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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Guerra e extermínio no Leste. Hitler e a conquista do espaço vital 1933-1945 - Christian Baechler (livro)

O peso da herança e a parte da ideologia nazista

Os dois primeiros capítulos do livro nos permite medir o grau de importância do preconceito contra os eslavos. Ele é anterior à aparição da ideologia nazi, mas será explorado com sucesso por ela. E tudo isso apesar do fato de que desde a Idade Média, alemães e eslavos viveram juntos em muitas partes da Europa Oriental.

Se o mito do "Drang nach Osten" ("Empurrar para o leste") é relativamente bem conhecido, o livro mostra a evolução dos sentimentos alemães em relação a poloneses e russos. A manutenção da unidade da Prússia e depois do Império, conduz a uma política repressiva em relação a eles. Os poloneses são estereotipados como inferiores e sujos .... Uma caricatura que vai piorar após a Primeira Guerra Mundial e da restauração de um estado polonês às custas dos territórios alemães. O caso dos russos é mais complexo, na verdade, a Rússia e a Prússia foram aliadas ao longo do século 19. Os contatos entre as elites são numerosos. A Rússia parece mesmo um pouco com a Alemanha, como um poder que está por ascender. No entanto, torna-se um inimigo em potencial quando termina a tradicional aliança. Portanto, o russo passa a ser caracterizado com uma série de semelhanças com o polonês (sujeira etc ...).

A ideologia nazista retornará os diversos estereótipos e lhes sobreporá uma visão racial. Os eslavos representam a principal força de trabalho a ser explorada neste espaço vital que tanto a Alemanha necessita. Mas a germanização dessas terras não será acompanhada por eles (eslavos), eles estão destinados a ser governados, não são qualificados como aptos a ser germanizados. Também os russos, na ideologia hitlerista, são apresentados como dominados por judeus e submissos ao comunismo, duas razões adicionais para eliminá-los.

O começo da implementação da política nazista

Os capítulos seguintes analisam a evolução das relações entre a Alemanha nazista e seus vizinhos, e da implementação da política nazista na Polônia ocupada. O autor nos leva aqui ao coração do processo de decisão do Terceiro Reich. Como em outras áreas, existem muitas organizações com poderes rivais mal definidas que concorriam e dependia dos principais oficiais nazistas: Himmler, Goering, Rosenberg .... O debate entre funcionalistas e intencionalistas se encontra aí também, mas o autor escolhe o caminho do meio.

Segue-se, portanto, do interior da política nazista para a Polônia. A Polônia recusa a adesão no pacto anti-Komintern, o que iria torná-la um estado vassalo da Alemanha nazi, quando Hitler então decide eliminá-la como Estado. O benefício da hesitação de todas as democracias ao longo dos anos 30 é o que deseja Stálin para ganhar tempo e espaço.

Uma vez conquistada a Polônia, coloca-se em prática a implementação de uma política dirigida contra os judeus e as elites: intelectuais, dirigentes, clérigos... O espaço polonês se destina a ser colonizado, seus habitantes devem ter reduzidos seus status ao trabalho manual servil. Vários projetos vão surgindo, tudo inacabado, mas alguns ainda levam à transferência da população, "evacuada" para abrir espaço para os colonos alemães. Os colonos são geralmente transferidos dos "Volskdeustche" (alemães étnicos) de outros países e são arbitrariamente distribuídos para os novos locais de residência, na maioria das vezes como chefes da exploração em fazendas agrícolas. O destino dos judeus poloneses é objeto de debate amargo entre o Gauleiter dos territórios anexados ao Reich e Frank, que é chefe do Governo Geral.

A Barbarossa e suas consequências

A maior parte do livro trata do destino da URSS. Todos os aspectos são abordados. Quais as motivações ideológicas e econômicas do ataque na preparação e implementação deste plano militar. A ocasião permite ao autor mostrar como o Estado-maior alemão aceitou, sem vacilar, a maioria das diretivas à imagem do tratamento aos comissários. Ele não esquece do sofrimento de milhões de prisioneiros de guerra que morreram em condições terríveis. Mas mostra também as diferenças que aparecem entre os militares (e até mesmo entre os políticos) sobre o destino dos diversos povos da URSS, quando o desfecho do conflito se torna mais incerto.

A ocupação nazista do espaço soviético é o tema de um capítulo específico. Os aspectos práticos da ocupação nazista são revistos, a exploração dos territórios e o destino reservado à população. No melhor dos casos, ela seria explorada como trabalho escravo. Muitas vezes são vítimas das operações militares: despojados de suas casas, de sua comida e tudo o que pode servir são forçados a abandonar. A população também paga um preço alto na luta contra partisans, que acabam por justificar, os olhos dos alemães, essas atrocidades. O capítulo dedicado ao extermínio dos judeus soviéticos é a oportunidade que o autor avalia as diferentes teorias a respeito de sua gênese.

A evocação dos vários planos de reestruturação do espaço soviético e da hierarquia racial de seus ocupantes, permite ver o quão longe chegou a imaginação de vários teóricos nazistas. Tudo foi planejado para a seleção de indivíduos para reter apenas os mais propensos a ser "germanizados" para a criação de colônias agrícolas da SS... Novamente, não há concorrência, ou mesmo oposição entre os projetos de uns e outros.

Enfim, a atitude dos alemães frente ao que acontecia na Europa Oriental permite mostrar que as atrocidades foram amplamente conhecidas. Mas sua magnitude subestimada, ao mesmo tempo em que as faixas mais jovens que não conhecem o assunto sobre o regime nazista, aderem largamente ao tema pela propaganda.

Conclusão

Uma síntese recente sobre os temas que estão sendo discutidos: a data de decisão da implantação do extermínio, a atitude do exército e da população alemã frente as atrocidades... As 400 páginas do livro (acompanhado de uma centena de páginas de notas) deve ser lido com interesse. Além disso, o autor preocupa-se em recordar os principais pontos no final de cada capítulo.

O professor primeiramente encontrou no livro material para fundamentar seu curso sobre as guerras do século XX e o totalitarismo nazista. Tema que foi objeto de análise do documento da prova do 1°S durante a sessão de junho de 2012 (discurso de Himmler em Posen em 1943).

Artigo de François Trébosc, professor de história da geografia no liceu Jean Vigo, Millau

Christian Baechler. Guerre et extermination à l’est. Hitler et la conquête de l’espace vital 1933-1945. Tallandier. 2012; 528 páginas
Quarta-feira, 12 de setembre de 2012, por François Trebosc

Fonte: La Cliothèque
http://clio-cr.clionautes.org/guerre-et-extermination-a-l-est-hitler-et-la-conquete-de-l-espace.html
http://holocaust-doc.blogspot.com.br/2015/09/christian-baechler-guerre-et-extermination-a-lest-hitler-et-la-conquete-de-lespace-vital-1933-1945.html
Título original: Christian Baechler - Guerre et extermination à l’est. Hitler et la conquête de l’espace vital 1933-1945
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Os Diários de Guerra de Hans Frank


No dia 1 de maio de 1945, o governador-geral da Polônia, Hans Frank foi preso por um patrulha americana em um pequeno escritório na cidade de Neuhaus-Josephstal.


Hans Frank entregou na tarde do dia 1 de maio a um oficial americano desta mesma patrulha os seus Diários de Guerra, estes continham muitas anotações de Hans Frank (extraído do livro Tu carregas meu nome: A herança dos filhos de nazistas notórios, Norbert & Stephan Lebert, 2004, Ed.Record, Páginas 104-105), entre elas:




"Recebi ordens para saquear totalmente os territórios conquistados a Leste, ou seja, transformando suas estruturas econômicas, sociais, culturais e políticas em um monte de escombros." (19 de janeiro de 1940)


"(...)Conforme as últimas pesquisas, a maior parte da população da Polônia ingere apenas 600 calorias por dia, enquanto uma pessoa normal necessita de 2.200 calorias. Por isso dizem que a população polonesa está tão enfraquecida que ela se tornará uma presa fácil da febre exantemática(...). Só teremos comiseração com o povo alemão, e mais ninguém no mundo."(9 de setembro de 1941)


"(...)não será possível disponibilizar mais alimentos para a populaçã judia." (15 de outubro de 1941)


"(...) diga-se de passagem que estamos condenando à morte por desnutrição 1,2 milhão de judeus." (24 de agosto de 1942)


"Quando começamos, havia três milhões e meio de judeus, dos quais sobraram apenas algumas frentes de trabalho. Todo o resto, digamos assim, emigrou." (2 de junho de 1943)


"Quero ressaltar que não podemos ser melindrosos ao escutarmos o número de 17 mil fuzilados(...) Qualquer discórdia sobre métodos seria ridícula." (25 de janeiro de 1943)


"Uma vez ganha a guerra, poderemos fazer picadinho de poloneses, ucranianos e tudo o mais que anda por aí." (12 de janeiro de 1944)



quinta-feira, 14 de maio de 2009

Da destruição através do trabalho à destruição do trabalho

Este frase vem de Browning, p.87, e descreve uma transição que pode ser envolvido em dois extracts. O primeiro vem de Oswald Pohl e descreve a política de trabalho que existiu até abril de 1942 no Governo Geral:
O comandante do campo sozinho é responsável pelo emprego dos trabalhadores. Este tipo de trabalho deve ser exaustivo no sentido exato da palavra, a fim de obter o máximo de rendimento. [...] O tempo de trabalho é obrigatório e sem limites. [...] Se a demora avançar apenas o intento de comida na hora do almoço serão vetados. [IMT: The process, volume XXXVIII, página 366/Doku. 129-R].
O segundo vem do diário de Hans Frank, datado de 9 de dezembro de 1942, e descreve o dilema que Frank encarou depois que Himmler tinha intervido para exterminar seus trabalhadores judeus essenciais:
Em nosso tempo de experimento com judeus não tínhamos tido nenhuma fonte insignificante força de trabalho tomada de nós. Está claro que o processo de trabalho mobilizado está rendendo mais dificuldades quando no meio deste programa de trabalho em tempos de guerra a ordem seja de que todos os judeus devam ser conduzidos à sua destruição [citação, Browning, p.79].

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/05/from-destruction-through-labour-to.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais: Europa dominada

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 39

39. Que importa se morreram seis milhões de judeus ou 300.000 durante este terrível período?

O IHR diz (edição original):

Uma diferença de 5,700.000. Mais ainda - e indo contra o que diz a propaganda sobre o "Holocausto" - não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada.

Nizkor responde:

Como se mencionou antes, morreram uns seis milhões. Dizê-lo mais vezes não lhes trará a vida.

O IHR afirma aqui claramente que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada". Tem separado claramente a questão das câmaras de gás nazis da questão dos planos nazis para exterminar os judeus europeus custe o que custasse.

Talvez Greg Raven, o diretor do IHR, queria explicar as citações que vieram na continuação. Quando lhe foi pedido que o faça, sempre tenta mudar o tema e falar das câmaras de gás. Mas se verdadeiramente crê que "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada", então deveria ser capaz de responder isto sem se referir as câmaras de gás:

Diário de Hans Frank (de "Nazi Conspiracy and Aggression", 1946, Vol. I, pp. 992, 994):

Mas, o que se deve fazer com os judeus? Creem que lhes reassentarão no 'Ostland' [os territórios do Leste] em grupos [de reassentamento]? Isto é o que nos dizem em Berlim: por que tantas moléstias? Não podemos ficar com eles nem no 'Ostland' nem no 'Reichkommissariat.' Assim que os liquedemos.

Cavalheiros, devo lhes pedir que abandonem todo sentimento de piedade. Devemos aniquilar os judeus, onde quer que os encontremos e onde quer que seja possível para poder manter a estrutura do Reich como um todo...

Não podemos disparar ou envenenar estes 3,500.000 de judeus, mas seja como for teremos que tomar medidas que levem, de uma maneira ou outra, a sua aniquilação...

Sentenciar 1,200.000 de judeus a morrer de fome deveria se assinalar só marginalmente.


Discurso de Himmler em Posen em 4 de outubro de 1943, gravado em fita ("Trial of the Major War Criminals", 1948, Vol. XXIX, p. 145):

Falarei agora da evacuação dos judeus, o extermínio do povo judeu. É uma dessas coisas que se diz facilmente: "se está exterminando os judeus", dizem todos os membros do Partido, "muito correto, é parte dos nossos planos, a eliminação dos judeus, extermínios, nós o estamos fazendo".


Goebbels (de Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, pp. 86, 147-148):

14 de fevereido de 1942: O Führer voltou a expressar sua determinação de eliminar sem piedade os judeus da Europa. Deve desaparecer todo sentimentalismo melindroso. Os judeus é quem têm provocado a catástrofe que lhes aproxima. Sua destruição seguirá junta à destruição de nossos inimigos. Devemos acelerar este processo sem piedade.

27 de março de 1942: O procedimento é bem mais bárbaro, e não o detalharei aqui. Não restará muito dos judeus. Em cifras gerais, pode-se dizer que algo em torno de sessenta por cento deles será liquidado, enquanto que só os quarenta(por cento)se salvará para ser utilizado como mão-de-obra.


Talvez o embaraçoso de se enfrentar em citações como estas, sem poder desviar o assunto para a questão das câmaras de gás, é a razão pela qual o IHR eliminou em sua edição revisada a frase "não houve nenhum intento deliberado de exterminar nada".

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Poloneses: Vítimas da Era Nazista, 1933-1945

Poloneses: Vítimas da Era Nazista

Durante a II Guerra Mundial, a Polônia sofreu muito sob cinco anos de ocupação alemã. A ideologia nazista via os "poloneses" - a maioria étnica predominantemente católica romana - como "sub-humanos", ocupando terras vitais à Alemanha. Como parte da política de destruir a resistência polonesa, os alemães mataram muitos dos líderes políticos, religiosos e intelectuais nacionais. Eles também sequestraram crianças julgadas racialmente adequadas para adoção por alemães e confinaram poloneses em dúzias de prisões e campos de concentração e trabalhos forçados, onde muitos pereceram.

A INVASÃO E OCUPAÇÃO DA POLÔNIA

As forças alemãs invadiram a Polônia em 1º de setembro de 1939. Soldados poloneses lutaram bravamente apesar, de diante de forças muito melhor equipadas, com violentos combates ao redor de Varsóvia. Sem comida e água, a capital assediada rendeu-se em 27 de setembro, e a luta do exército regular polonês terminou no início de outubro.

O pretexto de Hitler para expansão militar no sentido leste era a "necessidade" de mais Lebensraum, "espaço vital", para a nação alemã. Na véspera da invasão, diz-se que ele afirmou numa reunião de altos oficiais:
"Eu dei a ordem, e eu mandarei executar por pelotão de fuzilamento qualquer um que disser uma só palavra de crítica, que nosso propósito na guerra não consiste em alcançar certas linhas, mas na destruição do inimigo. Por essa razão, eu posicionei minhas formações Totenkopf em prontidão - por enquanto só no leste - com ordens para mandar para a morte sem piedade e sem compaixão, homens, mulheres e crianças de origem e língua polonesa. Só assim nós ganharemos o espaço vital de que necessitamos."
Em 1939, a Alemanha anexou diretamente a região fronteiriça oeste e norte da Polônia, terras disputadas onde muitos alemães étnicos (Volksdeutsche) residiam. Em contraste, as áreas mais amplas, central e sul, foram dispostas num "Governo Geral" separado, que era governado pelo administrador civil alemão Hans Frank. Cracóvia tornou-se a capital do Governo Geral, enquanto os alemães planejavam transformar a capital polonesa de Varsóvia numa cidade atrasada. Depois que a Alemanha invadiu a União Soviética em 1941, a Alemanha também capturou a parte oriental da Polônia. (Este território havia sido invadido e ocupado pelos soviéticos em setembro de 1939, de acordo com o Pacto Germano-Soviético de Não-Agressão de Agosto de 1939, que dividiu a Polônia entre a Alemanha e a União Soviética.)

Um aspecto da política alemã na Polônia conquistada propunha-se a prevenir que sua população etnicamente diversa se unisse contra a Alemanha. "Nós precisamos dividir [os muitos grupos étnicos diferentes da Polônia] em tantas partes e grupos menores quanto possível", escreveu Heinrich Himmler, chefe da SS, em um memorando altamente confidencial, "O Tratamento de Estranhos Raciais no Leste", datado de 25 de maio de 1940. De acordo com o censo de 1931 por língua, 69% da população que totalizava 35 milhões de habitantes falavam polonês como sua língua materna. (A maioria deles eram católicos romanos). Quinze por cento eram ucranianos, 8,5% judeus, 4,7% bielo-russos, e 2,2% Alemães. Cerca de três quartos da população eram camponeses ou trabalhadores agrícolas, e outro quinto, trabalhadores industriais. A Polônia tinha uma pequena classe média e alta de profissionais, empreendedores e proprietários
rurais bem instruída.

Em contraste com a política genocida nazista que se dirigia a todos os 3,3 milhões de homens, mulheres e crianças judias da Polônia, os planos nazistas para a maioria católica polonesa apontava no assassinato ou supressão de líderes políticos, religiosos e intelectuais. Esta política tinha dois objetivos: primeiro, evitar que as elites polonesas organizassem resistência ou mesmo reagrupassem numa classe governante; segundo, explorar a falta de líderes da Polônia, a maioria de camponeses e operários menos instruídos como trabalhadores não especializados na agricultura e
indústria.

TERROR CONTRA A INTELIGÊNCIA E O CLERO

Durante a invasão alemã de 1939 contra a Polônia, esquadrões de ações especiais da SS e da polícia (os Einsatzgruppen) foram posicionados na retaguarda, prendendo ou matando os civis que eram pegos resistindo aos alemães ou considerados capazes de fazê-lo conforme determinado pela sua posição ou status social. Dezenas de milhares de proprietários ricos, clérigos, e membros das inteligências das autoridades governamentais, professores, médicos, dentistas, oficiais, jornalistas, e outros (tanto poloneses quanto judeus) - eram ou assassinados em execuções em massa ou enviados para prisões e campos de concentração. Unidades do exército alemão e forças de "autodefesa" compostas de Volksdeutsche também participavam nas execuções de civis. Em muitos casos, essas execuções eram ações de represália que consideravam comunidades inteiras coletivamente responsáveis pela morte de alemães.

Durante o verão de 1940, a SS capturou membros da inteligência no Governo Geral. Nessa chamada Ação A-B (Operação Extraordinária de Pacificação), vários milhares de professores universitários, professores, padres, e outros foram fuzilados. Os assassinatos em massa ocorreram do lado de fora de Varsóvia, na floresta Kampinos próxima a Palmiry, e dentro da cidade na prisão Pawiak.

Como parte de esforços mais amplos para destruir a cultura polonesas, os alemães fecharam e destruíram universidades, escolas, museus, bibliotecas, e laboratórios científicos. Eles demoliram centenas de monumentos a heróis nacionais. Para prevenir o nascimento e uma nova geração de poloneses educados, funcionários alemães decretaram que o sistema escolar para crianças polonesas terminasse alguns anos após o curso primário. "O único objetivo desse sistema escolar é ensiná-los aritmética simples, nada acima do número 500; escrever o próprio nome; e a doutrina de que é lei
divina obedecer aos alemães. . . . Eu não acho que ler é desejável", escreveu Himmler em seu memorando de maio de 1940.

Nas terras anexadas, o objetivo dos nazistas era a completa "germanização" para assimilar os territórios política, cultural, social e economicamente dentro do Reich alemão. Eles aplicaram esta política mais rigorosamente nos territórios ocidentais incorporados - o chamado Warthegau. Lá, os alemães fecharam até mesmo escolas primárias onde o polonês era a linguagem de ensino. Eles renomearam ruas e cidades de tal forma que Lodz tornara-se Litzmannstadt, por exemplo. Eles também capturaram dezenas de milhares de empresas polonesas, de grandes firmas industriais a pequenas lojas, sem pagamento aos proprietários. Avisos postados em locais públicos alertavam "Entrada proibida para poloneses, judeus e cães."

A Igreja Católica Romana foi suprimida em toda a Polônia porque, historicamente, ela havia levado forças nacionalistas polonesas a lutar pela independência da Polônia contra o domínio externo. Os alemães tratavam a Igreja mais duramente nas regiões anexadas, enquanto fechavam sistematicamente igrejas nesses locais; a maioria dos padres foram mortos, presos ou deportados para o Governo Geral. Os alemães também fecharam seminários e conventos, perseguindo monges e freiras. Entre 1939 e 1945, calcula-se que 3.000 membros do clero polonês foram mortos; destes, 1.992 morreram em campos de concentração, 787 deles em Dachau.

EXPULSÕES E SEQUESTRO DE CRIANÇAS

A germanização das terras anexadas também incluía um programa ambicioso para reassentar alemães do Báltico e outras regiões em fazendas e outras moradias antes ocupadas por poloneses e judeus. Desde outubro de 1939, a SS começou a expulsar poloneses e judeus do Warthegau e do corredor de Dantzig e transportá-los para o Governo Geral. Pelo final de 1940, a SS havia expulsado 325.000 pessoas sem aviso e saqueado suas propriedades e pertences. Muitos idosos e crianças morreram durante a viagem ou em campos de passagem provisórios, tais como os das cidades de Potulice, Smukal e Torun. Em 1941, os alemães expulsaram mais 45.000 pessoas, mas eles reduziram o programa depois da invasão da União Soviética no final de junho de 1941. Trens usados para o reassentamento foram necessitados com urgência para o transporte de soldados e suprimentos para o front.

No final de 1942 e em 1943, a SS também executou expulsões maciças no Governo Geral, arrancando 110.000 poloneses de 300 vilarejos na região de Zamosc-Lublin. Famílias foram destruídas enquanto adolescentes e adultos fisicamente sadios eram levados para trabalhos forçados e velhos, jovens e pessoas incapacitadas eram movidos para outras localidades. Dezenas de milhares também eram aprisionados nos campos de concentração de Auschwitz ou Majdanek.

Durante as expulsões de Zamosc, os alemães tiraram muitas crianças de seus pais para serem racialmente avaliados para possível adoção por pais alemães no programa SS Lebensborn ("Fonte de Vida"). Nada menos que 4.454 crianças escolhidas para germanização receberam nomes alemães, foram proibidas de falar polonês, e reeducadas em outras instituições SS ou nazistas, onde muitas morreram de fome e doenças. Poucas viram seus pais novamente. Um número maior de crianças foram rejeitadas como inadequadas para germanização depois de não passarem nos critérios dos cientistas raciais para estabelecer uma ancestralidade "ariana"; elas foram mandados para lares infantis ou mortas, algumas delas em Auschwitz, através de injeções de fenol. Um total calculado em 50.000 crianças foram sequestradas na Polônia, a maioria levadas de orfanatos e lares adotivos nos territórios anexados. Crianças nascidas de mães polonesas deportadas para Alemanha como trabalhadoras rurais e industriais também eram normalmente tiradas de suas mães e submetidas à germanização. (Se um exame do pai e da mãe sugerisse que uma criança "racialmente valiosa" não poderia resultar da união, o aborto era compulsório.)

As expulsões de Zamosc motivaram intensa resistência enquanto os poloneses começavam a temer que eles fossem sofrer o mesmo destino dos judeus - deportação sistemática para campos de extermínio. Ataques contra colonos alemães étnicos por membros da resistência polonesa, cujas fileiras estavam cheias de camponeses ameaçados, por sua vez, provocaram execuções em massa ou outras formas de terror alemão.

Através da ocupação, os alemães aplicaram uma política de retaliação dura, numa tentativa de destruir a resistência. Enquanto a resistência polonesa tornava-se mais forte em 1943 depois da derrota alemã em Stalingrado, esforços de represália alemã degringolavam-se. Os alemães destruíram dezenas de vilarejos, matando homens, mulheres e crianças. Execuções públicas por enforcamento ou fuzilamento em Varsóvia e outras cidades ocorriam diariamente. Durante a guerra, os alemães destruíram no mínimo 300 vilarejos na Polônia.

TRABALHO FORÇADO E O TERROR DOS CAMPOS

Entre 1939 e 1945, pelo menos 1,5 milhões de cidadãos poloneses foram transportados para o Reich para trabalhar, a maioria deles contra a própria vontade. Muitos eram garotos e garotas adolescentes. Embora a Alemanha também usasse trabalhadores forçados da Europa Ocidental, os poloneses, junto com outros europeus orientais vistos como inferiores, eram submetidos a medidas discriminatórias especialmente brutais. Eles eram forçados a usar a letra "P" púrpura identificadora em suas roupas, eram submetidos a um toque de recolher, e proibidos no transporte público. Enquanto o real tratamento combinado a trabalhadores braçais de fábricas ou fazendas muitas vezes variasse dependendo de cada empregador, trabalhadores poloneses como via de regra eram forçados a trabalhar mais tempo por menores salários que os trabalhadores europeus, e em muitas cidades eles viviam em alojamentos segregados atrás de arame farpado. Relações sociais com alemães fora do trabalho eram proibidas, e relações sexuais com eles eram considerados como "profanação racial", punível com morte. Durante a guerra, centenas de homens poloneses foram executados por suas relações com mulheres alemãs.

Poloneses foram prisioneiros em quase todos os campos no amplo sistema de campos na Polônia ocupada pelos alemães e no Reich. Um importante complexo de campos em Stutthof, a leste de Dantzig, existiu de 2 de setembro de 1939 até o final da guerra, e estima-se que 20.000 poloneses lá morreram como resultado de execuções, trabalhos pesados, e condições duras. Auschwitz (Oswiecim) tornou-se o principal campo de concentração para poloneses depois da chegada naquele local, em 14 de junho de 1940, de 728 homens transportados de uma prisão superlotada em Tarnow. Em março de 1941, 10.900 prisioneiros foram registrados no campo, a maioria deles poloneses.
Em setembro de 1941, 200 prisioneiros doentes, a maioria deles poloneses, junto com 650 prisioneiros soviéticos de guerra, foram mortos nos primeiros experimentos com gás em Auschwitz. A partir de 1942, a população carcerária de Auschwitz tornou-se muito mais diversificada, enquanto judeus e outros "inimigos de estado" de todas as regiões da Europa ocupada eram deportados para o campo.

O estudioso polonês Franciszek Piper, historiador chefe de Auschwitz, estima que de 140.000 a 150.000 poloneses foram trazidos para aquele campo entre 1940 e 1945, e que de 70.000 a 75.000 lá morreram como vítimas de execuções, de experimentos médicos cruéis, e de fome e doenças. Cerca de 100.000 poloneses foram deportados para Majdanek, e dezenas de milhares deles morreram naquele local. Estima-se que 20.000 poloneses morreram em Sachsenhausen, 20.000 em Gross-Rosen, 30.000 em Mauthausen, 17.000 em Neuengamme, 10.000 em Dachau, e 17.000 em Ravensbrück. Além disso, vítimas totalizando dezenas de milhares foram executadas ou morreram nos milhares de outros campos - incluindo-se os campos especiais para crianças, tais como Lodz e seu subcampo, Dzierzazn - e em prisões e outros locais de detenção dentro e fora da Polônia.

RESISTÊNCIA POLONESA

Em resposta à ocupação alemã, os poloneses organizaram um dos maiores movimentos de resistência na Europa, com mais de 300 grupos e subgrupos políticos e militares amplamente apoiados. Apesar da derrota militar, o próprio governo polonês nunca se rendera. Em 1940, um governo polonês no exílio passou a basear-se em Londres. Grupos de resistência dentro da Polônia estabeleceram tribunais clandestinos para julgar colaboradores e outros e escolas clandestinas em resposta ao fechamento pelos alemães de muitas instituições educacionais. As universidades de Varsóvia, Cracóvia e Lvov operavam todas clandestinamente. Oficiais do exército regular polonês lideraram uma força armada clandestina, o "Exército Nacional" (Armia Krajowa-AK). Depois de atividades organizacionais preliminares, incluindo o treinamento de combatentes e esconderijo de armamentos, o AK ativou unidades guerrilheiras em muitas partes da Polônia em 1943. Um movimento clandestino comunista, a "Guarda do Povo" (Gwardia Ludowa), também foi formada em 1942, mas sua força militar e influência eram comparativamente fracas.

Com a aproximação iminente do exército soviético, o AK lançou uma revolta em Varsóvia contra o exército alemão em 1º de agosto de 1944. Depois de 63 dias de luta encarniçada, os alemães debelaram a insurreição. O exército soviético forneceu pouca assistência aos poloneses. Cerca de 250.000 poloneses, a maioria deles civis, perderam suas vidas. Os alemães deportaram centenas de milhares de homens, mulheres e crianças para campos de concentração. Muitos outros foram transportados para o Reich para trabalhos forçados. Agindo sob ordens de Hitler, as forças alemãs reduziram a cidade a escombros, ampliando em muito a destruição iniciada durante a supressão da revolta armada anterior dos combatentes judeus, que resistiram à deportação do Gueto de Varsóvia em abril de 1943.

CONCLUSÃO

O terror nazista foi, nas palavras do estudioso Norman Davie, "muito mais agressivo e mais duradouro na Polônia do que em qualquer outro lugar na Europa". Estatísticas confiáveis sobre o total de poloneses que morreram como resultado das políticas nazistas alemãs não existem. Muitos outros foram vítimas da ocupação soviética de 1939-1941 na Polônia oriental e de deportações para a Ásia Central e Sibéria. Os registros estão incompletos, e o controle soviético da Polônia por 50 anos depois da guerra impediram pesquisas independentes.

As mudanças de fronteiras e composição étnica da Polônia, assim como as vastas movimentações populacionais durante e depois da guerra, também complicaram a tarefa de calcular perdas.

No passado, muitas estimativas de perdas foram baseadas num relatório polonês de 1947 demandando reparações dos alemães; este documento citado com frequência conferia perdas populacionais de 6 milhões para todos os "nacionais" poloneses (Poloneses, judeus e outras minorias). Subtraindo-se 3 milhões de vítimas judaicas, o relatório alegava 3 milhões de não-judeus vítimas do terror nazista, incluindo perdas civis e militares da guerra.

A documentação continua fragmentada, mas hoje estudiosos da Polônia independente acreditam que de 1,8 a 1,9 milhão de civis poloneses(não-judeus) foram vítimas das políticas de ocupação alemã e da guerra. Este total aproximado inclui poloneses mortos em execuções ou que morreram em prisões, trabalhos forçados e campos de concentração. Também inclui um número estimado de 225.000 vítimas civis da revolta de Varsóvia de 1944, mais de 50.000 civis que morreram durante a invasão de 1939 e do cerco a Varsóvia, e um número relativamente pequeno mas desconhecido de civis mortos durante a campanha militar aliada de 1944-45 para libertar a Polônia.

Fonte: site do USHMM
Link novo: http://www.ushmm.org/learn/students/learning-materials-and-resources/poles-victims-of-the-nazi-era
Link alternativo: https://fcit.usf.edu/holocaust/PEOPLE/USHMMPOL.HTM
Link velho: http://www.ushmm.org/education/resource/poles/poles.php?menu=/export/home/www/doc_root/education/foreducators/include/menu.txt&bgcolor=CD9544
Título original: Poles: Victims of the Nazi Era, 1933-1945
Tradução: Marcelo Oliveira
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6256

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 12

Traduzido por Leo Gott

12. Isto ocorreu antes ou depois que apareceram os rumores sobre os “campos da morte”?

O IHR diz:

Cerca de seis anos ANTES. A Judea declarou guerra a Alemanha em 1933.

Nizkor responde:

"Guerra" econômica, tal e como foi respondida na pergunta 11.

Existe aqui mais uma contradição interna: na resposta à pergunta 10, a versão da Editora Samisdat afirma que as "historias falsas sobre campos da morte" estavam "circulando" em 1933.
E outra contradição interna [mais uma, como se contradizem esses “revisionistas”]: na resposta à
pergunta 54, o IHR afirma que "os alemães mantinham relações cordiais com os líderes sionistas". Uma guerra não é uma relação cordial.

Estas são algumas das declarações e ações dos líderes nazistas antes de estourar a guerra em 1939:

  • 1919: Hitler em uma carta:
    ...tudo que faça que o povo lute por conseguir maiores coisas, seja na religião, no socialismo, ou na democracia, simplesmente serve ao judeu como meio de satisfação de seu orgulho e sua sede de poder...
    O anti-semitismo racional, por contraste [com o anti-semitismo emocional], deve levar a uma luta sistemática e legal contra os privilégios dos que disfrutam os judeus em comparação com outros estrangeiros que vivem entre nós, e à erradicação desses privilégios. Seu objetivo final, entretanto, deve ser a total eliminação de todos os judeus que vivem entre nós.
  • 1924: Hitler escreve Mein Kampf quando está na prisão, e nele menciona que lamenta que Alemanha não gaseara os judeus influentes durante a Primera Guerra Mundial.
  • 1932: Hermann Goering, falando sobre o Partido Nazista (ainda não está no poder) diz a um jornalista italiano em uma entrevista que os nazistas necesitam defender-se dos judeus proibindo os matrimônios inter-religiosos, expulsando os judeus da Alemanha provenientes do leste da Europa, e afastando os judeus nascidos na Alemanha de todo tipo de trabalhos ou postos importantes onde os nazistas considerem que possam exercer sua "influência destrutiva, anti-nacional ou internacional".
  • No mesmo documento oficial que os nazista reimprimiram esta entrevista, disseram que incendiariam as sinagogas, trancariam os bandos assassinos de judeus em guetos e prisões, e pendurar-lhes-iam nas árvores.
    (13 de julho de 1932, Stellung der NSDAP [NSDAP = Partido Nazista.])
  • Verão de 1932: o grupo parlamentar nazista do Parlamento Prussiano (de Weimar) solicita que demitam todos os atores e artistas que não sejam de origem alemã, assim como foi posto em vigor de uma proibição do ritual judaico de sacrifício de animais destinados ao consumo humano, e a expropriação dos bens que pertençam aos judeus do leste da Europa e que vivam na Alemanha.
  • 1932, 31 de julho: Goebbels escreve um artigo no jornal Der Angriff pedindo um pogrom contra os judeus.
  • 1933, 30 de janeiro: Adolf Hitler é nomeado Chanceler da Alemanha.
  • 1933, março: começa a caça e aprisionamento aos primeiros opositores do governo nazista em campos de concentração.
  • 1933, 13 de março: Hitler cria o Ministério da Informação e Propaganda e nomeia Goebbels para o cargo de ministro.
  • 1933, 23 de março: Hitler assina a "Lei de Eliminação da Aflição do Povo e do Reich", concedendo a Hitler autoridade para abolir os parlamentos regionais da Alemanha.
  • 1933, 31 de março: Hans Kerrl, Comissário do Ministério da Justiça da Prússia e Hans Frank, Comissário do Ministério da Justiça da Baviera, anunciam que todos os fiscais e juizes judeus vão abandonar seus cargos imediatamente, e que não será permitido trabalhar a advogados e judeus notários [em suas províncias; o mesmo decreto foi aprovado em outras províncias em pouco tempo].


Em "66 Perguntas & Respostas" e na maioria da propaganda negadora, sempre se busca temas isolados e não relacionados. Apresentam um fato curioso e fora de contexto e esperam convencer o leitor de que não necessita saber mais. Mas depois que reintroduz o contexto, o fato curioso resulta em ser nada mais destacável que qualquer outra coisa das que ocorreram em seu tempo.
O que temos comentado são simplesmente as ações e escritos anti-judaicos, públicos e conhecidos cometidos antes do boicote judeu de 1933. As ações e escritos voltaram mais extremos e violentos à medida que passaba o tempo.

Hitler voltou mais e mais explícito, até que afirmou publicamente em 30 de janeiro de 1939:

Hoje quero voltar a converter-me em profeta: se a judiaria internacional da
Europa e de fora dela tiver êxito mais uma vez em sua intenção de levar as
nações a outra guerra mundial, a conseqüência não será a bolchevização da Terra
e assim, a vitória dos judeus, será a aniquilação da raça judia na
Europa.


Repetiu esta idéia pelo menos duas vezes mais, publicamente, durante a guerra, e não foi a única pessoa que disse.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 1

Postado originalmente em: http://www.nizkor.org/features/qar/qar01.html

Traduzido por Leo Gott.

1. Que provas existem que os Nazistas praticaram o genocídio ou assassinaram deliberadamente seis milhões de judeus?

O IHR (http://www.ihr.org) responde (combinando a versão original, a da Editora Samisdat (de Ernst Zündel) e à revisada):

Nenhuma. A única evidência são os testemunhos do pós-guerra de "sobreviventes" individuais. Estes testemunhos são contraditórios, e nenhum "sobrevivente" afirma ter sido testemunho de nenhum gaseamento. Não existem documentos da época que demonstrem nenhuma prova tangível: nem montes de cinzas, nem crematórios capazes de eliminar milhões de corpos, nem pilhas de roupa, nem sabão feito de restos humanos, nem abajures feitos com pele humana, nem registros, nem estatísticas demográficas credíveis.

Nizkor responde:

Uma mentira atrás da outra, e sem a mínima prova.

Isto é um ponto tão bom como qualquer outro para começar a expor algumas provas detalhadas que são ignoradas como base para negar o Holocausto. Veremos que esta resposta será maior que as outras sessenta e cinco, mas talvez o leitor compreenderá que é necessário.
  • Suponhamos como única evidência, "os testemunhos de pós-guerra de sobreviventes individuais".


Em primeiro lugar, consideremos a teoria conspiratória implícita. Observe-se como os testemunhos de todos e de cada um dos prisioneiros dos campos nazistas são automaticamente depreciados como pouco convincentes. Este desprezo a estes testemunhos, junto com a desvalorização dos testemunhos de vários nazistas (¡¡), é a maior suposição não expressada da negação do Holocausto.


Esta suposição, que poucas vezes é expressada claramente, afirma que o genocídio judeu nunca teve lugar, sendo que foi uma conspiração dos judeus que começou desde 1941, e que falsificou milhares de documentos para prová-lo; depois da guerra, falaram com os sobreviventes dos campos e lhes indicaram o que estes deveriam dizer.


Aparentemente, os “conspiradores” também conseguiram torturar centenas de nazistas que estavam em postos-chave durante a guerra, para confessarem crimes que nunca cometeram, ou para implicarem os seus companheiros. Mesmo assim, conseguiram colocar centenas de documentos nos arquivos nazistas que nunca foram descobertos até depois da guerra, e muitas vezes somente com muita sorte. O diário de Goebbels, por exemplo, foi salvo de ser vendido como 7.000 páginas de papel usado, mas nos manuscritos se encontram algumas entradas como estas (segundo a tradução do inglês de Lochner, The Goebbels Diaries, 1948, pp. 86, 147-148):

14 de fevereiro de 1942: O Führer voltou a expressar sua determinação de eliminar sem piedade os judeus da Europa. Deve desaparecer todo sentimentalismo embutido(?). Foram os judeus que provocaram a catástrofe que está se aproximando. Sua destruição irá unida à destruição dos nossos inimigos. Devemos acelerar este processo sem piedade.

27 de março de 1942: O procedimento é muito bárbaro, e não irei detalhá-lo aqui. Não sobraram muito dos judeus. Em cifras gerais, podemos dizer que cerca de sessenta por cento deles serão liquidados, enquanto que quarenta por cento se salvarão para serem utilizados como mão de obra.


Michael Shermer tem assinalado que as estatísticas dos nazistas sobre o número de judeus europeus giravam entre onze milhões, e sessenta por cento de onze milhões são 6,6 milhões, algo muito próximo das cifras reais. (Na realidade, os quarenta por cento são uma estimativa muito por alto da taxa de sobrevivência dos judeus que foram capturados, mas muitos judeus escaparam).


Em qualquer caso, a maioria das informações do diário é trivial, e somente interessa aos historiadores.

Você crê na suposta conspiração judia que inseriu sete mil páginas de um diário simplesmente para inserir umas poucas linhas a seu favor? Como eles fizeram para conhecer a vida de Goebbels tanto a fim de evitar contradições, como por exemplo situá-lo e outras pessoas em uma cidade e dias equivocados?


Tal e como foi admitido inclusive pelo “revisionista” David Cole, os “revisionistas” ainda têm que dar uma explicação satisfatória sobre este documento.


E quanto aos testemunhos de pós-guerra dos nazistas, todos foram torturados para que confessarem seus horríveis crimes que supostamente não cometeram?
Isto seria credível se somente houvessem capturado uns poucos nazistas depois da guerra, ou talvez se alguns tivessem enfrentado um tribunal que lhes julgava, e tivessem confessado ao mundo a intenção de manipular seus testemunhos. Mas centenas deles testemunharam sobre o Holocausto, em julgamentos que vão de 1945 ate os anos 60. (Por exemplo, ver Böck, Hofmann, Hössler, Klein, Münch, e Stark).


Muitos destes nazistas testemunharam e não foram acusados de nenhum crime. Em que se baseia sua suposta manipulação? Muitos destes julgamentos aconteceram em tribunais alemães. Os alemães torturaram seus próprios compatriotas? Bem, os negadores do Holocausto às vezes afirmam que os judeus estão infiltrados no governo alemão e o controlam. Não obstante, preferimos não falar muito desta “teoria”, visto que isso beira o lunático.

A questão principal é que nenhuma destas supostas vítimas de tortura -em cinqüenta anos, nenhuma- apoiou estas teorias segundo os quais foram coagidos.


Pelo contrário, ao longo destes anos os testemunhos foram confirmados. Que coerções poderiam ter levado o juiz Konrad Morgen a confirmar seus crimes que foram testemunhados no Tribunal de Nuremberg em 1946? De onde não foi acusado de nenhum crime? E para depois voltar a testemunhar perante o Julgamento de Auschwitz celebrado em Frankfurt de 1963 a 1965? Qual foi a coerção ao médico das SS Johann Kremer para testemunhar em sua própria defesa em 1947, e, depois de haver sido condenado na Polônia e na Alemanha, voltar a aparecer novamente e sair da prisão para testemunhar no Julgamento de Frankfurt? Qual a coerção a Böck, a Hössler, a Hölblinger, a Storch e a Wiebeck, todos eles das SS, todos eles testemunharam em Frankfurt, sem que nenhum deles foi acusado de nenhum crime naquele Julgamento?


Os que negam o Holocausto destacam pequenas discrepâncias nos testemunhos para que possam ser desacreditados. O que eles pretendem com isso é que o leitor aceite estas pequenas discrepâncias como a evidência de uma vasta e toda poderosa conspiração judia. Isto é um absurdo.


É certo que as discrepâncias e os pequenos erros em detalhes falam contra, e não a favor, da teoria conspiratória. Por quê os conspiradores haveriam passado informação diferente a diferentes nazistas? De fato, todos os testemunhos, tanto dos nazistas como dos prisioneiros, foram demasiado parecidos, não existe dúvida de que os que negam o Holocausto o considerariam uma evidência de conspiração.


Que coações poderiam perdurar durante quatro décadas para forçar o antigo SS-Untersturmführer Dr. Hans Münch a conceder uma entrevista, contra a vontade de sua família, à televisão sueca? Na entrevista de 1981, ele falou de Auschwitz:


Entrevistador: Não é contrário aos valores éticos de um médico o conceito de genocídio?

Münch: Sim, sem dúvida. É indiscutível. Mas isso vivia comigo, e tratei por todos os meios evitar e aceitar, mas tive que viver com ele. Que outra coisa eu poderia fazer? E eu não o enfrentei diretamente, até que nos foi ordenado, a mim, e a meu superior, e a outra pessoa, tomar parte do extermínio, dado que os doutores do campo estavam saturados do trabalho.

Entrevistador: Devo perguntar-lhe algo. Os que duvidam sobre a autenticidade do Holocausto argumentam que "tratamento especial" poderia significar qualquer coisa, menos para tratar de extermínio.

Münch: O "tratamento especial", na terminologia dos campos de concentração, referia-se ao extermínio físico. Se tratava de algo mais que um pequeno grupo de pessoas, onde o melhor que se podia fazer era gaseá-los, sim, eram gaseados.

Entrevistador: O "tratamento especial" se referia ao gaseamento?

Münch: Sim, sem nenhuma dúvida.

Que coações poderiam perdurar durante quatro décadas para forçar o antigo SS-Unterscharführer (Cabo das SS) Franz Suchomel a conceder uma entrevista para o filme Shoah? Pedindo falsas promessas de anonimato, falou dos crimes cometidos no campo de extermínio de Treblinka (do livro Shoah, Claude Lanzmann, 1985, p. 54):

Entrevistador: O seu testemunho é muito importante. Vocêpode nos dizer o que foi Treblinka?

Suchomel: Mas não utilize meu nome.

Entrevistador: Não usarei, te prometo. Muito bem, quando você chegou a Treblinka...

Suchomel: ...O sargento Stadie nos apresentou todo o campo. Durante o percurso, passamos pelas câmaras de gás quando elas se abriam, e vimos as pessoas cair como sacos de batatas. Logicamente, isto nos aterrorizou e impactou. Nós demos uma volta, nos sentamos sobre nossas malas e choramos como anciãos.
Cada dia se escolhia uma centena de judeus para que levassem os cadáveres para as covas comuns. Ao entardecer, os ucranianos levavam estes judeus para as câmaras de gás ou lhes davam um tiro. Todos os dias!

Perguntem aos que negam o Holocausto por que desacreditam o testemunho de Franz Suchomel? Greg Raven lhes dirá que "não é uma prova... dêem-me uma prova, por favor". Outros lhe dirão que Suchomel e Münch estavam loucos, ou que alucinaram, ou que são fantasias.


Mas onde estão as fantasias nas mentes dos que preferem evitar a enorme quantidade de provas, e crêem em troca na hipotética conspiração, apoiada em nada mais que suas imaginações.


Esta total falta de provas é o que faz que a "suposição da conspiração" quase nunca apareça por escrito. Não existe nem um único documento “revisionista”, artigo, discurso, panfleto, livro, fita, fita de vídeo ou boletim que proporcione detalhes sobre esta suposta conspiração judia ou sionista que revela todo o trabalho sujo. Nem um único.


Como sempre, a literatura “revisionista” faz veladas referências ao Congresso Mundial Judeu como o perpetuador de um "engano" (Arthur Butz, 1976) - mas sem mostrar detalhes. E toda a negação do Holocausto se apoia nesta suposta conspiração.


Enquanto os testemunhos dos sobreviventes, que segundo os "revisionistas" são a única evidência, e neles existem milhares de referências a gaseamentos e outras atrocidades, relatadas por prisioneiros judeus que sobreviveram aos campos e por outras classes de prisioneiros, como prisioneiros de guerra. Muitos dos prisioneiros de guerra que testemunharam sobre os gaseamentos não são judeus, por exemplo. Vejamos, por exemplo, o testemunho do oficial polonês Zenon Rozansky sobre o primeiro gaseamento em Auschwitz, onde foram assassinados 850 prisioneiros de guerra russos (Reitlinger, The Final Solution, p. 154):


Os que estavam contra a porta tinham uma estranha rigidez e então caíram aos
nossos pés, batendo o rosto contra o chão de cimento. Cadáveres! Cadáveres que
se mantinham erguidos preenchendo todo o bunker, estavam tão apertados que não podiam cair.


Quais "revisionistas" negaram isto? Qual deles esteve alí?

Quais têm autoridade para dizer a Rozansky o que ele viu e o que ele não viu?


A frase "nenhum 'sobrevivente' afirma ter testemunhado um gaseamento" é claramente falsa; nas últimas versões, eles trocaram "nenhum sobrevivente" por "uns poucos sobreviventes", algo um pouco mais próximo da verdade.


Mas não é necessário limitar somente aos testemunhos dos sobreviventes, dos nazistas, ou de qualquer outra pessoa. Muitos documentos elaborados durante a guerra, não descrições do pós-guerra, que falam especificamente de gaseamentos e outras atrocidades, capturados pelo exército americano. A maioria está nos Arquivos Nacionais de Washington, D.C.; outros estão na Alemanha.


Por exemplo, aqui temos um documento secreto enviado ao SS Obersturmbannführer (Tenente-Coronel das SS) Rauff pelo SS Untersturmführer Becker sobre os furgões(vans) de gaseamento, os precursores das câmaras de gás (de Nazi Conspiracy and Aggression, 1946, Vol. I, pp. 999-1001):


Se choveu, por exemplo, durante meia hora, não se pode usar o furgão porque
patina. Só pode usá-lo quando não chove. A pergunta agora é se pode usar o
furgão permanecendo parado no lugar da execução. Pero primeiro o furgão tem que chegar ao lugar, e só podemos fazer sem chuva...
Normalmente, o gás não é aplicado corretamente. Para acabar o mais rápido possível, o condutor pisa fundo no acelerador. Fazendo isto, as pessoas morrem por asfixia, sem desmaiar, e não é o que havia sido planejado. As medidas que tenho tomado demonstram que um correto ajuste do acelerador faz com que a morte seja mais rápida e que os prisioneiros morram pacificamente desmaiados.

Rauff recebeu outro informe sobre os furgões de gaseamento em 5 de junho de 1942, sendo este informe classificado como "secreto" e "cópia única". É uma horrível amostra dos eufemismos nazistas, que se refere aos assassinatos como "o processamento" e às vítimas como "o assunto" e "a carga". (Ver Kogon, Nazi Mass Murder, 1993, pp. 228-235.):

Desde dezembro de 1941, por exemplo, se processou 97.000 usando três furgões,
sem que os veículos sofressem avarias...
A capacidade dos furgões é de nove a dez por metro quadrado. A capacidade maior dos furgões especiais Saurer não é uma vantagem. Embora não sofram excesso de carga, perdem muita manobrabilidade fora dos caminhos e estradas em qualquer terreno. Seria desejável uma redução na capacidade da carga. Podemos fazer reduzindo em um metro o tamanho do furgão. A dificuldade mencionada não pode ser resolvida reduzindo a carga, como se tem feito até agora. Esta redução requer um tempo maior de operação, uma vez que temos que preencher o espaço vazio com CO [o gás emitido pelo cano de descargautilizado para asfixiar as vítimas].
É necessário proteger melhor as luzes. A grade deveria cobrir os faróis o suficiente para impossibilitar que se rompam os bulbos. Parece que raramente se acendem os faróis, porque os usuários dizem que podem ser retirados. Mas a experiência demonstra que, quando se fecha a porta traseira o interior escurece, e a carga se aperta contra a porta. O motivo é que quando o interior escurece, a carga se desloca para o menor resquício de luz. Isto dificulta o fechamento da porta. Também temos reparado que o ruído provocado pelo fechamento da porta se une ao medo provocado pela escuridão.

Existem certos deslizes cometidos na correspondência sobre as câmaras de gás, e algumas destas cartas, por sorte, não foram destruídas e foram recuperadas depois da guerra. Um relatório escrito pelo SS Karl Bischoff em 27 de novembro de 1942 descreve a câmara de gás do Krema II sem o habitual término "Leichenkeller", mas sim como "Sonderkeller", "porão especial".


E dois meses depois, em 29 de janeiro de 1943, Bischoff escreveu um relatório para Kammler, referindo-se a esta mesma câmara de gás como "Vergasungskeller". (Ver Gutman, Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994, pp. 223, 227.) "Vergasungskeller" significa literalmente "porão de gaseamento", uma câmara de gás subterrânea.

Os negadores do Holocausto recorrem a Arthur Butz, que da uma enganosa explicação do término: "Vergasunsg", diz, não pode referir-se a assassinar pessoas com gás, mas sim somente ao processo de converter um sólido ou líquido em gás. Assim, diz que "Vergasungkeller" devia ser um cômodo especial em que o combustível para os fornos de Auschwitz era transformado em gás - uma "câmara de gasificação".


Existem três problemas nesta explicação. Em primeiro lugar, "Vergasung" certamente pode referir-se a assassinar pessoas com gás; Butz não fala alemão, assim não deveria fazer especulações com o idioma. Em segundo lugar, não existe um cômodo que pudesse realizar a função que Butz descreve - anos depois de escrever seu livro, ele admitiu, e inutilmente tratou de sugerir que pode ser que houvera outro edifício em alguma parte que acomodou a câmara de gasificação. Em terceiro lugar, o tipo de forno usado em Auschwitz não requeria nenhum processo de gasificação. Os fornos utilizam combustível sólido(coque). (Ver Gutman, op. cit., pp. 184-193.)


Então, a que se refere o termo "porão de gaseamento"? Os negadores do Holocausto ainda têm que oferecer uma explicação credível.
Um inventário de material, capturado antes da guerra, revelou a existência de quatorze chuveiros e uma porta suspensa na câmara de gás do Krema III. Os negadores dizem que esta sala era um necrotério; mas não explicam para que usar em um necrotério quatorze chuveiros e uma porta suspensa. (Ver fotografía do documento, ou Pressac, Auschwitz: Technique and Operation, 1989, pp. 231, 438.)


Um relatório do escritório de obras de Auschwitz, datado de 31 de março de 1943, diz: (Hilberg, Documents of Destruction, 1971, pp. 207-208):


Aproveitamos para mencionar outro pedido de 6 de março de 1943 de uma porta suspensa 100/192 para o Leichenkeller 1 de Krema III, Bw 30a, que deve instalar-se seguindo o procedimento e medidas da porta do porão do Krema II, com uma escotilha com vidro duplo de 8 milímetros selada com borracha. Este pedido deve ser considerado urgente...

Para que necessitaria urgentemente em um necrotério uma porta com escotilhas com um vidro grosso duplo de 8 milímetros?


A questão referente a que isto pode demonstrar é o uso de gás cianeto nas câmaras de gás de Auschwitz, é algo que intriga os negadores. Como tem anunciado o Relatório Leuchter, por exemplo, dedica grandes esforços a perguntar-se se existem restos de cianeto ali hoje em dia. Mas não necessitamos buscar traços químicos para confirmar o uso de cianeto (Gutman, op. cit., p. 229):


Várias cartas e telegramas trocados entre 11 e 12 de fevereiro [de 1943] entre o Zentralbauleitung e Topf mencionam o pedido de um ventilador de madeira para o Leichenkeller 1.

Esta referência confirma o uso do “necrotério” como câmara de gas: Bischoff e Prüfer consideravam que a extração de air mesclado com ácido prússico concentrado [cianeto dissolvido em água] (20 gr/cm3) requeria um ventilador que não pudesse corroer.


Na realidade, Bischoff e Prüfer se equivocaram, e acabou usando aceitavelmente bem um ventilador metálico. Mas o feiro de que pensaram que era necessário demonstra que o cianeto era habitualmente utilizado nas salas que os negadores chamam de necrotérios. (O cianeto não serve como desinfetante em um necrotério, já que não elimina bactérias).

Outros documentos capturados, inclusive ainda que não se referiam diretamente a alguma parte do processo de extermínio, se referem a ele pelas conseqüências deste. Um relatório capturado do SS-Brigadeführer (General de Brigada de las SS) Kammler revela que a capacidade de incineração prevista dos fornos de Auschwitz era de um total de 4.756 cadáveres por dia (ver fotografía do documento Kogon, op. cit., p. 157).

Os negadores estão acostumados a dizer que todo isto não era realizado na prática. Não é correto. Estes crematórios foram projetados cuidadosamente em 1942 para ter uma capacidade de eliminação de 140.000 por mês – em um campo em que só havia 125.000 pessoas. Podemos concluir que o extermínio massivo foi previsível, inclusive planejado, já em meados de 1942. Um campo projetado para incinerar toda sua população de prisioneiros a cada quatro semanas não é um simples centro de detenção.

Finalmente, depois dos abundantes testemunhos, confissões, e evidências físicas do processo de extermínio, certamente não tem necessidade de buscar provas sobre as intenções e planos dos nazistas.

Mas aqui temos alguns exemplos. Do diário de Hans Frank (de Nazi Conspiracy and Aggression, 1946, Vol. I, pp. 992, 994):

Mas, o que se deveria fazer com os judeus? Acreditam que serão reassentados
no 'Ostland' [territórios do leste], em povoados [de reassentamento]? Isto é o
que nos dizem em Berlim: por que tantas doenças? Não podemos fazer nada com eles nem no 'Ostland' nem no 'Reichkommissariat'. Assim serão liquidados.

Cavalheiros, devo pedir-lhes que abandonem todos os seus sentimentos de piedade. Devemos aniquilar os judeus, onde quer que se encontrem e em qualquer momento em que possamos, para assim manter a estrutura do Reich como um todo...

Não podemos disparar ou envenenar estes 3,500.000 de judeus, mas sem dúvida seremos capazes de tomar medidas que levarão, de uma maneira ou outra, à sua aniquilação...


Sentenciar 1,200.000 judeus a morrer de fome é algo que só se notaria um pouco.

O discurso de Himmler em Posen de 4 de outubro de 1943 foi gravado em fita (Trial of the Major War Criminals, 1948, Vol. XXIX, p. 145):

Irei me referir agora à evacuação dos judeus, ao extermínio do povo judeu. Esta é uma das coisas que se dizem facilmente: "se está exterminando os judeus", dizem todos os membros do partido, "muito certo, é parte dos nossos planos, a eliminação dos judeus, seu extermínio, nós estamos fazendo".


O trabalho de extermínio foi inclusive mencionado em pelo menos um veredito oficial de um tribunal nazista. Em maio de 1943, um tribunal de Münich declarou em sua sentença contra o SS-Untersturmführer Max Taubner que:

Não se deveria castigar o acusado em razão das ações cometidas contra os
judeus como tais. Os judeus tem de ser exterminados e nenhum dos judeus mortos é uma grande perda. Embora o acusado deveria haver-se dado conta de que o
extermínio dos judeus é a missão dos Kommandos que se criaram especialmente para ele, se deveria desculpar que se considerara a si mesmo com a autoridade
necessária para tomar parte no extermínio.


E Hitler falou claramente dele em público em pelo menos três ocasiões. Em 30 de janeiro de 1939, sete meses antes da Alemanha invadir a Polônia, deu um discurso no Reichstag (transcrito da revista Skeptic, Vol. 2, No. 4, p. 50):

Hoje quero voltar a converter-me em profeta: se a judiaria internacional da
Europa e de fora dela tiverem êxito mais uma vez em sua intenção de levar as
nações a outra guerra mundial, a consequência não será a bolchevização da Tierra
e assim, a vitória dos judeus, e sim a aniquilação da raça judia na Europa.


Por certo, esta última frase, em alemão é "die Vernichtung der jüdischen Rasse in Europa". Aos que falam alemão se darão conta de que não é em absoluto ambígua.

Em setembro de 1942:

...se os judeus conspiram para provocar outra guerra mundial para exterminar os
arianos da Europa, não deverão ser os arianos os exterminados, e sim os
judíos...


Em 8 de novembro de 1942:


Relembrou da sessão do Reichstag em que declarou: si os judeus imaginam que
poderão provocar uma guerra mundial para exterminar as raças européias, o
resultado não será o extermínio das raças européias, e sim o extermínio dos
judeus da Europa. As pessoas sempre riram de mim quando profetizava. Daqueles
que riram então, um incontável número já não ri hoje, e os que ainda riem,
talvez rirão somente durante um pequeno tempo.


Existem muitos outros exemplos de documentos e testemunhos que poderiam ser apresentados.
Temos que ter em conta a resposta do IHR a “que provas existem?" A resposta é "nenhuma". Como demonstrado claramente, é fácil dizer que a resposta é uma fraude. E isto é a chave do que queremos expressar: a negação do Holocausto é uma fraude.

Seguiremos agora analisando o resto das afirmações, mais específicas, sobre as que se supõe que não hà provas.

A expressão "nenhuma montanha de cinzas" é contraditória com respeito a outros documentos do IHR. Em um artigo do boletim publicado pelo IHR, que também publica as 66 Perguntas e Respostas, o editor do boletim afirmou que uma comissão polonesa encontrou em 1946 uma cova com cinzas humanas no campo de extermínio de Treblinka com uma profundidade de seis metros. Podemos ler este artigo no website de Greg Raven.
(Ao que parece, alguns sobreviventes afirmam que os cadáveres não eram incinerados por completo. Devido ao que se mesclavam restos não incinerados com as cinzas, o editor sugeriu que os testemunhos eram falsos. Surpreendentemente, não se fez nenhum comentário sobre como estava ali uma cova de seis metros com cinzas humanas. Talvez considerou que não valia a pena ter isto em conta).

Também foram encontradas montanhas de cinzas em Maidanek. Em Auschwitz-Birkenau, jogaram as cinzas dos cadáveres nos rios e pântanos que rodeavam o campo, e jogaram gradativamente nos campos das fazendas vizinhas.

"Nenhum crematório" capaz de eliminar milhões de corpos? Totalmente falso, os crematorios eram mais que capazes de realizar o trabalho, de acordo com os relatórios internos dos próprios nazistas e com os testemunhos dos sobreviventes. Os negadores do Holocausto confundem deliberadamente, as pessoas falando dos crematórios atuais dos cemitérios em vez de falar dos enormes fornos industriais dos campos de extermínio. Este tema será discutido em detalhes nas perguntas e respostas 42 e 45.

"Nenhuma montanha de roupa"? Aparentemente, o IHR considera que as pilhas de roupa são uma "prova tangível"! Isto é estranho, porque no tentam negar a existência de outras pilhas encontradas nos campos nazistas: de óculos, de sapatos (em Auschwitz, Belzec, e Maidanek), de dentes de ouro, de cadáveres queimados, de próteses (see Swiebocka, Auschwitz: A History in Photographs, 1993, p. 210), de cabelos humanos (ibid, p. 211), de malas abertas e reviradas (ibid, p. 213), de escovas de cabelo (ibid, p. 215), de pentes (ibid), de cassarolas e frigieiras (ibid), e sim, inclusive pilhas de roupa (ibid, p. 214) que segundo o IHR não existem.

Talvez os leitores deste texto se deram conta de que era perigoso para eles admitir que estas pilhas eram provas tangíveis, porque então se veriam obrigados a admitir que outras coisas são "provas tangíveis". Talvez é por isso que os mesmos retiraram esta frase da edi’c~ao revisada das 66 Perguntas e Respostas do Holocausto.

Se não encontraram com freqüência objetos em quantidades massivas, é porque os nazistas distribuiam entre a população alemã. Foi encontrado um relatório sobre este assunto, revelando que inclusive distribuíram roupas íntimas femininas.

"Nenhum sabão com restos humanos"? Isto é certo, mas é uma meia verdade. Embora haja algumas provas da fabricação de sabão à partir de cadáveres em uma quantidade experimentale muito limitada, os boatos "produção em massa" nunca existiram, e não se sabe da existência de sabão feito de cadáveres humanos. Não obstante, existe o testemunho juramentado, nunca refutado, de prisioneiros de guerra britânicos e de um oficial do exército alemão, segundo o qual aconteceram experimentos, e os aliados capturaram a receita do sabão. Afirmar a secas que os nazistas não fizeram sabão de seres humanos não é correto.

"Nenhum abajur de pele humana"? Falso - foram utilizados como provas abajures de lâmpadas e outros "adornos" feitos com pele humana nos dois julgamentos de Ilse Koch, e foram mostrados a uma comissãode investigação do Senados dos Estados Unidos em fins dos anos '40. Sabemos que estes objetos foram feitos de pele humana porque levavam tatuagens, e porque foi realizada análise microscópica forense. (Nizkor está preparando uma página dedicada exclusivamente ao assunto.)


¿"Nenhum registro"? Isto é uma estupidez (temos que explicar que esta afirmação desapareceu das versões revisadas das 66 Perguntas e Respostas). Certamente, sempre se falou do extermínio por gás utilizando palavras em código, e não se registrava em nenhum livro as vítimas que chegavam aos campos de extermínio para serem gaseadas imediatamente. Mas existem vários deslizes no uso destas palavras em código que revelam seus verdadeiros significados, como já foi descrito. Existem inventários e pedidos do Krema que falam de objetos extranhos em um uso normal, mas não em um extermínio em massa por gaseamento. Existem registros de trens de deportação que, reunidos, falam claramente... Como demonstrado em alguns exemplos anteriormente.

"Nenhuma estatística demográfica credível"? Esta é a segunda contradição do IHR com seus próprios documentos. Ver as preguntas 2 e 15. O comitê anglo-americano que estudou o tema estimou o número de vítimas judias em 5,7 milhões, baseando-se em estatísticas de população.

Alemanha 195.000
Áustria 53.000
Tchecoslováquia 255.000
Dinamarca 1.500
França 140.000
Bélgica 57.000
Luxemburgo 3.000
Noruega 1.000
Holanda 120.000
Itália 20.000
Iugoslávia 64.000
Grécia 64.000
Bulgária 5.000
Romênia 530.000
Hungria 200.000
Polônia 3,271.000
URSS 1,050.000
Refugiados em diversos países. (308.000)

Total de judeus assassinados 5,721.500

(Esta estimativa foi realizada à partir de estatísticas de população, e não somando o número de vítimas em cada campo. Também estão disponíveis estes cálculos - por exemplo, um arquivo com a sentença de um tribunal alemão sobre o número de vítimas em Treblinka. As SS elaboraram registros mais precisos, e foram resgatados muitos documentos, apoiados por testemunhos e testemunhos oculares).

Algumas estimativas dão cifras mais baixas, outras dão cifras mais altas, mas é uma questão de cifras, não do feito. Em um artigo do jornal dos estudantes da CMU, é citado o chefe do Departamento de História da CMU, Peter Stearns, afirmando que documentos recentemente descobertos - especialmente na antiga União Soviética - indicam que o número de vítimas supera os seis milhões. Outros historiadores consideram que não supera os cinco milhões. A Encyclopedia of the Holocaust usa a cifra de 5,596.000 como mínimo e 5,860,000 como máximo (Gutman, 1990, p. 1799).

EM RESUMO:
Os “revisionistas” com freqüência afirmam corretamente que o peso das provas corresponde ao dos historiadores. As provas, por exemplo, têm sido PÚBLICAS desde finais de 1945, e podem ser lidas em bibliotecas do mundo inteiro. Estas provas foram analizadas muitíssimas vezes. Simplesmente estamos mostrando uma pequena parte de alguns dos pontos principais do imenso conjunto de provas, existem muito mais disponíveis.


O simples fato de pleitear que o Holocausto nunca ocorreu é um absurdo. Afirmar seriamente que não existe a mínima prova está mais além do absurdo, e é UM CLARO EXEMPLO DAS INTENÇÕES DISTORCIDAS DO “REVISIONISMO”.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Declaração de Hans Frank, 16 de dezembro de '41

Declaração de Hans Frank, Governador Geral da Polônia, na Sessão do Gabinete de seu governo, em Cracóvia, em 16 de dezembro de 1941:
http://www.holocaustdenialontrial.com/evidence/browning005.asp

Tradução:
"Nós devemos pôr um fim aos judeus, isso eu quero dizer bem abertamente. O Führer uma vez disse essas palavras: se os judeus unidos conseguisse uma vez mais estourar uma guerra mundial, então os povos que fossem incitados a essa guerra não seriam suas únicas vítimas, porque o judeu na Europa também irá encontrar seu fim. ...Antes de continuar a falar, eu gostaria de pedir a vocês que concordassem comigo no seguinte princípio: nós queremos ter compaixão apenas pelo povo alemão, caso contrário por ninguém no mundo inteiro. Outros não têm tido compaixão por nós. Como um velho nacional-socialista, eu também devo dizer: se a tribo judaica sobrevivesse à guerra na Europa, enquanto nós tivéssemos sacrificado nosso melhor sangue pela preservação da Europa, então esta guerra seria somente um sucesso parcial. Portanto, com relação aos judeus, eu em princípio continuarei supondo que eles irão desaparecer. Eles devem ir. Eu entrei em negociações com o propósito de deportá-los para o leste. Em janeiro, uma grande reunião será convocada no Escritório de Segurança Central do Reich pelo SS-Obergruppenführer Heydrich. De qualquer forma, uma grande migração de judeus será colocada em movimento.

Mas o que irá acontecer com os judeus? Vocês acreditam que eles serão alojados em assentamentos na Ostland? Em Berlim eles nos dizem: por que toda essa aflição? nós não podemos usá-los na Ostland nem no Reichskommissariat; liquidem-nos vocês mesmos! Cavalheiros, eu devo lhes pedir, armem-se a si mesmos contra quaisquer pensamentos de compaixão. Nós devemos destruir os judeus, onde quer que nós os encontremos e sempre quando for possível, a fim de preservar a estrutura inteira do Reich."

Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6313

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