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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A relação problemática da Ucrânia com o Holocausto. Ambos: vítimas e perpetradores - Parte 01

Publicado em balticworlds.com em 1 de agosto de 2011.

Ilustração: Katrin Stenmark
Por várias razões, a relação da Ucrânia com o Holocausto e os judeus tem sido ofuscada pela situação similar, mas mais impressionante na Alemanha e na Polônia. A questão merece atenção, no entanto, porque ela ainda é um dilema moral e político sério na Ucrânia, intimamente relacionada com esforço do país para a construção de uma identidade nacional. O dilema é claramente refletido na historiografia ucraniana e na política atual, apesar de museus e monumentos públicos no oeste da Ucrânia também testemunham os vestígios do Holocausto - ou à falta dele.

Estas palavras são, em parte, baseadas na pesquisa histórica ocidental sobre o Holocausto na Ucrânia e como ela tem sido tratada [01], e em parte - principalmente - em pesquisa material reunida durante duas visitas à Kiev e Lviv em 2007 e 2010. [02]

Cenário

De acordo com algumas estimativas, mais de 900.000 judeus morreram na Ucrânia Soviética entre 1941 e 1944 como resultado das políticas genocidas da Alemanha nazista e de seus capangas ucranianos. Este valor representa, na verdade, o maior número de vítimas em qualquer outro país além da Polônia, onde o número de vítimas é estimado em 3,3 milhões. [03] vítimas do Holocausto incluem os judeus da Galícia Oriental, que a União Soviética pegou da Polônia em 1939 no Pacto Molotov-Ribbentrop. Ela era composta por uma minoria relativamente grande (em 1931, 639.000, ou 9,3 por cento), e o antissemitismo era bem disseminado. [04] Durante o período pós-guerra, especialmente depois de 1991, muitos dos judeus restantes emigraram, principalmente para Israel. De acordo com o censo de 2001, apenas cerca de 80.000 judeus (0,2% da população total) permaneceu pela Ucrânia, e apenas 12.000-15.000 no que hoje é agora a Ucrânia ocidental. [05] A rica cultura, que ao longo dos séculos moldou partes da Ucrânia e da Polônia, desapareceu quase totalmente ou foi esquecida.

A historiografia ucraniana sobre o Holocausto

Como Johan Dietsch demonstrou numa dissertação em 2006 [06], a história oficial da Ucrânia soviética do pós-guerra não era particularmente interessada nos judeus como um grupo étnico ou no terrível destino que eles sofreram durante a guerra. Em vez disso, os judeus restantes foram submetidos às campanhas soviéticas contra os "sionistas" e "cosmopolitas" que foram considerados aliados dos imperialistas ocidentais, e da historiografia sobre a guerra dirigida principalmente à vitória do povo soviético unido, sobre o fascismo alemão, que serviu como uma nova e forte base para legitimar o sistema socialista. No processo, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) e seu exército rebelde (UPA), que queria um Estado independente, foram atacados por ajudar os ocupantes nazistas, e a diáspora ucraniana anticomunista na América do Norte que defendeu os nacionalistas, foi condenada. [07]

Esta diáspora ucraniana procurou preservar a sua identidade nacional valorizando a tradição dos cossacos ucranianos que remonta o século XVII, a partir de líderes cossacos como Bohdan Chmelnitsky, aos líderes da luta pela independência como Symon Petliura, durante a I Guerra Mundial, e o chefe da UPA Stepan Bandera, no início da II Guerra Mundial. Seu antissemitismo, o que levou a vários pogroms, foi convenientemente varrido para debaixo do tapete. Em vez de o Holocausto, a diáspora ucraniana estava particularmente interessada no Holodomor, na política intencional de fome intencional de Stalin na Ucrânia (1932-1933), que foi considerado um genocídio dirigido ao povo ucraniano. Alegou-se que mais ucranianos morreram no Holodomor que judeus no Holocausto e que judeus eram representantes proeminentes no serviço da polícia secreta soviética, o NKVD, e foram cúmplices no Holodomor. A diáspora elogiou as lutas da UPA e OUN pela liberdade, e alguns até mesmo consideraram que a repressão soviética antes da guerra justificou a colaboração de alguns ucranianos com a Alemanha nazista durante a guerra. [08]

Partes deste historiografia foi adotada quando a Ucrânia se tornou independente em 1991. A busca em construir uma identidade ucraniana agora enfatizava a luta nacional pela liberdade desde 1600 e antes disso. Estátuas de Lênin nas regiões ocidentais do país foram substituídas por monumentos dos líderes cossacos e nacionalistas. Desde os anos 1990, os líderes políticos da Ucrânia tentaram em várias ocasiões, para obter o reconhecimento internacional do Holodomor como genocídio contra os ucranianos, que a fome fosse tratada como um equivalente ucraniano do Holocausto. [09] Embora os livros oficiais de história muitas vezes não enfatizem "a responsabilidade dos judeus comunistas judeus pelo Holodomor", a literatura antissemita é publicada e vendida em todos os lugares hoje na Ucrânia, incluindo o Mein Kampf de Hitler. A maior instituição privada de ensino superior da Ucrânia, a MAUP, com 30.000 estudantes, publicou uma série de tais obras. [10]

Ao mesmo tempo que a interpretação oficial da história da Ucrânia contemporânea destaca a luta nacional contra o poder soviético, também sublinha, como nos tempos soviéticos, a luta ativa da Ucrânia contra a Alemanha nazista e as atrocidades nazistas. A enorme monumento da vitória Rodina-Mat ainda está de pé em Kiev, e o 09 de maio é ainda celebrado. A Ucrânia é, portanto, considerada como uma vítima de dois regimes totalitários que entraram na Pacto Molotov-Ribbentrop. De acordo com um livro, de 1994, embora muitas pessoas saudaram a ocupação soviética do leste da Galiza em 1939 como libertação da Polônia, que também levou a sovietização e deportações para o leste, levou muitas pessoas a acolher a posterior invasão alemã. Quando a ocupação da Alemanha nazista tornou-se ainda pior que a dos soviéticos, partisans ucranianos começaram a resistir. [11] Raramente é observado que os ucranianos podem ser encontrados em ambos os lados das linhas de frente.

A verdade sobre o assassinato em massa de judeus pelos nazistas na Ucrânia já não é suprimida, mas é principalmente associada à Babi Yar em 1941 (veja abaixo). A ideologia racial nazista não é explicada e a tragédia dos judeus ainda é ofuscada pelo sofrimento dos ucranianos. Por exemplo, outro livro de 2004 admitiu que os judeus em particular, sofreram no massacre de Babi Yar, e acrescentou que cada cidade teve seu próprio Babi Yar. Os nazistas pressionaram os ucranianos a não ajudar os judeus, mas muitos alegam ter ajudado de qualquer forma e depois executados, e, então, homenageados postumamente por Israel. O metropolita Sheptytsky da Igreja Greco-Católica Ucraniana foi mencionado em particular. [12] É difícil deixar claro que os nacionalistas ucranianos ajudaram no extermínio dos judeus. [13] Viktor Yushchenko, que como primeiro-ministro participou da Conferência do Holocausto em Estocolmo, em 2000, declarou que a experiência de milhões de ucranianos como vítimas de seu próprio Holocausto significa que os ucranianos entendem muito bem o calvário dos judeus. [14] Quando Yushchenko foi eleito presidente em 2004, após a chamada Revolução Laranja, ele foi apoiado principalmente por nacionalistas e grupos de orientação Ocidental no oeste e na região central da Ucrânia.

Johan Dietsch conclui que a imagem oficial dos ucranianos como ambos, heróis e vítimas, não permite que outras pessoas tenham sofrido mais que os ucranianos ou que os ucranianos foram cúmplices no extermínio dos judeus na Ucrânia. No entanto, os livros de história da Ucrânia, que abordam outros países, retratam o Holocausto de forma mais objetiva como um genocídio especificamente dirigido contra os judeus e o rotulam como um trauma puramente europeu. Também deve ser mencionado que, durante uma visita de Estado à Alemanha, em 2007, Yushchenko desviou-se do protocolo ao visitar um campo de concentração onde seu pai havia sido prisioneiro. Desta forma, os ucranianos contornam o problema da sua participação no Holocausto em sua própria casa e apresentam uma impressão de que a Ucrânia compartilha dos valores europeus e está em sintonia com a comunidade europeia. [15]

Por Ingmar Oldberg - Pesquisador associado ao programa da Rússia do Instituto Sueco de Assuntos Internacionais (Estocolmo).

Referências

[01] For contemporary overviews of both Hitler’s and Stalin’s genocides, see Timothy Snyder, Bloodlands: Europe between Hitler and Stalin, London 2010, and Kristian Gerner and Klas-Göran Karlsson, Folkmordens historia [The history of genocide], Stockholm 2005.

[02] A previous version of this article was published in Swedish in Inblick Östeuropa 1—2:2010.

[03] Lucy Dawidowich, The War Against the Jews, Middlesex & New York 1975, pp. 477—480. Betsy Gidwitz cites 1,850,000 victims in Ukraine; see “Jewish Life in Ukraine at the Dawn of the Twenty-first Century: Part One”, Jerusalem Letter no. 451, April 2001, www.jspa.org/jl/jl1351.htm (accessed 2010-09-01), p. 4

[04] For regional distribution, see Father Patrick Desbois, The Holocaust by Bullets, New York 2008, pp. 234 f.

[05] John Grabowski, “Antisemitism i det oranga Ukraina”, [Antisemitism in Orange Ukraine] SKMA newsletter (Swedish Committee Against Anti-Semitism) newsletter, November 2005, www.skma.se/2005/nov.2005.pdf (accessed 2010-05-19).

[06] Making Sense Of Suffering: Holocaust and Holodomor in Ukrainian Historical Culture, Lund 2006.

[07] Dietsch, pp. 69, 97—110.

[08] Dietsch, op. cit., pp. 122—136. See also Taras Hunczak, “Ukrainian-Jewish Relations During the Soviet and Nazi Occupations”, in Yury Boshyk (ed.), Ukraine during World War II, Edmonton 1986, pp. 40—45.

[09] Dietsch, op. cit., pp. 216—226.

[10] Grabowski, op. cit., p. 4.

[11] Dietsch, op. cit., pp. 155 f.

[12] V. A. Smolij (ed.), Istorija Ukrainy XX-pochatku XXI stolittja, Kyiv 2004, pp. 115 f. See also Hunczak, pp. 49—51.

[13] It can be added that Father Patrick Desbois and those whom he interviews in The Holocaust by Bullets clearly ascribe the guilt to the Nazis, without any mention of Ukrainian anti-Semitism.

[14] Dietsch, op. cit., pp. 160 f.

[15] Ibid., pp. 227—234.

Fonte: Baltic Worlds (Revista acadêmica trimestral e revista de notícias). Do Centro de Estudos do Báltico e Leste Europeu (CBEES) da Universidade Södertörn, de Estocolmo
Texto: Ingmar Oldberg
Both Victim and perpetrator - Ukraine’s problematic relationship to the Holocaust
http://balticworlds.com/ukraine%E2%80%99s-problematic-relationship-to-the-holocaust/
Tradução: Roberto Lucena

Próximo: Ambos: vítimas e perpetradores. A relação problemática da Ucrânia com o Holocausto - Parte 02

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O último adeus de um neonazista. Menos um no mundo

Milhares de austríacos dão adeus ao líder da ultradireita Jorg Haider

KLAGENFURT, Áustria (AFP) — Milhares de pessoas e uma grande parte da classe política austríaca se despediram neste sábado, em Klagenfurt (sul), do chefe histórico da ultradireita, Jorg Haider, morto em um acidente de carro há uma semana.

(Foto)Caixão com o corpo do líder da ultradireita austríaca Jörg Haider ocupa o altar da catedral Klagenfut, Áustria, durante cerimônia funeral

Numa cerimônia digna de chefe de Estado e transmitida ao vivo pela televisão estatal e por telões ao logo do percurso, o caixão do ex-governador regional de Caríntia, coberto de rosas vermelhas, cruzou o centro da cidade acompanhado por 25.000 pessoas, segundo a polícia.

O presidente da República, Heinz Fischer, o chanceler social-democrata, Alfred Gusenbauer, e outras autoridades de diversas tendências políticas prestaram sua última homenagem ao chefe do partido populista Aliança para o Futuro da Áustria (BZOe).

O funeral, no entanto, não deu lugar a nenhuma manifestação neonazista como temia a imprensa.

Haider, de 58 anos, estava sozinho no carro oficial viajando pelo sul da capital da Caríntia quando o veículo saiu da estrada no sábado passado. O carro capotou várias vezes e Haider ficou gravemente ferido, na cabeça e no tórax, morrendo logo em seguida, a caminho do hospital.

Segundo notícias veiculadas esta semana, Haider estava com uma taxa de álcool de 1,8 grama no sangue quando sofreu o acidente de carro que tirou sua vida.

O limite autorizado na Áustria é de 0,5 grama de álcool por litro de sangue.

"É certo que o governador (regional) Jorg Haider tinha uma alcoolemia de 1,8 grama no sangue no momento do acidente", declarou Stefan Petzner, seu sucessor no partido BZOe e ex-braço direito do líder populista, entrevistado pela agência de notícias APA.

Petzner confirmou assim a informação da revista News, que cita resultados da n necropsia do ex-governador da Caríntia (sul da Áustria).

Jorg Haider ficou conhecido mundialmente no ano 2000, quando seu então partido, o FPO, integrou o governo do chanceler conservador Wolfgang Schüssel. As palavras anti-semitas de Haider custaram vários meses de sanções diplomáticas européias à Áustria.

Fonte: AFP(19.10.2008)
http://afp.google.com/article/ALeqM5hwJIZ0H9q63ELp9L6kGABDAnF6ZQ

terça-feira, 10 de junho de 2008

Neonazistas desfiguram rosto de PM em São Paulo a pancadas

Vinte gangues são investigadas por crimes de intolerância em SP.

Vinte gangues que agem contra negros, nordestinos e homossexuais na Grande São Paulo são investigadas pela Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância.

No Centro da capital, jovens de classe média foram detidos na Rua Augusta por agredir um policial militar. A via ficou manchada de sangue.

Era madrugada de domingo (8), quando cinco rapazes xingaram e agrediram um jovem negro de 22 anos que caminhava com uma amiga. A moça correu para pedir ajuda. O PM, que estava à paisana, tentou evitar a agressão mas acabou sendo espancado. O rapaz negro conseguiu fugir durante a confusão.

Segundo testemunhas, um dos integrantes da gangue pulou sobre a cabeça da vítima. O policial levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes de coturnos com bicos de aço.

A brutalidade só terminou com a chegada da polícia. Ainda assim, os agressores não se intimidaram. “Na hora em que os policiais foram efetuar a prisão, eles, parecendo gangue de rua mesmo, chamaram os policiais para a briga, enfrentaram os policiais”, conta a tenente Jaqueline Paiva.

O PM foi socorrido pelos próprios colegas. “Eu o conhecia, ele trabalhou comigo há algum tempo, e ele estava com o rosto completamente desfigurado. Na hora em que encontrei com ele, não o reconheci no momento”, relatou a tenente. O PM precisou passar por uma cirurgia plástica.

Reportagem no Bom Dia Brasil:


Prisão

Três agressores foram presos. Dois deles são irmãos e moram com a mãe, viúva, em um prédio de classe média da Zona Sul da cidade. Pelo interfone, ela disse não saber que os filhos faziam parte de uma gangue ou que portassem objetos como um soco inglês. “Não senhor, de jeito nenhum. Inclusive dizem que eles estavam com isso, com aquilo. Eles não estão nem com mochila porque mochila é quando eles vão para a faculdade”, afirmou a mãe.

Os três presos são operadores de telemarketing e vão responder por injúria, lesão corporal e tentativa de homicídio. Eles devem ser transferidos para um Centro de Detenção Provisória (CDP) nesta segunda-feira (9).

Celulares

Segundo a polícia, na agenda do celular de um deles, o nome do outro aparece seguido das letras “ns”, que seriam as iniciais de “Nacional Socialista”, o partido nazista alemão.

“Nos celulares dele, ainda para confirmar as características deles, algumas mensagens, sou skin, fotos com punhal, soco inglês. Eles de coturno, coisas que comprovam que eles são realmente skinheads”, afirmou a tenente Jacqueline.

Mais um caso

Na mesma madrugada em que o policial foi agredido, um rapaz de 21 anos foi morto a facadas, também na Rua Augusta. A polícia não descarta o envolvimento de skinheads na morte do rapaz.

Os casos de violência deixam inseguros os freqüentadores da região. “Precisamos de uma idéia de segurança maior”, afirmou o arquiteto Breno Miguel. “A gente não sabe aonde pode andar”, disse uma mulher que prefere não se identificar.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL593955-5605,00.html

Link do vídeo: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM838812-7823-POLICIAL+MILITAR+E+ESPANCADO+POR+JOVENS+DE+CLASSE+MEDIA+EM+SAO+PAULO,00.html

Observação importante não comentava e divulgada na entrevista e matéria(serve como alerta): a negação do Holocausto, vulgo "revisionismo" do Holocausto(entre aspas, por não se tratar de História e sim de propaganda ideológica), é divulgada principalmente por grupos de extrema-direita(neonazistas e afins, e outros grupos extremistas diversos), no Brasil e no mundo. Esperamos que não haja impunidade neste caso para com os culpados deste crime bárbaro que choca a sociedade brasileira mais uma vez com o terrorismo promovido por esses bandos de bárbaros.

Neonazistas atacam pessoas brutalmente em São Paulo

'Poder letal das gangues é muito grande'

A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerâcia (Decradi), diz que o poder letal das gangues intolerantes que agem na região central de São Paulo é muito grande.

Em entrevista ao G1, ela comentou as características dessas pessoas que se reúnem para agredir negros, judeus e homossexuais.

O caso mais recente foi registrado na madrugada deste domingo (8) na Rua Augusta, no Centro de ã Paulo. Um policial militar foi agredido ao tentar defender um rapaz negro que era atacado por um grupo de supostos skinheads. O PM levou golpes de cano e soco inglês, além de chutes e pontapés, e teve ferimentos graves no rosto.

São grupos intolerantes que pregam a exclusão de determinadas pessoas do grupo social. Alguns perseguem negros, judeus ou homossexuais. Basicamente, eles pregam a supremacia racial de algumas etnias sobre outras e o extermínio de algumas pessoas que eles discordam de comportamentos ou procedência, explicou a delegada.

De acordo com Margarette, o Decradi investiga de 20 a 25 gangues de intolerantes em São Paulo. A delegacia faz o cadastramento dos grupos para que, quando ocorrer um crime de intolerância, as pessoas envolvidas sejam rapidamente identificadas. “O que eles têm em comum é essa cultura de intolerância, de perseguição, mas são jovens de todas as classes sociais”, disse. Confira alguns pontos da entrevista:

Crime na região central

A delegada confirma que o maior número de casos ocorre na região central de São Paulo. “Essas regiões são freqüentadas pelos grupos intolerantes e, também, por pessoas da diversidade. Então, quando eles encontram um negro, um judeu ou um homossexual nesses locais acabam fazendo os ataques. Pelo levantamento, é na região central e na Avenida Paulista o maior foco”, afirmou.

Roupas e prevenção

Margarette Barreto diz que os crimes de intolerância são de difícil prevenção. “Algumas vezes eles estão trajando as vestimentas do grupo intolerante. Outras, não. Então é complicado se fazer prevenção porque, quando eles não querem ser percebidos pela polícia, eles andam como pessoas comuns. Nessa ocorrência de domingo, algumas pessoas estavam trajando a roupa própria e outras, não.”

Os grupos se vestem com roupas parecidas e alguns instrumentos. “Eles usam coturno com biqueira de aço, alguns usam algumas camisetas com dizeres skinheads ou hooligans. Mas isso depende da gangue que ele faz parte”, afirmou.

Participação dos pais

A delegada Margarette Barreto concede entrevista ao SPTV (Foto: Reprodução/TV Globo)Muitos pais não percebem que o filho faz parte de uma gangue, de acordo com Margarette. “Quando o filho sai de casa com uma roupa diferente, eles acham que é o modismo, não acreditam que o filho está fazendo parte de uma gangue de intolerantes. Os pais devem observar os filhos para que isso não aconteça”, disse.

A delegada também contou o caminho dos jovens para ser aceito nesses grupos. “Primeiro, ele começa a se vestir com as roupas da gangue, começa a sair em alguns passeios. Depois, para o batismo, ele tem que cometer um ato de intolerância. Ou ele é submetido a lesões corporais pelo grupo para ver se ele agüenta apanhar, ou ele tem que cometer um ato de intolerância contra um dos segmentos que aquela gangue odeia.”

Importância das denúncias

A delegada diz que essas gangues são muito violentas e a polícia conta com a denúncia da população contra os grupos. “Eles promovem ataques com muita lesão às pessoas envolvidas. Geralmente, ocasionam a morte ou lesão corporal grave nas pessoas. Eles concentram os golpes, o coturno com biqueira de aço é uma arma, eles usam soco inglês e barra de ferro. Então, o poder letal dessas gangues é muito grande.”

As denúncias podem ser feitas pelo 181, o Disque-Denúncia, ou pelo telefone do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde funciona a Decradi: 3315-0151. A testemunha não precisa se identificar.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL594398-5605,00-PODER+LETAL+DAS+GANGUES+E+MUITO+GRANDE+DIZ+DELEGADA.html

Observação importante não comentava e divulgada na entrevista e matéria(serve como alerta): a negação do Holocausto, vulgo "revisionismo" do Holocausto(entre aspas, por não se tratar de História e sim de propaganda ideológica), é divulgada principalmente por grupos de extrema-direita(neonazistas e afins, e outros grupos extremistas diversos), no Brasil e no mundo. Esperamos que não haja impunidade neste caso para com os culpados deste crime bárbaro que choca a sociedade brasileira mais uma vez com o terrorismo promovido por esses bandos de bárbaros.

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