A quem quiser assistir (aviso, o filme tem cenas fortes), esse filme nunca foi divulgado no Brasil e é pouco conhecido fora, filme sobre os massacres na ravina de Babi Yar (que tem mais de uma grafia, o que é problemático, mas essa é a mais usada) que ocorreu na Ucrânia, próximo à Kiev (capital), durante a ocupação da União Soviética pelos nazistas. Massacre em Babi Yar link1, link2.
Nos dois primeiros dias de massacres, cerca de 33.771 judeus ucranianos foram mortos nesta ravina, e no total da guerra, entre (estimativa) 110-150 mil pessoas (incluso o número de judeus mortos, Romanis/ciganos, cidadãos ucranianos e prisioneiros soviéticos) perderam a vida nesta ravina vitimados pelas forças de ocupação nazista (Einsatzgruppen).
Ficha do filme, com ajuda da Wikipedia (tradução):
Título: Babiy Yar ou Babij Jar
Dirigido por Jeff Kanew
Estrelando: Michael Degen
Lançado em 3 de julho, 2003
Duração: 112 min.
País: EUA; Idioma: inglês
Filmado na Europa e com lançamento limitado nos cinemas, o filme narra os assassinatos em massa de setembro de 1941, de milhares de judeus, prisioneiros soviéticos (POWs), comunistas, ciganos (Romanis), nacionalistas ucranianos e outros civis por Divisões da SS alemã neste local, uma ravina de Kiev (capital da Ucrânia).
Sinopse do filme (em inglês): Babij Jar (2003), NYTimes
Cena do massacre (reconstituição do filme), caso tenha sensibilidade com imagens fortes ou cenas desse tipo, não assista:
Atualização de link (01.10.2018):
https://www.youtube.com/watch?v=g_gttjKFJDo
https://youtu.be/g_gttjKFJDo
Mostrando postagens com marcador Kiev. Mostrar todas as postagens
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terça-feira, 9 de dezembro de 2014
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Einsatzgruppen: Relatório de situação operacional na URSS No. 101
Berlim, 2 de outubro de 1941
Chefe da Polícia de Segurança e do Serviço de Segurança
48 cópias
-------------
(36ª cópia)
(The Einsatzgruppen Reports, por Yitzak Arad, Shmuel Krakowski e Shmuel Spector, editores; pág. 168)
Para informações adicionais sobre as unidades móveis de extermínio (Einsatzgruppen), e o que os Aliados haviam descoberto sobre suas operações, ler Official Secrets: What the Nazis Planned, What the British and Americans Knew (Segredos Oficiais: o que os nazistas planejaram, o que britânicos e norte-americanos sabiam), de Richard Breitman, e Ordinary Men: Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland (Homens comuns: Batalhão 101 de reserva da polícia e a Solução Final na Polônia), de Christopher R. Browning.
Fonte: Nizkor
Título: Einsatzgruppen. Operational Situation Report USSR No. 101
http://www.nizkor.org/hweb/orgs/german/einsatzgruppen/osr/osr-101.html
Tradução: Roberto Lucena
Chefe da Polícia de Segurança e do Serviço de Segurança
48 cópias
-------------
(36ª cópia)
Relatório de situação operacional na URSS No.101
Einsatzgruppe C
Localização: Kiev
Sonderkommando 4a em colaboração com o QG do Einsatzgruppe e mais dois Kommandos do regimento de polícia do Sul, executaram 33.771 judeus em Kiev de 29 a 30 de setembro de 1941.
Einsatzgruppe D
Localização: Nikolayev
Os Kommandos continuaram a liberação (limpeza) da área de judeus e elementos comunistas. No período citado pelo relatório, as cidades de Nikolayev e Kherson, em particular, foram libertadas de judeus. Os funcionários restantes foram devidamente 'tratados'. De 16 Setembro a 30, cerca de 22.467 judeus e comunistas foram executados. Num total de 35.782. Investigações novamente mostram que os altos funcionários comunistas em toda parte fugiram para local seguro. No total, os principais partisans ou líderes de destacamentos de sabotagem foram capturados.
(The Einsatzgruppen Reports, por Yitzak Arad, Shmuel Krakowski e Shmuel Spector, editores; pág. 168)
Para informações adicionais sobre as unidades móveis de extermínio (Einsatzgruppen), e o que os Aliados haviam descoberto sobre suas operações, ler Official Secrets: What the Nazis Planned, What the British and Americans Knew (Segredos Oficiais: o que os nazistas planejaram, o que britânicos e norte-americanos sabiam), de Richard Breitman, e Ordinary Men: Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland (Homens comuns: Batalhão 101 de reserva da polícia e a Solução Final na Polônia), de Christopher R. Browning.
Fonte: Nizkor
Título: Einsatzgruppen. Operational Situation Report USSR No. 101
http://www.nizkor.org/hweb/orgs/german/einsatzgruppen/osr/osr-101.html
Tradução: Roberto Lucena
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
A memória viva de Stepan Bandera (o fascista antissemita "herói nacional" na Ucrânia)
A memória viva de Stepan Bandera
por Paulo Marcelino, p.marcelino@netcabo.pt
Em Lvov, ou Lviv, no final de Janeiro foi realizada uma homenagem a Stepan Bandera, nacionalista ucraniano que liderou um movimento de guerrilha nas décadas de 1930 a 1950 pela independência da Ucrânia. O seu lema principal era "limpar" a Ucrânia de indivíduos de outras nacionalidades, em especial de russos e polacos, embora as suas atividades de "purificação" étnica se estendessem a ciganos, húngaros, checos e judeus. Colaborou na altura ativamente com o exército alemão na altura da ocupação nestas ações.
A região da Volynia-Galitsia é uma extensa região da Ucrânia ocidental, sul da Polônia e Lituânia. Foi aí que no século XIV Danilo Galitsi fundou um estado efêmero que perdurou cerca de 100 anos até ser dominado por polacos, lituanos e pelas invasões mongóis.
Será esta a gênese da atual Ucrânia, as origens históricas da sua nacionalidade, que se desenvolveu bem mais tarde em termos de literatura, língua e cultura autônoma.
Já a cidade de Lvov, ou Lviv em ucraniano foi fundada por um nobre polaco, Lev, em 1256 e significa literalmente "dos Leões" de lev, leão. Essa zona do país esteve grande parte sob influência polaca, mas também sob domínio letão e do império austro-húngaro.
Nota disso o teatro de Lviv, réplica do mesmo em Viena, magnificente e belo.
Pertança da Polônia até 1939, quando os russos invadiram a região ao encontro do exército alemão que em 1 de setembro de 1939 invadiu a Polônia, pensando Stalin que criara uma zona tampão para o futuro avanço do exército alemão na Rússia soviética, por mais obtusa que esta ideia se tenha provado.
Em 1933 Stepan Bandera cria um movimento revolucionário com vista à instauração de um estado ucraniano puro, onde não tinham lugar outras nacionalidades.
Criou pouco depois o Exército de Libertação da Ucrânia (bandeiras vermelho/negras visíveis nas manifestações transmitidas pela TV), que atuou ativamente a partir de então.
A missão era no fundo uma limpeza étnica, forçando fundamentalmente os polacos a saírem dessas zonas geográficas. Quando os alemães nazis invadiram a União Soviética, foi um ativo colaboracionista.
Foi nessa altura que as suas "limpezas" deram mais resultado. Estima-se que cerca de 70000 polacos foram exterminados, apesar de uma relação dúbia com os judeus, também participou na sua exterminação; às suas mãos "desapareceram" cerca de 200.000 judeus.
A colaboração cessou em 1943, pois foi entretanto preso pelos próprios alemães, mas em 1944 o exército soviético entrou e ele reiniciou as suas atividades bélicas na zona.
Aproveitando o esforço militar a ocidente, o seu movimento guerrilheiro cresceu em atividade e de fato no final dos anos 40 ocupou uma região de cerca de 160000 km2 na zona.
Progressivamente o novo poder soviético foi tomando conta da situação e o movimento decresceu em importância militar, confinou-se a pequenos grupos de guerrilha nas montanhas dos Cárpatos (de uma beleza digna de visita) e pereceu já na década de 50, Lviv esteve sob lei marcial até 1955.
Stepan Bandera foi assassinado pelos serviços secretos soviéticos no final de Janeiro de 1959 em Munique, efeméride que foi relembrada em Lviv.
O movimento "Svoboda" da atual contestação ucraniana não relega as ideias de limpeza étnica de Stepan Bandera. O seu líder foi a semana passada espancado algures na Ucrânia e prontamente assistido na Lituânia.
Os movimentos do ex-boxeur Klitshko (com o curioso nome de UDAR, que significa MURRO) e de Iatseniuk desmarcaram-se deste movimento mais extremista.
Mas observando com atualidade tudo isto, parece que a Europa revive os momentos de 1933, ano da chegada ao poder do partido de Adolf Hitler.
A aposta no nacionalismo e na pureza da raça, faz eco no crescendo de nacionalismos europeus estúpidos, materializados no recente referendo Suíço, mas também em Le Pen, no Sobbit (Jobikk) húngaro ou na Aurora Dourada grega.
A contestação ucraniana, não isenta de razão ou justificação, se entendida contra um poder de oligarcas com negócios florescentes no Ocidente, aproveita as diferenças seculares entre etnias e nacionalidades, que em vez de funcionarem com impulso para um mundo livre, multicultural e daí interessante, funciona como uma separação irreparável que só serve a desagregação, o conflito e a dependência externa.
Será a Ucrânia a próxima Iugoslávia? Sob o imparável impulso alemão que conquista territórios sem uso da força? Ou caminhamos para um impensável futuro próximo.
Que se recorde Stepan Bandera como europeu da década de 30 e 40, pré-guerra e que se tirem os devidos ensinamentos.
Que estes fatos não se esqueçam hoje, para que na nossa memória fiquem os momentos mais marcantes da nossa maior fragilidade e nossa maior fortaleza: que se preservem as diferenças em nome de uma Europa unida pela diferença e pela diversidade. E que estende de Lisboa a Vladivostok, como dizia De Gaule.
E aguardemos o fim das Olimpíadas de Sotshi, após o que tudo se esclarece e o verniz estala; para recordar a história daquela zona geográfica, tudo é escrito sobre muitos cadáveres...
Fonte: Diário de Notícias (Portugal)
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=3693616&page=-1
____________________________________________________________
Correção: sobre a foto com um agrupamento nazista onde eu apontei (tacitamente) que o do centro seria o Bandera, agradeço a correção feita aqui que aponta que o nazi ao centro é Reinhard Gehlen.
Eu gosto de colocar fotos nos posts e muitas vezes na pressa não dá pra checar todas (se não é foto de um assunto muito específico como foto do genocídio, muitas vezes confiro pelo "tato"), encontrei a foto dos nazis acima numa página de um grupo que denuncia atrocidades deste grupo fascista do Bandera contra poloneses (étnicos) na Ucrânia na época da segunda guerra, só que não lembro o link (acha-se fácil no banco de imagens do Google pelo nome "Stepan Bandera"). De cara achei estranha a foto, apesar dos dois terem algumas semelhanças físicas, porque o fardamento do Gehlen é de oficial da Wehrmacht (exército), que tem aquela águia com a suástica aos pés no fardamento e outras insígnias de oficial de exército, o Bandera não usaria fardamento de oficial do exército alemão.
Como o Bandera era ucraniano, só poderia 'lutar' com os nazis, ou no próprio agrupamento fascista dele (UPA) ou pela Waffen-SS como voluntário estrangeiro, sendo que os voluntários estrangeiros da Waffen-ss não usavam este fardamento de oficial da Wehrmacht, e na gola, em vez do emblema da SS (que só alemães usavam) cada unidade com voluntários de vários países usava uma insígnia pra cada grupo étnico ou país. Só como exemplo, mirem a gola deste agrupamento croata da Waffen-SS, não consta o SS dos oficiais alemães.
Este é um voluntário sueco, mirem a gola com a insígnia da unidade sueca da Waffen-SS. Curiosamente achei um voluntário finlandês com uma insígnia da SS (não só essa foto, algumas), embora a unidade finlandesa possuísse sua insígnia, mas o normal seria usar a insígnia étnica do grupo ao qual ele pertence pela classificação racista nazista.
Este assunto do uniforme é um assunto a ser tratado depois pois. Apesar de aparentar ser banal, o assunto é relevante para identificar os diversos grupos nazis em fotos pois há uma campanha de "revisionistas" (negacionistas) tentando alegar que estrangeiros que eram vistos como inferiores pela doutrina racista nazista seriam "aceitos" pelo exército alemão e isso colocaria em "cheque" o racismo nazista. É algo tão ridículo que eles nem sequer comentam quais e como/de que forma esses grupos eram aceitos no esforço de guerra nazista. Leiam este texto que trata do assunto (ainda falta completar a tradução inteira dividida em partes):
O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 01
O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 02
A Waffen-SS era o braço militar (tropa) da SS (Schutzstaffel) que era a milícia do Partido Nazi, não eram parte do Exército alemão (Heer) embora tenham lutado juntos.
por Paulo Marcelino, p.marcelino@netcabo.pt
Imagem de Stepan Bandera. Líder de grupo fascista ucraniano |
A região da Volynia-Galitsia é uma extensa região da Ucrânia ocidental, sul da Polônia e Lituânia. Foi aí que no século XIV Danilo Galitsi fundou um estado efêmero que perdurou cerca de 100 anos até ser dominado por polacos, lituanos e pelas invasões mongóis.
Será esta a gênese da atual Ucrânia, as origens históricas da sua nacionalidade, que se desenvolveu bem mais tarde em termos de literatura, língua e cultura autônoma.
Já a cidade de Lvov, ou Lviv em ucraniano foi fundada por um nobre polaco, Lev, em 1256 e significa literalmente "dos Leões" de lev, leão. Essa zona do país esteve grande parte sob influência polaca, mas também sob domínio letão e do império austro-húngaro.
Nota disso o teatro de Lviv, réplica do mesmo em Viena, magnificente e belo.
Pertança da Polônia até 1939, quando os russos invadiram a região ao encontro do exército alemão que em 1 de setembro de 1939 invadiu a Polônia, pensando Stalin que criara uma zona tampão para o futuro avanço do exército alemão na Rússia soviética, por mais obtusa que esta ideia se tenha provado.
Em 1933 Stepan Bandera cria um movimento revolucionário com vista à instauração de um estado ucraniano puro, onde não tinham lugar outras nacionalidades.
Criou pouco depois o Exército de Libertação da Ucrânia (bandeiras vermelho/negras visíveis nas manifestações transmitidas pela TV), que atuou ativamente a partir de então.
A missão era no fundo uma limpeza étnica, forçando fundamentalmente os polacos a saírem dessas zonas geográficas. Quando os alemães nazis invadiram a União Soviética, foi um ativo colaboracionista.
Foi nessa altura que as suas "limpezas" deram mais resultado. Estima-se que cerca de 70000 polacos foram exterminados, apesar de uma relação dúbia com os judeus, também participou na sua exterminação; às suas mãos "desapareceram" cerca de 200.000 judeus.
A colaboração cessou em 1943, pois foi entretanto preso pelos próprios alemães, mas em 1944 o exército soviético entrou e ele reiniciou as suas atividades bélicas na zona.
Aproveitando o esforço militar a ocidente, o seu movimento guerrilheiro cresceu em atividade e de fato no final dos anos 40 ocupou uma região de cerca de 160000 km2 na zona.
Progressivamente o novo poder soviético foi tomando conta da situação e o movimento decresceu em importância militar, confinou-se a pequenos grupos de guerrilha nas montanhas dos Cárpatos (de uma beleza digna de visita) e pereceu já na década de 50, Lviv esteve sob lei marcial até 1955.
Stepan Bandera foi assassinado pelos serviços secretos soviéticos no final de Janeiro de 1959 em Munique, efeméride que foi relembrada em Lviv.
O movimento "Svoboda" da atual contestação ucraniana não relega as ideias de limpeza étnica de Stepan Bandera. O seu líder foi a semana passada espancado algures na Ucrânia e prontamente assistido na Lituânia.
Os movimentos do ex-boxeur Klitshko (com o curioso nome de UDAR, que significa MURRO) e de Iatseniuk desmarcaram-se deste movimento mais extremista.
Mas observando com atualidade tudo isto, parece que a Europa revive os momentos de 1933, ano da chegada ao poder do partido de Adolf Hitler.
A aposta no nacionalismo e na pureza da raça, faz eco no crescendo de nacionalismos europeus estúpidos, materializados no recente referendo Suíço, mas também em Le Pen, no Sobbit (Jobikk) húngaro ou na Aurora Dourada grega.
A contestação ucraniana, não isenta de razão ou justificação, se entendida contra um poder de oligarcas com negócios florescentes no Ocidente, aproveita as diferenças seculares entre etnias e nacionalidades, que em vez de funcionarem com impulso para um mundo livre, multicultural e daí interessante, funciona como uma separação irreparável que só serve a desagregação, o conflito e a dependência externa.
Será a Ucrânia a próxima Iugoslávia? Sob o imparável impulso alemão que conquista territórios sem uso da força? Ou caminhamos para um impensável futuro próximo.
Que se recorde Stepan Bandera como europeu da década de 30 e 40, pré-guerra e que se tirem os devidos ensinamentos.
Que estes fatos não se esqueçam hoje, para que na nossa memória fiquem os momentos mais marcantes da nossa maior fragilidade e nossa maior fortaleza: que se preservem as diferenças em nome de uma Europa unida pela diferença e pela diversidade. E que estende de Lisboa a Vladivostok, como dizia De Gaule.
E aguardemos o fim das Olimpíadas de Sotshi, após o que tudo se esclarece e o verniz estala; para recordar a história daquela zona geográfica, tudo é escrito sobre muitos cadáveres...
Fonte: Diário de Notícias (Portugal)
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/jornalismocidadao.aspx?content_id=3693616&page=-1
____________________________________________________________
Correção: sobre a foto com um agrupamento nazista onde eu apontei (tacitamente) que o do centro seria o Bandera, agradeço a correção feita aqui que aponta que o nazi ao centro é Reinhard Gehlen.
Eu gosto de colocar fotos nos posts e muitas vezes na pressa não dá pra checar todas (se não é foto de um assunto muito específico como foto do genocídio, muitas vezes confiro pelo "tato"), encontrei a foto dos nazis acima numa página de um grupo que denuncia atrocidades deste grupo fascista do Bandera contra poloneses (étnicos) na Ucrânia na época da segunda guerra, só que não lembro o link (acha-se fácil no banco de imagens do Google pelo nome "Stepan Bandera"). De cara achei estranha a foto, apesar dos dois terem algumas semelhanças físicas, porque o fardamento do Gehlen é de oficial da Wehrmacht (exército), que tem aquela águia com a suástica aos pés no fardamento e outras insígnias de oficial de exército, o Bandera não usaria fardamento de oficial do exército alemão.
Como o Bandera era ucraniano, só poderia 'lutar' com os nazis, ou no próprio agrupamento fascista dele (UPA) ou pela Waffen-SS como voluntário estrangeiro, sendo que os voluntários estrangeiros da Waffen-ss não usavam este fardamento de oficial da Wehrmacht, e na gola, em vez do emblema da SS (que só alemães usavam) cada unidade com voluntários de vários países usava uma insígnia pra cada grupo étnico ou país. Só como exemplo, mirem a gola deste agrupamento croata da Waffen-SS, não consta o SS dos oficiais alemães.
Este é um voluntário sueco, mirem a gola com a insígnia da unidade sueca da Waffen-SS. Curiosamente achei um voluntário finlandês com uma insígnia da SS (não só essa foto, algumas), embora a unidade finlandesa possuísse sua insígnia, mas o normal seria usar a insígnia étnica do grupo ao qual ele pertence pela classificação racista nazista.
Este assunto do uniforme é um assunto a ser tratado depois pois. Apesar de aparentar ser banal, o assunto é relevante para identificar os diversos grupos nazis em fotos pois há uma campanha de "revisionistas" (negacionistas) tentando alegar que estrangeiros que eram vistos como inferiores pela doutrina racista nazista seriam "aceitos" pelo exército alemão e isso colocaria em "cheque" o racismo nazista. É algo tão ridículo que eles nem sequer comentam quais e como/de que forma esses grupos eram aceitos no esforço de guerra nazista. Leiam este texto que trata do assunto (ainda falta completar a tradução inteira dividida em partes):
O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 01
O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 02
A Waffen-SS era o braço militar (tropa) da SS (Schutzstaffel) que era a milícia do Partido Nazi, não eram parte do Exército alemão (Heer) embora tenham lutado juntos.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Ucrânia: massacre de Babiy Yar foi há 70 anos
Babiy Yar é um local com uma conotação trágica. Há exatamente 70 anos, nesta ravina perto da capital ucraniana, Kiev, as forças nazis cometiam um dos maiores massacres do Holocausto.
Perto de 34 mil judeus – homens, mulheres e crianças – foram mortos numa única operação militar.
Menos de trinta pessoas escaparam com vida. Raisa Maistrenko é uma dessas pessoas. Na altura tinha três anos e lembra-se de estar “de mão dada com a avó, que gritava: ‘Sou russa!’. Um colaborador nazi aproximou-se, disse: ‘Porque gritas? Aqui todos são judeus!’ e tentou agredi-la com uma arma. Caíram ambas no chão e um soldado aproximou-se e empurrou-as novamente para a multidão. Durante todo esse tempo, a avó nunca lhe largou a mão”.
O massacre de Babiy Yar, entre 29 e 30 de Setembro de 1941, marcou o início do Holocausto em território ucraniano, que resultou na eliminação quase completa de uma população de um milhão e meio de judeus.
Fonte: Euronews
http://pt.euronews.net/2011/09/30/ucrania-massacre-de-babiy-yar-foi-ha-70-anos/
Ler tudo que já foi publicado no blog sobre o massacre de Babiy Yar aqui e aqui.
Perto de 34 mil judeus – homens, mulheres e crianças – foram mortos numa única operação militar.
Menos de trinta pessoas escaparam com vida. Raisa Maistrenko é uma dessas pessoas. Na altura tinha três anos e lembra-se de estar “de mão dada com a avó, que gritava: ‘Sou russa!’. Um colaborador nazi aproximou-se, disse: ‘Porque gritas? Aqui todos são judeus!’ e tentou agredi-la com uma arma. Caíram ambas no chão e um soldado aproximou-se e empurrou-as novamente para a multidão. Durante todo esse tempo, a avó nunca lhe largou a mão”.
O massacre de Babiy Yar, entre 29 e 30 de Setembro de 1941, marcou o início do Holocausto em território ucraniano, que resultou na eliminação quase completa de uma população de um milhão e meio de judeus.
Fonte: Euronews
http://pt.euronews.net/2011/09/30/ucrania-massacre-de-babiy-yar-foi-ha-70-anos/
Ler tudo que já foi publicado no blog sobre o massacre de Babiy Yar aqui e aqui.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Porque é negação e não revisionismo. Parte IV: negadores e o massacre de Babiy Yar (2)
Porque é negação e não revisionismo. Parte IV: negadores e o massacre de Babiy Yar (2)
Um bem conhecido negador faz firulas sobre as declarações das testemunhas a respeito do sangue aparecendo nos locais das execuções em massa. Talvez a mais famosa acusação seja a de Bradley Smith contra Elie Wiesel:
Claro, os negadores dirão que é impossível. Agora, eu não sou um especialista, mas aqui está um extrato do relatório feito depois da tragédia de Kurenyovka (que também destruiu a ravina) entitulado "Geological characteristic of the emergency strip in Babiy Yar region"(Característica geológica da na região de Babiy Yar) (1961; ênfase minha):
Dado que a ravina corta os aqüíferos, presumidamente não seria surpreendente que líquidos dos corpos aparecessem em outro lugar.
Mas eles jorrariam como gêiseres acima das valas? Bem, "gêiser" é provavelmente a palavra errada usada aqui. Mas considere este relatório, "1.500 ovelhas a serem desenterradas com os corpos escorrendo líquidos" (ênfase minha):
Anterior << Parte III: negadores e o massacre de Babiy Yar (1)
Próximo >> Parte V: negadores e o massacre de Babiy Yar (3)
Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/thats-why-it-is-denial-not-revisionism_10.html
Tradução(português): Roberto Lucena
--------------------------------------------------------------------------------------
Site sobre o problema(a queimada) em Gales com os cadáveres de ovelhas:
http://www.epynt-disaster.co.uk/
Apenas mais uma prova do ocorrido citado no texto acima para atestar e reforçar a demonstração de como negadores do Holocausto("revisionistas")ignoram fatos e fontes de forma proposital e distorcem os mesmos quando lhes é conveniente para justificarou dar crédito às suas deturpações.
Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto
Um bem conhecido negador faz firulas sobre as declarações das testemunhas a respeito do sangue aparecendo nos locais das execuções em massa. Talvez a mais famosa acusação seja a de Bradley Smith contra Elie Wiesel:
EW(Elie Wiesel) afirma que depois dos judeus serem executados em Babi Yar na Ucrânia, "gêiseres de sangue" jorraram de suas valas por "meses" mais tarde (ver Paroles d'etranger, 1982, p. 86). Impossível? Sim, é. Os professores acreditam nisto?Primeiramente, como John Silber ressalta, isto não pode ser nada além de boato, então o ponto de Smith é fraco. Porém, o relato de Wiesel é parcialmente corroborado por um diário contemporâneo de Irina Khoroshunova, que em 14.10.1941 escreveu:
Nós sabemos, já sabemos com certeza, que o sangue jorrava de Babiy Yar e estava jorrando a uma distância de quilômetros do cemitério.(Fonte: E. Wiehn, Die Schoah von Babiy Yar, Konstanz, Hartung-Gorre, 1991, p. 304; presumidamente, isto significa cemitério de Lukjanovskoje).
Claro, os negadores dirão que é impossível. Agora, eu não sou um especialista, mas aqui está um extrato do relatório feito depois da tragédia de Kurenyovka (que também destruiu a ravina) entitulado "Geological characteristic of the emergency strip in Babiy Yar region"(Característica geológica da na região de Babiy Yar) (1961; ênfase minha):
[...](Fonte: Babij Jar: chelovek, vlast', istorija, vol. 1, compilado por T. Yevstafjeva, Vitalij Nakhmanovich; Kiev, Vneshtorgizdat Ucrânia, 2004.)
A faixa na qual em 13 de março de 1961 o movimento catastrófico de massas de terra aconteceu está restrita a parte superior e média de Babiy Yar, que foi 35-40 m profundidade. A ravina corta os aqüíferos, que é a razão pela qual a parte de fundo dos declives e o fundo em si serem parcialmente encharcados.
A permanente canal no fundo usualmente tem a taxa de fluxo d'água de 8-10 litros/seg. Juntos com o largo sistema avançado de ramos superiores, Babiy Yar é uma grande área de captação d'água e isto se dá porque quando chove o fluxo de água de repente aumenta.
[...]
Dado que a ravina corta os aqüíferos, presumidamente não seria surpreendente que líquidos dos corpos aparecessem em outro lugar.
Mas eles jorrariam como gêiseres acima das valas? Bem, "gêiser" é provavelmente a palavra errada usada aqui. Mas considere este relatório, "1.500 ovelhas a serem desenterradas com os corpos escorrendo líquidos" (ênfase minha):
AS carcaças de 1.500 ovelhas abatidas há cinco semanas porque estavam infectadas, com as patas e a boca a serem desenterradas e queimadas pelo MAFF(Ministério de Agricultura, Pesca e Consumo, Reino Unido)depois do sangue encontrado borbulhando do chão.Isto são 1500 ovelhas. Agora imagine o que aconteceria com 34.000 corpos num verão indiano em 1941.
[...]
Segue a descoberta de uma semana atrás de que 15.000 ovelhas enterradas nos campos de tiro do exército em Epynt, Médio Gales(País de Gales), estavam com fluidos escorrendo do corpo ao nível d'água e teriam que ser desenterradas e queimadas. Richard Tutton, que cultiva em Buttington Hall, disse: "Elas foram enterradas há cinco semanas atrás. A cova foi muito grande, eficiente e profunda.
"Temos tido uma chuva horrenda desde então. A água tem bem debaixo e houve sorte de borbulhar. Não alcançou o rio ou qualquer coisa. Eles estão apanhando isso antes que qualquer coisa mais séria aconteça."
Anterior << Parte III: negadores e o massacre de Babiy Yar (1)
Próximo >> Parte V: negadores e o massacre de Babiy Yar (3)
Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/thats-why-it-is-denial-not-revisionism_10.html
Tradução(português): Roberto Lucena
--------------------------------------------------------------------------------------
Site sobre o problema(a queimada) em Gales com os cadáveres de ovelhas:
http://www.epynt-disaster.co.uk/
Apenas mais uma prova do ocorrido citado no texto acima para atestar e reforçar a demonstração de como negadores do Holocausto("revisionistas")ignoram fatos e fontes de forma proposital e distorcem os mesmos quando lhes é conveniente para justificarou dar crédito às suas deturpações.
Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto
domingo, 14 de dezembro de 2008
Porque é negação e não revisionismo. Parte III: negadores e o massacre de Babiy Yar (1)
Porque é negação e não revisionismo. Parte III: negadores e o massacre de Babiy Yar (1)
Em 28 de setembro de 1941, pessoas de Kiev viram esta notícia nos muros e cercas ao redor da cidade:
(Nota 1: A. Kuznetsov cita outra versão da notícia, na qual os nomes das ruas eram transcritas como "Mel'nikovskoj i Dokhturovskoj", e não "Mel'nikovoj i Dokterivskoj"; as verdadeiras ruas eram na realidade chamadas de rua Mel'nikova e rua Degtyaryovskaja - é óbvio que os alemães usaram algum mau tradutor, e não um local.
Nota 2: a palavra usada na versão russa é "zhidy", ao mesmo tempo um termo ofensivo, provavelmente melhor traduzido como "kikes".
Nota 3: a notícia na realidade consiste de 1 coluna - a primeira parte está em russo, a segunda em ucraniano, a terceira - em alemão).
No dia seguinte milhares de judeus reuniram-se num "reassentamento". O destino destes judeus é descrito em pelo menos 9 documentos alemães dos tempos de guerra.
1. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 97, 28.09.1941:
2. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 101, 02.10.1941:
3. Relatório secreto de Hans Koch sobre a situação em Kiev, 05.10.1941:
4. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 106, 07.10.1941:
(Nota: a diferença em números neste relatório muito provavelmente provém do fato de que foi automaticamente compilado de relatórios mais recentes. Estimativas de "35.000" e "33,771" são situadas em duas partes separadas do relatório - "Kiev" e "Executions and Other Measures"; cf. Koch's report).
5. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 111, 12.10.1941:
6. Relatório de Atividade da 454ª Divisão de Segurança para o período de 1-10 de outubro de 1941, 12.10.1941:
7. Relatório de Atividade e Situação no. 6. da Força-tarefa da Polícia de Segurança e o SD na URSS, cobrindo entre 01-31.10.1941:
8. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 128, 03.11.1941:
9. Finalmente, Christopher Browning fornece a seguinte informação:
(Nota: os agradecimentos vão para David Thompson por coletar 7 destes documentos em um único lugar).
De testemunhos de sobreviventes, perpetradores, observadores, e da extraordinária série de fotos feitas por Johannes Haehle sabemos que o massacre aconteceu na ravina conhecida como Babiy Yar (Babij Jar, Babyn Yar, Baby Yar). Dada a riqueza da evidência documental, eu não iniciarei citando a evidência testemunhal para o massacre.
Agora, nenhuma pessoa sã e inteligente pensaria mesmo em confrontar o evento apoiado por tão blindada evidência. Mas, claro, negadores do Holocausto fazem apenas isto - eles ou negam ou minimizam o massacre. Vamos ver que truques eles usam.
--------------------------------------------------------------------------------------------
Nosso primeiro paciente é um certo Herbert Tiedemann, que escreveu um artigo "Babi Yar: Critical Questions and Comments" (Babi Yar: Perguntas críticas e comentários) (versão antiga) para Dissecting the Holocaust(Dissecando o Holocausto) de Rudolf.
Não há muito senso em responder cada e todo pequeno "ponto" que Tiedemann faz. Será suficiente apontar os erros mais significantes.
1) Tiedemann não lida com os documentos citados acima exceto na maioria dos termos gerais. Por exemplo, ele menciona o documento no. 7 apenas para lançar dúvida sobre isso, por citar sua estimativa exagerada do pré-guerra da população judaica de Kiev, como se isto pudesse desacreditar o documento de qualquer jeito. Ele não cita a parte incriminatória.
2) Na versão antiga Tiedemann não se mostrou nem mesmo informado do magnífico Babi Yar: A Document in the Form of a Novel(Babi Yar: Um documento em formato de novela)de Anatolij Kuznetsov, que apenas mostra sua assumida ignorância em seu "descrédito público" sem nunca ter lido um dos mais importantes livros sobre o tema.
3) Em ambas versões Tiedemann cita apenas um único Sonderkommando judaico, Vilkis (sem designá-lo como tal). Até depois de finalmente achar o livro de Kuznetsov, ele não menciona Vladimir Davydov, cujo testemunho está contido nisto. Nem se mostra informado sobre Kaper, Budnik ou Trubakov. Tanta ignorância é impressionante.
4) Tiedemann mostra sua total falta de conhecimento da historiografia do Holocausto em geral. Considere isto:
Bem... dã! Qualquer pessoa seriamente interessado na questão sabe que a Conferência de Wannsee foi a respeito da "solução da questão judaica" mas não no território soviético, mas como bem num sistema pan-europeu. O genocídio dos judeus na URSS iniciou muito mais cedo que no resto da Europa, e antes de Hitler decidir que todos os judeus europeus viessem a ser exterminados. Isto é historiografia do Holocausto 101.
5) Tiedemann usa a mais importante regra da negação: se qualquer fonte relatando sobre um evento estiver errada, o evento em si é duvidoso. O artigo de Tiedemann consiste principalmente de citações de fontes secundárias, reportando (freqüentemente de forma incorreta) sobre o massacre, e seus tolos comentários. Considere este exemplo:
Nota das perguntas "comoventes" de Tiedemann. Desde que ninguém argúi que os judeus foram afogados no Dniepr, por que perguntar a eles? Continuar a discutir um assunto encerrado parece ser o hobby de Tiedemann.
Um outro exemplo:
Desde que Tiedemann empregou este truque em todo o artigo, pode ser certamente rechaçado como um grande non sequitur(falácia lógica).
6) Tiedemann apresenta um absoluta falta de entendimento das realidades soviéticas. Todos seus exemplos de reações do dirigente soviético à Babiy Yar (observações de Khrushchev, depósito de lixo, etc.) não são no mínimo surpreendentes para aqueles versados sobre a política judaica soviética do pós-guerra. Alguém poderia pensar que o tratamento de Tiedemann deste tema não poderia ter sido mais ridículo, mas ele supera a si mesmo ao perguntar:
Bem, chega disto. Até para ler a respeito deste "estudo" faz qualquer um se sentir estúpido. Havia ainda alguns pontos a serem endereçados, tal como o overall número de vítimas de fotos aéreas, que será feito no devido tempo.
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Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/thats-why-it-is-denial-not-revisionism_07.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto
Em 28 de setembro de 1941, pessoas de Kiev viram esta notícia nos muros e cercas ao redor da cidade:
Todos os judeus da cidade de Kiev e suas imediações estão para chegar às 8 horas da manhã de segunda, 29 de setembro de 1941, nas esquinas das ruas Mel'nikova e Dokterivskaja (próximas aos cemitérios).
Estão levando seus documentos, dinheiro, objetos de valor, como também agasalhos, roupa de baixo, etc.
Qualquer judeu que não cumprir esta instrução e que seja encontrado em qualquer lugar será morto.
Qualquer cidadão invadadindo apartamentos abandonados por judeus e roubando propriedade será morto.
(Nota 1: A. Kuznetsov cita outra versão da notícia, na qual os nomes das ruas eram transcritas como "Mel'nikovskoj i Dokhturovskoj", e não "Mel'nikovoj i Dokterivskoj"; as verdadeiras ruas eram na realidade chamadas de rua Mel'nikova e rua Degtyaryovskaja - é óbvio que os alemães usaram algum mau tradutor, e não um local.
Nota 2: a palavra usada na versão russa é "zhidy", ao mesmo tempo um termo ofensivo, provavelmente melhor traduzido como "kikes".
Nota 3: a notícia na realidade consiste de 1 coluna - a primeira parte está em russo, a segunda em ucraniano, a terceira - em alemão).
No dia seguinte milhares de judeus reuniram-se num "reassentamento". O destino destes judeus é descrito em pelo menos 9 documentos alemães dos tempos de guerra.
1. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 97, 28.09.1941:
Em 24 de setembro, explosões violentas nos quarteirões da Feldkommandatur; o seguinte incêndio não foi ainda apagado. Fogo no centro da cidade. Muitos prédios de valor destruídos.Fonte.
[...]
Como foi provado, judeus tiveram uma pré-eminente participação. Alegadamente 150.000 judeus vivendo aqui. A verificação destas declarações não foi possível ainda. 1.600 prisões no curso da primeira ação, medidas evoluindo para checar por inteiro a população judaica. Execução de pelo menos 50.000 judeus planejada. O Exército alemão saúda as medidas e demanda drástico procedimento. Comandante Garrison advoga execução pública de 20 judeus.
2. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 101, 02.10.1941:
Sonderkommando 4a em colaboração com o Einsatzgruppe HQ e dois Kommandos de regimento policial do Sul, executou 33.771 judeus em Kiev em 29 e 30 setembro de 1941.Fonte.
3. Relatório secreto de Hans Koch sobre a situação em Kiev, 05.10.1941:
Fogo em Kiev em 24-29 de setembro de 1941 destruiu o centro da cidade, i.e.(ou seja)a parte mais linda e majestosa... o fogo afetou uma área de cerca de 2 quilômetros quadrados, cerca de 50 mil estão desabrigados; com dificuldade eles estão alojados em apartamentos abandonados. Em punição por uma óbvia sabotagem, em 29-30 de setembro, judeus da cidade foram exterminados, no geral (de acordo com os destacamentos operacionais das SS) cerca de 35 mil pessoas, metade deles - mulheres...Citado por Mikhail Koval' em "Tragedija Babjego Jara: istorija i sovremennost'", Novaja i novejshaja istorija, 1998, no. 4. Ele cita outra fonte secundária, mas dá a fonte de arquivo como GARF, f. 7445, op. 2, d. 138, l. 269.
4. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 106, 07.10.1941:
Como resultado da destruição de prédios em particular e da evacuação dos distritos ameaçados ordenados pelas autoridades, aproximadamente 25.000 pessoas ficaram sem abrigo e tinham que passar os primeiros poucos dias da ocupação na rua. Os inconveniences resultados disto foram aceitos pela população com calma. Nenhum sério incidente ou pânico ocorreu. Enquanto isso os apartamentos evacuados, tão distante quanto não foram destruídos por incêndios ou explosões, foram novamente postos à disposição da população. Além disso um número adequado de apartamentos foram evacuados através da liquidação de aproximadamente 35.000 judeus em 29 e 30 de setembro de 1941, de modo que agora o abrigo para os sem-tetos está seguro e foi também por enquanto alocado.Fonte.
[...]
Parcialmente por causa da situação econômica melhor dos judeus sob o regime bolchevique e suas atividades como informantes e agentes do NKVD, parcialmente por conta das explosões e os incêndios resultantes, o sentimento público contra os judeus era muito forte. Como um fator adicional foi provado que judeus participaram do incêndio premeditado. A população esperava uma retaliação adequada por parte das autoridades alemãs. Conseqüentemente todos os judeus de Kiev foram presos, e de acordo com o comandante da cidade, a se apresentarem na segunda, 29 de setembro às 8 horas no local designado. Estes anúncios foram publicados por membros da milícia ucraniana na cidade inteira. Simultaneamente foi anunciado oralmente que todos os judeus seriam removidos. Em colaboração com o grupo de apoio e 2 Kommandos do regimento de polícia Sul, o Sonderkommando 4a executou em 29 e 30 de setembro, 33.771 judeus. Dinheiro, objetos de valor, roupas de baixo e agasalhos foram tirados e postos parcialmente a disposição do NSV [Organização do Bem-estar público do Partido Nazi] para uso dos alemães raciais, parcialmente dado às autoridades da administração da cidade para uso da população necessitada. A transação foi cumprida sem conflito. Nenhum incidente ocorreu. A "medida de reassentamento" contra os judeus foi aprovada totalmente pela população. O fato é que na realidade é difícil saber até agora dos judeus que foram liquidados, de acordo com as experiências atualizadas seria, entretanto, difícil obejetar-se. As medidas foram também aprovados pela Wehrmacht. Os judeus que não foram ainda detidos como também aqueles que gradualmente retornaram de suas fugas para a cidade foram em cada caso tratados adequadamente.
(Nota: a diferença em números neste relatório muito provavelmente provém do fato de que foi automaticamente compilado de relatórios mais recentes. Estimativas de "35.000" e "33,771" são situadas em duas partes separadas do relatório - "Kiev" e "Executions and Other Measures"; cf. Koch's report).
5. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 111, 12.10.1941:
Sonderkommando 4a agora alcançou o número total de mais de 51.000 execuções. À parte da ação especial em Kiev de 28 e 29 de setembro, pela qual 2 Kommandos do Regimento Policial Sul foram imparciais, todas as execuções cumpridas à distância foram realizadas por aquele Kommando especial sem qualquer assistência de fora. As pessoas executadas foram principalmente judeus, uma parte minoritária foi de dirigentes políticos como também de sabotadores e saqueadores.Fonte.
6. Relatório de Atividade da 454ª Divisão de Segurança para o período de 1-10 de outubro de 1941, 12.10.1941:
Os judeus da cidade foram ordenados a se apresentar por conta própria em determinado lugar e hora para o propósito de registro numérico e alojamento num campo. Cerca de 34.000 alegados, incluindo mulheres e crianças. Depois deles se desfazerem de seus agasalhos e objetos de valor, foram todos assassinados; isto levou vários dias.Fonte.
7. Relatório de Atividade e Situação no. 6. da Força-tarefa da Polícia de Segurança e o SD na URSS, cobrindo entre 01-31.10.1941:
A amargura da população ucraniana contra os judeus é extremamente grande, devido a pensarem que eles são responsáveis pelas explosões em Kiew. Eles também estão vistos como informantes e agentes do NKVD, que iniciou o terror contra o povo ucraniano. Como uma medida de retaliação para o incêndio premeditado em Kiev, todos os judeus foram presos e cerca de 33.771 judeus foram executados entre 29 e 30 de setembro. Dinheiro, objetos de valor e agasalhos foram tirados e postos a disposição da Liga Nacional-Socialista para o Bem-estar Público [NSV], para o equipamento dos nacionais alemães [Volksdeutschen] e parcialmente posta a disposição da administração provisional da cidade para distribuição para população carente.Fonte.
8. Relatório de Situação Operacional da URSS No. 128, 03.11.1941:
Várias medidas retaliatórias foram cumpridas como ações de larga-escala. A mais extensa destas ações tomou lugar imediatamente depois da ocupação de Kiev. Foi cumprida exclusivamente contra judeus e suas famílias inteiras. As dificuldades resultantes de tal ação de larga-escala, em particular sobre a captura, foram superadas em Kiev por pedido da população judaica à assembléia, usando cartazes de parede. Ainda que da primeira e única participação dos 5-6000 judeus fora aguardada, mais de 30.000 judeus chegaram a quem, até o momento de suas execuções, ainda acreditava em seu reassentamento, agradecia à organização tão extremamente inteligente.Fonte.
9. Finalmente, Christopher Browning fornece a seguinte informação:
Ele mesmo, o Subsecretário Luther, escreveu um resumo do sexto relatório, apontando que na Ostland todos os judeus homens e cerca de 16 outros além de doutores e membros do conselho seriam executados, e que na conclusão da ação apenas 500 mulheres judias e crianças seriam deixadas vivas. Ele também apontou que 33.000 judeus em Kiev, 3.000 em Vitebsk e 5.000 do leste do Dnieper haviam sido mortos. O resumo foi iniciado pelo Secretário de Estado Weizsaecker no dia que foi escrito.The Origins of the Final Solution (As Origens da Solução Final), 2004, p. 402.
(Nota: os agradecimentos vão para David Thompson por coletar 7 destes documentos em um único lugar).
De testemunhos de sobreviventes, perpetradores, observadores, e da extraordinária série de fotos feitas por Johannes Haehle sabemos que o massacre aconteceu na ravina conhecida como Babiy Yar (Babij Jar, Babyn Yar, Baby Yar). Dada a riqueza da evidência documental, eu não iniciarei citando a evidência testemunhal para o massacre.
Agora, nenhuma pessoa sã e inteligente pensaria mesmo em confrontar o evento apoiado por tão blindada evidência. Mas, claro, negadores do Holocausto fazem apenas isto - eles ou negam ou minimizam o massacre. Vamos ver que truques eles usam.
--------------------------------------------------------------------------------------------
Nosso primeiro paciente é um certo Herbert Tiedemann, que escreveu um artigo "Babi Yar: Critical Questions and Comments" (Babi Yar: Perguntas críticas e comentários) (versão antiga) para Dissecting the Holocaust(Dissecando o Holocausto) de Rudolf.
Não há muito senso em responder cada e todo pequeno "ponto" que Tiedemann faz. Será suficiente apontar os erros mais significantes.
1) Tiedemann não lida com os documentos citados acima exceto na maioria dos termos gerais. Por exemplo, ele menciona o documento no. 7 apenas para lançar dúvida sobre isso, por citar sua estimativa exagerada do pré-guerra da população judaica de Kiev, como se isto pudesse desacreditar o documento de qualquer jeito. Ele não cita a parte incriminatória.
2) Na versão antiga Tiedemann não se mostrou nem mesmo informado do magnífico Babi Yar: A Document in the Form of a Novel(Babi Yar: Um documento em formato de novela)de Anatolij Kuznetsov, que apenas mostra sua assumida ignorância em seu "descrédito público" sem nunca ter lido um dos mais importantes livros sobre o tema.
3) Em ambas versões Tiedemann cita apenas um único Sonderkommando judaico, Vilkis (sem designá-lo como tal). Até depois de finalmente achar o livro de Kuznetsov, ele não menciona Vladimir Davydov, cujo testemunho está contido nisto. Nem se mostra informado sobre Kaper, Budnik ou Trubakov. Tanta ignorância é impressionante.
4) Tiedemann mostra sua total falta de conhecimento da historiografia do Holocausto em geral. Considere isto:
De acordo com a Brockhaus Enzyklopädie a "ordem para a solução final da questão judaica" foi emitida em 31 de julho de 1941 (Documento do Julgamento de Nuremberg NG 2586e), e foi anunciada na ocasião da 'Conferência de Wannsee' (20 de janeiro de 1942).
Muito à parte do fato de que historiadores e outras pessoas interessadas estão ainda procurando em vão pela ordem para o extermínio em massa, é mais que estranho que muitas dezenas de milhares terem sido massacrados em Babi Yar antes da ordem ter se tornado conhecida.
Bem... dã! Qualquer pessoa seriamente interessado na questão sabe que a Conferência de Wannsee foi a respeito da "solução da questão judaica" mas não no território soviético, mas como bem num sistema pan-europeu. O genocídio dos judeus na URSS iniciou muito mais cedo que no resto da Europa, e antes de Hitler decidir que todos os judeus europeus viessem a ser exterminados. Isto é historiografia do Holocausto 101.
5) Tiedemann usa a mais importante regra da negação: se qualquer fonte relatando sobre um evento estiver errada, o evento em si é duvidoso. O artigo de Tiedemann consiste principalmente de citações de fontes secundárias, reportando (freqüentemente de forma incorreta) sobre o massacre, e seus tolos comentários. Considere este exemplo:
Em 20 de julho de 1942, a Podziemna Obsluga Prasy Pozagettowej, a agência de imprensa clandestina do gueto de Varsóvia, afirmou:A oração diz, como isto seria relevante? Sim, uma agência clandestina fez uma equivocada alegação. Como isto afeta a historicidade do evento em si?
"Nem um único judeu foi deixado em Kiev porque os alemães jogaram a população judaica inteira de Kievv no rio Dnjepr."
Não houve um entre aquelas dezenas de milhares que pudessem nadar? Este método de assassínio teria ameaçado as tropas 'no próprio suprimento de água, enquanto também ocasionava um grande e considerável perigo de epidemia - um pesadelo para qualquer comandante.
Os corpos teriam flutuado rio abaixo e sido noticiados por inúmeras testemunhas. Porque não havia tais testemunhas?
Nota das perguntas "comoventes" de Tiedemann. Desde que ninguém argúi que os judeus foram afogados no Dniepr, por que perguntar a eles? Continuar a discutir um assunto encerrado parece ser o hobby de Tiedemann.
Um outro exemplo:
Um físico de nome Dr. Gustav Wilhelm Schübbe alegadamente matou sozinho 21.000 pessoas, com injeções de morfina. 110.000 a 140.000 vítimas foram alegadamente assassinadas desta maneira no "Instituto de Aniquilação Alemão" em Kiev. Injeções de morfina, que estavam num pequeno suprimento e que mal era necessária para soldados feridos? E quanto tempo levaria um físico para aplicar 21.000 injeções?Novamente, ele batalha pra achar uma razão para inclusão deste artigo sobre Babiy Yar, e não encontra. E o pior de tudo, Tiedemann nem mesmo menciona o mais relevante fato - que Schuebbe era um viciado em drogas aleijado.
De acordo com os arquivos do Centro de Documentação dos EUA em Berlim, que armazena mais de um milhão de arquivos pertencentes a membros do NSDAP (Partido 'Nazi'), Dr. Gustav Wilhelm Schübbe nunca esteve estacionado em Kiev.
Por que nem a URSS ou os judeus nunca procuraram pela localização deste "Instituto de Aniquilação"?
Desde que Tiedemann empregou este truque em todo o artigo, pode ser certamente rechaçado como um grande non sequitur(falácia lógica).
6) Tiedemann apresenta um absoluta falta de entendimento das realidades soviéticas. Todos seus exemplos de reações do dirigente soviético à Babiy Yar (observações de Khrushchev, depósito de lixo, etc.) não são no mínimo surpreendentes para aqueles versados sobre a política judaica soviética do pós-guerra. Alguém poderia pensar que o tratamento de Tiedemann deste tema não poderia ter sido mais ridículo, mas ele supera a si mesmo ao perguntar:
Ele poderia achar a 'Rua Tiraspolskaja' (que é como seria escrita corretamente!) num mapa de ruas de Kiev, e próximo ao 'local' de Babi Yar (que não é um 'local' apenas)?Como qualquer mapa decente de Kiev mostrará, HÁ ainda a rua Tiraspolskaja, que é certamente situada não muito longe da antiga Babiy Yar. Como mesmo a idéia em si pede para que venha uma pergunta dentro da pobre cabeça de Tiedemann? Que futilidade!
Bem, chega disto. Até para ler a respeito deste "estudo" faz qualquer um se sentir estúpido. Havia ainda alguns pontos a serem endereçados, tal como o overall número de vítimas de fotos aéreas, que será feito no devido tempo.
Anterior << Parte II: negadores e as valas de Marijampole
Próximo >> Part IV: negadores e o massacre de Babiy Yar (2)
Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/thats-why-it-is-denial-not-revisionism_07.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Evidência fotográfica de assassinatos em massa: 4. Ivangorod
Uma das mais famosas imagens do Holocausto pode ser vista aqui. A procedência da fotografia é descrita neste link. Museus do Holocausto e sites da Internet mostram esta imagem freqüentemente apenas exibindo este pedaço da fotografia. Este é errôneo porque omite os dois rifles no canto extremo esquerdo da fotografia, e a cena de enterros(dos cadáveres das chacinas)no canto direito.
Local: Ucrânia, Kiev, executados pelos Einsatzgruppen.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2008/10/photographic-evidence-of-mass-shootings_25.html
Tradução: Roberto Lucena
Local: Ucrânia, Kiev, executados pelos Einsatzgruppen.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2008/10/photographic-evidence-of-mass-shootings_25.html
Tradução: Roberto Lucena
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terça-feira, 21 de agosto de 2007
Depoimento de Paul Blobel em Nuremberg
Depoimento de Paul Blobel em Nuremberg - Einsatzgruppen
http://www.einsatzgruppenarchives.com/pblobel.html
Um depoimento de Paul Blobel sobre a queima de corpos e destruição dos traços dos corpos de judeu mortos pelas Einsatzgruppen:
"Eu, Paul Blobel, juro, declaro e afirmo em evidência:
1. Eu nasci em Potsdam em 13 de Agosto de 1894. De junho de 1941 a janeiro de 1942, eu fui comandante do Sonderkommando 4A.
2. Depois de eu ter sido dispensado deste comando, eu deveria reportar a Berlim ao SS Obergruppenführer Heydrich e Gruppenführer Müller, e em junho de 1942 foi-me confiada pelo Gruppenführer Müller a tarefa de destruir traços de execuções levadas a cabo pelas Einsatzgruppen no Leste. Minhas ordens eram de que eu deveria me reportar pessoalmente aos comandantes da Polícia de Segurança e SD, comunicar as ordens de Müller verbalmente e super-visionar sua implementação. Esta ordem era altamente secreta e o Gruppenführer Müller havia dado ordens de que devido à necessidade do mais alto sigilo, não deveria haver correspondência em conexão com esta tarefa. Em setembro de 1942, eu me reportei ao Dr. Thomas em Kiev e comuniquei a ordem a ele. A ordem não poderia ser executada imediatamente em parte porque o Dr. Thomas não estava disposto a executá-la, e também porque os materiais exigidos para a queima dos corpos não estavam disponíveis. Em maio e junho de 1943, eu fiz viagens adicionais para Kiev para tratar desse assunto e então, depois de conversas com o Dr. Thomas e com o líder da SS e da Polícia Hennecke, as ordens foram executadas.
3. Durante minhas visitas em agosto, eu mesmo observei a queima de corpos numa sepultura em massa próxima a Kiev. Esta sepultura tinha cerca de 55 m de compri-mento, 3 m de largura e 2-1/2 m de profundidade. Depois que a cobertura havia sido removida, os corpos foram cobertos com material inflamável e incendiados. Levou cerca de dois dias até que a sepultura queimasse até o fundo. Eu mesmo observei que o fogo havia iluminado lá no fundo. Depois disso a sepultura foi preenchida e os traços praticamente destruídos.
4. Devido ao levantamento das linhas de frente, não foi possível destruir as sepul-turas em massa mais distantes ao sul e ao leste, que haviam resultado de execuções pelas Einsatzgruppen. Eu viajei para Berlim em conexão com esse relatório, e foi enviado para a Estônia pelo Gruppenführer Müller. Eu comuniquei as mesmas ordens ao Oberführer Achammer-Pierader em Riga, e também ao Obergruppenführer Jeckeln. Eu retornei para Berlim a fim de obter combustível. A queima dos corpos começou somente em maio ou junho de 1944. Eu lembro que as incinerações ocorreram na área de Riga e Reval. Eu estive presente em tais incinerações próximas a Reval, mas as sepulturas eram menores ali e continham somente cerca de vinte a trinta corpos. As sepulturas na área de Reval estavam a 20 ou 30 km a leste da cidade, num distrito pantanoso e eu acho que quatro ou cinco sepulturas foram abertas e os corpos queimados.
5. De acordo com as minhas ordens, eu deveria ter ampliado minhas obrigações pela área inteira ocupada pelas Einsatzgruppen, mas devido à retirada da Rússia, eu não pude executar minhas ordens completamente...
Nuremberg, 18 de junho de 1947
//assinado// Paul Blobel
Fonte: Berenbaum, Michael, editor. Witness to the Holocaust. New York: HarperCollins. 1997. pp. 143-144
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/blobel1.html
Tradução: Marcelo Oliveira
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6262
http://www.einsatzgruppenarchives.com/pblobel.html
Um depoimento de Paul Blobel sobre a queima de corpos e destruição dos traços dos corpos de judeu mortos pelas Einsatzgruppen:
"Eu, Paul Blobel, juro, declaro e afirmo em evidência:
1. Eu nasci em Potsdam em 13 de Agosto de 1894. De junho de 1941 a janeiro de 1942, eu fui comandante do Sonderkommando 4A.
2. Depois de eu ter sido dispensado deste comando, eu deveria reportar a Berlim ao SS Obergruppenführer Heydrich e Gruppenführer Müller, e em junho de 1942 foi-me confiada pelo Gruppenführer Müller a tarefa de destruir traços de execuções levadas a cabo pelas Einsatzgruppen no Leste. Minhas ordens eram de que eu deveria me reportar pessoalmente aos comandantes da Polícia de Segurança e SD, comunicar as ordens de Müller verbalmente e super-visionar sua implementação. Esta ordem era altamente secreta e o Gruppenführer Müller havia dado ordens de que devido à necessidade do mais alto sigilo, não deveria haver correspondência em conexão com esta tarefa. Em setembro de 1942, eu me reportei ao Dr. Thomas em Kiev e comuniquei a ordem a ele. A ordem não poderia ser executada imediatamente em parte porque o Dr. Thomas não estava disposto a executá-la, e também porque os materiais exigidos para a queima dos corpos não estavam disponíveis. Em maio e junho de 1943, eu fiz viagens adicionais para Kiev para tratar desse assunto e então, depois de conversas com o Dr. Thomas e com o líder da SS e da Polícia Hennecke, as ordens foram executadas.
3. Durante minhas visitas em agosto, eu mesmo observei a queima de corpos numa sepultura em massa próxima a Kiev. Esta sepultura tinha cerca de 55 m de compri-mento, 3 m de largura e 2-1/2 m de profundidade. Depois que a cobertura havia sido removida, os corpos foram cobertos com material inflamável e incendiados. Levou cerca de dois dias até que a sepultura queimasse até o fundo. Eu mesmo observei que o fogo havia iluminado lá no fundo. Depois disso a sepultura foi preenchida e os traços praticamente destruídos.
4. Devido ao levantamento das linhas de frente, não foi possível destruir as sepul-turas em massa mais distantes ao sul e ao leste, que haviam resultado de execuções pelas Einsatzgruppen. Eu viajei para Berlim em conexão com esse relatório, e foi enviado para a Estônia pelo Gruppenführer Müller. Eu comuniquei as mesmas ordens ao Oberführer Achammer-Pierader em Riga, e também ao Obergruppenführer Jeckeln. Eu retornei para Berlim a fim de obter combustível. A queima dos corpos começou somente em maio ou junho de 1944. Eu lembro que as incinerações ocorreram na área de Riga e Reval. Eu estive presente em tais incinerações próximas a Reval, mas as sepulturas eram menores ali e continham somente cerca de vinte a trinta corpos. As sepulturas na área de Reval estavam a 20 ou 30 km a leste da cidade, num distrito pantanoso e eu acho que quatro ou cinco sepulturas foram abertas e os corpos queimados.
5. De acordo com as minhas ordens, eu deveria ter ampliado minhas obrigações pela área inteira ocupada pelas Einsatzgruppen, mas devido à retirada da Rússia, eu não pude executar minhas ordens completamente...
Nuremberg, 18 de junho de 1947
//assinado// Paul Blobel
Fonte: Berenbaum, Michael, editor. Witness to the Holocaust. New York: HarperCollins. 1997. pp. 143-144
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/blobel1.html
Tradução: Marcelo Oliveira
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6262
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