segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O separatismo dos magoados

O título é provocativo até porque se fosse citar todo idiota que propôs idiotices após o término das eleições (isso está se tornando uma "tradição"... no pior sentido do termo), iria chover prints e mais prints de idiotas dando seus espetáculos de crianças mimadas.

Mas quando a coisa ocorre em jornais ou revistas de maior alcance, a coisa sai do "anedótico" do anônimo inconsequente pro chamado "formador de opinião" (ou 'deformador de opinião', conforme sua visão) pregando crimes, pois separatismo é ilegal no Brasil conforme está escrito na Constituição, com previsão de punição. Isso mesmo que você leu, quem prega, com grande alcance a ponto de incitar multidões, está cometendo crime, podem ler direto na fonte mas vou copiar as partes que interessam pra cá:
LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983.
Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:

I - a integridade territorial e a soberania nacional;

Il - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;

Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União.

TíTULO II

Dos Crimes e das Penas

Art. 8º - Entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil.

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único - Ocorrendo a guerra ou sendo desencadeados os atos de hostilidade, a pena aumenta-se até o dobro.

Art. 9º - Tentar submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país.

Pena: reclusão, de 4 a 20 anos.

Art. 11 - Tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país independente.

Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.
E prossegue: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
CAPÍTULO VI. DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
Após mostrar o conteúdo acima, o que dizer disto abaixo?


Eu tinha salvo esse print de outro link, mas pra achar de novo acabei encontrando no Viomundo, então segue com esse mesmo.

E teve mais aqui:
Deputado do PSDB pede independência do Sul e do Sudeste
Mais um aqui e aqui.

Eu só iria comentar o caso do Constantino, mas pra não ser injusto com ele, citei os outros dois pra mostrar que não foi um caso de idiotice isolada. Andei vendo que uma parte da "turma extremada" anda desconversando sobre a ideia de "separação" pregada no dia do resultado da eleição ou logo após (devem ter sido alertados do 'tranco' da coisa). Mas sem essa, quem pregou assuma que o fez ou se retrate, sem conversa mole.

O mais grave disso é um militar pregar separatismo pois se há uma coisa que é consenso no Brasil entre direita, esquerda, centro etc, após o período de turbulência do século XIX onde houve vários movimentos de desmembramento que surgiram provocados pela presença da Coroa Portuguesa no Brasil, e que são movimentos separatistas dependendo do ângulo por qual você trata pois se separar de Portugal (o território do país ainda pertencia à Coroa Portuguesa e seus descendentes) não seria propriamente separatismo como no caso da Guerra de Secessão nos EUA ou recentemente a Escória querendo retomar sua soberania pois é uma nação, com língua própria etc. Mas como dizia, se há uma coisa que é compartilhada em comum entre os mais variados setores políticos do país é a da não divisão do território do país. Isso é um consenso, pelo menos da grande maioria (pra não dizer maioria absoluta). Talvez por isso que alguns extremistas, sabendo do eco negativo no país e nas Forças Armadas, pararam com o discurso de criança birrenta/mimada.

Quem tentar enveredar por este caminho da separação seria/será reprimido duramente, não só por civis mas principalmente pelas Forças Armadas, que boa parte desses "revoltosos" de ocasião adoram exaltar ignorando o histórico da mesma sobre o separatismo no Brasil.

O mais ridículo é esse mesmo grupo acusar quem é contrário a eles de estar fomentando "separatismos" e o discursinho chantagista emocional e apelativo de "nós contra eles". Ou seja, vejam a "lógica" bizarra dessas figuras, os caras pregam separação, fazem agressões verbais à regiões e depois não assumem o que pregam e ficam acusando os outros de fomentarem isso. É muita cara de pau e covardia prum grupo só.

A consequência disso desembocou nisso aqui, essa foi a mais recente do último dia 15 de novembro:
Marcha golpista volta a pedir intervenção militar

Estou tendo que colocar links dos blogs pois não quero colocar link de jornal golpista (a não ser que seja necessário) e não tá fácil de achar o conteúdo semanas após o ocorrido pois fica misturado pela web com as outras 'marchinhas' inconsequentes desses extremistas. Essa foi a terceira este ano, todas um completo fiasco e um espetáculo de gente visivelmente perturbada e surfando em delírios incitados pela mídia irresponsável e inconsequente do país.

Quando falo de jornal golpista, alguém acha normal que um dono de jornal mande um país "se foder" por extremismo? Pois bem, deem uma olhada:
Cartaz

Mas deixemos a consideração do que ocorreria em caso extremo (em caso dessas figuras pararem com o lero-lero e partirem pruma separação de fato, que dificilmente eles irão fazer), pra se ater na motivação da manifestação idiota.

Um dos motivos é o rancor já discutido aqui abaixo (no link), com o post sobre o bovino Mainardi e sua "ideia de Nordeste", que não é comum dele, apenas ele (há de reconhecer) foi mais sincero que os outros:
A mídia brasileira expele preconceito abertamente sem regulação ou punição. O caso Mainardi

Eu me segurei pra não criticar este cidadão da Veja antes (o Constantino), porque haviam me passado um texto dele, pra adiantar, o texto era uma cópia de blog estrangeiro (ele não cita a fonte de onde relatam uma suposta "moeda nazi-comunista", mas acha-se fácil na web), que vou tratar em outro post.

Evitei retrucar o texto da "moeda" pois iria parecer pirraça e ataque pessoal quando não é. Apenas não deveriam passar esse tipo de conteúdo sem antes perguntar o que a pessoa pensa de revista "x", mas o povo (em geral) não enxerga a coisa dessa forma e acaba passando sem refletir, sem avaliar o conteúdo, porque partem do princípio equivocado de que por A ou B ser contra o negacionismo que automaticamente "gostará" de revista/jornal A ou B como a Veja (e publicações afins) e não é por aí.

Quando eu digo que a Revista Veja (da Ed. Abril) e esses jornais de maior tiragem do país são de extrema-direita, é porque são de extrema-direita, alguém consegue conceber um colunista de um jornal ou revista estrangeira (BBC, Spiegel, New York Times etc) pregando separatismo sem ser dispensado por esses jornais e revistas logo após? Creio que não.

A não ser que o jornal/revista endosse essa visão. Só no Brasil que pessoas publicam esse tipo de asneira e não são rechaçadas pela tal "grande mídia" (mídia oligopolizada) do país, que faz vista grossa a esses ataques e casos graves e que aparentemente envereda por um caminho sem volta (pra ela) do radicalismo, que jogará essa mídia no descrédito.

Mas aí vem uma questão: qual o sentido do povo ser contrário a "revis" ficar repetindo panfletagem desse tipo de revista, jornal?

No mínimo é incoerência.

Mas não vou entrar no mérito disso, lê esses panfletos quem quer, só que obviamente não irei repetir as baboseiras desses panfletos aqui a não ser pra apontar os erros desse tipo de publicação, como é feito com textos "revisionistas".

Mas voltando o assunto, depois da declaração separatista do 'Constantã', a objeção que eu fiz sobre não comentar nada sobre ele, já era. Paciência tem limite.

Eu já vi as baboseiras que esse cara prega desde o Orkut, onde havia até comunidade em "homenagem" a ele ironizando as "maluquices" que ele pregava/prega. Agora, vir uma revista e amplificar o alcance desse arsenal de esgoto/detrito, é demais.

A proposição de separação desse pessoal é tão esdrúxula que a primeira coisa a se perguntar é: como iriam fazer isso sem uma guerra?

Só inconsequente acha que irá propor uma maluquice dessas ignorando o histórico de repressão e represálias a movimentos do passado, que ao contrário dos atuais, uma parte tinha legitimidade de defender certas posições como por exemplo o de não se submeter a uma potência estrangeira, no caso, Portugal representado pela Coroa Portuguesa. Não é o caso atual.

Essas terras pertencem ao país, então aos "separatistas magoados" vão pedir auxílio externo pra separação, pois interno não há.

E por falar em pedir auxílio externo, agentes externos já operam neste sentido no país pra desestabilizar o Brasil, o surgimento de Black Blocs e demais arruaceiros (virtuais ou não) das marchas de 2013 etc precisa ser esclarecido, como também a atuação de ONGs estrangeiras de olho na Amazônia brasileira e apoiando candidatos entreguistas nas eleições do país como a Marina Silva que se valem de um discurso "ecológico" despolitizado se valendo do culto à figura "santa" dela, uma mitificação e construção política.

Esse tipo de ação de desestabilização política "não vem do nada", isso costuma ter dedo externo (dedo, mão, braço etc) com os lacaios internos históricos.

Armando Boito: Marina representa o casamento do Itaú com a WWF
A história de Marina Silva, as ONGs da Amazônia e os EUA

A segunda é sobre os recursos do país, uma vez que a entrada de empresas multinacionais em determinados estados tiveram dedo do governo federal, em caso extremo desses bocós quererem fazer levante separatista, muitas dessas empresas de determinados estados ese espalhariam pelos outros por segurança e não voltariam mais a esses estados. Ou seja, a demência deles custaria caro pros próprios estados deles que empobreceriam com as retaliações da União que não seriam poucas começando pelo corte ou taxação do fornecimento de gás e petróleo que estrangularia a economia desse "novo país", que venderia seus produtos pra quem? E como se chamaria como? Sudeste? República Federativa do Sudeste? Só rindo, rs.

Fora o problema militar da coisa. Se em 1932, no último confronto civil aberto do país, São Paulo foi trucidado pela União com o armamento da época, imagina com o armamento atual o que aconteceria a um levante desses. Fora que nem todos os cidadãos desses estados são a favor disso, haveria um racha nesses estados e consequente desmembramento em um ou dois estados como represália.

Pernambuco perdeu metade do território ainda no século XIX por represália da Coroa Portuguesa e isso pesa economicamente até hoje passados mais de 150 anos do ocorrido. Cito este caso pois foi o único desmembramento de Estado por represália da História do país, e justamente por ser parte disso que a gente sabe (mais do que o resto do país) o quanto pesa um conflito desse tipo ao contrário desses energúmenos citados que ficam delirando em "lutas imaginárias" sem avaliar o peso do que pregam.

Quem quiser seguir os erros ou infortúnios do passado, fiquem à vontade, mas depois não vale chorar e ficar se lamuriando (se houver "depois").

O pessoal de fora do Brasil que lê o blog vai achar estranho ver chamar de extremista de direita alguns separatistas de ocasião quando na maior parte dos países a extrema-direita adota o discurso nacional extremado de exaltação do país (França, Alemanha, Suécia etc), mas no Brasil existe esse ranço cultivado no eixo econômico do país, incutido pela mídia oligopolizada que incita essas ideias, principalmente através do futebol, que aflora mais no Estado de São Paulo onde existe uma apropriação distorcida daquela revolta de 1932. E há uma mania desse mesmo povo ficar achincalhando o próprio país. Só deixam de lado o achincalhe pra esses espetáculos caricatos de "amor a pátria" como aquela babaquice que rolou na Copa do Mundo com a torcida abastada nos estádios cantando hino nacional pra "mostrar" que "ama" o país quando é tudo balela, aquele pessoal é o que mais achincalha o Brasil (a maioria), malharam a Copa e ainda pagaram ingresso caro pra ver jogo e o lastimável 7x1. Deve ter sido castigo mesmo aquele jogo pois vendo por esse ângulo, esses caras mereceram, não o povo, mas essa casta que achincalha o país e fica protagonizando esses espetáculos teatrais "patrióticos ufanistas" vazios pois não têm a mínima noção do que é gostar do país, que não é algo forçado, caricatural, você simplesmente gosta e pronto.

A postura dessas pessoas é um misto de ignorância e prepotência de gente visivelmente descontrolada, radical, e que ignora a História do país.

Quando eu disse que uma das fontes pra proliferação do "revisionismo" era a ignorância sobre a História do Brasil, eu não errei, e disse isso antes mesmo desses surtos coletivos pipocarem em junho de 2013 (post de 14.03.2013):
História do Brasil e "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto

Mantenho a afirmação anterior do post acima, a ignorância sobre o país leva a proliferação desse tipo de grupelhos.

Alguém acha normal que um indivíduo no Brasil fique exaltando a Alemanha hitlerista ignorando o racismo do nazismo (que não era só direcionado a judeus) ignorando o próprio país que nasceu? Quando falo de ignorar o racismo hitlerista é que boa parte desses que defendem isso nem sequer são descendentes de alemães, como já tentaram generalizar a coisa.

Por que friso a questão de ser descendente de alemão? Porque o nazismo original era voltado para alemães ou quem se enquadrava naquele biotipo "ariano" (nórdico) cultuado/idealizado pelos nazis. Ou seja, boa parte desses "revis" brasileiros não se encaixariam nas definições "raciais" do nazismo. E não só o nazismo era racista, os outros fascismos também manifestavam racismos, só que em menor escala, talvez por isso que o nazismo chame mais atenção, principalmente pela destruição que a Alemanha nazi provocou, mas houve legislação racista na Itália com aquelas mitomanias típicas de fascistas.

Antes da 'mídia crítica' ficar só apontando o fenômeno do extremismo, deveria também informar mais o povo sobre História do Brasil, pois o povo precisa ser educado já que o ensino do país apresenta falhas nessa questão que geram esse tipo de aberração.

Eu iria fazer esse post na mesma semana que estourou isso mas esse pessoal enche a paciência, é tanta cretinice e estupidez juntas que enchem o saco e assustam pela quantidade de gente repetindo essas idiotices. Mas fica pra outro post o rebate ao texto da "moeda nazi" do Constantã, e a origem desse outro extremismo de direita no Brasil que já vem sendo citado aqui:
Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Libertários/Liberais)
As divisões da Direita Norte-americana: Direita Anticomunista, Racista, Cristã e Neoconservadora

Importaram esse discurso "neocon" (abreviação de neoconservador liberal) dos EUA pro Brasil e adaptaram as peculiaridades locais e deformações políticas desses grupelhos. Em geral esses grupos não se dão com grupos nacionalistas nativos, teoricamente, a única coisa que os une ou faz um usar o outro como bucha de canhão é a propaganda de "comunismo" da Guerra Fria, que adaptam pro governo federal.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Complemento)

Comentário do post:
Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Libertários/Liberais)

Como o comentário do outro post ficou longo, então segue num post à parte (texto abaixo).
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Observação: a quem não está familiarizado com termos como "libertários" (que são na prática liberais radicais, ou a extrema-direita liberal-conservadora, apesar deles negarem tudo que é dito deles como já vi no Orkut, portavam-se como "acima do bem e do mal" e com um pedantismo e petulância insuportáveis), é bom se acostumar.

Muito se tem dito de "revisionistas"/negacionistas em relação ao fenômeno do extremismo de direita no Brasil, que no caso se refere mais a fascistas (grupos tradicionais ultranacionalistas etc), mas esta outra facção com mais poder (poder de fato, pois eles têm espaço aberto em revistas, TV pra propagar essas ideias evitando citar os autores) acaba passando ao largo da discussão quando nos EUA as coisas são mais claras em relação à ligação política entre esses grupos radicais de direita (fascistas e liberais radicais, os ditos "libertários"), em que pese algumas divergências entre eles e os falseamentos como quando esses liberais radicais (e desonestos) tentam empurrar o nazismo (fascismo alemão) como sendo um "movimento de esquerda", algo panfletário e distorção ideológica visando demonização de quem se opõe a eles ou "santificarem-se" como "posição política acima do bem e do mal". A demonização deles atinge à esquerda ou mesmo democratas (centristas) que combatem esses extremistas já que eles generalizam a todos.

A quem ainda não notou a ligação entre os fenômenos do extremismo, o que ocorre no Brasil (e isto será mais detalhado num post parte 2 sobre a extrema-direita brasileira) é que esses grupos, mais ideologicamente organizados ultraliberais (se organizam como Think Tanks) formulam/traduzem a agenda/repertório ideológico desse liberalismo radical e discurso radical antiesquerda no Brasil (que ocasionaram marchas pedindo volta da ditadura como esta do link), repertório/agenda que depois é metralhada/passada adiante pelos meios de comunicação (revistas como a Veja, jornalões conhecidos, TVs como a Globo e a Bandeirantes) pro grande público e defendidos com fervor por reacionários que não se assumem como tal pela internet, com defesas de Estado mínimo, com teorias da conspiração de todo tipo e chamando quem se opõe a eles de "bolivarianos" e outras mitomanias que 'venham a calhar'. Muitos que pregam isso só são papagaios sem compreensão do fenômeno, mas a petulância entre eles é característica.

Por que me oponho a esses grupos? E porque todas as pessoas que se identificam como democratas (centristas, nacionalistas democratas e afins) deveriam se posicionar contra eles?

Pelo simples fato de que eles projetam pro Brasil um projeto neocolonialista (econômico, cultural e ideológico) através de um liberalismo radical (neoliberalismo) que colocou o país de joelhos no desgoverno FHC (1994-2002), sucateando o Brasil e toda a América Latina e outras partes do mundo, incompatível com o Bem-estar dos países pois só produz desestruturação e desigualdade social aguda podendo provocar crises políticas profundas e a própria ruptura da democracia. Em 2002 a crise no Brasil foi tão profunda que aniquilou o poder desses grupos com a mídia e possibilitou finalmente a vitória da coligação PT/PL (Lula e José Alencar) resgatando o país da destruição que esses liberais causaram ao Brasil.

Foi graças a este tipo de ideologia liberal radical e a degradação social que o liberalismo radical provoca através do aumento da desigualdade e arrocho econômico, que o nazismo triunfou na Alemanha em 1933 como "solução nacionalista" à degradação social econômica provocada pelos liberais. Ao contrário do que muita gente pensa, o maior cabo eleitoral do nazismo na Alemanha foram as políticas liberais dos capitalistas e a crise social que isto gerou abrindo espaço pra partidos aventureiros como o de Hitler.

Até hoje o país ainda enfrenta problemas provocados nos 8 anos de FHC porque há uma direita udenista liberal forte que apoia a manutenção da desigualdade extrema no país, social, regional e é contra quase todo projeto de cunho social e nacional dos governos ou mesmo que a população proponha/defenda isso. De forma democrática. Esses grupos liberais, que são representados pela mídia oligopolizada, atacam qualquer projeto nacional democrático, popular e de soberania do Brasil.

Esses grupos liberais procuram demonizar a política e partidos com um discurso moralista e de "superioridade moral", "salvacionista", principalmente demonizando os grupos de esquerda (democráticos) ou de centro-esquerda que foram e são importantes pra consolidação da democracia no país.

Não se iludam com o discurso de "liberdade" desse pessoal, isso é falso, a única liberdade desse extremismo liberalóide é a defesa das corporações estrangeiras (e algumas nacionais como a mídia) e grande capital, posando de "salvadores". Esses "libertários" do Brasil são os antigos udenistas, Lacerdistas, que jogaram o país em 1964 numa ditadura de 21 anos, a mesma ditadura que entregou o país com inflação recorde, dívida externa recorde por endividamento, desemprego etc e toda a estrutura social do país comprometida como a saúde e educação públicas destruídas que conta com forte oposição de grupos privados pra haver uma universalização pública desses serviços com qualidade.

Esses grupos que matracam seu arsenal através da mídia partidarizada do país (a do oligopólio) apostam na despolitização do país e na demonização dos partidos como se viu na recente eleição do país com uma radicalização imbecilizada protagonizada pela direita do país e pelos despolitizados raivosos guiados pela mídia oligopolizada (que não são poucos), aproveitando-se do fator irracional desencadeado pela morte de Eduardo Campos durante a eleição e a ascensão da figura obscura e rancorosa chamada Marina Silva, a candidata das ONGs estrangeiras no Brasil, do Itaú e de George Soros, testa de ferro do governo dos EUA. Você verá alguns desses liberais radicais atacarem esses mesmos grupos ligados à Marina Silva, por repetirem o discurso radical Republicano sobre ONGs e verdes propagado nos EUA, mas são tudo farinha do mesmo saco, um de cariz norte-americano e outro europeu (Greenpeace, WWF), ou no caso os verdes também são próximos dos Democratas dos EUA como o Al Gore e o lobbysmo da internacionalização dos recursos do Brasil, outro nome pra "saque" (roubo).

Não me alongarei mais aqui pois tem muita coisa a ser dita desses bandos e as ideias estéreis que pregam no país, e este comentário extra pode vir a ser colocado num post pra não desviar a atenção do texto traduzido, mas o assunto mencionado fica pra outro post, mas quem quiser ler todos os textos sobre a extrema-direita liberal basta clicar (provisoriamente, vou arrumar um nome definitivo pra essa série) na tag liberalismo que aparecerão todos os textos sobre eles.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Tão liberal e tão amigo de Salazar (Complemento)

Vou colocar em um post à parte, como comentei, o comentário/observação de alguns posts se ficarem muito longos, pois acabam dispersando a atenção do post original.

Este post reproduz o comentário feito ao texto do post:
Tão liberal e tão amigo de Salazar. O lado obscuro e "oculto" da relação entre Fascismo e Liberalismo

Que trata da ligação "curiosa" (ou nem tanto assim) de liberais e fascistas (ou nacionalistas de direita), que costuma ser omitido com frequência na mídia. No caso, o post original tratava do contato de Salazar (ditador de Portugal) com o liberal, idolatrado por essa extrema-direita liberal do Brasil e nos EUA, Hayek.

Fiz uns comentários sobre darwinismo social, da mutação do liberalismo pro fascismo (na Itália) e coisas afins que comentei que serão colocadas em outros posts quando e se for possível traduzir.

Existe um texto de um professor israelense que trata desse assunto e não tem tradução por português, como também existem livros sobre o liberalismo e fascismo na Itália (do programa liberal dos fascistas) como das privatizações no nazismo, já que existe uma mitificação de que esses regimes de extrema-direita 'totalitários' eram a favor da estatização quando não é propriamente verdade, vide o caso alemão no nazismo onde a maior parte das empresas/indústrias eram todas privadas.

Frequentemente há essa associação feita por má fé ou ignorância de que a economia nesses países de maior destaque onde o fascismo reinou era "estatal" e não era bem assim. Muito disso por conta do termo "liberal" que remete à palavra "liberdade", só que liberal quando é usado no sentido político é mais restrito à economia, apesar de existir o "liberalismo político" mais destacado no século XX, como haviam regimes liberais autoritários com restrições a liberdades e economia capitalista liberal.

Essa mitificação de que o nazifascismo era "estatal" cria justamente um prejuízo ao entendimento de como esses regimes se formaram ou ascenderam.

Segue abaixo a reprodução do comentário.
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Atualização e revisão: 04.09.2014

Sobre o texto: alguns ou muitos poderão chiar com o texto (já que por conta da quase ausência de feedback/retorno nos comentários eu não sei o perfil exato/médio da maioria que lê o blog, exceto quando trazem briga com "revis" em outros sites/fóruns tentando envolver o pessoal do blog nisto, algo que já disse que dispenso, além de não gostar do que leio nessas brigas), porque a parcela majoritária da direita brasileira (que é neoliberal) se identifica com nomes citados como o Hayek acima, Mises e outros. Mas não se deve ocultar fatos só porque esse pessoal que não gosta, e é truculento discutindo, simplesmente quer que se oculte ou omita, isso quando eles sabem.

Encontra-se fácil textos em português dessas figuras citadas acima espalhados na web em sites brasileiros de grupos ligados a figuras que foram parte do governo do PSDB na década de 90 (governo FHC), como Armínio Fraga, governo este que quebrou o estado brasileiro e o sucateou com esse ideário econômico e político (neoliberalismo) que até hoje tem sequelas no país, apesar do pessoal "cabeça de vento" de agora achar que o país está no caos por não ter interesse em saber como era o país décadas atrás.

Esses mesmos sites nunca comentam as ligações dos liberais ou liberalismo com o racismo nazista e grupos radicais de direita dos EUA e Europa. Fazem de conta que não possuem nada em comum com os fascistas e nazistas, mas defendem o "pai do nazismo" (entre tantos pais este é o principal) através do liberalismo que é o darwinismo social. Darwinismo social é uma ideologia/teoria que apareceu no século XIX e que persiste até hoje.

A quem não está familiarizado com o termo, e já que o verbete em português da Wikipedia está incompleto e cheio de falhas, segue abaixo uma tradução rápida minha do começo do verbete em inglês:
O darwinismo social é um nome moderno dado a várias teorias da sociedade que surgiram nos Estados Unidos e na Europa na década de 1870, e que procurou aplicar os conceitos biológicos da seleção natural e sobrevivência do mais apto para a sociologia e política. Darwinistas sociais defendem geralmente que o mais forte deve ter sua riqueza e poder aumentados enquanto o mais fraco deve ter menos riqueza e menos poder. Diferentes darwinistas sociais têm opiniões diferentes sobre quais grupos de pessoas são os fortes e os fracos, e eles também têm diferentes opiniões sobre o mecanismo exato que deve ser usado para promover a força e punir a fraqueza. Muitas dessas visões salientam a competição entre os indivíduos no laissez-faire capitalista, enquanto outros motivam ideias de eugenia, racismo, imperialismo, fascismo, nazismo e luta entre grupos nacionais ou raciais.
Social Darwinism

Eu coloquei os links nos nomes de termos políticos brasileiros no texto (partidos políticos), pra quem for de fora entender o significado deles, já que isso só costuma ter significado pra brasileiros, ou pra quem estuda o Brasil fora ou quem tem interesse pelo país.

E um adendo político pois não tenho paciência pra discutir com tucanos. Quem desconhece, eu sinceramente não morro de amores por tucanos (quem é de fora do Brasil, tucano é o bicho adotado como mascote pelo PSDB e é como são formalmente chamados e conhecidos os membros e apoiadores deste partido), pra não dizer de imediato que detesto tucanos e o PSDB. Não é algo retórico, eu detesto mesmo, até mais que os "revisionistas".

Sempre procurei evitar trazer discussões políticas deste tipo pra cá, mas como vieram trazer estes assuntos sem perguntar ao pessoal aqui o que acha disso, é melhor deixar a coisa aberta. Portanto, a quem quiser vir aqui doutrinar com baboseira tucana e não discutir assuntos sobre segunda guerra, favor evitar ou pensar duas vezes, eu posso não gostar, e sim, eu irei rebater. Sou tolerante, só que, quando eu fico intolerante (quando as pessoas passam dos limites), não costumo ser amistoso. E pra coisa chegar a este ponto é porque as pessoas extrapolaram pra valer, por não respeitarem a opinião dos outros. E não me refiro a "revisionistas".

Numa democracia, é normal a convivência entre correntes políticas diferentes, no Brasil isso também era comum, até a mídia começar um radicalismo paranoide. O nível de radicalismo e agressividade reproduzidos pela grande mídia brasileira desde 2002 (eu citei o assunto no texto da Copa do Mundo), satanizando partidos e quem pensa diferente deles, levou-nos a uma situação de polarização e radicalização pesada, por isso que fiz estas considerações sobre o cenário brasileiro, que numa situação normal não seria necessária.

Acho curioso que muita gente que critica os "revis" não tenha se dado conta do que é que tem impulsionado esses grupos no Brasil: são justamente essas publicações radicais de direita, liberais ou não, e a postura da mídia que têm incentivado esta escalada do ódio no país, como uma certa revista bem conhecida de uma editora de São Paulo. Por isso chega a ser curioso quando a mídia faz alarde de "grupos neonazistas" no país (na verdade a maioria disso são imitações ridículas de gangues neonazi europeias) e nunca tocam em certos grupos radicais que ficam em alguns estados do país ou mesmo fazem uma crítica a estes grupos ultraliberais radicais que ressuscitam discurso de ódio anticomunista da Guerra Fria, que é um dos pilares dessas gangues. "Chavismo, bolivarianismo", são os novos nomes pra termos velhos, pra requentar o ódio paranoide do passado pra justificar radicalismo contra inimigos fantasmas no país e distorcer a realidade pra fins políticos com a massa de manobra que assiste bovinamente a TV aberta e sites de notícia.

E com todo respeito ao Lula, eu não sou adepto dessa postura "paz e amor" que ele vem adotando há tempo diante dessa escalada de ódio político, eu prefiro mais esta postura aqui do Requião (link do vídeo), político paranaense ou a deste gaúcho aqui. Educação é uma coisa, aturar desacato e besteira de imbecis e gente cínica se achando "esperta" é outra coisa completamente diferente, e eu não aturo.

O "jeitinho português" conciliador (que o Brasil em grande parte herdou) comigo não funciona. Pelo contrário, se você vier com este tipo de conduta pra mim a única coisa que você conseguirá é que eu te deteste/odeie profundamente. Talvez seja por isso que eu entre tão facilmente em atrito com as pessoas que são adeptas desse "jeitinho luso-brasileiro", e não são poucas. E não estou nem um pouco comovido a mudar de postura sobre este tipo de conduta.

Não se deve ser tolerante com intolerantes sob risco dos intolerantes destruírem tudo (a democracia, a soberania econômica do país, por exemplo) e levar todo mundo pro buraco.

Na América Latina* a direita, principalmente e historicamente, é aversa à democracia, por sua origem ibérica e católica (estas elites e parte da classe média são chegadas a um governo autoritário), além de sua falta de patriotismo (de grande parte dela) e estupidez histórica também, não conseguem ver o Brasil como nação. Apesar de que na Argentina existia/existe uma direita nacionalista (peronista). A maioria das democracias que surgiram na região (este é o período mais longo democrático no país) foram fruto da maturidade das sociedades civis desses países combatendo ditaduras, e isto está sendo minado e corroído pela mídia, historicamente oligárquica e alinhada com os Estados Unidos, na América Latina. Os EUA sempre tiveram um papel preponderante de desestabilização política e econômica da região, e não mudaram de postura, principalmente em governos Democratas.

*Isto é um assunto pra outro post, mas América Latina é outra expressão problemática como o "Nordeste" (região), é uma generalização e ideia que só existe como retórica, não na realidade (não existe América "Latina" unida alguma como propagam, tampouco culturalmente homogênea).

Voltando à discussão, eu evitava entrar nestes assuntos aqui porque o blog era pra ser só sobre segunda guerra, embora o assunto em questão acima (liberalismo e darwinismo social) tem a ver e muito com a própria segunda guerra já que foi o liberalismo radical que levou o mundo ao caos na grande depressão e crise na Alemanha (e mesmo antes disso o mundo vivia em miséria e concentração de renda de ricos na parte mais industrializada que era a Europa e depois os EUA) e influenciou ideologicamente todos os grupos racistas do século XIX, XX e atualidade, ao contrário do que liberais atualmente pregam, omitindo ou negando que liberalismo antigamente convivia muito bem com e em estados autoritários.Além de estar levando o mundo de novo a uma crise histórica que pode culminar em guerras.

Eu evitava trazer o assunto porque não queria e não quero me desgastar com gente que geralmente é intelectualmente desonesta ou ignorante nesses assuntos, mas que são petulantes o suficiente pra vir te desacatar xingando, pior que "revis". É o tipo de discussão que você não ganha nada além de aborrecimento já que não está discutindo com quem quer aprender algo e sim com gente que quer doutrinar repetindo bobagens, subestimando o conhecimento de cada um. Mas já que quiseram cutucar a onça com vara curta, agora vão ter que aguentar.

Eu não costumo pegar "muito leve" quando sou provocado, até porque, considero bastante ofensivo esse tipo de panfletagem cínica, como se ninguém soubesse aqui que 99% do que é propagado nestes sites e na grande mídia do país sobre "liberalismo", ou é distorção ou conteúdo raso, fruto do sectarismo e fanatismo político que se alojou na direita brasileira (se é que alguma vez esta direita quis de fato democracia e soberania, já que não são muito afeitos à democracia, ou toca nas sequelas do neoliberalismo no Brasil e no mundo). A maioria dos que se proclamam "liberais" do Brasil na verdade não são liberais e democratas, no sentido moderno do termo, são em sua maioria proto-fascistas e gente autoritária com uma psicose e ignorância fora do comum, apesar de se declararem "democratas". Já passou da hora de mistificar fatos como esse (da conduta autoritária da direita) e dizer abertamente o que se passa no país.

Este texto pode abrir uma série de posts pra mostrar como o liberalismo e o fascismo (nazismo) estão mais ligados historicamente do que o que os liberais negam e que muita gente acha que não tem ligação por conta do discurso "anticapitalista" do fascismo e do nazismo e ocultamento por parte dos liberais e imprensa.

É comum as pessoas citarem a comparação Stalinismo x Alemanha nazi e omitir a questão do liberalismo com o nazifascismo. O liberalismo antigo e radical é muito mais ligado ao nazifascismo que aquela comparação clássica que fazem entre União Soviética e Alemanha nazi, mas muita gente nega estes detalhes, ou por desconhecimento ou por panfletagem política, como já ocorreu aqui em que uma pessoa veio fazer pregação liberal num post sobre a crise na Ucrânia e ao invés de comentar o texto começou a fazer pregação de "liberalismo" com um monte de citações confusas e sem lastro. Fui rebater e apontar os erros e tomei como resposta o termo "burro", por falta de educação do interlocutor e também porque não tinham mais o que dizer. Não me senti ofendido, mas acho um desaforo ler uma porcaria dessas.

Como disse lá no começo, o darwinismo social (cliquem no link pra ler a definição, mas aviso novamente que o verbete em português é falho e incompleto) é o pai ideológico de fato da "biologia" nazista, que é o pilar central da doutrina nazi junto do ultranacionalismo, um racismo eugênico levado às últimas consequências. É esta obsessão no racismo que distingue facilmente o fascismo alemão (nazismo) dos demais fascismos, embora os outros fascismos também fossem chegados numa "teoria racial".

Pra adiantar, o darwinismo social surge e cresce com o liberalismo inglês com destaque pro teórico Herbert Spencer, sendo que o liberalismo inglês era atrelado ao nacionalismo com o partido Whigs. Pra mostrar que estes sites ultraliberais distorcem tudo no país, vejam a propaganda que lançam negando que o Spencer era o pai do Darwinismo Social e quase "canonizando" a figura.

Não vejo muitas diferenças entre darwinismo social/racismo do liberalismo pro que foi aplicado no fascismo principalmente, a diferença consiste em que aplicam a coisa noutro formato e matam ou destroem de forma mais lenta (de fome, miséria), destruindo o Estado e suas instituições sucateando por crise econômica, de forma "legal" sob a vista grossa dos agentes que defendem e propagam este tipo de doutrina que abunda na imprensa brasileira, embora a mesma costuma evitar de se rotular de (neo) liberal, mesmo sendo.

O fascismo e o nazismo são frutos diretos do colapso econômico na Europa e demais países do mundo com o liberalismo radical propagado e pregado por esses grupos ultraliberais. Se você que está lendo este texto (longo) quer atacar "revisionistas" defendendo este ideário, é como apagar incêndio com gasolina. Uma coisa está atrelada a outra, não adianta criar um mundo "paralelo" pra se esconer e isolar isto porque simpatiza com este tipo de liberalismo radical.

O fascismo italiano veio de liberais, ou foi apoiado por eles, sem problema de "consciência" algum, por isso acho engraçado quando alguém que se diz de direita "liberal" no Brasil falar que nazismo é de esquerda sem nem saber os conceitos e históricos dessas doutrinas, e ficarem irritados quando a gente mostra historiadores de direita da Europa dizerem que nazismo e fascismo são de direita, de que há direita na Europa que defende intervenção estatal ou Estado forte, porque pra esses historiadores europeus não é um problema assumir isso por serem intelectualmente honestos e democratas de fato, uma vez que há direita democrática na Europa ou direitistas/liberais democráticos por lá e liberais sérios nos EUA.

Fico admirado que ninguém no Brasil (pois nunca li texto fazendo essa conexão no país, se houver e alguém souber, eu agradeço a quem achar e passar) tenha tido a curiosidade de observar estas questões e ligações ideológica, principalmente o pessoal de esquerda que quase todas as vezes ficam à deriva sem saber responder/rebater afirmações como "nazismo de esquerda". E não adianta vir algum dizer que sabem porque já vi vários ficarem girando em círculos sem saber rebater a afirmação.

Eu não quero ser chato, e isso é uma generalização (pois há muita coisa boa em pesquisa de História sobre integralismo sendo feita no país), mas... quando o assunto é nazismo, francamente, o que eu leio no país é de dar desgosto, principalmente quando saem em revistas e com sensacionalismo barato, basta o povo ver uma suástica na capa de algo assim que já fica "delirando" em cima do assunto porque só formam opinião sobre isto através de filmes, muitos deles de ficção como "Bastardos Inglórios".

Pelo fato da gente ler muita coisa de fora, fatalmente compara o nível do que lê com o que a gente lê sobre o assunto no país, e a diferença de nível é considerável. É triste dizer isso. Vendo mais a fundo esses assuntos, a gente nota o quanto rola de clichê em textos sobre nazismo no Brasil. Há uma recorrência quase frequente e insuportável à Hannah Arendt, como se ela fosse a maior referência em nazismo quando nunca foi, e o termo totalitarismo que ela usa é problemático (é mais rótulo).

No Brasil, graças a pocilga que virou o Orkut (que está pra acabar em 30 de setembro, ainda bem), que foi o berço/laboratório de tudo quanto é porcaria de extremismo de direita no país (que agora se propaga no Facebook, só que em menor escala ou mais dispersa), propagou-se todo tipo de porcaria intelectual possível na rede e essas ideias difusas e distorções já se espalharam pelas ruas com um público com senso crítico pra lá de questionável.

A gente ficava assustado com a quantidade de brasileiros bitolados, fanáticos, que não gostam de ler nada ou não têm critério ao ler (procuram só reforçar suas crenças e preconceitos e não aprender de fato, lendo besteira), repetindo essas asneiras radicais de jornais, revistas e sites neoliberais radicais (ou conservadores) como verdades absolutas. E o pior, quando eram/são rebatidos, ao invés de agradecer a correção, os caras ficam irados por conta do grau de fanatismo, alienação e recalque, e falta de compromisso com a verdade.

A negação de que o nazismo seja de direita é uma panfletagem  comumente usada pela direita radical liberal dos Estados Unidos.E a mesma direita liberal radical dos EUA anda próxima a grupos racistas como a Klan e ideias de darwinismo social. Todo fanático mente pra parecer "bonzinho".

A questão do darwinismo social, liberalismo e fascismo serão tratados posteriormente (espero postar, mas não prometo, pois como disse acima, o feedback/retorno deste blog é muito baixo e não gosto da postura de alguns comentários que leio). O assunto em questão a ser tratado são: a outra extrema-direita norte-americana, a origem do darwinismo social com o liberalismo, a incorporação disso ao nazifascismo, a Nova Direita, a direita radical neoliberal e suas ligações com grupos de extrema-direita racistas, negacionistas e darwinismo social.

Fica prum próximo post mais detalhes, mas tem muito material separado com coisa que nem em sonho sairá no país na chamada imprensa ou mídia brasileira. Vai que leem aqui e resolvem passar a investigar o assunto, embora duvido que deem créditos que leram aqui. Também espero que alguém que se interesse por esses assuntos e tenha lido isso aqui primeiro, tenha a hombridade/dignidade de citar o blog em algum texto mais aprofundado ou mais detalhado que venham a fazer, pois é o mínimo que se espera. Nós sempre citamos a origem/fonte dos textos publicados no blog porque eles têm autores que merecem todo o crédito de serem citados.

Pra finalizar este complemento (infelizmente longo, não sei se muita gente lerá) ao texto do jornal português que aborda esta questão do liberalismo não ver problemas em se aproximar de regimes ditatoriais, apesar de negar que o faça, a diferença de tratamento em cada país com blogs chama atenção. Nos EUA já citaram o blog do pessoal do Holocaust Controversies (do Roberto Muehlenkamp, J. Harrison e demais) em sites de universidades, em sites com o The Holocaust History Project, e citaram porque os caras realmente publicam coisas excepcionais, e também porque o povo não têm preconceito com blogs. No Brasil até no verbete da Wikipedia já apagaram coisas que coloquei link do blog em virtude da tradução estar aqui. Quem perde com isto? Quem lê um verbete ruim em português, obviamente. A cabeça estreita/fechada do povo no Brasil com isso realmente me espanta (estou generalizando, não é todo mundo obviamente que pensa desta forma, mas muita gente pensa assim a ponto de chamar atenção).

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Libertários/Liberais)

Em sua crítica de 'The Bell Curve' de Herrnstein e Murray, Murray Rothbard elogiou o livro por "expressar em detalhes maciços e de forma acadêmica o que todo mundo sempre soube mas não se atreve a dizer, sobre raça, inteligência e hereditariedade". Rothbard chegou à seguinte conclusão:
ENTÃO: POR QUE FALAR AINDA SOBRE RAÇA?

Se, então, a questão da raça é realmente um problema para estatísticos e não para Paleos (Paleoconservadores), por que ainda deveríamos falar sobre a relevância disso (raça)? Por que a questão da raça é uma preocupação política para nós; por que não deixar a questão inteiramente para os cientistas?

Duas razões já mencionadas; para comemorar a vitória da liberdade de pesquisa e da verdade por si; e também pela bala no coração do projeto igualitário-socialista. Mas há uma terceira razão também: de que é uma poderosa defesa dos resultados do mercado livre. Se e quando nós, como populistas e libertários, abolirmos o Estado de bem-estar em todos os seus aspectos, e os direitos de propriedade e do livre mercado forem triunfantes uma vez mais, muitas pessoas e grupos previsivelmente não gostarão do resultado final.

Neste caso, os grupos étnicos e outros grupos que possam estar concentrados na baixa renda ou nas ocupações de menor prestígio, guiados por seus mentores socialistas, previsivelmente levantarão o grito de que o capitalismo de livre mercado é mau e "discriminatório" e que, portanto, o coletivismo é necessário para restabelecer o equilíbrio. Neste caso, o argumento de inteligência se tornará útil para defender a economia de mercado e a livre sociedade de ataques ignorantes ou de autopreservação. Em resumo; a ciência racialista não é propriamente um ato de agressão ou uma cobertura para a opressão de um grupo sobre outro, mas, ao contrário, uma operação na defesa da propriedade privada contra assaltos de agressores.
Rothbard estava orgulhoso de ser um "racista" ("racialista") porque o racialismo expôs a "verdadeira" fonte de desigualdade em um mercado livre, ou seja, a genética. A crença na desigualdade racial biológica era, para Rothbard, parte do projeto libertário, porque a desigualdade racial era simplesmente como os mercados refletiam a natureza. Além disso, esta não era uma súbita conversão: Rothbard promoveu o mesmo ponto de vista já em 1973, aqui.

O artigo de Rothbard foi publicado no Relatório Rothbard Rockwell. Seu parceiro nesse jornal, Lew Rockwell, é o fundador e presidente do Instituto Ludwig von Mises. Rothbard e Rockwell se envolveram em 1988 na campanha eleitoral presidencial de Ron Paul. No início de 2008, este artigo revelou que "uma meia dúzia de ativistas libertários de longa data, incluindo alguns ainda próximos a R. Paul" tinham identificado Rockwell como o "chefe e escritor fantasma" das newwletters (boletins informativos) de Ron Paul publicadas a partir de "próximo de 1989 até 1994." Alguns desses artigos tinham um tema racista e podem ser vistos aqui.

Rothbard defendeu apoio ao ex-membro da Klan, David Duke:
É fascinante que não havia nada no atual programa de Duke ou na campanha que não poderia também ser abraçado por neoconservadores ou paleolibertários; impostos mais baixos, o desmantelamento da burocracia, o corte do sistema de bem-estar, atacar a ação afirmativa e as reservas raciais de terra, pedir direitos iguais a todos os norte-americanos, incluindo os brancos: o que há de errado com isso? E, claro, a coalizão poderosa anti-Duke não escolheu se opor a Duke em qualquer uma dessas questões.
Isto levou um desafeto libertário a escrever:
A ideia de que não há problema em ser [amigo] de racistas explícitos só porque eles são a favor de um governo limitado é ridículo. É esta a ideia de que com sua ajuda haverá um pequeno governo racista?
Um racista usando o pseudônimo de Peter Bradley postou uma homenagem a Rothbard, reproduzida aqui:
Murray Rothbard foi o fundador do moderno libertarianismo e também foi um defensor da separação racial voluntária. Eu nunca conheci Rothbard, mas conheci Sam Francis e vários outros que me disseram que ele estava como parte da onda da Renascença Americana sobre as questões raciais. Michael Levin foi um colaborador frequente da RRR por quatro anos e eu subscrevo isso. Ele escreveu muito honestamente sobre coisas como crime negro, raça e QI, e a cal sobre o fracasso negro. Hans Hoppe, que é favorável à imigração, escreveu que os EUA poderiam manter a sua identidade racial e ainda ter imigração, selecionando os imigrantes com base no QI e na raça. O livro de ensaios de Jared Taylor, The Real American Dilemma (O real dilema norte-americano), recebeu uma crítica favorável de Paul Gottfried na edição da RRR de 1998. A sinceridade da RRR sobre raça foi criticada por David Frum, em 1994, seu livro "Dead Right" (Direita Morta). Frum foi particularmente desfavorável a um ensaio que não faz jus sobre o caráter moral de Martin Luther King.
Em 1993, Rothbard escreveu sobre Malcolm X e discutiu a possibilidade de um Estado separado para negros, mas concluiu que isto "exigiria" uma enorme ajuda externa "dos EUA". Ele também descreveu o nacionalismo negro como "um nacionalismo falso" que estava "começando a se parecer com uma unidade de uma forma agravada de parasitismo coagido sobre a população branca." A impressão geral criada pelo artigo era que Rothbard estava usando o nacionalismo negro como um espantalho com o qual se queixava do "parasitismo" negro e da suposta incapacidade dos negros em formar comunidades independentes, auto-suficientes sem o apoio do Bem-estar dos brancos.

Rothbard afirmou que "não há dúvida de que o nacionalismo negro é muito mais libertário do que a integração obrigatória empurrado pelo rei, a NAACP, e os liberais brancos." Isso diz mais sobre Rothbard do que o que ele diz sobre o nacionalismo negro. Um estado separatista, com a migração restrito aos "EUA", não parece ser algo livre, nem o nacionalismo negro em sua forma muçulmana ofereceriam às mulheres a gama de liberdades que Rothbard tomaram como certa no caso de homens brancos.

Rothbard também defendeu que durante este período os "policiais devem ser liberados, com permissão para aplicar punição imediata, sem prejuízo de responsabilidade quando eles cometessem um erro." A implicação clara disso era de que os policiais seriam brancos e os destinatários negros. Estes últimos não teriam, assim, o direito, de acordo com Rothbard, ao devido processo legal sob a lei. A ironia que um libertário deveria acreditar que funcionários públicos deveriam ter tais poderes draconianos foi perdida em Rothbard. Como Matt Welch observou, "Delegar à polícia para fazer justiça na rua sobre a juventude de pele escura não combina com qualquer noção de governo limitado que eu esteja familiarizado."

Além disso, a origem judaica de Rothbard não o impediu de tomar posições dúbias relacionadas a questões judaicas. Ele fixou aqui os papéis de 'judias' e de 'financistas de ponta judeus' na ascensão do Estado de Bem-estar social, sem explicar porque a sua origem "étnica" [termo seu] deveria ser relevante. Sua referência a um "bando" de 1860 dessas mulheres não estabelecia uma explicação para a existência desse grupo. Ele parecia estar convidando os leitores a tirar suas próprias conclusões.

As posições públicas de Rothbard sobre o antissemitismo constitui uma estratégia de minimização. Ele insistiu aqui em uma definição estreita de antissemitismo e que Pat Buchanan não poderia ser um antissemita, embora Rothbard tenha citado este artigo que discute as visões de Buchanan sobre o campo de extermínio de Treblinka. Apesar do 'ceticismo' sobre Treblinka não ser prova de antissemitismo, é indicativo de uma vontade de acreditar de que as testemunhas judaicas participaram de uma fabricação monstruosa. No mínimo, o artigo mostrava que Buchanan fora "companheiro de viagem" de antissemitas: "Grande parte do material sobre o qual Buchanan baseia suas colunas é enviado a ele por pró-nazistas e antissemitas doentes". Portanto, é revelador que Rothbard tenha omitido qualquer discussão dos pontos de vista de Buchanan sobre o Holocausto a partir de um artigo em que Rothbard supostamente provou que Buchanan não era um antissemita. Isto sugere que Rothbard foi desonesto e que suas suspeitas reais relativas às opiniões de Buchanan sobre os judeus diferiam das conclusões que ele expressa no artigo. Ele ocultou essas suspeitas erigindo uma definição de espantalho do antissemitismo e excluindo crenças que mostrariam que a definição seria inadequada.

O trabalho de Rothbard sobre raça e política, elogiado e promovido por Rockwell, portanto, representa grandes problemas para seus apoiadores atuais e potenciais novos seguidores. Mesmo Ron Paul reconheceu este problema, tardiamente, quando ele afirmou que "os libertários são incapazes de serem racistas, porque o racismo é uma ideia coletivista". Se esta afirmação é verdadeira, isso significaria que Rothbard não era um verdadeiro libertário. Se a afirmação é falsa, isso significaria que pelo menos uma facção/parcela do libertarianismo era racista, e que os atuais e futuros apoiadores de Rothbard teriam que decidir se desejariam usar essa marca.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/07/murray-rothbard-lew-rockwell-and.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Murray Rothbard, Lew Rockwell and Scientific Racism
Tradução: Roberto Lucena
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Ler o comentário deste post aqui:
Murray Rothbard, Lew Rockwell e o "Racismo científico" (Complemento)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"O nacionalismo argentino foi o mais forte" - Sandra McGee Deutsch

"Estudou e comparou a extrema-direita da Argentina, Brasil e Chile e comprovou que a nossa foi a que mais influência teve. Sua maior criação foi o revisionismo histórico, "que foi até muito pouco tempo o mais aceito".

SANDRA MCGEE DEUTSCH, HISTORIADORA
"O nacionalismo argentino foi o mais forte"

Por Sergio Kiernan

Pequena, vivaz, dona de um excelente castelhano, McGee Deutsch estuda nosso país há mais de vinte anos. Professora de história latinoamericana, titular dessa cátedra na Universidade do Texas em El Paso, especializou-se na extrema-direita argentina. Sobre nossos fascistas, aliancistas e nazis, e sobre os nazis (nacis) chilenos e os integralistas brasileiros escreveu vários artigos acadêmicos e dois livros: um sobre a história da Liga Patriótica e outro sobre as direitas dos três países entre 1890 e 1939. Novamente estudando arquivos argentinos para um novo livro sobre sua outra paixão, a história das mulheres na política, falou para o Página/12 sobre o passado, a influência e, o mais inquietante, o possível futuro de nossa direita.

–Por que Argentina?

–Escolhi a Argentina porque é claro que teve a extrema-direita mais proeminente da América Latina. E, como piada pessoal, porque o primeiro livro de história argentino escrito por um argentino que li foram as memórias de Carlos Ibarguren. E isso me fez interessar sobre o tema.

–Você visitou este país pela primeira vez em 1977... toda uma introdução à direita argentina.

–Realmente, e assustadora. Cheguei a me perguntar se ia poder fazer minha pesquisa, mas não tive problemas porque meu trabalho ia até 1930.

–Por que a Argentina desenvolveu uma extrema-direita tão forte?

–Há vários fatores. Um é que, em contraste com os outros países que estudei, Brasil e Chile, aqui houve uma próspera economia exportadora que controlou bem sua demanda interna. Isto fez com que as críticas ao desenvolvimento econômico argentino não fossem contra o capitalismo como um todo senão contra a conexão britânica, a banca internacional. No Chile, a crítica à influência e o controle estrangeiros se fez em conexão com o capitalismo como sistema. Aqui, ao estar dissociados os dois elementos, a crítica jogou a favor da direita.

-Por que?

–Porque a crítica do capitalismo ficou nas mãos da esquerda e a direita ficou com a crítica detalhada ao domínio estrangeiro. Outro fator especialmente importante foi a debilidade dos conservadores argentinos. Economicamente tinham muito poder, mas politicamente não podiam ganhar eleições por isso recorriam à fraude, como ocorreu depois de 1916. E a debilidade dos conservadores sempre deixa mais espaço para a direita extremista. Os mesmos conservadores trabalharam às vezes com a extrema-direita, para ganhar o poder ou para conservá-lo. Se tivessem sido fortes, não teriam necessidade deles. No Brasil e no Chile, os conservadores eram muito mais fortes e raramente usaram ou trataram com os extremistas. Outro fator é que os nacionalistas argentinos, por várias razões, puderam forçar uma aliança muito forte com a Igreja e as Forças Armadas. Novamente, no Brasil e no Chile a tendência existiu, mas nunca chegou ao nível que chegou aqui, e que lhe deram apoio institucional ao nacionalismo.

–Com essas experiências tão diferentes, havia grandes diferenças ideológicas entre os nacionalismos desses três países?

–Não realmente, nada terrível, exceto que os aspectos mais radicalizados e extremos da ideologia foram enfatizados fora da Argentina, em particular no Chile. Nos anos 30, o Chile tinha um movimento de esquerda tão forte que para competir com a esquerda - e isto é algo que a direita extremista sempre faz, competir com e combater a esquerda - os nacistas tiveram que plantar ideias mais radicalizadas e realizar ações muito radicais. Enfatizaram os aspectos mais revolucionários de sua ideologia, a necessidade de mudanças sociais, de reforma. Esses aspectos foram mais proeminentes aqui, mas certamente estiveram presentes, coisas que muito historiadores abordam superficialmente.

–Que nível de violência geraram os nacionalistas?

–Muita, os anos 30 foram muito violentos na Argentina, com muitos incidentes na rua entre nacionalistas, esquerdistas e sindicatos. Os nacionalistas iam aos bairros operários e atacavam socialistas e sindicalistas. Até assassinaram um legislador socialista em Córdoba. Também atacaram sinagogas, atiraram petardos em cinemas que exibiam filmes antinazis. O que houve foi uma batalha pelo espaço. Os nacionalistas chegaram tarde à cena e trataram de fazer um espaço nos bairros operários pra cima da esquerda. Houve grupos mais radicalizados como a Alianza de la Juventud Nacionalista, que trataram de atrair os operários, trataram de tirar por cima a imagem aristocrática do nacionalismo e militaram nos bairros de trabalhadores. Isso gerou violência.

–Como fizeram uma aliança com os militares e a Igreja?

–Tinham prioridades em comum. Opunham-se contra a esquerda, o que era muito importante, queriam ordem e tinha muito da agenda social da Igreja. O padre Menvielle foi muito influente entre os nacionalistas quando falava da ordem corporativa, da justiça social e de uma concepção cristã da economia, sem usura. Os setores da Igreja que acreditam nesta agenda eram mais poderosos aqui que em outros países. Em relação ao exército, ele também compartilhava boa parte das ideias, mas o desacordo estava em que nenhuma força armada oficial gostaria de compartilhar o monopólio da violência, por isso que ele não gostava dos uniformes e das milícias dos nacionalistas.

–Mas essas instituições, que são profundamente conservadoras, como aceitavam o lado revolucionário do nacionalismo?

–Era um ponto de conflito, mas não muito grave. Tomar a agenda social da Igreja significa dizer que a direita também pode propor, como a esquerda, uma ordem social mais justa. E isso é algo que os conservadores não sonham falar. O mesmo com o assunto de fundar movimentos onde o povo que usa uniforme e segue ordens, a militarização da política: enquanto não se usasse armas, o Exército poderia tolerá-lo.

–Você fala da influência do nacionalismo argentino. Isso se traduziu em poder? Em nomeações?

–Não tanto como na Itália ou Alemanha, obviamente, mas a maioria dos movimentos fascistas europeus - e chamar de fascista o nacionalismo é um tema que se debate - tampouco conseguiram tanto poder. Os nacionalistas que rodearam a Uriburu no golpe de 1930 ganharam cargos: alguns interventores provinciais, como Carlos Ibarguren, foram nacionalistas e houve uns 30 funcionários que provinham dessa corrente. Depois, esteve o governo bonaerense (buenairense) do conservador Federico Martínez de Hoz, que evoluiu até o nacionalismo e nomeou vários deles em postos chaves, mas durou pouco; o presidente Justo interveio na província. O governo militar de 1943 foi nacionalista em muitos aspectos e teve ministros como Hugo Wast, Gustavo Martínez Zuviría. E tomaram medidas da plataforma nacionalista, como a educação católica em escolas públicas. Também exerceram certo poder de modo informal, como colaborando com o Estado na repressão da esquerda, informando sobre judeus e supostos subversivos...

–Já o faziam nos anos trinta...

–Sim, já nesses tempos.

–Este relativo poder que os nacionalistas argentinos conseguiram se compara com o que conseguiram no Chile e no Brasil?

–Não, no mais mínimo. No Chile o máximo que conseguiram foi eleger três deputados. Em 1938, os nacis - com "c", como eles escreviam - trataram de tomar o poder pela força e foram duramente reprimidos, com muitos mortos. Curiosamente, pouco depois houve eleições e os nacis apoiaram a Frente Popular, que ganhou. Deve ser o único caso na história de um grupo fascista que seja parte de uma Frente Popular. No Brasil, os nacionalistas estiveram um pouco melhor que no Chile, mas menos que na Argentina. Eles foram úteis a Getúlio Vargas quando tratava de consolidar sua ditadura e quando em 1935 reprimiu duramente a esquerda. Mas em 1938 os havia repudiado e os liquidado.

–E Perón?

–Perón adotou muitas ideias nacionalistas, mas não lhes deu espaço nem poder, não se aproximou deles. Os via por demais aristocráticos e sabia que o viam como bastante populista e que eles não gostavam de Evita. Como dizem amargamente muitos nacionalistas, ele lhes roubou consignas como a da soberania econômica. E há algo a dizer de Perón: ainda que tenha recebido os nazis europeus, também lhes deu um lugar proeminente e inovador de reconhecimento aos judeus argentinos e entendo que foi o primeiro presidente a ir a uma sinagoga.

–Que influência tiveram na cultura?

–No Chile e no Brasil tiveram alguns intelectuais proeminentes, mas quase nada de influência. Nem sequer se vê esse costume de pôr interventores nacionalistas nas universidades a cada golpe que faziam os militares argentinos. O grande êxito dos nacionalistas aqui foi criar e impor o revisionismo histórico, algo que nenhum outro nacionalismo pode fazer, criar sua própria escola histórica e fazer com que até muito pouco tempo fosse a interpretação mais popular da história argentina. É extremamente importante.

–É possível falar como algo do passado os nacionalistas?

–Sob risco de ser míopes. Muitas vezes ressurgem, depende de como anda a economia, do espaço que tenham no cenário político e do poder que podem exercer os conservadores. Se se sentem representados, como com Carlos Menem, não há problema. Se não, podem começar a manobrar até a direita radicalizada.

Fonte: Página 12 (Argentina)
http://www.pagina12.com.ar/2000/00-09/00-09-10/pag14.htm
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Neonazismo na Ucrânia, notas

A quem quiser ler o link original (em inglês), segue abaixo:
Neo-Nazi Organizations in the Ukraine
http://www.globalresearch.ca/neo-nazi-organizations-in-the-ukraine/318

De Liudmila Dymerskaya-Tsigelman e Leonid Finberg
Global Research, December 17, 2004
The Vidal Sassoon International Center for the Study of Antisemitism: 1 April 1999
Antisemitism of the Ukrainian Radical Nationalists

Com um adendo de alerta pesado sobre este site: este site canadense Global Research, apesar do nome "pomposo", é enviesado ao extremo, o que compromete as informações no mesmo. Sites de informação muito enviesados costumam distorcer informação propositalmente, que é algo que se critica constantemente na mídia brasileira por adotar esta postura (manipulação com informações).

Se alguém for procurar este mesmo link acima colocando as palavras "neo-nazi" e "Ukraine" no Google, vai achar pilhas de links com matérias recentes sobre o golpe na Ucrânia e não este texto. O link deste texto estava salvo por isso foi possível encontrá-lo com o fim do Orkut.

Só estou repassando o link acima pois este texto foi colocado no ar muito antes (anos antes) do golpe de Estado na Ucrânia este ano (dado por forças de extrema-direita aparentemente antagônicas mas não tanto, neoliberais alinhados com a UE e neonazis), ou seja, este texto não foi influenciado pelos acontecimentos mais recentes na Ucrânia. Mas principalmente em razão da bibliografia citada no texto caso alguém queira checar. É essa uma das partes mais positivas do texto.

Foi através dela que deu pra chegar a esse livro:
Inventing the Jew. Antisemitic Stereotypes in Romanian and Other Central-East European Cultures

De Andrei Osteanu, sobre o antissemitismo na Romênia e outros países do Leste europeu. Resenha (em inglês) aqui.

A quem quiser mais infos sobre antissemitismo e neonazismo (extrema-direita) na Ucrânia, confiram o link:
http://www.nebraskapress.unl.edu/product/Inventing-the-Jew,674083.aspx
E em sua busca por "Ukraine": Link2, que também mostra resultados mostrando textos sobre a extrema-direita na Rússia e em outros países.

Como o blog tem recebido visitas de gente da Romênia com um forte "amor" a 'judeus', "comunistas" e quem essas figuras bizarras fascistas visualizam como inimigos ou rotulam tudo contrário a eles, é bom mostrar o papel podre dos fascistas romenos perseguindo minorias e suas psicoses já que adoram posar de vítimas depois desses fascistas terem sido repelidos e reprimidos na Romênia. Fascistas não foram vítimas na Romênia e sim algozes, por isso, menos choro ao chiar.

Esse pessoal podia se juntar às manifestações com as "Bolsonaretes" pedindo "volta da ditadura" pra máscara de "democratas" (se é que tinham) cair de uma vez. O PSDB, os liberais de araque do país (que são um bando de autoritários defendendo liberalismo radical econômico pra beneficiar corporações e bancos e arrocho), junto com a mídia oligopolizada, já que abriram a fossa da extrema-direita no Brasil e o mal cheiro tá chegando pra todo mundo.
Atos pró-ditadura geram constrangimento à oposição

Enquanto em 1984 o povo, mais esclarecido que esse bando de bestas do link acima, ia em massa às ruas pra pedir o fim da ditadura, abafado por esta mesma mídia que adora falar em "liberdade" sendo que a mesma surgiu na ditadura (sugando as tetas da mesma):
Insatisfação com a ditadura eclode nas manifestações das Diretas Já!

A tal extrema-direita mais organizada (não é a que o pessoal aqui costuma discutir, no caso os "revis"), defende um liberalismo econômico radical e um alinhamento do Brasil como capacho dos Estados Unidos, que é a posição defendida desde o término da segunda guerra por esses "liberais".

Para a turma "revoltando" que vai na "onda" da mídia, a mídia no Brasil não quer implementar "regime nacionalista" algum como alguns mais à direita (minoria) acabam achando. A mídia (do oligopólio) utiliza esse pessoal como bucha de canhão pra desestabilizar governos com políticas nacionais, mesmo que moderadas (a avaliação disso, políticas nacionais, varia obviamente de pessoa pra pessoa). Por que acham que a mídia opera pra tirar determinados partidos de cena? Pensem nisto antes de dar apoio a Bolsonaros e cia, os capachinhos do governo dos EUA, já que parte de vocês "amam" as políticas do Tio Sam (governo dos EUA).

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A mídia brasileira expele preconceito abertamente sem regulação ou punição. O caso Mainardi

A quem não viu, vou deixar dois links aqui com o vídeo. Um vídeo é mais curto e está hospedado no Vimeo, o outro é mais completo pra quem quiser assistir o resto da boçalidade do indivíduo, ou melhor, do que eu vi pois evito assistir esse tipo de programa "bovino" (quem assistir o vídeo entenderá o uso da expressão) e o gado que comenta nele:
Manhattan Connection: “O Nordeste sempre foi bovino”
O que Dilma quis dizer com “Não vai ficar pedra sobre pedra”

Antes de começar a comentar o caso, é por essas e outras que eu me aborreci pra valer com gente vindo citar ou mencionar blogs/sites "revisionistas", e quando a gente apontava o problema da mídia incitando o extremismo no país através de certas revistas ou da TV, simplesmente a opinião da gente sobre isto era deixado de lado, ignorada.

Eu acho bizarro que pessoas que se jogam numa cruzada contra o antissemitismo, preconceito etc ignore tão cegamente quem de fato incita a proliferação de sites de ódio na rede: é a mídia brasileira sim (parte dela). Se você quer combater preconceito no país não pode correr da crítica à mídia.

Por isso que me recuso a discutir o assunto "revisionismo" e afins com quem não levar essa questão da mídia em conta, pois não adianta meia dúzia ficar indignada seletivamente com o negacionismo do Holocausto deixando de lado críticas a emissoras de TV e jornais/revistas (um exemplo explícito disso: a Revista Veja da editora Abril) que abrem espaço prum cretino como este do vídeo proferir todo tipo de absurdos possíveis que em um país com democracia mais consolidada, este indivíduo seria severamente rechaçado pela sociedade e sofreria algum tipo de retaliação política ou jornalística.

Mas voltando ao assunto, o indivíduo do vídeo se chama Diogo Mainardi, cidadão ítalo-descendente de São Paulo, que reforça no vídeo que é paulista antes de ser brasileiro "neste momento", com a velha mitomania separatista paulista (o discurso), e de que o Brasil está "abaixo" de um estado da federação, quando isto é algo falso (sempre foi), como todo discurso fascistoide.

Pois bem, ele diz tanta besteira em um trecho de apenas 2 minutos e 33 segundos que se for rebater pedaço por pedaço o que ele diz (e não é só dessa vez que ele profere asneiras deste tipo, ele SEMPRE diz besteira), você faria um post quilométrico onde só meia dúzia acabará lendo (numa hipótese otimista).

Em todo caso, vale a pena citar alguns antecedentes deste programa que agora é exibido no canal fechado Globo News da Globosat que pertencem ambas as Organizações Globo, que é o maior grupo de mídia do Brasil e que funciona quase como um monopólio. A Globo (como é mais conhecido este grupo) é parte do famoso oligopólio de mídia que a gente vem citando nos últimos posts.

Este programa já contou com a presença de um antigo tagarela de direita, ex-trotskista (estou convencido que todo trotskista é um potencial fascista, é impossível haver tanta coincidência de tantos ex-trotskistas virarem fascistas ou radicais de direita) chamado Paulo Francis. Pra quem não conhece o caso, este cidadão neste mesmo programa, ainda no governo FHC (Fernando Henrique Cardoso) chamou a cúpula da Petrobras de corrupta defendendo a privatização da Petrobras (ainda vigorava na TV a defesa escancarada das privatizações de todas as estatais brasileiras sendo a Petrobras estratégica pra economia do país, e este discurso ainda vigora, de forma velada ou não) acusando os diretores da Petrobras de terem dinheiro na Suíça, sem provas.

Consequência disto? Ele viria a falecer em decorrência dessa acusação imbecil e leviana que fez, acusação feita neste mesmo programa que abre espaço pra figuras deste tipo.

Leiam o resumo abaixo do caso. Link.
Última polêmica e morte

Em inícios de 1997, no programa de TV a cabo do qual participava, Manhattan Connection, transmitido pelo canal GNT, Francis propôs a privatização da Petrobras e acusou os diretores da estatal de possuírem cinquenta milhões de dólares em contas na Suíça – acusação pela qual foi processado na justiça americana, sob alegação da Petrobras de que o programa seria transmitido nos Estados Unidos para assinantes de canais brasileiros na TV a cabo. Como Paulo Francis acusou sem provas, tinha a certeza que seria condenado e pagaria indenização milionária aos diretores da Petrobras. Com a iminência do processo milionário Paulo Francis sofre estresse profundo.

Francis acabou por morrer de um ataque cardíaco, diagnosticado, em seus primeiros sintomas, como uma simples bursite. Era casado com a jornalista e escritora Sonia Nolasco, com quem viveu por mais de vinte anos. Seu corpo embalsamado foi trasladado de Nova York para o Rio de Janeiro e enterrado no jazigo familiar do Cemitério de São João Batista.

Como dá pra ver acima, a irresponsabilidade e inconsequência deste programa vem de longa data, com consequências fatais pro antigo falastrão do mesmo que morreu por falar besteira demais contra gente graúda que acionou a justiça dos EUA que não trata este pessoal da mesma forma que a justiça brasileira trata.

Um bando de gente pernóstica, com conteúdo pra lá de questionável, em um programa com um nome pra lá de provinciano (colocar nome em inglês num programa visto por pessoas que falam português é de uma cafonice/caipirice atroz), defendendo pautas de direita, econômica ou política ou repetindo a pauta da direita liberal e neocon dos EUA.

Pois bem, voltemos ao tempo presente e ao Mainardi e suas falas bovinas. Ele diz isso sobre o "Nordeste":

Mainardi: "O Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi bovino, sempre foi subalterno, em relação ao poder, durante a ditadura militar, depois com o reinado do PFL, e agora com o PT. É uma região atrasada, pouco educada, pouco instruída, que tem uma grande dificuldade pra se modernizar, e se modernizar na linguagem... a imprensa livre, a liberdade de imprensa, é um valor que vale de metade do Brasil pra baixo, e nessa metade do Brasil pra baixo onde a Dilma é minoria, e uma pequena minoria, eu sou paulista antes de ser brasileiro neste momento, são 66% de paulistas que votaram contra ela, é todo mundo empresarial, é a economia brasileira inteira votando contra este partido, é toda a imprensa ou o conceito da liberdade de imprensa num tá do lado dela. Então, tudo que representa a modernidade tá do outro lado, então ela não pode jogar uma ponte tão facilmente assim..."

L. Mendes: "Mas o Nordeste não cresceu percentualmente mais que outras partes do Brasil?"

Mainardi: "Eu suponho que sim, quer dizer, quando você sai da miséria esse primeiro salto, você pode ter inclusive distribuindo um dinheirinho, que não é lá..."

Aí ele é interrompido pelo outro "especialista" e prossegue.

Já tá de bom tamanho a transcrição acima, quem tiver saco que transcreva o vídeo inteiro ou assista.

Mas vamos lá, quais os erros do bovino acima? Praticamente tudo.

O indivíduo profere um discurso senso comum, bem arraigado em São Paulo por décadas de doutrinação do discurso de "locomotiva do Brasil" (que agora é a Maria Fumaça sem água) e todo aquele discurso fascistoide que surge ou é criado pra justificar o poder da elite ascendente de algum lugar. Quando a elite de São Paulo começou a ascender politicamente e economicamente, ela começou a forjar esses "mitos fundadores" pra justificar o poder como o "mito dos Bandeirantes" porque era um estado sem "passado glorioso" algum, não tinha tido relevância política no Brasil colônia. Esta criação de mitos é algo que ocorre em vários lugares e nem sequer chega a ser algo original. Tem isso em todo canto, Catalunha, Inglaterra etc, e estados brasileiros.

O mais engraçado é ele se vangloriar disso quando com um sobrenome italiano desses ele está bem longe dos ditos Bandeirantes ou dos nomes indígenas de São Paulo, adotados nesta época.

Por que digo isso? Porque como já foi citado aqui no blog nos posts:
A Invenção do Nordeste (livro). Pra entender o Brasil atual e suas divisões artificiais criadas na Era Vargas
Sobre preconceito regional. Mais sobre História do Brasil
Os tais "nichos étnicos" no Brasil. Sobre o racismo e preconceito regional contemporâneo no Brasil e sua origem (mais sobre a ideologia de branqueamento do Brasil)

Todo esse discurso que ele cita parcialmente acima, entupido até a medula de preconceitos e crenças de superioridade pra justificar o poder de determinado local, é falso ou no caso, por ele não conhecer a história do país e só a mitologia do estado natal dele, ele repete essas asneiras convicto de que é essa a "versão final" da História do país, quando não passa nem perto.

E por que isso acontece? Vejam quantas pessoas citam na mídia ou mesmo em sites etc, bibliografia e livros sobre a formação do país. Quase nenhuma. Pode procurar pela internet que você acha porcamente material sobre isto. Por esta razão que eu disse que o mal desse país é o desconhecimento pesado do povo sobre sua história e a repetição incessante de mitos.

A mídia reproduz este discurso décadas a fio e isso fica arraigado no sendo comum de alguns estados e cidades. O curioso é que a figura dele, Mainardi (pruma parte da população do país), é visto como "referência intelectual", e é aí que a repetição desse discurso faz estrago. Dito numa emissora pra milhões de pessoas que não lerão obviamente nada sobre que rebata essas baboseiras dele e acharão que ele está certo porque a fala é "convincente" (não precisa estar certo, basta parecer que está pra boa parte das pessoas).

Quando ele recorta a história do Brasil a um período de 50 anos ou mesmo 100 anos, ele ignora que a história de um país começa na sua "fundação" (por assim dizer), ou mesmo antes disso (nas civilizações pré-Cabral), e não quando os avós dele chegam ao Brasil. Ele pode achar que a história do Brasil começa quando os ancestrais dele (família) chegam ao país (e se acha isso, acha errado), mas a história da família de milhões de brasileiros começa lá atrás, em 1500 ou antes. São mais de meio milênio de história pra ser rifada porque um bovino radicaloide ignorante não conhece ou despreza isto. O desprezo se dá por um misto de recalque, ignorância e petulância (esnobismo).

Como já foi dito no post do livro "A invenção do Nordeste" e outros, o eixo do país por mais de 300 anos (3 séculos) foi fixado em alguns estados ou cidades, como Recife, Salvador e interior de Minas. As cidades naquela época (e até hoje) tinham um peso muito grande em relação a um estado (que eram chamados de províncias). Salvador (capital da Bahia) foi capital do território brasileiro por mais de 300 anos, a capital do país por mais tempo, seguida depois pelo Rio de Janeiro e atualmente Brasília.

Com a vinda da Família Real portuguesa, fugindo do cerco de Napoleão à Lisboa em 1808, esse centro de poder, centro econômico, de colonização e militar citado acima é alterado pra cidade do Rio de Janeiro que é onde a família real (a corte portuguesa) se fixa depois de se alojar no interior do Rio.

O Rio passa a ser então o centro do poder econômico, militar e intelectual do decadente Império Português que com sua metamorfose forja uma monarquia no Brasil que só é deposta em 1889 com a instauração da República, que cria o primeiro governo de brasileiros de fato.

Até a década de 50 do século XX, a cidade mais rica do país era o Rio de Janeiro, que então é ultrapassada por São Paulo. Ou seja, a mitificação que ele fez de São Paulo tem pouco mais de 50 anos contra quase mais de 400 anos de história que ele simplesmente desprezou por ser ignorante, pedante, prepotente, tapado e bairrista (pra pegar leve nos adjetivos a ele, pois na verdade o que eu penso dele é bem pior que esses adjetivos).

Ninguém consegue compreender o Brasil por essa mitologia que o Mainardi repete no vídeo, ele pode repetir isso pra se vangloriar estupidamente como já vi vários fazerem (é o orgulho dos tolos), mas pros brasileiros (e estrangeiros) que querem entender o país de fato, o que ele disse é uma besteira vulgar mas que não deixa de ser a mentalidade de certos setores de alguns estados do país.

Quando uma determinada elite começa a ficar refém dos próprios mitos é sintoma de decadência, que é o que está acontecendo com São Paulo atualmente.

Mainardi fala de "todo um mundo empresarial" como se São Paulo se resumisse a empresários por ter o maior parque industrial do país por vários erros cometidos pelos governos centrais (federais) brasileiros antes de Lula concentrando a produção industrial do país em um só estado, atrofiando a distribuição de riquezas do país e criando as famosas desigualdades regionais.

Multinacionais não são nem nunca foram mérito de um estado, são só investimentos trazidos via governo federal, estrategicamente ou não.

Por que falo de governos federais? Porque o desenvolvimento paulista, que ele tanto se orgulha, teve o dedo (a mão, o braço) pesado do Estado brasileiro, influenciado por essa elite ascendente no final do século XIX, pra que concentrasse a maioria das indústrias do país (multinacionais principalmente) em um estado ou dois, o que gerou essa disparidade econômica e regional no Brasil. Algo como o que a China fez no final dos anos setenta (aquele "boom" de desenvolvimento acelerado pegando a etapa tecnológica mais avançada do capitalismo).

Não foi algo espontâneo e sim forjado.

Ao contrário do que ele fala, a desigualdade regional brasileira não é "geração espontânea", "natural", foi algo criado por erros de vários governos federais concentrando o desenvolvimento industrial (capitalista) em algumas unidades da federação visando num futuro espalhar esse desenvolvimento pelo resto do país e que nunca havia saído do papel até o Lula virar presidente. Esta concentração de indústrias em São Paulo agora começa a mostrar o colapso pois chegou a uma saturação. Já havia chegado desde os anos noventa mas vai ficando mais visível pois não têm mais pra onde se expandir dentro de um mesmo estado.

São Paulo não tem mais espaço físico pra crescer e o capitalismo se expande e não quer saber de limitações geográficas impostas por bairrismo de A, B ou C. Isso o Mainardi e os bovinos ao lado dele não conseguem entender, ou se entendem fazem de conta que "não entendem".

Compreende o porquê da crise em São Paulo e não no Brasil, Mainardi? Agora tá começando a ficar claro o porquê do contorno bairrista que São Paulo protagonizou nesta eleição. Por eu ser de um estado que passou pelo menos processo (de declínio), a gente percebe facilmente o que se passa.

É tanto que várias indústrias desde a década de 90 saem lentamente de SP (a Ford foi pra Bahia ainda com FHC) e começam a se espalhar por todo território nacional. Ao invés da "inteligência rara" bovina com tinturas fascistoides do vídeo entender o que se passa, o que ele faz? Repete um monte de besteira vomitando seus preconceitos arraigados (por nunca ter lido nada sobre história do país) e fica por isso.

A emissora de TV responsável por essa peça grotesca, esse lixo de quinta categoria, não dá espaço a quem pensa diferente dele ou a quem tem conhecimento sobre isso ir a esse tipo de programa e rebater o que ele profere. Nunca vi esta emissora colocar um Evaldo Cabral de Mello pra discutir com um pústula desses, pois ocorreria um verdadeiro massacre onde todo mundo ficaria com "pena" dele.

E ele vem falar de "liberdade de imprensa" com uma imprensa amordaçada dessas? Só sendo piada.

Onde a maioria das retransmissora locais de TV do país (das áreas que ele diz que não tem "liberdade de imprensa") retransmitem os programas dessa área supostamente "livre" onde nesta mesma emissora do vídeo a maioria dos que comentam são de direita ou de extrema-direita por não haver pluralidade de opinião, uma amostra viva de "liberdade de imprensa" que ele prega pra "deixar inglês com inveja".

O que ele diz é tão estúpido e primário que chega a ser ridículo comentar essas coisas, mas muita gente vai repetir a baboseira dele como "verdade absoluta". O pior de tudo é isso.

Ele fala no vídeo de reinado do PFL. Pois bem, eu sou pernambucano, conheço bem o "reinado" dessa desgraça chamada PFL, atual DEM, pois PE era um dos corações desse partido arcaico e filhote da ditadura.

Olha só os adjetivos que eu uso pro PFL, e tem piores, a aversão que parte da população tem desse partido é tão profunda que muita gente de fora de PE que não está acostumada com os termos se assusta. Teve gente assustada por eu chamar o traíra Eduardo Campos (que a Globo "canonizou" como "santo" pro resto do país, um dos maiores erros do Lula) de Calabar e afins. 'Calabar' é a "honraria" (nome) mais "distinta" que um traidor de Pernambuco e do Brasil pode receber, pelo menos é como vejo um traidor do Estado.

Eu sempre chamei o PFL de partido de jagunço, e em PE ele era apelidado de "forças do atraso" junto com a Direita do Estado. Mainardi, você só está repetindo, sem saber, coisas que nós pernambucanos (de esquerda) dizemos sobre o PFL, porque nem cabeça pra inventar um rótulo você tem pois desconhece esses detalhes. A aversão ao PFL quem fomentou foi a gente, temos orgulho disso, libertar Pernambuco e o resto do país deste partido arcaico foi de fato libertação, saudações à Bahia por terem se libertado disso, tanto que ninguém sente falta do PêFêLê (como a gente jocosamente o chamamos) só os antigos "coronéis" desse partido arcaico.

Só que ele não comenta que o PFL fez prefeito no Rio e mandava em Santa Catarina até um dia desses com os Bornhausen e era uma força política no Sul do país comandada por políticos da região Nordeste que ele tanto fala. Como pode uma força política de uma "região atrasada" mandar em uma "região desenvolvida"? Isso não te deixa intrigado, Mainardi? Vai ver que é porque somos um só país, apesar dos chiliques de você e de mais gente que pensa como você. Olha só, com ligações "invisíveis" entre estados, mas só pra quem é recheado de preconceitos, ignorância e crendices mitológicas.

Ou seja, o Mainardi bovinamente ignora até coisas recentes do país. Ele diz em resposta ao outro jornalista que "suponho que sim" em relação ao desenvolvimento regional do Nordeste com o Lula e a Dilma porque não sabe absolutamente nada do que foi investido na região nos últimos 12 anos.

Por sinal, foi por conta disto (desenvolvimento industrial) e não de "bolsa família", onde o estado dele é o segundo beneficiário do programa (com tantos ricos tem uma verdadeira coqueluche de miséria dentro por gente egoísta e ideologicamente cega como ele), que esta região em peso votou no governo atual. Não foi por conta de "bolsa família", cidadão, foi por conta de coisas mais pesadas como desenvolvimento industrial. Não só o NE como boa parte do país, inclusive o Sudeste, tirando essa doutrinação e lavagem cerebral que a elite paulista fez e faz em São Paulo.

A quem duvidar, podem ler e ver o mapa do gasto por estados (todos os estados do país recebem):
Bahia lidera número de beneficiários do Bolsa Família no país
SP: vice-campeão de Bolsa Família
Ganho de votos de Dilma no 2º turno não tem relação com Bolsa Família
Quanto o Bolsa Família custa para o seu bolso?

E tem mais dados sobre essas mitificações que a extrema-direita neoliberal brasileira cria e propaga.

Mas ele nunca ouviu falar disso? Estaleiro Atlântico Sul, polo industrial de SUAPE (link2), FIAT etc? Isto é "bolsa família", Mainardi? Ressuscitar a indústria naval do país é "bolsa família"? Uma multinacional automobilística é "bolsa família"? Vai se tratar, cara.

Deve ser esta de fato a razão da fúria da figura e de gente que pensa como ele, a mudança de foco de investimentos no país, ou no caso, o não esquecimento de uma região em detrimento das outras. O bovino do vídeo tá com "raivinha" por isto? Eu creio que é mais provável que sim, o "bolsa família" é só o vômito (desculpa) do ódio classista do indivíduo pra externar este sentimento de raiva e descontentamento por não saber ou não querer apontar as causas de fato disto.

Isto pra citar o que a gente mais conhece em só um estado, pois o investimento foi geral e também em outros estados de outras regiões como o petróleo no Rio (Olimpíadas etc), enquanto o governo tucano de São Paulo pra manter o próprio poder, com uma imprensa vendida e sem vergonha, se isola nacionalmente com esse discursinho secessionista que mascara a decadência por incompetência deste partido neoliberal, de uma elite que já provocou guerra civil como a de 1932 contra a União (Estado Brasileiro). Que jogou o próprio povo numa guerra fratricida como bucha de canhão por seus interesses mesquinhos.

O Mainardi e gente como ele chiam com um programa social de erradicação de miséria e pobreza mas nunca vi ele relinchar contra os juros altos e o repasse disso a banqueiros, que provavelmente ele deve lamber a sola dos seus sapatos. O "bolsa banco", o Mainardi e essa "classe média/média alta/abastada" "limpinha" nunca reclamam ou chiam, o negócio deles é ódio a pobres etc. O "bolsa família" pra erradicar pobreza extrema é a "encarnação do capeta", mas dinheiro pra rico e banco é "lindo" pra esse pessoal.

Interessante... antes disfarçavam, agora escancaram esses "sentimentos primitivos".

Aproveito e deixo aqui uns links sobre os mitos difundidos sobre esta eleição na mídia partidarizada do país:
Contra a histeria: os 7 mitos da eleição
52% x 48%: a mesma diferença nos EUA e no Brasil; mas compare as manchetes...

E mais um adendo, o Nordeste não é um estado da federação, não tem hino ou bandeira (sempre repito isso), se alguém conhecer o hino e bandeira do Nordeste me avise, eu estou louco pra saber como é. Eu sei como é a bandeira de Pernambuco, da Bahia, do Ceará, mas do Nordeste eu desconheço.

E Nordeste não é o "semiárido" brasileiro, como Asa Branca não é a música tema do Recife (onde se toca o frevo), Nordeste é antes de tudo uma região geográfica criada na Era Vargas e só (conforme o link acima do livro que trata disso) como o Sudeste etc. Nordeste pra história de Pernambuco e demais estados é uma criação recente, e me irrita ver pernambucanos repetirem esse discurso regional passando por cima da identidade do Estado, não sou só eu que detesto isso, conheço muita gente que odeia essa postura e combate, como os demais estados da região não deveriam anular sua identidade local pra assumir uma identidade cultural regional imposta por uma ditadura.

Por isso que eu rejeito essa identidade, não é por renegar a região e sim porque jamais engolirei ou me submeterei à identidade imposta por forasteiros e ditaduras. Eu sou de fato contra o preconceito regional, vou até a raiz do problema, por isso que não gosto desta babaquice de "nação nordestina" e essas invencionices ridículas e caricatas que criam reforçando certos preconceitos achando que estão combatendo. Colocam as pessoas como "algo à parte" do país e o que os caras fazem? Reproduzem a caricatura forjada se colocando como "algo à parte".

Falar que "Nordeste" (além do erro de se referir a região e não a estados, por pedantismo e burrice) é uma região subalterna ao poder quando meu Estado foi o único estado do país desmembrado como represália pela rebeldia (três revoluções em 1 século Link1, Link2, Link3, área desmembrada de PE e anexada à Bahia Link2 fico devendo o mapa mas dá pra achar fácil), foi o único estado do país a de fato se separar do Brasil dominado por Portugal, quando do golpe de 1964 já tinha tropas do exército em Pernambuco pra depor Arraes com medo de focos de resistência (e foi, vide o atentado no Aeroporto dos Guararapes) contra o golpe de estado, chega a ser escárnio a ignorância bovina deste cidadão.

Mainardi, não me faça rir do vídeo. Teve gente que ficou ofendida com isso, eu realmente não sei se rio ou se fico com pena. Só acho que uma emissora de TV jamais deve dar espaço a pessoas como você vomitar essas asneiras em cadeia nacional.

Por justamente ser rebelde, Pernambuco foi um estado bastante reprimido militarmente, politicamente e economicamente pelos antigos governos federais (Monarquia e República), porque representava um perigo pra "ordem vigente" alinhada antigamente com Portugal, e depois com o Reino Unido e Estados Unidos. Não há "bovinice" alguma nisso, pelo contrário, vocês se pelam de medo do nome "rebelde", "libertário" etc. Refiro-me a libertário no sentido nobre do termo e não com a estultice que esses liberais de araque (de meia tijela) do Brasil e dos EUA ficam pregando.

SUAPE (o porto e polo industrial) foi sabotado pelo presidente que o bovino Mainardi e essas figuras esnobes deste programa idolatram, FHC (Fernando Henrique Cardoso), o algoz de Pernambuco, que eu sempre chamo de "sociólogo vendilhão" da pátria (cuidado que ele pode privatizar teu olho se você estiver lendo este post) e por todos os governos federais antes dele, só sendo de fato concluído com Lula.

Aí chega uma anta dessas em cadeia nacional e fala que o povo só votou por "bolsa família", piada.

Por sinal, este é um programa correto, que existe em vários países desenvolvidos pra combater a pobreza. Isto é política de país desenvolvido e que é tratada com ódio e desprezo por gente como você, Mainardi, e que o candidato derrotado dele não ousou atacar na campanha quando o partido dele chamava o programa de "bolsa esmola" com um desprezo e ódio profundos, num reducionismo atroz já que São Paulo é o segundo estado do país beneficiário do programa sendo o estado mais rico da federação, isto sim caso de estudo.

Mainardi, você deve estar sabendo como está a Cantareira, não? Secando. Olha a foto abaixo:


Mainardi, dá uma olhada nas indústrias saindo de São Paulo pela falta d'água provocada pelo partido que você e o empresariado (bovino) votaram:
Prevendo crise hídrica em SP, empresas investem em outros Estados
Seca recorde pode afetar abastecimento de água de São Paulo até outubro
Mesmo com chuva, níveis do Cantareira registram nova queda
Sistema Cantareira registra nova queda e chega a 12,7%

Pois duvido que empresariado de multinacionais embarcarem numa barca furada dessas de ódio sectário por bovinice. Afinal, eles não queimam dinheiro.

Multinacional não fica com essa choradeira de levar a sério propaganda e discurso da Guerra Fria de "perigo cubano", "perigo bolivariano" e afins propagados por um bando de imbecis. Os EUA não dão a mínima pra essas baboseiras desde a queda da União Soviética (1991), tanto que é o maior parceiro da China.

Nunca vejo esses direitistas do Brasil neuróticos com "comunismo", Venezuela, Chávez etc falarem da China. O papo deles é até "China I Love You". Eles só falam (malham) de Cuba, Venezuela, Bolívia e Coreia do Norte. E há inclusive contornos racistas em certos comentários com a Venezuela e Bolívia porque os líderes desses países não têm o biotipo "nórdico" (europeu) que essa direita fascistoide enrustida do Brasil idolatra.

Você fala em "liberdade de imprensa" e bla bla bla, mas veja o que seu papai propõe como liberdade requentando discurso golpista da Guerra Fria:
Mainardi e as Forças Armadas: A quem serve a Guerra Fria?

Vou parar por aqui. Viram por que eu disse que a fala dele era um amontoado de idiotices?

Agora, como eu posso levar a sério quem leva um idiota desses a sério? A gente evita endurecer o tom pra não ofender as pessoas, mas estamos chegando a um patamar crítico onde fica cada vez mais difícil evitar ofender.

A discussão sobre política na internet está ficando restrita a guetos por conta desse comportamento bovino, agressivo que o cara do vídeo encarna. Se acha ele radical, já vi piores. Pra se ter uma ideia do atoleiro da coisa, eu acho que tem "revi" lá no Rodoh que perto desses caras passaria por "humanista", e tá cheio de filhotes de Hitler por lá (vejam o tamanho da cratera do problema).

Um povo idiotizado que só lê revistas panfletárias e mídia partidarizada repetindo esses discursos de forma paranoica como "verdades". E quando são rebatidos, ficam furiosos e começam a xingar.

Ele encarna o comportamento infantilizado e grotesco de parcela da população, com pouco apreço à democracia e conhecimento, com profundo rancor (ele é visivelmente rancoroso, ressentido e amargo), mas que vive rotulando quem é de esquerda, nacionalista democrático, democrata/progressista etc como autoritário.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Retificando, sobre o post "sobrou pros portugueses".

Como não tirarei o post, coloco o link pro mesmo caso alguém queira ler, foi este aqui:
Sobrou pros portugueses. A onda de ódio político que a mídia brasileira incitou faz mais vítimas

Saiu o desmentido em sites de Portugal como este Ionline da artista das organizações Globo e a afirmação sobre Portugal, de que a afirmação foi feita por uma conta falsa no Twitter. Só que o jornal ou jornais não citam a conta.

O print que foi disseminado corta a url da conta do twitter, confiram no link abaixo (caso tirem do ar eu salvei a imagem):
Assessora de atriz brasileira desmente críticas a Portugal

A conta do twitter que tiraram print foi esta abaixo do link, achei a conta por curiosidade já que citaram que se trata de uma fraude. A conta continua ativa e dando a entender que é a pessoa porque usa foto e nome apesar de não ter uma verificação que o Twitter usa pra pessoas públicas e não nega que seja uma conta falsa:
https://twitter.com/LuanaPiovaniTV/status/526504332704108544
https://twitter.com/LuanaPiovaniTV/status/526859122353143808

O erro original foi dos jornais em não verificar a origem da conta.

O que confirma o que comentei no outro post que a imprensa de Portugal e da Espanha muitas vezes se equiparam a do Brasil (quando não chega a ser pior). Não quero fazer ranking de ruindade pois todas essas imprensas se nivelam por baixo.

Como eu não iria checar a conta originalmente, exceto agora que saiu essa matéria alegando que era algo falso, não deu pra checar o hoax de cara, porque não tenho realmente paciência de ler artista de TV brasileira escrevendo abobrinha no Twitter (a maioria deles só escreve bobagem).

Pra não cometer injustiça, a acusação falsa deve ser rechaçada, embora o tom emitido pelo tweet falso replicado dê conta da radicalização que rolou nesta eleição, reproduz o clima da coisa.

A pessoa por ser pública/conhecida (como se diz habitualmente), poderia averiguar (já que a conta usa o nome e foto da pessoa se passando pela mesma) quem está usando esta conta e espalhando esses comentários, porque a conta falsa está cometendo crime. E não se trata de um "troll" querendo fazer "brincadeira", e mesmo que fosse estaria cometendo crime do mesmo jeito. Citei o termo "troll" pois eles são conhecidos por fazerem este tipo de ataque cretino, mas a conta falsa não é um "troll" e está sendo usada pra fins políticos.

O que acho estranho é os jornais ou alguém que conhece gente da redação dos jornais (pois alguém repassou isso a essas redações) seguirem essas contas falsas e não se darem conta que são falsas.

Mas mantenho a crítica que fiz no outro post com o caso anterior de outra artista do mesmo grupo de mídia (Globo), até porque há outro caso (confiram no link) do tal Mainardi falando besteira (pra variar, é só o que ele bovinamente fala) no mesmo grupo de mídia, sem qualquer chamada de atenção por parte da emissora sobre o conteúdo preconceituoso proferido.

Este segundo caso seria o outro post, mas como fiz a retificação, fica aí o link pra quem quiser ler.

Eu não me sinto ofendido por idiotices ditas por um cara chamado Mainardi, nunca senti, pois acho que esse tipo de preconceito de gente estúpida se rebate mostrando o nível de inferioridade moral e intelectual que eles demonstram mostrando a quantidade de erros que eles comentam por se sentirem "superiores" (ele e outros quando emitem este tipo de comentário dão a entender nas entrelinhas esta mentalidade, mesmo que neguem) quando a manifestação visivelmente é fruto de um recalque incontido e ignorância pesada.

À parte o que eu acho pessoalmente de figuras como ele, o fato é que é grave uma emissora de TV abrir espaço pra gente desqualificada (sem educação, sem princípios, com intelecto pra lá de questionável) como este cidadão dizer todo tipo de absurdos sem qualquer contraponto pois vigora nestas organizações Globo uma espécie de "Macartismo" onde a maioria dos comentaristas/jornalistas desta TV (fechada e aberta) são de direita ou de extrema-direita, ao mesmo tempo em que mantém uma meia dúzia de progressistas pra não ser rotulada como emissora de extrema-direita ou de "partido político". Jogada política velha e manjada que só trouxa engole.

Lembrando que emissoras exploram concessão pública, mesmo sendo grupos privados, ou seja, não podem usar a concessão pra pregação de ódio e preconceitos e deveriam ser punidas por isto.

Em outro país um indivíduo desses, depois de um ataque ridículo desses, teria sérios problemas jurídicos ou relativos à imagem dele. Mas no Brasil até quando a coisa é recriminada pela maioria aparecem meia dúzia de imbecis ou mais defendendo a boçalidade de gente como este indivíduo.

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