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domingo, 29 de dezembro de 2013

Doutores do inferno: o horror do barracão 46 de Buchenwald

Publicado em 5 junho, 2012

Arthur Dietzsch
[Testemunho de Eugen Kogon, prisioneiro de Buchenwald, durante o processo médico pertencente aos julgamentos de Nuremberg]:

[…] No campo todo mundo sabia que o barracão 46 era um lugar temível. Muito poucas pessoas no campo tinham uma ideia exata do que se passava no barracão 46. O medo se apoderava de todo aquele que tinha que se relacionar de algum modo com esse barracão. Se escolhiam pessoas e as levavam do barracão 46 para a enfermaria, sabiam que a coisa era fatal. O horror indescritível que rodeava esse barracão piorava ainda mais as coisas. (…)

À parte disso, no campo se sabia que o Kapo Arthur Dietzsch impunha uma disciplina férrea no barracão 46. Ali quem mandava era o chicote. Todo o que ia para o barracão 46 como sujeito de experimentação não só esperava, portanto, a morte, e em certas circunstâncias uma morte muito demorada e penosa, senão também ser torturado e sofrer a privação completa dos últimos vestígios de sua liberdade pessoal.

Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2012/06/05/doctores-del-infierno-el-horror-del-barracon-46-de-buchenwald/
Trecho do livro (citado no blog): "Doctores del Infierno" (livro original em inglês, Doctors from Hell), Tempus, 2009, pág. 241; de Vivien Spitz
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ceija Stojka - sobrevivente do Holocausto, artista cigana morre aos 79 anos

Nascida na Áustria, Ceija Stojka passou por três campos de concentração. Com sua obra, ela ajudou a expor a perseguição nazista ao seu povo.

Da Reuters

A artista cigana Ceija Stojka
(Foto: Divulgação/The
Gypsy Chronicles)
A artista cigana Ceija Stojka, cujo trabalho ajudou a expor a perseguição nazista ao seu povo, morreu na segunda-feira (28) aos 79 anos em um hospital de Viena, disse sua agente à agência de notícias APA.

Sobrevivente do Holocausto, Stojka escreveu um dos primeiros relatos autobiográficos de ciganos (ou "romanis") sobre a perseguição nazista, em um livro intitulado "Vivemos em reclusão: as memórias de uma romani", de 1988. Além disso, ela passou décadas dedicando a falar do seu povo pela música e a arte.

Os ciganos, como os judeus, foram enviados para campos de concentração pelo regime nazista alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Até 1,5 milhão deles morreram.

Nascida na Áustria, Stojka sobreviveu a passagens pelos campos de Auschwitz, Bergen-Belsen e Ravensbrueck. Apenas cinco outros membros de sua família, que tinha mais de 200 pessoas, sobreviveram.

"Busquei a caneta porque precisava me abrir, gritar", disse a ativista numa exibição de 2004 no Museu Judaico de Viena.

Stojka começaria a pintar aos 56 anos, muitas vezes usando os dedos ou palitos em vez de pincéis. Muitas das suas obras aludem à experiência nos campos de concentração, e eram descritas como "assustadoras" e "infantis" por visitantes em exposições dela mundo afora.

Fonte: Reuters/Terra
http://diversao.terra.com.br/gente/artista-cigana-ceija-stojka-sobrevivente-do-holocausto-morre-aos-79,1376494267f7c310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Arquivos do julgamento de Eichmann

Pra quem quiser consultar e/ou vasculhar documentos, no site Nizkor, seguem os links da transcrição (em inglês) dos páginas do julgamento de Adolf Eichmann, realizado na primeira metade dos anos sessenta. Registro dos processos no Tribunal Distrital de Jerusalém.

Página inicial: O Julgamento de Adolf Eichmann
http://www.nizkor.org/hweb/people/e/eichmann-adolf/transcripts/

Indo direto aos volumes:
http://www.nizkor.org/hweb/people/e/eichmann-adolf/transcripts/Sessions/

"Bem, então, tendo sido solicitado por Sr., Meritíssimo, para dar uma resposta bem clara aqui, devo dizer que considero este assassinato, este extermínio dos judeus, como sendo um dos crimes mais hediondos da história da humanidade."
(Adolf Eichmann, 13 de julho de 1961)

domingo, 23 de novembro de 2008

Evidência fotográfica de fuzilamentos em massa: 3. Liepaja

Liepaja é um excelente exemplo de como fotografias podem fazer parte de uma convergência de evidências ao lado destes fenômenos, como diários, testemunhos e estudos demográficos. Isto é discutido aqui, e aqui. Perceba novamente que unidades de não-alemães tomaram parte nos massacres, neste caso da Letônia.

Fonte: Holocaust Controversies
Por Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2008/10/photographic-evidence-of-mass-shootings_7387.html
Tradução(português): Roberto Lucena

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Testemunho de Rudolf Hoess em Nuremberg 15-Abr-1946 (Parte 1)

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.yale.edu/lawweb/avalon/imt/proc/04-15-46.htm

Dr.Kauffmann era o Advogado de Defesa do acusado Ernst Kaltenbrunner. Hoess foi ao Tribunal como Testemunha de Defesa de Kaltenbrunner.
DR.KAUFFMANN: De acordo com o Tribunal, eu chamo agora a Testemunha Hoess.
PRESIDENTE: De pé. Você pode dizer seu nome?
RUDOLF HOESS: Rudolf Franz Ferdinand Hoess
PRESIDENTE: Repita este juramento depois de mim: Eu juro por Deus Todo-Poderoso e Onisciente que irei falar a mais pura verdade, sem ocultar ou adicionar nada.
[A Testemunha repetiu o juramento em alemão]

PRESIDENTE: Quer se sentar?

DR.KAUFFMANN: Testemunha, suas declarações serão de grande significância. Talvez você seja o único que possa lançar uma luz sobre determinados aspectos ocultos, e poderemos dizer que são as pessoas que deram a ordem para a destruição dos judeus europeus, e possa ainda indicar o modo como foi feito este fim, e o grau de segredo para esta execução.
PRESIDENTE: Dr. Kauffmann, por gentileza faça perguntas à testemunha.
DR.KAUFFMANN: Sim. [voltando à testemunha] De 1940 à 1943 o senhor foi Comandante do campo de Auschwitz. É verdade?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: E durante esse tempo centenas de milhares de pessoas foram enviadas para a morte lá. Isso está correto?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: É verdade que você, você mesmo, não anotou sobre o número exato de vítimas, porque isto lhe foi proibido de fazer?
HOESS: Sim. Isso está correto.
DR.KAUFFMANN: Além do mais é correto dizer que exclusivamente um homem de nome Eichmann tinha notas sobre isso, e este homem tinha as funções de organizar e se reunir com essas pessoas?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: É verdade que Eichmann afirmou que mais de 2 milhões de judeus haviam sido destruídos em Auschwitz?
HOESS: Sim
DR.KAUFFMANN: Homens, mulheres e crianças?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Você foi participante da Guerra Mundial?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: E em 1922 você entrou para o Partido?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Você foi um membro da SS?
HOESS: Desde 1934.
DR.KAUFFMANN: É verdade que você, no ano de 1924, foi condenado a um longo período de trabalhos forçados por ter participado dos chamados assassinatos políticos.
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: E no fim de 1934 você foi para o Campo de Concentração de Dachau?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Qual a tarefa que você recebeu?
HOESS: No início, eu era líder de um bloco de prisioneiros, depois me tornei escriturário, e finalmente administrador da propriedade e dos prisioneiros.
DR.KAUFMANN: E quanto tempo você ficou lá?
HOESS: Até 1938.
DR.KAUFFMANN: À partir de 1938 você trabalhou onde e o que fez?
HOESS: Em 1938 eu fui para o campo de concentração de Sachsenhausen, onde no início eu fui Ajudante do Comandante, depois me tornei Chefe de proteção da guarda do campo.
DR.KAUFFMANN: Quando você foi comandante de Auschwitz?
HOESS: Eu fui comandante de Auschwitz de Maio de 1940 à Dezembro de 1943.
DR.KAUFFMANN: Qual foi o maior número de pessoas, presos que teve em algum momento em Auschwitz?
HOESS: O maior número de internos que estiveram em Auschwitz de uma vez foi em torno de 140.000 homens e mulheres.
DR.KAUFFMANN: É verdade que em 1941 foi ordenado a você ir a Berlim para ver Himmler? Por favor, cite resumidamente o que foi discutido.
HOESS: Sim. No verão de 1941 fui convocado para ir a Berlim receber ordens pessoais do Reichsführer SS Himmler. Ele me disse alguma coisa que não me lembro exatamente as palavras, que o Fuhrer tinha dado a ordem para a solução final da questão judaica. Nós SS, deveríamos levar esta ordem adiante. Se não fosse realizado agora, mais tarde os judeus iriam destruir o povo alemão. Ele tinha escolhido Auschwitz por causa do fácil acesso por via férrea, e também por causa do amplo espaço do lugar que asseguravam o isolamento.
DR.KAUFFMANN: Durante esta conferência com Himmler, ele disse que o planejamento desta ação deveria ser tratado como assunto secreto do Reich?
HOESS: Sim. Ele salientou este ponto. Ele me disse que não era permitido eu dizer sobre este assunto até mesmo para o meu superior hierárquico Gruppenfuehrer Glucks. Essa conferência foi tratada somente com nós dois e eu observei o mais estrito sigilo.
DR.KAUFFMANN: Qual era a posição de Glucks para ele não ter sido mencionado?
HOESS: O Gruppenfuehrer Glucks, era assim por dizer, o inspetor dos campos, a partir dali ele era imediatamente subordinado do Reichsfuehrer.
DR.KAUFFMANN: Será que a expressão “assunto secreto do Reich” significa que ninguém estaria autorizado a fazer uma pequena alusão às pessoas de fora, sem por em risco sua própria vida?
HOESS: Sim, “assunto secreto do Reich” significava que ninguém estava autorizado a falar desse assunto com qualquer pessoa, e cada um prometia com sua própria vida a manter sigilo.
DR.KAUFFMANN: Você sabe se esta promessa foi quebrada?
HOESS: Não, não até o fim de 1942.
DR.KAUFFMANN: Porque você mencionou esta data? Você falou com pessoas de fora depois desta data?
HOESS: No final de 1942 a curiosidade da minha esposa foi despertada pelas observações feitas pelo então Gauleiter da Alta Silésia, quanto aos acontecimentos no meu campo. Ela me perguntou se era verdade e eu admiti que era. Essa foi a única violação da minha promessa que fiz ao Reichsfuehrer. Fora isso, não falei com mais ninguém.
DR.KAUFFMANN: Quando você se encontrou com Eichmann?
HOESS: Eu me encontrei com Eichmann 4 semanas depois de receber as ordens do Reichsfuhrer. Ele chegou a Auschwitz para discutir comigo o cumprimento das ordens. Como o Reichsfuehrer me disse durante a nossa conversa, ele tinha instruído Eichmann a discutir o cumprimento das ordens e eu iria receber todas as novas ordens dele.
DR.KAUFFMANN: Você irá me dizer brevemente se o campo de Auschwitz estava completamente isolado, descrevendo as medidas tomadas para assegurar, na medida do possível, o segredo da realização da tarefa atribuída a você.
HOESS: O campo de Auschwitz estava a cerca de 3km de distância da cidade. Cerca de 20.000 acres ao redor da região estava limpa de todos os antigos habitantes, em toda a área só poderia entrar homens da SS e trabalhadores civis que tinham passes especiais. O campo atual chamado “Birkenau”, onde mais tarde foram construídos os campos de extermínio, estava situado a 2km do campo de Auschwitz. As próprias instalações do campo, ou seja, as instalações provisórias que foram usadas primeiro, se adentravam para dentro da floresta e não poderiam ser detectada por olhos. Além disso, essa área foi declarada como área proibida até mesmo para os membros da SS, quem não tinha passe especial não poderiam entrar. Assim posso julgar que, era impossível para qualquer pessoa, exceto para as pessoas autorizadas a entrar nessa área.
DR.KAUFFMANN: E depois quando o transporte ferroviário chegou? Durante o período dos transportes, que chegavam muitas pessoas, em linhas gerais, era desse tal transporte?
HOESS: Durante todo o período até 1944 determinadas operações foram realizadas em intervalos irregulares em diversos países, de modo que não pode se falar de um fluxo contínuo de chegada de transporte. Foi sempre uma questão de 4 a 6 semanas. Durante essas 4 ou 6 semanas 2 ou 3 trens chegavam, cada um com cerca de 2.000 pessoas em cada, chegava diariamente. Os guardas que acompanhavam os transportes deixavam a área de uma vez e as pessoas que eram levadas para lá eram escoltadas por guardas do campo. Eles eram examinados por 2 oficiais médicos da SS para a aptidão ao trabalho. Os internos que eram considerados aptos para o trabalho marchavam para Auschwitz ou para o campo de Birkenau e os que eram inaptos para o trabalho eram levados primeiro para as instalações provisórias e mais tarde, para os recém-construídos crematórios.
DR.KAUFFMANN: Durante um interrogatório que tive com você no outro dia você me disse que cerca de 60 homens foram designados para receber esses transportes, e que estas 60 pessoas, também, teriam sido obrigadas a manter o mesmo sigilo descrito anteriormente. Você ainda mantém isso hoje?
HOESS: Sim, esses 60 homens sempre estavam prontos para assumir os internos não capazes de trabalhar para essas instalações provisórias e, mais tarde, para os outros. Este grupo consistia de cerca de 10 líderes e sub-líderes, bem como médicos e pessoal médico, tinham sido repetidamente dito, tanto por escrito e verbalmente, de que eles eram obrigados ao mais estrito sigilo quanto a todos os que passaram nos campos.
DR.KAUFFMANN: Havia qualquer sinal que poderia mostrar a uma pessoa de fora que viu estas transportes chegarem, de que eles seriam destruídos ou que a possibilidade era tão pequena, pois em Auschwitz foi um número invulgarmente elevado de transportes, as remessas de mercadorias e assim por diante?
HOESS: Sim, um observador que não fez notas especiais não poderia obter nenhuma idéia sobre isso porque começava a chegar não só transportes para os quais foram destinados a ser destruídos, mas também outros transportes chegavam de forma contínua, contendo novos internos que eram necessários, no campo. Além disso, transportes também deixavam o campo em um número suficientemente elevado com internos aptos para o trabalho ou em troca de prisioneiros. Os trens eram fechados, ou seja, as portas dos transportes foram fechadas de forma a que não era possível, a partir do exterior, obter um vislumbre das pessoas no interior. Além de que até 100 veículos com materiais, rações, etc, davam entrada no campo ou constantemente deixavam as oficinas do campo militar que estava sendo feito.
DR.KAUFFMANN: E após a chegada dos transportes as vítimas eram destituídas de tudo que tinham? Eles tinham que despir-se totalmente e entregar todos os seus objetos de valor? Insto é verdade?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Então eles eram enviados diretamente para a morte?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Eu te pergunto, de acordo com seus conhecimentos, essas pessoas sabiam que estavam guardando para elas?
HOESS: A maioria delas não, foram tomadas medidas para que elas ficassem na dúvida e que não suspeitassem que estavam se dirigindo para a morte. Por exemplo, todas as portas e muros tinham a inscrições no sentido de que eles estavam indo para o “despiolhamento” ou para tomar uma ducha. Isto era divulgado em vários idiomas para os internos e pelos outros internos que chegavam com a informação que vinha da tripulação dos transportes.
DR.KAUFFMANN: E então, você me disse outro dia, que a morte por gaseamento acontecia entre 3 e 15 minutos. É correto isso?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Você também me disse que antes da morte as pessoas caíam em estado de inconsciência?
HOESS: Sim. De onde eu fui capaz de descobrir e de onde os oficiais médicos me diziam, o tempo necessário para se chegar à inconsciência variava de acordo com a temperatura e com a quantidade de pessoas nas câmaras. A perda de consciência aconteceia em alguns minutos ou segundos.
DR.KAUFFMANN: Você alguma vez sentiu piedade para com suas vítimas, pensando em sua família e crianças?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Como foi possível para você levar a cabo estas ações apesar disto?
HOESS: Tendo em conta todas estas dúvidas que eu tinha, o único e decisivo argumento foi a ordem estrita ordem e a razão dada por ele para o Reichsfuehrer Himmler.
DR.KAUFFMANN: Pergunto-lhe se Himmler inspecionou o campo e convenceu-se de si próprio, também, do processo de extermínio?
HOESS: Sim, Himmler visitou o campo em 1942 e viu em detalhes o processo do início ao fim.
DR.KAUFFMANN: O mesmo se aplica a Eichmann?
HOESS: Eichmann foi repetidas vezes a Auschwitz e intimamente familiarizou-se com o processo.
DR.KAUFFMANN: O acusado Kaltenbrunner esteve no campo alguma vez?
HOESS: Não.
DR.KAUFFMANN: Você falou a Kaltenbrunner alguma vez sobre a sua tarefa?
HOESS: Não, nunca. Eu estive com o Obergruppenfuehrer Kaltenbrunner uma única vez.
DR.KAUFFMANN: E foi quando?
HOESS: Foi um dia após o seu aniversário no ano de 1944.
DR.KAUFFMANN: Qual a posição que você tinha no ano de 1944?
HOESS: No ano de 1944 eu era o Chefe do Departamento E1 do Escritório Central de Administração Econômica em Berlim. Meu escritório era responsável por inspecionar o campo de Oranienburg.
DR.KAUFFMANN: E qual foi o tema da conferência que você se referiu?
HOESS: Referia-se sobre um relatório do campo de Mauthausen, também chamado de sem nome, sobre o envolvimento de internos na indústria de armas. A decisão para este assunto seria tomada pelo Obergruppenfuehrer Kaltenbrunner. Por isso eu levei até ele o relatório do comandante de Mauthausen, mas ele não tomou nenhuma decisão, disse-me que faria isso depois.
DR.KAUFFMANN: No que se refere à localização de Mauthausen, por favor me diga, onde o distrito de Mauthausen se localiza? Na Alta Silésia ou no Governo Geral?
HOESS: Mauthausen...
DR.KAUFFMANN: Auschwitz, peço perdão, cometi um erro. Quero dizer Auschwitz.
HOESS: Auschwitz está situado na Polônia, após 1939 foi incorporada à província da Alta Silésia.
DR.KAUFFMANN: É correto eu assumir que a alimentação e a administração dos campos de concentração eram de responsabilidade do Escritório Central de Administração Econômica?
HOESS: Sim.
DR.KAUFFMANN: Era um departamento que era completamente separado do RSHA?
HOESS: Está correto.
DR.KAUFFMANN: E de 1943 até o fim da guerra, você era um dos Inspetores-Chefes do Escritório Central de Eonomia e Administração?
HOESS: Sim, disse corretamente.
DR.KAUFFMANN: Quer dizer que você era particularmente bem informado de tudo que acontecia nos campos de concentração relativamente ao tratamento e métodos aplicados?
HOESS: Sim

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