O FBI (polícia federal americana) ajudou a custear a viagem ao Brasil de um homem nascido em Nova Jersey que serviu como isca para atrair grupos extremistas brasileiros contrários aos Estados Unidos. As informações são do jornal “Folha de S.Paulo”.
Harold Turner, hoje com 47 anos, é radialista e blogueiro radical de extrema direita. De acordo com o jornal, um documento do governo norte-americano revela que em 2005 ele viajou a Curitiba, no Paraná, e se apresentou como líder da National Alliance, um dos maiores grupos americanos de supremacistas brancos.
Ainda de acordo com a reportagem, o documento mostra que Ali se encontrou com um simpatizante brasileiro, com quem teria discutido doação de US$ 1 milhão à causa americana, e com um representante da Sociedade Árabe Brasileira. Segundo o jornal, este homem seria o sírio naturalizado brasileiro Mouthi Ibrahum.
O caso veio à tona depois que Turner foi preso, em junho, por postar comentário em um blog pedindo a morte de juízes que mantiveram a restrição de armas na cidade americana de Chicago. Em sua defesa, ele alegou que estava apenas fazendo seu trabalho para o FBI ao incitar radicais a se mostrarem.
Os advogados de Turner e o FBI não comentaram o caso. Mouthi Ibrahim negou ter feito ofertas de dinheiro a Turner e disse nunca ter sabido que o americano era informante do FBI.
Fonte: IG São Paulo
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2009/12/13/fbi+mandou+isca+ao+brasil+para+mapear+extremistas+diz+jornal+9232125.html
Matéria na AP:
Report: FBI paid controversial NJ blogger for help
http://www.google.com/hostednews/ap/article/ALeqM5jzBi0fWBvJIDUVijJgw7oQJRMYrQD9C9G98O0
Link in english: (http://usatoday30.usatoday.com/news/washington/2009-11-29-blogger-fbi-terrorism_N.htm)
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domingo, 13 de dezembro de 2009
sábado, 14 de junho de 2008
Antropologia - neonazismo usa internet para propagar seus ideais
A intolerância e o ódio racial encontraram um potente meio para se propagar: a internet.
Uma pesquisa aponta o crescimento rápido de páginas virtuais destinadas à disseminação do racismo e do ideário de superioridade da ´raça ariana´: em 2002 elas eram cerca de 8 mil e em 2007 já totalizavam 12,6 mil. O estudo procurou identificar quem são os neonazistas, em que portais se encontram, como operam na internet e quais são os discursos que usam para validar suas visões.
A antropóloga Ana Dias, autora da pesquisa, afirma que um dos maiores desafios foi driblar os mecanismos que dificultam a identificação imediata do conteúdo das páginas racistas. Segundo ela, em geral, essas páginas são muito densas tanto em hipertextualidade quanto em multimídias (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes), dificultando sua localização por mecanismos de busca.
Os dados mostram que há, no Brasil, mais de 150 mil simpatizantes de movimentos neonazistas, racistas e revisionistas, sendo que cerca de 100 mil são ativistas.
- Não são adolescentes que se juntam a um movimento por diversão. Trata-se de um grupo de pessoas que acredita em suas idéias e está disposto a pô-las em prática.
Discursos distorcidos
Segundo Dias, há dois discursos que sustentam as idéias desses grupos: o genômico, que se baseia na premissa de que a ´raça ariana´ possui genes superiores e foi escolhida por Deus para promover o desenvolvimento da raça humana; e o discurso mitológico, que cria mitos e se apropria de outros para construir o ideário ariano.
Um dos mitos mais fortes é o do sangue ariano, que seria responsável pela conexão transcendental existente entre os arianos. Para esse grupo, se esse sangue permanecer puro, ou seja, se não houver mistura de raças, a raça ariana evoluirá e se tornará eterna.
A pesquisadora cita exemplos como o da página norte-americana National Alliance, na qual está expressa a preocupação de seus integrantes com a formação de líderes que sejam capazes de lutar pelos ´direitos´ dos brancos. Já na página do grupo brasileiro Valhalla88 aparecem o ódio ao negro e ao judeu e a recusa a mistura inter-racial.
Graças à denuncia feita pela antropóloga e por outros internautas ao Ministério Público, essa página foi retirada do ar.
Fonte: Jornal do Brasil(clipping do site da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão/Procuradoria Geral da República)
http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/clipping/marco/antropologia-neonazismo-usa-internet-para-propagar-seus-ideais/
Uma pesquisa aponta o crescimento rápido de páginas virtuais destinadas à disseminação do racismo e do ideário de superioridade da ´raça ariana´: em 2002 elas eram cerca de 8 mil e em 2007 já totalizavam 12,6 mil. O estudo procurou identificar quem são os neonazistas, em que portais se encontram, como operam na internet e quais são os discursos que usam para validar suas visões.
A antropóloga Ana Dias, autora da pesquisa, afirma que um dos maiores desafios foi driblar os mecanismos que dificultam a identificação imediata do conteúdo das páginas racistas. Segundo ela, em geral, essas páginas são muito densas tanto em hipertextualidade quanto em multimídias (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes), dificultando sua localização por mecanismos de busca.
Os dados mostram que há, no Brasil, mais de 150 mil simpatizantes de movimentos neonazistas, racistas e revisionistas, sendo que cerca de 100 mil são ativistas.
- Não são adolescentes que se juntam a um movimento por diversão. Trata-se de um grupo de pessoas que acredita em suas idéias e está disposto a pô-las em prática.
Discursos distorcidos
Segundo Dias, há dois discursos que sustentam as idéias desses grupos: o genômico, que se baseia na premissa de que a ´raça ariana´ possui genes superiores e foi escolhida por Deus para promover o desenvolvimento da raça humana; e o discurso mitológico, que cria mitos e se apropria de outros para construir o ideário ariano.
Um dos mitos mais fortes é o do sangue ariano, que seria responsável pela conexão transcendental existente entre os arianos. Para esse grupo, se esse sangue permanecer puro, ou seja, se não houver mistura de raças, a raça ariana evoluirá e se tornará eterna.
A pesquisadora cita exemplos como o da página norte-americana National Alliance, na qual está expressa a preocupação de seus integrantes com a formação de líderes que sejam capazes de lutar pelos ´direitos´ dos brancos. Já na página do grupo brasileiro Valhalla88 aparecem o ódio ao negro e ao judeu e a recusa a mistura inter-racial.
Graças à denuncia feita pela antropóloga e por outros internautas ao Ministério Público, essa página foi retirada do ar.
Fonte: Jornal do Brasil(clipping do site da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão/Procuradoria Geral da República)
http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/clipping/marco/antropologia-neonazismo-usa-internet-para-propagar-seus-ideais/
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Valhalla88
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Intolerância virtual - Racismo e neonazismo na rede
Pesquisa aponta crescimento do número de páginas com temática neonazista na internet
(Valhalla88): Uma das 12,6 mil páginas da internet com temática neonazista, racista ou revisionista identificadas pela equipe da Unicamp. A página, denunciada e retirada do ar, hoje apresenta conteúdo anti-nazista.
Nos últimos anos, cresceu o número de páginas na internet, blogs e chats destinados à exaltação da superioridade da ‘raça’ ariana e à disseminação do ódio a outras etnias e grupos sociais, como homossexuais e judeus. Uma análise detalhada do discurso ideológico presente em páginas virtuais neonazistas, feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra como elas conseguem conquistar cada vez mais simpatizantes.
O estudo, fruto da tese de mestrado da antropóloga Adriana Dias no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, identificou quem são os neonazistas na internet, como eles operam na rede e em que páginas se encontram. Segundo a pesquisadora, há na internet mais de doze mil páginas e aproximadamente 200 comunidades no Orkut (uma página virtual de relacionamentos) associadas a temáticas racistas, neonazistas e revisionistas (que negam a existência do holocausto na Segunda Guerra Mundial).
Para a pesquisa, Dias selecionou as páginas virtuais mais acessadas, com maior visibilidade e que estão disponíveis em inglês, português e espanhol. Segundo ela, um dos maiores desafios foi driblar as estratégias usadas para dificultar a identificação imediata do conteúdo.
“Os sites racistas são em geral muito densos, tanto em hipertextualidade (há páginas com mais de 500 links), como no uso de multimídia (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes). Há muito mais links internos do que externos, o que dificulta a localização de grande parte do conteúdo, geralmente de caráter mais agressivo, por meio de motores de busca”, explica Dias. Para superar esse obstáculo, ela usou em sua pesquisa uma ferramenta de análise de tráfego que permite identificar links mais internos e páginas de difícil acesso.
Rede de articulação
O aumento significativo no número de páginas virtuais neonazistas mostra que a internet é uma das grandes facilitadoras da comunicação e articulação entre os diversos grupos ou ativistas de movimentos desse tipo. Ela possibilita a formação de uma rede de apoio entre eles e ainda confere o anonimato necessário para que seus integrantes e suas ações não sejam identificados. Segundo Dias, além de irradiar idéias racistas, neonazistas e revisionistas, a internet faz com que a cada dia esses movimentos conquistem mais adeptos, principalmente entre os jovens.
A pesquisadora ressalta que esses grupos constroem ou se apropriam de discursos para validar suas visões e suas ações. Um deles é o discurso genômico, que afirma que os indivíduos pertencentes à ‘raça ariana’ possuem genes superiores e foram escolhidos por Deus para promover o desenvolvimento da humanidade e hierarquizar o mundo.
(National Alliance): A página norte-americana National Alliance, que se preocupa com a atuação política na luta pelos ‘direitos brancos’, exibe a imagem do deus nórdico Thor, mito apropriado pelo movimento nazista para legitimar a 'raça' ariana.
Em outra vertente, há o discurso mitológico, que se apropria de mitos já existentes, como o de Thor (deus da mitologia germânica), o da suástica e o da runa algiz (letra do alfabeto nórdico), e cria outros, como o do sangue ariano, para dar força à ideologia nazista. “O deus nórdico Thor é apontado como o responsável pela legitimação da 'raça ariana', a suástica é usada como símbolo da identidade ariana e da pureza racial e a runa algiz é utilizada para a proteção da família”, explica Dias.
Segundo a antropóloga, no mito do sangue ariano estaria a chave para compreender os mitos criados para defender a superioridade biológica, psíquica, cultural e espiritual da ‘raça’ ariana sobre outros povos. É ainda esse mito do sangue o responsável pela suposta conexão transcendental entre os membros da ‘raça’ ariana, que os faz desprezar o conceito de nação. “Para eles, a raça é a nação.”
A análise evidenciou as diferentes abordagens existentes entre os grupos neonazistas. Uma das mais correntes é a de que a raça ariana estaria ameaçada pela mistura racial. “Esses grupos têm uma ideologia de ódio ao outro, ao não ariano, principalmente a negros e judeus. O discurso adquire um tom religioso e messiânico, em que a raça ariana precisa ser preservada a todo custo”, afirma Dias.
Após o estudo, muitas páginas virtuais de conteúdo neonazista foram denunciadas e até retiradas do ar. A antropóloga alerta que a única forma de combater a formação do pensamento racista e discriminatório é a construção de uma educação conscientizadora que desmitifique o conceito de raça e pregue a solidariedade entre os povos.
Rachel Rimas
Fonte: Ciência Hoje On-line(08/01/2008)
http://cienciahoje.uol.com.br/109282
(Valhalla88): Uma das 12,6 mil páginas da internet com temática neonazista, racista ou revisionista identificadas pela equipe da Unicamp. A página, denunciada e retirada do ar, hoje apresenta conteúdo anti-nazista.
Nos últimos anos, cresceu o número de páginas na internet, blogs e chats destinados à exaltação da superioridade da ‘raça’ ariana e à disseminação do ódio a outras etnias e grupos sociais, como homossexuais e judeus. Uma análise detalhada do discurso ideológico presente em páginas virtuais neonazistas, feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra como elas conseguem conquistar cada vez mais simpatizantes.
O estudo, fruto da tese de mestrado da antropóloga Adriana Dias no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, identificou quem são os neonazistas na internet, como eles operam na rede e em que páginas se encontram. Segundo a pesquisadora, há na internet mais de doze mil páginas e aproximadamente 200 comunidades no Orkut (uma página virtual de relacionamentos) associadas a temáticas racistas, neonazistas e revisionistas (que negam a existência do holocausto na Segunda Guerra Mundial).
Para a pesquisa, Dias selecionou as páginas virtuais mais acessadas, com maior visibilidade e que estão disponíveis em inglês, português e espanhol. Segundo ela, um dos maiores desafios foi driblar as estratégias usadas para dificultar a identificação imediata do conteúdo.
“Os sites racistas são em geral muito densos, tanto em hipertextualidade (há páginas com mais de 500 links), como no uso de multimídia (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes). Há muito mais links internos do que externos, o que dificulta a localização de grande parte do conteúdo, geralmente de caráter mais agressivo, por meio de motores de busca”, explica Dias. Para superar esse obstáculo, ela usou em sua pesquisa uma ferramenta de análise de tráfego que permite identificar links mais internos e páginas de difícil acesso.
Rede de articulação
O aumento significativo no número de páginas virtuais neonazistas mostra que a internet é uma das grandes facilitadoras da comunicação e articulação entre os diversos grupos ou ativistas de movimentos desse tipo. Ela possibilita a formação de uma rede de apoio entre eles e ainda confere o anonimato necessário para que seus integrantes e suas ações não sejam identificados. Segundo Dias, além de irradiar idéias racistas, neonazistas e revisionistas, a internet faz com que a cada dia esses movimentos conquistem mais adeptos, principalmente entre os jovens.
A pesquisadora ressalta que esses grupos constroem ou se apropriam de discursos para validar suas visões e suas ações. Um deles é o discurso genômico, que afirma que os indivíduos pertencentes à ‘raça ariana’ possuem genes superiores e foram escolhidos por Deus para promover o desenvolvimento da humanidade e hierarquizar o mundo.
(National Alliance): A página norte-americana National Alliance, que se preocupa com a atuação política na luta pelos ‘direitos brancos’, exibe a imagem do deus nórdico Thor, mito apropriado pelo movimento nazista para legitimar a 'raça' ariana.
Em outra vertente, há o discurso mitológico, que se apropria de mitos já existentes, como o de Thor (deus da mitologia germânica), o da suástica e o da runa algiz (letra do alfabeto nórdico), e cria outros, como o do sangue ariano, para dar força à ideologia nazista. “O deus nórdico Thor é apontado como o responsável pela legitimação da 'raça ariana', a suástica é usada como símbolo da identidade ariana e da pureza racial e a runa algiz é utilizada para a proteção da família”, explica Dias.
Segundo a antropóloga, no mito do sangue ariano estaria a chave para compreender os mitos criados para defender a superioridade biológica, psíquica, cultural e espiritual da ‘raça’ ariana sobre outros povos. É ainda esse mito do sangue o responsável pela suposta conexão transcendental entre os membros da ‘raça’ ariana, que os faz desprezar o conceito de nação. “Para eles, a raça é a nação.”
A análise evidenciou as diferentes abordagens existentes entre os grupos neonazistas. Uma das mais correntes é a de que a raça ariana estaria ameaçada pela mistura racial. “Esses grupos têm uma ideologia de ódio ao outro, ao não ariano, principalmente a negros e judeus. O discurso adquire um tom religioso e messiânico, em que a raça ariana precisa ser preservada a todo custo”, afirma Dias.
Após o estudo, muitas páginas virtuais de conteúdo neonazista foram denunciadas e até retiradas do ar. A antropóloga alerta que a única forma de combater a formação do pensamento racista e discriminatório é a construção de uma educação conscientizadora que desmitifique o conceito de raça e pregue a solidariedade entre os povos.
Rachel Rimas
Fonte: Ciência Hoje On-line(08/01/2008)
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