terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt)

A primeira tentativa após a guerra de estabelecer o número total de mortos no contexto de uma investigação forense foi feita pela Comissão Estadual Extraordinária para Averiguar e Investigar os Crimes Cometidos pelo Invasores Alemães Fascistas e os Seus Associados no Campo da Morte de Oswiecim. O comitê chegou à conclusão de que quatro milhões de pessoas tinham sido mortas em Auschwitz. A sua conclusão foi baseada numa avaliação da capacidade dos crematórios. Os cinco crematórios teriam sido capazes de queimar, ao menos em teoria, 5.121.000 cadáveres. Adicionalmente existia a capacidade adicional proporcionada pelas piras. Tendo em consideração a possibilidade de operação abaixo da capacidade e de paradas, no entanto, a Comissão de peritos técnicos estabeleceu que durante a existência do campo de Oswiecim os executores alemães tinham assassinado pelo menos quatro milhões de cidadãos da URSS, Polônia, França, Iugoslávia, Tchecoeslováquia, Romênia, Hungria, Holanda, Bélgica e outros países.[26].

Além da abordagem de engenharia questão de quantas pessoas tinham morrido em Auschwitz, surgiu um segundo método de estabelecer o número de vítimas. Este baseava-se numa análise do número de deportações para o campo. Já em 1946, Nachman Blumental, usando este método, chegou a suposição informada que o número de vítimas devia ter sido entre 1,3 e 1,5 milhões.[27] No início da década de 50, Gerald Reitlinger igualmente tentou chegar a uma estimativa grossa do número de vítimas com base no número de deportados.

No que diz respeito ao número total de judeus trazidos para o local de seleção em Auschwitz, é possível estimá-lo com alguma exatidão para os países da Europa Oriental e Central bem como para os Bálcãs, mas não para a Polônia. Não existe uma guia real quanto à porcentagem de gaseados. Foi baixa antes de Agosto de 1942, e geralmente baixa também após Agosto de 1944, mas no período intermediário podia variar entre cinqüenta e cerca de cem por cento. A lista seguinte tem em conta um número de transportes franceses e gregos enviados para Majdanek e 34.000 judeus holandeses que foram para Sobibor:

Bélgica 22.600
Croácia 4.500
França 57.000
Grande Reich [....s transportes diretos] *25.000 (incerto)
Grande Reich [via Theresienstadt] 32.000
Grécia 50.000
Holanda 62.000
Hungria (fronteiras durante a guerra) 380.000
Itália 5.000
Luxemburgo 2.000
Noruega 700
Polônia e Países Bálticos *180.000
Eslováquia (fronteiras de 1939) 20.000

TOTAL----840.800

Deste total, 550.000 a 600.000 poderão ter sido gaseados logo após a chegada, e a estes deve-se- acrescentar uma parte desconhecida dos 300.000 ou mais, desaparecidos do campo, que foram selecionados.[28] importante anotar que Reitlinger, se confrontado com várias estimativas diferente do número de vítimas, escolhia por sistema a mais baixa. A primeira razão era que o exagero serviria àqueles que quisessem negar o Holocausto.[29] A segunda deve-se localizar na sua disposição invulgarmente otimista perante toda a história, baseada na sua avaliação muito sombria da natureza humana: enquanto escrevia o livro, lembrava-se sempre a si próprio de que poderia ter sido pior um sentimento que poucos têm partilhado.[30 ]

Finalmente, havia avaliações diferentes por parte das testemunhas. A mais importante destas era, sem dúvida, o Comandante Rudolf Höss. Durante os seus interrogatórios iniciais, Höss parece ter confirmado uma avaliação inicial feita pelos seus interrogadores de que três milhões de pessoas tinham sido mortas em Auschwitz.[31] Em Nuremberg ele deu números diferentes em ocasiões diferentes. Durante os seus interrogatórios deu uma lista detalhada de números por nacionalidade que somava mais do que 1,1 milhões de deportados.[32] Na sua declaração sob juramento, no entanto, afirmou que pelo menos 2.500.000 vítimas foram executadas e exterminadas [em Auschwitz] mediante gaseamento e incineração, e pelo menos outro meio milho sucumbiu a fome e doenças, o que dá um total de cerca de 3.000.000 de mortos."[33]

Confirmou este número numa conversa com o psicólogo de prisão, Dr. Gilbert. "Ele prontamente confirmou que cerca de 2 milhões de judeus tinham sido exterminados sob a sua direção.[34] Num breve memorando que escreveu para Gilbert mais tarde em Abril Höss voltou ao número menor. Agora afirmava que o número de 2,5 milhões se referia ao potencial técnico. "Por tudo quanto sei, este número parece-me ser demasiado alto. Se eu calcular o total das operações em massa de que ainda tenho memória, e ainda tiver em conta uma certa porcentagem de erro, chego nos meus cálculos a um total de 1,5 milhões no máximo para o período entre o início de 1941 e o fim de 1944."[35]

Finalmente, na Polônia, Höss afirmou novamente que o número de vítimas tinha, com maior das probabilidades, sido menor do que 1,2 milhões de pessoas, comentando que: Eu considero o número de 2,5 milhões muito alto por demais. Mesmo Auschwitz tinha limites s suas capacidades destrutivas.[36] Portanto, no início da década de 1950, existiam basicamente três estimativas do número de vítimas, cada uma baseada em fontes diferentes: uma alta de 4 milhões, baseada na suposta capacidade dos crematórios, uma baixa de cerca de 1 milhão baseada no número do transportes e a avaliação final que Höss forneceu ao Dr. Gilbert em Nuremberg e ao Dr. Jan Sehn em Cracóvia, e uma intermediária de 2,5 milhões, baseada no número de Eichmann conforme relatado a Höss, e inicialmente substanciada por Höss na sua declaração sob juramento em Nuremberg.

Até o início da década de 80 nos foi empreendido nenhum estudo original para resolver a margem inaceitavelmente grande entre a estimativa mais baixa e a mais alta. A culpa recai em grande medida sobre a Guerra Fria: a cifra de 4 milhões tinha sido estabelecida pelos Soviéticos, a cifra de 1 milhão tinha sido primeiramente proposta no Ocidente. As relações entre Este e Oeste deterioraram, com a maior parte da Alemanha passando a fazer parte da OTAN, e como este país se recusava a reconhecer a legitimidade da anexação das antigas regiões alemãs da Prússia Oriental, Pomerânia e Silésia pela Polônia depois da guerra, a questãoo do número de vítimas tornou-se matéria de política. Os governantes comunistas da Polônia não estavam dispostos a fazer a menor cessão perante a Alemanha enquanto o governo de Bonn não reconhecesse a integridade territorial da República Popular da Polônia, e portanto mantiveram a política de afirmar que 4 milhões de pessoas tinham sido mortas em Auschwitz. No Ocidente, a maior parte dos historiadores do Holocausto que, devido ao clima político, estavam incapacitados de fazer pesquisa original na matéria, tendiam a aceitar, com reservas, o número intermediário de 2,5 milhões. Inicialmente só Raul Hilberg, que fez uma importante análise estatística do número de vítimas, suportou o número menor de 1 milhão. O seu raciocínio, justificado, era que, dado o número de vítimas do Holocausto (5,1 milhões na sua estimativa conservadora), e dadas as estimativas maiores ou menos fiáveis do número dos judeus que morreram de privação geral nos guettos, dos que foram executados a tiro a céu aberto e dos que morreram em outros campos de extermínio e de concentração, o número total de vítimas de Auschwitz não pode ter sido maior do que 1 milhão.[37]

O advento de [Partido] Solidariedade e a eleição do polonês Karol Wojtyla como Papa João Paulo II (1978) mudou o clima intelectual na Polônia. Enquanto o governo continuava agarrado ao número oficial de 4 milhões de vítimas, o Dr. Piper do Museu de Auschwitz, que até então se tinha visto impedido de pesquisar a matéria, começou a focar a sua atenção na questão de quantas pessoas tinham morrido no campo. A sua pesquisa foi catalizada por novos números publicados na França por Georges Wellers, que tinha chegado à conclusão de que 1.613.455 pessoas tinham sido deportadas para Auschwitz (das quais 1.433.405 eram judeus) e que 1.471.585 destas tinham morrido (das quais 1.352.980 eram judeus). Piper levou o seu trabalho a uma primeira conclusão em 1986. Uma vez que tinha em grande parte endossado as cifras que tinham sido propostas no Ocidente por Reitlinger e Hilberg, decidiu proceder de forma cuidadosa, decisão sábia, tendo em conta que em meados da década de 1980 a Polônia se encontrava sob regime militar. Primeiro submeteu as suas conclusões a um processo de revisão interna dentro do museu, e depois a uma revisão externa pormenorizada pelo principal instituto polaco de pesquisa sobre a era nazi, a Comissão Principal para a Investigação de Crimes Nazis na Polônia. Em 1990, depois das suas conclusões terem sido endossadas (e com o primeiro governo pós-comunista no poder), Piper deu a conhecer a sua nova estimativa de 1,1 milhões de vítimas à comunidade internacional. Esta cifra tem sido endossada por todos os historiadores profissionais sérios que têm estudado a complexa história de Auschwitz com algum detalhe, bem como pelos institutos de pesquisa do Holocausto Yad Vashem em Jerusalm e United States Holocaust Memorial Museum em Washington D.C.[38]

Traduzido por Roberto Muhlemkamp no RODOH Fórum à partir do link: http://www.holocaustdenialontrial.com/trial/defense/van/ii

Ver também:
Números do Holocausto - Ciganos (Estimativa do número de mortos)
Números do Holocausto - Estimativa de vítimas judaicas
Números do Holocausto por Raul Hilberg
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Número de judeus húngaros gaseados na chegada a Auschwitz
Números de vítimas do Holocausto por país em relação aos números da populaçao de 1937

sábado, 23 de fevereiro de 2008

As Perguntas e Respostas do IHR, e a Resposta do Nizkor

As Perguntas e Respostas do IHR,
e as respostas do Nizkor

Uma respostas as "66 P&R" do IHR e Zündel

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Generalidades

1. Que provas existem de que os Nazis praticaram o genocídio ou assassinaram deliberadamente seis milhões de judeus?
Nota-se que esta resposta é maior que o normal, sendo uma rápida introdução a essência do "revisionismo".

2. Que evidências existem de que os nazis não mataram seis milhões de judeus?
3. Simon Wiesenthal afirmou por escrito que "não havia campos de extermínio em solo alemão"?
4. Se Dachau estava na Alemanha e inclusive Simon Wiesenthal disse que não era um campo de extermínio, por que milhares de veteranos dizem que o era?
5. Auschwitz estava na Polônia, não na Alemanha. Há alguma prova da existência de câmaras de gás destinadas a assassinar seres humanos em Auschwitz?
6. Se Auschwitz não era um "campo da morte", qual era sua finalidade?

Trivialização do Holocausto; Culpar os judeus

7. Quem, onde e quando foram criados os primeiros campos de concentração?
8. Diferenciam-se em quê os campos de concentração alemães dos campos de realocação americanos onde prenderam americanos de origem japonesa, alemã ou italiana, durante a Segunda Guerra Mundial?
9. Por que os alemães encarceraram os judeus em campos de concentração?
10. Que medida a comunidade judaica mundial tomou contra a Alemanha em 1933?
11. A comunidade judaica mundial "Declarou guerra à Alemanha"?
12. Isto ocorreu antes ou depois que apareceram os rumores sobre os “campos da morte”?
13. A qual nação se atribui o primeiro bombardeio em massa de população civil?

O destino dos judeus

14. Quantas câmaras de gás destinadas a matar pessoas havia em Auschwitz?
15. Quantos judeus existiam antes da guerra em áreas que passaram a ficar sob controle alemão?
16. Se os judeus da Europa não foram exterminados pelos nazistas, o que lhes ocorreu?
17. Quantos judeus fugiram para o interior da União Soviética?
18. Quantos judeus emigraram ANTES da guerra, estando assim fora do alcance dos alemães?
19. Se Auschwitz não era um campo de extermínio, por que o comandante do campo, Rudolf Höss, confessou que era?
20. Existe alguma prova de que era costume entre os americanos, os britânicos, franceses e os soviéticos torturar prisioneiros alemães para fazer-lhes confessar antes do Julgamento de Nuremberg e em outros lugares?

Conspirações

21. Como os judeus se beneficiam hoje com a história do “Holocausto”?
22. Como beneficia ao Estado de Israel?
23. Como beneficia as Igrejas cristãs?
24. Como beneficia os comunistas?
25. Como beneficia a Grã-Bretanha?
26. Existe alguma prova de que Hitler ordenou um extermínio em massa de judeus?

Zyklon-B

27. Que tipo de gás foi utilizado pelos nazistas nos campos de concentração?
28. Com que finalidade se fabricava, e fabrica, este gás?
29. Por que o utilizaram no lugar de algum gás mais apropriado para o extermínio em massa?
30. Quanto tempo se leva para ventilar uma área fumigada com Zyklon-B?
31. O comandante de Auschwitz, Höss, disse que seus homens entravam nas câmara de gás dez minutos depois que os judeus haviam morrido e levavam os cadáveres como se explica isto?
32. Höss disse em sua confissão que seus homens fumavam enquanto retiravam os cadáveres da câmara de gás 10 minutos depois do gaseamento. O Zyklon-B não é explosivo?

Generalidades

33. Qual era o procedimento exato que dizem que usavam os nazistas para exterminar judeus?
34. Como se poderia manter um programa tão massivo em segredo, sem que os judeus que iriam ser exterminados soubessem?
35. Se os judeus que iam ser executados sabiam do destino que lhes aguardava, por que iam para a morte sem lutar nem protestar?
36. Quantos judeus morreram aproximadamente nos campos de concentração?
37. Como morreram?
38. O que é o tifo?
39. Que importa se morreram seis milhões de judeus ou 300.000 durante este terrível período?

Cremação

40. Muitos sobeviventes judeus dos "campos da morte" dizem que viram corpos sendo empilhados em valas e queimados. Quanta gasolina deveria ter feito falta para fazer isto?
41. Pode-se queimar cadáveres numa vala?
42. Os escritores sobre o "Holocausto" afirmam que os nazis podiam cremar corpos em uns dez minutos. Quanto tempo leva incinerar um cadáver, segundo diversos operários profissionais de crematórios?
43. Por que os campos de concentração tinham fornos crematórios?
44. Dado um ciclo de trabalho de 100% de todos os crematórios de todos os campos em território controlado por alemães, qual é o número máximo de cadáveres que foi possível incinerar durante todo o período em que os crematórios estiveram em funcionamento?
45. Pode se utilizar um forno crematório em 100% do tempo?
46. Quanta cinza deixa um corpo cremado?
47. Se os nazis incineraram seis milhões de pessoas, que fizeram com as cinzas?
48. Vêem-se cámaras de gás nas fotos aliadas feitas no tempo de guerra de Auschwitz (durante o período no que se supõe que as "câmaras de gás" e os crematórios estavam funcionando cem por cento)?

Trivialização das Leis Anti-judaicas(anti-semitas)

49. Quais eram as princípais disposições das "leis de Nuremberg" alemães de 1935?
50. Houve algum precedente às Leis de Nuremberg na América?
51. 51. Que relatório deu a Cruz Vermelha Internacional sobre a questão do "Holocausto"?
52. Qual foi o papel do Vaticano durante o tempo em que se supõe que seis milhões de judeus foram exterminados?

Generalidades

53. Que provas existem de que Hitler sabia que se estava levando a cabo o extermínio de judeus?
54. Houve colaboração entre os nazis e os sionistas?
55. O que provocou a morte de Anne Frank algumas semanas antes do fim da guerra?
56. É autêntico o Diário de Anne Frank?
57. O que se pode das numerosas fotografias e filmes feitos nos campos de concentração que mostram pilhas de cadáveres esqueléticos? São falsos?
58. Quem criou o termo "genocídio"?
59. Filmes como 'Holocausto' ou 'Ventos da Guerra' são documentários?

Sobre o "Revisionismo"

60. Aproximadamente, quantos livros foram publicados que refutem algum aspecto das afirmações feitas sobre o "Holocausto"?
61. O que ocorreu quando um instituto dedicado à História ofereceu 50.000 dólares a qualquer pessoa que pudesse provar que se gaseou judeus em Auschwitz?
62. O que se pode dizer dessa afirmação segundo a qual os que questionam o "Holocausto" são anti-semitas ou neonazis?
63. O que tem ocorrido aos historiadores que tem questionado o "Holocausto"?
64. O Institute for Historical Review tem sofrido represálias por seu empenho em defender a liberdade de expressão e a liberdade de ensino?
65. Por que se dá tão pouca publicidade a seu ponto de vista?
66. Onde posso conseguir mais informação sobre "a outra versão" da história do "Holocausto", assim como sobre fatos referentes a outras áreas do Revisionismo Histórico da Segunda Guerra Mundial?
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Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/features/qar/qar00-sp.html
Tradução: Leo Gott; Roberto Lucena

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Testemunho de Otto Ohlendorf no IMT

CORONEL JOHN HARLAN AMEN (Advogado Associado de Julgamento para os Estados Unidos):
Permita-me o Tribunal, eu desejo chamar como testemunha para a Acusação, Sr. Otto Ohlendorf ...
[Testemunha Otto Ohlendorf ocupou a posto de testemunhas]
O PRESIDENTE: Otto Ohlendorf, repita este juramento depois de mim "Eu juro por Deus Todo-Poderoso e Onisciente que eu falarei a pura verdade e não omitirei e não acrescentarei nada."
[A testemunha repete o juramento]
CEL. AMEN: Tente falar devagar e pausadamente entre cada pergunta e resposta.
OTTO OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Onde você nasceu?
OHLENDORF: Em Hohen-Egelsen.
CEL. AMEN: Quantos anos você tem?
OHLENDORF: Trinta e oito anos.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se tornou um membro do Partido Nacional-Socialista? OHLENDORF: 1925.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se tornou um membro da SA?
OHLENDORF: Pela primeira vez em 1926.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se tornou um membro da SS?
OHLENDORF: Eu devo corrigir minha resposta à questão anterior. Eu pensei que você estava falando sobre minha associação à SS.
CEL. AMEN: Quando você se tornou um membro da SA?
OHLENDORF: No ano de 1925.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se juntou à SD?
OHLENDORF: Em 1936.
CEL. AMEN: Qual foi sua última posição na SD?
OHLENDORF: Chefe do Amt III na RSHA....
CEL. AMEN: Você nos contou por qual período de tempo você continuou como chefe da Amt III?
OHLENDORF: Eu era chefe por meio período da Amt III de 1939 a 1945.
CEL. AMEN: Voltando agora à designação "Unidades Móveis" com o exército mostrado no canto inferior direito do diagrama, por favor explique ao Tribunal a significância dos termos "Einsatzgruppe" e "Einsatzkommando."
OHLENDORF: O conceito "Einsatzgruppe" foi estabelecido depois de um acordo entre os chefes da RSHA, OKW e OKH, sobre o uso separado das unidades Sipo nas áreas operacionais. O conceito de "Einsatzgruppe" primeiro apareceu durante a campanha polonesa. Entretanto, só se chegou ao acordo com o OKH e OKW antes do início da campanha russa. Este acordo especificava que um representante do chefe da Sipo e da SD seria designado para os grupos de exército, ou exércitos, e que este oficial teria à sua disposição unidades móveis da Sipo e do SD na forma de um Einsatzgruppe, subdividida em Einsatzkommandos. Os Einsatzkommandos, sob ordens do grupo de exércitos ou exército, seriam atribuídos às unidades individuais do exército conforme preciso.
CEL. AMEN: Declare, se você souber, se antes da campanha contra a Rússia Soviética, algum acordo foi iniciado entre a OKW, OKH e RHSA?
OHLENDORF: Sim, os Einsatzgruppen e Einsatzkommandos, como acabei de descrevê-los, foram usados em razão de um acordo escrito entre o OKW, OKH e RSHA.
CEL. AMEN: Como você sabe que existiu tal acordo escrito?
OHLENDORF: Eu estive presente várias vezes durante as negociações com Albrecht e Schellenberg conduzidas com o OKH e OKW; e eu também tinha uma cópia escrita deste acordo, que era o resultado destas negociações, em minhas próprias mãos quando eu assumi o Einsatzgruppe.
CEL. AMEN: Explique ao Tribunal quem era Schellenberg. Que posição ele ocupava, se ocupava alguma posição?
OHLENDORF: Schellenberg era, no final, chefe do Amt VI na RHSA; na época em que ele estava liderando como um representante de Heydrich, ele pertencia à Amt VI.
CEL. AMEN: Em aproximadamente que data estas negociações aconteceram?
OHLENDORF: As negociações duraram várias semanas. Deve ter-se chegado ao acordo uma ou duas semanas antes do início da campanha.
CEL. AMEN: Você mesmo já viu uma cópia deste acordo escrito?
OHLENDORF: Sim!
CEL. AMEN: Você já teve motivo para trabalhar com este acordo escrito?
OHLENDORF: Sim!
CEL. AMEN: Em mais de uma ocasião?
OHLENDORF: Sim; Em todas as questões resultantes do relacionamento entre os Einsatzgruppen e o exército.
CEL. AMEN: Você sabe onde se encontram o original ou quaisquer cópias daquele acordo hoje?
OHLENDORF: Não.
CEL. AMEN: Do máximo que você sabe e se recorda, por favor explique ao Tribunal toda a substância deste acordo escrito.
OHLENDORF: Em primeiro lugar, o acordo declarava que as Einsatzgruppen e os Einsatzkommandos seriam criados nas áreas operacionais. Isto criou um precedente, porque até àquela época o exército tinha, sob sua própria responsabilidade, cumprido as tarefas que agora passariam a ser somente da Sipo. Em segundo lugar, estavam os regulamentos com relação à competência.
CEL. AMEN: Você está indo rápido demais. O que você é isso que você diz que os Einsatzkommandos fizeram sob o acordo?
OHLENDORF: Eu disse que esse era o relacionamento entre o exército e o Einsatzgruppen e os Einsatzkommandos. O acordo especificava que os grupos do exército ou exércitos seriam responsáveis pelo movimento e abastecimento das Einsatzgruppen, mas que as instruções para as atividades delas viriam do chefe da Sipo e do SD.
CEL. AMEN: Deixe-nos entender. É correto que um grupo Einsatz deveria ser ligado a cada grupo de exército ou exército?
OHLENDORF: Cada grupo de exército tinha que ter uma Einsatzgruppe ligada a ele. O grupo de exército, por sua vez, então ligaria os Einsatzkommandos aos exércitos do grupo de exército.
CEL. AMEN: E o comando do exército determinaria a área dentro da qual o grupo Einsatz iria operar?
OHLENDORF: A área operacional da Einsatzgruppe já era determinada pelo fato de que ela era ligada a um grupo de exército específico e portanto movia-se com ele, enquanto as áreas operacionais dos Einsatzkommandos eram fixadas pelo grupo de exército ou exército.
CEL. AMEN: O acordo também estipulou que o comando de exército iria controlar o tempo durante o qual elas iriam operar?
OHLENDORF: Isso estava incluso sob o título "movimento".
CEL. AMEN: E, também, para controlar quaisquer tarefas adicionais que eles iriam operar?
OHLENDORF: Sim. Muito embora os chefes da Sipo e SD tivessem o direito de emitir instruções a eles sobre seu trabalho, havia um acordo geral de que o exército também tinha o direito de emitir ordens às Einsatzgruppen se a situação operacional assim fizesse necessário.
CEL. AMEN: O que o acordo estipulava com respeito à ligação do comando do grupo Einsatz a esse comando do exército?
OHLENDORF: Eu não consigo me lembrar se qualquer coisa específica sobre isso estava contida no acordo. Para ser mais preciso, um homem de ligação entre o comando do exército e a SD era escolhido.
CEL. AMEN: Você se recorda de quaisquer outras provisões deste acordo escrito?
OHLENDORF: Acredito que eu possa declarar o conteúdo principal daquele acordo.
CEL. AMEN: Que posição você ocupava com respeito a esse acordo?
OHLENDORF: De junho de 1941 até a morte de Heydrich em junho de 1942, eu liderei a Einsatzgruppe D, e era o representante do chefe da Sipo e da SD com o 11º Exército.
CEL. AMEN: E quando foi a morte de Heydrich?
OHLENDORF: Heydrich foi ferido no final de maio de 1942, e morreu em 4 de junho de 1942.
CEL. AMEN: Quanto tempo você foi previamente avisado da campanha contra a Rússia Soviética?
OHLENDORF: Cerca de quatro semanas.
CEL. AMEN: Quantos grupos Einsatz havia, e quem eram seus respectivos líderes?
OHLENDORF: Havia quatro Einsatzgruppen, Grupos A, B, C e D. O chefe da Einsatzgruppe A era Stahlecker; o chefe da Einsatzgruppe B era Nebe; o chefe da Einsatzgruppe C, Dr. Rasche, e depois, Dr. Thomas; o chefe da Einsatzgruppe D era eu mesmo, e depois Bierkamp.
CEL. AMEN: A qual exército o Grupo D estava ligado?
OHLENDORF: O Grupo D não estava ligada a nenhum grupo, mas estava ligado diretamente ao 11º Exército.
CEL. AMEN: Onde operava o Grupo D?
OHLENDORF: O Grupo D operava no sul da Ucrânia.
CEL. AMEN: Descreva em mais detalhes a natureza e extensão da área na qual operava o Grupo D, nomeando as cidades e territórios.
OHLENDORF: A cidade mais ao norte era Cernauti; então indo ao sul através de Mohilev-Podolsk, Yampol, então na direção leste Zuvalje, Czervind, Melitopol, Mariopol, Taganrog, Rostov, e a Criméia.
CEL. AMEN: Qual era o objetivo mais importante do Grupo D?
OHLENDORF: O Grupo D foi mantido em reserva para o Cáucaso, para um grupo de exército que iria operar no Cáucaso.
CEL. AMEN: Quando o Grupo D começou a mover-se para dentro da Rússia Soviética?
OHLENDORF: O Grupo D deixou Duegen em 21 de junho e alcançou Pietra Namsk na Romênia em três dias. Lá, os primeiros Einsatzkommandos já estavam sendo convocados pelo exército, e eles imediatamente começaram a jornada para os destinos determinados pelo exército. A Einsatzgruppe inteira foi colocada em operação no início de julho.
CEL. AMEN: Você está se referindo ao 11º Exército?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Em que aspectos, se em algum aspecto, as tarefas oficiais dos grupos Einsatz eram relacionadas aos judeus e comissários comunistas?
OHLENDORF: As instruções eram que nas áreas operacionais russas das Einsatzgruppen os judeus, assim como os comissários políticos soviéticos, tinham que ser liquidados.
CEL. AMEN: E quando você diz "liquidados" você quer dizer "mortos"?
OHLENDORF: Sim, eu quero dizer "mortos".
CEL. AMEN: Antes da abertura da campanha soviética, você esteve presente em uma conferência em Pretz?
OHLENDORF: Sim, foi uma conferência na qual as Einsatzgruppen e os Einsatzkommandos foram informados de suas tarefas e receberam as ordens necessárias.
CEL. AMEN: Quem estava presente à conferência?
OHLENDORF: Os chefes das Einsatzgruppen e os comandantes dos Einsatzkommandos e Streckenbach da RHSA, que transmitia as ordens de Heydrich e Himmler.
CEL. AMEN: Quais eram essas ordens?
OHLENDORF: Essas eram as ordens gerais do trabalho normal da Sipo e da SD, e além disso a ordem de liquidação a qual eu já mencionei.
CEL. AMEN: E essa conferência aconteceu em aproximadamente que data?
OHLENDORF: Cerca de três ou quatro dias antes da missão.
CEL. AMEN: Para que antes que vocês começassem a marchar Rússia Soviética adentro vocês recebessem ordens nesta conferência para exterminar os judeus e funcionários comunistas, além dos trabalhos profissionais regulares da Polícia de Segurança e SD, isto é correto?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você teve alguma conversa pessoal com Himmler, relacionando alguma comunicação de Himmler para os chefes dos grupos de exército ou exércitos referente a esta missão?
OHLENDORF: Sim. Himmler contou-me que, antes do início da campanha russa, Hitler havia falado desta missão a uma conferência dos grupos de exército e dos chefes de exército - não, não os chefes de exército mas os generais no comando - e havia instruído os generais no comando a providenciar o apoio necessário.
CEL. AMEN: Para que vocês pudessem testemunhar que os chefes dos grupos de exército e dos exércitos tinham sido similarmente informados dessas ordens para a liquidação de judeus e funcionários soviéticos?
OHLENDORF: Eu não acho que é bem correto colocar dessa forma. Eles não tinham ordens para liquidação; a ordem para a liquidação foi dada a Himmler para que ele a executasse, mas como essa liquidação aconteceu na área operacional do grupo de exército e dos exércitos, eles tinham que receber ordens para fornecer apoio. Além disso, sem tais instruções ao exército, as atividades das Einsatzgruppen não teriam sido possíveis.
CEL. AMEN: Você teve alguma outra conversa com Himmler a respeito desta ordem?
OHLENDORF: Sim, no final do verão de 1941, Himmler estava em Nikolaiev. Ele reuniu os líderes e homens dos Einsatzkommandos, repetiu a eles a ordem de liquidação, e mostrou que os líderes e homens que estavam tomando parte na liquidação não arcavam com nenhuma responsabilidade pessoal pela execução desta ordem. A responsabilidade era dele, sozinho, e do Führer.
CEL. AMEN: E você mesmo ouviu esse discurso?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você sabe se esta missão do grupo Einsatz era conhecida pelos comandantes do grupo de exércitos?
OHLENDORF: Esta ordem e a execução dessas ordens eram conhecidas pelo general do exército no comando.
CEL. AMEN: Como você sabe disso?
OHLENDORF: Pelas conferências com o exércitos e pelas instruções que eram dadas pelo exército sobre a execução da ordem.
CEL. AMEN: Essa missão dos grupos Einsatz e o acordo entre OKW, OKH e RHSA eram conhecidas pelos outros líderes da RSHA?
OHLENDORF: Pelo menos alguns deles sabiam disso, já que alguns dos líderes eram mais ativos nas Einsatzgruppen e nos Einsatzkommandos no curso do tempo. Além disso, os líderes que estavam lidando com os aspectos legais e de organização das Einsatzgruppen também sabiam disso.
CEL. AMEN: A maioria dos líderes vinham da RSHA, não vinham?
OHLENDORF: Que líderes?
CEL. AMEN: Dos grupos Einsatz?
OHLENDORF: Não, não se pode afirmar isso. Os líderes das Einsatzgruppen e dos Einsatzkommandos vinham de todo o Reich.
CEL. AMEN: Você sabe se a missão e o acordo eram conhecidos por Kaltenbrunner?
OHLENDORF: Depois da sua posse no escritório, Kaltenbrunner tinha que lidar com estas questões e conseqüentemente deve ter conhecido detalhes das Einsatzgruppen que eram de seu ofício.
CEL. AMEN: Quem era o oficial no comandando do 11º Exército?
OHLENDORF: No início, Riter von Schober; depois, Von Manstein.
CEL. AMEN: Conte ao Tribunal de que maneira ou maneiras o oficial no comando do 11º Exército dirigia ou supervisionava o Grupo Einsatz D na execução de suas atividades de liquidação.
OHLENDORF: Uma ordem do 11° Exército foi enviada a Nikolaiev de que as liquidações iriam acontecer somente a uma distância de não menos de duzentos quilômetros do quartel-general do general em comando.
CEL. AMEN: Você se recorda de quaisquer outras ocasiões?
OHLENDORF: Em Simferopol, o comando do exército solicitou aos Einsatzkommandos na sua área que apressassem as liquidações, porque a fome estava era uma ameaça e havia uma grande carência de moradia.
CEL. AMEN: Você sabe quantas pessoas foram liquidadas pelo Grupo Einsatz D sob seu comando?
OHLENDORF: No ano entre junho de 1941 e junho de 1942, os Einsatzkommandos reportaram noventa mil pessoas liquidadas.
CEL. AMEN: Isso incluía homens, mulheres e crianças?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Em que você baseia esses números?
OHLENDORF: Em relatórios enviados pelos Einsatzkommandos às Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: Esses relatórios eram enviados a você?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E você os via e os lia?
OHLENDORF: Perdão?
CEL. AMEN: E você via e lia aqueles relatórios pessoalmente?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E é nesses relatórios que você baseia os números que você deu ao Tribunal?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você sabe como são esses números comparados com os números de pessoas liquidadas por outras Einsatzgruppen?
OHLENDORF: Os números que eu vi de outras Einsatzgruppen são consideravelmente maiores.
CEL. AMEN: Isso se devia a que fator?
OHLENDORF: Eu acredito que em grande parte os números enviados pelas outras Einsatgruppen eram exagerados.
CEL. AMEN: Você via relatórios de liquidações de outras unidades Einsatz de tempos em tempos?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E esses relatórios mostravam liquidações que superavam aquelas do Grupo D; isso está correto?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você supervisionou pessoalmente execuções em massa desses indivíduos?
OHLENDORF: Eu estive presente em duas execuções em massa para fins de inspeção.
CEL. AMEN: Você explicaria em detalhes ao Tribunal como uma execução em massa de indivíduos era executada?
OHLENDORF: Um Einsatzkommando local tentava agrupar todos os judeus em sua área para registrá-los. Esse registro era feito pelos próprios judeus.
CEL. AMEN: Sob que pretexto, se sob algum pretexto, eles eram agrupados?
OHLENDORF: Sob o pretexto de que eles seriam reassentados.
CEL. AMEN: Continue.
OHLENDORF: Depois do registro, os judeus eram agrupados em um local; e de lá eles eram mais tarde transportados ara o local de execução, que eram como regra, uma vala anti-tanque ou uma escavação natural. As execuções eram efetuadas de uma maneira militar, por pelotões de fuzilamento sob comando.
CEL. AMEN: De que maneira eles eram transportados ao local de execução?
OHLENDORF: Eles eram transportados para o local de execução em caminhões, sempre só a quantidade que poderia ser executada imediatamente. Desse jeito, tentou-se manter o mais curto possível o período de tempo entre o momento em que as vítimas sabiam o que estava para acontecer a elas até o hora real da sua execução.
CEL. AMEN: Essa idéia foi sua?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E depois que eles eram fuzilados, o que era feito com seus corpos?
OHLENDORF: Os campos eram enterrados na vala anti-tanque ou escavação.
CEL. AMEN: Que determinação, se alguma, era feita sobre se as pessoas estavam realmente mortas?
OHLENDORF: Os líderes de unidades ou os comandantes do pelotão de fuzilamento tinham ordens para observar isso e, se necessário, acabar com elas eles mesmos.
CEL. AMEN: E quem faria isso?
OHLENDORF: Ou o próprio líder de unidade ou alguém designado por ele.
CEL. AMEN: Em que posições as vítimas eram fuziladas?
OHLENDORF: De pé ou ajoelhadas.
CEL. AMEN: O que era feito com os pertences pessoais das pessoas executadas?
OHLENDORF: Todos os objetos de valor eram confiscados na hora do registro ou do agrupamento, e dados ao Ministério das Finanças, ou através da RSHA ou diretamente. No início, as roupas eram dadas à população, mas no inverno de 1941-42, elas foram coletadas e dispensadas pelo NSV.
CEL. AMEN: Todos os pertences pessoais deles eram registrados naquela época?
OHLENDORF: Não, não todos, somente os objetos de valor eram registrados.
CEL. AMEN: O que acontecia com as roupas que as vítimas usavam no momento em que elas iam para o local de execução?
OHLENDORF: Elas eram obrigadas a tirar suas roupas de cima imediatamente antes da execução.
CEL. AMEN: Todas elas?
OHLENDORF: As roupas de cima, sim.
CEL. AMEN: E quanto ao resto das roupas que elas estavam usando?
OHLENDORF: As outras roupas continuavam nos corpos.
CEL. AMEN: Isso era verdade não só para o seu grupo mas também para os outros grupos Einsatz?
OHLENDORF: Essa era a ordem na minha Einsatzgruppe. Eu não sei como era feito nas outras Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: De que maneira eles lidavam com isso?
OHLENDORF: Alguns dos líderes de unidade não executavam liquidações à maneira militar, mas matavam as vítimas individualmente, atirando na nuca delas.
CEL. AMEN: E você se opunha a esse procedimento?
OHLENDORF: Eu era contra esse procedimento, sim.
CEL. AMEN: Por que razão?
OHLENDORF: Porque, tanto para as vítimas quanto para aqueles que faziam as execuções, psicologicamente, era um fardo imenso para carregar.
CEL. AMEN: Agora, o que era feito com a propriedade coletada pelos Einsatzkommandos de suas vítimas?
OHLENDORF: Todos os objetos de valor eram enviados para Berlim, para a RSHA ou para o Ministério de Finanças do Reich. Os artigos que não podiam ser usados na área operacional eram dispensados.
CEL. AMEN: Por exemplo, o que acontecia com o ouro e prata tirados das vítimas?
OHLENDORF: Esses eram, como eu acabei de dizer, entregues a Berlim, para o Ministério das Finanças do Reich.
CEL. AMEN: Como você sabe disso?
OHLENDORF: Eu posso me lembrar que foi realmente tratado dessa forma em Simferopol.
CEL. AMEN: E quanto a relógios, por exemplo, tirados das vítimas?
OHLENDORF: Por solicitação do exército, relógios eram colocados à disposição das forças no front.
CEL. AMEN: Eram todas as vítimas, incluindo homens, mulheres e crianças, executadas da mesma maneira?
OHLENDORF: Até a primavera de 1942, sim. Então veio uma ordem de Himmler de que no futuro as mulheres e crianças iriam ser mortas somente em caminhonetes [N.do T:vans] de gaseamento.
CEL. AMEN: Como as mulheres e crianças tinham sido mortas anteriormente?
OHLENDORF: Da mesma maneira que os homens - por fuzilamento.
CEL. AMEN: O que era feito, se era feito, com relação ao enterro das vítimas depois de elas terem sido executadas?
OHLENDORF: Os kommandos preenchiam as sepulturas para remover os sinais da execução, e então unidades de trabalho da população as aplainavam.
CEL. AMEN: Com relação às caminhonetes de gás que você disse que recebeu na primavera de 1942, que ordem você recebeu a respeito ao uso dessas caminhonetes?
OHLENDORF: Essas caminhonetes eram para ser usadas no futuro para a matança de mulheres e crianças.
CEL. AMEN: Você explicaria ao Tribunal a construção dessas caminhonetes e sua aparência?
OHLENDORF: O propósito real dessas caminhonetes não podia ser visto do lado de fora. Elas se pareciam com caminhões fechados, e eram assim construídas para que na partida do motor, gás fosse conduzido para dentro da caminhonete, causando morte em dez a quinze minutos.
CEL. AMEN: Explique em detalhes apenas como uma dessas caminhonetes eram usadas para uma execução.
OHLENDORF: As caminhonetes eram carregadas com as vítimas e guiadas para o local do sepultamento, que era normalmente o mesmo usado para execuções em massa. O tempo necessário para o transporte era suficiente para garantir a morte das vítimas.
CEL. AMEN: Como as vítimas eram induzidas a entrar nas caminhonetes?
OHLENDORF: Elas ouviam dizer que elas tinham que ser transportadas para uma outra localidade.
CEL. AMEN: Como o gás era ligado?
OHLENDORF: Eu não sou familiarizado com detalhes técnicos.
CEL. AMEN: Quanto tempo levava normalmente para matar as vítimas?
OHLENDORF: Cerca de dez a quinze minutos; as vítimas não tinham consciência do que estava acontecendo a elas.
CEL. AMEN: Quantas pessoas podiam ser mortas simultaneamente?
OHLENDORF: De quinze a vinte e cinco pessoas. As caminhonetes variavam em tamanho.
CEL. AMEN: Você recebia relatórios dessas pessoas que operavam as caminhonetes de tempos em tempos?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta.
CEL. AMEN: Você recebia relatórios daqueles que estavam trabalhando nas caminhonetes?
OHLENDORF: Eu recebia o relatório que os Einsatzkommandos não usariam voluntariamente as caminhonetes.
CEL. AMEN: Por que não?
OHLENDORF: Porque o enterro das vítimas era muito desagradável para os membros dos Einsatzkommandos.
CEL. AMEN: Agora, você contaria ao Tribunal quem fornecia essas caminhonetes para os grupos Einsatz?
OHLENDORF: As caminhonetes de gaseamento não pertenciam à frota das Einsatzgruppen, mas eram designadas para a Einsatzgruppe como uma unidade especial, liderada pelo homem que havia construído as caminhonetes. As caminhonetes eram designadas às Einsatzgruppen pela RSHA.
CEL. AMEN: As caminhonetes eram fornecidas a todos os diferentes grupos Einsatz?
OHLENDORF: Eu não tenho certeza. Eu sei apenas no caso da Einsatzgruppe D, e indiretamente que a Einsatzgruppe C também fez uso dessas caminhonetes...
CEL. AMEN: ...Referente ao seu testemunho anterior, você explicaria ao Tribunal por que você acredita que o tipo de execução ordenada por você, isto é, militar, era preferível ao procedimento tiro-na-nuca adotado pelos outros grupos Einsatz?
OHLENDORF: Por um lado, o objetivo era que os líderes e homens devessem poder fazer as execuções numa maneira militar, agindo sob ordens e que não tivessem que tomar uma decisão por si; essa era, para todas as intenções e propósitos, uma ordem que eles deveriam executar. Por outro lado, eu sabia que, através da excitação emocional das execuções, tratamento de doenças não poderia ser evitado, já que as vítimas descobriam muito cedo que elas iam ser executadas e não poderiam portanto suportar ansiedade prolongada. E parecia intolerável para mim que líderes individuais e homens devessem como conseqüência ser forçados a matar um grande número de pessoas pos sua própria decisão.
CEL. AMEN: De que maneira você determinava que os judeus iam ser executados?
OHLENDORF: Essa não era parte do meu trabalho; mas a identificação dos judeus era executada pelos próprios judeus, já que o registro era manuseado por um Conselho Judaico de Anciãos.
CEL. AMEN: A quantidade de sangue judeu tinha alguma coisa a ver com isso?
OHLENDORF: Eu não posso me lembrar dos detalhes, mas acredito que os meio-judeus eram também considerados judeus.
CEL. AMEN: Que organização forneceu a maioria dos oficiais dos grupos Einsatz e dos Einsatzkommandos?
OHLENDORF: Eu não entendi a questão.
CEL. AMEN: Que organização forneceu a maioria dos oficiais dos grupos Einsatz?
OHLENDORF: Os oficiais eram fornecidos pela Polícia do Estado, pela Kripo e, em menor grau, pela SD.
CEL. AMEN: Kripo?
OHLENDORF: Sim, a Polícia do Estado, a Polícia Criminal e, em menor grau, a SD.
CEL. AMEN: Havia outras fontes de pessoal?
OHLENDORF: Sim, a maioria dos homens das Waffen-SS e Odnungspolizei. A Polícia do Estado e Kripo forneciam a maioria dos peritos e as tropas eram fornecidas pelas Waffen SS e as Ordnungspolizei.
CEL. AMEN: E quanto à Waffen SS?
OHLENDORF: A Waffen-SS e a Ordnungspolizei deviam cada uma fornecer uma companhia às Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: E quanto à Polícia de Ordem?
OHLENDORF: A Ordnungspolizei também fornecia uma companhia às Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: Qual era o tamanho do Grupo Einsatz D e sua área operacional, comparada com outros grupos Einsatz?
OHLENDORF: Eu estimava que a Einsatzgruppe D era metade ou dois terços o tamanho das outras Einsatzgruppen. Isso mudou no decurso do tempo, já que algumas das Einsatzgruppen foram muito expandidas.
CEL. AMEN: Permita-me o Tribunal, com relação às questões organizacionais que eu acho que esclareceriam algumas das evidências que em parte já foram recebidas pelo Tribunal. Mas eu não quero tomar o tempo do Tribunal a menos que ele queira mais tais testemunhos. Eu achei talvez que se alguns membros do Tribunal tivessem alguma pergunta, eles perguntariam diretamente à testemunha porque ela está melhor informada sobre essas questões organizacionais do que qualquer um que estará presente na corte...
O PRESIDENTE: Coronel Amen, o Tribunal não acha que é necessário ir além nessas questões organizacionais nesta etapa, mas é uma questão que precisa ser realmente decidida por você porque você sabe de que natureza é a evidência na qual está pensando. Na opinião do Tribunal, eles estão satisfeitos na presente etapa por deixar a questão onde ela está, mas há um aspecto da evidência da testemunha que o Tribunal gostaria que você investigasse, que é se as ações das quais ele está falando continuaram depois de 1942, e por quanto tempo.
CEL. AMEN: [Para a testemunha] Você pode afirmar se as ações de liquidação que você descreveu continuaram depois de 1942 e, em caso positivo, por quanto tempo depois?
OHLENDORF: Eu não acho que a ordem básica foi revogada alguma vez. Mas eu não posso me lembrar dos detalhes - pelo menos não em relação à Rússia - que me permitiriam fazer afirmações concretas sobre esse assunto. A retirada começou bem pouco tempo depois, de forma que a região operacional dos Einsatzgruppen tornaram-se cada vez menores. Eu sei, entretanto, que outras Einsatzgruppen com ordens similares tinham sido previstas para outras áreas.
CEL. AMEN: Seu conhecimento pessoal estende-se até que data?
OHLENDORF: Eu sei que a liquidação de judeus foi proibida cerca de seis meses antes do fim da guerra. Eu também vi um documento acabando com a liquidação de comissários soviéticos mas eu não posso recordar uma data específica.
CEL. AMEN: Você sabe se, de fato, acabou assim?
OHLENDORF: Sim, eu acredito que sim.
O PRESIDENTE: O Tribunal gostaria de saber o número de homens no seu grupo Einsatz.
OHLENDORF: Havia cerca de quinhentos homens na minha Einsatzgruppe, excluindo-se aqueles que foram acrescentados ao grupo como assistentes do próprio país...
CEL. AMEN: Permita-me o Tribunal. A testemunha está agora disponível para outro advogado. Eu entendo que o Coronel Pokrovsky tem algumas questões que ele gostaria de perguntar como representante dos soviéticos.
CORONEL Y. V. POKROVSKY (Vice-Promotor Chefe para a URSS): O depoimento da testemunha é importa para o esclarecimento das questões num relatório no qual a delegação soviética está trabalhando no momento. Portanto, com a permissão do Tribunal, eu gostaria de colocar algumas questões para a testemunha.
[Virando-se para a testemunha]
Testemunha, você disse que esteve presente duas vezes em execuções em massa. Sob ordens de quem você foi um inspetor das execuções?
OHLENDORF: Eu estive presente às execuções por iniciativa própria.
CEL. POKROVSKY: Mas você disse que esteve presente como inspetor.
OHLENDORF: Eu disse que estive presente por motivo de inspeção.
CEL. POKROVSKY: Por iniciativa própria?
OHLENDORF: Sim.
CEL. POKROVSKY: Algum de seus chefes já esteve presente em execuções com propósito de inspeção?
OHLENDORF: Sempre que possível eu enviava um membro do quadro das Einsatzgruppen para testemunhar as execuções, mas isso não era sempre possível, já que as Einsatzgruppen tinham que operar sobre grandes distâncias.
CEL. POKROVSKY: Por que alguma pessoa era enviada com propósito de inspeção?
OHLENDORF: Você poderia por favor repetir a pergunta?
CEL. POKROVSKY: Com que propósito era enviado um inspetor?
OHLENDORF: Para determinar se as minhas instruções sobre a forma da execução eram realmente cumpridas ou não.
CEL. POKROVSKY: Devo entender que o inspetor tinha que certificar-se de que a execução tinha realmente sido cumprida?
OHLENDORF: Não, não seria correto disser isso. Ele tinha que averigüar se as condições que eu havia colocado para a execução estavam realmente sendo cumpridas.
CEL. POKROVSKY: Que forma de condições você tinha em mente?
OHLENDORF: Um: exclusão do público; dois: execução militar por pelotão de fuzilamento; três: chegada de transportes e execução da liquidação sem sobressaltos, para evitar excitação desnecessária; quatro: supervisão da propriedade para prevenir pilhagem. Pode haver outros detalhes de que não lembro mais. Para falar a verdade, todos os maus-tratos, tanto físicos como mentais, tinham que ser prevenidos através dessas medidas.
CEL. POKROVSKY: Você queria ter certeza que o que você considerava ser uma distribuição justa dessa propriedade fosse efetuada, ou você aspirava à completa aquisição dos objetos de valor?
OHLENDORF: Sim.
CEL. POKROVSKY: Você falou de maus-tratos. O que você quer dizer com maus-tratos nas execuções?
OHLENDORF: Se, por exemplo, a maneira na qual as execuções eram feitas causassem excitação e desobediências entre as vítimas, de forma que os kommandos fossem obrigados a restaurar a ordem por meio de violência.
CEL. POKROVSKY: O que você quer dizer com "restaurar a ordem por meio de violência"? O que você quer dizer por supressão da excitação entre as vítimas por meio de violência?
OHLENDORF: Se, como eu já disse, a fim de executar a liquidação numa maneira ordenada, fosse necessário, por exemplo, recorrer a espancamentos.
CEL. POKROVSKY: Era absolutamente necessário bater nas vítimas?
OHLENDORF: Eu mesmo nunca testemunhei isso, mas ouvi falar.
CEL. POKROVSKY: De quem?
OHLENDORF: Em conversas com membros e outros kommandos.
CEL. POKROVSKY: Você disse que carros, caminhonetes, eram usados para as execuções?
OHLENDORF: Sim.
CEL. POKROVSKY: Você sabe onde, e com a assistência de quem, o inventor, Becker, conseguiu colocar seu intento em prática?
OHLENDORF: Eu me lembro somente que foi feito através da Amt II da RSHA; mas não posso mais dizer com certeza.
CEL. POKROVSKY: Quantas pessoas foram executadas nesses carros?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta.
CEL. POKROVSKY: Quantas pessoas foram executadas através desses carros?
OHLENDORF: Eu não posso dar números exatos, mas o número era comparativamente pequeno - talvez algumas centenas.
CEL. POKROVSKY: Você disse que, na maior parte, mulheres e crianças eram executadas nessas caminhonetes. Por qual motivo?
OHLENDORF: Essa era uma ordem especial de Himmler que, em resumo, mulheres e crianças não deveriam ser expostas ao desgaste mental das execuções; e assim os homens dos kommandos, a maioria homens casados, não deveriam ser forçados a mirar em mulheres e crianças.
CEL. POKROVSKY: Alguém observou o comportamento das pessoas executadas nessas caminhonetes?
OHLENDORF: Sim, o médico.
CEL. POKROVSKY: Você sabe que Becker havia reportado que a morte nessas caminhonetes era particularmente agonizante?
OHLENDORF: Não. Eu fiquei sabendo dos relatórios de Becker pela primeira vez através de uma carta para Rauff, que me foi mostrada aqui. Do contrário, eu sei pelos relatórios dos do médico que as vítimas não estavam conscientes de sua morte iminente.
CEL. POKROVSKY: Alguma unidade militar - quero dizer, unidade do exército - tomava parte nessas execuções em massa?
OHLENDORF: Como regra, não.
CEL. POKROVSKY: E como exceção?
OHLENDORF: Eu acho que me lembro que em Nikolaiev e em Simferopol um expectador do Alto Comando do Exército esteve presente por um curto período.
CEL. POKROVSKY: Com qual propósito?
OHLENDORF: Eu não sei, provavelmente para obter informações pessoalmente.
CEL. POKROVSKY: As unidades militares eram designadas para levar a efeito as execuções nestas cidades?
OHLENDORF: Oficialmente, o exército não designava nenhuma unidade para este propósito; o exército como tal era na verdade contra as liquidações.
CEL. POKROVSKY: Mas e na prática?
OHLENDORF: Unidades individuais ocasionalmente se ofereciam. Entretanto, no momento eu não sei de nenhum caso assim entre o próprio exército, mas só entre unidades ligadas ao exército (Heeresgefolge).
CEL. POKROVSKY: Você era o homem por cujas ordens pessoas eram mandadas para a morte. Só os judeus eram entregues para execução pela Einsatzgruppe ou os comunistas - "autoridades comunistas" você os chama em suas instruções - eram entregues para execução junto com os judeus?
OHLENDORF: Sim, ativistas e comissários políticos. A mera afiliação no Partido Comunista não era suficiente para perseguir ou matar um homem.
CEL. POKROVSKY: Era feita alguma investigação especial com relação ao papel desempenhado pelas pessoas no Partido Comunista?
OHLENDORF: Não, eu disse que pelo contrário, a simples afiliação ao Partido Comunista não era, por si mesma, uma fator determinante na perseguição e execução de um homem; ele tinha que ter uma função política especial.
CEL. POKROVSKY: Você teve alguma conversa sobre as caminhonetes de extermínio enviada por Berlim e sobre seu uso?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta.
CEL. POKROVSKY: Você teve oportunidade de discutir, com seus chefes e colegas, o fato de que as caminhonetes tinham sido enviadas para sua própria Einsatzgruppe particular a partir de Berlim para fazer as execuções? Você se lembra de alguma conversa assim?
OHLENDORF: Eu não me lembro de nenhuma conversa específica.
CEL. POKROVSKY: Você teve alguma informação a respeito do fato de que membros do esquadrão de execução responsável pelas execuções não estavam dispostos a usar as caminhonetes?
OHLENDORF: Eu soube que os Einsatzkommandos estavam usando as caminhonetes.
CEL. POKROVSKY: Não, eu estava pensando em outra coisa. Eu queria saber se você recebeu relatórios de que membros dos esquadrões de execução não estavam dispostos a usar as caminhonetes e preferiam outros meios de execução?
OHLENDORF: De que eles preferiam matar por meio das caminhonetes de gaseamento, em vez de por fuzilamento?
CEL. POKROVSKY: Ao contrário, que eles preferiam execução por fuzilamento, em vez de por caminhonetes de gaseamento.
OHLENDORF: Eu já disse que as caminhonetes de gás...
CEL. POKROVSKY: E por que eles preferiam execução por fuzilamento à morte nas caminhonetes de gaseamento?
OHLENDORF: Porque, como eu já havia dito, na opinião do líder dos Einsatzkommandos, o descarregamento dos corpos era um desgaste mental desnecessário.
CEL. POKROVSKY: O que você quer dizer por "um desgaste mental desnecessário"?
OHLENDORF: Pelo que me lembro, as condições da época - a imagem apresentada pelos corpos e provavelmente porque certas funções do corpo haviam sido acionadas, deixando os corpos deitados em sujeira.
CEL. POKROVSKY: Você quer dizer que o sofrimento suportado antes da morte era claramente visível nas vítimas? Eu entendi você corretamente?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta; você quer dizer, durante a morte na caminhonete?
CEL. POKROVSKY: Sim.
OHLENDORF: Eu só posso repetir o que o médico me disse, que as vítimas não estavam conscientes da sua morte na caminhonete.
CEL. POKROVSKY: Nesse caso, sua resposta à minha questão anterior, de que o descarregamento dos corpos dava uma impressão terrível aos membros do esquadrão de execução, torna-se totalmente incompreensível.
OHLENDORF: E, como eu disse, a terrível impressão criada pela posição dos próprios corpos, e provavalmente pelo estado das vans que tinham sido sujas e assim por diante.
CEL. POKROVSKY: Eu não tenho mais perguntas a fazer a esta testemunha na presente etapa do julgamento... O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): No seu testemunho, você disse que o grupo Einsatz tinha como alvo a aniquilação dos judeus e dos comissários, isso está correto?
OHLENDORF: Sim. O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): E em qual categoria você considerava as crianças? Por qual razão as crianças eram massacradas?
OHLENDORF: A ordem era que a população judaica deveria ser totalmente exterminada.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Inclusive as crianças?
OHLENDORF: Sim.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Todas as crianças foram assassinadas?
OHLENDORF: Sim.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Mas as crianças daqueles que você considerava pertencerem à categoria de comissários, elas também foram mortas?
OHLENDORF: Eu não estou ciente de que alguma vez investigações foram feitas atrás de famílias de comissários soviéticos.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Você enviou para algum lugar relatórios sobre as execuções que o grupo efetuou?
OHLENDORF: Relatórios sobre as execuções eram regularmente enviados à RSHA.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Não, você mandou pessoalmente algum relatório sobre a aniquilação de milhares de pessoas que vocês efetuaram? Você pessoalmente enviou algum relatório?
OHLENDORF: Os relatórios vinham dos Einsatzkommandos que executavam as ações, para a Einsatzgruppe e a Einsatzgruppe informava a RSHA.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Para quem?
OHLENDORF: Os relatórios iam para o chefe da Sipo pessoalmente.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Pessoalmente?
OHLENDORF: Sim, pessoalmente.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Qual era o nome deste oficial de polícia? Você pode dar o nome dele?
OHLENDORF: Naquela época, Heydrich.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): E depois de Heydrich?
OHLENDORF: Eu não estava mais lá, mas aquela era a ordem estabelecida.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Eu estou perguntando a você se você continuou a enviar relatórios depois da morte de Heydrich ou não?
OHLENDORF: Depois da morte de Heydrich, eu não estava mais no Einsatz, mas os relatórios continuaram, claro.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Você sabe se os relatórios continuaram a ser enviados após a morte de Heydrich ou não?
OHLENDORF: Sim.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Sim?
OHLENDORF: Não, os relatórios...
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): A ordem referente à aniquilação do povo soviético estava em conformidade com a política do governo alemão ou do Partido Nazista ou ela era contra ele? Você entende a questão?
OHLENDORF: Sim. Deve-se distinguir aqui: a ordem para a liquidação veio do Führer do Reich, e ela tinha que ser executada pelo Reichsführer SS Himmler.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Mas ela estava em conformidade com a política conduzida pelo Partido Nazista e pelo governo alemão, ou estava em contradição com ele?
OHLENDORF: Uma política complementa uma prática de forma que nesse aspecto ela foi ordenada pelo Führer. Se você fosse perguntar se esta atividade estava em conformidade com a idéia do Nacional-Socialismo, eu diria "não".
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Eu estou falando da prática.
O PRESIDENTE: Eu entendi você dizer que os objetos de valor eram tirados das vítimas judaicas pelo Conselho Judaico de Anciãos?
OHLENDORF: Sim.
O PRESIDENTE: O Conselho Judaico de Anciãos decidia quem iria ser morto?
OHLENDORF: Isso era feito de várias formas. Pelo que me lembro, o Conselho de Anciãos recebia a ordem de coletar objetos de valor ao mesmo tempo.
O PRESIDENTE: De forma que o Conselho Judaico de Anciãos não soubesse se eles iriam ser mortos ou não?
OHLENDORF: Sim...
O PRESIDENTE: Agora, uma questão com relação a você pessoalmente. De quem você recebeu suas ordens para a liquidação dos judeus e assim por diante? E de que forma?
OHLENDORF: Meu trabalho não era a tarefa de liquidação, mas eu liderei o pessoal que dirigia os Einsatzkommandos no campo, e os próprios Einsatzkommandos já tinham recebido esta ordem de Berlim nas instruções de Streckenbach, Himmler e Heydrich. Esta ordem foi renovada por Himmler em Nikolaiev.
HERR BABEL: Você pessoalmente não estava relacionado com a execução dessas ordens?
OHLENDORF: Eu dirigi a Einsatzgruppe, e portanto eu tinha a tarefa de ver como os Einsatzkommandos executavam as ordens recebidas.
HERR BABEL: Mas você não teve escrúpulos com respeito à execução dessas ordens?
OHLENDORF: Sim, claro.
HERR BABEL: E como é que elas foram executadas apesar desses escrúpulos?
OHLENDORF: Porque para mim, é inconcebível que um líder subordinado não devesse executar ordens dadas pelos líderes do Estado.
HERR BABEL: Esta é a sua opinião. Mas isto deve ter sido não só o seu ponto de vista, mas também o ponto de vista da maioria das pessoas envolvidas. Alguns dos homens indicados para executar essas ordens não pediram a você para serem liberados de tais tarefas?
OHLENDORF: Eu não me lembro de nenhum caso concreto. Eu exclui alguns que eu não considerava emocionalmente apropriados para executar essas tarefas e eu enviei alguns deles para casa.
HERR BABEL: A legalidade das ordens era explicada para essas pessoas com fingimento?
OHLENDORF: Eu não entendo sua pergunta; como a ordem era emitida pelas autoridades, a questão da legalidade não poderia surgir nas cabeças daqueles indivíduos, porque eles tinham jurado obediência às pessoas que haviam emitido as ordens.
HERR BABEL: Algum indivíduo poderia esperar sucesso ao escapar da execução dessas ordens?
OHLENDORF: Não, o resultado teria sido uma corte marcial com uma sentença correspondente.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

O Panfleto

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto:
Resposta do Nizkor ao Institute for Historical Review e a Ernst Zündel

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O Panfleto

O Institute for Historical Review, o IHR, (Instituto para a Revisão Histórica), publica milhares de pequenos panfletos desenhados para informar erroneamente as pessoas sobre o Holocausto. Um dos mais publicados tem sido um entitulado "66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto", ou simplesmente "66 P&R" (por "Perguntas e Respostas").

Este panfleto resume quase todos os principais argumentos utilizados por aqueles que negam o Holocausto. Refutar estes 66 pontos é um golpe direto à raiz da negação do Holocausto.

Os leitores do newsgroup alt.revisionism se encontraram com afirmações e argumentos que lhes pareceram familiares. Isto é devido ao fato de que estas informações, e seus derivados, já haverem sido apresentados e discutidos na Usenet muitas vezes. Contudo, estas páginas web contêm respostas mais minuciosas que as que se podem ser lidas no newsgroup, e nos links a outras fontes de informação que aproveitam a tecnologia da Web.

O próprio panfleto tem sido publicado na Web por pelo menos dois negadores do Holocausto: Greg Raven, diretor do IHR, e Ernst Zündel, descrito pelo Comitê de Revisão de Inteligência de Segurança do Canadá como "um negador do Holocausto e um prolífico editor de publicações racistas", e o patrocinador e promotor de uma "conferência neonazi celebrada na Alemanha em 1991". Tanto o IHR como as editoras de Zündel distribuem o P&R no formato impresso.

O que vem na continuação é uma refutação ponto a ponto de meias verdades e mentiras. Incluiu-se o texto completo do panfleto, reproduzindo-se as perguntas e respostas do IHR sem modificação alguma, mas sem querer ver o original, pode-se ver a cópia de Greg Raven em seu website, ou a cópia de Ernst Zündel em seu website.

Tenha em conta que o texto literal das perguntas e "respostas" pode variar ligeiramente das que temos aqui. O panfleto tem sido revisado várias vezes nestes anos, e parece que tanto Raven como Zündel publicam em seus websites ao que chamamos de edição "revisada", em lugar da "original".

A editora de Zündel, Samisdat, distribuiu uma versão anterior a novembro de 1995, a que nos referimos ocasionalmente como versão "Samisdat" na falta de um nome melhor. Agora mesmo só temos a primeira página, e se salta bastante perguntas, assim sendo não sabemos muito a que nos falta. Tampouco estamos seguros de quando foi escrita, mas a resposta a pergunta 22 fala de uma Alemanha unida, o que nos situa nos anos '90. Iremos atualizando esta informação a medida que tenhamos novidades...

Seja como for, as revisões que se tem feito no panfleto raras vezes tem feito com que se fale de verdades. Não é algo surpreendente, já que o objetivo do editor de panfletos não é educar, e sim confundir. Se as revisões são notáveis, comentaremo-nas.



Se nosso documento lhe parece tedioso, considere-se afortunado: em 1983, o IHR publicou 120 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto. Temos uma cópia, mas por hora nos limitaremos a criticar a versão resumida. Recorde ao ler isto que houve outras 54 perguntas e respostas que não foram suficientemente boas para saírem na versão final.

Finalmente, se desejarem ler outros bons antídotos contra as "66 P&R", sugerimo-lhes dois documentos elaborados pelo Centro Simon Wiesenthal disponíveis em seu website: "Responses to Revisionist Arguments," e "36 Q&A" (que só coincidem no formato).

Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/features/qar/pamphlet-sp.html
Tradução: Roberto Lucena

Zündel recusa a cruzar suas informações com as do Nizkor

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto:
Resposta do Nizkor ao Institute for Historical Review e a Ernst Zündel
--------------------------------------------------------
Zündel recusa a cruzar suas informações com as do Nizkor

O Nizkor acredita que a verdade não necessita ser secreta. Apresentamos as informações publicadas pelos negadores do Holocausto sem alterar e abertamente, com links para seus websites, para que assim o leitor possa examinar o que dizem. E se elaborarem uma resposta a nosso trabalho, evidentemente poremos links, para que o leitor possa comparar com sua resposta.

Em 5 de janeiro de 1996, Ernst Zündel manifestou estar de acordo em pôr um link deste site em sua página das "66 P&R", e o fez. Zündel também prometeu que "contestaria a refutação do Nizkor com uma refutação do trabalho do Nizkor tão pronto quanto lhe permitisse o tempo". Ainda estamos esperando.

O Nizkor tem empregado muitos esforços em tratar de convencer o Sr. Zündel da importância dos links, e ele tem empregado muitos esforços em dar razões pelas quais prefere não o fazer. Alegra-nos que apesar de tudo, acabara fazendo o que acreditamos que é melhor. Pode ler sobre isto na nossa página de correspondência com o Zündelsite.

Greg Raven, ainda que se tenha pedido muitas vezes que intercambie links, só nos respondeu uma vez, dizendo que seria "ilógico" pôr links para todos os sites que têm links para o seu. Observe-se que ao que parece ele considera lógico pôr links em sua página para a dos outros negadores do Holocausto, como Zündel e Bradley Smith.

E falando em Bradley Smith: dado que dirige o Committee for Open Debate on the Holocaust (Comitê por um Debate Aberto sobre o Holocausto), gostaríamos que nos ajudasse em nossos esforços para "debater" estes assuntos, animando o Sr. Raven a pôr um link de nossas páginas em suas "66 P&R". Seus fins e os nossos coincidem neste ponto -"debate aberto"-, assim estamos intentando que nos ajude. Temo-nos posto em contato com ele, mas todavia não tem respondido.

Fonte: Nizkor
http://nizkor.org/features/qar/refusal-sp.html
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 66

66. Onde posso conseguir mais informação sobre "a outra versão" da história do "Holocausto", assim como sobre fatos referentes a outras áreas do Revisionismo Histórico da Segunda Guerra Mundial?

O IHR diz:

O Institute for Historical Review, P.O. Box 2739, Newport Beach, CA 92659, publica uma ampla variedade de livros, cassetes(audiobooks)e vídeos sobre temas históricos significativos (atualizado 1/95).

Nizkor responde:

Se você acredita que há "duas visões" do tema, só há um site onde se encontrará analizadas ambas: Nizkor.

Acabas de terminar de ler um estudo do Nizkor: um extenso trabalho de propaganda anti-semita, cheio de mentiras, com nossos comentários ponto a ponto. Temos incluído links ao website de Greg Raven e ao website de Ernst Zündel, em todos os momentos que nos era apropiado. Com esses links, você pode examinar as afirmações do IHR em seu contexto completo, e ver sua informação em vez da nossa se assim o desejar.

Também temos posto links para outro site importante sobre a negação do Holocausto, o de Bradley Smith.

De fato, só neste tratado sobre as "66 P&R", o Nizkor tem proporcionado links ao website não oficial do IHR destacado acima: cinco para sua página principal, e nove para páginas relevantes dentro do site. Em outras partes do website do Nizkor há um total de 26 links para esse site (na data de 11 de dezembro de 1995).

Não há uma só página do website de Greg Raven com links para o Nizkor, e Greg Raven tem afirmado que seria "ilógico" esperar que os pusesse.

Além de colocar links para todos os recursos na Internet sobre o Holocausto que podemos achar, arquivamos os envios à Usenet de todos os principais revisionistas. Desejarias ver todos os envios à Usenet feitos por Greg Raven em novembro de 1994? E suas opiniões sobre Hitler? Ou talvez uma sucessão de discussões que ele começou enviando um texto preparado sobre o que é a negação do Holocausto?

Queres ler informação sobre os fornos crematórios de Auschwitz procedente de "ambos os lados"? Está tudo em nossos arquivos. E estamos trabalhando duro para fazer com que todo este material -todo- seja mais acessível.

Fazemos isto porque acreditamos que, dando acesso a toda a informação que há sobre o tema, qualquer pessoa sensata chegará à conclusões sensatas.

O IHR, ao que parece, pretende outra coisa.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

Mattogno e Graf(“revisionistas” do Holocausto): Lógica reversa


(Carlo)Mattogno e (Jürgen)Graf têm problemas. Eles decidiram que irão simplesmente ignorar as vastas quantidades de dados de transportes (ver Sanning), que vai distorcer com eles. No entanto, quem estuda estes dados eventualmente encontra comboios para os campos do leste da Reinhard (Aktion Reinhard)(por exemplo, Bialystok, Minsk, Lida, Vilnius e Lwow). Para qualquer pessoa lógica, este fato, por si só já contradiz a "tese do reassentamento". Como Mattogno e Graf mentem à sua maneira em torno deste fato evidente?

A primeira abordagem de Mattogno/Graf(M/G) à esta questão é um flagrante non-sequitur. A "Evidência A" é citada em sustentação incondicional da "Hipótese B". Isso é o equivalente a alguém apontando para um barril de maçãs como prova de que deve haver laranjeiras na área. Isso é mais aparente na Seção 6 do Capítulo VIII, do seu “livro” Treblinka, que começa com a afirmação:

As deportações de judeus para o leste, por isso, tiveram lugar em duas fases: os judeus foram primeiro temporariamente assentados ou apresentados em campos de trânsito e, em seguida, deportados mais a leste. Em virtude da escassez de documentação existente, não é possível determinar com certeza o destino final desta deportação, mas existem vários elementos de prova, que tornam possível tirar conclusões plausíveis.
Na ausência de um "destino final", M/G inferem uma discussão por uma pequena parte de judeus holandeses que foram selecionados para o trabalho na rampa de Sobibor. Todavia, por definição, essas seleções trabalho não eram 'reassentamentos'. Os judeus citados por M/G nunca colocaram o pé dentro da URSS. Além disso, o trabalho nos campos citados em seu depoimento foram a oeste de Sobibor, assim os comboios estavam indo na direção errada, a fim de constituir deportações "para o leste".A própria fonte de M/G , uma declaração de Danneker de Junho de 1942, indica claramente que o "leste" foi entendido pelos nazistas para significar a URSS:

Por motivos militares, a expulsão dos judeus da Alemanha para a zona de deportação oriental, já não pode ter lugar durante o verão.

Estamos, assim, tendo um caso de "lógica reversa” por M/G entre leste e oeste, que foram deliberadamente mudados: a lógica geográfica e a falácia. Além disso, o número de trabalhadores para seleções nos transportes nos casos citados por M/G era inferior a 5%. Por exemplo, Cato Polak foi uma das 42 pessoas selecionadas a partir de um transporte de 1105 judeus.

A segunda distorção de M/G é falsear uma autoridade histórica e fragmentar um verdadeiro historiador da deportação dados sem dar o seu contexto. Por exemplo, no caso dos judeus eslovacos, M/G afirmam que:

Em um artigo publicado em 1992, o historiador polaco Janina Kielbon estabeleceu um estreito quadro completo da expulsão dos judeus no distrito de Lublin entre 1939 e 1942. [703] Nós reproduzimos os dados de 1942 em forma de quadro.


M/G dão os destinos como Trawniki, Izbica, 'Lublin' [Majdanek?], Lubartów, etc. O que eles deixam de mencionar é que os dados de Kielbon que estes foram apenas locais temporários em que os judeus sofreram seleção para o trabalho e aos inaptos para o trabalho foram realizadas em diferentes períodos nos ghettos aguardando transporte para campos de morte, como mostrado aqui. Veja também os casos individuais a partir do Majdanek State Museum mostrado aqui. A técnica de M/G aqui é portanto uma falácia instantânea. É usado um determinado momento de uma deportação, ou um elo de uma cadeia de transportes, e isso é usado para ofuscar o histórico completo da deportação de origem para a sua localização final.

Em terceiro lugar, e a mais grave de todas as mentiras cometidas por M/G está em distorcer o destino final das pessoas que foram selecionadas para o trabalho:

É característico que quase todos os judeus holandeses, que foram transferidos de Sobibór para outro campo, regressaram por algum meio de Auschwitz-Birkenau; em vez de serem liquidados como portadores de um conhecimento ultra-secreto, sobreviveram até a este 'campo de extermínio’.

Isto pode ser demonstrado como falso, analisando uma das próprias fontes de M/G: Estudo de Sobibor de Jules Schelvis. Mattogno escreve:

Dorohucza, a 5 km de Trawniki, era um campo de trabalho onde turfa era cortada. Segundo Schelvis, pelo menos 700 judeus holandês foram transferidos de lá diretamente após a chegada em Sobibór, mas segundo ele apenas dois deles supostamente sobreviveram à guerra.[765] Existe o conhecimento de 171 dessas pessoas - 147 homens e 24 mulheres - uma vez que enviaram postais de casa em Dorohucza.

M/G estão falando hipocrisias sobre Schelvis. Eles aceitam a sua estimativa do número de judeus no campo, que veio do Judenrat em Amsterdã, mas rejeitam as suas conclusões sobre o número de sobreviventes. Essa hipocrisia e metodologia quote-mining são típicas de M/G.

A estimativa de Schelvis de 700 holandeses judeus em Dorohucza é confirmada aqui:

De Dorohucza um total de 171 mensagens escritas (postais), foram recebidos no Judenrat em Amsterdã. Os remetentes destes 160 cartões puderam ser identificados juntamente com as datas da sua deportação. Estavam em 8 diferentes transportes. Com estes 8 transportes, além da primeira deportação de 10 - 13 Março 1943, que não teve sobreviventes, o número de judeus holandeses que trabalharam em Dorohucza, pode ser calculado como, pelo menos (9 x 80 + 1 =) 721.

O destino desses judeus é claro pelo mesmo link:

Foram mais de 34000 judeus holandeses deportados de Westerbork para Sobibor, estima-se que 1000 foram enviados para campos de trabalho forçado nas áreas de Lublin e Trawniki. Um desses campos era para cavar turfa, campo de Dorohucza. Dezesseis destes judeus holandeses sobreviveram à guerra, 13 mulheres e 3 homens.
[...]

Durante a noite de 3 de Novembro de 1943 quase todos os judeus em campos de trabalho no distrito Lublin (40 – 50.000) foram fuzilados. Esse massacre foi conduzido pelo nome código Aktion Erntefest (Operação Harvest Festival). Nesta operação, os trabalhadores judeus escravos em Dorohucza e Trawniki foram assassinados. Ele também significou o fim dos campos de trabalho. No livro digital "In Memoriam Lezecher” estão os nomes de 144 holandeses judeus que foram assassinados durante Aktion Erntefest em Dorohucza, por razões administrativas foi dado 30 Novembro 1943 como a data de sua morte.Ver o testemunho de Robert Jührs.

Esta evidência é por si só suficiente para confirmar as conclusões de Schelvis sobre o número de sobreviventes. Estou grato ao meu amigo Earldor pelo fornecimento deste excerto (Schelvis, "Sobibor", p.191):

Dos aproximadamente 700 homens holandeses que, à chegada, foram imediatamente transferidos para o campo de trabalho de Dorohucza para cavar turfa, apenas dois sobreviveram à guerra. Do restante do distrito Lublin, apenas treze mulheres e um homem foram liberados - embora não em Dorohucza ou Lublin - após passar algum tempo em vários outros campos, incansavelmente rasgados entre a miséria, a morte e a esperança.

Finalmente, M/G criaram um falso dilema, e um argumento falacioso de incredulidade, relativo ao Judeus na Galícia:

Se, como a historiografia oficial tem com ela, a criação desses distritos residenciais judaicos visando concentrar os judeus, a fim de ser capaz de liquidá-los com mais facilidade, então porque é que o campo de Belzec, supostamente fundado em Dezembro de 1942, com o objetivo de apenas acabar com esta liquidação, a 'atividade de extermínio", embora ainda tinham 161.514 judeus que viviam no distrito da Galícia em 31 de dezembro de 1942?

A resposta óbvia a este argumento de incredulidade é que os judeus morreram por outros meios, como sendo gaseados em Sobibor:

Após Belzec ter sido fechado em Dezembro de 1942, estima-se que mais de 25.000 judeus de Lwow (campo de Janowska) e do ghetto de Stryj foram enviados para Sobibór e assassinados.

Concluindo, portanto, embora Mattogno e Graf apresentaram documentação diferente dos seus colegas negadores, a abordagem para a documentação não é menos falaciosa e desonesta.


Fonte: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2007/12/mattogno-and-graf-reverse-logic.html

Tradução: Leo Gott

Como os negadores [do Holocausto] distorcem citações



Uma estratégia de negação clássica é pinçar uma citação de um historiador e fazer de conta que o historiador está dizendo o que o “negador” quer que ele diga. É uma forma sutil de mentir que definimos como “garimpagem de citações” (quote-mining). Aqui está um exemplo:

Germar Rudolf quer nos fazer crer que os Historiadores têm dúvidas sobre as câmaras de gás , então ele “garimpa” uma citação da Arno J. Mayer seguinte forma:

A tendência da historiografia atual parece ser mais e mais de abandonar as câmaras de gás, para os quais as fontes são “ao mesmo tempo raras e pouco confiáveis” como disse o Prof Arno J. Mayer.

Mayer estava realmente abandonando as câmaras de gás, como Rudolf alega? Rudolf claramente sabia que não, pois Mayer no TRECHO COMPLETO diz:

Fontes para o estudo das câmaras de gás são ao mesmo tempo raras e pouco confiáveis .. . Não se pode negar as muitas contradições e ambiguidades existentes nestas fontes. Elas [as contradições] não podem ser ignoradas, embora deva-se afirmar enfaticamente que esses problemas são no seu conjunto insuficientes para pôr em dúvida a utilização de câmaras de gás nos assassinatos em massa de judeus em Auschwitz. (grifos do tradutor)


Esta mesma ”citação garimpada” foi empregada depois pelo falecido, mas não pranteado, negador canadense Doug Collins em 1993-1994, como parte de uma série de artigos que levaram a um protesto formal junto ao British Columbia Press Council. Em relação à citação garimpada” de Mayer por Collins, o Conselho deliberou:

O Conselho da Imprensa (Press Council) sustenta o protesto sobre esses pontos e constata que eles violaram o artigo 1 do Código de Conduta, na medida que eles enganam o leitor e falseiam os autores originais. (grifos do tradutor)


“Garimpagem de citações” por negadores já tinha sido desmascarada frente à opinião pública há mais de uma década, mas os negadores continuam a praticar o "vício" .(aspas do tradutor)


Fonte: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2008/01/how-deniers-distort-their-sources.html

Tradução: Leo Gott

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Relatório do Dr.Richard Green em refutação ao Rudolf Report - Concentrações de cianeto exigidas para fins homicidas

Traduzido por Leo Gott.

II. Concentrações de cianeto exigidas para fins homicidas

Rudolf cita uma passagem no Julgamento para o Juiz Gray, a fim de discordar com a alegação de que muito mais cianeto é necessário para matar piolhos do que é necessário para matar seres humanos.

Mesmo se estivesse completamente correto em sua argumentação, a alegação de Rudolf teria poucas ou nenhuma conseqüência no que diz respeito à veracidade dos acontecimentos em Auschwitz e Birkenau.

As possíveis consequências são que a ventilação das câmaras eram demasiadamente lentas, que a vítima não teria morrido tão rápido como relatado, ou que de alguma forma o montante da exposição deveria aumentar os vestígios de cianeto encontrados pelos investigadores forenses.

Eu mostro que os números de Rudolf são quase que certamente exagerados, e que mesmo assim os números de Rudolf são números que não produzem tais conseqüências. Rudolf escreve:

13.79 A razão pela qual Irving inicialmente negou a existência de câmaras de gás em Auschwitz foi, como se viu, em função do Relatório Leuchter. Tenho resumidas em detalhes as constatações feitas por Leuchter em nos itens 7.82 a 7.89 acima. Não vou repetir-me. Tenho também estabelecido nos itens 7.82 a 7.89 acima, as razões pelas quais van Pelt em nome da ré indeferiu o Relatório Leuchter como imperfeito e pouco fiável. Essas razões foram apresentadas para Irving em reperguntas. É um resumo das evidências para que ele aceite a validade dos mesmos. Ele concordou que o Relatório Leuchter estava fundamentalmente errado. No que se refere à análise química. Irving foi incapaz de contrariar as evidências do Dr. Roth (resumidas no parágrafo acima 7.106), que o cianeto, teria penetrado no tijolo e argamassa, até uma profundidade não mais de um décimo da largura de um cabelo humano, qualquer cianeto relativamente presente nas grandes amostras colhidas por Leuchter (que tiveram de ser pulverizadas antes da análise) teriam sido tão diluídas que os resultados sobre os quais Leuchter se baseou não tinha efetiva validade. O que é mais significativo é que Leuchter assumiu, equivocadamente e acordado com Irving, que uma concentração maior de cianeto teria sido necessária para matar seres humanos e não para fumigar roupas. De fato, a concentração necessária para matar seres humanos é 22 vezes menor do que o necessário para fins de fumigação.


É certo que muito mais cianeto é necessário para matar insetos do que é necessário para matar seres humanos, Leuchter aparentemente não têm consciência desta realidade. Rudolf, no entanto, reconhece este fato:

É verdade que mamíferos são muito mais sensíveis ao HCN do que insetos. A questão é, no entanto, qual a concentração de cianeto de hidrogênio é necessária para realizar um gaseamento em massa, conforme descrito pelas alegadas testemunhas oculares.

Muitos críticos e Negadores do Holocausto vêm argumentando que, devido ao nível letal de cianeto de um ser humano ser menor do que para usar em piolhos, as concentrações mais baixas foram de fato utilizadas no processo assassinar. O fato de 300ppm de HCN ser rapidamente letal para os seres humanos realmente não prova que essas pequenas concentrações foram utilizadas na câmaras de gás homicidas. A vantagem de se utilizar uma concentração mais elevada é dupla:
1) os efeitos letais podem ocorrer mais rapidamente e
2) a concentração letal pode ser estabelecida muito mais rápido. A vantagem de se utilizar uma concentração mais baixa, como é evidente, é que iria economizar dinheiro. Eu ainda não vi indícios de que as concentrações realmente utilizadas para homicídio foram significativamente menores (ou seja, mais de um fator de 2 ou 3) do que os utilizados para despiolhamento.

Convém salientar que um despiolhamento demora mais tempo do que um gaseamento homicida.

Devido a este tempo adicional, o Zyklon utilizado para despiolhamento teria tido tempo suficiente para evaporar completamente.

Portanto, para a mesma quantidade de Zyklon, a última fase gasosa da concentração de HCN é um pouco mais elevada no caso de despiolhamento.

Em sua seção de cálculos, Rudolf encontra um resultado diferente baseado erroneamente no pressuposto de que o Zyklon não foi introduzido pelas aberturas.

Eu discuto esta questão a seguir na minha análise sobre os cálculos de Rudolf.

Provas da existência de ventilação podem ser encontradas na apresentação de Keren, McCarthy e Mazal.[31]

Embora a concentração mais alta na fase gasosa das câmaras de gás ter sido muito provavelmente menor do que nas câmaras de despiolhamento, as concentrações provavelmente não teriam diferenças por muito como os críticos negadores têm assumido.

Estes resultados não são reivindicados por Leuchter ou pelo Leuchter Report.

As concentrações que foram utilizadas muito provavelmente são consistentes com os testemunhos, de uma forma consistente com a capacidade dos Sonderkommando para retirar os corpos, e coerentes com as diferenças nos vestígios químicos entre as câmaras de gás e as câmaras de despiolhamento.

Na seção acima sobre ventilação eu mostrei que em até duas vezes o valor das estimativas de Rudolf de concentração de gás, não poria em perigo o pessoal do Sonderkommando.

Abaixo eu discuto a questão dos vestígios químicos de cianeto.

Aqui eu discuto a questão de quanto Zyklon B foi utilizado e qual é a sua toxicidade.

1 – Testemunhos da quantidade de Zyklon B aplicada.

Rudolf afirma:

Não existem muitos testemunho oculares no que se refere à quantidade de Zyklon B utilizada, mas de acordo com uma fonte polaca eles referem-se à aplicação de 6 a 12 kg de cianeto de hidrogênio.
Como Rudolf não forneceu a sua fonte, é impossível avaliar a precisão de sua afirmação ou até saber a qual câmara de gás estes montantes se referem. Supondo que a referência é o morgue 1 no Krema 2, estas concentrações correspondem a 12-24g/metro cúbico. Estas concentrações não estão fora de sintonia com os pressupostos que Jamie McCarthy e eu fizemos em nosso artigo[32].Nossas estimativas foram baseadas com as seguintes considerações. A nossa menor estimativa de 4-5g/metro cúbico veio de uma estimativa do nosso colega Mark Van Alstine.[33] Nossa estimativa alta de 15-20g/metro cúbico veio de Pressac.[34] [Perry]Broad testemunhou que duas latas de 1 kg foram utilizadas,[35], o que trabalharia a 4g/metro cúbico e coerente com a nossa estimativa mais baixa. Por segurança, usamos um intervalo de 5-20g/metro cúbico. Estes valores correspondem a 4500 e 18100 ppm, respectivamente.[36] Para efeitos de comparação, a concentração sugerida pela Degesch [fabricante do Zyklon B]para despiolhamento é de 8g/metro cúbico. [37] Estas são as concentrações finais para toda evaporação de uma vez do HCN. Durante um despiolhamento se desenvolveria a concentração alta. Durante um gaseamento homicida Zyklon o restante do Zyklon já teria sido removido após a morte aparente e antes de ventilação, de modo que a maior concentração teria efectivamente sido atingido, teria sido menos como o Zyklon e não teria evaporado totalmente de dentro da câmara.

2. Testemunhas oculares sobre o tempo necessário para matar todos os seres humanos dentro da câmara de gás.

Rudolf escreve:

Uma forma indireta de calcular a quantidade de Zyklon B que seria necessária para matar todos os seres humanos em uma "câmara de gás" é o tempo que foi alegadamente necessário para matá-los. De acordo com quase todos os "testemunhos oculares" existiram apenas alguns segundos e até dez minutos para matar nas alegadas câmaras de gás dos Crematorium II e III. [Nota 448 de Rudolf] Esta informação pode ser usada para fazer um cálculo aproximado da quantidade de Zyklon efetivamente necessária para atingir o tempo da matança.
A fim de fazer tal cálculo aproximado, Rudolf compara este testemunho com os tempos relatados nas câmaras de execução dos EUA empregando HCN como gás letal. Existem sérias falhas neste argumento de Rudolf:

1) Existem mais variações de testemunhos do que o alegado por Rudolf

2) Para que as vítimas de uma câmara de gás parecessem mortos para as testemunhas oculares exigiria apenas silêncio e imobilidade.
3) As alegações de Rudolf sobre as câmaras de gás dos EUA são enganosas.

Rudolf cita: “De acordo com quase todos os "testemunhos oculares" existiram apenas alguns segundos e até dez minutos para matar(...)” Na nota 448, ele afirma que "a única exceção", é o bloco de internos em Auschwitz (presumivelmente bloco 11).
Um outro testemunho ocular muito importante (Rudolf Höss) deve ser outra exceção:[38]

A porta seria aparafusada e fechada à espera dos esquadrões de desinfecção que iriam imediatamente jogar o gás [cristais] pelas aberturas do teto da câmara de gás que estabelece uma coluna de ar até ao chão. Este garantiria a rápida distribuição do gás. O processo poderia ser observado através do olho mágico [peep hole] na porta. Aqueles que estavam de pé ao lado da coluna de ar foram mortos imediatamente. Posso afirmar que cerca de um terço deles morreram imediatamente. O restante cambaleante começou a gritar na luta por ar. Os gritos, no entanto, logo mudaram para tosses e desmaios e depois de alguns momentos todos estavam deitados. Após vinte minutos, movimentos não podiam ser detectados. Os tempos necessários para o gás surtir efeito eram variados, de acordo com as condições meteorológicas e dependia se estava úmido ou seco, frio ou quente. Também dependiam da qualidade do gás, o que nunca foi exatamente o mesmo, bem como sobre a composição dos transportes, que poderiam conter uma alta proporção de judeus saudáveis, ou velhos e doentes, ou crianças. Algumas vítimas ficaram inconscientes depois de alguns minutos, variando de acordo com a
distância da coluna de ar. Aqueles que gritavam e aqueles que estavam velhos, doentes, ou fracos, ou as pequenas crianças morreram mais rápido do que aqueles que eram saudáveis e jovens.

Não deve ser surpreendente, se as quantidades usadas nem sempre foram igualmente precisas ou eficazes. Na verdade, não existe, pelo menos, um relatório de alguém que sobreviveu a um gaseamento. Suponho que o Dr. Nyiszli é outra exceção: [39]

Por precaução eu agarrei meu instrumento, e arremeti à câmara de gás. Contra a parede, próximo à entrada da imensa sala, metade estava coberta de corpos, vi uma menina proceder a uma morte-barulhenta, com o seu corpo apreendido com convulsões. O homens do kommando de gás à minha volta estavam em estado de pânico. Nada como isto nunca tinha acontecido no decurso de sua terrível carreira.[...]

Eu calmamente relatei [ao Sargento SS Mussfeld], o terrível caso que nos confrontamos. Eu descrevi as dores que a criança deve ter sofrido na sala de despir, e as cenas horríveis que precederam à morte na câmara de gás. Quando a sala tinha sido mergulhada em trevas, ela ainda respirava pouco com seus pulmões cheios do gás Zyklon. Apenas alguns, porém, o seu frágil corpo estava como uma massa que empurra e puxa, pois lutou contra a morte. Por acaso ela caiu com o rosto contra o chão de concreto úmido. Essa pouca umidade tinha de ser mantida para que o gás Zyklon asfixiasse e não reagisse sobre condições úmidas. Estes foram meus argumentos, e eu pedi-lhe para fazer qualquer coisa para a criança. [...]

"Não há maneira dela escapar", disse ele, "a criança terá que morrer".

Meia hora depois, a garotinha foi levada, ou melhor carregada, para a fornalha no corredor, e ali Mussfeld [Sargento SS] enviou outro no seu lugar para fazer o trabalho. Uma bala na parte de trás do pescoço.

A explicação de Nyiszli sobre a menina sobrevivente pode não ser correta, mas o episódio lembra que o gaseamento não foi necessariamente uma ciência perfeita. Não eram necessariamente conduzidas idealmente a cada vez, na verdade, sem dúvida vários perfis de concentração de gás variaram de gaseamento para gaseamento.

3 - O tempo necessário para matar prisioneiros nas câmaras de execução americanas.

O que seria necessário para o tipo de estimativa aproximada de concentração utilizada nas tentativas de Rudolf é que as vítimas deveriam estar expostas ao cianeto tempo suficiente para que a maioria das vítimas estivessem mortas em 10 minutos ou menos.

O argumento de Rudolf é que as concentrações utilizadas nas câmaras de gás devem ter sido, pelo menos, tão grande quanto às das câmaras de gás dos EUA, com vista para a morte ocorrer dentro de 10 minutos.
Ele afirma:

Mas, mesmo em circunstâncias normais, as execuções nas câmaras de gás dos EUA levam, em média 10 a 14 minutos. A concentração de cianeto de hidrogênio aplicada durante estas execuções é geralmente semelhante ao aplicado durante os procedimentos normais de despiolhamento(0,3% -- 1%).[Nota 450 de Rudolf] A vítima é imediatamente exposta à grande concentração de gás tóxico, assim se desenvolve por baixo dela, e se ergue até o seu rosto.
O tempo reportado da morte de uma execução nos EUA não é o mesmo que um testemunho de Auschwitz teria relatado. Para que um prisioneiro executado nos EUA seja declarado morto, pelo menos, os batimentos do seu coração devem ter parado. Nas câmaras de gás [nazistas] a inconsciência, o silêncio e a imobilidade seriam mais prováveis para relatar como morte. Ninguém entrou nas câmaras de gás até que elas fossem ventiladas. Durante o tempo de ventilação, a exposição das vítimas ao HCN teria continuado, de modo que qualquer vítima inconsciente iria continuar a ser exposta às concentrações letais de HCN. Portanto, esta comparação de Rudolf é realmente inválida. Em vítimas de intoxicação por cianeto, o coração pode continuar batendo, mas os outros sinais vitais desaparecem:

Em muitos casos, a morte é retardada, mas depois de uma dose muito elevada de cianeto, a morte pode ocorrer de 1 a 2 min. Nestes casos, o indivíduo desmaia e a respiração progride para apnéia. Convulsões e perda de consciência acontecem rapidamente. Com doses menores, respiração rápida pode ser vista, devido à estimulação da chemoreceptors carótida pelo cianeto [...]Inconsciência e completa [areflexia] podem ocorrer e podem continuar durante 15 a 60 minutos antes da morte. A respiração cessa antes da parada cardíaca.

Em um apêndice a este depoimento, eu examinei as fontes de Rudolf sobre o tempo de morte nas câmaras de execução nos EUA. Dois fatos são dignos de nota a partir desse exame. As fontes suportam a noção de que a inconsciência e a imobilidade precedem a morte cardíaca. Elas também põem em dúvida a média de 10-14 minutos que Rudolf afirma, durante o tempo de morte. Estes números são certamente mais altos que as fontes citadas pelo próprio Rudolf.

Agora eu volto à questão de saber qual foi a concentração usada nas execuções nos EUA. Rudolf reporta uma concentração de 0.3-1%, mas ele cita apenas uma única fonte. Esta fonte é listada na nota de rodapé 450 como "Cf. A News & Observer, Raleigh (NC), 11 de Junho de 1994, p. 14." No apêndice acima mencionado eu cito uma história que começa em p. A1 desta mesma emissão.[41] Este artigo não dá a concentração utilizada. Tem algumas informações que podem ser usadas para extrapolar uma concentração, mas tal estimativa não seria muito precisa. Na p. A14 há um artigo sobre a apelação de Phil Donahue para o Supremo Tribunal de Justiça pedindo a suspensão da execução. E não menciona as concentrações de cianeto utilizadas. Eu entrei no site News & Observer http://newsobserver.com/ e procurei artigos em 11 de junho de 1994.

A pesquisa sobre a palavra "cianeto" trouxe um artigo independente de Bill Krueger em p. A1 e um artigo sobre anúncios de cigarro.

A pesquisa sobre a "pena de morte" trouxe-me apenas o artigo de Krueger.

Uma pesquisa sobre "execução" trouxe-me até o artigo de Krueger, bem como o artigo sobre Phil Donahue. A pesquisa com o termo "concentração" não trouxe nenhum resultado que fez uma pesquisa sobre "0,3". Sem ter acesso a uma cópia impressa ou microfilmes da p. A14 não posso absolutamente excluir a possibilidade de Rudolf estar sendo honesto, mas deve ser suspeito seu valor de 0,3 a 1% de concentração de cianeto em execuções nos EUA. Mesmo que ele possa proporcionar uma fonte para esta afirmação, é questionável que a uniformidade é de tal uso. E sem dúvida não tem nenhuma maneira de fazer uma estimativa do LC100 (a concentração necessária para matar 100% das pessoas expostas, em um dado período de tempo).

4 – Cálculos subseqüentes

Por comparação, a 5g/m3, as vítimas teriam sido expostas a 930 ppm dentro de 10 minutos e, a 20g/m3, as vítimas teriam sido expostas a 0,37% dentro de 10 minutos. Esta estimativa não é muito diferente da baixa final de Rudolf. Dado que a variação do tempo de um gaseamento foi superior às reivindicações de Rudolf, que as câmaras de gás estavam mais quentes do que ele alega, e que leva mais tempo para morrer uma pessoa “em pena de morte” do que uma morte aparente, e que as estimativas que Jamie McCarthy e eu fizemos não são irracionais.

Deve-se notar que a estimativa de Rudolf de 0.3-1% magicamente torna-se 1% em seus cálculos subseqüentes.

Vale a pena revisitar os limiares da DuPont:[42]

2-5 ppm Odor
4-7 ppm [OSHA] exposição limite de 15 minutos, tempo médio ponderado
20-40 ppm ligeiros sintomas após várias horas
45-54 ppm Tolerado de ½ a 1 hora, sem significativos efeitos imediatos
100-200 ppm Fatal dentro de 1/2 a 1 hora
300 ppm rapidamente fatal (não existe tratamento)


Não é previsto tratamento para alguém que se pretende matar, por isso para os nossos propósitos 300ppm é "rapidamente fatal". No entanto a DuPont acrescenta:


Estes números devem ser considerados como estimativas razoáveis, não precisas, estes efeitos variam para diferentes pessoas, e os dados não são exatos. Além disso, respiração forte por causa do esforço físico aumentará a ingestão de cianeto e reduz o tempo para os sintomas aparecerem. O "rapidamente fatal", exposição ao nível de 300 ppm não assume primeiros socorros ou tratamento médico. Aliás é muito eficaz quando usado rapidamente.
[grifo da DuPont] Quanto é rapidamente?

Contagem de segundos, o tratamento deve ser prestado em até 200 segundos (3-4 minutos).

Um artigo publicado na revista Human Toxicology dá limiares semelhantes: [43]
Resposta Concentração (ppm)

Imediatamente fatal 270
Fatal após 10 min -----> 181
Fatal após 30 min -----> 135
Fatal após 30-60 min ou mais, ou perigoso à vida -----> 110-135
Tolerado de 30-60 min sem efeitos imediatos -----> 45-54
Ligeiros sintomas após horas -----> 18-30

Este mesmo artigo descreve um caso tão notável que valeu a pena publicar um artigo sobre um acidente no qual um trabalhador sobreviveu a 6 minutos de exposição a 500 mg/m3 (450 ppm).
O artigo diz:

Este caso é incomum, a sobrevivência sem seqüelas ocorreu apesar da exposição ao HCN na ordem de 500 mg/m3 e 6 min de exposição; especialmente porque o tratamento foi iniciado 1h após a exposição.

Mesmo com a exposição inicial inferior a 500 mg/m3, experimentos realizados posteriormente revelaram que o acúmulo de HCN nas circunstâncias descritas foi rápido.

Neste caso, o paciente desmaiou e ficou inconsciente dentro de 3 minutos.Após a retirada do tanque em que ele ficou exposto, a sua respiração era imperceptível e ele entrou em coma à chegada ao hospital 40 minutos depois.

Diante do exposto, é razoável supor que a alegação de que 300 ppm é "rapidamente fatal" seria aplicável aos tempos de 10 minutos, no máximo.

Há de se preocupar no entanto, se este valor é LC100. Sem citar o que ele considera doses letais,
Rudolf escreve (p.190):

A dose letal de 100%, LD100, dá a concentração ou quantidade de venenonecessária para matar todos (100%) indivíduos de observados. Este valor é usado para certifica de que todas as pessoas são mortas com êxito.

A dose letal 1%, LD1, dá a concentração ou quantidade de veneno necessária para matar 1% de todos os indivíduos observados. Este valor é usado para marcar um limiar para além do qual a exposição ao veneno é definitivamente perigosa.

Obviamente, os dois valores diferem enormemente, ou seja, o valor de LD100 é muito superior ao valor LD1.

Aqui Rudolf parece implicar, mas não indicar explicitamente que citava muitas vezes o valor de 300 ppm a toxicidade do HCN que é um valor LD1 e seu 1% é um valor LD100, presumivelmente, a dez minutos de tempo de exposição. Quando citamos uma concentração letal normalmente se refere à concentração letal (LC), em vez de valores de dose letal (LD). Uma concentração letal requer um tempo a ele associado. Uma fonte fornece os seguintes valores para o LC50: [44]

Valores exatos para toxicidade aguda de HCN para os seres humanos são desconhecidos. A letalidade aguda é por analogia com os animais e sobre fundamentos teóricos, suscetível de ser dependente do tempo, algumas orientações estão disponíveis nos dados da tabela 2.

Tempo -----------LC50(mg m3)------------LCt50(MG min m3)
15s-------------------------- 2400------------------------------ 660
1min-------------------------1000----------------------------- 1000
10min------------------------ 200------------------------------2000
15min-------------------------133------------------------------4000

No entanto, deve-se afirmar que estes números são muito incertos, e um valor maior de 4400 mg m -3 foi dado por MacNamara com base numa estimativa de Moore e Gates ....

A própria estimativa de MacNamara para a toxicidade do HCN inalado em humanos baseia-se na semelhança de respostas a HCN dos seres humanos e dos caprinos, e ele dá a 1 min-LC50 de 3404 mg m-3.

O valor dado de 10 minutos é equivalente a 181 ppm. Independentemente da absoluta precisão destes números, seria ridículo sugerir que 300 ppm é LC1 em dez minutos. A estimativa de LC50 durante 15 segundos, corresponde a 0,21%, que é menor do que a afirmação de Rudolf de LC100 durante 10 minutos. O valor de LC50 de McNamara para 1 minuto é 3080 ppm, enquanto este é o LC100 mínimo de Rudolf durante 10 minutos. O valor de 4400 mg m -3 é difícil de se interpretar sem um [timeframe]. Talvez seja um valor de LCt, mas as unidades estariam erradas nesse caso.
Não há um caminho ético para medir precisamente o LC100 para um ser humano. Mesmo fazendo uma boa estimativa baseada nas câmaras de gás dos EUA pode ser problemático, pois as concentrações utilizadas não eram necessariamente compatíveis, nem o tamanho da amostra é suficientemente grande. A estimativa de Rudolf é tão problemática como inútil. Notar que (0,1%) 1000 ppm é superior a 5 vezes a estimativa da LC50 durante 10 minutos. É difícil imaginar que 0,1% por dez minutos, não seria mais de LC100. Rudolf escreve:

... Apenas piolhos em mau (sic) estado podem ser mortos com apenas 0,03% de cianeto de hidrogênio, por isso é possível que um homem inteligente e saudável possa sobreviver a 5 minutos de exposição a 1% de cianeto de hidrogênio.

Rudolf não apresenta evidências para esta afirmação.

Basear-se na estimativa dada acima, de que o montante do Zyklon foi utilizado entre 5 e 20 gramas por metro cúbico (4500-18100 ppm), é uma estimativa conservadora, que as vítimas foram expostas a 450-1810 ppm dentro de 5 a 15 minutos, ou entre 2,5 e 10 vezes do tempo a LC50 da estimativa acima. Esta estimativa depende das câmaras estando a apenas 15°C. As câmaras de gás são suscetíveis de ter sido muito mais quentes do que a temperatura mais quente que ele estudou. A temperatura dos humanos por exemplo, é de 37 ° C, e as câmaras estavam cheias de pessoas antes da inserção do Zyklon.

Sob essas condições a liberação do gás (HCN) do Zyklon seria mais rápida e o tempo de exposição maior.

Rudolf escreve:

É óbvio que o tempo dos assassinatos em massa relatados pelas alegadas testemunhas oculares com Zyklon B em Auschwitz e em outros locais, e que são menores ou semelhantes às execuções nos EUA, seriam necessários, pelo menos concentrações semelhantes, tal como aplicado nos execuções nos EUA (0.3%-1%). Devido ao fato da liberação do cianeto de hidrogênio do Zyklon B ser muito lenta, cerca de 10% nos primeiros 10 min. [Nota 451 de Rudolf] Além disso, uma vez que obviamente não havia nenhum dispositivo para distribuir o gás rapidamente ao longo de toda a sala, mais minutos se passaram antes que todas as vítimas teriam sido cercadas por altas concentrações de cianeto de hidrogênio (mesmo aqueles encostados nos cantos da sala). Devemos, portanto, assumir que o montante mínimo de Zyklon B para ser introduzido nestes quartos teriam sido na ordem de magnitude de dez vezes o valor normalmente utilizado para os procedimentos de despiolhamento, a fim de atingir uma concentração semelhante já nos primeiros 5 a 10 minutos da execução, mesmo no canto da sala.

A inspecção da ilustração 1 do estudo de Irmscher[45] mostra que cerca de 10% do Zyklon evapora dentro de um período de cerca de 5 a 15 minutos, mesmo nas baixas temperaturas que ele estudou. Irmscher fez seus estudos com temperaturas variando entre -18°C e 15°C. Em seus cálculos, discutidos abaixo (ver p. 235 do seu depoimento), Rudolf encaixa os dados de Irmscher na forma funcional 1-exp (-t/43.5), onde t é dado em minutos.
Eu tracei um esboço através dos dados de Irmscher dados, e achei que está razoavelmente de acordo.[46] Se você puder extrapolar os dados para o início tempo, é retornado o resultado que cerca de 20% evapora dentro de 10 minutos. É suscetível que as câmaras de gás foram muito mais quente que a temperatura mais quente estudada por ele. A temperatura dos humanos por exemplo, é de 37 ° C, e as câmaras estavam cheias de pessoas antes da inserção do Zyklon. Existe, de fato, algumas provas que as câmaras de gás foram aquecidas.

John Zimmermann escreve[47]:

A descoberta dos Arquivos de Auschwitz em Moscou sugere que os problemas técnicos de aquecimento do "gassing cellar" foram superados. Uma nota fiscal dos construtores do forno de Auschwitz para as autoridades pedindo o pagamento de um "sistema de indução de ar quente" [warmluftzufuhrung] para o Crematorium II
instalado em junho de 1943.
Além disso, houveram de fato, dispositivos para distribuir o gás ao longo da sala.[48] Portanto, a estimativa de Rudolf é no mínimo do pior cenário possível; e tem várias hipóteses:

1) que a sua média de 10-13 minutos das câmaras de gás dos EUA é exata. Tal como acima demonstrado, algumas mortes de fato demoraram mais, mas é difícil justificar como uma média de tempo.

2) Que as testemunhas oculares dos gaseamentos de Auschwitz teriam relatado “morte legal”, em vez de inconsciência e cessação de movimento.

3) que 10 minutos é o tempo máximo reportado de Auschwitz somente com uma única excepção.

4) Que não existiam dispositivos de introdução [do Zyklon]

5) Que a temperatura presente era fria (Ele usa dados do Zyklon B de 15°C).

6) Que 0.3-1% é um argumento preciso das concentrações utilizadas nas câmaras de gás dos EUA.

7) Que se deve usar 1% em vez de 0,3%

8) Que apenas 10% evapora no prazo de dez minutos, em contraste com a forma funcional.

1% corresponde a 11g/m3. Se se assume sob as piores condições que é necessário utilizar 10 vezes o máximo para conseguir uma tal concentração, em apenas 10 minutos a uma temperatura de 15°C, então é preciso 110g/m3. Para efeitos de comparação, as concentrações sugeridas pela Degesch para despiolhamento eram de 8g/m3.[49] Se, por outro lado, olhar para os números que eu e Jamie McCarthy chegamos baseado na evidência disponível 5-20 g/m3 concentração que foi utilizado, revela-se razoável na imagem.

Na sequência abaixo eu parto do princípio de que o relatório de Rudolf para a saída do Zyklon B é válido, e que o Zyklon foi removido após apenas 10 minutos e que a taxa de ventilação que foi dada por Rudolf de 9,94 trocas por hora.






É importante notar que as vítimas iriam continuar a ser expostos a HCN durante ventilação. Uma vítima inconsciente, que ainda não tinha sido morta, teria toda a probabilidade ser morta no tempo que os corpos eram removidos. Notar que a estimativa mínima mostra que as vítimas teriam sido expostas a concentrações acima de 300 ppm por 14 minutos. Recordo que LC50 por dez minutos é cerca de 181 ppm. Sob essas condições as vítimas seriam expostas ao excesso de concentração de 181 ppm por 18 minutos.
Pode ser argumentado (na verdade, sem dúvida alguma Rudolf e Irving irão argumentar), que uma vítima eventualmente sobreviver a tal tratamento. Nossa estimativa máxima deveria colocar essas questões para descansar. Essa estimativa revela que as vítimas seriam expostas a concentrações acima de 300 ppm por 24 minutos, e concentrações superiores a 181 ppm por 27 minutos. Nota-se que igualmente as vítimas seriam expostas a concentrações superiores a 1000 ppm durante 16 minutos. Este valor corresponde a LC50 por 1 minuto. O excesso de concentração seria de 3000 ppm (0,3%) durante 3 minutos. Esta comparação corresponde a LC50 por 15 segundos. Existe pouca dúvida de que esta estimativa de Rudolf é superestimada.

Agora eu vou plotar os resultados para o caso em que o Zyklon não foi removido durante 20 minutos:






A menor estimativa mostra que as vítimas seriam expostas a uma concentração acima de 300 ppm por 27 minutos. Novamente, LC50 por dez minutos é de cerca de 181 ppm. Sob essas condições as vítimas seriam expostas a concentração em excesso de 181 ppm por 31 minutos. Ainda é difícil de acreditar que Rudolf iria alegar que uma vítima poderia sobreviver tal tratamento. Nossa estimativa máxima aqui é quase que certamente muito grande. Essa estimativa revela que as vítimas seriam expostas a concentrações acima de 0,1% ppm por 29 minutos, e concentrações superiores a 0,3% ppm durante 16 minutos. Esta concentração corresponde a LC50 durante 15 segundos.

Sem aceitar as evidências de Rudolf, que vale a pena dizer que as diferenças entre as nossas estimativas são praticamente inconseqüentes. Até mesmo Rudolf reportou exatamente correto que é necessário desenvolver uma concentração de 1% dentro de 10 minutos, não há nada de incompatibilidade entre este valor e os fatos conhecidos dos gaseamentos homicidas. Tal como acima demonstrado, a concentração de 1% seria facilmente ventilada em uma quantidade de tempo razoável. Como mostrado acima, mesmo que a concentração fosse duplicada o sistema de ventilação teria sido adequado. Conforme mostrado a concentração de 1% não garante a formação de Azul da Prússia. De fato devemos levar em conta as considerações de que é extremamente improvável que quantidades significativas de Azul da Prússia teriam formado nas câmaras de gás.
Como mostrado tais concentrações não são incompatíveis com a diferença de vestígios químicos entre as câmaras de gás e as câmaras de despiolhamento. A importância do efeito sobre a formação do Azul da Prússia é discutido abaixo, mas basta dizer aqui que nada sobre estas concentrações é inconsistente com a evidência histórica. A estimativa de Rudolf que os gaseamentos homicidas teriam exigido uma concentração 10 vezes maior que as de despiolhamento, por outro lado é muito grande. No entanto mesmo a estimativa de Rudolf é consistente com a segurança dos trabalhadores escravos (Sonderkommando), bem como os resíduos de cianetos encontrados nas câmaras de gás pelo Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia (IFFR).


FONTES DO CAPÍTULO:

[31] Daniel Keren, Ph.D, Jamie McCarthy, Harry W. Mazal OBE, " A Report on Some Findings
Concerning the Gas Chamber of Krematorium II in Auschwitz-Birkenau", an appendix to Robert Jan van Pelt's expert report.

[32] Richard J. Green, and Jamie McCarthy, Chemistry is not the Science: Rudolf, Rhetoric and
Reduction, 1999, http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science

[33] Mark Van Alstine, private communication. Van Alstine writes:

Given that Zyklon B came in 200 g, 500 g, 1 kg, and 1.5 kg canisters, arguably "one of the smallest cans" would have been a 500 g can of Zyklon B. That would mean that in Krema II either 1.5 or 2.0 kg of Zyklon B (depending on whether or not one or both gas chambers of L.Keller 1 were used) would have been poured in. Since L.Keller 1 had a volume of about 500 cu m, that would mean a HCN concentration of about 3-4 g cu m. (Cf. Pressac, Technique, op. cit., pp. 16-17, 21, 494)



[34] Jean-Claude Pressac, "The Deficiencies and Inconsistencies of 'The Leuchter Report'" in Shapiro, S. Truth Prevails: Demolishing Holocaust Denial: The End of the Leuchter Report, NY: The Beate Klarsfield Foundation (1990).

[35] Robert Jan van Pelt, second supplementary opinion, p.31.

[36] Concentrations of trace gases in air are conveniently described in terms of parts per million by volume (ppm) as follows: Concentration of species X in ppm = 106*(volume of species X alone)/(volume of air). See for example, John H. Seinfeld, Atmospheric Chemistry and Physics of Air Pollution, John Wiley & Sons, New York, 1986, p.6. Degesch defines in their publications that they mean ppm as parts per million by mass (a convention brought over from the liquid phase). Pressac has also followed this usage. Modern references to gas phase toxicity, however, are by volume. In the case of HCN, the point is moot. HCN has a molecular mass of 27 versus the atmosphere's roughly 28.8. Thus their densities are nearly equal at the same temperature and one may be loose about switching between the two conventions. In other words, the value in ppm by mass will be different by a factor of 27/28.8 or 0.94, an insignificant difference. To convert from g/m3 to ppm by volume, one can use the following equation: Conc. in ppm = ((Conc. in g/m3)/27.0)* (8.31441*298.15/101325) Where 8.31441 is the ideal gas constant, 298.15 is the temperature in Kelvin (again note that a 30 degree temperature difference leads only to 10 % error), and 101,325 is atmospheric pressure in pascals. 1 g/m3 is 906 ppm or 0.09%, so that dividing the concentration in g/m3 by 10 roughly gives the concentration in percent.

[37] NI-9912, section IX, reprinted in Pressac, Jean-Claude, Technique and Operation of the Auschwitz Gas Chambers, The Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p.19. This document is online at the CODOH (denial) website, at http://www.codoh.com/incon/inconzyklon.html.

[38] Rudolf Höss, Death Dealer: The Memoirs of the SS Kommandant at Auschwitz, Steven Paskuly, Ed., 1996, p. 44.

[39] Miklos Nyiszli, Auschwitz: A Doctor's Eyewitness Account, New York: Arcade Publishing, 1993, pp. 114-120.

[40] Joseph L. Borowitz, Anumantha G. Kanthasamy, and Gary E. Isom, "Toxicodynamics of Cyanide" in Satu M. Somani, Chemical Warfare Agents, Harcourt, Brace Jovanavich, San Diego, 1992, p.213

[41] Bill Krueger, "Execution Will Use Gas Chamber" in The News & Observer, Raleigh, NC, June 11, 1994, p. A1.

[42] Du Pont, Hydrogen Cyanide: Properties, Uses, Storage, and Handling, Wilmington: Du Pont, 195071/A (1991).

[43] J.L. Bonsall, Human Toxicol. (1984), 3, 57-60.

[44] Timothy C. Marrs, Robert Maynard and Frederick R. Sidell, Chemical Warfare Agents: Toxicology and Treatment, John Wiley & Sons, Ltd. (Chichester, West Sussex, England), 1996 ISBN 0-471-95994. Chapter 9: Cyanides, pp. 203-219

[45] Irmscher, R., Nochmals: "Die Einsatzfähigkeit der Blausäure bei tiefen Temperaturen" (Once More: "The Efficiency of Prussic Acid at Low Temperatures"), Zeitschrift für Hygienische Zoologie und Schädlingsbekämpfung, Feb/Mar 1942, pp. 35-37. Available on the web at http://www.holocausthistory.org/works/irmscher-1942/ See also appendix II to this affidavit.

[46] See appendix II of this affidavit.

[47] John C. Zimmerman, Holocaust Denial: Demographics, Testimonies and Ideologies, University Press of America, 2000, p. 193. His reference reads: "Bill from Topf and Sons dated August 20, 1943 in AA File 502-1-327, Reel 42, p. 2 of the memo.

[48] Jamie McCarthy and Mark Van Alstine, Zyklon Introduction Columns, http://www.holocausthistory.org/auschwitz/intro-columns/

[49] NI-9912, section IX, reprinted in Pressac, Jean-Claude, Technique and Operation of the Auschwitz Gas Chambers, The Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p.19. This document is online at the CODOH (denial) website, at http://www.codoh.com/incon/inconzyklon.html

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