Mostrando postagens com marcador Bulgária. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bulgária. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Memorial aos ciganos vítimas do Holocausto será inaugurado em Berlim

De Céline LE PRIOUX (AFP) – Há 6 horas

BERLIM — Mais de 65 anos depois do Holocausto, a chanceler alemã, Angela Merkel, irá inaugurar nesta quarta-feira, em Berlim, um memorial aos ciganos vítimas do nazismo, no momento em que esta comunidade ainda enfrenta casos de racismo e discriminação na Europa.

Quase 500 mil sinti e roms da Europa, dois grupos ciganos muito presentes na Alemanha e considerados "racialmente inferiores", foram assassinados pelo III Reich, segundo estimativas oficiais.

Situado em frente ao Parlamento alemão, o memorial aos sinti e roms, criado pela artista israelense Dani Karavan, consiste em um eixo com um pilar central no qual repousará a cada dia uma flor recém-colhida. Ele está localizado perto de um outro dedicado às vítimas do Holocausto e um dedicado aos homossexuais mortos pelos nazistas.

"O Holocausto contra os ciganos - ou "Porajmos", que significa literalmente devorar - tem sido por muito tempo negado e não tem sido objeto de pesquisas históricas, não só na Alemanha, mas também em outros países como a França de Vichy ou países do Leste Europeu que participaram da perseguição", considerou o historiador Wolfgang Wippermann, da Universidade Livre de Berlim.

"Ao contrário dos judeus, que os nazistas perseguiam pela sua religião, os ciganos, católicos em sua maioria, não eram necessariamente identificáveis entre outros cidadãos", explica Romani Rose, presidente do Conselho Central alemão dos sinti e roms.

Para remediar esta situação, os "pesquisadores raciais" da Alemanha nazista gravaram uma série de características e estabeleceram genealogias que às vezes remontavam ao século XVI, para detectar um "ancestral cigano", a fim de enviar para os campos de extermínio os "de sangue misturado". Em Auschwitz e em Ravensbrück, eles serviram como cobaias para experiências médicas.

A RFA reconheceu oficialmente este genocídio em 1982, com um gesto do chanceler Helmut Schmidt. E em 1997, o presidente Roman Herzog ressaltou pela primeira vez que ele teve a mesma motivação racista e que havia sido praticado pelos nazistas com a mesma resolução e o mesmo desejo que o extermínio dos judeus.

Atualmente, 11 milhões de ciganos vivem no continente europeu, entre eles sete milhões na União Europeia, principalmente na Europa Central e do Sudeste, na Romênia, Bulgária, Hungria e Eslováquia.

A maior minoria étnica na Europa é também a mais pobre, que sofre com a discriminação e o racismo. Rose denuncia principalmente a situação na Romênia, onde foram libertados da escravidão em 1856, na Bulgária, Hungria, Eslováquia, mas também na França e Itália.

A queda da Cortina de Ferro em 1989 e a expansão do Leste Europeu provocou a migração de alguns para o oeste mais rico, e países como França e Itália implementaram medidas de segurança, que incluem a destruição de acampamentos considerados ilegais.

Atualmente vivem na Alemanha cerca de 70 mil ciganos de nacionalidade alemã. "Eles não são nômades e suas famílias estão, por vezes, instaladas há 600 anos em nosso país", indica Wippermann.

Eles fazem parte desde 1997 das quatro minorias protegidas na Alemanha, como os dinamarqueses e os frísios instalados no norte, e os sorbs que vivem no leste.

Nas últimas duas décadas, várias dezenas de milhares de ciganos originários do Leste Europeu também tentaram uma chance na Alemanha. Mas não existem campos selvagens, com dizia o presidente Nicolas Sarkozy há dois anos, afirmando que Angela Merkel procederia com evacuações.

Recentemente, Berlim manifestou seu desejo de fazer parar essas migrações, desejando que fosse retirada a isenção de visto para os cidadãos sérvios e macedônios, muitos dos quais são ciganos.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jcaxA9djip7D5zxIC3LV5EhX9knw?docId=CNG.33a5fe2e73c231d7d6abac75c4abd70b.41

Ver mais:
El Holocausto gitano, por fin reconocido (Deutsche Welle, Alemanha)
Berlín inaugura su monumento en memoria de los gitanos víctimas del Holocausto (AFP, em espanhol)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

No Parlamento alemão, cigano lembra o "Holocausto esquecido"

O cigano holandês Zoni Weisz, sobrevivente do
Holocausto, discursa no Parlamento alemão. Foto: AFP
O cigano holandês Zoni Weisz foi nesta quinta-feira o principal orador no Bundestag, Parlamento alemão, na comemoração da libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz há 66 anos no dia em que a Alemanha presta homenagem às vítimas do Holocausto.

Seu discurso foi dedicado antes de tudo a lembrar o que ele classificou como "o Holocausto esquecido", em alusão ao cerca de 500 mil de Sinti e Roma, as grandes famílias de ciganos centro-europeus, vítimas da máquina nazista.

O Holocausto dos ciganos só começou a ser alvo de pesquisa histórica há pouco, lembrou Weisz, quem sobreviveu à perseguição nazista devido a uma série de casualidades.

Em 16 de maio de 1944, em uma série de batida policial, seus pais e irmãos, que viviam na pequena cidade holandesa de Zutphen, foram detidos pelas forças de ocupação nazistas.

Zoni Weisz, com sete anos, não foi detido porque estava de visita na casa de uma tia fora da cidade, mas posteriormente os nazistas o encontraram, e com outras nove pessoas.

No caminho a Auschwitz, em uma estação onde deviam mudar de trem, um policial holandês ajudou-o a ele e a seus companheiros a fugir.

Weisz sobreviveu no último ano da ocupação escondido e no final da guerra soube que seus pais e seus irmãos haviam morrido no campo de concentração.

Apesar de Weisz garantir que sua família foi normal e feliz até 1944, ressaltou que a perseguição dos ciganos havia começado muito antes da chegada ao poder dos nazistas e que em muitos países europeus ainda não terminou.

"Apesar dos 500 mil provenientes de Sinti e Roma assassinados pelo nazismo, a sociedade não aprendeu nada disso. Caso contrário, agora teria um comportamento mais responsável em direção a nós", disse Weisz.

"Somos europeus e devemos ter os mesmos direitos que os outros", acrescentou o sobrevivente do Holocausto.

Ressaltou que resulta especialmente preocupante que em países como na Bulgária e Romênia os Sinti e Roma tenham que seguir levando uma existência indigna.

Na Hungria, segundo Weisz, a minoria cigana é perseguida abertamente por ultradireitistas com uniformes negros e em outros países da Europa Oriental existem restaurantes com letreiros que dizem "Proibida entrada de ciganos".

O presidente do Bundestag, Norbert Lammert, ressaltou que os ciganos seguem sendo "a minoria maior e mais discriminada na Europa".

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4913989-EI8142,00-No+Parlamento+alemao+cigano+lembra+o+Holocausto+esquecido.html

domingo, 22 de agosto de 2010

Paris entra no clube dos “ultras”

(Foto) Durante a evacuação do acampamento cigano de Anglet (sudoeste), a 13 agosto 2010. AFP

A viragem de Nicolas Sarkozy em matéria de segurança coloca a França entre os Estados membros que aplicam as políticas mais duras relativamente à imigração. Outros países, como a Espanha e a Alemanha, adotaram abordagens mais flexíveis.

Olivier Schmitt

Ao decidir, a menos de dois anos das eleições presidenciais, colocar a segurança no centro do debate político e atacar a imigração clandestina e a presença dos ciganos no nosso país, Nicolas Sarkozy está a incluir a França naquilo a que se poderia chamar "o clube dos ultras": os países cujas políticas de segurança são fortemente influenciadas pela extrema-direita.

O "clube dos ultras"

Em Itália, segurança rima com luta contra a imigração clandestina. Mais do que de radicalização, pode falar-se de banalização. A Liga do Norte, partido xenófobo e populista, pilar da coligação liderada por Silvio Berlusconi e partido do ministro do Interior, Roberto Maroni, fez dessa luta uma prioridade do Governo. O ministro considera ter praticamente posto termo (menos 88%, entre 1 de agosto de 2009 e 31 de julho de 2010) aos desembarques de clandestinos ao longo das costas italianas, depois do acordo assinado com a Líbia, e não se preocupa com as críticas relativas ao não respeito pelo direito de asilo e pelo destino dos clandestinos enviados para a Líbia.

Vangloria-se igualmente do reforço da legislação, defendido pelo seu partido, através da introdução do conceito de "delito de clandestinidade", criado em agosto de 2009, e ainda da autorização de residência com pontos, lançada em fevereiro.

Nos Países Baixos, Geert Wilders conseguiu criar um clima em que se misturam as questões de insegurança, de integração dos estrangeiros e da posição do Islão. O futuro Governo – sem dúvida uma coligação minoritária de liberais e cristãos democratas, apoiados a partir de fora pelo partido de Wilders – inscreveu a luta contra a insegurança no seu programa. Wilders pretende que os delinquentes estrangeiros sejam expulsos para os seus países de origem e que o lenço islâmico seja penalizado.

Na Suíça, desde 1999, ano da sua subida eleitoral, a União Democrática do Centro (UCD) tem contribuído para tornar mais ousado o discurso em matéria de segurança. O primeiro partido do país vê no "estrangeiro", seja ele refugiado, trabalhador fronteiriço, islamista radical ou cigano, o inimigo que ameaça os valores helvéticos. Mais de um quarto do eleitorado suíço aprova estas ideias xenófobas, levando os partidos da direita tradicional a pescar nas mesmas águas.

O "clube dos moderados"

Na Alemanha, a política de segurança centra-se no essencial na luta contra o terrorismo islamista e contra os neonazis. O arsenal legislativo tem sido continuamente reforçado desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Em 2009, o Bundestag aprovou um texto muito polémico, que permite condenar uma pessoa por um delito "em preparação". Mas, por razões históricas, os ataques dirigidos contra grupos étnicos específicos são globalmente condenados pela opinião pública. Só o NPD, partido neonazi ultra minoritário (menos de 2% dos votos, a nível federal), faz do ataque aos estrangeiros o seu cavalo de batalha. Esta formação é considerada como não tendo credibilidade política e como um perigo para a democracia. Contudo, o défice de integração da comunidade de origem turca é periodicamente tema de debate na Alemanha.

Em Espanha, o discurso em matéria de segurança centra-se tradicionalmente na luta contra o terrorismo da ETA. O Governo socialista de José Luis Zapatero acrescentou-lhe uma segunda prioridade, muito mediatizada: a violência contra as mulheres. A política de segurança também se centra na imigração ilegal. Em fins de 2008, foi criada, no seio da polícia nacional, uma "brigada de expulsão dos delinquentes estrangeiros". Em 2009, foram expulsos 7 600 delinquentes estrangeiros. A entrada em vigor, em fins de 2009, da reforma da lei dos estrangeiros aumentou, nomeadamente, de 40 para 60 dias, a duração máxima da detenção de imigrantes clandestinos em centros de trânsito. Mas, com exceção do partido xenófobo catalão Plataforma per Catalunya, criado em 2003, de um modo geral, as políticas não confundem imigração com delinquência.

A especificidade britânica

O primeiro-ministro conservador David Cameron deseja alterar o "Estado de vigilância" que os trabalhistas contribuíram para criar, na sequência dos atentados terroristas de julho de 2005, em Londres. Pretende regulamentar a utilização das câmeras de vigilância – as cerca de 4,2 milhões de CCTV (circuito fechado de televisão) instaladas nas ruas do Reino Unido e reforçar o direito à manifestação, um pouco maltratado nos últimos anos. E a "Great Repeal Bill" deverá alterar as regras de conservação das impressões do registo de ADN do país.

Visto de Bucareste e de Sófia
Os rapatriamentos de ciganos são inúteis e hipócritas
No momento em que, em 19 de agosto, 93 ciganos romenos a viver em França eram objeto de um "repatriamento humanitário voluntário" para a Roménia, o Evenimentul Zilei previa que "a maior parte irá regressar a França tão depressa quanto possível". Como a Roménia não dispõe de "programas concretos de reintegração" dessas populações, "o problema continuará a ser o mesmo e a não estar resolvido", quando "as equipas de jornalistas franceses, chegadas a Bucareste para fazerem reportagens no local", tiverem partido. Do lado búlgaro, o diário Novinar critica os políticos europeus por aplicarem "padrões ambíguos no que se refere aos ciganos", recorda que a tentativa das autoridades de Sofia de desmantelar um acampamento de ciganos no centro da cidade foi posto de lado, devido a pressões da UE, e pergunta por que motivo aqueles que, na altura, protestaram não reagem agora contra Nicolas Sarkozy.

Fonte: Le Monde(França)/presseurop
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/319081-paris-entra-no-clube-dos-ultras

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ciganos têm história marcada pelo preconceito

Grupo faz parte de uma das minorias étnicas mais marginalizadas na Europa

Foto: Crianças ciganas do grupo Rom sorriem em acampamento na periferia de Sofia, capital da Bulgária
Nikolay Doychinov/19.08.2010/AFP

Muitos, quando ouvem a palavra “cigano”, pensam em povos nômades que prevêem o futuro. Há diversas teorias sobre a origem destes povos, pois não existem muitos registros sobre sua história inicial.

Somente a partir de meados do século 18, os primeiros livros sobre os ciganos europeus foram publicados, e quase todos os autores reforçaram ainda mais os estereótipos negativos. Muitos acreditam que sua origem vem do Egito, outros da Índia ou do Paquistão.

Hoje, eles vivem espalhados pelo mundo, e grande parte deles se concentra na Europa, continente no qual sofreram o maior massacre de sua história.

No período da Alemanha nazista, eles foram um dos principais alvos do massacre contra minorias. Além dos judeus, os ciganos foram exterminados durante o Holocausto (1939-1945) e alguns historiadores apontam que 25% de tal população desapareceu. Os ciganos foram também reprimidos e perseguidos em outros locais na Europa como Itália e Espanha.

Os ciganos fazem parte de uma das minorias étnicas mais marginalizadas da Europa. A Suíça foi um dos primeiros países a instituir leis contra os ciganos em seu território, por volta de 1470.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), grande parte da população cigana migrou para os Estados Unidos, onde aglomera cerca de 1 milhão de ciganos. Aproximadamente 8 milhões vivem na Europa e, hoje, formam a maior minoria sem um país.
Atualmente uma das maiores ameaças contra o grupo está no movimento neonazista e em outros de caráter nacionalista. A rede CNN veiculou recentemente um programa especial sobre a minoria. As crianças ciganas desacompanhadas são o principal alvo de grupos nacionalistas violentos, de acordo com a série.

Segundo o jornal The New York times, a crise econômica mundial de 2008 intensificou as discriminação contra os ciganos, pelo velho estereótipo dos ciganos de praticar pequenos crimes.

O relatório do Banco Mundial (BM) de 2008 afirma que em alguns casos os ciganos são até dez vezes mais pobres que o resto da população europeia. Sua expectativa de vida é entre 10 e 15 anos menor que a média e sofrem altos níveis de discriminação nos setores de educação, trabalho, casa e saúde.

Em 2006, o Conselho da Europa iniciou uma campanha para tentar combater a questão.

Confira também
França inicia deportação de ciganos

Fonte: AFP/R7(Brasil)
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/ciganos-tem-historia-marcada-pelo-preconceito-20100819.html

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...