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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Carnaval-Manicômio: O desfile da extrema-direita - viúva de 1964 - nas supostas marchas "contra a corrupção" (O que virou o "vem pra rua" despolitizado de 2013)

Era pra este post ter saído no dia 17, mas essas marchas de teor de extrema-direita se tornaram tão repetitivas que o próprio povo já está se dando da roubada que estavam apoiando ou fazendo vista grossa. Era pra ter saído mas mal havia sido feito, essas marchas são sempre a mesma coisa, o mesmo vazio, ignorância e vergonha alheia garantida. Gente sem pauta política séria, dispersa, com camisa da CBF viraram zombaria. Só falta colocar o 7x1 no escudo da CBF que esse pessoal apoia pra completar a "piada" não intencional que produziram.

Quero registrar também a cobertura porca da mídia estrangeira que, tirando a mídia dos EUA, a mídia da Europa evita chamar a coisa pelo nome, de que o grosso desses protestos foi puxado pela extrema-direita, quando sabem noticiar quando a extrema-direita na Europa apronta alguma ou mesmo quando a extrema-direita nos EUA também faz alguma coisa. Que dois pesos e duas medidas é esse? Estão achando que ninguém fora notou o extremismo dessas marchas com a internet mostrando o que a mídia brasileira evitou citar?

Voltando ao primeiro parágrafo, refiro-me à marcha do dia 16 último, num domingo, com mais outro espetáculo de viúvas da ditadura de 1964 comandando a "orquestra", principalmente na Avenida Paulista. Digo Av. Paulista pois o epicentro da coisa, desde o princípio, ocorre em São Paulo capital, com ajuda dos meios de comunicação do país que, a menos que o povo seja totalmente tolo, já percebeu o nível de "partidarismo" que os mesmos fazem sobre episódios como corrupção, Petrobras, política econômica etc.

Acho que a melhor frase que resume esta última marcha foi uma que saiu nesta faixa com os dizeres que definem a troça desde o começo:
"Somos milhões de Cunhas".
Faixas da "marcha" do último dia 16 de Agosto.
"Somos milhões de Cunhas"
Se vergonha alheia não foi suficiente, até cartaz de "Volta Sarney!" teve, e de "Intervenção Constitucional" também. Cretinice a dar de rodo.

O nome disso deveria se chamar de "Abriram a porta do manicômio de 1964". Isso é um verdadeiro manicômio em praça pública com uma emissora de TV transmitindo ao vivo como se fosse desfile de escola de samba.

O que se passa na cabeça desses seres? Só podem ter comido esterco, não dá pra moderar o tom.

A quem for de fora do Brasil e ler este blog, o Cunha da faixa (que não é o Leo, rs) se refere ao Presidente da Câmara de Deputados do país, o terceiro na linha de sucessão presidencial (conforme à Constituição do país) que responde por 23 processos (contando o último abaixo) e o último sendo este aqui na Operação Lava Jato que envolve a Petrobras:
Janot denuncia Eduardo Cunha no STF por recebimento de propina de US$ 5 milhões

Se alguém quer ver o grau de insanidade da coisa, os vídeos coletados com esses extremistas dão uma dimensão maior da desgraça que foi:


"Tentar eliminar o comunismo da face da terra", "Pinochet foi um cara que ajudou a salvar o Chile da escravidão".

Assistam o vídeo acima. Manicômio. Bolsa leitura e psiquiatra pra esse pessoal. Vamos erradicar a estupidez do Brasil.

O vil populacho ou o Populacho medonho (é como chamo esse pessoal obtuso) quando sai à rua pra "melhorar o país", piora o mesmo, sempre. (Fui eu que "cunhei" o termo, olha aí o "Cunha" de novo, hahaha).

Como essa campanha nojenta e inconsequente, a tal "crise política", puxada pela mídia e por grupos de direita/extrema-direita, já começou a afetar seriamente a economia e quando a coisa começa a bater no bolso da elite (propriamente dita, a classe dominante), ela não costuma atear fogo em dinheiro, eles pisaram no freio e tiraram o time de campo, pelo menos no momento, deixando esses grupos radicais, de cariz "liberal", sozinhos e sem articulação ou lideranças capazes de organizar algum discurso coerente exceto a cretinice de pedir Impeachment de presidente porque não aceitam a derrota da última eleição, pois já vinham pedindo isso ainda em 2014 após a eleição, o que tornam essas marchas ilegítimas e claramente houve manipulação grosseira da mídia com o episódio.

Não à toa que a credibilidade da mídia brasileira afunda e a audiência de TVs, publicações etc despencam, resultado deste comportamento inconsequente que está levando à quebradeira a própria mídia partidarizada com discurso radical e obtuso.

"Ah, então você é a favor de roubalheira"? A resposta é: não.

O que não sou, nem nunca fui, é "Maria vai com as outras" ou parte de "manada" que se deixa conduzir por emoção barata e ignorância (pois a maioria que participa desses "protestos" não lê coisa alguma a não ser assistir mídia viciada e partidarizada ao extremo) por um bando de imbecis mal intencionados, que tiram foto com um cidadão desses de forma cínica (o que tem 23 processos):

"Somos milhões de Cunhas"
Pois já não escondem o partidarismo por detrás do discurso "moralista", "higienizador" sobre corrupção que a extrema-direita brasileira sempre saca da manga quando quer desestabilizar o país, uma vez que nunca se importaram (e não se importam) com corrupção de partidos de direita, tanto que a maioria está solta até hoje, com blindagem da mídia. É só ver a foto acima "Um Brasil livre da corrupção" (última frase da faixa) com uma pessoa que responde por 23 processos por corrupção (ou a maior parte deles).

Nem se escrevessem uma peça de ficção alguém conseguiria fazer uma bizarrice, um quadro surreal como essa extrema-direita/direita brasileira faz.

Quem quer combater isso primeiramente deve reforçar e dá aval às instituições do país e não a joguetes oportunistas de grupos mal intencionados que "surfam" na própria onda "apocalíptica" que criaram, ou a devaneios de achar que se tirar presidente (por não entenderem o que é uma Democracia, se não sabem deveriam procurar o dicionário e ler o significado mais primário disso) "tudo se resolve e ponto". E sinceramente, eu não consigo acreditar que alguém minimamente inteligente acredite nessa baboseira.

É preciso ter "muita fé" (no pior sentido do termo, ser crédulo e estúpido) pra achar que problemas históricos e estruturais do país se resolvem por "passe de mágica" ou por grupos obscuros que apareceram do nada se apresentando como "salvação" sem consistência política alguma, reforçando os retrocessos que o Congresso Nacional vem cometendo este ano devido ao perfil político débil que saiu do pleito de 2014.

Quando um povo quer resolver as coisas a base de irracionalidade e impulso, dá nisso.

Que o povo "foi na onda" e participou da primeira "micareta" (carnaval fora de época) em 15 de março, dá pra entender, era "novidade" (apesar de muita gente ter alertado sobre o que era e quem conduzia isso), mas participar disso agora sabendo quem são os grupos que puxam o coro, é dar aval a golpistas e extremistas, pois esses grupos são os mesmos de 1964, ninguém se iluda com o perfil político autoritário e antidemocrático desses grupos como MBL, TFP e cia. Quem quiser ler mais sobre, tem até documentário sobre os financiadores estrangeiros dessas porcarias:
Irmãos Koch, magnatas do petróleo e financiadores da extrema-direita nos EUA, inspiram os “meninos do golpe” no Brasil

Até um sarcófago como a TFP (Tradição, Família e Propriedade) os caras tiraram do esgoto ou lodaçal da História pra essas marchas na rua, é surreal o que fizeram. Quem quiser ler mais sobre:
Extrema direita universitária se alia a skinheads
A extrema-direita no Brasil

Mas como disse acima, o endosso a essa micareta da Avenida Paulista, nos demais estados do país, foi pífio, exceto pelo "excesso de cobertura" que a mídia deu, com destaque à emissora que cresceu na ditadura de 64, a Rede Globo, que agora caiu também em desgraça com os radicais de direita abandonados por ela, vulgo "coxinhas". Foi dar corda demais pra irracionalidade achando que controla a coisa, perdeu o controle sobre os monstrinhos que criaram. A quem for de fora e estiver lendo o texto, o termo "coxinha", que é um salgado brasileiro (comida) passou a ser usado para denominar indivíduos reacionários ou de extrema-direita, que geralmente manifestam também o famoso complexo de vira-latas, ou seja, "nada no Brasil presta e vamos destruir tudo porque não valemos nada".

Pralém da gozação ou pilhéria, a questão do "complexo de vira-latas" é um assunto sério e que deveria ser combatido e tratado no país de forma mais dura, sem achar que é algo banal pois não é. A Alemanha caiu no nazismo fruto de um complexo de derrota ou inferioridade dando margem a surgir um "Messias" ou "salvador da Pátria" pra "por a coisa no lugar", e deu no que deu (ninguém precisa citar o resultado final da segunda guerra com a Alemanha destruída e a derrota do nazismo). Tá na hora do brasileiro, principalmente aqueles mais expostos a esta campanha midiática em alguns estados, refletirem sobre a besteira que andaram fazendo e discutir política com mais racionalidade e sem esse "emocionalismo" infantil ridículo e raivoso com que vêm tratando a coisa reduzindo a discussão política do país a "briga de torcida" de futebol de quinta categoria.

Se o nível de discussão política do país é baixo a culpa é de quem fica repetindo esse comportamento irracional dos vídeos, comportamento primitivo e ridículo (caricato), e quem se omite com isso também, tira o corpo fora achando que não vai sobrar se fizer isso, mas vai. Já que a coisa arrefeceu (aparentemente), tá na hora do pessoal mais moderado, que "foi na onda" momentaneamente, refletir e puxar a razão pra junto da coisa, pois esses grupos "salvadores da pátria" como MBL e cia só se proliferam em cima de comportamento irracional e puramente emocional, eles só possuem essa retórica com fanfarronice e não saem disso, são bucha de canhão da elite do país.

Se o povo quer reivindicar coisas justas, soluções, há formas de fazer isso independente desses bandos oportunistas que recebem holofotes da Globo e afins. O discurso racional, civilizado, sério, tem força, esse discurso rocambolesco e caricato desses bandos cairá sempre no vazio, na desgraça e na caricatura que representam como viúvas da ditadura que são.

P.S. eu vou revisar e completar este post, vou lançar assim mesmo pois não conseguia começar o post (já mostraram tanto essa porcaria que a coisa chega a um ponto que satura, mas eu acho a cobertura que alguns blogs políticos fazem disso bem dispersa, por isso prefiro eu mesmo emitir meu ponto do que deixar que terceiros "falem por mim" quando eu posso compilar a coisa).

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Diário de um desesperado: os nazis e os anabatistas de Münster (Fanatismo religioso e nazismo)

Publicado em 29 março, 2013

"Eu, entretanto, enquanto trabalho no meu livro sobre os anabatistas de Münster, leio com profundo estremecimento os relatos medievais referentes a esta heresia autenticamente alemã, que foi en todos y cada uno de seus elementos, inclusive nos mais ridículos detalhes, predecessora do que agora estamos vivendo. A semelhança da atual Alemanha, aquela cidade Estado de Münster se separou por inteiro do mundo civilizado e, como a Alemanha nazi, apontou-se um sucesso atrás do outro durante um longo tempo até parecer invencível, para no final desabar num momento em que tudo era inesperado, e por assim dizer, virar uma bagatela...

Como agora, então também o grande profeta era um bagulho, um bastardo concebido nas valas da rua; como agora, toda resistência se rende ante ele, de forma incompreensível para um mundo assombrado; como agora (há pouco tempo em Berchtesganden, mulheres extasiadas tragaram os seixos os quais acabavam de ser pisados por nosso capitão de contrabandistas!)… como agora, mulheres histéricas, professores de escola estigmatizados, padres zangados, alcaguetes exitosos e outsiders de todas as profissões são os principais pilares do regime.

As similitudes se acumulam de tal modo que tive que as reprimir para não arriscar ainda mais a razão. Como em Münster, agora uma fina túnica de ideologia envolve um núcleo de lascívia, cobiça, sadismo e desejos abismais de ser alguém, e a quem duvidar da nova doutrina ou a ouse criticá-la, vai acabar nas mãos do carrasco. Do mesmo modo que o senhor Hitler no golpe contra Röhm, esse Bockelson agiu em Münster: como carrasco do Estado; como agora, a legislação espartana à qual se submeteu a vida da mísera plebe não regia, evidentemente, nem ele e nem seu bando de gângsteres. Como agora, Bockelson também se rodeou de seus capangas, invulneráveis a todo atentado; e como agora, houve manifestações de ruas e "doações voluntárias" cujo rechaço foi castigado com a proscrição; como agora, narcotizou-se a massa com festas populares e se ergueram construções inúteis para que o homem da rua não tivesse um instante de reflexão.

Igual a Alemanha nazi, Münster também enviou seus quintas-colunas e seus profetas para rastrearem os Estados circundantes, e o ministro de Propaganda de Münster, Dusentschnur, era coxo, igual ao seu grande colega Goebbels, é uma piada que a História Universal gastou quatrocentos anos de antecedência: um fato que eu, familiarizado com a sede de vingança do nosso embusteiro do Reich, ocultei prudentemente em meu livro. Sobre os cimentos da mentira, no ponto de inflexão entre o gótico e a Idade Moderna, alça-se durante um curto período um Estado de bandidos que ameaça a todo o mundo antigo, inclusive o Imperador, os estamentos e a todos os velhos vínculos, e que no fundo não possuem mais que o objetivo de saciar a ânsia de poder de uns quatro bandoleiros; aquilo que falta à gente compartilhar o destino dos habitantes de Münster em 1534 - ter que comer seus próprios excrementos na cidade sitiada, e finalmente e inclusive seus próprios filhos, postos antecipadamente em salmoura- ainda poderia cair sobre nós, o mesmo que ocorreu um dia com o inevitável fim de Bockelson e Knipperdollink acontecerá com Hitler e seus seguidores."

Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2013/03/29/diario-de-un-desesperado-los-nazis-y-los-anabaptistas-de-munster/
Trecho do livro (citado no blog): Diario de un desesperado, de Friedrich Beck (livro em inglês, Diary of a Man in Despair), editora Minúscula (Espanha), págs. 23-25.
Tradução: Roberto Lucena
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Observação: eu achei um texto sobre menonitas nazis em virtude de um livro com o título de "Anabatistas e nazismo", antes mesmo de ler esse trecho citando esse assunto (anabatistas) nesse blog espanhol. Só que como não deu pra traduzir o outro texto, achei melhor colocar esse texto mais curto pra que menciona o assunto com um trecho do livro de Friedrich Beck, que relaciona um fato religioso da Alemanha que teve impacto direto no nazismo (a questão tratada é o fanatismo levado as últimas consequências), uma certa postura fanática e bandoleira, assuntos que geram discussão até hoje (a questão religiosa da Alemanha e o nazismo, no caso, a participação dos diversos credos alemães no regime nazi, o grau de participação e a relevância de cada um).

O livro é esse: A History of the Münster Anabaptists: Inner Emigration and the Third Reich (editado por George von der Lippe, Viktoria Reck-Malleczewen).

Sobre esse assunto (religião no Terceiro Reich, link2), lembro que uma vez no Orkut uma pessoa contestou um percentual que eu havia citado (por ter lido no site do Museu do Holocausto, USHMM, inclusive a tradução do texto se encontra no link que coloquei no começo deste parágrafo) de que a maioria religiosa da Alemanha na época do nazismo era protestante e não católica (havia mais de 60% de protestantes e uns 40% ou menos de católicos), sendo que o maior apoio religioso dentro da Alemanha a Hitler e o nazismo foi do lado protestante. O que é curioso pois parte da cúpula nazista era católica e esta mesma cúpula e partido eram vistos com mais desconfiança por católicos alemães por terem uma visão mais rígida e tradicional da sociedade e da Igreja (a hierarquização com o Papa). O caso austríaco também é interessante (já citado aqui), houve um golpe de estado nazista contra os fascistas austríacos ou austrofascistas (que eram católicos, a Áustria era e ainda é um país germânico de maioria católica).

No geral, esse tipo de assunto provoca 'surtos' (de ira) em alguém mais 'fanático' ou "sensível ao extremo" (leia-se: intolerante) quando é citado o assunto religião, só que não se deve misturar crença pessoal com História (ciência e fatos históricos), ou pelo menos as pessoas não deveriam fazer isso (mas fazem). O que é óbvio pra muita gente, prum fanático religioso é algo que parece uma tortura, "abismo" ou precipício.

O fato é que não irei me policiar ou omitir o assunto porque por ventura isto desagrada a A, B ou C. Quem não tem condição emocional de ler esse tipo de assunto é só passar longe, ninguém é forçado a ler nada e lê porque quer. Quem quiser verificar o assunto tem toda a web (e livros) pra fazê-lo. Comento isto porque alguns fanáticos religiosos vinham tentar abafar discussão sobre o assunto no Orkut (não eram poucos) e sinceramente, não tenho mais a menor paciência pra tolerar esse tipo de chantagem psicológica repulsiva com viés autoritário.

E concluindo pra deixar registrado, eu achei uma fonte que cita o censo que traz esses números, mas o censo religioso desse ano (que não me recordo de memória) não se encontra na web, não sei por qual razão. Mas ele existe e é citado como fonte em um texto que achei há muito tempo, se eu conseguir encontrar esses links de novo até coloco aqui, portanto, ficarei devendo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quase 60% dos espanhóis são antissemitas

A crise faz disparar o ódio antijudaico na Espanha

58,4% dos espanhóis são antissemitas, muito acima da média europeia, segundo o Relatório sobre Antissemitismo de 2010
JUAN G. BEDOYA - Madrid - 30/03/2011

Cerimônia de consagração da Torá
na Sinagoga Maior de Barcelona, em
2006.- MARCEL.LI SAENZ MARTINEZ
"Não estão fazendo os deveres e a consequência é um perigoso crescimento do antissemitismo e do ódio racial na Espanha". Esta é a queixa da Federação de Comunidades Judaicas da Espanha e do Movimento contra a Intolerância. Um detalhado relatório apresentado hoje em Madrid não deixa lugar a dúvidas: a Espanha figura no topo da União Europeia em atos violentos e manifestações de ódio racial e de desprezo a judeus, com um incremento constante pela crise econômica.

Os resultados de uma pesquisa encarregada no outono passado pelo Ministério de Assuntos Exteriores e Cooperação não deixam dúvidas: 58,4% da população espanhola opina que "os judeus têm muito poder porque controlam a economia e os meios de comunicação", e mais de um terço (34,6%) têm uma opinião desfavorável ou totalmente desfavorável dessa comunidade religiosa, que na Espanha somam apenas 40.000 pessoas. O estudo foi realizado com 1.012 entrevistas entre cidadãos maiores de 15 anos.

Estes dados do entitulado Relatório sobre Antissemitismo na Espanha em 2010 avalizam outros de uma pesquisa oficial entre escolares realizada há um quinquênio, segundo a qual mais da metade dos estudantes não queriam ter um garoto judeu como companheiro de carteira escolar, em que pese não poder reconhecê-lo fisicamente.

Curiosamente, é a extrema-direita a que menos rechaço tem pelas comunidades judaicas (uns 34%), frente a 37,7% entre pessoas que se declaram de centro-esquerda. "Se esses dados estão corretos, a Espanha seria um caso único na Europa, e o país tem um verdadeiro problema", destacou o presidente da Federação de Comunidades Judaicas da Espanha (FCJE), Jacobo Israel Garzón.

O responsável pelo Movimento contra a Intolerância, Esteban Ibarra, sublinhou a seu lado esta percepção, com uma queixa severa ante o Governo, por não haver executado o compromisso de reformar o Código Penal para punir a incitação e apologia do ódio racial ou antissemita em suas diversas manifestações. O mandato da Comissão Europeia para reformar o artigo 510 do Código Penal que se refere a esses temas concluiu em 28 de novembro passado, sem a Espanha tê-lo cumprido.

Há outros dados chamativos neste Relatório sobre o Antissemitismo, o segundo que se realiza na Espanha. Por exemplo, a extrema-direita tem uma opinião menos desfavorável dos judeus (34%) que a centro-esquerda (37,7%), e a simpatia ante os judeus na extrema-direita (4,9 numa escala de 0 a 10) é superior à média da população (4,6)".

A crise econômica tem agravado a situação, pelo suposto poder econômico que a pesquisa atribui aos judeus espanhóis em que pese significar apenas 1% da população total nacional. Dois terços (62,2%) dos 58,4% que opinam que dizem que "os judeus têm muito poder porque controlam a economia e os meios de comunicação", são universitários. A percentagem sobe até os 70% entre os que afirmam "ter interesse por política". Quer dizer, "os mais antissemitas são supostamente os mais qualificados e informados", lamenta Jacobo Israel.

Entre os que reconhecem ter "antipatia com os judeus", só uns 17% disse que isto se deve ao chamado "conflito do Oriente Médio". "Não podemos associar o ódio aos judeus com o Estado de Israel ou suas políticas", sublinhou o presidente da FCJE. Não procede assim que os meios de comunicação, onde o auge do antissemitismo se dá em função desse conflito.

Outro conjunto de motivos alegados pelos pesquisados (com uma soma de 29,6%), tem a ver com "a religião", "os costumes", "sua forma de ser" etc. A estes se somam outros como "antipatia em geral", ou às percepções relacionadas "com o poder". Outros 17% dizem ter antipatia a judeus ainda sem saber os motivos."

Os insultos através da Internet, as pichações em sinagogas, a banalização do Holocausto ou frequentes concertos racistas são alguns dos problemas que se contemplam no relatório, elaborado por um Observatório de Antissemitismo que apenas tem três anos. Seu objetivo é centralizar, catalogar e analizar os incidentes de caráter antissemita, identificando seus promotores e fomentar a reflexão através da análise e de publicações.

"A infecção neonazi é crescente e em sua maioria é antissemita. Não se pode separar a luta contra o nazismo da luta contra o antissemitismo", sublinha Esteban Ibarra. O relatório documentou 4.000 casos de incidentes de ódio antirreligioso e violência xenófoba, entre os que estão incluídos os atos de antissemitismo. Por exemplo, existem mais de 400 websites de caráter xenófobo e antissemita.

Fonte: El País(Espanha)
http://www.elpais.com/articulo/sociedad/crisis/dispara/odio/antijudio/Espana/elpepusoc/20110330elpepusoc_12/Tes
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Los judíos españoles denuncian un aumento del antisemitismo (Xornal.com, Galícia)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Skinheads suspeitos de matar menor de idade no Rio

São Gonçalo: Polícia procura quarto suspeito de matar adolescente

A Polícia Civil está à procura de uma quarta pessoa suspeita de envolvimento na morte do Estudante o jovem Alexandre Thomé Ivo Rajão, de 14 anos – encontrado com sinais de asfixia e espancamento, na manhã da última segunda-feira, em São Gonçalo. O titular da 72ª DP (Mutuá), Geraldo Assed, pediu ainda a quebra do sigilo telefônico dos três jovens já presos. O objetivo é saber onde exatamente estavam os acusados na hora do crime. O eletricista Allan Siqueira de Freitas, de 22 anos e de seus amigos, o açougueiro André Luiz Mocarge, de 23, e do brigadista de incêndio Eric DeBruim, de 22, foram apresentados pela polícia, na manhã de ontem. Eles foram indiciados por homicídio qualificado e homofobia.

Familiares dos três acusados compareceram à delegacia, na manhã de quinta-feira e negaram qualquer envolvimento dos jovens com o crime.

O tio de André, Jorge da Cruz, de 54 anos, contou que seu sobrinho havia chegado em casa por volta das 20h30m do último domingo e não saiu mais.

— Ele chegou depois do jogo Brasil e Costa do Marfim, contou que houve uma confusão e que por isso veio para casa. Ele estava usando o MSN e depois dormiu. Pela manhã, foi preso. Ele não tem nada a ver com esse crime — desabafou.

Já a advogada de Allan, Kelli Vanessa, afirma que seu cliente não tem qualquer contato com grupos classificados como skinheads ou neonazistas. E que Allan também não está envolvido na morte do estudante. Ela disse que a denúncia que originou a prisão dos três jovens partiu de uma jovem com problemas psicológicos.

— Houve, sim, uma briga que envolveu a irmã do Allan e ele foi tomar satisfações. Não passou disso. Ele disse que simpatizou quando adolescente com a filosofia skinhead, mas que foi uma coisa de adolescente. Eu simpatizo com gays e não sou homossexual por causa disso — disse.

Segundo o delegado, apesar das investigações estarem em curso, estão bem adiantadas.

— Recebemos declarações de amigos da vítima de que esses rapazes pregam o ódio a homossexuais, mas ainda investigamos se realmente existe um grupo ou uma base de skinheads em São Gonçalo. Mas não temos dúvidas de que o motivo do crime foi homofobia. Um amigo da vítima foi agredido pelos três e Alexandre seguiu em sua defesa. Mais tarde, por volta da 1h da madrugada, o carro de Eric foi visto. Os amigos pediram para Alexandre não sair da casa já que viram um Corsa branco. Ele preferiu ir para casa e depois de passar pelo veículo, não foi mais visto, sendo encontrado somente na segunda-feira pela manhã em um terreno baldio — explicou o delegado.

Fonte: ExtraOnline
http://extra.globo.com/geral/casodepolicia/posts/2010/06/24/sao-goncalo-policia-procura-quarto-suspeito-de-matar-adolescente-303047.asp
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Polícia quer quebra de sigilo telefônico de suspeitos de matar jovem no RJ

Objetivo é tentar rastrear o local onde eles estavam no momento do crime.
Alexandre, de 14 anos, foi assassinado em São Gonçalo, na segunda (21).
Do G1 RJ

A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (24) que vai pedir a quebra do sigilo telefônico de três suspeitos de matar o adolescente Alexandre Thomé Ivo Rajão, de 14 anos, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Segundo os agentes, o objetivo é tentar rastrear o local onde eles estavam no momento em que o rapaz desapareceu até a hora em que foi morto.

Segundo o delegado Geraldo Assed Estefan, da 72ª DP, em depoimento, o grupo de amigos negou participação no crime. Na quarta-feira (23), a Justiça decretou a prisão temporária dos três rapazes. Eles foram levados na tarde desta segunda para a carceragem da Polinter, em Neves, também em São Gonçalo.

Matéria continua no link:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/06/policia-quer-quebra-de-sigilo-telefonico-de-suspeitos-de-matar-jovem-no-rj.html
Fonte: G1
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Polícia procura mais um suspeito de torturar e matar estudante em São Gonçalo
Isabel Boechat - Extra

RIO - A polícia está à procura do quarto envolvido no assassinato de Alexandre Thomé Ivo Rajão, de 14 anos, que foi encontrado morto na última segunda-feira num terreno baldio em São Gonçalo. O delegado titular da 72 DP (Mutuá), Geraldo Assef, disse que vai pedir a quebra do sigilo telefônico dos três acusados que estão presos, para descobrir onde eles estavam na hora em que o adolescente desapareceu.

O eletricista Allan Siqueira de Freitas, Eric DeBruim, ambos de 22 anos, e o açougueiro André Luiz Marcoge da Cruz, de 23, foram apresentados nesta quinta-feira na delegacia. Os três negam as acusações. Segundo o delegado, os acusados teriam cometido o crime por homofobia. Assef investiga ainda se os jovens fazem parte de um grupo de skinheads (simpatizantes de ideias nazistas com preconceito contra judeus, homossexuais e negros).

- Recebemos declarações de amigos da vítima de que esses rapazes pregam o ódio a homossexuais, mas ainda investigamos se realmente existe um grupo ou uma base de skinheads em São Gonçalo. Mas não temos dúvidas de que o motivo do crime foi homofobia. Um amigo da vítima foi agredido pelos três e Alexandre seguiu em sua defesa. Mais tarde, por volta da 1h da madrugada, o carro de Eric foi visto. Os amigos pediram para Alexandre não sair da casa já que viram um Corsa branco. Ele preferiu ir para casa e depois de passar pelo veículo, não foi mais visto, sendo encontrado somente na segunda-feira pela manhã em um terreno baldio - explicou o delegado.

Matéria continua no link:
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/06/24/policia-procura-mais-um-suspeito-de-torturar-matar-estudante-em-sao-goncalo-916968997.asp
Fonte: O Globo
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‘Skinhead vai pegar você’

“Tome cuidado onde você for e com o que for falar. Estou atrás de você”. Essa foi a ameaça recebida pela testemunha-chave do inquérito que a apura o assassinato do estudante Alexandre Thomé Ivo Rajão, 14, espancando até a morte por um grupo Skinhead no bairro Califórnia, em São Gonçalo, no último dia 21.

A jovem, de 19 anos, seguia para a sua residência em Alcântara, no último sábado, quando foi abordada por um homem suspeito de liderar um dos principais clãs de culto à ideologia neonazista em São Gonçalo, identificado pela polícia como Tiago Oitenta. Ele estava em um carro prata e seguiu jovem até a porta de casa. Com medo de ser mais uma vítima dos “carecas” ou “cabeças raspadas” no município, ela denunciou a ameaça na 72ª DP (Mutuá), na tarde de ontem, e solicitou proteção à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Ontem, o governador Sérgio Cabral determinou que a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos acompanhasse o caso de perto.

O delegado titular da 72ª DP, Geraldo Assed Stefan, instaurou inquérito para apurar o caso. Agentes do Núcleo de Homicídios da distrital também investigam a participação de Tiago Oitenta na morte de Alexandre. O acusado pode responder por coação no curso do processo e formação de quadrilha.

Matéria continua no link:
http://www.osaogoncalo.com.br/site/pol%C3%ADcia/2010/7/1/14266/%E2%80%98skinhead+vai+pegar+voc%C3%AA%E2%80%99
Fonte: O São Gonçalo Online

Mais infos:
http://www.osaogoncalo.com.br/site/pol%C3%ADcia/2010/6/25/14011/por+que+tanta+covardia+%E2%80%99+
http://www.osaogoncalo.com.br/site/pol%C3%ADcia/2010/6/24/13980/crime+com+a+marca+do+%C3%B3dio+e+da+intoler%C3%A2ncia+em+s%C3%A3o+gon%C3%A7alo
http://www.band.com.br/jornalismo/cidades/conteudo.asp?ID=320019
http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/policia/policia-monitoram-tres-grupos-de-skinheads-que-estariam-atuando-em-sao-goncalo
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/policia+vai+ouvir+mais+uma+testemunha+da+morte+de+jovem+em+sao+goncalo/n1237679047434.html

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Voto xenofóbico anti-Islã dá força ao partido extremista de direita SVP e é vitorioso em referendo na Suíça

Proibição a minaretes indica "nova onda de direita" na Suíça

Por Sam Cage

ZURIQUE (Reuters) - O voto suíço para proibir a construção de novos minaretes no país põe os holofotes sobre as divisões políticas e sociais do país alpino e pode significar uma nova onda de sentimento antiimigrante e populista.

O surpreendente voto e o alto comparecimento ao referendo de domingo dá força ao Partido do Povo Suíço (SVP), de direita, uma força política relativamente nova.

"Pode significar o início de uma nova onda de direita", disse Clive Church, especialista em política suíça da Universidade de Kent.

O SVP, que cresceu rapidamente desde os anos 1980 e se tornou o maior partido da Suíça, foi acusado de racismo por suas campanhas estridentes contra a imigração, incluindo um cartaz que mostrava uma ovelha branca chutando uma negra de uma bandeira suíça.

A legenda fez campanha contra estender os direitos de cidadãos da União Europeia trabalharem e viverem na Suíça, um país que não é membro da UE, mas os cidadãos aprovaram a medida.

O SVP obteve a maior parte dos votos em uma eleição geral de 2007, mas desde então sua sorte parecia ter mudado: uma facção se separou e formou outro partido, ele perdeu todas as cadeiras no gabinete e obteve poucos votos nos referendos. Até agora.

O cartaz do SVP sobre a votação de domingo mostrava uma bandeira suíça coberta com minaretes na forma de mísseis e o retrato de uma mulher coberta com um chador negro e um véu, vestimenta associada ao Islã rígido.

Embora a comunidade muçulmana da Suíça de cerca de 300 mil pessoas seja comparativamente pequena, há uma preocupação cada vez maior sobre a imigração em um país onde os estrangeiros formam mais de um quinto da população de 7,7 milhões.

O comparecimento no referendo de domingo ficou em 53 por cento, e 22 dos 26 cantões, ou províncias, votaram a favor da iniciativa.

CRISE DE IDENTIDADE

A Suíça sofreu uma crise de identidade desde que o fim da Guerra Fria roubou o significado de sua neutralidade, ajudando a alimentar o crescimento do SVP.

A relação da Suíça com o mundo muçulmano já está desgastada por causa da prisão de dois empresário suíços na Líbia, em retaliação à prisão em Genebra do filho de Muamar Kadhafi por maltratar funcionários de um hotel.

Em um editorial, o jornal argelino Le Soir disse que a Suíça deveria combater a intolerância religiosa e não os muçulmanos que querem praticar sua fé em paz.

"Essa votação é chocante porque acontece em um país que defende o secularismo e que se orgulha de tratar todas as religiões da mesma forma", disse o Le Soir.

Os protestos contra a votação em Zurique e Berna atraíram poucas pessoas, enquanto os simpatizantes estavam contentes.

"Vamos celebrar com certeza", disse Nadja Pieren, que compareceu a um comício de apoio à proibição.

"(A votação) mostra que não queremos o Islã político na Suíça. Não temos problemas com as pessoas que oram em mesquitas".

(Reportagem adicional de Christian Lowe em Argel, Catherine Bosley em Berna e Sophie Hardach em Paris)

Fonte: Reuters/Brasil Online/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/11/30/proibicao-minaretes-indica-nova-onda-de-direita-na-suica-914985904.asp

Países criticam Suíça por proibir construção de minarete
AE - Agencia Estado

GENEBRA - Aprovada na Suíça ontem em referendo, a proibição de construir novos minaretes no país foi condenada por nações de maioria muçulmana e também na Europa como uma mostra de intolerância. "É uma expressão de um pouco de preconceito e talvez mesmo de medo, mas está claro que é um sinal negativo de todo modo, não há dúvida disso", afirmou o ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt. A Suécia mantém a presidência rotativa da União Europeia (UE). Minarete é uma pequena torre de mesquita, de três ou quatro andares e balcões salientes, de onde se anuncia aos muçulmanos a hora das orações.

O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, qualificou a medida como "uma expressão de intolerância, e eu detesto intolerância". O chefe do maior grupo muçulmano da Indonésia, Maskuri Abdillah, disse que o voto refletiu "um ódio do povo suíço contra as comunidades muçulmanas". O mufti Ali Gomaa, funcionário do governo do Egito encarregado de interpretar a lei islâmica, denunciou a proibição aos minaretes como "um insulto" aos muçulmanos e "um ataque à liberdade de crenças".

No referendo de ontem, 57,5% dos suíços votaram para proibir constitucionalmente a construção de minaretes. A emenda constitucional proíbe apenas a construção de minaretes, e não a de mesquitas nem a liberdade religiosa. A Suíça tem apenas quatro minaretes, que não têm permissão para transmitir o chamado para as preces, além de aproximadamente 200 mesquitas, segundo dados oficiais.

Os muçulmanos são 5% da população suíça, de 7,5 milhões de pessoas. Eles são o terceiro maior grupo religioso do país, atrás de católicos romanos e denominações protestantes. A estimativa, porém, é que apenas 50 mil muçulmanos no país sejam praticantes. As informações são da Dow Jones.

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,paises-criticam-suica-por-proibir-construcao-de-minarete,474316,0.htm

Leia mais:
Direita populista ganha referendo. Suíços banem minaretes das mesquitas do país
http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1434393&seccao=Europa
Partidos da direita populista tentam relançar debate da integração
Presidência da UE preocupada com a proibição dos minaretes na Suíça

http://www.publico.clix.pt/Mundo/ue-preocupada-com-a-proibicao-dos-minaretes-na-suica_1412062

Mais: EFE, Correio do Brasil, AFP, Terra Brasil, Lusa, EFE, Lusa

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Antissemitismo em penitenciária de São Paulo

Judeu diz ter sofrido humilhações em cadeia de SP
Americano foi preso e afirma que acabou obrigado a tirar barba.
Governo nega humilhações e informa que vai apurar o caso.

Do G1, com informações do Fantástico


Corte de barba feito à força, ofensas à crença religiosa e até insultos nazistas: um judeu ortodoxo denuncia que sofreu humilhações em uma cadeia de São Paulo. O homem, de 56 anos, se diz traumatizado. “Eu fiquei muito mal, pensando no que os alemães fizeram com os judeus 60 anos atrás. Isso é o que eles fizeram comigo agora no Brasil”, desabafa.

Engenheiro elétrico com passaporte americano, ele afirma ter saído da Alemanha no dia 6 de julho, para visitar amigos em São Paulo. Assim que passou pelo desembarque no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, foi preso.

A polícia descobriu que ele carregava no casaco e no colete itens valiosos não declarados, como joias, diamantes e relógios caros. O engenheiro passou três dias detido na Polícia Federal, no Aeroporto de Guarulhos, e foi levado depois para um Centro de Detenção Provisória (CDP). Nele, segundo o judeu, depois de passar por uma triagem, ele teria sido vítima de intolerância religiosa.

Ele diz que um carcereiro atirou no chão a quipá - um pequeno chapéu obrigatório para todo judeu ortodoxo. "Ele, então, começou a falar com um colega que estava ao lado, rindo de mim. Depois, eles falaram ‘heil Hitler’", conta. "Heil Hitler", "salve Hitler", é a mais conhecida saudação nazista da época do holocausto.

O engenheiro diz que, depois da insultá-lo, os carcereiros encontraram em sua bagagem dois objetos religiosos, o talit e o tefilin, e os atiraram no chão. Os acessórios são sagrados. “Quando uma pessoa se envolve com o talit, nessa hora, ele está lembrando que tem que cumprir os 613 mandamentos de Deus. Quando um judeu coloca o tefilin de manhã, é a conexão dele com Deus”, explica.

Sem barba

Mas o pior ainda estava por vir. “O carcereiro me perguntou há quanto tempo eu tinha a barba. Eu disse que tinha desde que ela começou a crescer. Ele respondeu, então, que a partir daquele dia, eu não ia ter mais barba”, lembra.

O engenheiro diz que o puseram em uma cadeira, algemado nas mãos e nos pés. Em seguida, sua barba foi complemente raspada. “Consta na nossa Torá, que é a nossa Bíblia, que é proibido você destruir parte de sua barba. De acordo com a cabala, a parte mística do judaísmo, através da barba, nós recebemos as benções divinas”, explica um rabino.

Também foram cortados os cachos que ele mantinha desde que nasceu e que simbolizam devoção a Deus. “Em alguns campos de concentração, o tipo de humilhação que fizeram com os judeus ortodoxos foi cortar a barba e zombar dessas pessoas. Eu vejo isso como um ato antissemita, um ato isolado, mas um ato de desrespeito e humilhação”, afirma o rabino.

Outro lado

A Secretaria de Administração Penitenciária disse em nota que não houve agressões físicas, morais ou psicológicas, mas que vai apurar devidamente o caso. Segundo a secretaria, os presos são tratados de forma padronizada e têm a barba e o cabelo cortados. Com relação ao americano, a secretaria alega ainda que a barba dele era muito longa, na altura do umbigo.

“É um procedimento padrão, mas que comporta exceções. Estes agentes praticaram alguns crimes, como abuso de autoridade e certamente o crime de racismo, ao incitar e praticar o preconceito contra a religião, contra a crença e a etnia”, destaca o advogado Augusto de Arruda Botelho.

É a mesma opinião do juiz Sergio Mazina Martins, especialista em direitos humanos e presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). “Você quer impedir o indivíduo de ter determinada barba, determinado cabelo, quando, na verdade, isso para ele faz parte da sua cultura e da sua própria crença religiosa”, aponta.

Agora solto, o engenheiro usa barba postiça. Ele espera a Justiça decidir se poderá aguardar o andamento do processo na Alemanha, onde diz viver. E não vê a hora de ir embora. “Quero ir para casa. Espero que eles não façam mais isso com judeus que querem manter sua barba”, diz.

Fonte: G1(Brasil)
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1277481-5605,00-JUDEU+DIZ+TER+SOFRIDO+HUMILHACOES+EM+CADEIA+DE+SP.html

Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1109903-7823-JUDEU+ORTODOXO+DENUNCIA+QUE+SOFREU+HUMILHACOES+EM+CADEIA+EM+SAO+PAULO,00.html

terça-feira, 14 de julho de 2009

Faltou solidariedade da maioria frente ao assassinato de Marwa El-Sherbini

Opinião: Faltou solidariedade da maioria frente ao assassinato de Marwa El-Sherbini

As reações ao homicídio de Marwa El-Sherbini em Dresden chegaram tarde mais. Consternação forçada não convence, comenta Stephan J. Kramer, secretário-geral do Conselho Geral dos Judeus na Alemanha.

Na segunda-feira (06/07), visitei Elwi Ali Okaz no hospital de Dresden, junto com o secretário-geral do Conselho Central dos Muçulmanos na Alemanha, Aiman Mazyek; o embaixador egípcio Ramzi Ezzeldin Ramzi; o diretor da polícia Brend Merbitz e o secretário de Justiça da Saxônia, Geert Mackenroth.

A mulher de Ali Okaz, Marwa El-Sherbini, foi esfaqueada por um fanático que odeia muçulmanos – isso na sala de um tribunal alemão, diga-se de passagem. Seu filho, ainda no ventre, também morreu. O outro filho, de três anos de idade, foi obrigado a presenciar o ocorrido no tribunal. Seu marido, que tentou ajudá-la, foi ferido gravemente, correndo risco de vida.

Através da visita ao hospital, queríamos encorajar Elwi Ali Okaz após sua perda irreparável e seus ferimentos graves – ele ainda foi, em função de uma terrível confusão, considerado agressor, tendo sido baleado por um policial – e também darmos um sinal para o mundo lá fora de solidariedade não apenas com as vítimas, mas com todos os muçulmanos na Alemanha.

Nossa visita desencadeou uma ampla reação da mídia. Desconcertante é o fato de, para alguns desses jornalistas, a viagem de dois secretários-gerais de religiões distintas a Dresden parecer ser mais digna de nota do que o homicídio por motivos racistas em si. Tudo indica que alguns desses jornalistas acharam a morte de uma muçulmana muito menos relevante do que o aparecimento em público de dois secretários-gerais juntos: um, muçulmano; outro, judeu. Em algumas publicações, percebia-se até mesmo uma satisfação arrogante e cheia de boas intenções em relação a uma "aliança das minorias", que, enfim, agora, mostrava que tinha capacidade de aprender e estaria agindo conjuntamente.

Diante desta situação, há urgência de uma palavra esclarecedora. Não fui a Dresden porque, como judeu, sou membro de uma minoria. Fiz a viagem porque, como judeu, sei que quem ataca uma pessoa por causa de raça, etnia ou religião, não ataca somente uma minoria, mas a sociedade democrática como um todo.

Neste sentido, não é relevante perguntar por que um representante da comunidade judaica manifesta seu pesar e sua solidariedade a Elwi Ali Okaz, mas sim por que não houve também uma avalanche de visitantes nem a solidariedade de representantes da maioria da sociedade alemã?

Por que as reações da mídia e da política ao assassinato chegaram tão tarde? Agora, muito em função da pressão da opinião pública internacional, tenta-se melhorar a situação. Consternação forçada, contudo, não convence.

Parece que a sociedade alemã não entendeu a envergadura do atentado de Dresden. Falta reconhecer que o assassinato de Marwa El-Sherbini é evidentemente o resultado de uma propaganda praticamente desimpedida contra os muçulmanos, feita desde as margens extremistas da sociedade até seu centro.

Principalmente a cena da extrema direita provoca, há anos, um clima de exclusão, demonização e medo frente a pessoas de outras crenças, estrangeiros e membros de minorias. Mas falta também enxergar que a ausência de resistência na sociedade contra o racismo pode incentivar outros atos terroristas – o termo é, nesse caso, absolutamente adequado – como esse homicídio covarde em Dresden.

Por isso, a Alemanha precisa, o mais tardar agora, levar a si mesma a julgamento. Não se trata apenas de isolar e punir os agressores, mas também de fazer um trabalho sustentável de esclarecimento, bem como disseminar o saber sobre a população muçulmana, sua cultura, sua religião e seus costumes.

Nossa meta não é a tolerância, mas sim o respeito no convívio mútuo. Não há nada que substitua um diálogo amplo, do qual participem não somente teólogos e autoridades, mas sim o maior número possível de cidadãos – um trabalho de base, no melhor sentido do termo.

Sei que a indignação e a insegurança entre os muçulmanos são grandes no momento, o que é compreensível. Mesmo assim, eles não deveriam esmorecer em seus esforços pelo lugar legítimo que lhes cabe na sociedade alemã. Para muitos – e isto ensina a experiência de outras minorias, inclusive dos judeus – tal significa um exercício de equilíbrio entre manter a própria identidade e se abrir para o ambiente social. Para solucionar esse dilema, é também imprescindível um diálogo aberto entre a minoria e a maioria. Integração não significa assimilação. Em caso de respeito mútuo, a diferença não é uma pedra no sapato da convivência.

Stephan Joachim Kramer é secretário-geral do Conselho Central dos Judeus na Alemanha. Este comentário foi escrito originalmente para o portal www.qantara.de, que conta, entre outros, com a participação da Deutsche Welle.

Autor: Stephan Joachim Kramer
Revisão: Augusto Valente

Fonte: Deutsche Welle(12.07.2009, Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4474247,00.html

Milhares de alemães se manifestam contra o racismo em Dresden

Racismo
Milhares de alemães se manifestam contra o racismo em Dresden

A população da cidade alemã de Dresden homenageou, este sábado, a cidadão egípcia, Marwa El-Sherbini, assassinada em pleno tribunal, por um alemão.

A vítima contava 31 anos, era farmacêutica, tinha um filho e estava grávida.

Hoje, a sua memória foi recordada por cerca de 800 pessoas, que se juntaram em frente da sede do município da cidade.

O assassino tinha sido acusado de crime xenófobo contra a vítima. Quando se encontraram no Tribunal a 1 de Julho, o réu desferiu-lhe várias facadas.

“Eu penso que é importante estar aqui e dizer que é totalmente inaceitável que um ser humano faça qualquer outra coisa de semelhante, somente porque alguém é diferente, ou estrangeiro ou de outra religião”.

“Estamos aqui a expressar a nossa solidariedade e condenar o que aconteceu à mártir Marwa EL-Sherbiny, puro terrorismo”.

Em Teerão, também se recordou Marwa El-Sherbini. 150 pessoas concentraram-se, em frente da Embaixada Alemã e acusaram o governo de Angela Merkel de indiferença, perante um crime xenófobo.

Uma manifestação que condenou igualmente a discrição com que os media ocidentais trataram o assunto.

Fonte: Euronews
http://pt.euronews.net/2009/07/11/milhares-de-alemaes-se-manifestam-contra-o-racismo-em-dresden/

domingo, 6 de julho de 2008

O fantasma do extremismo de direita

(Foto)Cena neonazista cresce, alertam autoridades

Deputado alemão de origem turca é atacado por extremistas em bairro de Berlim conhecido pela concentração de skinheads. Autoridades apontam para crescimento da cena neonazista no país.

Giyasettin Sayan, membro da bancada do Partido de Esquerda na Assembléia Legislativa de Berlim, foi atacado na região leste da cidade por dois homens desconhecidos, que o espancaram e feriram com uma garrafa.

(Foto)Deputado Giyasettin Sayan: atacado nas ruas de Berlim

Sayan, de 56 anos, nasceu na Turquia e vive há quase 30 anos na Alemanha. Ele é o responsável no seu partido por questões relacionadas à migração. Os homens que o atacaram no bairro Lichtenberg gritaram ofensas de teor racista. O deputado encontra-se ainda hospitalizado, com traumatismo craniano e várias escoriações.

Impedir que o caldo se entorne

O caso só veio a acirrar o debate sobre o crescimento do extremismo de direita no país. Uma discussão revigorada nos últimos dias pelo ex-porta voz do governo Schröder, Uwe-Karsten Heye, que alertou turistas negros que vierem à Alemanha durante a Copa do Mundo a evitar determinadas regiões do país.

As declarações de Heye, que em primeira mão haviam desencadeado várias reações negativas, ganham cada vez mais manifestações de apoio no país. O governador de Brandemburgo, Matthias Platzeck, reviu sua posição contrária aos comentários de Heye e afirmou que o ex-porta voz do governo "tem razão ao dizer que há, principalmente no Leste alemão, problemas como racismo, extremismo e violência de direita".

(Foto)Müntefering: criação de frente de combate à xenofobia

Franz Müntefering, vice-chanceler federal, defendeu neste sábado (20/05) a formação de uma frente de combate à xenofobia no país. O político social-democrata afirmou que os partidos democráticos têm que impedir que "o caldo do extremismo de direita" se entorne no país. E até o Procurador Geral da República, Kay Nehm, entrou no debate para confirmar que "no Leste alemão há situações de ataques brutais, dos quais determinadas pessoas não escapariam ilesas".

Disseminação através da música

O Departamento de Proteção à Constituição anunciou um aumento do número de neonazistas no país (4.100) em relação ao ano anterior (3.800). Também o número de exrtremistas de direita aptos a praticar atos de violência subiu de dez mil para 10.400 militantes. O relatório oficial deverá ser apresentado pelo ministro do Interior, Wolfgang Schäuble, nesta segunda-feira (22/05).

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: CD distribuído em show de banda skinheadUm dos fatores de preocupação das autoridades é a disseminação da ideologia neonazista através da música, com o registro de nada menos que 142 bandas skinheads no país.

Em entrevista à emissora de televisão ARD, o vice-presidente do Conselho Central dos Judeus, Salomon Korn, denunciou o fato de que há no site de leilões e-bay uma ampla oferta de artigos com ícones de extrema direita, música produzida por neonazistas e até livros de adoração a Hitler.

Torcida pelo time iraniano

(Foto)Presidente iraniano Ahmadinejad em campo: apoio de skinheads pela negação do Holocausto

Além disso, segundo anuncia o semanário Der Spiegel, os extremistas de direita estão organizando torcidas pelo time do Irã durante a Copa do Mundo, como sinal de apoio à postura do presidente Mahmud Ahmadinejad de negação do Holocausto. Para isso, grupos de neonazistas anunciam pela internet uma marcha para o dia 21 de junho, a data em que a equipe do Irã joga contra Angola, em Leipzig, no Leste alemão.

A polícia deverá apelar às instâncias jurídicas para que manifestações neonazistas sejam terminantemente proibidas durante o Mundial. "Caso contrário, a polícia não terá condições, em termos de pessoal, de garantir a segurança durante a Copa", afirmou Konrad Freiberg, líder do sindicato de policiais ao Der Spiegel.

Assunto antigo

(Foto)Bairro Lichtenberg: concentração de neonazistas

O ataque ao deputado de origem turca e o medo das autoridades de perder o controle da situação durante a Copa do Mundo confirmam a pertinência das palavras do ex-porta voz do governo. Motivo de tanta controvérsia, seu alerta nem "dados novos" trouxe.

Como lembra o diário berlinense taz, "a imagem de Brandemburgo já está arranhada há muito tempo. Diversos guias turísticos internacionais, como Lonely Planet ou Time out Berlin, já aconselham que pessoas com aparência homossexual ou não-alemã devam evitar alguns bairros da periferia leste de Berlim e o Estado de Brandemburgo". Prova de que o problema está mais que evidente.

Fonte: Deutsche Welle
http://www.deutsche-welle.de/dw/article/0,2144,2027026,00.html

terça-feira, 10 de junho de 2008

Neonazistas desfiguram rosto de PM em São Paulo a pancadas

Vinte gangues são investigadas por crimes de intolerância em SP.

Vinte gangues que agem contra negros, nordestinos e homossexuais na Grande São Paulo são investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância.

No Centro da capital, jovens de classe média foram detidos na Rua Augusta por agredir um policial militar. A via ficou manchada de sangue.

Era madrugada de domingo (8), quando cinco rapazes xingaram e agrediram um jovem negro de 22 anos que caminhava com uma amiga. A moça correu para pedir ajuda. O PM, que estava à paisana, tentou evitar a agressão mas acabou sendo espancado. O rapaz negro conseguiu fugir durante a confusão.

Segundo testemunhas, um dos integrantes da gangue pulou sobre a cabeça da vítima. O policial levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes de coturnos com bicos de aço.

A brutalidade só terminou com a chegada da polícia. Ainda assim, os agressores não se intimidaram. “Na hora em que os policiais foram efetuar a prisão, eles, parecendo gangue de rua mesmo, chamaram os policiais para a briga, enfrentaram os policiais”, conta a tenente Jaqueline Paiva.

O PM foi socorrido pelos próprios colegas. “Eu o conhecia, ele trabalhou comigo há algum tempo, e ele estava com o rosto completamente desfigurado. Na hora em que encontrei com ele, não o reconheci no momento”, relatou a tenente. O PM precisou passar por uma cirurgia plástica.

Reportagem no Bom Dia Brasil:


Prisão

Três agressores foram presos. Dois deles são irmãos e moram com a mãe, viúva, em um prédio de classe média da Zona Sul da cidade. Pelo interfone, ela disse não saber que os filhos faziam parte de uma gangue ou que portassem objetos como um soco inglês. “Não senhor, de jeito nenhum. Inclusive dizem que eles estavam com isso, com aquilo. Eles não estão nem com mochila porque mochila é quando eles vão para a faculdade”, afirmou a mãe.

Os três presos são operadores de telemarketing e vão responder por injúria, lesão corporal e tentativa de homicídio. Eles devem ser transferidos para um Centro de Detenção Provisória (CDP) nesta segunda-feira (9).

Celulares

Segundo a polícia, na agenda do celular de um deles, o nome do outro aparece seguido das letras “ns”, que seriam as iniciais de “Nacional Socialista”, o partido nazista alemão.

“Nos celulares dele, ainda para confirmar as características deles, algumas mensagens, sou skin, fotos com punhal, soco inglês. Eles de coturno, coisas que comprovam que eles são realmente skinheads”, afirmou a tenente Jacqueline.

Mais um caso

Na mesma madrugada em que o policial foi agredido, um rapaz de 21 anos foi morto a facadas, também na Rua Augusta. A polícia não descarta o envolvimento de skinheads na morte do rapaz.

Os casos de violência deixam inseguros os freqüentadores da região. “Precisamos de uma idéia de segurança maior”, afirmou o arquiteto Breno Miguel. “A gente não sabe aonde pode andar”, disse uma mulher que prefere não se identificar.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL593955-5605,00.html

Link do vídeo: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM838812-7823-POLICIAL+MILITAR+E+ESPANCADO+POR+JOVENS+DE+CLASSE+MEDIA+EM+SAO+PAULO,00.html

Observação importante não comentava e divulgada na entrevista e matéria(serve como alerta): a negação do Holocausto, vulgo "revisionismo" do Holocausto(entre aspas, por não se tratar de História e sim de propaganda ideológica), é divulgada principalmente por grupos de extrema-direita(neonazistas e afins, e outros grupos extremistas diversos), no Brasil e no mundo. Esperamos que não haja impunidade neste caso para com os culpados deste crime bárbaro que choca a sociedade brasileira mais uma vez com o terrorismo promovido por esses bandos de bárbaros.

Neonazistas atacam pessoas brutalmente em São Paulo

'Poder letal das gangues é muito grande'

A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerâcia (Decradi), diz que o poder letal das gangues intolerantes que agem na região central de São Paulo é muito grande.

Em entrevista ao G1, ela comentou as características dessas pessoas que se reúnem para agredir negros, judeus e homossexuais.

O caso mais recente foi registrado na madrugada deste domingo (8) na Rua Augusta, no Centro de ã Paulo. Um policial militar foi agredido ao tentar defender um rapaz negro que era atacado por um grupo de supostos skinheads. O PM levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes e pontapés, e teve ferimentos graves no rosto.

São grupos intolerantes que pregam a exclusão de determinadas pessoas do grupo social. Alguns perseguem negros, judeus ou homossexuais. Basicamente, eles pregam a supremacia racial de algumas etnias sobre outras e o extermínio de algumas pessoas que eles discordam de comportamentos ou procedência, explicou a delegada.

De acordo com Margarette, o Decradi investiga de 20 a 25 gangues de intolerantes em São Paulo. A delegacia faz o cadastramento dos grupos para que, quando ocorrer um crime de intolerância, as pessoas envolvidas sejam rapidamente identificadas. “O que eles têm em comum é essa cultura de intolerância, de perseguição, mas são jovens de todas as classes sociais”, disse. Confira alguns pontos da entrevista:

Crime na região central

A delegada confirma que o maior número de casos ocorre na região central de São Paulo. “Essas regiões são freqüentadas pelos grupos intolerantes e, também, por pessoas da diversidade. Então, quando eles encontram um negro, um judeu ou um homossexual nesses locais acabam fazendo os ataques. Pelo levantamento, é na região central e na Avenida Paulista o maior foco”, afirmou.

Roupas e prevenção

Margarette Barreto diz que os crimes de intolerância são de difícil prevenção. “Algumas vezes eles estão trajando as vestimentas do grupo intolerante. Outras, não. Então é complicado se fazer prevenção porque, quando eles não querem ser percebidos pela polícia, eles andam como pessoas comuns. Nessa ocorrência de domingo, algumas pessoas estavam trajando a roupa própria e outras, não.”

Os grupos se vestem com roupas parecidas e alguns instrumentos. “Eles usam coturno com biqueira de aço, alguns usam algumas camisetas com dizeres skinheads ou hooligans. Mas isso depende da gangue que ele faz parte”, afirmou.

Participação dos pais

A delegada Margarette Barreto concede entrevista ao SPTV (Foto: Reprodução/TV Globo)Muitos pais não percebem que o filho faz parte de uma gangue, de acordo com Margarette. “Quando o filho sai de casa com uma roupa diferente, eles acham que é o modismo, não acreditam que o filho está fazendo parte de uma gangue de intolerantes. Os pais devem observar os filhos para que isso não aconteça”, disse.

A delegada também contou o caminho dos jovens para ser aceito nesses grupos. “Primeiro, ele começa a se vestir com as roupas da gangue, começa a sair em alguns passeios. Depois, para o batismo, ele tem que cometer um ato de intolerância. Ou ele é submetido a lesões corporais pelo grupo para ver se ele agüenta apanhar, ou ele tem que cometer um ato de intolerância contra um dos segmentos que aquela gangue odeia.”

Importância das denúncias

A delegada diz que essas gangues são muito violentas e a polícia conta com a denúncia da população contra os grupos. “Eles promovem ataques com muita lesão às pessoas envolvidas. Geralmente, ocasionam a morte ou lesão corporal grave nas pessoas. Eles concentram os golpes, o coturno com biqueira de aço é uma arma, eles usam soco inglês e barra de ferro. Então, o poder letal dessas gangues é muito grande.”

As denúncias podem ser feitas pelo 181, o Disque-Denúncia, ou pelo telefone do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde funciona a Decradi: 3315-0151. A testemunha não precisa se identificar.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL594398-5605,00-PODER+LETAL+DAS+GANGUES+E+MUITO+GRANDE+DIZ+DELEGADA.html

Observação importante não comentava e divulgada na entrevista e matéria(serve como alerta): a negação do Holocausto, vulgo "revisionismo" do Holocausto(entre aspas, por não se tratar de História e sim de propaganda ideológica), é divulgada principalmente por grupos de extrema-direita(neonazistas e afins, e outros grupos extremistas diversos), no Brasil e no mundo. Esperamos que não haja impunidade neste caso para com os culpados deste crime bárbaro que choca a sociedade brasileira mais uma vez com o terrorismo promovido por esses bandos de bárbaros.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Intolerância virtual - Racismo e neonazismo na rede

Pesquisa aponta crescimento do número de páginas com temática neonazista na internet

(Valhalla88): Uma das 12,6 mil páginas da internet com temática neonazista, racista ou revisionista identificadas pela equipe da Unicamp. A página, denunciada e retirada do ar, hoje apresenta conteúdo anti-nazista.

Nos últimos anos, cresceu o número de páginas na internet, blogs e chats destinados à exaltação da superioridade da ‘raça’ ariana e à disseminação do ódio a outras etnias e grupos sociais, como homossexuais e judeus. Uma análise detalhada do discurso ideológico presente em páginas virtuais neonazistas, feita por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra como elas conseguem conquistar cada vez mais simpatizantes.

O estudo, fruto da tese de mestrado da antropóloga Adriana Dias no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, identificou quem são os neonazistas na internet, como eles operam na rede e em que páginas se encontram. Segundo a pesquisadora, há na internet mais de doze mil páginas e aproximadamente 200 comunidades no Orkut (uma página virtual de relacionamentos) associadas a temáticas racistas, neonazistas e revisionistas (que negam a existência do holocausto na Segunda Guerra Mundial).

Para a pesquisa, Dias selecionou as páginas virtuais mais acessadas, com maior visibilidade e que estão disponíveis em inglês, português e espanhol. Segundo ela, um dos maiores desafios foi driblar as estratégias usadas para dificultar a identificação imediata do conteúdo.

“Os sites racistas são em geral muito densos, tanto em hipertextualidade (há páginas com mais de 500 links), como no uso de multimídia (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes). Há muito mais links internos do que externos, o que dificulta a localização de grande parte do conteúdo, geralmente de caráter mais agressivo, por meio de motores de busca”, explica Dias. Para superar esse obstáculo, ela usou em sua pesquisa uma ferramenta de análise de tráfego que permite identificar links mais internos e páginas de difícil acesso.

Rede de articulação

O aumento significativo no número de páginas virtuais neonazistas mostra que a internet é uma das grandes facilitadoras da comunicação e articulação entre os diversos grupos ou ativistas de movimentos desse tipo. Ela possibilita a formação de uma rede de apoio entre eles e ainda confere o anonimato necessário para que seus integrantes e suas ações não sejam identificados. Segundo Dias, além de irradiar idéias racistas, neonazistas e revisionistas, a internet faz com que a cada dia esses movimentos conquistem mais adeptos, principalmente entre os jovens.

A pesquisadora ressalta que esses grupos constroem ou se apropriam de discursos para validar suas visões e suas ações. Um deles é o discurso genômico, que afirma que os indivíduos pertencentes à ‘raça ariana’ possuem genes superiores e foram escolhidos por Deus para promover o desenvolvimento da humanidade e hierarquizar o mundo.

(National Alliance): A página norte-americana National Alliance, que se preocupa com a atuação política na luta pelos ‘direitos brancos’, exibe a imagem do deus nórdico Thor, mito apropriado pelo movimento nazista para legitimar a 'raça' ariana.

Em outra vertente, há o discurso mitológico, que se apropria de mitos já existentes, como o de Thor (deus da mitologia germânica), o da suástica e o da runa algiz (letra do alfabeto nórdico), e cria outros, como o do sangue ariano, para dar força à ideologia nazista. “O deus nórdico Thor é apontado como o responsável pela legitimação da 'raça ariana', a suástica é usada como símbolo da identidade ariana e da pureza racial e a runa algiz é utilizada para a proteção da família”, explica Dias.

Segundo a antropóloga, no mito do sangue ariano estaria a chave para compreender os mitos criados para defender a superioridade biológica, psíquica, cultural e espiritual da ‘raça’ ariana sobre outros povos. É ainda esse mito do sangue o responsável pela suposta conexão transcendental entre os membros da ‘raça’ ariana, que os faz desprezar o conceito de nação. “Para eles, a raça é a nação.”

A análise evidenciou as diferentes abordagens existentes entre os grupos neonazistas. Uma das mais correntes é a de que a raça ariana estaria ameaçada pela mistura racial. “Esses grupos têm uma ideologia de ódio ao outro, ao não ariano, principalmente a negros e judeus. O discurso adquire um tom religioso e messiânico, em que a raça ariana precisa ser preservada a todo custo”, afirma Dias.

Após o estudo, muitas páginas virtuais de conteúdo neonazista foram denunciadas e até retiradas do ar. A antropóloga alerta que a única forma de combater a formação do pensamento racista e discriminatório é a construção de uma educação conscientizadora que desmitifique o conceito de raça e pregue a solidariedade entre os povos.

Rachel Rimas
Fonte: Ciência Hoje On-line(08/01/2008)
http://cienciahoje.uol.com.br/109282

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