Mundo: ONU critica governo francês por desmontar acampamento da etnia rom
Obervadores das Nações Unidas afirmam que evacuação de acampamento rom na periferia de Paris viola os direitos humanos. Ministro do Interior é acusado de repetir política conservadora de Sarkozy.
A polícia da França expulsou, nesta quarta-feira (29/08), centenas de pessoas de um acampamento de membros da etnia rom na periferia de Paris. Segundo as autoridades, cerca de 500 pessoas foram obrigadas a deixar o local, num bairro popular na periferia da capital francesa. Diversos observadores das Nações Unidas criticaram a conduta da polícia francesa.
O ministro francês do Interior, Manuel Valls, ordenou uma série de batidas em acampamentos da etnia rom próximos a Paris, Lyon e Lille, afirmando que eles deveriam ser desmantelados por razões sanitárias. A polícia chegou na manhã de quarta ao subúrbio de Stains, na periferia de Paris, onde as barracas dos roma foram destruídas depois da evacuação.
Os roma reclamaram que não lhes foi oferecida nenhuma alternativa de alojamento. A administração do bairro, por outro lado, declarou que os alojamentos oferecidos a eles não foram aceitos e que os pedidos de que deixassem o local voluntariamente também não haviam sido acatados.
Alta vulnerabilidade
França não respeita direitos humanos, afirmam observadores
Observadores da ONU para minorias, migrantes, racismo e direito a uma moradia adequada criticaram que a evacuação compulsória pode deixar as famílias atingidas numa situação de "alta vulnerabilidade". Segundo eles, o processo de evacuação não está de acordo com o direito internacional.
François Crépeau, encarregado de reportar sobre a situação dos migrantes na França, declarou que o governo francês parece querer expulsar todos os membros da etnia rom do país, onde acontece um debate generalizado a respeito da política oficial em relação aos roma, que em sua maioria procedem da Romênia e da Bulgária.
"A expulsão coletiva é condenada pelo direito internacional e qualquer repatriação deveria ser voluntária, respeitando os padrões internacionais, baseada na vontade individual e monitorada de maneira independente", afirmou Crépeau.
Raquel Rolnik, relatora especial da ONU para questões de moradia adequada, afirmou que a evacuação forçada não é uma resposta apropriada e que "soluções alternativas deveriam ser buscadas em respeito aos padrões dos direitos humanos". Segundo ela, é importante garantir sobretudo a moradia de crianças e mulheres e daqueles que apresentam enfermidades ou deficiências.
Repetindo os conservadores
Faltam alternativas de moradia, segundo enviados da ONU à França
O ministro Valls foi criticado dentro das fileiras de seu próprio partido, o socialista. Ele está sendo acusado de repetir a política linha-dura do governo conservador de Nicolas Sarkozy. A Comissão Europeia havia declarado, no início de agosto, que continua observando atentamente a política francesa para minorias.
Paris havia anunciado que pretende abolir parcialmente as diretrizes da União Europeia que limitam a permissão de trabalho para búlgaros e romenos, a fim de facilitar a integração dos roma no país. No entanto, ignorando totalmente tal premissa, as autoridades resolveram dissolver o acampamento na quarta-feira.
Estima-se que haja na França hoje em torno de 15 mil a 20 mil imigrantes de origem rom, a maioria deles vivendo nas periferias das cidades e em acampamentos com condições precárias.
"Os roma são cidadãos da União Europeia e a minoria mais marginalizada dentro da Europa. Lamentavelmente esses atos demonstram que eles nem sempre gozam do mesmo direito de livre movimento e assentamento que outros cidadãos e que continam sendo vítimas de um tratamento discriminatório", resumiu Rita Izsák, especialista da ONU para assuntos relacionados a minorias.
SV/afp/rtr/dpa
Revisão: Alexandre Schossler
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,16206841,00.html
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012
domingo, 17 de outubro de 2010
Direita radical e populista cresce na Europa
Apoio a populistas de direita cresce na Europa
Partidos de extrema direita vêm ganhando cada vez mais espaço nas eleições regionais e nacionais europeias nos últimos meses. Mas até que ponto os europeus se deixam atrair pelo discurso populista?
Nas eleições deste domingo (11/04) na Hungria, pela primeira vez um partido declaradamente de extrema direita conseguiu entrar no parlamento nacional de um país europeu. Na França, a Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen teve resultados significativos nas eleições regionais.
Na Itália, a populista e xenófoba Liga Norte fortificou sua posição e, na Holanda a popularidade do crítico do Islã Geert Wilders aumenta a cada dia. Até que ponto a população da Europa é vulnerável aos apelos populistas, que apresentam soluções aparentemente simples para problemas complexos?
A Europa cresce unida. O espaço Schengen foi ampliado nos últimos anos, chegando até à Islândia e à fronteira com a Ucrânia, sendo que cada vez mais pessoas cruzam as fronteiras internas do bloco. Muitos se veem hoje tanto como europeus quanto como cidadãos de seus Estados nacionais de origem.
Mas os partidos xenófobos e de extrema direita estão ganhando popularidade. Nos últimos meses, têm conseguido ganhos espetaculares em vários países da UE. Como é o caso agora da Hungria, onde Viktor Orban, vencedor das eleições e presidente do conservador Fidesz, se serviu durante a campanha tanto de estereótipos xenófobos como de um discurso eurocético; assim como do recém-formado partido de extrema direita Jobbik, que também apresentou ganhos significativos de eleitorado.
Movimentos têm características distintas
Os movimentos populistas de direita europeus têm características distintas, segundo Wolfgang Kapust, especialista em extremismo da rede pública alemã de rádio e TV Westdeutsche Rundfunk.
"Temos populistas de extrema direita na Escandinávia que protestam contra impostos, temos os nacionalistas na Europa Oriental que tentam ganhar novas identidades com a queda do Muro. Temos características muito diferentes, como o líder francês Jean-Marie Le Pen, ou com o movimento na Áustria que era liderado por Jörg Haider", afirma.
Mas populistas de extrema direita têm em comum a capacidade de instrumentalizar a seu favor os medos dos eleitores em tempos de crise, explica, se aproveitando da insatisfação dos cidadãos e oferecendo respostas simples para problemas complexos, como a situação econômica ou o desemprego. "Eles querem se livrar sobretudo dos estrangeiros e dos 'outros'", afirma.
Dificuldade de cooperação
O fato de esses movimentos se caracterizarem sobretudo pela discriminação de tudo aquilo que é estrangeiro faz com que não consigam colaborar com outras forças similares além das fronteiras dos países em que atuam.
Isso fica claro no Parlamento Europeu. "Tanto extremistas de direita quanto populistas de direita têm seus problemas com o conceito de Europa. Eles lutam contra instituições políticas supranacionais como a UE. Querem manter a identidade de seus próprios países. Paradoxalmente, tentaram formar uma bancada própria no Parlamento Europeu, o que não deu certo, porque as diferenças entre eles eram muito grandes" , afirma Kapust.
Muitas vezes, os pequenos partidos de extrema direita permanecem partidos de protesto e não conseguem participar de uma coalizão. Ao mesmo tempo, exercem pressão sobre os partidos conservadores do centro, os quais não querem perder seus eleitores mais de direita.
Isso pôde ser observado também nas eleições regionais de fevereiro na França, nas quais tanto os socialistas como a Frente Nacional conseguiram um forte ganho de votos, às custas dos conservadores, afirma Elisabeth Cadot, especialista em França da Deutsche Welle.
Decepção com Sarkozy deu votos a Le Pen
Na sua opinião de Cadot, as eleições regionais francesas foram uma oportunidade de eleitores conservadores mais à direita mostrarem a Sarkozy que estão decepcionados com sua política.
"Nas últimas eleições presidenciais, Sarkozy havia tirado eleitores da Frente Nacional, e muitos acreditavam que este partido estava chegando ao fim, só porque Le Pen, com 81 anos, já não era mais tão novo. Mas ele enviou com sucesso sua filha para a campanha e os desapontados com Sarkozy votaram novamente na Frente Nacional", completa Cadot.
Enquanto pequenos partidos radicais muitas vezes desaparecem ao serem atingidos por escândalos de corrupção, grandes agremiações populares de direita menos radicais conseguem sobreviver bem aos escândalos e mantêm a popularidade. É o caso do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que não foi mal nas eleições de março, apesar dos muitos escândalos em que está envolvido.
"O próprio partido de Berlusconi teve um resultado um pouco fraco, conseguindo entre 20% e 30%, dependendo da região. Os vencedores, entretanto, não foram seus adversários políticos, mas seus aliados, como a Liga Norte", explica Stefan Köppl, especialista em Itália da Academia para Educação Política de Tutzin. "Além do mais, os eleitores de Berlusconi já conhecem seus escândalos e escapadas há mais de 15 anos e já não deixam de votar nele por causa disso", observa.
Partidos anti-islâmicos visam um diferencial
No espectro da direita populista, os movimentos anti-islâmicos, como o do deputado holandês Geert Wilders, têm um certo diferencial. Wilders, por exemplo, se distancia claramente do antissemitismo ou de estereótipos antimodernos, como os normalmente cultivados pelos partidos de extrema direita, e se apresenta como um expoente da defesa da democracia.
Mas Kapust vê um paralelo entre o holandês e seus congêneres. "Essa tendência vista na Holanda está, certamente, em conexão com a proibição dos minaretes na Suíça e com movimentos similares na Alemanha, também caracterizados pelo anti-islamismo. Há uma conexão, eles cooperam entre si. Cientistas políticos já falam em um 'racismo anti-islâmico' que tenta alimentar o medo e construir um adversário ou inimigo palpável", avalia o especialista.
Autor: Fabian Schmidt (md)
Revisão: Rodrigo Rimon
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5455648,00.html
Adeptos do partido húngaro Jobbik, de extrema direita |
Partidos de extrema direita vêm ganhando cada vez mais espaço nas eleições regionais e nacionais europeias nos últimos meses. Mas até que ponto os europeus se deixam atrair pelo discurso populista?
Nas eleições deste domingo (11/04) na Hungria, pela primeira vez um partido declaradamente de extrema direita conseguiu entrar no parlamento nacional de um país europeu. Na França, a Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen teve resultados significativos nas eleições regionais.
Na Itália, a populista e xenófoba Liga Norte fortificou sua posição e, na Holanda a popularidade do crítico do Islã Geert Wilders aumenta a cada dia. Até que ponto a população da Europa é vulnerável aos apelos populistas, que apresentam soluções aparentemente simples para problemas complexos?
A Europa cresce unida. O espaço Schengen foi ampliado nos últimos anos, chegando até à Islândia e à fronteira com a Ucrânia, sendo que cada vez mais pessoas cruzam as fronteiras internas do bloco. Muitos se veem hoje tanto como europeus quanto como cidadãos de seus Estados nacionais de origem.
A Frente Nacional, de Le Pen, saiu vitoriosa das últimas regionais francesas |
Movimentos têm características distintas
Os movimentos populistas de direita europeus têm características distintas, segundo Wolfgang Kapust, especialista em extremismo da rede pública alemã de rádio e TV Westdeutsche Rundfunk.
"Temos populistas de extrema direita na Escandinávia que protestam contra impostos, temos os nacionalistas na Europa Oriental que tentam ganhar novas identidades com a queda do Muro. Temos características muito diferentes, como o líder francês Jean-Marie Le Pen, ou com o movimento na Áustria que era liderado por Jörg Haider", afirma.
Mas populistas de extrema direita têm em comum a capacidade de instrumentalizar a seu favor os medos dos eleitores em tempos de crise, explica, se aproveitando da insatisfação dos cidadãos e oferecendo respostas simples para problemas complexos, como a situação econômica ou o desemprego. "Eles querem se livrar sobretudo dos estrangeiros e dos 'outros'", afirma.
Dificuldade de cooperação
Geert Wilders prega o anti-islamismo e diz ser contra o antissemitismo |
Isso fica claro no Parlamento Europeu. "Tanto extremistas de direita quanto populistas de direita têm seus problemas com o conceito de Europa. Eles lutam contra instituições políticas supranacionais como a UE. Querem manter a identidade de seus próprios países. Paradoxalmente, tentaram formar uma bancada própria no Parlamento Europeu, o que não deu certo, porque as diferenças entre eles eram muito grandes" , afirma Kapust.
Muitas vezes, os pequenos partidos de extrema direita permanecem partidos de protesto e não conseguem participar de uma coalizão. Ao mesmo tempo, exercem pressão sobre os partidos conservadores do centro, os quais não querem perder seus eleitores mais de direita.
Isso pôde ser observado também nas eleições regionais de fevereiro na França, nas quais tanto os socialistas como a Frente Nacional conseguiram um forte ganho de votos, às custas dos conservadores, afirma Elisabeth Cadot, especialista em França da Deutsche Welle.
Decepção com Sarkozy deu votos a Le Pen
Na sua opinião de Cadot, as eleições regionais francesas foram uma oportunidade de eleitores conservadores mais à direita mostrarem a Sarkozy que estão decepcionados com sua política.
"Nas últimas eleições presidenciais, Sarkozy havia tirado eleitores da Frente Nacional, e muitos acreditavam que este partido estava chegando ao fim, só porque Le Pen, com 81 anos, já não era mais tão novo. Mas ele enviou com sucesso sua filha para a campanha e os desapontados com Sarkozy votaram novamente na Frente Nacional", completa Cadot.
Enquanto pequenos partidos radicais muitas vezes desaparecem ao serem atingidos por escândalos de corrupção, grandes agremiações populares de direita menos radicais conseguem sobreviver bem aos escândalos e mantêm a popularidade. É o caso do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que não foi mal nas eleições de março, apesar dos muitos escândalos em que está envolvido.
Apesar dos escândalos, Berlusconi mantém liderança na Itália |
Partidos anti-islâmicos visam um diferencial
No espectro da direita populista, os movimentos anti-islâmicos, como o do deputado holandês Geert Wilders, têm um certo diferencial. Wilders, por exemplo, se distancia claramente do antissemitismo ou de estereótipos antimodernos, como os normalmente cultivados pelos partidos de extrema direita, e se apresenta como um expoente da defesa da democracia.
Mas Kapust vê um paralelo entre o holandês e seus congêneres. "Essa tendência vista na Holanda está, certamente, em conexão com a proibição dos minaretes na Suíça e com movimentos similares na Alemanha, também caracterizados pelo anti-islamismo. Há uma conexão, eles cooperam entre si. Cientistas políticos já falam em um 'racismo anti-islâmico' que tenta alimentar o medo e construir um adversário ou inimigo palpável", avalia o especialista.
Autor: Fabian Schmidt (md)
Revisão: Rodrigo Rimon
Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5455648,00.html
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domingo, 22 de agosto de 2010
Paris entra no clube dos “ultras”
(Foto) Durante a evacuação do acampamento cigano de Anglet (sudoeste), a 13 agosto 2010. AFP
A viragem de Nicolas Sarkozy em matéria de segurança coloca a França entre os Estados membros que aplicam as políticas mais duras relativamente à imigração. Outros países, como a Espanha e a Alemanha, adotaram abordagens mais flexíveis.
Olivier Schmitt
Ao decidir, a menos de dois anos das eleições presidenciais, colocar a segurança no centro do debate político e atacar a imigração clandestina e a presença dos ciganos no nosso país, Nicolas Sarkozy está a incluir a França naquilo a que se poderia chamar "o clube dos ultras": os países cujas políticas de segurança são fortemente influenciadas pela extrema-direita.
O "clube dos ultras"
Em Itália, segurança rima com luta contra a imigração clandestina. Mais do que de radicalização, pode falar-se de banalização. A Liga do Norte, partido xenófobo e populista, pilar da coligação liderada por Silvio Berlusconi e partido do ministro do Interior, Roberto Maroni, fez dessa luta uma prioridade do Governo. O ministro considera ter praticamente posto termo (menos 88%, entre 1 de agosto de 2009 e 31 de julho de 2010) aos desembarques de clandestinos ao longo das costas italianas, depois do acordo assinado com a Líbia, e não se preocupa com as críticas relativas ao não respeito pelo direito de asilo e pelo destino dos clandestinos enviados para a Líbia.
Vangloria-se igualmente do reforço da legislação, defendido pelo seu partido, através da introdução do conceito de "delito de clandestinidade", criado em agosto de 2009, e ainda da autorização de residência com pontos, lançada em fevereiro.
Nos Países Baixos, Geert Wilders conseguiu criar um clima em que se misturam as questões de insegurança, de integração dos estrangeiros e da posição do Islão. O futuro Governo – sem dúvida uma coligação minoritária de liberais e cristãos democratas, apoiados a partir de fora pelo partido de Wilders – inscreveu a luta contra a insegurança no seu programa. Wilders pretende que os delinquentes estrangeiros sejam expulsos para os seus países de origem e que o lenço islâmico seja penalizado.
Na Suíça, desde 1999, ano da sua subida eleitoral, a União Democrática do Centro (UCD) tem contribuído para tornar mais ousado o discurso em matéria de segurança. O primeiro partido do país vê no "estrangeiro", seja ele refugiado, trabalhador fronteiriço, islamista radical ou cigano, o inimigo que ameaça os valores helvéticos. Mais de um quarto do eleitorado suíço aprova estas ideias xenófobas, levando os partidos da direita tradicional a pescar nas mesmas águas.
O "clube dos moderados"
Na Alemanha, a política de segurança centra-se no essencial na luta contra o terrorismo islamista e contra os neonazis. O arsenal legislativo tem sido continuamente reforçado desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Em 2009, o Bundestag aprovou um texto muito polémico, que permite condenar uma pessoa por um delito "em preparação". Mas, por razões históricas, os ataques dirigidos contra grupos étnicos específicos são globalmente condenados pela opinião pública. Só o NPD, partido neonazi ultra minoritário (menos de 2% dos votos, a nível federal), faz do ataque aos estrangeiros o seu cavalo de batalha. Esta formação é considerada como não tendo credibilidade política e como um perigo para a democracia. Contudo, o défice de integração da comunidade de origem turca é periodicamente tema de debate na Alemanha.
Em Espanha, o discurso em matéria de segurança centra-se tradicionalmente na luta contra o terrorismo da ETA. O Governo socialista de José Luis Zapatero acrescentou-lhe uma segunda prioridade, muito mediatizada: a violência contra as mulheres. A política de segurança também se centra na imigração ilegal. Em fins de 2008, foi criada, no seio da polícia nacional, uma "brigada de expulsão dos delinquentes estrangeiros". Em 2009, foram expulsos 7 600 delinquentes estrangeiros. A entrada em vigor, em fins de 2009, da reforma da lei dos estrangeiros aumentou, nomeadamente, de 40 para 60 dias, a duração máxima da detenção de imigrantes clandestinos em centros de trânsito. Mas, com exceção do partido xenófobo catalão Plataforma per Catalunya, criado em 2003, de um modo geral, as políticas não confundem imigração com delinquência.
A especificidade britânica
O primeiro-ministro conservador David Cameron deseja alterar o "Estado de vigilância" que os trabalhistas contribuíram para criar, na sequência dos atentados terroristas de julho de 2005, em Londres. Pretende regulamentar a utilização das câmeras de vigilância – as cerca de 4,2 milhões de CCTV (circuito fechado de televisão) instaladas nas ruas do Reino Unido e reforçar o direito à manifestação, um pouco maltratado nos últimos anos. E a "Great Repeal Bill" deverá alterar as regras de conservação das impressões do registo de ADN do país.
Visto de Bucareste e de Sófia
Os rapatriamentos de ciganos são inúteis e hipócritas
No momento em que, em 19 de agosto, 93 ciganos romenos a viver em França eram objeto de um "repatriamento humanitário voluntário" para a Roménia, o Evenimentul Zilei previa que "a maior parte irá regressar a França tão depressa quanto possível". Como a Roménia não dispõe de "programas concretos de reintegração" dessas populações, "o problema continuará a ser o mesmo e a não estar resolvido", quando "as equipas de jornalistas franceses, chegadas a Bucareste para fazerem reportagens no local", tiverem partido. Do lado búlgaro, o diário Novinar critica os políticos europeus por aplicarem "padrões ambíguos no que se refere aos ciganos", recorda que a tentativa das autoridades de Sofia de desmantelar um acampamento de ciganos no centro da cidade foi posto de lado, devido a pressões da UE, e pergunta por que motivo aqueles que, na altura, protestaram não reagem agora contra Nicolas Sarkozy.
Fonte: Le Monde(França)/presseurop
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/319081-paris-entra-no-clube-dos-ultras
A viragem de Nicolas Sarkozy em matéria de segurança coloca a França entre os Estados membros que aplicam as políticas mais duras relativamente à imigração. Outros países, como a Espanha e a Alemanha, adotaram abordagens mais flexíveis.
Olivier Schmitt
Ao decidir, a menos de dois anos das eleições presidenciais, colocar a segurança no centro do debate político e atacar a imigração clandestina e a presença dos ciganos no nosso país, Nicolas Sarkozy está a incluir a França naquilo a que se poderia chamar "o clube dos ultras": os países cujas políticas de segurança são fortemente influenciadas pela extrema-direita.
O "clube dos ultras"
Em Itália, segurança rima com luta contra a imigração clandestina. Mais do que de radicalização, pode falar-se de banalização. A Liga do Norte, partido xenófobo e populista, pilar da coligação liderada por Silvio Berlusconi e partido do ministro do Interior, Roberto Maroni, fez dessa luta uma prioridade do Governo. O ministro considera ter praticamente posto termo (menos 88%, entre 1 de agosto de 2009 e 31 de julho de 2010) aos desembarques de clandestinos ao longo das costas italianas, depois do acordo assinado com a Líbia, e não se preocupa com as críticas relativas ao não respeito pelo direito de asilo e pelo destino dos clandestinos enviados para a Líbia.
Vangloria-se igualmente do reforço da legislação, defendido pelo seu partido, através da introdução do conceito de "delito de clandestinidade", criado em agosto de 2009, e ainda da autorização de residência com pontos, lançada em fevereiro.
Nos Países Baixos, Geert Wilders conseguiu criar um clima em que se misturam as questões de insegurança, de integração dos estrangeiros e da posição do Islão. O futuro Governo – sem dúvida uma coligação minoritária de liberais e cristãos democratas, apoiados a partir de fora pelo partido de Wilders – inscreveu a luta contra a insegurança no seu programa. Wilders pretende que os delinquentes estrangeiros sejam expulsos para os seus países de origem e que o lenço islâmico seja penalizado.
Na Suíça, desde 1999, ano da sua subida eleitoral, a União Democrática do Centro (UCD) tem contribuído para tornar mais ousado o discurso em matéria de segurança. O primeiro partido do país vê no "estrangeiro", seja ele refugiado, trabalhador fronteiriço, islamista radical ou cigano, o inimigo que ameaça os valores helvéticos. Mais de um quarto do eleitorado suíço aprova estas ideias xenófobas, levando os partidos da direita tradicional a pescar nas mesmas águas.
O "clube dos moderados"
Na Alemanha, a política de segurança centra-se no essencial na luta contra o terrorismo islamista e contra os neonazis. O arsenal legislativo tem sido continuamente reforçado desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Em 2009, o Bundestag aprovou um texto muito polémico, que permite condenar uma pessoa por um delito "em preparação". Mas, por razões históricas, os ataques dirigidos contra grupos étnicos específicos são globalmente condenados pela opinião pública. Só o NPD, partido neonazi ultra minoritário (menos de 2% dos votos, a nível federal), faz do ataque aos estrangeiros o seu cavalo de batalha. Esta formação é considerada como não tendo credibilidade política e como um perigo para a democracia. Contudo, o défice de integração da comunidade de origem turca é periodicamente tema de debate na Alemanha.
Em Espanha, o discurso em matéria de segurança centra-se tradicionalmente na luta contra o terrorismo da ETA. O Governo socialista de José Luis Zapatero acrescentou-lhe uma segunda prioridade, muito mediatizada: a violência contra as mulheres. A política de segurança também se centra na imigração ilegal. Em fins de 2008, foi criada, no seio da polícia nacional, uma "brigada de expulsão dos delinquentes estrangeiros". Em 2009, foram expulsos 7 600 delinquentes estrangeiros. A entrada em vigor, em fins de 2009, da reforma da lei dos estrangeiros aumentou, nomeadamente, de 40 para 60 dias, a duração máxima da detenção de imigrantes clandestinos em centros de trânsito. Mas, com exceção do partido xenófobo catalão Plataforma per Catalunya, criado em 2003, de um modo geral, as políticas não confundem imigração com delinquência.
A especificidade britânica
O primeiro-ministro conservador David Cameron deseja alterar o "Estado de vigilância" que os trabalhistas contribuíram para criar, na sequência dos atentados terroristas de julho de 2005, em Londres. Pretende regulamentar a utilização das câmeras de vigilância – as cerca de 4,2 milhões de CCTV (circuito fechado de televisão) instaladas nas ruas do Reino Unido e reforçar o direito à manifestação, um pouco maltratado nos últimos anos. E a "Great Repeal Bill" deverá alterar as regras de conservação das impressões do registo de ADN do país.
Visto de Bucareste e de Sófia
Os rapatriamentos de ciganos são inúteis e hipócritas
No momento em que, em 19 de agosto, 93 ciganos romenos a viver em França eram objeto de um "repatriamento humanitário voluntário" para a Roménia, o Evenimentul Zilei previa que "a maior parte irá regressar a França tão depressa quanto possível". Como a Roménia não dispõe de "programas concretos de reintegração" dessas populações, "o problema continuará a ser o mesmo e a não estar resolvido", quando "as equipas de jornalistas franceses, chegadas a Bucareste para fazerem reportagens no local", tiverem partido. Do lado búlgaro, o diário Novinar critica os políticos europeus por aplicarem "padrões ambíguos no que se refere aos ciganos", recorda que a tentativa das autoridades de Sofia de desmantelar um acampamento de ciganos no centro da cidade foi posto de lado, devido a pressões da UE, e pergunta por que motivo aqueles que, na altura, protestaram não reagem agora contra Nicolas Sarkozy.
Fonte: Le Monde(França)/presseurop
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/319081-paris-entra-no-clube-dos-ultras
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sábado, 6 de junho de 2009
Celebração pelos 65 anos do 'Dia D'. Libertação da Europa do regime hitlerista
Obama chega à Normandia para comemorações do Dia D
Na França, ele disse que 'impasse' no Oriente Médio tem que ser superado.
Data marcou início da ofensiva na Europa contra tropas alemãs em 1944.
Da EFE
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou neste sábado (6) a Caen, na região francesa da Normandia, para participar das comemorações pelo 65º aniversário do Dia D, durante as quais também fará uma reunião com o colega francês, Nicolas Sarkozy.
Veja fotos das comemorações
Acompanhado de sua esposa, Michelle, Obama chegou a Caen a bordo de uma versão reduzida de seu avião Air Force One tradicional, procedente de Paris.
Após uma cerimônia de recepção na Prefeitura de Caen, os dois chefes de Estado realizarão uma reunião na qual devem discutir assuntos como a situação no Oriente Médio e a crise econômica mundial.
As conversas continuarão durante um almoço de trabalho, após o qual se deslocarão rumo a Colleville, onde se encontra o Memorial e Cemitério Americano, para participar das comemorações do desembarque aliado na Normandia nas praias denominadas Omaha, Utah, Juno, Gold e Sword, no que marcou o começo da ofensiva na Europa em 6 de junho de 1944.
(Foto) Os casais presidenciais Niclas Sarkozy e Carla Bruni e Barack e Michelle Obama na chegada a prefeitura de Caen (Foto: Thierry Chesnot/AFP)
Também estarão presentes nas comemorações o príncipe Charles, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o chefe de Governo do Canadá, Stephen Harper, representando os países que participaram do Dia D.
Obama, que visitou ontem o campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha, tem um interesse pessoal em participar dos eventos deste sábado. Um de seus tios-avôs e seu próprio avô desembarcaram na Normandia nos dias seguintes ao Dia D.
Oriente Médio
Em Caen, Obama afirmou que o "impasse atual" no Oriente Médio tem que ser "superado" por israelenses e palestinos, cujos destinos são "interligados".
"Temos que superar o impasse atual", declarou Obama durante uma entrevista coletiva conjunta com seu colega francês, Nicolas Sarkozy, antes das comemorações. "Espero das duas partes (israelenses e palestinos) que reconheçam que seus destinos são interligados", acrescentou.
(Foto) Primeiras-damas Michelle Obama e Carla Bruni-Sarkozy (Foto: Bob Edme/AP)
Irã
O presidente francês também falou sobre questões internacionais durante este sábado. Ele denunciou as "declarações insensatas" do iraniano Mahmud Ahmadinejad sobre o Holocausto.
"Não podemos aceitar as declarações insensatas do presidente Ahmadinejad" sobre o Holocausto, afirmou Sarkozy. "A Europa, a França e os Estados Unidos são totalmente solidários sobre este assunto", destacou o presidente francês. Da mesma forma, "a França e os Estados Unidos concordam plenamente" sobre o fato de que o Irã não pode ter a arma nuclear, acrescentou.
"O Irã é um grande país, uma grande civilização. Queremos a paz e o diálogo com o Irã, Queremos ajudar este país a se desenvolver, mas não queremos a disseminação da arma nuclear", prosseguiu Sarkozy.
O presidente Ahmadinejad negou diversas vezes a existência do Holocausto. Em 3 de junho, ele voltou a qualificar o massacre de judeus em grande escala durante a Segunda Guerra Mundial de "uma enorme enganação".
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1185180-5602,00-OBAMA+CHEGA+A+NORMANDIA+PARA+COMEMORACOES+DO+DIA+D.html
Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1052151-7823-DIA+D+CERIMONIA+MARCA+ANOS+DE+DESEMBARQUE+NA+NORMANDIA,00.html
Ver mais: Tom Hanks e Spielberg participam de aniversário do Dia D
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3809430-EI8142,00.html
Na França, ele disse que 'impasse' no Oriente Médio tem que ser superado.
Data marcou início da ofensiva na Europa contra tropas alemãs em 1944.
Da EFE
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou neste sábado (6) a Caen, na região francesa da Normandia, para participar das comemorações pelo 65º aniversário do Dia D, durante as quais também fará uma reunião com o colega francês, Nicolas Sarkozy.
Veja fotos das comemorações
Acompanhado de sua esposa, Michelle, Obama chegou a Caen a bordo de uma versão reduzida de seu avião Air Force One tradicional, procedente de Paris.
Após uma cerimônia de recepção na Prefeitura de Caen, os dois chefes de Estado realizarão uma reunião na qual devem discutir assuntos como a situação no Oriente Médio e a crise econômica mundial.
As conversas continuarão durante um almoço de trabalho, após o qual se deslocarão rumo a Colleville, onde se encontra o Memorial e Cemitério Americano, para participar das comemorações do desembarque aliado na Normandia nas praias denominadas Omaha, Utah, Juno, Gold e Sword, no que marcou o começo da ofensiva na Europa em 6 de junho de 1944.
(Foto) Os casais presidenciais Niclas Sarkozy e Carla Bruni e Barack e Michelle Obama na chegada a prefeitura de Caen (Foto: Thierry Chesnot/AFP)
Também estarão presentes nas comemorações o príncipe Charles, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, e o chefe de Governo do Canadá, Stephen Harper, representando os países que participaram do Dia D.
Obama, que visitou ontem o campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha, tem um interesse pessoal em participar dos eventos deste sábado. Um de seus tios-avôs e seu próprio avô desembarcaram na Normandia nos dias seguintes ao Dia D.
Oriente Médio
Em Caen, Obama afirmou que o "impasse atual" no Oriente Médio tem que ser "superado" por israelenses e palestinos, cujos destinos são "interligados".
"Temos que superar o impasse atual", declarou Obama durante uma entrevista coletiva conjunta com seu colega francês, Nicolas Sarkozy, antes das comemorações. "Espero das duas partes (israelenses e palestinos) que reconheçam que seus destinos são interligados", acrescentou.
(Foto) Primeiras-damas Michelle Obama e Carla Bruni-Sarkozy (Foto: Bob Edme/AP)
Irã
O presidente francês também falou sobre questões internacionais durante este sábado. Ele denunciou as "declarações insensatas" do iraniano Mahmud Ahmadinejad sobre o Holocausto.
"Não podemos aceitar as declarações insensatas do presidente Ahmadinejad" sobre o Holocausto, afirmou Sarkozy. "A Europa, a França e os Estados Unidos são totalmente solidários sobre este assunto", destacou o presidente francês. Da mesma forma, "a França e os Estados Unidos concordam plenamente" sobre o fato de que o Irã não pode ter a arma nuclear, acrescentou.
"O Irã é um grande país, uma grande civilização. Queremos a paz e o diálogo com o Irã, Queremos ajudar este país a se desenvolver, mas não queremos a disseminação da arma nuclear", prosseguiu Sarkozy.
O presidente Ahmadinejad negou diversas vezes a existência do Holocausto. Em 3 de junho, ele voltou a qualificar o massacre de judeus em grande escala durante a Segunda Guerra Mundial de "uma enorme enganação".
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1185180-5602,00-OBAMA+CHEGA+A+NORMANDIA+PARA+COMEMORACOES+DO+DIA+D.html
Link do vídeo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1052151-7823-DIA+D+CERIMONIA+MARCA+ANOS+DE+DESEMBARQUE+NA+NORMANDIA,00.html
Ver mais: Tom Hanks e Spielberg participam de aniversário do Dia D
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3809430-EI8142,00.html
domingo, 8 de fevereiro de 2009
França condena novas provocações do bispo sobre Holocausto
Dirigentes do Governo e da oposição na França coincidiram neste domingo ao tachar de "inaceitáveis" as novas declarações do polêmico bispo Richard Williamson, que disse que não pensa em se retratar de sua negação do Holocausto.
"Aconselho a ele que vá a Yad Vashem (o Museu da História do Holocausto de Jerusalém) e veremos depois o que vai dizer", declarou hoje o ministro francês encarregado do plano de relançamento econômico, Patrick Devedjian, em alusão às últimas provocações do bispo.
O ministro ressaltou ainda que não concordava com a decisão do papa Bento XVI de revogar a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros quatro bispos seguidores do ultraconservador Marcel Lefebvre.
A líder da oposição na França, a número um do Partido Socialista (PS), Martine Aubry, condenou as novas e "infames" declarações do bispo, ao considerar que representam uma injúria "não só para todos os judeus, mas também para a consciência humana".
Aubry também descorda da decisão do papa e afirma, em comunicado, que seu partido se une "a todos aqueles que desejam decisões para frear esta situação que provoca tanto sofrimento moral".
Em uma entrevista que será publicada pela revista alemã "Der Spiegel" em sua edição da próxima semana, Williamson diz que, antes de se retratar, tem de revisar as provas históricas do Holocausto.
"Se encontrar provas me corrigirei, mas para isso vou precisar de mais tempo", acrescentou.
Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3501588-EI312,00-Franca+condena+novas+provocacoes+do+bispo+sobre+Holocausto.html
"Aconselho a ele que vá a Yad Vashem (o Museu da História do Holocausto de Jerusalém) e veremos depois o que vai dizer", declarou hoje o ministro francês encarregado do plano de relançamento econômico, Patrick Devedjian, em alusão às últimas provocações do bispo.
O ministro ressaltou ainda que não concordava com a decisão do papa Bento XVI de revogar a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros quatro bispos seguidores do ultraconservador Marcel Lefebvre.
A líder da oposição na França, a número um do Partido Socialista (PS), Martine Aubry, condenou as novas e "infames" declarações do bispo, ao considerar que representam uma injúria "não só para todos os judeus, mas também para a consciência humana".
Aubry também descorda da decisão do papa e afirma, em comunicado, que seu partido se une "a todos aqueles que desejam decisões para frear esta situação que provoca tanto sofrimento moral".
Em uma entrevista que será publicada pela revista alemã "Der Spiegel" em sua edição da próxima semana, Williamson diz que, antes de se retratar, tem de revisar as provas históricas do Holocausto.
"Se encontrar provas me corrigirei, mas para isso vou precisar de mais tempo", acrescentou.
Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3501588-EI312,00-Franca+condena+novas+provocacoes+do+bispo+sobre+Holocausto.html
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Sarkozy chama de 'inadmissível' negação do Holocausto por Williamson
PARIS (AFP) - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou nesta quinta-feira "incríveis, chocantes e inadmissíveis" as declarações do bispo integrista Richard Williamson, reintegrado à Igreja recentemente pelo Papa Bento XVI, nas quais negou o Holocausto.
"É inadmissível que, no século XXI, se possa encontrar alguém que se atreva a pôr em dúvida as câmaras de gás, o Holocausto e o martírio dos judeus", disse Sarkozy, em uma entrevista.
"Quando, além disso, esse homem que põe isso em dúvida se considera um pastor, não no sentido protestante, mas no evangélico, é ainda mais chocante", acrescentou.
"Francamente, não tenho vontade de conhecer esse senhor", concluiu.
Fonte: AFP/Yahoo!
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090205/mundo/fran__a_vaticano_judeus
"É inadmissível que, no século XXI, se possa encontrar alguém que se atreva a pôr em dúvida as câmaras de gás, o Holocausto e o martírio dos judeus", disse Sarkozy, em uma entrevista.
"Quando, além disso, esse homem que põe isso em dúvida se considera um pastor, não no sentido protestante, mas no evangélico, é ainda mais chocante", acrescentou.
"Francamente, não tenho vontade de conhecer esse senhor", concluiu.
Fonte: AFP/Yahoo!
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090205/mundo/fran__a_vaticano_judeus
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terça-feira, 22 de julho de 2008
Crônica racista em revista de esquerda sobre filho de Sarkozy, gera polêmica na França
Paris, 19 jul (EFE) - Uma organização contra o anti-semitismo se somou hoje à polêmica na imprensa em torno de uma crônica de um chargista da revista satírica "Charlie Hebdo", Siné, demitido por se recusar a pedir desculpas a Jean Sarkozy, o filho mais velho do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Em uma crônica publicada no dia 2, Siné escreveu que Jean Sarkozy "acaba de declarar que quer se converter ao judaísmo antes de se casar com a noiva, judia, e herdeira dos fundadores de (a cadeia de distribuição) Darty. Chegará longe".
Diante da recusa de Siné em se desculpar perante a família Darty e diante de Jean, protagonista de uma ascensão política fulgurante no histórico reduto eleitoral do pai perto de Paris, o diretor da "Charlie Hebdo", Philippe Val, demitiu o chargista no início da semana.
Val afirmou que as palavras de Siné sobre Jean e sua noiva não só propagavam "o rumor falso" da conversão do jovem ao judaísmo, mas, sobretudo, "podiam ser interpretadas" como o estabelecimento de uma relação entre "conversão ao judaísmo e êxito social", algo "não aceitável nem defensável perante um tribunal".
Em comunicado divulgado hoje, a Liga Internacional contra o Racismo e o Anti-semitismo defendeu a decisão de Val de "sancionar as palavras indignas" de Siné sobre o jovem Sarkozy.
"As alegações de tráfico de influência e de cinismo" e a "sórdida conexão" entre o dinheiro e os judeus pertencem aos "tempos mais miseráveis do anti-semitismo dos séculos XIX e XX", afirmou a entidade, que ameaçou recorrer aos tribunais.
Quem já decidiu entrar com uma ação por difamação foi o próprio Siné, segundo seu advogado.
Ele entrou com um processo contra um jornalista da revista "Le Nouvel Observateur", que dedicou um artigo ao assunto.
Além disso, processará "todos os que, ao chamar injustamente Siné de 'anti-semita' e 'porco', provocaram sua demissão" e "arruinaram o compromisso de toda uma vida em favor da tolerância, a liberdade de expressão e a igualdade entre todos os usuários do planeta Terra", indicou o advogado.
O próprio Siné disse há poucos dias à imprensa local: "Reprovo Jean Sarkozy por se converter por oportunismo. Se tivesse se convertido à religião muçulmana para se casar com a filha de um emir, seria igual. E igual também se fosse a filha de um católico", disse.
Crônica sobre filho de Sarkozy gera polêmica na França
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL652314-5602,00-CRONICA+SOBRE+FILHO+DE+SARKOZY+GERA+POLEMICA+NA+FRANCA.html
Em uma crônica publicada no dia 2, Siné escreveu que Jean Sarkozy "acaba de declarar que quer se converter ao judaísmo antes de se casar com a noiva, judia, e herdeira dos fundadores de (a cadeia de distribuição) Darty. Chegará longe".
Diante da recusa de Siné em se desculpar perante a família Darty e diante de Jean, protagonista de uma ascensão política fulgurante no histórico reduto eleitoral do pai perto de Paris, o diretor da "Charlie Hebdo", Philippe Val, demitiu o chargista no início da semana.
Val afirmou que as palavras de Siné sobre Jean e sua noiva não só propagavam "o rumor falso" da conversão do jovem ao judaísmo, mas, sobretudo, "podiam ser interpretadas" como o estabelecimento de uma relação entre "conversão ao judaísmo e êxito social", algo "não aceitável nem defensável perante um tribunal".
Em comunicado divulgado hoje, a Liga Internacional contra o Racismo e o Anti-semitismo defendeu a decisão de Val de "sancionar as palavras indignas" de Siné sobre o jovem Sarkozy.
"As alegações de tráfico de influência e de cinismo" e a "sórdida conexão" entre o dinheiro e os judeus pertencem aos "tempos mais miseráveis do anti-semitismo dos séculos XIX e XX", afirmou a entidade, que ameaçou recorrer aos tribunais.
Quem já decidiu entrar com uma ação por difamação foi o próprio Siné, segundo seu advogado.
Ele entrou com um processo contra um jornalista da revista "Le Nouvel Observateur", que dedicou um artigo ao assunto.
Além disso, processará "todos os que, ao chamar injustamente Siné de 'anti-semita' e 'porco', provocaram sua demissão" e "arruinaram o compromisso de toda uma vida em favor da tolerância, a liberdade de expressão e a igualdade entre todos os usuários do planeta Terra", indicou o advogado.
O próprio Siné disse há poucos dias à imprensa local: "Reprovo Jean Sarkozy por se converter por oportunismo. Se tivesse se convertido à religião muçulmana para se casar com a filha de um emir, seria igual. E igual também se fosse a filha de um católico", disse.
Crônica sobre filho de Sarkozy gera polêmica na França
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL652314-5602,00-CRONICA+SOBRE+FILHO+DE+SARKOZY+GERA+POLEMICA+NA+FRANCA.html
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