Por negacionismo ou "revisionismo" se enquadra não só a negação do fato em si (todo ou parcial), como a distorção do episódio e trivialização. Então o Netanyahu se enquadraria fácil no rótulo negacionista ou "revisionista" (caso alguém queira pegar mais leve usando o termo "revisionista" em vez de negacionista, por não suportar a crítica à postura cretina dele) pelas asneiras que disse hoje, embora ele sempre diz asneiras.
A quem não entendeu o que se passou pelo título do post, leiam a matéria da RTP abaixo que foi feita em cima da matéria do Haaretz (jornal de Israel). O título do Haaretz é até mais pesado:
"Netanyahu: Hitler Didn't Want to Exterminate the Jews"
Traduzindo:
"Netanyahu: Hitler não queria exterminar os judeus"
Isso dito da boca do Primeiro-ministro de Israel, primeiro-ministro de um país que não preciso ressaltar a ligação com o genocídio da segunda guerra.
Esse é o tipo de asneira que você espera que saia de algum "revisionista" ou coisa parecida, não de um primeiro-ministro, principalmente do país mencionado. Mas saiu.
É uma cretinice por dia no mundo, em termos de notícia. No Brasil a bancada "religiosa" executa seu arsenal de idiotices ridicularizando o Congresso com coisas como essa (já podem trocar o nome da bancada pra "bancada do estupro"), projeto do "fundamentalista" presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o do Porsche "em nome" do domínio Jesus.com, o mesmo pego com conta nos EUA na casa dos 61 milhões de reais, não foi a da Suíça.
Voltando ao assunto do post, as asneiras dele (Netanyahu) estão repercutindo pesado (mal) em Israel e entre os palestinos, houve uma rejeição total à cretinice dele naquela região do conflito.
Afirmar que Hitler foi incitado por um árabe pra executar a Solução Final e extermínio é como negar a origem do antissemitismo e genocídio da segunda guerra. Não foi uma declaração simplesmente idiota, ultrapassa a idiotice.
É impressionante o nível de ódio que ele nutre a palestinos ao ponto de chegar a fazer uma afirmação desse tipo, trivializar a culpa do maior algoz de judeus por ódio a palestinos. Esse cara não bate bem da cabeça.
Ele apresenta o mesmo tipo de mentalidade turva de gente que levou à morte o Rabin (assassinado por um fanático judeu de extrema-direita em Israel).
Incrível a neurose desse cidadão em citar genocídio da segunda guerra em todo evento envolvendo Israel. A Deborah Lipstadt (historiadora dos EUA) já havia criticado essa postura de políticos de Israel. Deborah Lipstadt é autora deste livro sobre o negacionismo, "Denying the Holocaust: The Growing Assault on Truth and Memory" (Link2), sem tradução pro português, mas que você pode ler a tradução do capítulo VI (feita pelo Leo) em três partes:
Negação [do Holocausto]: Uma ferramenta da Direita Radical (Parte 1)
Negação [do Holocausto]: Uma ferramenta da Direita Radical (Parte 2)
Negação [do Holocausto]: Uma ferramenta da Direita Radical (Parte 3)
A quem quiser ler a matéria (está em inglês, usem o tradutor do Google) sobre a declaração dela do abuso do uso do Holocausto por políticos israelenses (e dos EUA), segue abaixo o texto:
Top Holocaust Scholar Blasts 'Holocaust-abuse' by U.S., Israeli Politicians (Haaretz)
Matéria da RTP sobre as declarações de Netanyahu:
_____________________________________________________
Netanyahu inocenta Hitler e culpa um árabe pelo Holocausto
O primeiro-ministro israelita disse no Congresso Mundial Sionista ao afirmar que foi o Grande Mufti de Jerusalém o responsável pelo Holocausto, ao convencer Hitler a exterminar os judeus.
Ao discursar hoje, quarta feira, perante o Congresso Mundial Sionista, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, relatou o que diz ter sido uma conversa entre Hitler e o Grande Mufti de Jerusalém, Haj Amin al-Husseini, numa reunião que mantiveram em Novembro de 1941.
Segundo o diário israelita Haaretz, no discurso de hoje Netanyahu reproduziu a conversa nestes termos: "Hitler na altura não queria exterminar os judeus e disse: 'Se os expulsarmos, eles virão todos para aqui [para a Palestina]'". Ainda segundo Netanyahu, Hitler pediu orientação ao Grande Mufti: "O que é que hei-de fazer com eles?". Ao que o Mufti terá replicado: "Queime-os".
Para Netanyahu, a decisão da cúpula nazi, no sentido de exterminar os judeus foi, assim, decisivamente influenciada pelas instruções que o Mufti deu a Hitler, a pedido deste.
Apesar do abalo sísmico que o discurso de Netanyahu está a causar nas redes sociais, o que ele contém não é inteiramente novo. Segundo recorda o Haaretz, o primeiro-ministro tem vindo de forma consistente a transmitir esta versão e já antes, num discurso pronunciado há três anos perante o Knesset (parlamento israelita), apresentara o Mufti de Jerusalém como "um dos principais arquitetos da Solução Final".
Na comunidade académica israelita, as palavras de Netanyahu estão, aliás, a ser tão ou mais criticadas do que noutros pontos do mundo. Segundo o diário britânico The Guardian, o mais conhecido investigador israelita vivo sobre o tema do Holocausto, Dan Michman, disse que, embora a reunião entre Hitler e Husseini tenha efectivamente sucedido, sucedeu num momento em que o Holocausto já estava em curso.
Dina Porat, do Instituto de Yad Vashem, afirmou, segundo citação do diário israelita Yeditoh Aaronot: "Não se pode dizer que o Mufti deu a Hitler a ideia de matar ou queimar os judeus. Não é verdade. A reunião deles teve lugar depois de uma série de fatos que apontam para isto [a decisão já tomada de exterminar os judeus]".
Meir Litvak, professor na Universidade de Tel Aviv, foi mais específico, explicando que a ideia nazi do extermínio dos judeus data já de 1939, quando se concebeu na cúpula do Terceiro Reich o plano de deportá-los para lá dos Montes Urais, após invasão e derrota da URSS, para que morressem de doença.
Ainda segundo Litvak, o plano alternativo, das câmaras de gás, surgiu quando a invasão da URSS fracassou e a guerra a Leste se mostrou impossível de ganhar com os métodos da Blitzkrieg. Como o objetivo do extermínio dos judeus se mantinha, a fantasia da deportação para lá dos Urais foi substituída pela realidade de Auschwitz e de outros campos de extermínio.
A isto acrescenta Litvak: "Husseini apoiou o extermínio do judeus, ele tentou impedir que fossem salvos judeus, ele era uma pessoa abominável. Mas isto não diminui a escala da culpa de Hitler".
A OLP (Organização de Libertação da Palestina) comentou o discurso no Twitter, dizendo "Netanyahu odeia de tal modo os palestinos, que está disposto a absolver Hitler pelo assassínio de seis milhões de judeus".
O líder da oposição israelita, Isaac Herzog, classificou o discurso de Netanyahu como "uma falsificação da História". E lembrou o histórico da sua família: "Ninguém precisa de ensinar-me como o mufti odiava Israel. Ele deu ordem para assassinar o meu avô, Rabbi Herzog, e apoiou Hitler ativamente. Mas só houve um Hitler. Hitler não precisava de Husseini para ordenar o extermínio dos judeus só por serem judeus".
Mesmo o ministro da Defesa Moshe Ya'alon, considerado um dos "falcões" do Governo de Netanyahu, achou necessário demarcar-se das afirmações do primeiro-ministro: "Claro que Haj Amin al-Husseini não inventou a 'Solução Final para a questão judaica'. A História mostra claramente que foi Hitler a iniciá-la. Haj Amin al-Husseini juntou-se a ele". Ya'alon acrescentou, contudo, que "os atuais movimentos jihadistas estão a encorajar o antissemitismo e apoiam-se na conhecida herança nazi".
Fonte: RTP (Portugal)
http://www.rtp.pt/noticias/mundo/netanyahu-inocenta-hitler-e-culpa-um-arabe-pelo-holocausto_n867583
Mostrando postagens com marcador Ahmadinejad. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ahmadinejad. Mostrar todas as postagens
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Fidel critica antissemitismo de Ahmadinejad
Líder histórico cubano diz que «nada se compara ao Holocausto»
Por: Redação
O líder histórico cubano criticou o presidente do Irão por negar o Holocausto. A manifestação de desagrado em relação a Mahmoud Ahmadinejad foi expressa numa conversa com o jornalista norte-americano Jeffrey Goldberg, da revista «The Atlantic», que Castro convidou para visitar a ilha comunista.
Durante as cinco horas em que estiveram reunidos, foram abordados diversos temas, entre eles o do Holocausto e da relação de Teerão com Telavive.
«Ele criticou Ahmadinejad por negar o Holocausto e explicou por que é que o governo iraniano serviria melhor a causa da paz reconhecendo a história "única" do anti-semitismo e tentar compreender porque é que os israelitas receiam pela sua existência», lê-se no artigo publicado por Goldberg no site da «The Atlantic».
Segundo o jornalista, Castro recordou ainda que os judeus foram «expulsos da sua terra» e que foram acusados injustamente de todo tipo de males, até de «terem matado Deus».
«Os judeus tiveram uma vida muito mais dura do que a nossa. Nada se compara ao Holocausto», disse Castro, citado por Goldberg.
O jornalista questionou-o então se era capaz dizer a Ahmadinejad o que acabara lhe dizer a ele. Fidel respondeu: «Estou a dizer-lhe isto para que o possa comunicar».
Fonte: IOL(Portugal)
http://diario.iol.pt/internacional/fidel-irao-holocausto-ahmadinejad-castro-tvi24/1190246-4073.html
Por: Redação
O líder histórico cubano criticou o presidente do Irão por negar o Holocausto. A manifestação de desagrado em relação a Mahmoud Ahmadinejad foi expressa numa conversa com o jornalista norte-americano Jeffrey Goldberg, da revista «The Atlantic», que Castro convidou para visitar a ilha comunista.
Durante as cinco horas em que estiveram reunidos, foram abordados diversos temas, entre eles o do Holocausto e da relação de Teerão com Telavive.
«Ele criticou Ahmadinejad por negar o Holocausto e explicou por que é que o governo iraniano serviria melhor a causa da paz reconhecendo a história "única" do anti-semitismo e tentar compreender porque é que os israelitas receiam pela sua existência», lê-se no artigo publicado por Goldberg no site da «The Atlantic».
Segundo o jornalista, Castro recordou ainda que os judeus foram «expulsos da sua terra» e que foram acusados injustamente de todo tipo de males, até de «terem matado Deus».
«Os judeus tiveram uma vida muito mais dura do que a nossa. Nada se compara ao Holocausto», disse Castro, citado por Goldberg.
O jornalista questionou-o então se era capaz dizer a Ahmadinejad o que acabara lhe dizer a ele. Fidel respondeu: «Estou a dizer-lhe isto para que o possa comunicar».
Fonte: IOL(Portugal)
http://diario.iol.pt/internacional/fidel-irao-holocausto-ahmadinejad-castro-tvi24/1190246-4073.html
Marcadores:
Ahmadinejad,
antissemitismo,
Cuba,
Fidel,
Fidel Castro,
Holocausto,
Irã,
Iran,
Irão,
Negação do Holocausto,
negacionismo,
regime iraniano,
revisionismo
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Site iraniano usa charges para negar o Holocausto
RIO - O lançamento de um site iraniano com charges sobre o Holocausto ganhou na imprensa de Israel. Segundo diversos jornais israelenses, a agência iraniana Fars noticiou nesta quinta-feira o lançamento do www.holocartoons.com . O endereço reúne desenhos retirados de um livro publicado em 2008, com sátiras e textos que questionam o massacre de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O site, de acordo com a Fars, é financiado por uma fundação cultural não governamental. A página diz que o massacre de judeus é uma "absoluta mentira" e é dedicada a "todos aqueles que foram mortos sob o pretexto do Holocausto", diz o jornal israelense "Haaretz". O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega a ocorrência do massacre, descrito por ele, em 2005, como um "conto de fadas".
Em setembro do mesmo ano, o jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publicou uma série de caricaturas do profeta Maomé, dando início a uma onda de protestos em vários países islâmicos. Na mais polêmica delas, Maomé era retratado com bombas no turbante.
Os protestos contra os desenhos chegaram a causar mais de cem mortos em diferentes países. O autor da charge, o cartunista Kurt Westergaard, de 75 anos, precisou ser colocado sob proteção policial depois que foi descoberto um plano para matá-lo, em 2008.
Fonte: O Globo
http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/mundo/mat/2010/08/05/site-iraniano-usa-charges-para-negar-holocausto-917320288.asp
O site, de acordo com a Fars, é financiado por uma fundação cultural não governamental. A página diz que o massacre de judeus é uma "absoluta mentira" e é dedicada a "todos aqueles que foram mortos sob o pretexto do Holocausto", diz o jornal israelense "Haaretz". O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega a ocorrência do massacre, descrito por ele, em 2005, como um "conto de fadas".
Em setembro do mesmo ano, o jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publicou uma série de caricaturas do profeta Maomé, dando início a uma onda de protestos em vários países islâmicos. Na mais polêmica delas, Maomé era retratado com bombas no turbante.
Os protestos contra os desenhos chegaram a causar mais de cem mortos em diferentes países. O autor da charge, o cartunista Kurt Westergaard, de 75 anos, precisou ser colocado sob proteção policial depois que foi descoberto um plano para matá-lo, em 2008.
Fonte: O Globo
http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/mundo/mat/2010/08/05/site-iraniano-usa-charges-para-negar-holocausto-917320288.asp
Marcadores:
Ahmadinejad,
antissemitismo,
cartoons,
charges,
Extrema-Direita,
Fascismo,
Haaretz,
Holocaust denial,
Irã,
Iran,
Negação do Holocausto,
Racismo,
regime iraniano,
teocracia
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Países condenam presidente iraniano
Após Ahmadinejad negar o Holocausto, países condenam presidente iraniano
O Globo
Agências internacionais
TEERÃ, BERLIM e WASHINGTON - O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, condenou nesta sexta-feira as últimas declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que voltou a negar o Holocausto. O alemão disse que o polêmico líder é uma desgraça para seu país. Mais cedo, durante uma manifestação em Teerã contra Israel, Ahmadinejad disse que o Holocausto foi uma mentira e um pretexto para criar o estado judeu que os iranianos têm uma obrigação religiosa de confrontar.
Em um comunicado, Steinmeier disse: "As declarações feitas hoje pelo presidente iraniano são inaceitáveis. Com seu discurso intolerável, ele é uma desgraça para seu país. Essas afirmações anti-semitas exigem uma condenação coletiva. Vamos continuar a confrontar isso no futuro".
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o governo americano também condena as declarações de Ahmadinejad.
- Obviamente condenamos o que ele disse - afirmou Gibbs durante uma entrevista coletiva. Comentários deste tipo "só servem para isolar o Irã do resto do mundo", completou.
Mais cedo, milhares de iranianos do governo e da oposição voltaram a tomar as ruas de Teerã, desta vez aproveitando a marcha anual que celebra o Dia de Jerusalém, uma manifestação pró-palestinos que acontece no centro da capital do Irã. Durante o protesto, as forças de segurança do Irã entraram em confronto com seguidores do líder da oposição Mir Houssein Moussavi. O celebração também foi palco para as polêmicas declarações do presidente iraniano.
- O pretexto (Holocausto) para a criação do regime sionista (Israel) é falso... É uma mentira baseada em uma improvável e mítica reivindicação - disse Ahmadinejad a religiosos na Universidade de Teerã no final na manifestação contra Israel.
- Confrontar o regime sionista (Israel) é uma obrigação nacional e religiosa - acrescentou.
Os críticos de Ahmadinejad dizem que seus discursos ferozes antiocidente e os questionamento sobre o Holocausto isolaram o Irã. O presidente linha-dura advertiu líderes países árabes e muçulmanos aliados do Ocidente sobre lidar com Israel.
- Este regime (Israel) não vai durar muito, não tem futuro. Sua vida chega a um fim - disse o presidente.
Durante a manifestação desta sexta-feira, diversas pessoas foram presas pelas forças iranianas. Milhares de apoiadores de Moussavi estavam entre os manifestantes que participam de protestos contra Israel todos os anos ao redor do país na última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã. Um dos episódios aconteceu na avenida Karim Khan, quando as forças de proteção tentaram impedir protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. O confronto terminou na praça Haft-e-Tir, símbolo das manifestações da oposição em junho, quando diversas pessoas morreram e centenas foram detidas.
- As forças de segurança estão empurrando e batendo nos manifestantes - disse uma testemunha.
Autoridades iranianas, incluindo o líder supremo Aiatolá Ali Khamenei, advertiram a oposição para não transformar os protestos contra Israel em uma manifestação contra o sistema clerical.
- Morte aos ditadores. Estamos prontos a morrer pelo Irã - gritavam os manifestantes.
Fonte: O Globo/Agências Internacionais/Lusa
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/09/18/apos-ahmadinejad-negar-holocausto-paises-condenam-presidente-iraniano-767669091.asp
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gLRiHzCr8VagRwE0xbF1DyU3cGlQ
O Globo
Agências internacionais
TEERÃ, BERLIM e WASHINGTON - O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, condenou nesta sexta-feira as últimas declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que voltou a negar o Holocausto. O alemão disse que o polêmico líder é uma desgraça para seu país. Mais cedo, durante uma manifestação em Teerã contra Israel, Ahmadinejad disse que o Holocausto foi uma mentira e um pretexto para criar o estado judeu que os iranianos têm uma obrigação religiosa de confrontar.
Em um comunicado, Steinmeier disse: "As declarações feitas hoje pelo presidente iraniano são inaceitáveis. Com seu discurso intolerável, ele é uma desgraça para seu país. Essas afirmações anti-semitas exigem uma condenação coletiva. Vamos continuar a confrontar isso no futuro".
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o governo americano também condena as declarações de Ahmadinejad.
- Obviamente condenamos o que ele disse - afirmou Gibbs durante uma entrevista coletiva. Comentários deste tipo "só servem para isolar o Irã do resto do mundo", completou.
Mais cedo, milhares de iranianos do governo e da oposição voltaram a tomar as ruas de Teerã, desta vez aproveitando a marcha anual que celebra o Dia de Jerusalém, uma manifestação pró-palestinos que acontece no centro da capital do Irã. Durante o protesto, as forças de segurança do Irã entraram em confronto com seguidores do líder da oposição Mir Houssein Moussavi. O celebração também foi palco para as polêmicas declarações do presidente iraniano.
- O pretexto (Holocausto) para a criação do regime sionista (Israel) é falso... É uma mentira baseada em uma improvável e mítica reivindicação - disse Ahmadinejad a religiosos na Universidade de Teerã no final na manifestação contra Israel.
- Confrontar o regime sionista (Israel) é uma obrigação nacional e religiosa - acrescentou.
Os críticos de Ahmadinejad dizem que seus discursos ferozes antiocidente e os questionamento sobre o Holocausto isolaram o Irã. O presidente linha-dura advertiu líderes países árabes e muçulmanos aliados do Ocidente sobre lidar com Israel.
- Este regime (Israel) não vai durar muito, não tem futuro. Sua vida chega a um fim - disse o presidente.
Durante a manifestação desta sexta-feira, diversas pessoas foram presas pelas forças iranianas. Milhares de apoiadores de Moussavi estavam entre os manifestantes que participam de protestos contra Israel todos os anos ao redor do país na última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã. Um dos episódios aconteceu na avenida Karim Khan, quando as forças de proteção tentaram impedir protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. O confronto terminou na praça Haft-e-Tir, símbolo das manifestações da oposição em junho, quando diversas pessoas morreram e centenas foram detidas.
- As forças de segurança estão empurrando e batendo nos manifestantes - disse uma testemunha.
Autoridades iranianas, incluindo o líder supremo Aiatolá Ali Khamenei, advertiram a oposição para não transformar os protestos contra Israel em uma manifestação contra o sistema clerical.
- Morte aos ditadores. Estamos prontos a morrer pelo Irã - gritavam os manifestantes.
Fonte: O Globo/Agências Internacionais/Lusa
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/09/18/apos-ahmadinejad-negar-holocausto-paises-condenam-presidente-iraniano-767669091.asp
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5gLRiHzCr8VagRwE0xbF1DyU3cGlQ
Rússia condena negação do Holocausto de Ahmadinejad
Rússia condena declarações iranianas sobre inexistência do Holocausto
Da EFE
Moscou, 19 set (EFE).- O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia, Andrei Nesterenko, tachou de "totalmente inaceitáveis" as declarações iranianas sobre a inexistência do Holocausto judeu.
"Semelhantes declarações, venham de onde vierem, faltam à verdade e são totalmente inaceitáveis", disse neste sábado o funcionário, citado pela agência "Interfax".
Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad voltou a negar o Holocausto judeu e afirmou que o mundo inteiro tem a "obrigação" de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.
Nesterenko acrescentou que "as tentativas de negar o Holocausto, sobretudo quando o mundo lembra os 70 anos do começo da Segunda Guerra Mundial, são um agravo à memória de todas as vítimas (do conflito) e a todos que lutaram contra o fascismo".
Declarações desse tipo, destacou o porta-voz, "não ajudam a criar uma atmosfera internacional favorável ao estabelecimento de um diálogo construtivo sobre os assuntos relativos ao Irã". EFE
Fonte: EFE/G1, AFP
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1310629-5602,00-RUSSIA+CONDENA+DECLARACOES+IRANIANAS+SOBRE+INEXISTENCIA+DO+HOLOCAUSTO.html
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gbQy2igoXpbC7eEZ3hJ-OIaeZD7Q
Da EFE
Moscou, 19 set (EFE).- O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores da Rússia, Andrei Nesterenko, tachou de "totalmente inaceitáveis" as declarações iranianas sobre a inexistência do Holocausto judeu.
"Semelhantes declarações, venham de onde vierem, faltam à verdade e são totalmente inaceitáveis", disse neste sábado o funcionário, citado pela agência "Interfax".
Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad voltou a negar o Holocausto judeu e afirmou que o mundo inteiro tem a "obrigação" de assumir sua responsabilidade frente a Israel para garantir a paz global.
Nesterenko acrescentou que "as tentativas de negar o Holocausto, sobretudo quando o mundo lembra os 70 anos do começo da Segunda Guerra Mundial, são um agravo à memória de todas as vítimas (do conflito) e a todos que lutaram contra o fascismo".
Declarações desse tipo, destacou o porta-voz, "não ajudam a criar uma atmosfera internacional favorável ao estabelecimento de um diálogo construtivo sobre os assuntos relativos ao Irã". EFE
Fonte: EFE/G1, AFP
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1310629-5602,00-RUSSIA+CONDENA+DECLARACOES+IRANIANAS+SOBRE+INEXISTENCIA+DO+HOLOCAUSTO.html
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gbQy2igoXpbC7eEZ3hJ-OIaeZD7Q
Marcadores:
Ahmadinejad,
aiatolá,
antissemitismo,
Extrema-Direita,
Fascismo,
Holocaust denial,
Irã,
Iran,
Irão,
Negação do Holocausto,
Pérsia,
presidente do Irã,
regime iraniano
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Obama critica negação 'ignorante e odiosa' do holocausto
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveitou nesta sexta-feira uma visita ao antigo campo de concentração nazista de Buchenwald, na Alemanha, para criticar aqueles que negam o holocausto.
Obama, que passou pelo país em seu giro de volta do Oriente Médio, disse que os que defendem esta visão o fazem "sem base" e de forma "ignorante e odiosa".
Acompanhado da chanceler alemã, Angela Merkel, Obama caminhou por Buchenwald, onde cerca 250 mil prisioneiros foram mantidos entre 1937 e 1945. O campo foi liberado em 1945 pelas tropas americanas.
"Até hoje existem os que insistem em que o holocausto nunca aconteceu, uma negação de fato e verdade feita sem base, ignorante e odiosa. Esse lugar desmente essas idéias, é um lembrete de nossa tarefa de confrontar aqueles que contam mentiras sobre nossa história", criticou o presidente.
"Até hoje existem também aqueles que perpetuam todas as formas de intolerância, racismo, antissemitismo, homofobia, xenofobia, discriminação sexual e mais. Ódio que humilha as vítimas e nos diminui a todos."
Lição
Obama já havia tocado no tema do holocausto no dia anterior, quando falou em um discurso na Universidade do Cairo, no Egito, sobre o Irã, país cujo presidente nega o holocausto.
Antes da visita ao campo, Obama havia sugerido que Ahmadinejad - que nesta semana repetiu suas alegações de que o holocausto foi "uma grande fraude" - deveria visitar Buchenwald.
O presidente americano e a chanceler alemã carregaram cada um uma longa rosa branca enquanto caminhavam por Buchenwald acompanhados pelo sobrevivente do holocausto e vencedor do prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel.
Eles depositaram as rosas sobre uma placa memorial para as mais de 56 mil pessoas que morreram no campo. Depois eles visitaram as celas e o crematório.
"Não esquecerei o que vi aqui", disse Obama. Em seguida ele lembrou a história de um de seus tios-avôs, Charles Payne, que ajudou a liberar Ohrdruf, um campo satélite de Buchenwald.
Oriente Médio
Obama e Angela Merkel anunciaram ter discutido, na cidade alemã de Dresden, um plano para promover a paz entre israelenses e palestinos, prometendo "redobrar" os esforços para alcançar este objetivo.
"Agora é o momento de agir no que ambos os lados sabem ser verdade", disse Obama.
Mas o presidente americano não entrou em detalhes sobre os passos concretos de seu governo neste sentido.
Afirmou apenas que enviaria o representante americano para a região, George Mitchell, de volta à mesa de negociações com os principais envolvidos na questão.
Fonte: BBC/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/05/obama-critica-negacao-ignorante-odiosa-do-holocausto-756212876.asp
Ver mais:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/05/obama-sobre-ahmadinejad-nao-tenho-paciencia-com-pessoas-que-negam-historia-756212111.asp
Obama, que passou pelo país em seu giro de volta do Oriente Médio, disse que os que defendem esta visão o fazem "sem base" e de forma "ignorante e odiosa".
Acompanhado da chanceler alemã, Angela Merkel, Obama caminhou por Buchenwald, onde cerca 250 mil prisioneiros foram mantidos entre 1937 e 1945. O campo foi liberado em 1945 pelas tropas americanas.
"Até hoje existem os que insistem em que o holocausto nunca aconteceu, uma negação de fato e verdade feita sem base, ignorante e odiosa. Esse lugar desmente essas idéias, é um lembrete de nossa tarefa de confrontar aqueles que contam mentiras sobre nossa história", criticou o presidente.
"Até hoje existem também aqueles que perpetuam todas as formas de intolerância, racismo, antissemitismo, homofobia, xenofobia, discriminação sexual e mais. Ódio que humilha as vítimas e nos diminui a todos."
Lição
Obama já havia tocado no tema do holocausto no dia anterior, quando falou em um discurso na Universidade do Cairo, no Egito, sobre o Irã, país cujo presidente nega o holocausto.
Antes da visita ao campo, Obama havia sugerido que Ahmadinejad - que nesta semana repetiu suas alegações de que o holocausto foi "uma grande fraude" - deveria visitar Buchenwald.
O presidente americano e a chanceler alemã carregaram cada um uma longa rosa branca enquanto caminhavam por Buchenwald acompanhados pelo sobrevivente do holocausto e vencedor do prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel.
Eles depositaram as rosas sobre uma placa memorial para as mais de 56 mil pessoas que morreram no campo. Depois eles visitaram as celas e o crematório.
"Não esquecerei o que vi aqui", disse Obama. Em seguida ele lembrou a história de um de seus tios-avôs, Charles Payne, que ajudou a liberar Ohrdruf, um campo satélite de Buchenwald.
Oriente Médio
Obama e Angela Merkel anunciaram ter discutido, na cidade alemã de Dresden, um plano para promover a paz entre israelenses e palestinos, prometendo "redobrar" os esforços para alcançar este objetivo.
"Agora é o momento de agir no que ambos os lados sabem ser verdade", disse Obama.
Mas o presidente americano não entrou em detalhes sobre os passos concretos de seu governo neste sentido.
Afirmou apenas que enviaria o representante americano para a região, George Mitchell, de volta à mesa de negociações com os principais envolvidos na questão.
Fonte: BBC/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/05/obama-critica-negacao-ignorante-odiosa-do-holocausto-756212876.asp
Ver mais:
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/05/obama-sobre-ahmadinejad-nao-tenho-paciencia-com-pessoas-que-negam-historia-756212111.asp
Marcadores:
Ahmadinejad,
Alemanha,
antissemitismo,
Barack Obama,
Buchenwald,
extremista islâmico,
Merkel,
Negação do Holocausto,
negacionistas,
Presidente dos EUA,
segunda guerra
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Presidente antissemita do Irã nega novamente o Holocausto
Ahmadinejad chama Holocausto de "grande fraude"
TEERÃ (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chamou o Holocausto de grande fraude nesta quarta-feira, reiterando uma visão que já havia sido denunciada por rivais moderados nas eleições presidenciais deste mês.
De acordo com a televisão estatal Irib, o conservador Ahmadinejad fez as declarações durante discurso contendo seu último ataque verbal a Israel, país não reconhecido pela República Islâmica.
Descrevendo Israel como "o regime mais criminoso na história humana", ele continuou para se referir a "grande fraude do Holocausto".
Os críticos de Ahmadinejad, incluindo reformistas e até mesmo alguns conservadores, dizem que seus veementes discursos antiocidente e seu questionamento do Holocausto isolaram o Irã, que enfrenta o Ocidente por suas ambições nucleares.
Teerã diz que seu trabalho nuclear tem apenas fins pacíficos mas países ocidentais temem que se trata de um programa militar secreto.
Ahmadinejad tem contra-atacado seus oponentes, que incluem o ex-primeiro-ministro Mirhossein Mousavi, acusando-os de tentar enfraquecer o Estado Islâmico por quererem uma política de afrouxamento com o Ocidente.
O presidente, que busca reeleição no pleito de 12 de junho, enfrenta dois candidatos moderados: além de Mousavi, o ex-presidente do Parlamento Mehdi Karoubi e o conservador ex-diretor da Guarda Revolucionária Mohsen Rezai.
Ahmadinejad assumiu o poder em 2005 com a promessa de divisão mais justa dos recursos do petróleo e retorno à valores revolucionários islâmicos. Neste mesmo ano, ele causou indignação no Ocidente ao dizer que o Estado de Israel deveria ser riscado do mapa.
(Reportagem de Hossein Jaseb e Zahra Hosseinian)
Fonte: Reuters/Brasil Online
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/03/ahmadinejad-chama-holocausto-de-grande-fraude-756179478.asp
TEERÃ (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, chamou o Holocausto de grande fraude nesta quarta-feira, reiterando uma visão que já havia sido denunciada por rivais moderados nas eleições presidenciais deste mês.
De acordo com a televisão estatal Irib, o conservador Ahmadinejad fez as declarações durante discurso contendo seu último ataque verbal a Israel, país não reconhecido pela República Islâmica.
Descrevendo Israel como "o regime mais criminoso na história humana", ele continuou para se referir a "grande fraude do Holocausto".
Os críticos de Ahmadinejad, incluindo reformistas e até mesmo alguns conservadores, dizem que seus veementes discursos antiocidente e seu questionamento do Holocausto isolaram o Irã, que enfrenta o Ocidente por suas ambições nucleares.
Teerã diz que seu trabalho nuclear tem apenas fins pacíficos mas países ocidentais temem que se trata de um programa militar secreto.
Ahmadinejad tem contra-atacado seus oponentes, que incluem o ex-primeiro-ministro Mirhossein Mousavi, acusando-os de tentar enfraquecer o Estado Islâmico por quererem uma política de afrouxamento com o Ocidente.
O presidente, que busca reeleição no pleito de 12 de junho, enfrenta dois candidatos moderados: além de Mousavi, o ex-presidente do Parlamento Mehdi Karoubi e o conservador ex-diretor da Guarda Revolucionária Mohsen Rezai.
Ahmadinejad assumiu o poder em 2005 com a promessa de divisão mais justa dos recursos do petróleo e retorno à valores revolucionários islâmicos. Neste mesmo ano, ele causou indignação no Ocidente ao dizer que o Estado de Israel deveria ser riscado do mapa.
(Reportagem de Hossein Jaseb e Zahra Hosseinian)
Fonte: Reuters/Brasil Online
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/06/03/ahmadinejad-chama-holocausto-de-grande-fraude-756179478.asp
domingo, 17 de maio de 2009
Opositor de Ahmadinejad critica negação do Holocausto
Irã: Candidato critica negação do Holocausto
"Ahmadinejad fez favor a Israel", disse Mahdi Karroubi
(Foto): Karroubi é um dos dois reformistas que tentará bater Ahmadinejad em Junho.
O candidato iraniano moderado Mahdi Karroubi criticou ontem o Presidente, Mahmoud Ahmadinejad, pela sua negação do Holocausto.
Um dos dois reformistas que tentará bater Ahmadinejad nas presidenciais de 12 de Junho, Mahdi Karroubi afirmou que as tiradas frequentes de Ahmadinejad questionando a ocorrência do Holocausto só servem os interesses do Estado hebraico e fazem com que o Irã fique cada vez mais isolado a nível internacional. “Ahmadinejad fez um grande favor a Israel levantando a questão do Holocausto porque o mundo levantou-se em apoio de Israel”, disse.
Ahmadinejad já negou várias vezes a amplitude do Holocausto e chegou mesmo a negar a existência da Shoah, promovendo uma conferência internacional dedicada a debater se o genocídio de judeus durante a II Guerra Mundial tinha mesmo ocorrido.
Karroubi não é o primeiro reformador a criticar Ahmadinejad por estas posições.
Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1381045&idCanal=11
"Ahmadinejad fez favor a Israel", disse Mahdi Karroubi
(Foto): Karroubi é um dos dois reformistas que tentará bater Ahmadinejad em Junho.
O candidato iraniano moderado Mahdi Karroubi criticou ontem o Presidente, Mahmoud Ahmadinejad, pela sua negação do Holocausto.
Um dos dois reformistas que tentará bater Ahmadinejad nas presidenciais de 12 de Junho, Mahdi Karroubi afirmou que as tiradas frequentes de Ahmadinejad questionando a ocorrência do Holocausto só servem os interesses do Estado hebraico e fazem com que o Irã fique cada vez mais isolado a nível internacional. “Ahmadinejad fez um grande favor a Israel levantando a questão do Holocausto porque o mundo levantou-se em apoio de Israel”, disse.
Ahmadinejad já negou várias vezes a amplitude do Holocausto e chegou mesmo a negar a existência da Shoah, promovendo uma conferência internacional dedicada a debater se o genocídio de judeus durante a II Guerra Mundial tinha mesmo ocorrido.
Karroubi não é o primeiro reformador a criticar Ahmadinejad por estas posições.
Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1381045&idCanal=11
sexta-feira, 1 de maio de 2009
PL do Holocausto - "Revisionistas"(negadores) na berlinda no Brasil
Em virtude da visita do Presidente(do Irã), que nega o Holocausto(o negacionista com o maior cargo de destaque no mundo), ao Brasil, o Projeto de Lei que criminaliza a negação do Holocausto e genocídios poderá ser votado ainda na próxima semana.
Recado para Ahmadinejad
De Lauro Jardim:
Os líderes dos principais partidos do país (PMDB, PT, PSDB, DEM, PPS, PV) assinaram na quinta-feira passada um requerimento para que seja votado em regime de "urgência urgentíssima" o projeto de Marcelo Itagiba criminalizando aquele que negar o holocausto. É uma espécie de gesto político da Câmara às vésperas da visita oficial do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o celerado que nega o holocausto e prega o extermínio de Israel. Há chance de que o projeto seja votado nos próximos dias, durante a permanência de Ahmadinejad no Brasil.
Fonte: Blog do Noblat/O Globo
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/05/01/recado-para-ahmadinejad-182319.asp
Comentário: acho que os "revis"(Made in Brazil) não irão gostar dessa notícia...
Recado para Ahmadinejad
De Lauro Jardim:
Os líderes dos principais partidos do país (PMDB, PT, PSDB, DEM, PPS, PV) assinaram na quinta-feira passada um requerimento para que seja votado em regime de "urgência urgentíssima" o projeto de Marcelo Itagiba criminalizando aquele que negar o holocausto. É uma espécie de gesto político da Câmara às vésperas da visita oficial do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o celerado que nega o holocausto e prega o extermínio de Israel. Há chance de que o projeto seja votado nos próximos dias, durante a permanência de Ahmadinejad no Brasil.
Fonte: Blog do Noblat/O Globo
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/05/01/recado-para-ahmadinejad-182319.asp
Comentário: acho que os "revis"(Made in Brazil) não irão gostar dessa notícia...
domingo, 26 de abril de 2009
São Paulo - Marcha para relembrar o Holocausto e protestar contra o governo do Irã reúne mil pessoas
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram na manhã de hoje (26) de um ato para relembrar o Holocausto e protestar contra o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que questionou recentemente, durante a Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial, em Genebra, a existência do massacre de judeus por nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Com camisas brancas e em silêncio, os manifestantes judeus fizeram uma caminhada do Centro de Estudos Instituto Unibanco até o Cemitério Israelita do Butantã, onde houve um ato solene em memória das vítimas do nazismo.
A Marcha da Vida contra a Intolerância e a Discriminação foi inspirada na Marcha da Vida Mundial, realizada anualmente na Polônia e que relembra a caminhada dos judeus em direção aos campos de extermínio de Auschwitz e Birkenau.
Sentado em uma das cadeiras postas bem à frente do palco, Ben Abraham, 84 anos, acompanhou todo o ato solene. Abraham é presidente da Associação dos Sobreviventes do Nazismo no Brasil e um dos sobreviventes do Holocausto. Nasceu na Polônia, passou pelo campo de concentração de Auschwitz durante a guerra e chegou ao Brasil anos depois, em 1954.
“Isso é muito importante para demonstrar que somos povos iguais a outros e para demonstrar que nunca esqueceremos o que aconteceu na época hitleriana (Adolph Hitler, ditador alemão), quando não tínhamos a nossa própria pátria”, disse ele.
“Vi chaminés do crematório funcionando dia e noite. Senti nas minhas narinas o cheiro da carne queimada e, naquela época, perambulando pelos campos, esfomeado e esfarrapado, jurei a mim mesmo que, caso sobrevivesse à guerra, contaria ao mundo (esta história) como alerta”.
Embora prevista essencialmente como uma manifestação para relembrar as vítimas do Holocausto, a marcha deste ano serviu também para protestar contra a vinda do presidente do Irã ao Brasil, marcada para esta semana. Um dos críticos da visita é o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que acompanhou parte da caminhada. "Não vejo nenhum sentido em estarmos próximos daqueles que não querem a paz."
Fonte: Agência Brasil
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/26/materia.2009-04-26.6829387096/view
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de mil pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram na manhã de hoje (26) de um ato para relembrar o Holocausto e protestar contra o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que questionou recentemente, durante a Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial, em Genebra, a existência do massacre de judeus por nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Com camisas brancas e em silêncio, os manifestantes judeus fizeram uma caminhada do Centro de Estudos Instituto Unibanco até o Cemitério Israelita do Butantã, onde houve um ato solene em memória das vítimas do nazismo.
A Marcha da Vida contra a Intolerância e a Discriminação foi inspirada na Marcha da Vida Mundial, realizada anualmente na Polônia e que relembra a caminhada dos judeus em direção aos campos de extermínio de Auschwitz e Birkenau.
Sentado em uma das cadeiras postas bem à frente do palco, Ben Abraham, 84 anos, acompanhou todo o ato solene. Abraham é presidente da Associação dos Sobreviventes do Nazismo no Brasil e um dos sobreviventes do Holocausto. Nasceu na Polônia, passou pelo campo de concentração de Auschwitz durante a guerra e chegou ao Brasil anos depois, em 1954.
“Isso é muito importante para demonstrar que somos povos iguais a outros e para demonstrar que nunca esqueceremos o que aconteceu na época hitleriana (Adolph Hitler, ditador alemão), quando não tínhamos a nossa própria pátria”, disse ele.
“Vi chaminés do crematório funcionando dia e noite. Senti nas minhas narinas o cheiro da carne queimada e, naquela época, perambulando pelos campos, esfomeado e esfarrapado, jurei a mim mesmo que, caso sobrevivesse à guerra, contaria ao mundo (esta história) como alerta”.
Embora prevista essencialmente como uma manifestação para relembrar as vítimas do Holocausto, a marcha deste ano serviu também para protestar contra a vinda do presidente do Irã ao Brasil, marcada para esta semana. Um dos críticos da visita é o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que acompanhou parte da caminhada. "Não vejo nenhum sentido em estarmos próximos daqueles que não querem a paz."
Fonte: Agência Brasil
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/26/materia.2009-04-26.6829387096/view
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Obama pede que negadores do Holocausto sejam combatidos
WASHINGTON, EUA (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta quinta-feira, durante uma cerimônia que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial, que se enfrente "aqueles que contam mentiras sobre a história" e pretendem negar o Holocausto.
"Existem aqueles que insistem que o Holocausto nunca ocorreu, aqueles que praticam toda forma de intolerância -racismo, antissemitismo, homofobia, xenofobia, sexismo e outras", disse Obama durante uma cerimônia no plenário do Capitólio que incluiu judeus sobreviventes dos campos de extermínio nazistas e não-judeus que os ajudaram durante a guerra.
"Temos uma oportunidade e uma obrigação de enfrentar este flagelo", disse Obama.
"Temos a oportunidade de nos comprometermos a resistir à injustiça, à intolerância e à indiferença em qualquer forma que assumir, enfrentando aqueles que dizem mentiras sobre a história ou fazendo todo o possível para evitar e pôr fim a atrocidades como as que ocorreram em Ruanda, ou as que ocorrem em Darfur", disse Obama, que fez o seu pronunciamento depois do sobrevivente do Holocausto e Prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel.
Wiesel, que sobreviveu aos horrores do campo de extermínio de Auschwitz, onde sua mãe e sua irmã morreram, acusou o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de ter se tornado o "principal negador do Holocausto no mundo".
Fonte: AFP
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/eua_judeus_hist__ria
"Existem aqueles que insistem que o Holocausto nunca ocorreu, aqueles que praticam toda forma de intolerância -racismo, antissemitismo, homofobia, xenofobia, sexismo e outras", disse Obama durante uma cerimônia no plenário do Capitólio que incluiu judeus sobreviventes dos campos de extermínio nazistas e não-judeus que os ajudaram durante a guerra.
"Temos uma oportunidade e uma obrigação de enfrentar este flagelo", disse Obama.
"Temos a oportunidade de nos comprometermos a resistir à injustiça, à intolerância e à indiferença em qualquer forma que assumir, enfrentando aqueles que dizem mentiras sobre a história ou fazendo todo o possível para evitar e pôr fim a atrocidades como as que ocorreram em Ruanda, ou as que ocorrem em Darfur", disse Obama, que fez o seu pronunciamento depois do sobrevivente do Holocausto e Prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel.
Wiesel, que sobreviveu aos horrores do campo de extermínio de Auschwitz, onde sua mãe e sua irmã morreram, acusou o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de ter se tornado o "principal negador do Holocausto no mundo".
Fonte: AFP
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/eua_judeus_hist__ria
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Presidente do Irã causa abandono de diplomatas em conferência da ONU
REUNIÃO DA ONU. Presidente do Irã causa abandono de conferência
Ao todo, 40 diplomatas da União Européia deixaram a sala de reunião durante o discurso do líder iraniano; Israel, EUA e outros países boicotaram a conferência
REUTERS
Mahmoud Ahmadinejad acusou Israel de racismo, provocando a indignação dos diplomatas presentes
Genebra, Suíça. Dezenas de países abandonaram ontem uma conferência racial da Organização da Organização das Nações Unidas (ONU), em um gesto raro, depois de ouvirem o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, apontar Israel como um ´regime racista cruel e repressor´.
´Depois do final da Segunda Guerra Mundial, os aliados recorreram à agressão militar para tirar as terras de uma nação inteira com o pretexto do sofrimento judeu´, afirmou Ahmadinejad, o único chefe de Estado que assistiu a conferência.
´Enviaram imigrantes da Europa, dos Estados Unidos para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada´, continuou o presidente iraniano.
Ao todo, 40 diplomatas da União Européia (UE) abandonaram a sala após o discurso de Ahmadinejad. Os representantes também ameaçaram abandonar a conferência de houvesse novos apelos a retórica anti-semita ou outras críticas igualmente discriminatórias contra Israel.
O líder iraniano criticou ainda a ordem política mundial, ao afirmar que o Conselho de Segurança da ONU sempre ´recebeu com o silêncio os crimes desse regime (israelense), como os recentes bombardeios contra civis em Gaza´.
Afeganistão
Ahmadinejad disse ainda que a intervenção internacional no Afeganistão não trouxe a paz nem a prosperidade ao país, e que a invasão americana do Iraque deixou ´um milhão de mortos e feridos e perdas milionárias para a economia desse país´.
O presidente iraniano continuou as constantes referências ao ´sionismo mundial, que personifica o racismo´, disse, e chamadas para uma reforma da ordem política internacional. As vaias de alguns grupos a Ahmadinejad começaram no momento em que ele subiu à tribuna, quando foi interrompido com gritos de ´assassino´ por dissidentes iranianos que foram a Genebra. Algumas pessoas, no entanto, aplaudiram o presidente do Irã.
Ahmadinejad continuou dizendo que ´perdoava´ os que lhe tinham insultado, aos quais qualificou de ´ignorantes´. Membros de grupos judeus e ONGs favoráveis a Israel também protestavam na entrada da sala do Palácio das Nações, onde aconteceu a conferência.
A conferência da ONU foi boicotada por Israel, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Itália, Holanda, Polônia, Nova Zelândia, e Alemanha. Esses países alegaram que a reunião poderia ser dominada por ´críticas injustas´ a Israel.
A presença de Ahmadinejad em Genebra causou indignação de Israel, que chamou para consultas seu embaixador em Berna, em protesto contra o encontro que o presidente suíço, Hans-Rudolf Merz, manteve na noite do último domingo com o presidente iraniano.
Reações
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deplorou o discurso de Ahmadinejad. ´Foi uma experiência muito perturbadora para mim como secretário-geral´, disse ele numa entrevista coletiva ao final do dia. ´Nunca vi nem experimentei esse tipo de procedimento perturbador da assembléia, da conferência, por parte de nenhum Estado membro. Foi uma situação totalmente inaceitável´, afirmou.
O discurso de Ahmadinejad foi ´vil e odioso´, afirmou o enviado adjunto dos Estados Unidos, Alejandro Wolff. ´Eu não posso pensar em nenhuma palavra a não ser vergonhoso´, afirmou Wolff.
´Isso provoca uma séria injustiça contra a nação iraniana e o povo iraniano, e nós conclamamos a liderança iraniana a mostrar uma retórica muito mais equilibrada, moderada, honesta e construtiva quando lidar com as questões da região´, continuou o americano. Apesar disso, a Casa Branca declarou que ainda quer dialogar com o Irã.
Vaticano
O Vaticano também criticou as posições do líder iraniano e classificou suas declarações de ´inaceitáveis e extremistas´.
´Discursos como o do presidente iraniano não vão na direção certa, já que embora não tenha negado o Holocausto ou o direito à existência de Israel, usou expressões extremistas e inaceitáveis´, disse o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi a uma rádio.
A presença do Vaticano na conferência da ONU irritou os líderes judeus. ´Com sua participação, o Vaticano deu seu endosso ao que está sendo preparado ali (contra Israel)´, afirmou o rabino chefe de Roma, Riccardi Di Segni, ao jornal italiano La Stampa.
Shimon Samuels, diretor do escritório europeu do Centro Simon Wiesenthal, disse que o Vaticano ´está dando o selo de sua aprovação à campanha de ódio´ contra Israel. ´Não é possível ficar em cima do muro. O Vaticano é uma voz poderosa, e (um boicote) dele teria tido efeito demonstrativo poderoso´, ressaltou Samuels.
21.04.2009
Fonte: Diário do Nordeste/Reuters
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=632347
Ao todo, 40 diplomatas da União Européia deixaram a sala de reunião durante o discurso do líder iraniano; Israel, EUA e outros países boicotaram a conferência
REUTERS
Mahmoud Ahmadinejad acusou Israel de racismo, provocando a indignação dos diplomatas presentes
Genebra, Suíça. Dezenas de países abandonaram ontem uma conferência racial da Organização da Organização das Nações Unidas (ONU), em um gesto raro, depois de ouvirem o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, apontar Israel como um ´regime racista cruel e repressor´.
´Depois do final da Segunda Guerra Mundial, os aliados recorreram à agressão militar para tirar as terras de uma nação inteira com o pretexto do sofrimento judeu´, afirmou Ahmadinejad, o único chefe de Estado que assistiu a conferência.
´Enviaram imigrantes da Europa, dos Estados Unidos para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada´, continuou o presidente iraniano.
Ao todo, 40 diplomatas da União Européia (UE) abandonaram a sala após o discurso de Ahmadinejad. Os representantes também ameaçaram abandonar a conferência de houvesse novos apelos a retórica anti-semita ou outras críticas igualmente discriminatórias contra Israel.
O líder iraniano criticou ainda a ordem política mundial, ao afirmar que o Conselho de Segurança da ONU sempre ´recebeu com o silêncio os crimes desse regime (israelense), como os recentes bombardeios contra civis em Gaza´.
Afeganistão
Ahmadinejad disse ainda que a intervenção internacional no Afeganistão não trouxe a paz nem a prosperidade ao país, e que a invasão americana do Iraque deixou ´um milhão de mortos e feridos e perdas milionárias para a economia desse país´.
O presidente iraniano continuou as constantes referências ao ´sionismo mundial, que personifica o racismo´, disse, e chamadas para uma reforma da ordem política internacional. As vaias de alguns grupos a Ahmadinejad começaram no momento em que ele subiu à tribuna, quando foi interrompido com gritos de ´assassino´ por dissidentes iranianos que foram a Genebra. Algumas pessoas, no entanto, aplaudiram o presidente do Irã.
Ahmadinejad continuou dizendo que ´perdoava´ os que lhe tinham insultado, aos quais qualificou de ´ignorantes´. Membros de grupos judeus e ONGs favoráveis a Israel também protestavam na entrada da sala do Palácio das Nações, onde aconteceu a conferência.
A conferência da ONU foi boicotada por Israel, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Itália, Holanda, Polônia, Nova Zelândia, e Alemanha. Esses países alegaram que a reunião poderia ser dominada por ´críticas injustas´ a Israel.
A presença de Ahmadinejad em Genebra causou indignação de Israel, que chamou para consultas seu embaixador em Berna, em protesto contra o encontro que o presidente suíço, Hans-Rudolf Merz, manteve na noite do último domingo com o presidente iraniano.
Reações
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deplorou o discurso de Ahmadinejad. ´Foi uma experiência muito perturbadora para mim como secretário-geral´, disse ele numa entrevista coletiva ao final do dia. ´Nunca vi nem experimentei esse tipo de procedimento perturbador da assembléia, da conferência, por parte de nenhum Estado membro. Foi uma situação totalmente inaceitável´, afirmou.
O discurso de Ahmadinejad foi ´vil e odioso´, afirmou o enviado adjunto dos Estados Unidos, Alejandro Wolff. ´Eu não posso pensar em nenhuma palavra a não ser vergonhoso´, afirmou Wolff.
´Isso provoca uma séria injustiça contra a nação iraniana e o povo iraniano, e nós conclamamos a liderança iraniana a mostrar uma retórica muito mais equilibrada, moderada, honesta e construtiva quando lidar com as questões da região´, continuou o americano. Apesar disso, a Casa Branca declarou que ainda quer dialogar com o Irã.
Vaticano
O Vaticano também criticou as posições do líder iraniano e classificou suas declarações de ´inaceitáveis e extremistas´.
´Discursos como o do presidente iraniano não vão na direção certa, já que embora não tenha negado o Holocausto ou o direito à existência de Israel, usou expressões extremistas e inaceitáveis´, disse o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi a uma rádio.
A presença do Vaticano na conferência da ONU irritou os líderes judeus. ´Com sua participação, o Vaticano deu seu endosso ao que está sendo preparado ali (contra Israel)´, afirmou o rabino chefe de Roma, Riccardi Di Segni, ao jornal italiano La Stampa.
Shimon Samuels, diretor do escritório europeu do Centro Simon Wiesenthal, disse que o Vaticano ´está dando o selo de sua aprovação à campanha de ódio´ contra Israel. ´Não é possível ficar em cima do muro. O Vaticano é uma voz poderosa, e (um boicote) dele teria tido efeito demonstrativo poderoso´, ressaltou Samuels.
21.04.2009
Fonte: Diário do Nordeste/Reuters
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=632347
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
As mais novas asneiras sobre o Holocausto ditas pelo presidente iraniano
Ocidente impediu investigação do Holocausto, diz Ahmadinejad
Teerã, 27 jan (EFE).- O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a criticar a postura sobre o Holocausto no Ocidente, acusado de impedir uma investigação histórica por interesses políticos.
Em carta divulgada hoje pela emissora iraniana "PressTV", Ahmadinejad assinalou que "durante 60 anos, os países ocidentais bloquearam qualquer investigação sobre o Holocausto para manter sua dominação sobre outras nações".
Desde que em 2005 assumiu a Presidência do país, Ahmadinejad criticou com insistência o apoio das nações ocidentais a Israel, expressou dúvidas sobre o Holocausto e afirmou em diversas ocasiões que o Estado judeu "está próximo de seu desaparecimento". EFE
jm/mh
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL974565-5602,00.html
Comentário: é de se perguntar ao distinto presidente do regime iraniano se ele também permitiria que o 'Ocidente' realizasse investigações históricas sobre as atrocidades cometidas no passado e no presente pelo regime teocrático iraniano. Atrocidades como morte por enforcamento de homossexuais, apedrejamento de mulheres, assassinatos de opositores, etc. Será que ele permitiria que o Ocidente ivestigasse isso? Fica a pergunta no ar.
Teerã, 27 jan (EFE).- O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a criticar a postura sobre o Holocausto no Ocidente, acusado de impedir uma investigação histórica por interesses políticos.
Em carta divulgada hoje pela emissora iraniana "PressTV", Ahmadinejad assinalou que "durante 60 anos, os países ocidentais bloquearam qualquer investigação sobre o Holocausto para manter sua dominação sobre outras nações".
Desde que em 2005 assumiu a Presidência do país, Ahmadinejad criticou com insistência o apoio das nações ocidentais a Israel, expressou dúvidas sobre o Holocausto e afirmou em diversas ocasiões que o Estado judeu "está próximo de seu desaparecimento". EFE
jm/mh
Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL974565-5602,00.html
Comentário: é de se perguntar ao distinto presidente do regime iraniano se ele também permitiria que o 'Ocidente' realizasse investigações históricas sobre as atrocidades cometidas no passado e no presente pelo regime teocrático iraniano. Atrocidades como morte por enforcamento de homossexuais, apedrejamento de mulheres, assassinatos de opositores, etc. Será que ele permitiria que o Ocidente ivestigasse isso? Fica a pergunta no ar.
Marcadores:
Ahmadinejad,
antissemitismo,
apedrejamento,
crimes políticos,
ditadura,
fanatismo religioso,
Fascismo,
Irã,
Iran,
Irão,
Nazismo,
Negação do Holocausto,
regime iraniano,
teocracia,
tortura
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Doha, Goebbels e o "Revisionismo"
A Profa. Ania Cavalcante analisa em seu artigo a total inadequação da citação do chanceler brasileiro, Celso Amorim na Rodada Doha, onde o ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels foi mencionado. Ania ainda analisa como isto pode ser fruto de uma sociedade que talvez esteja tolerando o anti-semitismo e as manifestações revisionistas.
Ania Cavalcante é doutoranda com tese sobre Holocausto em História na USP, pesquisadora e professora do módulo "Holocausto e Anti-Semitismo" do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância (LEI) da USP, estagiária do Curso "Holocausto e Literatura" da Literatura Hebraica da USP e professora nativa de Lingua Alemã. Foi bolsista em Seminário e Conferência sobre Holocausto pelo Yad Vashem de Israel.
Foi com indignação que li as notícias a respeito da lastimável declaração do atual ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, feita no dia 19 de julho, ao citar uma frase do chefe da propaganda no governo nazista, Joseph Goebbels. Fez-me pensar que, enquanto a realidade da fome assola partes do mundo, um fantasma ronda as políticas nacional e internacional brasileiras. Enquanto a fome mata 6 milhões de crianças por ano no mundo, outras 6 milhões de vítimas - judias - do Holocausto são reiteradamente desrespeitadas, além das outras vítimas do nazismo.
Durante uma entrevista coletiva à imprensa concedida na sede da OMC (Organização Mundial de Comércio) em Genebra, o ministro brasileiro Celso Amorim afirmou que "Goebbels sempre dizia que quando se repete uma mentira muitas vezes, ela se torna verdade" („wenn man eine Lüge oft genug wiederholt, wird eine Wahrheit daraus”). A infeliz citação ocorreu, em Genebra, às vésperas do começo de uma semana da Rodada Doha de negociações da OMC destinada a alcançar um acordo sobre a liberalização do comércio, e foi feita em resposta ao comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, que acusara o Brasil de "estar sempre por trás" das dificuldades de negociação da OMC, de afirmar que o Brasil e outros “países emergentes”, deveriam assumir responsabilidades e não só exigir concessões dos países ricos. Foi então que Celso Amorim buscou em Goebbels um argumento para criticar a atitude dos Estados Unidos e da União Européia, países que afirmam ter feito ofertas generosas no comércio de produtos agrícolas, enquanto os demais países fizeram muito pouco para abrir seus mercados aos produtos manufaturados. Ou seja, de que os EUA e UE estão oferecendo pouco em termos de liberalização agrícola e cobrando muito em concessões no setor industrial.
A declaração do ministro brasileiro, comparando a tática de negociação de UE e EUA na OMC com a do chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels, sugerindo que os EUA e a Europa se portam como os nazistas em termos comerciais é preocupante e inaceitável. A primeira reação à imprudente declaração de Celso Amorim, na qual compara a negociação dos países ricos sobre a Rodada Doha com a propaganda nazista, foi a da representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab, judia e descendente de sobreviventes do Holocausto, que no dia seguinte (20 de julho), através de porta-voz Sean Spicer, afirmou que, “para alguém que é ministro de Relações Exteriores, ele deveria estar mais atento para alguns pontos sensíveis”. Afirmou também que a fala de Amorim era “inacreditavelmente errada, além de qualquer imaginação, elas {as declarações} são insultuosas". Classificou ainda o ataque de “pessoal e baixo” e afirmou: "Estamos todos aqui para negociar de forma efetiva e esse tipo de comentário maldoso não tem lugar nessas negociações".
Segundo o porta-voz de Celso Amorim, Ricardo Neiva, citado pela Reuters, o ministro lamenta que Schwab ou qualquer outra pessoa tenha se ofendido com os seus comentários. O ministro brasileiro pediu desculpas pela declaração, porém manteve sua postura de citar o nazista. "Se ofendi alguém, eu lamento, não foi minha intenção. Mas mantenho: repetir uma distorção faz com que as pessoas acreditem que ela é a verdade", disse.
O lamentável comentário teve repercussão na imprensa mundial. O The Wall Street Journal disse em um artigo que a declaração de Amorim é “absurda e realmente preocupante, vinda de um diplomata moderado”, enquanto o jornal The New Zealand Herald afirma que a declaração de Amorim é “potencialmente um incidente diplomático”, acrescentando que “o comentário motivou uma pronta resposta dos EUA, cuja representante comercial, Susan Schwab, é filha de sobreviventes do Holocausto”. Mas é claro que a menção irresponsável de um nazista, ainda mais na Europa, além de imprudente, vergonhoso e inaceitável, feriu não só a Susan Schwab, os descentes de judeus do Holocausto, mas toda a comunidade judaica mundial e todos com um mínimo de bom-senso.
Em 21 de julho, Susan Schwab pôs de lado o comentário de Amorim e disse que "esta não é a hora nem a semana para cair de novo em retórica ultrapassada - destinada a perpetuar velhas divisões e criar outras novas”. Durante entrevista no primeiro dia da retomada das negociações da Rodada Doha de liberalização do comércio mundial. "Estamos esperando para ver contribuições de outros, inclusive dos mercados emergentes mais significativos", para que se chegue a uma conclusão bem sucedida da rodada, afirmou. O principal problema da Rodada Doha, ou seja, do comércio mundial, é a preocupação de cada país nos efeitos de uma política liberalizante que supostamente trariam desemprego em países que não estão aptos a concorrer de forma igual. A Rodada Doha durou sete anos e fracassou de novo, a 29 de julho, quando a Índia e a China abandonaram novamente a sala de negociações, e esse reiterado fracasso pode representar o colapso definitivo da Rodada de Doha. Certo é que atualmente a fome assola vidas humanas com a inflação dos produtos agrícolas, enquanto a manipulação histórica ronda o mundo.
"Revisionismo", desrespeito e os veículos de massa
O século XX foi marcado por formas de opressão e violência que custaram a vida de milhões de pessoas, sendo o regime nazista e o Holocausto o paradigma e expressão máxima da barbárie humana, que arrasaram do mapa parte de uma geração, parte de uma História. Por outro lado, também representou máxima expressão de resistência e solidariedade humanas por parte de suas vítimas, representando a fé na humanidade. O século XXI, por sua vez, se inicia com uma tentativa de apagar a memória, com o reiterado desrespeito à memória e à dignidade humanas, e de jogar a História na lata do lixo, manipulando “aquilo que aconteceu” – “was geschehen ist”, como definiria o poeta judeu-alemão Paul Celan, sobrevivente do Holocausto. E o ministro brasileiro se une àqueles que desrespeitam a memória e a História.
Foi justamente em um ministro da Alemanha nazista que o ministro brasileiro se inspirou. A ofensa não foi à Susan Swab somente. Mais do que uma ofensa, uma declaração inadequada, um reflexo do desrespeito às vitimas do Holocausto – os judeus foram as maiores, mas houve outras vítimas, que não devem ser esquecidas. Nem a memória apagada, nem a História desconsiderada ou manipulada. O Holocausto foi o fenômeno histórico da discriminação, exclusão sócio-econômica, expropriação, da perseguição, tortura e extermínio de 6 milhões de judeus entre 1933 e 1945 pelo regime nazista na Alemanha e Europa ocupada, o que representava 66% dos judeus da Europa, 1/3 dos judeus do mundo. O regime nazista também vitimou 1,5 milhão de inimigos políticos, 3 milhões de prisioneiros de guerra, 20 milhões de russos (centenas desses incluídos na categoria de inimigos políticos e prisioneiros de guerra), 600 mil sérvios, 500 mil ciganos, 200 mil poloneses, 200 mil maçons, 15 mil homossexuais, 5 mil testemunhas de jeová, e muitas outras vítimas.
O Ministro brasileiro citou um dos maiores ideólogos nazistas, Joseph Goebbels, que foi Ministro de Propaganda e Informação Pública da Alemanha nazista durante a existência do regime nazista, de 1933 a 1945. Tanto Goebbels, como Adolf Hitler reconheciam o enorme potencial oferecido pela propaganda na veiculação da ideologia nazista e para a conquista das massas. O poder da propaganda nazista tornou-se maior, em decorrência da censura e do monopólio da violência e dos meios de comunicação.
O ministro Goebbel, citado pelo ministro brasileiro, manipulou a rádio e os filmes de propaganda, onde buscou disseminar as idéias anti-semitas e racistas, para angariar o apoio popular ao infame regime nazista, de cunho anti-semita, nacionalista, expansionista, xenófobo, explorador e assassino. E é na idéia central, o pilar desse ministro – a farsa composta de mentiras contadas e recontadas – que o ministro brasileiro se inspirou.
Mais do que um desrespeito às vítimas do Holocausto e do nazismo, aos sobreviventes e, por que não dizer, ao bom-senso. Se fosse ministro em outro país, poderia ser destituído justificadamente, por isso (na Alemanha, o seria com certeza). Basear-se em idéias-chave de um regime como o nazista e repeti-las é vergonhoso. Joseph Goebbels foi um dos defensores do nazismo, um dos maiores propagandistas do nazismo e manipuladores da História, um criminoso. Foi ele quem, a 10 de maio de 1933, ordenou uma “queima pública de textos judeus nocivos” em frente a Universidade Humbolt de Berlim, com o objetivo de “nazificar” a arte e a cultura da Alemanha. Aproximadamente 20 mil livros foram queimados, incluindo livros de autores não-judeus como Heinrich Mann, Betold Brecht, Erich Kastner e muito autores judeus como Albert Einstein, Karl Marx, Sigmund Freud, Franz Kafka, Stefan Zweig, e Heinrich Heine. Este último, tinha escrito um século antes: “Onde se queimam livros, alguém dia também serão queimados seres humanos”. E na Alemanha nazista e Europa por ela ocupada, lamentavelmente, foi o que ocorreu.
O primeiro pogrom do século XX foi uma elaboração de Goebbels, que teve a idéia de utilizar o atentado contra o diplomata alemão Von Rath em Paris cometido pelo jovem judeu Herschel Grynszpan para realizar um violento pogrom contra os judeus da Alemanha na noite de 9 de novembro de 1938 denominado de “A Noite dos Cristais Quebrados” (Kristallnacht). Herschel Grynszpan cometeu o atentado como forma de expressar sua indignação ao saber, no início de novembro de 1938, que sua família e outras centenas de judeus com cidadania polaca haviam sido deportados a 27 de outubro da Alemanha para a Polônia, para uma região na fronteira, uma terra de ninguém, porque nenhum dos dois países queria ficar com eles. Se por um lado essa deportação representou a primeira deportação massiva de judeus pelo regime nazista, efetuada pela SS (SS é a abreviação de Schutzstaffel, Tropas de Proteção, as tropas de choque da polícia política do regime nazista), a Noite dos Cristais Quebrados constituiu um episódio de finalização de um período de exclusão social, expropriação econômica e de incentivo à imigração judaica, representando o início da violência física em massa contra os judeus e a deportação para os campos de concentração.
A extensão e gravidade da Noite dos Cristais Quebrados foi clara: 91 judeus morreram nesta noite e nenhum assassino foi julgado. As 400 sinagogas ainda existentes na Alemanha foram queimadas e destruídas. 7500 lojas de judeus foram quebradas ou saqueadas, com um prejuízo de muitas centenas de milhões de marcos. 26 mil judeus foram presos e levados a campos de concentração. Foi imputada uma multa coletiva de um bilhão de marcos aos judeus para pagarem os seus próprios prejuízos, que posteriormente foi aumentada. E esse episódio foi divulgado em jornais do mundo inteiro. E foi a partir desse momento, que os judeus foram completamente banidos da vida econômica na Alemanha. As propriedades judaicas foram colocadas em contas e confiscadas pelo Estado.
Além disso, relembremos, durante a Segunda guerra Mundial, Goebbels foi o responsável pela campanha de propaganda, espalhando ódio, disseminando mentiras contra os supostos “inimigos dos alemães”, afirmando serem os judeus os maiores desses inimigos e caracterizando-os como sub-humanos. E foram as principais mentiras que ele reiteradas vezes buscou disseminar, para buscar fazer com que acreditassem nelas. E foi a essa prática, desse ministro nazista, que o ministro brasileiro citou. Algo grave, gravíssimo, vergonhoso. Não chega a ser um crime. Mas sem dúvida uma agressão.
O combate ao negacionismo, manipulação atual da História
Vivemos um tempo em que a agressão é reiterada e a História, manipulada. Um grande exemplo disso é o negacionismo do Holocausto. Entre os iranianos e palestinos, e em movimentos pró-palestinos, o negacionismo é, lamentavelmente, comum. Aqui no Brasil, há vários exemplos. Citarei um mais recente. A 26 de janeiro desse ano, foi formado em São Paulo um movimento que pretende abranger os comitês pró-palestinos no Brasil, denominado "Palestina Livre - Movimento Palestina para Tod@s". No site publicado como o primeiro artigo da seção de História, um artigo de Robert Faurisson, um francês negacionista histórico, atuante desde 1960. O artigo era encontrado no site http://www.palestinalivre.org/node/231. Eu enviei uma nota de repúdio ao site do Mopat, a representantes da comunidade judaica e palestina e a várias outras pessoas. Depois dessa campanha de denúncia, passada cerca de uma semana, o artigo foi retirado do site. Mas repudie e esclareci aos mesmos destinatários, de que havia artigos de outros negacionistas no site do movimento, como o caso de Alfredo Braga, que em um dos vários artigos disponibilizados no site, repletos de falsificações históricas, afirmava, por exemplo, que o Diário de Anne Frank era uma farsa histórica. Só recentemente, os artigos de Alfredo Braga foram substituídos por outros.
Na Argentina, em Buenos Aires, entidades pró-palestinas chamaram um ato no dia 28 de janeiro em frente à Embaixada de Israel. O ato era contra o Estado de Israel e em defesa dos palestinos, que preconizava atividades culturais, nas quais estava incluído um programa fartamente negacionista, com destaque para Faurisson (parece que está na moda dentre estes comitês), de uma virulência e manipulação histórica inaceitáveis.
O evento, felizmente, foi um fracasso, sendo cancelado por seus organizadores por falta de palestinos e simpatizantes dispostos a protestar. Mesmo assim, o programa divulgado reflete o conteúdo defendido por esses movimentos. Sem desconsiderar os movimentos de palestinos pela paz e de convivência com o Estado de Israel, há se levar em conta que governos árabes, em especial o Irã, vem investindo uma fortuna nos últimos 26 anos em incitamento ao ódio. Em recente esclarecimento a esse respeito, o jornalista da FIERJ (Federação Israelita do Rio de Janeiro), José Roitberg, explicou, por email, que “o Irã é o único financiador da universidade MAUP na Ucrânia onde fica a gráfica que produz livros revisionistas [negacionistas] em pelo menos 40 línguas. A MAUP espalhou pela Europa vários quiosques de venda desse material e há países da América Latina, como a Argentina, onde podem ser adquiridos estes materiais em qualquer livraria, sebo ou barracas de livros nas ruas. Constando desde “Mein Kampf” aos “Protocolos dos Sábios do Sião”.
O negacionismo não é crime, tampouco aqui no Brasil, como em qualquer outro país da América Latina, ao contrário da Alemanha, por exemplo, o país com a legislação mais severa nesse sentido. Não se brinca em serviço lá. Atualmente, a Alemanha é o país onde mais memoriais e museus do Holocausto há. E negacionismo, assim como reprodução de qualquer livro ou idéia de teor nazista, assim como símbolos e gestos nazistas dão cadeia. E sem atenuantes.
O uso da negação do Holocausto tem um objetivo muito claro, que deve ser combatido: ao definir que Israel é uma compensação aos judeus pelo Holocausto, se não houver Holocausto, essa compensação se torna indevida. O negacionismo causa um risco real para as comunidades judaicas, mas não causa risco para Israel. A Carta do Hamas define que todos os judeus que chegaram à Palestina após 1947 devem ser expulsos de volta aos seus países de origem e os demais, devem ser mortos. E essa retórica se ouve em outros discursos anti-sionistas.
No Brasil, a condenação de dois anos de prisão de Silfried Ellwanger Castan, fundador da Editora Revisão, que nega o Holocausto e publica livros nazistas e negacionistas, foi uma vitória, embora, por sua idade avançada, não tenha cumprido a pena na prisão.
Mas não deixou de ser uma vitória, um avanço na luta contra o negacionismo, anti-semitismo e pela dignidade humana. Dentro da legislação brasileira, o racismo é um crime, a apologia ao anti-semitismo não o é, e o revisionismo é discutível. Há que se defender a liberdade de expressão, mas deve-se combater os perigos concretos de repetições da catástrofe e de regimes como o nazista.
Em um país que ainda não criminalizada a negação do Holocausto, e onde seus ministros citam nazistas, nos faz notar a ainda vigência de anti-semitismo, e a necessidade de lutar para esclarecer sobre a completa inadequação de tais citações. Há ainda muito que se combater o anti-semitismo, o racismo, os preconceitos. Por isso, devemos ficar De Olho Na Mídia, de ouvidos bem atentos, e nunca silenciar.
Para quem considera que o nazismo e o Holocausto são assuntos ultrapassados e superados, os fatos demonstram que ainda há muito a ser debatido a respeito desse capítulo infame da História e muito ainda a combater.
Vivenciamos um período em que revisionistas tentam negar o Holocausto e até mesmo estadistas o fazem. Em que movimentos disseminam o negacionismo como justificativa de suas causas, ministros se baseiam na retórica nazista, período em que a intolerância e discriminação ainda permanecem e são um dos combustíveis, juntamente com interesses econômicos espúrios, da violência generalizada – seja física, seja verbal - a expressão da barbárie atual, que atinge a todos nós.
Nem sequer aos mortos deixam descansar em paz, tampouco descansaremos no combate ao negacionismo, anti-semitismo e anti-sionismo, e as suas diversas manifestações infames e inaceitáveis. Afinal, acreditamos na humanidade.
Fonte: deOlhonaMídia.org.br
http://www.deolhonamidia.org.br/Comentarios/mostraComentario.asp?tID=368
Ania Cavalcante é doutoranda com tese sobre Holocausto em História na USP, pesquisadora e professora do módulo "Holocausto e Anti-Semitismo" do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância (LEI) da USP, estagiária do Curso "Holocausto e Literatura" da Literatura Hebraica da USP e professora nativa de Lingua Alemã. Foi bolsista em Seminário e Conferência sobre Holocausto pelo Yad Vashem de Israel.
Foi com indignação que li as notícias a respeito da lastimável declaração do atual ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, feita no dia 19 de julho, ao citar uma frase do chefe da propaganda no governo nazista, Joseph Goebbels. Fez-me pensar que, enquanto a realidade da fome assola partes do mundo, um fantasma ronda as políticas nacional e internacional brasileiras. Enquanto a fome mata 6 milhões de crianças por ano no mundo, outras 6 milhões de vítimas - judias - do Holocausto são reiteradamente desrespeitadas, além das outras vítimas do nazismo.
Durante uma entrevista coletiva à imprensa concedida na sede da OMC (Organização Mundial de Comércio) em Genebra, o ministro brasileiro Celso Amorim afirmou que "Goebbels sempre dizia que quando se repete uma mentira muitas vezes, ela se torna verdade" („wenn man eine Lüge oft genug wiederholt, wird eine Wahrheit daraus”). A infeliz citação ocorreu, em Genebra, às vésperas do começo de uma semana da Rodada Doha de negociações da OMC destinada a alcançar um acordo sobre a liberalização do comércio, e foi feita em resposta ao comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, que acusara o Brasil de "estar sempre por trás" das dificuldades de negociação da OMC, de afirmar que o Brasil e outros “países emergentes”, deveriam assumir responsabilidades e não só exigir concessões dos países ricos. Foi então que Celso Amorim buscou em Goebbels um argumento para criticar a atitude dos Estados Unidos e da União Européia, países que afirmam ter feito ofertas generosas no comércio de produtos agrícolas, enquanto os demais países fizeram muito pouco para abrir seus mercados aos produtos manufaturados. Ou seja, de que os EUA e UE estão oferecendo pouco em termos de liberalização agrícola e cobrando muito em concessões no setor industrial.
A declaração do ministro brasileiro, comparando a tática de negociação de UE e EUA na OMC com a do chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels, sugerindo que os EUA e a Europa se portam como os nazistas em termos comerciais é preocupante e inaceitável. A primeira reação à imprudente declaração de Celso Amorim, na qual compara a negociação dos países ricos sobre a Rodada Doha com a propaganda nazista, foi a da representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab, judia e descendente de sobreviventes do Holocausto, que no dia seguinte (20 de julho), através de porta-voz Sean Spicer, afirmou que, “para alguém que é ministro de Relações Exteriores, ele deveria estar mais atento para alguns pontos sensíveis”. Afirmou também que a fala de Amorim era “inacreditavelmente errada, além de qualquer imaginação, elas {as declarações} são insultuosas". Classificou ainda o ataque de “pessoal e baixo” e afirmou: "Estamos todos aqui para negociar de forma efetiva e esse tipo de comentário maldoso não tem lugar nessas negociações".
Segundo o porta-voz de Celso Amorim, Ricardo Neiva, citado pela Reuters, o ministro lamenta que Schwab ou qualquer outra pessoa tenha se ofendido com os seus comentários. O ministro brasileiro pediu desculpas pela declaração, porém manteve sua postura de citar o nazista. "Se ofendi alguém, eu lamento, não foi minha intenção. Mas mantenho: repetir uma distorção faz com que as pessoas acreditem que ela é a verdade", disse.
O lamentável comentário teve repercussão na imprensa mundial. O The Wall Street Journal disse em um artigo que a declaração de Amorim é “absurda e realmente preocupante, vinda de um diplomata moderado”, enquanto o jornal The New Zealand Herald afirma que a declaração de Amorim é “potencialmente um incidente diplomático”, acrescentando que “o comentário motivou uma pronta resposta dos EUA, cuja representante comercial, Susan Schwab, é filha de sobreviventes do Holocausto”. Mas é claro que a menção irresponsável de um nazista, ainda mais na Europa, além de imprudente, vergonhoso e inaceitável, feriu não só a Susan Schwab, os descentes de judeus do Holocausto, mas toda a comunidade judaica mundial e todos com um mínimo de bom-senso.
Em 21 de julho, Susan Schwab pôs de lado o comentário de Amorim e disse que "esta não é a hora nem a semana para cair de novo em retórica ultrapassada - destinada a perpetuar velhas divisões e criar outras novas”. Durante entrevista no primeiro dia da retomada das negociações da Rodada Doha de liberalização do comércio mundial. "Estamos esperando para ver contribuições de outros, inclusive dos mercados emergentes mais significativos", para que se chegue a uma conclusão bem sucedida da rodada, afirmou. O principal problema da Rodada Doha, ou seja, do comércio mundial, é a preocupação de cada país nos efeitos de uma política liberalizante que supostamente trariam desemprego em países que não estão aptos a concorrer de forma igual. A Rodada Doha durou sete anos e fracassou de novo, a 29 de julho, quando a Índia e a China abandonaram novamente a sala de negociações, e esse reiterado fracasso pode representar o colapso definitivo da Rodada de Doha. Certo é que atualmente a fome assola vidas humanas com a inflação dos produtos agrícolas, enquanto a manipulação histórica ronda o mundo.
"Revisionismo", desrespeito e os veículos de massa
O século XX foi marcado por formas de opressão e violência que custaram a vida de milhões de pessoas, sendo o regime nazista e o Holocausto o paradigma e expressão máxima da barbárie humana, que arrasaram do mapa parte de uma geração, parte de uma História. Por outro lado, também representou máxima expressão de resistência e solidariedade humanas por parte de suas vítimas, representando a fé na humanidade. O século XXI, por sua vez, se inicia com uma tentativa de apagar a memória, com o reiterado desrespeito à memória e à dignidade humanas, e de jogar a História na lata do lixo, manipulando “aquilo que aconteceu” – “was geschehen ist”, como definiria o poeta judeu-alemão Paul Celan, sobrevivente do Holocausto. E o ministro brasileiro se une àqueles que desrespeitam a memória e a História.
Foi justamente em um ministro da Alemanha nazista que o ministro brasileiro se inspirou. A ofensa não foi à Susan Swab somente. Mais do que uma ofensa, uma declaração inadequada, um reflexo do desrespeito às vitimas do Holocausto – os judeus foram as maiores, mas houve outras vítimas, que não devem ser esquecidas. Nem a memória apagada, nem a História desconsiderada ou manipulada. O Holocausto foi o fenômeno histórico da discriminação, exclusão sócio-econômica, expropriação, da perseguição, tortura e extermínio de 6 milhões de judeus entre 1933 e 1945 pelo regime nazista na Alemanha e Europa ocupada, o que representava 66% dos judeus da Europa, 1/3 dos judeus do mundo. O regime nazista também vitimou 1,5 milhão de inimigos políticos, 3 milhões de prisioneiros de guerra, 20 milhões de russos (centenas desses incluídos na categoria de inimigos políticos e prisioneiros de guerra), 600 mil sérvios, 500 mil ciganos, 200 mil poloneses, 200 mil maçons, 15 mil homossexuais, 5 mil testemunhas de jeová, e muitas outras vítimas.
O Ministro brasileiro citou um dos maiores ideólogos nazistas, Joseph Goebbels, que foi Ministro de Propaganda e Informação Pública da Alemanha nazista durante a existência do regime nazista, de 1933 a 1945. Tanto Goebbels, como Adolf Hitler reconheciam o enorme potencial oferecido pela propaganda na veiculação da ideologia nazista e para a conquista das massas. O poder da propaganda nazista tornou-se maior, em decorrência da censura e do monopólio da violência e dos meios de comunicação.
O ministro Goebbel, citado pelo ministro brasileiro, manipulou a rádio e os filmes de propaganda, onde buscou disseminar as idéias anti-semitas e racistas, para angariar o apoio popular ao infame regime nazista, de cunho anti-semita, nacionalista, expansionista, xenófobo, explorador e assassino. E é na idéia central, o pilar desse ministro – a farsa composta de mentiras contadas e recontadas – que o ministro brasileiro se inspirou.
Mais do que um desrespeito às vítimas do Holocausto e do nazismo, aos sobreviventes e, por que não dizer, ao bom-senso. Se fosse ministro em outro país, poderia ser destituído justificadamente, por isso (na Alemanha, o seria com certeza). Basear-se em idéias-chave de um regime como o nazista e repeti-las é vergonhoso. Joseph Goebbels foi um dos defensores do nazismo, um dos maiores propagandistas do nazismo e manipuladores da História, um criminoso. Foi ele quem, a 10 de maio de 1933, ordenou uma “queima pública de textos judeus nocivos” em frente a Universidade Humbolt de Berlim, com o objetivo de “nazificar” a arte e a cultura da Alemanha. Aproximadamente 20 mil livros foram queimados, incluindo livros de autores não-judeus como Heinrich Mann, Betold Brecht, Erich Kastner e muito autores judeus como Albert Einstein, Karl Marx, Sigmund Freud, Franz Kafka, Stefan Zweig, e Heinrich Heine. Este último, tinha escrito um século antes: “Onde se queimam livros, alguém dia também serão queimados seres humanos”. E na Alemanha nazista e Europa por ela ocupada, lamentavelmente, foi o que ocorreu.
O primeiro pogrom do século XX foi uma elaboração de Goebbels, que teve a idéia de utilizar o atentado contra o diplomata alemão Von Rath em Paris cometido pelo jovem judeu Herschel Grynszpan para realizar um violento pogrom contra os judeus da Alemanha na noite de 9 de novembro de 1938 denominado de “A Noite dos Cristais Quebrados” (Kristallnacht). Herschel Grynszpan cometeu o atentado como forma de expressar sua indignação ao saber, no início de novembro de 1938, que sua família e outras centenas de judeus com cidadania polaca haviam sido deportados a 27 de outubro da Alemanha para a Polônia, para uma região na fronteira, uma terra de ninguém, porque nenhum dos dois países queria ficar com eles. Se por um lado essa deportação representou a primeira deportação massiva de judeus pelo regime nazista, efetuada pela SS (SS é a abreviação de Schutzstaffel, Tropas de Proteção, as tropas de choque da polícia política do regime nazista), a Noite dos Cristais Quebrados constituiu um episódio de finalização de um período de exclusão social, expropriação econômica e de incentivo à imigração judaica, representando o início da violência física em massa contra os judeus e a deportação para os campos de concentração.
A extensão e gravidade da Noite dos Cristais Quebrados foi clara: 91 judeus morreram nesta noite e nenhum assassino foi julgado. As 400 sinagogas ainda existentes na Alemanha foram queimadas e destruídas. 7500 lojas de judeus foram quebradas ou saqueadas, com um prejuízo de muitas centenas de milhões de marcos. 26 mil judeus foram presos e levados a campos de concentração. Foi imputada uma multa coletiva de um bilhão de marcos aos judeus para pagarem os seus próprios prejuízos, que posteriormente foi aumentada. E esse episódio foi divulgado em jornais do mundo inteiro. E foi a partir desse momento, que os judeus foram completamente banidos da vida econômica na Alemanha. As propriedades judaicas foram colocadas em contas e confiscadas pelo Estado.
Além disso, relembremos, durante a Segunda guerra Mundial, Goebbels foi o responsável pela campanha de propaganda, espalhando ódio, disseminando mentiras contra os supostos “inimigos dos alemães”, afirmando serem os judeus os maiores desses inimigos e caracterizando-os como sub-humanos. E foram as principais mentiras que ele reiteradas vezes buscou disseminar, para buscar fazer com que acreditassem nelas. E foi a essa prática, desse ministro nazista, que o ministro brasileiro citou. Algo grave, gravíssimo, vergonhoso. Não chega a ser um crime. Mas sem dúvida uma agressão.
O combate ao negacionismo, manipulação atual da História
Vivemos um tempo em que a agressão é reiterada e a História, manipulada. Um grande exemplo disso é o negacionismo do Holocausto. Entre os iranianos e palestinos, e em movimentos pró-palestinos, o negacionismo é, lamentavelmente, comum. Aqui no Brasil, há vários exemplos. Citarei um mais recente. A 26 de janeiro desse ano, foi formado em São Paulo um movimento que pretende abranger os comitês pró-palestinos no Brasil, denominado "Palestina Livre - Movimento Palestina para Tod@s". No site publicado como o primeiro artigo da seção de História, um artigo de Robert Faurisson, um francês negacionista histórico, atuante desde 1960. O artigo era encontrado no site http://www.palestinalivre.org/node/231. Eu enviei uma nota de repúdio ao site do Mopat, a representantes da comunidade judaica e palestina e a várias outras pessoas. Depois dessa campanha de denúncia, passada cerca de uma semana, o artigo foi retirado do site. Mas repudie e esclareci aos mesmos destinatários, de que havia artigos de outros negacionistas no site do movimento, como o caso de Alfredo Braga, que em um dos vários artigos disponibilizados no site, repletos de falsificações históricas, afirmava, por exemplo, que o Diário de Anne Frank era uma farsa histórica. Só recentemente, os artigos de Alfredo Braga foram substituídos por outros.
Na Argentina, em Buenos Aires, entidades pró-palestinas chamaram um ato no dia 28 de janeiro em frente à Embaixada de Israel. O ato era contra o Estado de Israel e em defesa dos palestinos, que preconizava atividades culturais, nas quais estava incluído um programa fartamente negacionista, com destaque para Faurisson (parece que está na moda dentre estes comitês), de uma virulência e manipulação histórica inaceitáveis.
O evento, felizmente, foi um fracasso, sendo cancelado por seus organizadores por falta de palestinos e simpatizantes dispostos a protestar. Mesmo assim, o programa divulgado reflete o conteúdo defendido por esses movimentos. Sem desconsiderar os movimentos de palestinos pela paz e de convivência com o Estado de Israel, há se levar em conta que governos árabes, em especial o Irã, vem investindo uma fortuna nos últimos 26 anos em incitamento ao ódio. Em recente esclarecimento a esse respeito, o jornalista da FIERJ (Federação Israelita do Rio de Janeiro), José Roitberg, explicou, por email, que “o Irã é o único financiador da universidade MAUP na Ucrânia onde fica a gráfica que produz livros revisionistas [negacionistas] em pelo menos 40 línguas. A MAUP espalhou pela Europa vários quiosques de venda desse material e há países da América Latina, como a Argentina, onde podem ser adquiridos estes materiais em qualquer livraria, sebo ou barracas de livros nas ruas. Constando desde “Mein Kampf” aos “Protocolos dos Sábios do Sião”.
O negacionismo não é crime, tampouco aqui no Brasil, como em qualquer outro país da América Latina, ao contrário da Alemanha, por exemplo, o país com a legislação mais severa nesse sentido. Não se brinca em serviço lá. Atualmente, a Alemanha é o país onde mais memoriais e museus do Holocausto há. E negacionismo, assim como reprodução de qualquer livro ou idéia de teor nazista, assim como símbolos e gestos nazistas dão cadeia. E sem atenuantes.
O uso da negação do Holocausto tem um objetivo muito claro, que deve ser combatido: ao definir que Israel é uma compensação aos judeus pelo Holocausto, se não houver Holocausto, essa compensação se torna indevida. O negacionismo causa um risco real para as comunidades judaicas, mas não causa risco para Israel. A Carta do Hamas define que todos os judeus que chegaram à Palestina após 1947 devem ser expulsos de volta aos seus países de origem e os demais, devem ser mortos. E essa retórica se ouve em outros discursos anti-sionistas.
No Brasil, a condenação de dois anos de prisão de Silfried Ellwanger Castan, fundador da Editora Revisão, que nega o Holocausto e publica livros nazistas e negacionistas, foi uma vitória, embora, por sua idade avançada, não tenha cumprido a pena na prisão.
Mas não deixou de ser uma vitória, um avanço na luta contra o negacionismo, anti-semitismo e pela dignidade humana. Dentro da legislação brasileira, o racismo é um crime, a apologia ao anti-semitismo não o é, e o revisionismo é discutível. Há que se defender a liberdade de expressão, mas deve-se combater os perigos concretos de repetições da catástrofe e de regimes como o nazista.
Em um país que ainda não criminalizada a negação do Holocausto, e onde seus ministros citam nazistas, nos faz notar a ainda vigência de anti-semitismo, e a necessidade de lutar para esclarecer sobre a completa inadequação de tais citações. Há ainda muito que se combater o anti-semitismo, o racismo, os preconceitos. Por isso, devemos ficar De Olho Na Mídia, de ouvidos bem atentos, e nunca silenciar.
Para quem considera que o nazismo e o Holocausto são assuntos ultrapassados e superados, os fatos demonstram que ainda há muito a ser debatido a respeito desse capítulo infame da História e muito ainda a combater.
Vivenciamos um período em que revisionistas tentam negar o Holocausto e até mesmo estadistas o fazem. Em que movimentos disseminam o negacionismo como justificativa de suas causas, ministros se baseiam na retórica nazista, período em que a intolerância e discriminação ainda permanecem e são um dos combustíveis, juntamente com interesses econômicos espúrios, da violência generalizada – seja física, seja verbal - a expressão da barbárie atual, que atinge a todos nós.
Nem sequer aos mortos deixam descansar em paz, tampouco descansaremos no combate ao negacionismo, anti-semitismo e anti-sionismo, e as suas diversas manifestações infames e inaceitáveis. Afinal, acreditamos na humanidade.
Fonte: deOlhonaMídia.org.br
http://www.deolhonamidia.org.br/Comentarios/mostraComentario.asp?tID=368
Marcadores:
Ahmadinejad,
Anti-Semitismo,
anti-sionismo,
Celso Amorim,
Doha,
Faurisson,
Goebbels,
governo brasileiro,
Hitler,
Irã,
Israel,
Nazismo,
negacionismo,
revisionismo
domingo, 6 de julho de 2008
O fantasma do extremismo de direita
(Foto)Cena neonazista cresce, alertam autoridades
Deputado alemão de origem turca é atacado por extremistas em bairro de Berlim conhecido pela concentração de skinheads. Autoridades apontam para crescimento da cena neonazista no país.
Giyasettin Sayan, membro da bancada do Partido de Esquerda na Assembléia Legislativa de Berlim, foi atacado na região leste da cidade por dois homens desconhecidos, que o espancaram e feriram com uma garrafa.
(Foto)Deputado Giyasettin Sayan: atacado nas ruas de Berlim
Sayan, de 56 anos, nasceu na Turquia e vive há quase 30 anos na Alemanha. Ele é o responsável no seu partido por questões relacionadas à migração. Os homens que o atacaram no bairro Lichtenberg gritaram ofensas de teor racista. O deputado encontra-se ainda hospitalizado, com traumatismo craniano e várias escoriações.
Impedir que o caldo se entorne
O caso só veio a acirrar o debate sobre o crescimento do extremismo de direita no país. Uma discussão revigorada nos últimos dias pelo ex-porta voz do governo Schröder, Uwe-Karsten Heye, que alertou turistas negros que vierem à Alemanha durante a Copa do Mundo a evitar determinadas regiões do país.
As declarações de Heye, que em primeira mão haviam desencadeado várias reações negativas, ganham cada vez mais manifestações de apoio no país. O governador de Brandemburgo, Matthias Platzeck, reviu sua posição contrária aos comentários de Heye e afirmou que o ex-porta voz do governo "tem razão ao dizer que há, principalmente no Leste alemão, problemas como racismo, extremismo e violência de direita".
(Foto)Müntefering: criação de frente de combate à xenofobia
Franz Müntefering, vice-chanceler federal, defendeu neste sábado (20/05) a formação de uma frente de combate à xenofobia no país. O político social-democrata afirmou que os partidos democráticos têm que impedir que "o caldo do extremismo de direita" se entorne no país. E até o Procurador Geral da República, Kay Nehm, entrou no debate para confirmar que "no Leste alemão há situações de ataques brutais, dos quais determinadas pessoas não escapariam ilesas".
Disseminação através da música
O Departamento de Proteção à Constituição anunciou um aumento do número de neonazistas no país (4.100) em relação ao ano anterior (3.800). Também o número de exrtremistas de direita aptos a praticar atos de violência subiu de dez mil para 10.400 militantes. O relatório oficial deverá ser apresentado pelo ministro do Interior, Wolfgang Schäuble, nesta segunda-feira (22/05).
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: CD distribuído em show de banda skinheadUm dos fatores de preocupação das autoridades é a disseminação da ideologia neonazista através da música, com o registro de nada menos que 142 bandas skinheads no país.
Em entrevista à emissora de televisão ARD, o vice-presidente do Conselho Central dos Judeus, Salomon Korn, denunciou o fato de que há no site de leilões e-bay uma ampla oferta de artigos com ícones de extrema direita, música produzida por neonazistas e até livros de adoração a Hitler.
Torcida pelo time iraniano
(Foto)Presidente iraniano Ahmadinejad em campo: apoio de skinheads pela negação do Holocausto
Além disso, segundo anuncia o semanário Der Spiegel, os extremistas de direita estão organizando torcidas pelo time do Irã durante a Copa do Mundo, como sinal de apoio à postura do presidente Mahmud Ahmadinejad de negação do Holocausto. Para isso, grupos de neonazistas anunciam pela internet uma marcha para o dia 21 de junho, a data em que a equipe do Irã joga contra Angola, em Leipzig, no Leste alemão.
A polícia deverá apelar às instâncias jurídicas para que manifestações neonazistas sejam terminantemente proibidas durante o Mundial. "Caso contrário, a polícia não terá condições, em termos de pessoal, de garantir a segurança durante a Copa", afirmou Konrad Freiberg, líder do sindicato de policiais ao Der Spiegel.
Assunto antigo
(Foto)Bairro Lichtenberg: concentração de neonazistas
O ataque ao deputado de origem turca e o medo das autoridades de perder o controle da situação durante a Copa do Mundo confirmam a pertinência das palavras do ex-porta voz do governo. Motivo de tanta controvérsia, seu alerta nem "dados novos" trouxe.
Como lembra o diário berlinense taz, "a imagem de Brandemburgo já está arranhada há muito tempo. Diversos guias turísticos internacionais, como Lonely Planet ou Time out Berlin, já aconselham que pessoas com aparência homossexual ou não-alemã devam evitar alguns bairros da periferia leste de Berlim e o Estado de Brandemburgo". Prova de que o problema está mais que evidente.
Fonte: Deutsche Welle
http://www.deutsche-welle.de/dw/article/0,2144,2027026,00.html
Deputado alemão de origem turca é atacado por extremistas em bairro de Berlim conhecido pela concentração de skinheads. Autoridades apontam para crescimento da cena neonazista no país.
Giyasettin Sayan, membro da bancada do Partido de Esquerda na Assembléia Legislativa de Berlim, foi atacado na região leste da cidade por dois homens desconhecidos, que o espancaram e feriram com uma garrafa.
(Foto)Deputado Giyasettin Sayan: atacado nas ruas de Berlim
Sayan, de 56 anos, nasceu na Turquia e vive há quase 30 anos na Alemanha. Ele é o responsável no seu partido por questões relacionadas à migração. Os homens que o atacaram no bairro Lichtenberg gritaram ofensas de teor racista. O deputado encontra-se ainda hospitalizado, com traumatismo craniano e várias escoriações.
Impedir que o caldo se entorne
O caso só veio a acirrar o debate sobre o crescimento do extremismo de direita no país. Uma discussão revigorada nos últimos dias pelo ex-porta voz do governo Schröder, Uwe-Karsten Heye, que alertou turistas negros que vierem à Alemanha durante a Copa do Mundo a evitar determinadas regiões do país.
As declarações de Heye, que em primeira mão haviam desencadeado várias reações negativas, ganham cada vez mais manifestações de apoio no país. O governador de Brandemburgo, Matthias Platzeck, reviu sua posição contrária aos comentários de Heye e afirmou que o ex-porta voz do governo "tem razão ao dizer que há, principalmente no Leste alemão, problemas como racismo, extremismo e violência de direita".
(Foto)Müntefering: criação de frente de combate à xenofobia
Franz Müntefering, vice-chanceler federal, defendeu neste sábado (20/05) a formação de uma frente de combate à xenofobia no país. O político social-democrata afirmou que os partidos democráticos têm que impedir que "o caldo do extremismo de direita" se entorne no país. E até o Procurador Geral da República, Kay Nehm, entrou no debate para confirmar que "no Leste alemão há situações de ataques brutais, dos quais determinadas pessoas não escapariam ilesas".
Disseminação através da música
O Departamento de Proteção à Constituição anunciou um aumento do número de neonazistas no país (4.100) em relação ao ano anterior (3.800). Também o número de exrtremistas de direita aptos a praticar atos de violência subiu de dez mil para 10.400 militantes. O relatório oficial deverá ser apresentado pelo ministro do Interior, Wolfgang Schäuble, nesta segunda-feira (22/05).
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: CD distribuído em show de banda skinheadUm dos fatores de preocupação das autoridades é a disseminação da ideologia neonazista através da música, com o registro de nada menos que 142 bandas skinheads no país.
Em entrevista à emissora de televisão ARD, o vice-presidente do Conselho Central dos Judeus, Salomon Korn, denunciou o fato de que há no site de leilões e-bay uma ampla oferta de artigos com ícones de extrema direita, música produzida por neonazistas e até livros de adoração a Hitler.
Torcida pelo time iraniano
(Foto)Presidente iraniano Ahmadinejad em campo: apoio de skinheads pela negação do Holocausto
Além disso, segundo anuncia o semanário Der Spiegel, os extremistas de direita estão organizando torcidas pelo time do Irã durante a Copa do Mundo, como sinal de apoio à postura do presidente Mahmud Ahmadinejad de negação do Holocausto. Para isso, grupos de neonazistas anunciam pela internet uma marcha para o dia 21 de junho, a data em que a equipe do Irã joga contra Angola, em Leipzig, no Leste alemão.
A polícia deverá apelar às instâncias jurídicas para que manifestações neonazistas sejam terminantemente proibidas durante o Mundial. "Caso contrário, a polícia não terá condições, em termos de pessoal, de garantir a segurança durante a Copa", afirmou Konrad Freiberg, líder do sindicato de policiais ao Der Spiegel.
Assunto antigo
(Foto)Bairro Lichtenberg: concentração de neonazistas
O ataque ao deputado de origem turca e o medo das autoridades de perder o controle da situação durante a Copa do Mundo confirmam a pertinência das palavras do ex-porta voz do governo. Motivo de tanta controvérsia, seu alerta nem "dados novos" trouxe.
Como lembra o diário berlinense taz, "a imagem de Brandemburgo já está arranhada há muito tempo. Diversos guias turísticos internacionais, como Lonely Planet ou Time out Berlin, já aconselham que pessoas com aparência homossexual ou não-alemã devam evitar alguns bairros da periferia leste de Berlim e o Estado de Brandemburgo". Prova de que o problema está mais que evidente.
Fonte: Deutsche Welle
http://www.deutsche-welle.de/dw/article/0,2144,2027026,00.html
Marcadores:
Ahmadinejad,
Extrema-Direita,
extremista de direita,
Holocausto,
intolerância,
Irã,
Nazismo,
Negação do Holocausto,
Neonazismo,
radicalismo,
revisionismo
domingo, 11 de maio de 2008
Israel nunca permitirá outro genocídio judeu, diz Peres
Israel começou na noite desta quarta-feira a recordar "o dia da Shoah", o Holocausto, em memória das vítimas judias do nazismo, e o presidente israelense Shimon Peres garantiu que o Estado hebreu nunca deixará que aconteça outro genocídio contra o povo judeu.
"Nunca esqueceremos, nunca nos esconderemos e nunca deixaremos de nos perguntar o que temos de fazer para que o que aconteceu nunca mais se repita", declarou Peres durante um discurso pronunciado no memorial de Yad Vashem.
Seis tochas foram acesas durante a cerimônia, em homenagem aos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Em seu discurso, o primeiro-ministro Ehud Olmert denunciou as manifestações de anti-semitismo e as tentativas de negar a existência do Holocausto.
"Sessenta e três anos depois, acredite se quiser, o ódio aos judeus e a Israel segue se manifestando em vários lugares do planeta", comentou Olmert.
"Alguns negam ao Estado judeu o direito de existir, mas essas pessoas que acreditam que Israel só foi criado por causa do Holocausto se enganam. O Holocausto apenas ressaltou a necessidade de sua criação e o preço horrível de sua ausência pago pelo povo judeu", acrescentou.
Desde sua chegada ao poder, em 2005, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, questionou a existência do Holocausto e disse que Israel deveria ser varrido do mapa.
De acordo com um relatório do Centro de estudos do anti-semitismo e do racismo elaborado pela Universidade de Tel Aviv e publicado nesta quarta-feira, o número de atos anti-semitas "graves", como agressões com armas, incêndios ou tentativas de homicídio, triplicou em 2007 em todo o mundo.
Fonte: AFP(30.04.2008)
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/04/30/israel_nunca_permitira_outro_genocidio_judeu_diz_peres_1293595.html
"Nunca esqueceremos, nunca nos esconderemos e nunca deixaremos de nos perguntar o que temos de fazer para que o que aconteceu nunca mais se repita", declarou Peres durante um discurso pronunciado no memorial de Yad Vashem.
Seis tochas foram acesas durante a cerimônia, em homenagem aos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Em seu discurso, o primeiro-ministro Ehud Olmert denunciou as manifestações de anti-semitismo e as tentativas de negar a existência do Holocausto.
"Sessenta e três anos depois, acredite se quiser, o ódio aos judeus e a Israel segue se manifestando em vários lugares do planeta", comentou Olmert.
"Alguns negam ao Estado judeu o direito de existir, mas essas pessoas que acreditam que Israel só foi criado por causa do Holocausto se enganam. O Holocausto apenas ressaltou a necessidade de sua criação e o preço horrível de sua ausência pago pelo povo judeu", acrescentou.
Desde sua chegada ao poder, em 2005, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, questionou a existência do Holocausto e disse que Israel deveria ser varrido do mapa.
De acordo com um relatório do Centro de estudos do anti-semitismo e do racismo elaborado pela Universidade de Tel Aviv e publicado nesta quarta-feira, o número de atos anti-semitas "graves", como agressões com armas, incêndios ou tentativas de homicídio, triplicou em 2007 em todo o mundo.
Fonte: AFP(30.04.2008)
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/04/30/israel_nunca_permitira_outro_genocidio_judeu_diz_peres_1293595.html
Marcadores:
Ahmadinejad,
Anti-Semitismo,
Ehud Olmert,
Estado de Israel,
Holocaust,
Holocausto,
Irã,
Israel,
Negação do Holocausto,
Racismo,
segunda guerra,
Shimon Peres,
Shoah,
Tel Aviv,
Yad Vashem
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
O sapatinho branco
por Paulo Casaca
Vinte e sete de Janeiro de 1945. As tropas soviéticas chegam a Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração e extermínio construído pela Alemanha Nazi e onde terminaram os seus dias milhão e meio de pessoas, na sua maioria judeus, mas também ciganos e resistentes de várias nacionalidades e ideologias.
As imagens ficaram gravadas para a posteridade, montanhas de corpos esqueléticos que não tinha havido tempo para remeter aos fornos crematórios e muitos outros à beira da morte por fome e doença, descomunais montanhas de sapatos, malas, escovas, objectos pessoais dos exterminados.
Começou aqui o desmontar da máquina assassina mais devastadora de toda a humanidade e da imensa cortina de silêncio que o Nazismo e aqueles que com ele contemporizaram fizeram cair sobre o holocausto.
Alguns dias antes, precisamente a dezoito do mesmo mês de 1945, um jovem judeu, Marian Tursky, que tinha sido remetido ao campo depois da limpeza do gueto de Llodz, a Ocidente de Varsóvia, em Agosto de 1944, era transferido com outros seiscentos judeus.
Sessenta e três anos mais tarde, sentado à minha frente e ao lado do meu camarada e amigo João Soares, no Rubinstein, restaurante da antiga Judiaria de Cracóvia, o agora ancião sobrevivente conta como fez uma marcha contínua de 49 quilómetros, durante duas noites e um dia, até ao próximo entroncamento ferroviário. Muitos não o conseguiram e foram sumariamente abatidos com um tiro na nuca, mas ele continuou até entrar no vagão que o conduziu a Buchenwald, aonde dezasseis dos seus companheiros chegaram sem vida.
De Buchenwald, perante o avanço soviético, passou a Terezin, nos Sudetas, anterior campo de concentração modelo Nazi, onde as tropas soviéticas o iriam encontrar para o levar a um hospital.
No domingo, dia 27, já em Auschwitz-Birkenau, Marian Tursky foi o guia da delegação dos Amigos Europeus de Israel que celebrou o 27 de Janeiro, o dia do Holocausto, com uma homenagem às vítimas do nazismo realizada com uma deposição de flores em Auschwitz e um acender simbólico de velas numa breve cerimónia religiosa em Birkenau e que terminou na pequena sinagoga de Oświęcim, a antiga cidade judaica que se encontra na margem contrária do Sola.
Deslocação num dia cinzento que terminou debaixo de neve, retenho dela, mais do que qualquer outra coisa, o pequeno sapato de criança que ladeava uma pilha descomunal de sapatos em exibição no pavilhão número cinco de Auschwitz.
No processo de selecção que era feito à entrada as crianças nunca tinham hipótese e eram sistematicamente conduzidas às câmaras de gás, e aquele sapatinho branco, tão parecido aos que calçam as meninas que entre nós levam a bandeira do Espírito Santo, era certamente de uma menina dos seus cinco anos, de uma família a quem tinham prometido a relocalização para esconder a solução final.
Sessenta e três anos depois, continua a haver quem insista na negação do holocausto, à frente dos quais se encontra o Presidente da República do Irão, que organizou mesmo com esse objectivo conferências internacionais.
A negação do holocausto por parte de quem assassina os seus opositores políticos, invade e aterroriza os países da região e prepara uma arma nuclear, não é uma atitude académica, é um instrumento indispensável à prossecução de uma estratégia que aposta na destruição de Israel mas que não tenciona ficar por aí.
Ontem como hoje, recordar o holocausto, recusar cair na teia argumentativa do anti-sionismo, homenagear os mortos e trabalhar com os vivos para impedir a repetição do holocausto, são imperativos políticos de primeira importância.
Fonte: Azoresdigital (Açores, Portugal, 08.02.2008)
http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=1683&tipo=col
Vinte e sete de Janeiro de 1945. As tropas soviéticas chegam a Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração e extermínio construído pela Alemanha Nazi e onde terminaram os seus dias milhão e meio de pessoas, na sua maioria judeus, mas também ciganos e resistentes de várias nacionalidades e ideologias.
As imagens ficaram gravadas para a posteridade, montanhas de corpos esqueléticos que não tinha havido tempo para remeter aos fornos crematórios e muitos outros à beira da morte por fome e doença, descomunais montanhas de sapatos, malas, escovas, objectos pessoais dos exterminados.
Começou aqui o desmontar da máquina assassina mais devastadora de toda a humanidade e da imensa cortina de silêncio que o Nazismo e aqueles que com ele contemporizaram fizeram cair sobre o holocausto.
Alguns dias antes, precisamente a dezoito do mesmo mês de 1945, um jovem judeu, Marian Tursky, que tinha sido remetido ao campo depois da limpeza do gueto de Llodz, a Ocidente de Varsóvia, em Agosto de 1944, era transferido com outros seiscentos judeus.
Sessenta e três anos mais tarde, sentado à minha frente e ao lado do meu camarada e amigo João Soares, no Rubinstein, restaurante da antiga Judiaria de Cracóvia, o agora ancião sobrevivente conta como fez uma marcha contínua de 49 quilómetros, durante duas noites e um dia, até ao próximo entroncamento ferroviário. Muitos não o conseguiram e foram sumariamente abatidos com um tiro na nuca, mas ele continuou até entrar no vagão que o conduziu a Buchenwald, aonde dezasseis dos seus companheiros chegaram sem vida.
De Buchenwald, perante o avanço soviético, passou a Terezin, nos Sudetas, anterior campo de concentração modelo Nazi, onde as tropas soviéticas o iriam encontrar para o levar a um hospital.
No domingo, dia 27, já em Auschwitz-Birkenau, Marian Tursky foi o guia da delegação dos Amigos Europeus de Israel que celebrou o 27 de Janeiro, o dia do Holocausto, com uma homenagem às vítimas do nazismo realizada com uma deposição de flores em Auschwitz e um acender simbólico de velas numa breve cerimónia religiosa em Birkenau e que terminou na pequena sinagoga de Oświęcim, a antiga cidade judaica que se encontra na margem contrária do Sola.
Deslocação num dia cinzento que terminou debaixo de neve, retenho dela, mais do que qualquer outra coisa, o pequeno sapato de criança que ladeava uma pilha descomunal de sapatos em exibição no pavilhão número cinco de Auschwitz.
No processo de selecção que era feito à entrada as crianças nunca tinham hipótese e eram sistematicamente conduzidas às câmaras de gás, e aquele sapatinho branco, tão parecido aos que calçam as meninas que entre nós levam a bandeira do Espírito Santo, era certamente de uma menina dos seus cinco anos, de uma família a quem tinham prometido a relocalização para esconder a solução final.
Sessenta e três anos depois, continua a haver quem insista na negação do holocausto, à frente dos quais se encontra o Presidente da República do Irão, que organizou mesmo com esse objectivo conferências internacionais.
A negação do holocausto por parte de quem assassina os seus opositores políticos, invade e aterroriza os países da região e prepara uma arma nuclear, não é uma atitude académica, é um instrumento indispensável à prossecução de uma estratégia que aposta na destruição de Israel mas que não tenciona ficar por aí.
Ontem como hoje, recordar o holocausto, recusar cair na teia argumentativa do anti-sionismo, homenagear os mortos e trabalhar com os vivos para impedir a repetição do holocausto, são imperativos políticos de primeira importância.
Fonte: Azoresdigital (Açores, Portugal, 08.02.2008)
http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=1683&tipo=col
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Líder do NPD neonazista alemão(extrema-direita) nega Holocausto
Líder do NPD neonazista alemão nega Holocausto e pede territórios
10/12 - 15:49 - AFP
O líder do partido neonazista alemão NPD, Udo Voigt, questionou numa entrevista a amplitude da Shoah e pediu a restituição das terras alemãs perdidas depois de 1945, num momento em que a classe política estuda a possibilidade de proibir este movimento.
"O número de seis milhões de mortos não pode estar certo. No máximo, 340.000 pessoas morreram em Auschwitz. Os judeus sempre falam que mesmo que um único judeu tenha morrido, seria um crime porque ele era judeu. Há, porém, uma diferença entre pagar por seis milhões (de mortos) e por 340.000", declarou Voigt em entrevista a ser divulgada na noite desta segunda-feira pelo canal de TV público ARD.
"Assim, a unicidade deste grande crime, ou suposto grande crime, já não existe mais", acrescentou Udo Voigt nesta entrevista concedida a jornalistas iranianos e transmitida pela ARD.
O líder do mais radical dos partidos de extrema-direita alemães, criado em 1964 por ex-funcionários nazistas, também exigiu a restituição "da Pomerânia, da Prússia ocidental, da Prússia oriental e da Silésia, pouco importa que seja Königsberg (Kaliningrad), Danzig (Gdansk) ou Breslau (Wroclaw)". "Todas essas cidades são alemãs, e exigimos a liberdade de exercer nossos direitos sobre elas", afirmou.
O presidente da Comissão interna do Bundestag, o social-democrata Sebastian Edathy, anunciou que prestará queixa contra o líder do NPD, um partido que quer interditar.
"Trata-se de um incentivo a violar o direito dos povos em vigor", considerou Edathy. Segundo o deputado, as declarações de Voigt mostram que o NPD "é um partido que viola os princípios da Constituição".
De acordo com a ARD, Sascha Rossmüller, braço direito de Udo Voigt, declarou numa entrevista aos mesmos jornalistas iranianos ter solicitado um apoio financeiro para o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad.
O financiamento de partidos desde o exterior é proibido na Alemanha, mas "sempre é possível encontrar soluções", disse Rossmüller.
Vários membros ou simpatizantes do NPD já foram processados na Alemanha por declarações revisionistas.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2007/12/10/lider_do_npd_neonazista_alemao_nega_holocausto_e_pede_territorios_1112677.html
10/12 - 15:49 - AFP
O líder do partido neonazista alemão NPD, Udo Voigt, questionou numa entrevista a amplitude da Shoah e pediu a restituição das terras alemãs perdidas depois de 1945, num momento em que a classe política estuda a possibilidade de proibir este movimento.
"O número de seis milhões de mortos não pode estar certo. No máximo, 340.000 pessoas morreram em Auschwitz. Os judeus sempre falam que mesmo que um único judeu tenha morrido, seria um crime porque ele era judeu. Há, porém, uma diferença entre pagar por seis milhões (de mortos) e por 340.000", declarou Voigt em entrevista a ser divulgada na noite desta segunda-feira pelo canal de TV público ARD.
"Assim, a unicidade deste grande crime, ou suposto grande crime, já não existe mais", acrescentou Udo Voigt nesta entrevista concedida a jornalistas iranianos e transmitida pela ARD.
O líder do mais radical dos partidos de extrema-direita alemães, criado em 1964 por ex-funcionários nazistas, também exigiu a restituição "da Pomerânia, da Prússia ocidental, da Prússia oriental e da Silésia, pouco importa que seja Königsberg (Kaliningrad), Danzig (Gdansk) ou Breslau (Wroclaw)". "Todas essas cidades são alemãs, e exigimos a liberdade de exercer nossos direitos sobre elas", afirmou.
O presidente da Comissão interna do Bundestag, o social-democrata Sebastian Edathy, anunciou que prestará queixa contra o líder do NPD, um partido que quer interditar.
"Trata-se de um incentivo a violar o direito dos povos em vigor", considerou Edathy. Segundo o deputado, as declarações de Voigt mostram que o NPD "é um partido que viola os princípios da Constituição".
De acordo com a ARD, Sascha Rossmüller, braço direito de Udo Voigt, declarou numa entrevista aos mesmos jornalistas iranianos ter solicitado um apoio financeiro para o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad.
O financiamento de partidos desde o exterior é proibido na Alemanha, mas "sempre é possível encontrar soluções", disse Rossmüller.
Vários membros ou simpatizantes do NPD já foram processados na Alemanha por declarações revisionistas.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2007/12/10/lider_do_npd_neonazista_alemao_nega_holocausto_e_pede_territorios_1112677.html
Marcadores:
"Revisionismo",
Ahmadinejad,
Alemanha,
Anti-Semitismo,
Auschwitz,
Extrema-Direita,
Holocausto,
Nazismo,
Negação do Holocausto,
Neonazismo,
NPD,
revisionista,
social-democrata,
Udo Voigt
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
As contradições do regime iraniano
Novela iraniana retrata Holocausto
Uma novela produzida pela emissora de televisão estatal do Irã e que retrata o sofrimento dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial está fazendo sucesso no país. A produção também tem causado surpresa, já que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, chegou a defender que o Estado de Israel fosse "apagado do mapa" e a questionar se o Holocausto realmente aconteceu.
A novela é baseada na história real de diplomatas iranianos que viviam em Paris nos anos 40 e que deram cerca de 500 passaportes do Irã para ajudar judeus a evitar os campos de concentração.
O Holocausto é raramente mencionado na mídia estatal iraniana e textos escolares também não discutem o assunto.
Cerca de 25 mil judeus vivem no Irã, a maior comunidade judaica no Oriente Médio fora de Israel.
Muitos acreditam que a novela possa representar uma tentativa do governo iraniano de moderar sua imagem de anti-semita e enfatizar uma distinção muitas vezes feita por autoridades iranianas: a de que o país tem um problema com Israel, mas não com o povo judeu.
Fonte: BBC (25.09.2007)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/09/070925_novelaira_mp.shtml
Para assistir a cenas da novela, link da BBC
http://www.bbc.co.uk/portuguese/pop/070925_video_novelaira_pop.shtml
Uma novela produzida pela emissora de televisão estatal do Irã e que retrata o sofrimento dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial está fazendo sucesso no país. A produção também tem causado surpresa, já que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, chegou a defender que o Estado de Israel fosse "apagado do mapa" e a questionar se o Holocausto realmente aconteceu.
A novela é baseada na história real de diplomatas iranianos que viviam em Paris nos anos 40 e que deram cerca de 500 passaportes do Irã para ajudar judeus a evitar os campos de concentração.
O Holocausto é raramente mencionado na mídia estatal iraniana e textos escolares também não discutem o assunto.
Cerca de 25 mil judeus vivem no Irã, a maior comunidade judaica no Oriente Médio fora de Israel.
Muitos acreditam que a novela possa representar uma tentativa do governo iraniano de moderar sua imagem de anti-semita e enfatizar uma distinção muitas vezes feita por autoridades iranianas: a de que o país tem um problema com Israel, mas não com o povo judeu.
Fonte: BBC (25.09.2007)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/09/070925_novelaira_mp.shtml
Para assistir a cenas da novela, link da BBC
http://www.bbc.co.uk/portuguese/pop/070925_video_novelaira_pop.shtml
sábado, 29 de setembro de 2007
A Negação do Holocausto não é piada
A Negação do Holocausto não é piada
12 de Dezembro, 2006
A conferência iraniana do Holocausto é sórdida e cínica, mas nós devemos levar isto a sério.
Por Anne Applebaum
"Na segunda-feira, o Ministro do Exterior iraniano promoveu uma conferência internacional. Nada de estranho nisso. Ministros do Exterior promovem conferências, na maior parte chatas, o tempo todo. Mas esta era diferente. Primeiro, porque a Conferência Internacional para Rever a Visão Global do Holocausto era sobre história, e não sobre políticas atuais. Ao invés dos 'suspeitos' habituais — assistentes de ministérios e similares — os convidados pareciam incluir David Duke, um ex-líder da Ku Klux Klan; Georges Thiel, um francês que chamou o Holocausto de "uma enorme mentira"; e Fredrick Töben, um alemão naturalizado australiano cuja especialidade é negar a existência das câmaras de gás nazistas. A lista de convidados era seletiva: nenhuma eminência acadêmica, ou certamente com qualquer credencial acadêmica, foi convidada. Um acadêmico palestino, Khaled Ksab Mahamid, foi convidado a ir e posteriormente impedido porque possui um passaporte israelense — e talvez também porque ele, ao contrário dos outros convidados, acredita que o Holocausto realmente ocorreu.
Em resposta, os Estados Unidos, Europa, e Israel expressaram ultrage oficial. O governo alemão, que seu mérito seja reconhecido, organizou uma contra-conferência. Ainda assim, muitos se mantiveram distantes, negando-se a ficarem chocados ou mesmo particulamente interessados. Afinal, o Holocausto acabou há mais de seis décadas. Desde então, as vítimas do Holocausto escreveram centenas de livros, e a literatura acadêmica sobre o Holocausto é expressa em bilhões de palavras. Existem filmes, fotografias, documentos, de fato arquivos inteiros dedicados à história do regime Nazista: todos nós sabemos o que aconteceu. Evidente que a negação do Irã não pode ser algo a sério.
Infelizmente, o Irã leva isto a sério — ou mais precisamente o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, leva isto muito a sério. A negação do Holocausto é sua paixão pessoal, não é apenas uma maneira de provocar Israel , e é baseada em sua interpretação pessoal da história. No início deste ano, numa carta aberta particularmente estranha à Chanceler alemã Angela Merkel, ele elogiou os grandes feitos da cultura alemã e atacou "a máquina de propaganda pós Segunda Guerra Mundial, tão colossal que [isso] fez com que algumas pessoas acreditassem que eles eram a parte culpada." Aquelas visões nos remetem de volta aos anos 1930s, quando o então Xá do Irã era um admirador da noção de Hitler da "superioridade da raça ariana," à qual os persas deveriam pertencer. O próprio Ahmadinejad teve como mentor um antigo revolucionário que foi fortemente influenciado pela propaganda de guerra Nazista. Nota-se.
É claro, a negação do Holocausto também tem raízes mais profundas que isto e muitos outros partidários além de Ahmadinejad no Oriente Médio, o que podem ser parte da problema: questionar a realidade do Holocausto tem sido há muito uma das formas de questionar a legitimidade do Estado de Israel, que foi de fato criado pelas Nações Unidas em resposta ao Holocausto, e que defato incorporou a História do Holocausto na sua identidade nacional. Se os Xiitas iranianos estão a procura de amigos, particularmente entre os árabes sunitas, a negação do Holocausto não é um má idéia para encontrá-los.
E ainda assim — o evento desta semana tem alguns novos elementos, também. Isto é, afinal, uma conferência internacional, com participantes estrangeiros, temas 'formais' (" Como os sionistas colaboraram com Hitler?" por exemplo), e com um objetivo que vai muito além de uma mera denúncia contra Israel.
Porque alguns países que tiveram regimes Nazi(fascistas) têm no pós-guerra leis proibindo a negação do Holocausto, o Irã declarou que esta é "uma oportunidade para pensadores que não podem expressar seus pontos de vista livremente na Europa a respeito do Holocausto." Se o Ocidente vai dar abrigo a dissidentes iranianos, então o Irã também abrigará David Duke. Se o Ocidente vai fingir que apóia liberdade de expressão, então o Irã fará o mesmo. Vaiado pela primeira vez em muitos meses por ativistas numa passeata, Ahmadinejad respondeu chamando os críticos de agentes americanos pagos: "Hoje, o pior tipo de ditadura no mundo é a ditadura americana , disfarçada em defensora de direitos humanos." A ditadura americana , disfarçada em defensora de direitos humanos distribuindo história falsificada: é o tipo de argumento que você pode ouvir regularmente hoje em dia, no Irã assim como na Rússia e na Venezuela , para não falar nos Estados Unidos mesmo.
Tudo isto é uma forma enviesada de dizer que este tipo de revisionismo histórico não é piada, e que não deveríamos ficar tentados a tratá-lo dessa maneira. Sim, nós achamos que já conhecemos esta história; nós achamos que já institucionalizamos esta memória; nós achamos que este terror europeu em particular já está dominado, e que é tempo de seguir em frente. Eu mesma às vezes penso assim. Há tantas outras histórias para se aprender, afinal. O que não falta no século XX é tragédia.
E ainda assim — a quase-destruição dos judeus europeus num breve espaço de tempo por uma sofisticada nação européia usando a melhor tecnologia disponível era, ao que parece, um evento que exige uma constante re-explanação, não somento porque isso realmente modelou a subseqüente história do mundo e da Europa de formas incontáveis. Só por esta razão, os arquivos, as fotografias, e as infindáveis refutações continuarão sendo necessárias, muito depois que o último sobrevivente tiver morrido."
Anne Applebaum, colunista do Washington Post e do Slate, é atualmente membro da Academia Americana em Berlim. Seu mais recente livro é "Gulag: Uma História"(Gulag: A History).
Nas fotos:
1ª - David Duke(ex-líder da Ku-Klux-Klan e "revisionista") e o Presidente do Irã, M. Ahmadinejad
2ª - Anne Applebaum
Fonte: Slate
http://www.slate.com/id/2155328/
Tradução: Roberto Lucena
Artigo trazido por Lise Sedrez
12 de Dezembro, 2006
A conferência iraniana do Holocausto é sórdida e cínica, mas nós devemos levar isto a sério.
Por Anne Applebaum
"Na segunda-feira, o Ministro do Exterior iraniano promoveu uma conferência internacional. Nada de estranho nisso. Ministros do Exterior promovem conferências, na maior parte chatas, o tempo todo. Mas esta era diferente. Primeiro, porque a Conferência Internacional para Rever a Visão Global do Holocausto era sobre história, e não sobre políticas atuais. Ao invés dos 'suspeitos' habituais — assistentes de ministérios e similares — os convidados pareciam incluir David Duke, um ex-líder da Ku Klux Klan; Georges Thiel, um francês que chamou o Holocausto de "uma enorme mentira"; e Fredrick Töben, um alemão naturalizado australiano cuja especialidade é negar a existência das câmaras de gás nazistas. A lista de convidados era seletiva: nenhuma eminência acadêmica, ou certamente com qualquer credencial acadêmica, foi convidada. Um acadêmico palestino, Khaled Ksab Mahamid, foi convidado a ir e posteriormente impedido porque possui um passaporte israelense — e talvez também porque ele, ao contrário dos outros convidados, acredita que o Holocausto realmente ocorreu.
Em resposta, os Estados Unidos, Europa, e Israel expressaram ultrage oficial. O governo alemão, que seu mérito seja reconhecido, organizou uma contra-conferência. Ainda assim, muitos se mantiveram distantes, negando-se a ficarem chocados ou mesmo particulamente interessados. Afinal, o Holocausto acabou há mais de seis décadas. Desde então, as vítimas do Holocausto escreveram centenas de livros, e a literatura acadêmica sobre o Holocausto é expressa em bilhões de palavras. Existem filmes, fotografias, documentos, de fato arquivos inteiros dedicados à história do regime Nazista: todos nós sabemos o que aconteceu. Evidente que a negação do Irã não pode ser algo a sério.
Infelizmente, o Irã leva isto a sério — ou mais precisamente o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, leva isto muito a sério. A negação do Holocausto é sua paixão pessoal, não é apenas uma maneira de provocar Israel , e é baseada em sua interpretação pessoal da história. No início deste ano, numa carta aberta particularmente estranha à Chanceler alemã Angela Merkel, ele elogiou os grandes feitos da cultura alemã e atacou "a máquina de propaganda pós Segunda Guerra Mundial, tão colossal que [isso] fez com que algumas pessoas acreditassem que eles eram a parte culpada." Aquelas visões nos remetem de volta aos anos 1930s, quando o então Xá do Irã era um admirador da noção de Hitler da "superioridade da raça ariana," à qual os persas deveriam pertencer. O próprio Ahmadinejad teve como mentor um antigo revolucionário que foi fortemente influenciado pela propaganda de guerra Nazista. Nota-se.
É claro, a negação do Holocausto também tem raízes mais profundas que isto e muitos outros partidários além de Ahmadinejad no Oriente Médio, o que podem ser parte da problema: questionar a realidade do Holocausto tem sido há muito uma das formas de questionar a legitimidade do Estado de Israel, que foi de fato criado pelas Nações Unidas em resposta ao Holocausto, e que defato incorporou a História do Holocausto na sua identidade nacional. Se os Xiitas iranianos estão a procura de amigos, particularmente entre os árabes sunitas, a negação do Holocausto não é um má idéia para encontrá-los.
E ainda assim — o evento desta semana tem alguns novos elementos, também. Isto é, afinal, uma conferência internacional, com participantes estrangeiros, temas 'formais' (" Como os sionistas colaboraram com Hitler?" por exemplo), e com um objetivo que vai muito além de uma mera denúncia contra Israel.
Porque alguns países que tiveram regimes Nazi(fascistas) têm no pós-guerra leis proibindo a negação do Holocausto, o Irã declarou que esta é "uma oportunidade para pensadores que não podem expressar seus pontos de vista livremente na Europa a respeito do Holocausto." Se o Ocidente vai dar abrigo a dissidentes iranianos, então o Irã também abrigará David Duke. Se o Ocidente vai fingir que apóia liberdade de expressão, então o Irã fará o mesmo. Vaiado pela primeira vez em muitos meses por ativistas numa passeata, Ahmadinejad respondeu chamando os críticos de agentes americanos pagos: "Hoje, o pior tipo de ditadura no mundo é a ditadura americana , disfarçada em defensora de direitos humanos." A ditadura americana , disfarçada em defensora de direitos humanos distribuindo história falsificada: é o tipo de argumento que você pode ouvir regularmente hoje em dia, no Irã assim como na Rússia e na Venezuela , para não falar nos Estados Unidos mesmo.
Tudo isto é uma forma enviesada de dizer que este tipo de revisionismo histórico não é piada, e que não deveríamos ficar tentados a tratá-lo dessa maneira. Sim, nós achamos que já conhecemos esta história; nós achamos que já institucionalizamos esta memória; nós achamos que este terror europeu em particular já está dominado, e que é tempo de seguir em frente. Eu mesma às vezes penso assim. Há tantas outras histórias para se aprender, afinal. O que não falta no século XX é tragédia.
E ainda assim — a quase-destruição dos judeus europeus num breve espaço de tempo por uma sofisticada nação européia usando a melhor tecnologia disponível era, ao que parece, um evento que exige uma constante re-explanação, não somento porque isso realmente modelou a subseqüente história do mundo e da Europa de formas incontáveis. Só por esta razão, os arquivos, as fotografias, e as infindáveis refutações continuarão sendo necessárias, muito depois que o último sobrevivente tiver morrido."
Anne Applebaum, colunista do Washington Post e do Slate, é atualmente membro da Academia Americana em Berlim. Seu mais recente livro é "Gulag: Uma História"(Gulag: A History).
Nas fotos:
1ª - David Duke(ex-líder da Ku-Klux-Klan e "revisionista") e o Presidente do Irã, M. Ahmadinejad
2ª - Anne Applebaum
Fonte: Slate
http://www.slate.com/id/2155328/
Tradução: Roberto Lucena
Artigo trazido por Lise Sedrez
Marcadores:
"Revisionismo",
Ahmadinejad,
Anne Applebaum,
David Duke,
Estado de Israel,
Fredrick Töben,
Gulag,
Holocausto,
Irã,
Khaled Ksab Mahamid,
Ku-Klux-Klan,
Nazismo,
Negação do Holocausto,
Sionismo
Assinar:
Postagens (Atom)