro (contra) ao que vocês pregam (esse monte de insanidades que colocaram o país de cabeça pra baixo desde 2013), mas digo e repito, não esperem de mim (e de milhões que não concordam com essa insanidade de vocês) cordialidade ou postura amena depois dessa punhalada que deram no país e na maioria da população, independente dos erros do PT no governo (que são vários, mas em geral não são o que vocês apontam, posso até fazer um post sobre isso depois). Não sou adepto do tal "republicanismo" kamikaze do PT (link2) que dá a outra face pra bater, eu jamais ofereço a outra face.
Antes de encerrar o post (era necessário o desabafo), não é curioso que o pessoal que sabotou a Copa - como esta cidadã aqui do vídeo abaixo (este vídeo se tornou emblemático naquele ano, resume todo o festival de insanidade que assola o país desde então) - tenha sumido?
Cadê o vídeo "Não vai ter Olimpíadas" atacando Temer e cia por parte desses "cidadãos conscientes"? rs.
Ué, a "revolta" passou quando os corruptos do PMDB assumiram (com o arrocho neoliberal e desmonte do Estado) apoiados pelos tucanos do PSDB? Quanta "indignação" seletiva. Como sempre apontei, este povo nunca ligou pra corrupção, o ataque sempre foi partidário e contra a maioria da população pobre do país. Nunca deram a mínima pra questão da desigualdade social do país, tanto quanto os direitos de maioria do povo, incluindo a própria classe média. A "indignação" passou quando os grupos que apoiam chegaram ao poder por vias tortas (golpe via Congresso apoiado pela mídia oligopolizada).
Cadê todo aquele urro (pseudo-indignação) contra eventos no país? Desapareceu? "Urro seletivo"? rs
Estão vendo que cedo ou tarde a máscara política "apartidária" de vocês cairia por terra, uma a uma? É sempre uma questão de tempo, a verdade sempre aparece das ruínas provocadas por vocês (entreguistas). Na Argentina (e em alguns países vizinhos) chamam os entreguistas (do verbo "entregar", "dar") de "vendepátria", ou traidores, como queiram. É até um rótulo mais ilustrativo e certeiro. Ressalto isso pois tem muita publicação de esquerda (tosca) no país que copiam esses termos dos países vizinhos sem dizer de onde tiraram (chega a ser irritante, repetem o erro de forma pedante e nem curiosidade de olhar se a expressão é correta olham), como é o caso da expressão "EEUU" pra Estados Unidos, grafia inexistente na língua portuguesa (é uma grafia do castelhano).
Na época saíram mais dois vídeos, um sobre a Ucrânia e outro na Venezuela, com teor parecido (garotas com boa feição denunciando o "caos" desses países chamando o povo pra se rebelar e ir pra rua), similaridades, porque esses ataques "padrão" coincidentes nunca surgem do nada, um dia se descobrirá toda a 'palhaçada' por detrás disso, como hoje se sabe da participação do governo dos EUA no golpe de 1964 em detalhes. Fica o recado aos golpistas que começaram a palhaçada ainda em 2013 como o vídeo acima: não se iludam, vocês serão marcados pra sempre como golpistas, irão carregar essa cruz pra sempre, principalmente quando a ficha cair pra maioria da população (uma hora sempre cai).
O que disse acima também vale pros que disseram que são "isentões", o pessoal que diz estar "em cima do muro" (cuidado que o muro cai com vocês juntos, rs), com um bla bla bla insustentável sobre essa postura, mas que sempre tem um discurso que favorece os golpistas e o golpe. Vocês não são "isentões", são golpistas enrustidos, ou na melhor das hipóteses: covardes. Não há como se "isentar" no atual contexto, isso é, sobretudo, covardia (e tem seu preço histórico). Não pensem que por se declarar "isentos" que todo este processo que vocês deixaram ocorrer (por covardia) não irá sobrar pra vocês, pois vai.
Ao povo de fora que lê o blog, peço pra não confundir essas questões dos posts com a "extrema-direita" na Europa e afins, os contextos históricos são bem distintos embora a crise global atinja a todos. Digo isso porque sempre que se põe o termo "nacional" no meio há um pessoal que generaliza tudo e conduz a discussão pra outro rumo (vejo isso com frequência na esquerda brasileira, mal sabem definir "fascismo" e chamam tudo de "fascismo", e o pior, ainda ficam com raiva quando alguém critica isso mostrando os erros). Questões como essa (de soberania) nunca foram totalmente resolvidas na América do Sul e resto da América Latina, e sempre foram um entrave à própria democratização da região. Embora a sensação ruim que passa na Europa seja causada pelos mesmos sintomas (austeridade, neoliberalismo, desmonte dos Estados nacionais), pela globalização que só beneficia uma minoria em detrimento do maioria, globalização neoliberal que nunca deu a mínima pra democracia em qualquer país embora diga que pregue a "liberdade" (corromperam até a palavra "liberdade"). O que se passa na América do Sul não é um fato isolado do que se passa na Europa, mas as forças envolvidas possuem conotações diferentes em ambos continentes.
Aos que estão fora, também pensem duas vezes (ou dez) antes de vir a esses jogos. Não digo isso obviamente por conta do "Zika vírus" ou pelo alarde de sempre sobre infraestrutura e violência no país, isso é algo que já se tornou previsível ou banal (esse tipo de publicação), lembram da histeria antes da Copa de 2014 e o que aconteceu? A única tragédia de fato foi aqueles 7x1 nas semifinais (mas pensando bem, por um lado foi lindo ver aqueles coxinhas sofrendo no estádio, rs) e sim pela gravidade do contexto político.
Boa parte da população não está dando a mínima pra esses jogos depois do golpe de estado dado, pode ser que mude um pouco de ânimo (mais por conta dos atletas) quando acontecer, mas dessa vez será diferente de 2014. Ninguém irá mudar de postura porque a mídia estrangeira quer ou acha que manda na população do país (no caso, acham que mandam na parte não aloprada e não-golpista da população, há um golpe aqui e isto é real, ninguém vai ignorar o que se passa por conta da porcaria de um evento).
Se o povo brasileiro não aprender com a farsa que é este golpe de 1916 (a tragédia foi em 1964), não aprende mais. Há mais nuances sobre o golpe, mas vou me ater a essas questões como as Olimpíadas e o porquê do logo do boicote, não prestarei continência pra golpista em Olimpíadas, que a direita neoliberal golpista do país enfiem essas Olimpíadas naquele lugar que eles gostam tanto. Se este golpe servir de lição didática pro povo aprender a não se deixar levar pela mídia oligopolizada do país, terá servido pra algo (há coisas ruins que vêm pro bem e ajudam a mudar a mentalidade de um povo, até uma desgraça pode servir pra algo).
Digo aos brasileiros que têm consciência da gravidade da situação que passamos que se levantem, demonstrem sua repulsa contra o golpe e deixem quaisquer diferenças de lado, não esperem que partidos, centrais e cia tomem a defesa do país, seria bom que participassem, mas na ausência disso o povo pode e deve politicamente se posicionar contra a tirania plutocrática que usurpou o poder do país, tem obrigação cívica disso.
Uma coisa que sempre achei absurdo é gente que se diz "indignada" com Holocausto apoiar coisas como essa, é um contrassenso fora do comum. E as pessoas que criticam o golpe, mesmo em campos opostos, deveriam refletir melhor esse apoio que dão ao tal "revisionismo" ("ouro de tolo") achando que estão fazendo uma "crítica política" com isso, essa questão do "revisionismo" se tornou algo menor no mundo (isso teve seu auge de exposição na década passada) e há coisas mais relevantes a serem discutidas, até porque muito "baluarte" "nacionalista" (entre aspas) que eram admirados por vocês, como o Bolsonaro, mostrou como são uma caricatura da direita brasileira (são neoliberais no fundo, capitães do mato do Império) sobre essas questões do pré-Sal, soberania etc. Essa caricatura olavética escarrada são um bando de entreguistas, cobrem-se com a bandeira do país pra mascarar a entrega do patrimônio do país a petroleiras estrangeiras e desmonte do Estado brasileiro.