quinta-feira, 26 de maio de 2011

Evidências de Implantação da Solução Final por Christopher R. Browning (Chelmno)

Capítulo 1 – Chelmno

A partir de Dezembro de 1941, os judeus do gueto de Lodz e outras cidades de Warthegau foram deportados para o pequeno vilarejo de Chelmno. Em 1º de Maio de 1942, Arthur Greiser escreveu para Himmler: “O tratamento especial de aproximadamente 100.000 judeus em meu território, em uma ação aprovada por você de acordo com o Chefe do Escritório Central de Segurança do Reich SS-Obergruppenführer Heydrich será concluído nos próximos dois ou três meses.”(100)

A conclusão desta tarefa aconteceu sem incidentes, no entanto como pode ser visto em um relatório da seção de motores do RSHA em 5 de Junho de 1942 acerca das alterações técnicas na produção de “caminhões especiais”.

Desde Dezembro de 1941, por exemplo, 97.000 foram processados na ação por três caminhões, nenhum defeito foram encontrados nos veículos. A explosão ocorrida em Chelmno deve ser considerada um caso isolado. A causa deve ser atribuída a erro do operador.(101)

As deportações de Warthegau para Chelmno continuaram em 1942 até que as províncias estivessem livres de Judeus e a população do gueto de Lodz foi reduzida para menos de 90.000.(102)

Notas:

(100) – Documento de Nuremberg NO-246, Greiser para Himmler, 1.5.42. (Die von Ihnen im Einvernehmen mit dem Chef des Reichssicherheitshauptamtes SS-Obergruppenführer Heydrich genehmigte Aktion der Sonderbehandlung von rund 100,000 Juden in meinem Gaugebiet wird in den nächsten 2-3 Monaten abgeschlossen werden können.) Nesta carta, Greiser pergunta se o Sonderkommando emregado na ação judaica poderia ser usado para liberar Warthegau da ameaça representada pelos Poloneses com “tuberculose aberta”. Himmler posteriormente deu permissão a Greiser para submeter os Poloneses tuberculosos considerados incuráveis para o “tratamento especial”. NO-249, Greiser para Himmler, 21.11.42.

(101) - II D 3 Vermerk, 5.6.42, assinado por Just, em BA, R 58/871. (Seit Dezember 19421 wurden beispielweise mit 3 eingesetzten Wagen 97,000 verarbeitet, ohne dass Mägel an den Fahrzeugen auftraten. Die bekannte Explosion in Kulmhof ist als Einzelfall zu bewerten. Ihre Ursache ist auf einen Bedienungsfehler zurückzuführen.) O relatório propôs uma série de melhorias, incluindo: (1) A instalação de duas fendas estreitas com retalhos leves que facilitem a rápida entrada de CO, evitando sobrepressão; (2) Encurtar o modelo Saurer Grande. Eles não podiam transpor o terreno da Rússia em plena carga, e portanto muito espaço vazio existiam para ser preenchido rapidamente com monóxido de carbono, e portanto o tempo de funcionamento é bastante prolongado. Um caminhão menor em plena carga pode operar com muito mais rapidez. A redução do compartimento traseiro não seria desvantajosa ao afetar o equilíbrio do peso, sobrecarregando o eixo da frente, porque, “Na verdade, uma compensação na distribuição do peso é feita automaticamente pelo fato de que a carga pesada na porta traseira durante a operação é sempre preponderante.” (Tätsächlich findet aber ungewollt ein Ausgleich in der Gewichtsverteilung dadurch statt, dass das Ladegut beim Betrieb in dem Streben nach der hinteren Tür immer vorwiegend dort liegt.); (3) Para facilitar a limpeza, buracos de oito a doze polegadas devem ser feitas no chão e munidos de uma tampa para abrir para fora. O piso deve ser levemente inclinado e a tampa equipada com uma peneira pequena. Assim, todos os “fluidos” iriam para o meio, os “fluidos finos” iriam sair, mesmo durante a operação e a “sujeira grossa” poderia ser limpa com mangueira depois; (4) uma luz protegida fortemente que funcione durante os primeiros minutos, assim a “carga” não ficariam pressionando a tranca para abrir a porta de trás quando mergulharem na escuridão em pânico.

(102) - Yad Vashem Archives, O-/79, Report of Statistical Office of Lodz on the Jewish population em 1940. Gestapo situation report, Lodz, 3.10.41, impresso em: Faschismus-Getto-Massenmord, p. 266; The Chronicle of the Lodz Ghetto, pp. xxxix and 266.


Fonte: Holocaust Denial On Trail (Christopher R. Browning)

Link: http://www.holocaustdenialontrial.com/en/trial/defense/browning/522.0

Tradução: Leo Gott

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Demjanyuk e os Negadores do Holocausto (Parte 1)

(Última revisão: 29/01/2010)
Demjanyuk se tornou um ícone dos “revisionistas” por uma razão muito boa. A fracassada tentativa de Israel deu uma chance aos negadores de mais uma vez discutir ‘que os depoimentos das testemunhas do Holocausto não são confiáveis, que as provas foram forjadas, que os caçadores de nazistas caçam pessoas inocentes e etc.’.
Eu não vou defender o primeiro julgamento israelense de Demjanyuk. Rejeito o argumento de que a sentença de morte de Demjanyuk foi revogada, a justiça foi feita. Isso aconteceu por acaso - a URSS caiu e novas evidências apareceram. Nunca houve qualquer prova documental apresentada para Demjanyuk ter estado em Treblinka, a condenação foi baseada em procedimentos de identificação.
Nem vou defender a conduta da OSI. Em 1993, os juízes do Tribunal de Apelação dos EUA do 6º Circuito concluíram:
Assim, defendemos que os Procuradores do OSI agiram com grosseira negligência da verdade e o governo tem a obrigação de tomar quaisquer medidas que impeçam um adversário de apresentar seu caso pleno e justo. Esta foi uma fraude na corte, nas circunstâncias deste presente caso que, por imprudência presumiram a culpa de Demjanyuk não respeitaram a obrigação de produzir materiais solicitados pela defesa de Demjanyuk.
Na verdade, vamos ver um exemplo de fraude muito em breve.
O que eu vou discutir é que as conclusões históricas que os negadores extraem desse caso são injustificadas.
Mas primeiro vamos definir quais são as atividade conhecidas de Demjanyuk no tempo da guerra.
Ivan Nikolajevich Demjanyuk nasceu em 30 de abril de 1920 em Dubovi Makharyntsi (Dubovyje Makharintsi) em Vinnits’ka (Vinnitskaja).
Vários documentos estabelecem o paradeiro de Demjanyuk durante a guerra:
· Nº 1 – Encontrado arquivo em Vinnits’ka Oblast. Passe de identificação de serviço em Trawniki Nº 1393 identifica um Ucraniano, “Ivan Demjanyuk”, filho de “Nikolai”, nascido em 30 de abril de 1920 em “Duboimachariwzi”, que serve em Okzow desde 22 de Setembro de 1942 e em Sobibor desde 27 de março de 1943. Este é o documento mais famoso relacionado com o caso Demjanyuk. A defesa e os negadores [do Holocausto] argumentam que é uma falsificação da KGB. Iremos discutir estas afirmações mais tarde. Eu não vi nenhum desafio de autenticidade dos documentos que seguem.
· Documento Nº 2 – Encontrado no Arquivo Central do Estado Lituano em Vilnius. Relatório disciplinar de 20 de Janeiro de 1943 afirma que dois dias antes quatro guardas que foram treinados em Trawniki foram detidos por violar a quarentena do campo. Um dos guardas é identificado como “Deminjuk”, com número de identificação 1393 (ou seja, o mesmo número do primeiro documento).
· Documento Nº 3 – Encontrado nos arquivos da FSB. Registro de transferência que documenta a transferência de 80 Trawnikis para Sobibor em 26 de Março de 1943. O 30º da lista é “Iwan Demianiuk” número de identificação 1393, com a mesma data de nascimento de John Demjanyuk. A data da transferência é compatível com o documento número 1.
· Documento Nº 4 – Encontrado nos arquivos da FSB. Registro de transferência datado de 01 de Outubro de 1943, que documenta a transferência de 140 homens de Trawniki para Flossenberg. 53º nome da lista é “Iwan Demianjuk”, com o mesmo nome, data de nascimento e número de identificação dos documentos anteriores.
· Documento Nº 5 – Encontrado nos Arquivos Federais da Alemanha em Berlim. Relatório de Armas de Flossenberg de 1 de Abril de 1944, documento informa que sentinela “Demianiuk” recebeu em 8 de Agosto de 1943 um rifle, ou seja, uma semana depois que a pessoa do documento 6 foi transferida para Flossenberg.
· Documento Nº 6 – Encontrado nos Arquivos Federais da Alemanha em Berlim. Diário de Flossenberg mostra que em 4 de Outubro de 1944 “Demenjuk 1393” foi atribuído à guarda do Bunker Construction Detail.
· Documento Nº 7 – Encontrado nos Arquivos Federais da Alemanha em Berlim. Uma lista sem data de Flossenberg com 117 guardar, lista “Demenjuk” com a identificação 1393 na entrada de número 44. A lista pode ter sido feita no período de 10 de Dezembro de 1944 à 15 de Janeiro de 1945.
· Documento Nº 8 – O mais irônico da lista – “Pedido de Assistência” do próprio Demjanyuk apresentado em Março de 1948 para a Preparatory Commission of the International Refugee Organization. Enquanto ele forneceu informações falsas sobre a sua residência durante a guerra, ele observou que de Abril de 1937 à Janeiro de 1943 ele era motorista em “Sobibor, Chelmno, Polônia”. Sobibor não era um nome muito bem conhecido na época, e o fato que o próprio Demjanyuk escreveu, (mesmo dando datas erradas e mentindo sobre ter sido motorista de lá) é altamente incriminatório.
· Documento Nº 9 – Finalmente, seu pedido de visto americano em 27 de Dezembro de 1951, Demjanyuk escreveu que de 1936-1943 ele residiu em Sobibor, Polônia.
Então o que podemos dizer com base em tais documentos? Mesmo desconsiderando que o primeiro documento é uma fraude (e essa hipótese é desmascarada por todos os documentos posteriores), mesmo assim, com base no restante deles, pode-se concluir que Demjanyuk serviu no Campo de Extermínio de Sobibor e também em Trawniki e Flossenberg. Demjanyuk negou algumas vezes ter estado nestes campos e inventou uma falsa história sobre o seu paradeiro durante a guerra, pode-se concluir que provavelmente ele tem alguma coisa ruima esconder. Em qualquer caso, a imagem da pessoa inocente sendo perseguida não pode ser mantida.
Fonte: Holocaust Controversies (Sergey Romanov)
Tradução: Leo Gott

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Evidências de Implantação da Solução Final por Christopher R. Browning (Parte 1)

A – Prova Documental do surgimento do programa para matar os Judeus da Europa:

O programa Nazista para o assassinato de todos os Judeus da Europa que estavam ao alcance da Alemanha foi chamado de “Solução Final da Questão Judaica” (Endlösung der Judenfrage). Enquanto os historiadores que fizeram pesquisas exaustivas nos arquivos Nazistas sobre a política Judaica concordam que este programa foi implementado pelo regime nazista, eles não são unânimes nas suas conclusões sobre vários aspectos importantes da interpretação histórica. Em particular, eles não concordam a respeito de quando o regime nazista decidiu a política de assassinato sistemático em massa, também não concordam sobre o papel preciso de Hitler no processo decisório. Tais divergências sobre interpretação histórica, é claro, não são de todo incomum. Pelo contrário, são ocorrências bastante comuns. O que segue, é a minha interpretação sobre o surgimento da Solução Final, e não é compartilhado em todos os aspectos por outros historiadores competentes e conhecedores do Holocausto.

Na esteira do pogrom Kristallnacht, Hitler colocou Hermann Göring responsável pela coordenação da política Judaica. Por sua vez, Göring delegou jurisdição sobre a política Judaica envolvendo policiamento e emigração para as SS, e em 24 de Janeiro de 1939, Hermann Göring autorizou Reinhard Heydrich a cuidar da emigração de Judeus do Terceiro Reich.(75) Heydrich expandiu sua jurisdição para incluir a expulsão de Judeus, Poloneses e ciganos dos territórios Poloneses incorporados ao Terceiro Reich no Outono de 1939. Na primavera de 1941, Heydrich começou a organizar os Einsatzgruppen da Polícia de Segurança e Serviço de Segurança, que liderou o ataque aos Judeus Soviéticos naquele verão. Então em 31 de Julho de 1941, Heydrich expandiu ainda mais sua jurisdição, quando ele obteve autorização novamente assinada por Göring, confiando-lhe a tarefa de fazer “todos os preparativos necessários” para uma “solução total da questão Judaica” (Gesamtlösung der Judenfrage). Dentro da esfera de influência alemã na Europa. Heydrich apresentou um “projeto abrangente” (Gesamtentwurf) das medidas preliminares para essa “Solução Final da Questão Judaica” (Endlösung der Judenfrage) prontamente.(76) Esta não era uma ordem para a Solução Final, mas Heydrich, o homem que estava atualmente no comando da campanha dos assassinatos do Einsatzgruppen em território soviético ocupado, já havia autorizado a elaborar planos a respeito do destino de todos os outros Judeus sob controle alemão.

Nenhum “projeto abrangente” para uma Solução Final foi encontrado nos documentos alemães que sobreviveram após a guerra. Mas outros documentos que sobreviveram, indicam uma série de mudanças na política Judaica Nazista no outono de 1941, que juntos, constituíram um programa para assassinato sistemático em massa dos Judeus Europeus. A primeira foi uma inversão da política anterior de Hitler de que a deportação dos Judeus Alemães não aconteceria após a guerra. Em 18 de Setembro de 1941, Himmler informou ao Gauleiter de Warthegau, Arthur Greiser: “O Führer quer que o Old Reich e o Protetorado esvaziado e livre de Judeus de leste a oeste, o mais rapidamente possível.” Assim Himmler tencionou, “como o primeiro passo” (als erste Stufe), para deportar os judeus para os territórios incorporados (especialmente o gueto de Lodz) “a fim de deportá-los mais para o leste ainda na próxima primavera”.(77) Em 10 de Outubro, Heydrich em Praga, anunciou que Riga e Minsk também seriam destinos para deportação de Judeus Alemães.(78) As deportações, primeiro em Lodz, tiveram início em 15 de Outubro.

A segunda grande mudança na política alemã foi a proibição da imigração Judaica para o exterior. Em Agosto de 1941, um número de Judeus espanhóis residentes em paris foram presos, o que levou o governo espanhol a sugerir a possibilidade de evacuar todos os judeus espanhóis (cerca de 2.000) para o Marrocos Espanhol – uma proposta foi aprovada pelo Ministério das Relações Exteriores alemão em plena sintonia com a política alemã de emigração ou expulsar judeus no exterior. Em 17 de Outubro, Heydrich bloqueou a proposta espanhola por duas razões. A primeira, os espanhóis não tinham direito de colocá-los no Marrocos. Em segundo lugar, “Além disso, estes Judeus também estariam muito fora do alcance das medidas para uma solução básica para a questão Judaica ser promulgada após a guerra”.(79) Em 23 de Outubro de 1941, o Chfe da Gestapo, Heirich Müller, despachou uma circular para todos os órgãos para anunciar a ordem de Himmler, que era para parar a emigração Judaica.(80)

O que o fim da emigração Judaica no exterior para os Judeus espanhóis, mesmo que não seria “muito fora do alcance direto das medidas para uma solução básica para a questão Judaica, a ser promulgada após a guerra” quer dizer? O que a deportação dos Judeus alemães, primiro os de Lodz e em seguida de Minsk e Riga “ainda mais a leste na próxima primavera” significa? Será que eles não significam nada mais do que a expulsão para o leste da Rússia ou Sibéria depois da derrota da União Soviética, ainda na primavera de 1942? Uma combinação de três documentos que datam do final de Outubro de 1941 sugerem o contrário.

Entre 18 e 21 de Outubro de 1941, o expert em assuntos Judaicos do Ministério das Relações Exteriores, Franz Rademacher e o segundo substituto de Eichmann, Friedrich Suhr, visitaram Belgrado. Depois da viagem de Rademacher reportou que homens judeus adultos haviam sido baleados pelo exército alemão na Sérvia. Quanto ao destino das mulheres judaicas, crianças e idosos, Rademacher relatou: “Então, assim como a possibilidade técnica existe no âmbito da solução total para a questão Judaica, os Judeus serão deportados via fluvial para o campo de recepção no leste.”(81) Em suma, os Judeus deportados da Europa não deveriam simplesmente serem expulsos para o leste da Rússia, eles deveriam ser internados em um “campo de recepção” alemão, ainda não construído. Além disso, como este campo de recepção era para as mulheres, crianças e idosos, é evidente que não era um campo de trabalho.

Um segundo documento relevante é um memorando manuscrito de 23 de Outubro de 1941, que Franz Rademacher escontrou esperando por ele do Editor Internacional do Der Stürmer, Paulo Wurm, quando ele retornou de Berlim. Wurm escreveu:

Caro camarada de partido Rademacher,

No retorno de minha viagem de Berlim, eu conheci um antigo companheiro de partido que trabalha no leste sobre a resolução da questão Judaica. Num futuro próximo muitos dos parasitas Judeus serão exterminados por meio de medidas especiais.(82)

5.1.8 O que Wurm entende por “medidas especiais” para a destruição dos Judeus no leste? Em 25 de Outubro de 1941, de contrapartida a Rademacher, o Ministro do Reich para os Territórios do Leste, Eberhard Wetzel reuniu-se com Viktor Brack da Chancelaria do Führer (onde este estava envolvido com o programa de eutanásia dos doentes mentais e físicos e portadores de deficiência em hospitais e asilosalemães) e depois com Adolf Eichmann (assessor especial de Heydrich para a política Judaica). Em seguida, Wetzel elaborou uma carta e enviou para o seu chefe, Alfred Rosenberg, dizendo que Hinrich Lohse não estava contente com a iminente deportação de Judeus alemães para Riga. De acordo com Wetzel, Brack declarou-se pronto para ajudar na construção de “aparelhos de gaseamento” (vergasungsapparate) no local, em Riga. Eichmann confirmou para Wetzel que os campos de Judeus em Ricga e Minsk estavam prestes a serem criados para receber os Judeus alemães. Aqueles capazes para o trabalho seriam enviados “para o leste” mais tarde. Nestas circunstâncias não há objeções “se os Judeus que não estão aptos para o trabalho seriam removidos pelo dispositivo de Brack”, entretanto.(83)

Em suma, os documentos que sobreviveram mostram que no final de Outubro de 1941, o regime nazista: 1) pôs fim a uma antiga política de criação de uma Europa livre de Judeus através da emigração e da expulsão para o exterior; 2) tinha começado a deportar Judeus alemães para o leste em guetos onde aguardavam deportação, mais a leste na primavera seguinte; 3) estava planejando um “campo de recepção” no leste para não-trabalhadores, mulheres Judias, crianças e idosos; 4) estava planejando a destruição dos Judeus através de “medidas especiais”; e 5) estava discutindo a construção de “aparelhos de gaseamento”, em Riga, de modo que os Judeus alemães inaptos para o trabalho poderiam ser “removidos” imediatamente.

Esses documentos sugerem que uma política de extermínio sistemático, incluindo a deportação para campos de recepção e utilização de gaseamento como método de assassinato, foi tomando forma no final de Outubro de 1941, mesmo que não estivesse implementado até a primavera seguinte (após o esperado fim da guerra). As declarações de líderes nazistas, nos meses seguinte, certamente apontam para um crescente reconhecimento de assassinato em massa, sem expulsão, agora era o objetivo do regime. Em 15 de Novembro de 1941, Himmler teve uma discussão de quatro horas com Alfred Rosenberg.(84) Três dias depois, Rosenberg fez um relatório de fundo “confidencial” para a impressa alemã. Os repórteres ainda não estavam com os detalhes impressos do que estava acontecendo no leste, mas eles precisavam de fundo suficiente para que a imprensa pudesse dar o tratamento de “cor” (Farbe) apropriada, ele explicou. Entre os temas abordados por Rosenberg um deles foi a questão Judaica.

No leste, cerca de seis milhões de judeus ainda vivem, e esta questão só pode ser resolvida com a erradicação biológica da Judiaria de toda a Europa. A questão Judaica só será resolvida para a Alemanha, quando o último Judeu tiver deixado o território alemão, e para a Europa, quando não tiver um único judeu no continente europeu até os Urais. ...por essa razão é necessário expulsá-los ao longo dos Urais ou erradicá-los de alguma outra forma.(85)

Em 28 de Novembro de 1941, Hitler se reuniu com o Grande Mufti de Jerusalém. Hitler declarou: “A Alemanha estava decidida, passo a passo, para solicitar a uma nação européia ou outra para resolver o problema Judaico, e no momento adequado, uma apelação direta a nações não Européias”. Quando a Alemanha derrotou a União Soviética e interrompeu do Cáucaso até o Oriente Médio, a Alemanha não tinha objetivos imperiais próprios e apoiará a libertação árabe, Hitler assegurou ao Grande Mufti. Mas ele tinha um objetivo: “O objetivo da Alemanha seria então, somente a destruição do elemento Judeu na esfera árabe sob proteção do poder Britânico.”(86)

Em Dezembro de 1941, após a contra-ofensiva soviética em torno de Moscou, o ataque japonês a Pearl Harbor e a declaração de guerra alemã aos Estados Unidos, não poderia haver qualquer duvida que a guerra não terminaria antes da primavera seguinte. No entanto, Hitler deixou claro em um discurso para o alto escalão do Partido Nazista em 12 de Dezembro de 1941, que este não iria alterar a emergente política alemã de assassinatos em massa.

Quanto à questão Judaica, o Führer está determinado a fazer uma limpeza. Ele profetizou que, se eles fossem mais uma vez os causadores de uma guerra mundial, o resultado seria sua própria destruição. Isso não era uma figura de linguagem. A guerra mundial está aqui, a destruição dos judeus deve ser a conseqüência inevitável.(87)

Hans Frank, que participou desta reunião, voltou para o Governo Geral e explicou o que tinha aprendido em Berlim para os seus governadores de distrito e líderes de divisão.

Temos que pôr um fim aos judeus, eu quero dizer isso abertamente. O Führer quando disse essas palavras: Se a união dos Judeus mais uma vez desencadearem uma guerra mundial, então os povos que foram incitados a esta guerra não serão apenas vítimas, porque os Judeus na Europa irão encontrar o seu fim. ...Antes de eu continual a falar, eu pediria que vocês concordassem comigo no seguinte princípio: queremos ter compaixão somente para o povo alemão, e mais ninguém no mundo inteiro. Outros não tiveram compaixão de nós. Como um velho Nacional Socialista, devo dizer também: Se a tribo Judaica sobreviver á guerra na Europa, enquanto nós tivermos sacrificado o nosso melhor sangue para a preservação da Europa, após a guerra, seria um sucesso apenas parcial. Assim vis-a-vis os judeus em princípio procederão apenas na suposição de que eles irão desaparecer. Eles devem ir. Tenho entrado em negociações com a finalidade de deportá-los para o leste. Em Janeiro uma grande reunião será convocada no Escritório Central de Segurança do Reich pelo SS Obergruppenführer Heydrich. De qualquer forma, uma grande migração de Judeus serão postas em movimento. Mas o que vai acontecer com os Judeus? Vovê acredita que eles serão apresentados nos assentamentos na Ostland? Em Berlim, nos foi dito: não podemos usá-los em Ostland, no Reichskommissariat ou em qualquer outro; iremos liquidá-los mesmo! Cavalheiros, eu devo perguntar, armem-se contra qualquer sentimento de compaixão. Temos que destruir os judeus, sempre que nos deparamos com eles e sempre que for possível, a fim de preservar toda a estrutura do Reich.

Frank ainda não sabia como uma destruição sem precedentes nesta escala poderia ser feita, mas ele garantiu aos seus ouvintes que “mesmo assim vamos tomar algum tipo de ação que irá levar a uma destruição bem sucedida, e, de fato, em conjunção com as medidas importantes a serem discutidas no Reich.”(88)

O que Frank chamou de “grande reunião” em Berlim, sob a liderança de Heydrich, onde “medidas importantes” iriam ser discutidas em Janeiro, tinha sido inicialmente agendada para 8 de Dezembro de 1941, mas foi adiada para 20 de Janeiro de 1942. Conhecida como Conferência de Wannsee, que contou com a presença de Secretários de Estado, ministérios do Interior (Stuckart), Justiça (Freisler), Governo Geral (Bühler), Territórios Ocupados do Leste (Meyer e seu substituto Leibbrandt), bem como o Gabinete do Plano de Quatro Anos (Neumann), a Chancelaria do partido (Klopfer), o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores (Luther) e o diretor ministerial da Chancelaria do Reich (Kritzinger). Os Secretários de Estado, logo abaixo do nível de ministro, através do protocolo, eram os mais altos do ranking que Heydrich poderia convidar – como adjunto de Himmler – sobre a qual presidia. Também estavam presentes os chefes da Gestapo (Müller), Escritório Central de Raça e Reassentamento (Hofmann), da Polícia de Segurança do Governo Geral (Schöngarth), bem como Heydrich, Eichmann e Rudolf Lange, comandante do Einsatzkommando 2 na Letônia. Os convites de Heydrich para a reunião foram acompanhadas de cópias de sua autorização, assinada por Göring em 31 de Julho de 1941, para preparar uma solução definitiva para a questão Judaica em toda esfera de influência alemã na Europa. Não há registro de Heydrich ter presidido qualquer outra reunião com uma lista tão ilustre de altos funcionários do regime nazista em toda a sua carreira.

Heydrich brevemente reiterou a sua autorização para preparar uma Solução Final na escala européia e revisão da política de emigração, até sua proibição, no outono de 1941. Heydrich em seguida disse: “No lugar da emigração, a evacuação dos Judeus para o leste surgiu agora, após a aprovação adequada prévia do Führer, como a única solução possível.” Um total de 11 milhões de Judeus europeus, inclusive naqueles países neutros como a Irlanda, Suíça e Suécia estariam envolvidos, de acordo com Heydrich. As evacuações, no entanto, deveriam ser consideradas “apenas como medida temporária” (als lediglich Ausweichmöglichkeiten), para a experiência prática “praktischen Erfahrungen), já estavam sendo recolhidas do que seria de grande importância para o “eminente” (kommende) Solução Final. Heudrich em seguida passou a explicar exatamente o que ele quis dizer com isso. Os Judeus seriam utilizados para o trabalho no leste.

Separados por sexo, os Judeus aptos ao trabalho serão levados para estas áreas em grandes colunas para construir estradas, uma grande parte, sem dúvida, irá cair por diminuição natural. O restante, que sobreviver a tudo isso, é sem dúvida uma questão de maior resistência, serão tratados como tal, porque estes remanescentes, representando uma seleção natural, devem ser considerados o germe da célula da nova reconstrução Judaica se forem liberados.

Se o protocolo indica que os Judeus capazes para o trabalho, após serem submetidos ao trabalho árduo de tal forma que a maioria iria morrer, e aqueles que não seriam “tratados como tal”, não faz menção do que estava para acontecer com os Judeus que não estavam aptos ao trabalho. Bühler compreendia perfeitamente que a Solução Final significava mais do que os Judeus trabalharem até a morte, porque ele insistiu que ela começasse no Governo Geral, porque não havia nenhum problema de transporte e a maior parte dos Judeus eram inaptos para o trabalho.

O protocolo foi resumido em longas discussões sobre a política em relações aos Judeus, em casamentos mistos e os seus filhos como sem solução. Eu um ponto o protocolo foi excepcionalmente breve, que diz respeito à questão que Frank tinha levantado em Dezembro, ou seja, como os Judeus seriam destruídos. Sem qualquer explicação sobre o verdadeiro conteúdo da discussão, o protocolo se limitou a referir enigmaticamente: “Finalmente, houve uma discussão sobre os vários tipos de soluções possíveis...”

Trinta cópias do protocolo da Conferência Wannsee foram feitas, e a única cópia que sobreviveu foi a que foi enviada por Heydrich para o Ministério das Relações Exteriores em 26 de Janeiro de 1942.(89) Aparentemente, o Ministério do Interior do reich recebeu uma cópia, ao mesmo tempo em outra reunião em 29 de Janeiro de 1942, o especialista em Judeus, Bernhard Lösener, fez uma referência à Conferência de 20 de Janeiro.(90)

Um notável líder nazista não tinha enviado um representante para a Conferência de Wannsee, ao saber o rival não gostou de Heydrich e Himmler, Josef Goebbels do Ministério da propaganda. Parece que Goebbels recebeu uma versão resumida do protocolo bem mais tarde. Ele observou em seu diário em 7 de Março de 1942, sobre um relatório “da SD e da Polícia em relação à Solução Final da Questão Judaica”. Ele observou na Conferência de Wannsee o número de 11 milhões de Judeus na Europa, em seguida escreveu: “Eles terão que concentrar mais tarde, para começar no leste, possivelmente uma ilha como Madagascar pode ser atribuída a eles após a guerra.”(91) Na realidade é claro, os Judeus não foram e nem iriam ser concentrados “mais tarde” e nem enviados para Madagascar após a guerra. Os Judeus de Warthegau já estavam sendo asfixiados neste momento, e já era eminente o gaseamento dos Judeus sérvios no campo de Semlin. Além disso, a “concentração” os Judeus da Polônia, nas três aldeias de Belzec, Sobibor e Treblinka estava prestes a começar.

Notas:

(75)Documento de Nuremberg NG-2586-A: Göring para o Ministro do Interior do Reich, 24.1.39 (cópia em Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 177).

(76) Documento de Nuremberg PS-710: Göring para Heydrich, 31.7.41, publicado em IMT, vol.. 26, pp. 266-67.

(77) Himmler para Greiser, 18.9.41, em National Archives, T-175/54/2568695. (Der Führer wünscht, dass möglichst bald das Altreich und das Protekorat vom Westen nach Osten von Juden geleert und befreit werden. ...um sie im nächsten Frühjahr noch weiter nach dem Osten abzuschieben)

(78) Notas sobre a conferência presidida por Heydrich em Praga, 10.10.41, publicado em: H.G. Adler, Theresienstadt 1941-1945 (Tübingen, 1960, 2nd edition), pp.720-722 (Document 46b).

(79) Memorando de Luther, 13 e 17.10.41, em: Political Archives of the German Foreign Office, Pol. Abt.. III 246. (Darüber hinaus wären diese Juden aber auch bei den nach Kriegsende zu ergreifended Massnahmen zur grundsätzlichen Lösung der Judenfrage unmittelbaren Zugriff allzusehr entzogen)

(80) Müller Runderlass, 23,10.41 (Documento do Julgamento de Eichmann T/1209).

(81) Relatório de Rademacher, 25.10.41, em Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 194, publicado em: Akten zur Deutschen Aussenpolitik, D, XIII, Part 2, pp. 570-72. (Sobald dann im Rahmen der Gesamtlösung der Judenfrage die technische Möglichkeit besteht, werden die Juden auf dem wasserwege in die Auffanglager im Osten abgeschoben.)

(82) Wurm para Rademacher, 23.10.41, em: Political Archives of the German Foreign Office, Inland II A/B 59/3. (Auf meine Rückreises aus Berlin traf ich einen alten Parteigenossen, der im Osten an der Regelung der Judenfrage arbeitet. In nächster Zeit wird von dem jüdishen Ungezeifer durch besondere Massnahmen manches vernichtet werden.)

(83) Documento de Nuremberg NO-365: memorando Rosenberg para Lohse, rubricado por Wetzel, 25.110.41. (wenn diejenigen Juden die nicht arbeitsfähig sind, mit den Brackschen Hilfsmitteln beseitigt werden) De acordo com o dicionário Langenscheidts “beseitigen” tem o significado literal de “remover” e dois dos seus usos figurativos são “dispor” no contexto de lixo e “acabar com”, “liquidar” e “limpeza” no contexto de matar. Aqui está um caso em que uma tradução em inglês não pode ser capturada de forma simultânea os múltiplos significados da palavra no alemão original. Uma segunda versão do memorando de Wetzel é manuscrito, NO-996 e NO-997. Nesta versão o autor da carta afirmava que ele tinha objeção às propostas sobre a questão Judaica contidas em um relatório de Lohse de 4 de Outubro. No entanto, ele estava enviando a Lohse o registro das conversas de Wetzel com Brack e Eichmann, ele pediu Lohse “para inferir as informações relativas ao estado do assunto.”

(84) Documento de Nuremberg NO-5329: Arquivo de notas de Himmler em conversa com Rosenberg, 15.11.41; Himmler Terminkalendar, entrada de 15.11.41, em Moscow Special Archives, 1372-5-23.

(85) Discurso de Rosenberg, 18.11.41, em Political Archives of the Foreign Office, Pol. XIII, VAA Berichte. (Im Osten leben noch etwa sechs-Millionen Juden, und diese Frage nur gelöst werden in eine biologischen Ausmerzung des gesamten Judentums in Europe. Die Judenfrage ist für Deutschland erst gelöst, wenn der letzte Jude das deutsche Territoriums verlassen hat, und für Europa wenn kein Jude mehr bis zum Ural auf dem europäischen Kontinent steht. ...dazu ist es nötig, sie über den Ural zu drängen oder sonst irgendwie zur Ausmerzung zu bringen.)

(86) Documents on German Foreign Policy, D, XIII, No. 515, pp. 882-84.

87. Die Tagebücher von Joseph Goebbels, Teil II, Bd. 2, pp. 498-99 (entry of 13.12.41). (Bezüglich der Judenfrage ist der Führer entschlossen, reinen Tisch zu machen. Er hat den Juden prophezeit, dass, wenn sie noch einmal einen Weltkrieg herbeiführen würden, sie dabei ihre Vernichtung erleben würden. Das ist keine Phrase gewesen. Der Weltkrieg ist da, die Vernichtung der Judentums muss die notwendige Folge sein).

88. Frank speech at Regierungssitzung of 16.12.41, printed in Das Diensttagebuch des deutschen Generalgouverneurs in Polen 1929-1945 (Stuttgart, 1975), pp. 457-8. (Mit den Juden--dass will ich Ihnen auch ganz offen sagen--must so oder so Schluss gemacht werden. Der Führer sprach einmal das Wort aus: wenn es der vereinigten Judenschaft wieder gelingen wird, einen Weltkrieg zu entfesseln, dann werden die Blutopfer nicht nur von den in den Krieg gehetzten Völkern gebracht werden, sondern dann wird der Jude in Europa sein Ende gefunden haben. ...Ich möchte Sie bitten: einigen Sie sich mit mir zunächst, bevor ich jetzt weiterspreche, auf die Formel: Mitleid wollen wir grundsätzlich nur mit dem deutschen Volke haben, sonst mit niemandem auf der Welt. Die anderen haben auch kein Mitleid mit uns gehabt. Ich muss auch als alter Nationalsozialist sagen: wenn die Judensippschaft in Europa den Krieg überleben würde, wir aber unser bestes Blut für die Erhaltung Europas geopfert hätten, dann würde dieser Krieg doch nur einen Teilerfolg darstellen. Ich werde daher den Juden gegenüber grundsatzlich nur von der Erwartung ausgehen, dass sie verschwinden. Sie müssen weg. Ich habe Verhandlungen zu dem Zwecke angeknüpft, sie nach dem Osten abzuschieben. Im Januar findet über diese Frage eine grosse Besprechung in Berlin statt, zu der ich Herrn Staatssekretär Dr. Bühler entsenden werde. Diese Besprechung soll im Reichssicherheitshauptamt bei SS-Obergruppenführer Heydrich gehalten werden. Jedenfalls wird eine grosse jüdische Wanderung einsetzen.
Aber was soll mit den Juden geschehen? Glauben Sie, man wird sie im Ostland in Siedlungsdörfen unterbringen? Man hat uns in Berlin gesagt: weshalb macht man diese Scherereien; wir können im Ostland oder im Reichskommissariat auch nichts mit ihnen anfangen, liquidiert sie selber! Meine Herren ich muss Sie bitten, sich gegen alle Mitleidserwägungnen zu wappnen. Wir müssen die Juden vernichten, wo immer wir sie treffen und wo es irgend möglich ist, um das Gesamtgefüge des Reiches hier aufrecht zu erhalten.
...wir den aber doch Eingriffe vornehmen, die irgendwie zu einem Vernichtungserfolg führen, und zwar im Zusammenhang mit den von Reich her zu besprechenden grossen Massnahme.)

89. Protocol of the Wannsee Conference and Heydrich cover letter to Luther, 26.1.42, in Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 177.
(An Stelle der Auswanderung ist nunmehr als weitere Lösungsmöglichkeit nach entsprechender voheriger Genehmigung durch den Führer die Evakuierung der Juden nach dem Osten. ...Der allfällig verbleibende Restbestand wird, da es sich bei diesen zweifellos um den widerstandsfähigsten Teil handelt, entsprechend behandelt müssen, da dieser, eine natürliche Auslese darstellend, bei Freislassung als Keimzelle eines neuen jüdische Aufbaues anzusprechen ist. (In grossen Arbeitskolonnen, unter Trennung der Geschlechter, werden die arbeitsfähigen Juden strassenbauend in diese Gebiete geführt, wobei zweifellos ein Grossteil durch natürliche Verminderung ausfallen wird.
...Abschliessend wurden die verschiedenen Arten dere Lösungsmöglichkeiten besprochen...) )

90. Protocol of Ostministerium conference, 29.1.42, in: Political Archives of the German Foreign Office, Inland II 179.

91. Louis Lochner, ed., The Goebbels Diaries (New York, 1948), pp. 147-48.

Fonte: Holocaust Denial On Trail (Christopher Browning Report)

Link: http://www.holocaustdenialontrial.com/en/trial/defense/browning/500

Tradução: Leo Gott

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Lars Von Trier é banido de Cannes


As desculpas não adiantaram. Depois de falar durante entrevista coletiva ontem que entendia Hitler, o diretor dinamarquês Lars Von Trier foi banido do Festival de Cannes. De acordo com um comunicado divulgado hoje pelos organizadores do evento, desde já o cineasta é "persona non grata" no festival.

O Conselho de Diretores de Cannes realizou uma reunião extraordinária nesta quinta-feira para debater os comentários de Von Trier. Ao falar com jornalistas sobre seu filme na competição oficial, "Melancolia", o cineasta se complicou ao falar da influência germânica em sua vida. “Eu achava que era judeu, era muito feliz por isso. Mas aí descobri que era nazista, quer dizer, minha família era alemã”, disse. “Eu entendo Hitler. Claro que ele fez algumas coisas erradas. Mas eu o compreendo. Claro que não sou a favor da Segunda Guerra, não sou contra judeus, nem Susanne Bier [a diretora de “Em um Mundo Melhor”, que lança filmes pela produtora de Von Trier], Israel é complicado. Mas e agora, como termino essa frase?”

Segundo o comunicado, Cannes lamenta que o festival tenha sido usado para "expressar comentários que são inaceitáveis, intoleráveis e contrários aos ideiais de humanidade e generosidade" que guiam a existência do evento. "O Festival de Cannes oferece a artistas de todo o mundo um fórum excepcional para apresentar seus trabalhos e defender liberdade de expressão e criação", diz o texto, que condena as falas de Von Trier.

Depois de perceber a má impressão que deixou na entrevista, Von Trier veio a público desculpar-se. "Se eu ofendi alguém esta manhã com as palavras que disse na coletiva de imprensa, peço desculpas sinceras", afirmou o diretor em um email enviado à agência de notícias AFP ."Não sou antissemita ou racista de qualquer maneira, e muito menos nazista", disse.

O diretor dinamarquês ganhou a Palma de Ouro em 2000 com "Dançando no Escuro" e já havia concorrido outras oito vezes ao prêmio – tradicionalmente, Cannes servia como plataforma de lançamento de seus filmes. Polêmico, Von Trier foi um dos fundadores do Movimento Dogma, que impunha diversas regras para a produção de longas-metragens. Entre seus trabalhos estão "Europa" (91), "Os Idiotas" (98), "Dogville" (2003) e "Anticristo" (2009).

Clicar abaixo para ver a entrevista



Fonte: Portal IG

Link: http://ultimosegundo.ig.com.br/cannes/lars+von+trier+e+banido+de+cannes/n1596964441212.html

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Himmler no Distrito de Lublin, fevereiro de 1943

Em 16 de fevereiro de 1943, Himmler ordenou o desmonte do Gueto de Varsóvia com o argumento de que "temos que fazer sumir em definitivo deste espaço cerca de 500.000 sub-humanos (Untermenschen) que sobreviveram até o momento". Esta ordem foi provavelmente emitida enquanto Himmler esteve em Lublin, de acordo com documentados citados por Gerlach em Kalkulierte Morde, pág. 572 nota 430, reproduzido em parte pelo Dr. Nick Terry aqui:
Grothmann Fernschreiben um Globocnik, 11.2.43, Bundesarchiv ZM Hoppegarten Dahlwitz-1457 A.2, Bl. 178
telex inclui Reiseprogramm de 12.2.43:
Vom Flugplatz aus dem sofort zu Fahrt bewussten Ort
[...]
mais: Hauptabteilungsleiter no Generalgouvernement, Naumann, escreveu num Vermerk de 23.2.43 que Himmler estava ca vor. 14 im tagen Distrikt Lublin anwesend (BA R26 IV/33)
Essas fontes são fortes provas de que Himmler visitou os campos da Aktion Reinhard em fevereiro de 1943, entre outras tarefas que ele fez enquanto esteve na área de Lublin. Negacionistas ou são desconhecedores destes documentos ou fingem não terem conhecimento deles. Por exemplo, ver Mattogno e Graf, Treblinka, pág.142, onde afirmam:
Por outro lado, a história da visita de Himmler à Treblinka é desprovida de qualquer tipo de base histórica e nem sequer é apoiada por uma vaga referência documental. É uma simples invenção das testemunhas, a fim de tornarem credíveis seus contos sobre as grandes cremações em Treblinka, que por sua vez devem dar credibilidade às suas descrições de uma gigante exterminação em massa no campo. Mas historicamente se vê que é tudo um grande nonsense.
Isto é repetido cegamente por nathan aqui:
Eu devo assumir que a visita de Himmler em fevereiro à Treblinka é uma invenção, uma propaganda, muito provavelmente proveniente das memórias férteis "Um ano em Treblinka"(A Year in Treblinka) de Wiernik.
Estranhamente, em Sobibor, pág.58, MGK* admitem uma visita de Himmler ao campo de Sobibor em março, mas a prova documental para isto (Globocnik-Herff, 13/4/43) não é tão precisa em sua datação como a documentação de fevereiro, como Globus(apelido de Globocnik) simplesmente diz "em março", e Globus escreveu retrospectivamente. Esta fonte, portanto, não se opõe ao fato de Himmler ter visitado a região em fevereiro e março, e nem exclui a possibilidade de que Globus pudesse ter se enganado sobre o mês. Além disso, MGK se contradizem com esta concessão na página 282, nota de rodapé 855, de Sobibor, negando qualquer visita de Himmler à Treblinka em fevereiro ou março de 1943, apesar de no capítulo anterior (página 58) do livro deles, eles tinham citado uma visita em março às "instalações da Aktion Reinhard" baseando-se em Globus-Herff.

Além disso, MGK fracassam em explicar porque Himmler visitaria um mero campo de trânsito, especialmente porque não oferecem nenhuma prova de que houve um problema no campo que requeriu a atenção de Himmler. A cremação de corpos é therefore a única explicação para a visita de Himmler e que está na tabela, na ausência de qualquer tipo de narrativa coerente (uma vez mais) de negacionistas.

MGK* = sigla para os negacionistas Mattogno, Graf e Kues

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/05/himmler-in-distrikt-lublin-february.html
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 17 de maio de 2011

Jürgen Graf é um mentiroso

Erro de representação é uma das táticas favoritas de autores “revisionistas”, mas também é uma técnica que é facilmente combatida simplesmente verificando as fontes “citadas” pelo negador em questão. Então por que eles insistem em fazer isso? Talvez porque ninguém de sua audiência se preocupa em verificar os originais, principalmente se as fontes citadas são de historiadores.

No decorrer da pesquisa sobre os argumentos “revisionistas” dentre outras coisas, me deparei com a “demolição” do livro de Raul Hilberg, The Destruction of European Jewry por Jürgen Graf em Giant with Feet of Clay (págs. 63-4 PDF):

3-Hilberg inventou tiroteios em massa na Galiza

Na página 521 (DEJ, p.496) o exaltado alto sacerdote ‘Holocausto’ informa o seguinte a seus leitores:

Em Stanislawow [uma cidade da Galiza], cerca de 10.000 judeus haviam sido reunidos em um cemitério e abatidos em 12 de Outubro de 1941. Outras mortes por tiro ocorreram em Março de 1942, seguido de um incêndio no gueto que durou 3 semanas. Um transporte foi enviado para Belzec em abril, e mais operações de tiro foram iniciadas no verão, no qual membros do conselho judaico e da Order Service foram enforcados em postes de energia. Grandes transportes saíram para Belzec em Setembro e Outubro[...]

Deixemos de lado os transportes para Belzec, o tiroteio de Março de 1942 e os judeus “enforcados nos postes de energia”, e contentar-nos [p. 64] com o primeiro item da “informação” aqui, as mortes por tiro de nada menos que 10.000 judeus no cemitério de Stanislavov em 12 de Outubro de 1941. Este número corresponde à população de uma pequena cidade. Que evidências as fontes de Hilberg se apóiam para provar o assassinato de 10.000 no cemitério? Simplesmente e absolutamente nada, nem mesmo um depoimento. Em outras palavras: A história é pura quimera.

Então eu viro a página 521 da edição alemã de 1991 do livro de Hilberg (o primeiro citado por Graf) e encontro a nota 357 no final do parágrafo citado:

Siehe Erklärung von Alois Mund (in Stanislawow stationierter Landwirtschaftsfachmann aus Wien, 5.12.47, und Erklärungen von Überlebenden und Ordnungspolizisten aus Stanislawow, 1947 und 1948, in T. Friedmann, Sammlung von Berichten über Stanislawow, Haifa, Okt, 1957, S.90

[Tradução livre para o português por Leo Gott]

Ver depoimento de Alois Mund (especialista em agricultura estacionado em Stanislawow e lotado em Viena, 5/12/47, e declarações de sobreviventes e policiais de Stanislawow, 1947 e 1948 em T. Friedmann, Sammlung Von Berichten über Stanislawow, Haifa, Outubro, 1957, pág.90).

Graf falsamente acusa Hilberg de não ter nenhuma prova, o que não é verdade. A qualidade da prova não foi verificada, ao invés disso Graf optou por omitir o conteúdo da nota de rodapé na mesma página e alega que nenhuma evidência foi apresentada. Portanto, Graf é um enorme mentiroso.

Para verificar o original de Tuvia Friedmann, clique aqui [Wayback Machine copy]. Para um extenso sumário das evidências acumuladas até 1998, ou seja, 37 anos após a primeira edição do livro de Hilberg e sete anos após a edição alemã, clique aqui (PDF) para um artigo sucinto de Dieter Pohl, o maior especialista sobre Holocausto na Galiza. Na realidade, não só existem testemunhas saltando às orelhas do historiadores, hà também documentos.

Suspeitamos que este exercício poderia ser repetido indefinidamente com os “estudantes revisionistas”, mas para o momento, vamos deixar esse único caso como um exemplo da absoluta falsidade dos “revisionistas”.

Fonte: Holocaust Controversies (Dr. Nick Terry)

Link: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/05/jrgen-graf-is-liar.html

Tradução: Leo Gott

domingo, 15 de maio de 2011

Fontes sobre as Testemunhas de Jeová e o Holocausto

Há algumas semanas foi pedido fontes sobre as Testemunhas de Jeová e o Holocausto no blog. Como cheguei a comentar na ocasião, fontes sobre esse tema só se encontra com facilidade em alemão e inglês. Em português é muito difícil, espanhol idem. Segue abaixo uma listagem de algum material com indicações de fontes(livros em sua maioria) sobre as Testemunhas de Jeová e o Holocausto.

1. Holocaust Teacher Resource Center
http://www.holocaust-trc.org/Jehovah.htm
Texto original no site do USHMM
Texto acima traduzido pro português.

Fontes indicadas no texto:
Friedman, Ina R. The Other Victims: First-Person Stories of Non-Jews Persecuted by the Nazis (Boston, 990), pp. 47-59.

King, Christine E. "Jehovah's Witnesses under Nazism," no livro de Michael Berenbaum, ed., A Mosaic of Victims: Non-Jews Persecuted and Murdered by the Nazis (New York, 1990), pp. 188-193.

King, Christine E. The Nazi State and the New Religions: Five Case
Studies in Non-Conformity
(New York, 1982).

Watchtower Bible and Tract Society of New York. Jehovah's Witnesses: Proclaimers of God's Kingdom (Pennsylvania, 1993).

Watchtower Bible and Tract Society of New York. 1974 Yearbook of Jehovah's Witnesses (Pennsylvania, 1973).

Em vídeo: Purple Triangles, a história da família Kusserow. Uma produção da Starlock Pictures para TV, 1991. Versão em inglês distribuída por Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc., 25 Columbia Heights. Brooklyn, NY 11201.
2. Verbete da Wikipedia em inglês na parte das referências:
Perseguição das Testemunhas de Jeová, referências

3. Verbete da Wikipedia em alemão sobre as Testemunhas de Jeová (Zeugen Jehovas):
Verfolgung im Nationalsozialismus

4. Verbete da Wikipedia em alemão só sobre nazismo e as TJs (bibliografia):
Zeugen Jehovas im Nationalsozialismus
Referências
Weblinks
Literatura

5. Verbete da Wikipedia em português(ver a parte de "Pesquisas adicionais", contém bibliografia):
Testemunhas de Jeová e o Holocausto

6. Sites com indicações:
http://www.standfirm.de/english/
http://www.standfirm.de/
Institut für Sozial- und Wirtschaftsgeschichte, Johannes Kepler Universität Linz (em alemão)
Informativo (em alemão e inglês)
http://www.hdbg.de/basis/08_sprachen.php

7. Dar uma lida nos textos sobre as vítimas não-judias do Holocausto:
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Até parece que...

Textos originais em inglês:
5 million non-Jewish victims? (Part 1)
5 million non-Jewish victims? (Part 2)
One might think that...
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/search?q=Jehovah

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Antigo guarda nazi John Demjanjuk condenado por crimes durante o Holocausto

Foto: Michael Dalder/Reuters
Um tribunal de Munique condenou John Demjanjuk a cinco anos de prisão por ter participado na morte de 27.900 judeus no campo de concentração nazi de Sobibor durante o Holocausto.

O tribunal considerou que ficou provado que Demjanjuk, que se declarara inocente, foi guarda naquele campo na Polônia ocupada. O seu advogado de defesa anunciou que vai recorrer da sentença.

O julgamento de um dos últimos criminosos da II Guerra Mundial durou 18 meses, durante os quais a defesa apresentou provas em como esteve, durante seis meses, em Sobibor, incluindo um cartão dos membros estrangeiros das SS. O réu esteve presente nas sessões. Ontem chegou de cadeira de rodas e com óculos escuros e boné a tapar-lhe a cara. Em audiências anteriores, chegou a estar deitado numa maca.

John Demjanjuk nasceu numa povoação rural da Ucrânia nos anos de 1920 e cresceu sob o regime soviético. Como milhões de outros, ingressou no Exército Vermelho e combatia na Crimeia em 1942 quando foi capturado pelas tropas nazis.

Na versão que o seu advogado defendeu no tribunal de Munique, foi então enviado para uma prisão na Polónia até 1944, sendo depois transferido para outro campo, na Áustria. Ali, admitiu, juntou-se a um grupo de prisioneiros soviéticos que passaram a estar ao serviço dos nazis e que receberam treino para lutar contra o Exército Vermelho. Disse que foi obrigado a colaborar para salvar a vida — três milhões de prisioneiros soviéticos morreram em campos nazis, sobretudo de fome. Mas negou alguma vez ter estado no campo de concentração e extremínio de Sobibo.

“O meu pai sobreviveu ao genocídio da fome na Ucrânia, à guerra contra os nazis, aos campos de prisioneiros alemães... e agora o Governo alemão quer terminar o trabalho que os nazis de Hitler começaram”, disse o seu filho, John Demjanjuk Jr.

A acusação defendeu que foi recrutado muito antes de 1944 e que o cartão das SS é verdadeiro e não uma falsificação, como argumentou a defesa.

Depois da guerra, Demjanjuk viveu no sul da Alemanha e trabalhou para várias organizações estrangeiras até que, em 1951, partiu para os Estados Unidos, onde viveu e trabalhou (na indústria automóvel) no Ohio e obteve a nacionalidade americana.

Segundo julgamento

Este foi o segundo julgamento pelo qual passou. Na década de 1980 foi identificado como “Ivan o Terrível” - um guarda soviético particularmente sádico para os prisioneiros judeus no campo de concentração de Treblinka -, extraditado para Israel e condenado à morte.

Esteve oito anos preso até surgirem indicações de que, afinal, um outro ucraniano, de nome Ivan Marchenko, seria o verdadeiro “Ivan o Terrível”.

Libertado, Demjanjuk voltou a ser extraditado em 2009, a pedido da Alemanha, por ter colaborado na morte de 27.900 judeus em Sobibor.

O último nazi vivo

Este é um dos últimos julgamentos de criminosos nazis. O que poderá ser o último, o do húngaro Sandor Kepiro, de 97 anos, está a decorrer em Budapeste. Kepiro foi considerado pelo Centro Simon Wiesenthal — organização internacional de direitos humanos, focada no tema do Holocausto — o “suspeito nazi de crimes de guerra mais procurado do mundo”.

O tribunal húngaro alega que Kepiro foi “cúmplice de actos de crimes de guerra” no massacre que ocorreu entre 21 e 23 de Janeiro de 1942 em Novi Sad, território actualmente sérvio.

Centenas de famílias foram raptadas e mortas por húngaros, aliados dos alemães. Um sobrevivente dos ataques contou à BBC que as pessoas “eram atiradas para o rio em gelo” e que outras “eram retiradas de casa e mortas na rua”. Pelo menos 1200 civis, entre os quais se contam judeus e sérvios, morreram durante esses dias e Kepiro é acusado directamente da morte de 36 dessas pessoas, podendo vir a enfrentar uma pena de prisão perpétua.

O antigo capitão da polícia diz-se inocente, mas admitiu ter estado presente no massacre.

Fonte: Público.pt (Portugal)
http://www.publico.pt/Mundo/antigo-guarda-nazi-john-demjanjuk-condenado-por-crimes-durante-o-holocausto_1493829

segunda-feira, 9 de maio de 2011

EUA lançam arquivo eletrônico de bens culturais roubados por nazistas

WASHINGTON — Quadros, objetos de prata, livros raros, antiguidades: os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos disponibilizarão uma base de dados on-line de bens culturais roubados dos judeus ou perdidos na época nazista, em colaboração com países europeus.

Os Arquivos Nacionais americanos abriram um site na internet onde é possível navegar através de arquivos americanos, franceses, britânicos, alemães, belgas ou ucranianos e ter acesso a milhões de páginas de documentos e imagens digitalizadas que explicitam estes bens.

O site (www.archives.gov/research/holocaust/international-resources) foi lançado oficialmente nesta quinta-feira em Washington em uma cerimônia da qual participaram dirigentes dos arquivos nacionais de vários países.

"Este projeto faz da história um instrumento da justiça", resumiu James Hastings, coordenador do projeto dos Arquivos Nacionais em Washington.

"Investigadores de todo o mundo podem utilizar a partir de agora um ponto único de entrada para ter acesso a estes documentos digitalizados", declarou David Ferriero, diretor dos Arquivos Nacionais americanos.

Esta colaboração, que engloba 11 organizações de sete países, conta com a participação de instituições como o Museu americano do Holocausto, a "Conferência sobre reivindicações materiais judaicas contra a Alemanha" em Nova York - que já tem um registro on-line de 20 mil obras -, os Arquivos do Memorial da Shoah, na França, e o Museu Histórico alemão.

"Serão somadas outras colaborações no futuro", prometeu Hastings.

Muitos destes documentos já serviram para identificar e devolver bens saqueados aos judeus, mas muitos outros ainda têm a possibilidade de permitir novas devoluções e indenizações, indicaram os responsáveis internacionais dos arquivos de vários países.

"Isto realmente foi feito para ajudar os herdeiros das vítimas", explicou à AFP Frederic Du Laurens, diretor dos Arquivos Franceses, cujos amplos recursos estão incluídos neste site.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5iZqzBVRh2vTDSqP_cDqf5XPGhTQA?docId=CNG.246d32bffdc6552dc12de3ecba5b3b2b.261

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Croácia relembra as vítimas do "Auschwitz croata"

(Belga) Os dirigentes croatas estiveram presentes no domingo que marcou o 66º aniversário do desmantelamento do campo de concentração de Jasenovac, por vezes chamado de "Auschwitz croata", implementado pelo regime pró-nazi croata durante a Segunda Guerra Mundial, informou a televisão estatal.

"Nunca devemos esquecer que Jasenovac foi o local dos crimes mais terríveis" cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, declarou o presidente croata Ivo Josipovic durante a cereminônia realizada no local do antigo campo, situado a 110 km ao sudeste de Zagreb. "Enviamos uma mensagem de paz aqui. Todos nós queremos que coisas como as que ocorreram em Jasenovac não ocorram nunca mais", disse M. Josipovic. Várias centenas de pessoas, incluindo ex-prisioneiros do campo, membros das famílias das vítimas e representantes diplomáticos assistiram a cerimônia.

O campo de concentração de Jasenovac foi um dos cerca de 80 campos criados pelo regime pró-nazi croata. Os historiadores não conseguiram chegar a um consenso sobre o número de vítimas que pereceram no campo, sobretudo sérvios, mas também judeus, ciganos e croatas antifascistas. As estimativas variam de 80.000, segundo o museu de Jasenovac, a 700.000 vítimas. O Museu Memorial do Holocausto em Washington avalia algo em torno de 100.000 vítimas. (DGO)

Fonte: Belga (17.04.2011)
http://levif.rnews.be/fr/news/belga-generique/la-croatie-commemore-les-victimes-de-l-auschwitz-croate/article-1194991891505.htm
Tradução: Roberto Lucena

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Justiça de SP condena homem por racismo no Orkut

Ele teve pena de reclusão transformada em prestação de serviços.
Réu usou tio negro como testemunha de defesa.
Do G1 SP

A juíza Maria Isabel Rebello Pinho Dias, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, condenou um homem de 27 anos acusado de racismo pela internet a dois anos, quatro meses e 24 dias de prisão. Ele respondeu a um processo originado em 2008 pelo crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. As agressões foram difundidas por meio do site de relacionamentos Orkut. Como a condenação foi inferior a quatro anos de reclusão e o acusado é réu primário, a pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade. A sentença é de 28 de fevereiro de 2011.

O Ministério Público Estadual acusou o homem de ter adicionado no seu perfil do Orkut as comunidades "coisas que odeio: preto e racista", "Adolf Hitler Lovers", "Sou racista" e "racista não, higiênico!". De acordo com a sentença, o rapaz afirmou que há negros em sua família e não tinha motivos para ser racista. Ele reconheceu que fez comentários infelizes, mas disse que na época não pensava sobre suas consequências.

A juíza não cedeu a esse argumento. "Em que pese o acusado sustentar que apenas fez comentários infelizes, com intenção de brincadeira e discussão, tal alegação deve ser rechaçada, pois não é admissível que a livre manifestação de pensamento seja usada como subterfúgio para condutas abusivas e lesivas a um dos objetivos da República Federativa do Brasil, qual seja, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação", disse a juíza.

Um homem negro se apresentou como testemunha de defesa e disse ser tio do réu. A juíza entendeu que isso em nada beneficiou o acusado. "Possuindo pessoas do seu círculo familiar da raça negra, o réu deveria dar o exemplo, abstendo-se de colocações racistas, há tanto tempo combatidas em nossa sociedade."

De acordo com o promotor de Justiça Christiano Jorge dos Santos, o agressor é integrante de uma família de classe média baixa, tinha cursado apenas o ensino médio e vivia às custas da avó. O promotor realizou investigações de crimes de racismo na internet que chegaram à pagina do acusado. Um estagiário do Ministério Público entrou em contato com o rapaz, que admitiu as mensagens racistas.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/05/justica-de-sp-condena-homem-por-racismo-no-orkut.html

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