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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A Espanha franquista foi pioneira no "photoshop" do "pudor" (pra censurar)

Cartazes de filmes mostram a censura durante a ditadura na Espanha. Livro mostra como o regime cobriu decotes na Espanha franquista. Atualizado em 26 de dezembro, 2013 - 09:56 (Brasília) 11:56 GMT

A Espanha de Franco

O livro La censura franquista en el cartel de cine (A censura franquista nos cartazes do cinema) nasceu a partir da pesquisa de Bienvenido Llopis. Segundo ele, os cartazes mostram os “ajustes que os artistas tiveram que fazer” para se adequar “a linha da decência” imposta pelo regime.

A personalidade de Francisco Franco começou a se impor na Espanha em 1936, ano do início da Guerra Civil Espanhola. Franco liderou os nacionalistas, que se opunham à jovem república estabelecida em 1931. O conflito foi um dos mais sangrentos da Europa e considerado um ensaio para a Segunda Guerra Mundial.

Com a vitória, em 1939, Franco tornou-se ditador e governou o país com mão de ferro até sua morte, em 1975. Nesse tempo, obras foram censuradas, inimigos perseguidos e as identidades regionais oprimidas, caso do idioma catalão, proibido por Franco.

O livro "La censura franquista en el cartel de cine" mostra vários cartazes de filmes censurados como “The Biggest Bundle”, de 1968. A atriz Raquel Welch, de biquini, teve o corpo coberto, mas as pernas continuaram à mostra, assim como o decote na versão espanhola.


Na publicidade do filme que na Espanha ganhou o nome de “Amor a la Inglesa”, desaparece a cama em que o ator Peter Sellers aparece entediado esperando a namorada. Já a lingerie da atriz Sinead Cusack é substituida por uma saia vermelha.


Lançado em março de 1934, o filme estrelado por Joan Crawford e Gary Cooper fazia sucesso na Espanha. Crawford, no entanto, ficou publicamente do lado republicano na Guerra Civil Espanhola, que culminou com a vitória franquista. Em 1942, o filme ganhou outro cartaz, no qual o nome da atriz desaparece.


Marilyn Monroe também foi alvo de censura franquista. O decote, considerado ousado, foi retocado, para não mostrar mais do que o regime franquista considerava moral.


Francisco Franco foi ditador da Espanha de 1936 até sua morte, em 1975. Durante esse tempo, o Gabinete de Censura Democrático foi encarregado de rever a publicidade dos filmes que chegavam ao país. Na foto, imagem retocada da atriz italiana Sophia Loren.


O livro "La censura franquista en el cartel de cine" nasceu a partir da pesquisa de Bienvenido Llopis. Segundo ele, os cartazes mostram os “ajustes que os artistas tiveram que fazer” para se adequar “a linha da decência” imposta pelo regime.


Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/12/131225_galeria_censura_franco_4_mm.shtml

Ver matéria completa (em espanhol): “La censura franquista en el cartel de cine”, el régimen vs el poder de la imagen
http://culturacolectiva.com/la-censura-franquista-en-el-cartel-de-cine-el-regimen-vs-el-poder-de-la-imagen/

Observação: pois é, um decote era "algo criminoso" pra "moral e bons costumes" dos fáscios (que vê perversão em tudo por só pensarem em sacanagem o tempo todo). Vai ver que "tesão" pros fáscios (no caso da matéria são os da Espanha, embora todos os fascistas seguem a mesma linha, ou seja, são farinha do mesmo saco) era isso:

Repressão na Espanha franquista
Um decote é "pecado", já usar o garrote (link2) e bater no povo de forma deliberada pra reprimir, deve/devia ser algum tipo de tara/fetiche/perversão sexual deles. Esses fascistas são uma 'gente meio "estranha": caso Max Mosley.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ciganos em Auschwitz - Parte 1 (Holocausto)

Para a Alemanha nazista os ciganos tornaram-se um dilema racista. Os ciganos eram arianos, mas na mente nazista havia contradições entre o que eles consideravam como superioridade da raça ariana e a imagem dos ciganos...*

Em uma conferência realizada em Berlim em 30 de janeiro de 1940, foi tomada a decisão de expulsar 30 mil ciganos da Alemanha para os territórios da Polônia ocupada ...

Os relatórios dos SS Einsatzgruppen [forças-tarefa especiais] que operavam nos territórios ocupados da União Soviética mencionam o assassinato de milhares de ciganos, juntamente com o extermínio em massa dos judeus nessas áreas.

As deportações e execuções dos ciganos veio sob autoridade de Himmler. Em 16 de dezembro de 1942, Himmler emitiu uma ordem para enviar todos os ciganos para os campos de concentração, com algumas exceções ...

Os ciganos deportados foram enviados a Auschwitz-Birkenau, onde um acampamento especial cigano foi erguido. Mais de 20.000 ciganos da Alemanha e de outras partes da Europa foram enviados para este acampamento, e a maioria deles foram gaseados lá ...

Wiernik descreveu a chegada do maior grupo cigano trazido para Treblinka, na primavera de 1943:
"Um dia, enquanto eu estava trabalhando perto do portão, vi os alemães e ucranianos fazerem preparativos especiais ... enquanto isso, o portão se abriu e cerca de 1.000 ciganos foram trazidos (este foi o terceiro transporte de ciganos). Cerca de 200 deles eram homens, e o resto mulheres e crianças ... todos os ciganos foram levados para as câmaras de gás e depois cremados"
Ciganos do Governo Geral [Polônia] que não foram enviados para Auschwitz e para os campos da Operação Reinhard foram baleados no local pela polícia local ou gendarms. Na região oriental do distrito de Cracóvia, nos municípios de Sanok, Jaslo, e Rzeszow, cerca de 1.000 ciganos foram mortos.

Extraído de. Yitzhak Arad, BELZEC, SOBIBOR, TREBLINKA - the Operation Reinhard Death Camps Indiana University Press -, 1987.,--páginas150-153--

De acordo com o Institut Fuer Zeitgeschicthe, em Munique, pelo menos 4.000 ciganos foram assassinados por gás em Auschwitz-Birkenau. (Ver contagem das vítimas em Holocaust Almanac)

Fonte: Site da Universidade Fordham/Nizkor*
http://www.fordham.edu/halsall/mod/gypsy-holo.asp
Tradução: Roberto Lucena

*Observação: este texto foi publicado originalmente em grupos de discussão da Usenet ou da Undernet (mais provável que tenha sido no da Usenet no grupo alt.revisionism), nos primórdios da internet. O site Nizkor apresenta uma cópia do texto da discussão original de 1993, ou seja, o texto tem quase 20 anos na rede:
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/camps/auschwitz/ftp.py?camps/auschwitz//gypsies.01

O interessante é ver no verbete da Wikipedia que a Undernet tombou devido as famosas Flame Wars provocadas por trolls, mesma causa do declínio do Orkut (do Google) e de várias redes/listas de discussão.

Ver também:
Ciganos em Auschwitz - Parte 2
Ciganos em Auschwitz - Parte 3

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mostra em Bayreuth expõe destinos de músicos vítimas do antissemitismo

Cultura

Dos ressentimentos antissemitas do próprio Richard Wagner até o Holocausto nazista parece haver um contínuo. "Vozes silenciadas" explora de frente aspecto delicado na história do clã Wagner.

O reboco está se soltando da fachada em algumas partes do Teatro do Festival de Bayreuth. No parque, logo abaixo do prédio, atualmente sempre cercado de curiosos, flores brilham coloridas. Cercas vivas, podadas com esmero, circundam o gramado recentemente cortado. O vento sopra forte por entre as folhas das árvores. Um punhado de visitantes passeia pelo terreno bem cuidado.

À primeira vista, parece ser apenas mais um verão na chamada "Colina Verde". Mas, desta vez, algo está diferente. Logo ao lado do busto de Richard Wagner – feito pelo artista-modelo do nazismo Arno Breker – foram recentemente montados 40 painéis cinzentos.

Maestro Franz Allers, um dos primeiros judeus expulsos do Teatro de Wuppertal

De longe, eles fazem pensar em lápides modernas e esta primeira impressão não é de todo equivocada. As placas trazem impressas fotos em preto e branco e breves biografias de músicos mortos há muito tempo, que participaram do Festival Wagner em Bayreuth e foram proscritos devido a sua origem judaica.

Portanto, as vítimas do furor nazista durante o Terceiro Reich não foram apenas dois músicos da orquestra do teatro – como até agora tem se afirmando, minimizando o terror. Pesquisas recentes provam que 12 músicos foram deportados para os guetos e assassinatos nos campos de concentração e extermínio.

Porém, como documenta essa mostra ao ar livre, alguns membros do clã Wagner circulavam como antissemitas convictos muito antes da tomada de poder por Adolf Hitler. De certa maneira, eles prepararam o solo para a catástrofe nazi-fascista já durante Império Alemão (1871-1918).

Tema delicado para o clã

Vozes silenciosas – O Festival de Bayreuth e os "judeus" de 1876 a 1945 é o título da exposição que informa sem rodeios sobre os mais recentes dados desta questão – com o aval das duas diretoras do festival. Naturalmente a mostra ganha certo potencial explosivo no contexto do Festival Wagner deste ano. E mais ainda devido à dispensa do barítono russo Evgeny Nikitin, acusado de portar no peito a tatuagem de uma suástica.

Barítono Herman Horner cantou em Bayreuth em 1928, morto num campo de concentração em 1942

A exposição no local e a mostra complementar na Nova Prefeitura podem ser visitadas até 14 de outubro. Partindo dos primórdios do evento dedicado à obra de Wagner, o foco também é a chamada "limpeza" das casas de ópera alemãs de todo o pessoal artístico de origem judaica, durante o regime nazista.

Entretanto a Colina Verde da cidade da Alta Francônia, Baviera constitui um foco especial. Para os historiadores, que se basearam em jornais e fontes históricas – mas que não puderam examinar todos os arquivos para realizar seu trabalho – a iniciativa é o sinal de uma abordagem cautelosa de um tema extremamente delicado para o clã Wagner.

Cosima: pior ainda

"Com seu panfleto O judaísmo na música e com os escritos anti-semitas, sobretudo em seus últimos anos de vida, Wagner naturalmente forneceu um quadro ideológico sólido para todos os seus sucessores", declara Hannes Heer, curador da mostra histórica.

"Ele era radicalmente antissemita. Sua visão era a seguinte: deportar os judeus da Alemanha em 1879", afirma o curador. O compositor tolerava o maestro Hermann Levi, embora considerasse a "raça judaica" como "o inimigo nato da humanidade pura e de tudo o que é nobre".

Apesar disso, Levi pôde até reger a estreia de Parsifal em 1882, embora somente por pressão do rei da Baviera Ludovico II. "[Wagner] o torturava, o humilhava. Depois o chamou novamente porque era também fascinado pela capacidade [de Levi] como regente. Mas, pelo menos, o compositor não exercia "terror psicológico" contra o maestro", ressalva o curador Heer.

Já com Cosima Wagner, a esposa, a história era outra. De certo modo, ela praticava uma "política de apartheid". Ao assumir o leme na Colina Verde, após o falecimento do compositor, ela parecia ter prazer em atormentar Levi e outros judeus, da pior forma possível. Sistematicamente, excluía os músicos judeus da lista de elenco.

Tradição contínua

Soprano Bella Alten, uma das 44 "vozes silenciadas"

Na nova prefeitura de Bayreuth, onde se encontra a segunda parte da mostra sobre o destino de 44 astros perseguidos da cena operística alemã, é também possível escutar novamente algumas das "vozes silenciadas".

Entre elas encontra-se a do barítono judeu Friedrich Schorr. Siegfried Wagner, filho do compositor, seguiu o curso antissemita de Cosima, e só entregou a Schorr o papel de Wotan na tetralogia O Anel do Nibelungo a fim de esvaziar os argumentos dos que acusavam Bayreuth de ter se degenerado em um local de culto nacionalista com toque antissemita.

Após uma cerimônia de caráter nacional germânico, acompanhada por palavras de ordem antissemitas, diversos jornais de gabarito haviam zombado que os festivais foram cooptados para comício partidário.

A mostra em duas partes documenta de forma vívida o quão cedo regentes do festival e membros da família Wagner – como por exemplo a nora do compositor Winifred, diretora do evento até 1944 – já simpatizavam com a ideologia nacional-socialista.

Trata-se, portanto, de uma tradição contínua, indo desde os ressentimentos antissemitas de Richard Wagner até o extermínio dos judeus nos campos de concentração de Hitler.

Autoria: Thomas Senne (av)
Revisão: Marcio Pessôa

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,16124253,00.html

segunda-feira, 5 de março de 2012

O escritor húngaro Akos Kertesz pede asilo ao Canadá

Em uma carta aberta publicada em agosto, Kertesz afirmou que seus compatriotas estavam suprimindo sua responsabilidade no Holocausto dos judeus húngaros

Cultura | 04/03/2012 - 18:44h

Budapeste (dpa) - O escritor húngaro Akos Kertesz solicitou asilo no Canadá depois de sofrer uma "campanha difamatória" em seu país, segundo denunciou hoje sua assessoria de imprensa. O novelista e roteirista judeu de 79 anos se encontra com sua mulher em Montreal desde o dia 29 de fevereiro, informou a mídia húngara. Kertesz solicitou no Canadá o status de refugiado devido aos "danos psíquicos e ameaças" sofridos como consequência de uma "campanha difamatória" na Hungria.

O escritor denunciou ter sido "insultado e golpeado em plena rua", o que assegura que pôs sua vida em perigo. O escritor, que tem vínculos com o Prêmio Nobel de Literatura Imre Kertesz, manteve nos últimos meses uma forte polêmica com o governo húngaro. Em uma carta aberta publicada em agosto, Kertesz sostentou que seus compatriotas estavam suprimindo sua responsabilidade no Holocausto dos judeus húngaros.

E escreveu: "O húngaro é geneticamente submisso ao governo". As afirmações provocaram uma dura campanha dos círculos próximos ao governo direitista, que tem como primeiro ministro desde 2010, Viktor Orban. No mês passado, a ativista romani Viktoria Mohacsi e ex-legisladora europeia também pediu asilo no Canadá.

Fonte: LaVanguardia.com (Espanha)
http://www.lavanguardia.com/cultura/20120304/54264159495/akos-kertesz-asilo-canada.html
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 26 de março de 2009

Norberto Toedter e a religião na Alemanha nazista

Por Leo Gott

O senhor Norberto Toedter, autor do livro “...e a guerra continua” e negador do Holocausto, publicou recentemente em seu blog (http://2a.guerra.zip.net/) um artigo denominado “A RELIGIÃO NA ALEMANHA HITLERISTA”, onde segundo ele (grifos meus):

Um tanto motivado pelo tema antecedente [o tema antecedente é um artigo sobre o Bispo Richard Williamson] , vejo-me tentado a abordar o deste título. Ao contrário do que é geralmente suposto ou até afirmado, na Alemanha daquele tempo o Estado não interferiu em questões religiosas, ao menos no que se refere às duas grandes religiões cristãs.

Segue abaixo trecho do livro “Ascensão e Queda do Terceiro Reich” de William Shirer (Editora Agir, 2008 – Volume II, pág. 432-433): (grifos meus)

Duas semanas antes, em 2 de outubro, o Führer esclareceu suas idéias sobre o destino dos poloneses, segundo dos povos eslavos a ser conquistado. Seu fiel secretário, Martin Bormann, deixou um longo memorando sobre os planos nazistas que Hitler encaminhou a Hans Frank, o governador-geral da parte remanescente da Polônia, e a outros funcionários.[3]
“Quanto aos sacerdotes poloneses,
(...)eles pregarão o que mandarmos. Se qualquer sacerdote agir diferentemente, daremos cabo dele. Sua tarefa é manter os poloneses tranqüilos, broncos e fracos de espírito.

Nota 3 da citação: Memorando de Bormann. Citado em TMWC, VII, p.224-226 (N.D. URSS[sic]-172).

Sr. Toedter, isso foi uma “interferência na questão religiosa”, ou como era na Polônia, terra dos eslavos Untermensches não se aplicava ao estado alemão na época?

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 9

Traduzido por Leo Gott

9. Por que os alemães encarceraram os judeus em campos de concentração?

O IHR diz:

Porque os alemães consideravam que os judeus eram uma ameaça direta à sua soberania nacional e sua sobrevivência, e porque um número desproporcional de judeus fazia parte na subversão comunista. Entretanto, todos os suspeitos de ameaçar a segurança -não só judeus- poderiam ser presos.

E na versão da Editora Samisdat (Ernst Zündel):

Porque os alemães consideravam que os judeus eram uma ameaça direta a sua soberania nacional e sua sobrevivência. Um número desproporcional de judeus da Alemanha fazia parte da subversão comunista. Em uma comparação per capita, havia um número excessivo de judeus em postos chave do governo, no comércio e em determinadas profissões. Entretanto, todos os suspeitos de ameaças a segurança - não só judeus - poderiam ser presos.

Nizkor responde:

Todos os judeus eram comunistas e ameaçavam a segurança nacional?

E os judeus de outros países como a Polônia, por exemplo?

E os homossexuais, e os ciganos sinti e roma?

Isto é uma reencarnação da propaganda nazista da pior classe possível. Afirmações como que "um número desproporcional" de judeus fazia parte da "subversão comunista" e nas "profissões" incorreta é um eco exato da propaganda anti-semita nazista.

O fato é que os nazistas utilizaram esta propaganda para justificar o massacre de todos os judeus que encontraram, e também qualquer país que conquistaram: milhões deles, homens, mulheres e crianças.

Os negadores do Holocausto, por certo, admitem que se executou disparando em centenas de milhares de judeus, incluindo mulheres e crianças, nos territórios do leste. (Ver próxima pergunta).

Os nazistas disseram que era justificável devido às condições da guerra.

Ver aparecer estes mesmos argumentos cinqüenta anos depois, em nossa opinião, é algo que nos aterroriza.

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