A exposição NO-3028 de Nuremberg é uma série de relatórios que suscitam preocupações sobre as atrocidades cometidas em operações anti-partisans na Rutênia Branca (Bielorrússia). Esses documentos foram publicados aqui por David Thompson em 2004. O mais pertinente é talvez aquele do "membro do partido", Lange:
Estou enviando a seguinte comunicação privada para sua informação. Dr. Walkewitsch, o chefe de ação da WSW veio até mim.
Ele foi informado pelo Sr. Sakowitsch, ex-chefe do território [Gebietsvorsitzender] do WSW no condado de Minsk que, em 27 de maio de 1943, às 14h00, a SS e/ou os ucranianos conduziram os habitantes de Krjvsk juntos para duas casas e para depois incendiar as casas para que aqueles dentro delas queimassem até a morte.
O mesmo aconteceu com a aldeia de Krashyn em 24 de maio de 1943. Ambas as aldeias estão localizadas no distrito de Woloshin, no território de Vilijka.
Normalmente, o escritório de Himmler rejeitou tais preocupações. No último documento da exposição, Brandt afirma que "[Himmler] solicita que o Ministro do Reich para o Leste seja informado de que a campanha contra os partisans andará conforme o cronograma e que Volhynia e Podolia serão as próximas da lista." O subtexto aconselhava Rosenberg a dizer aos seus subordinados que abandonassem suas queixas. Veja a excelente análise de Leo Alexander sobre esta troca, publicada aqui em 1948.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2016/01/war-crimes-in-belorussia-mid-1943.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: War Crimes in Belorussia, mid-1943
Tradução: Roberto Lucena
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
sábado, 22 de março de 2014
Von Rundstedt, o Marechal profissional
Von Rundstedt em Nuremberg |
Comando SupremoThe Good Old Days. The Holocaust as Seen by Its Perpetrators and Bystanders. Klee, E; Dressen, W; e Riess, V., editores. (traduzido do alemão por Deborah Burnstone). Konecky e Konecky Old Saybrook, 1991. pág. 116. Referência de arquivo pág. 285 NOKW-541.
Quartel General
Grupo de Exércitos Sul
24 de setembro de 1941.
Ic/AO (Abw. III)
Ref: Combatendo elementos anti-Reich.
A investigação e o combate contra os elementos inimigos do Reich (comunistas, judeus e seus simpatizantes) na medida em que não tenham se incorporado ao exército inimigo, são só de responsabilidade dos Sonderkommandos, da Polícia de Segurança e do SD nas áreas ocupadas. Os Sonderkommandos têm a responsabilidade exclusiva para tomar as medidas necessárias para seus fins.
As ações sem autorização por parte de membros individuais da Wehrmacht, ou a participação de membros da Wehrmacht nos excessos da população ucraniana contra os judeus estão proibidas, assim como o ato de contemplar ou fotografar as ações dos Sonderkommandos.
Esta proibição deve ser comunicada a membros de todas as unidades. Os superiores de todos os rangos são responsáveis de se assegurar que se cumpra esta proibição. No caso que se viole esta ordem, a causa será examinada para determinar se o superior não cumpriu com seu dever de fazer cumprir esta ordem. Se em caso positivo, será castigado severamente.
(Assinado) Von Rundstedt.
Haverá quem seja capaz de ler nesta ordem algo "apolítico". Já é mais duvidoso que se siga dizendo que as matanças dos Einsatzgruppen não ocorriam à vista de todos, e que não havia pessoal na Werhmacht que gostava de olhar... e inclusive participar nos massacres por iniciativa própria, até o ponto do mesmíssimo comandante do Grupo de Exércitos ordenar que oficiais e suboficiais sejam impedidos de fazer isso. Porque em caso contrário ele lhes culpará.
O VI Exército de Von Reichenau estava sob seu comando quando emitiu sua famosa ordem de 10 de outubro, que Von Rundstedt distribuiu ao resto das tropas sob seu comando em 17 de outubro. Pelo visto, pode-se ser apolítico ao mesmo tempo em que se justifica e "compreende" o assassinato de civis suspeitos de ser comunistas ou judeus, ou bem simpatizar com eles. Sempre e quando não se comprometa a disciplina das unidades.
Foto Wikipedia.
Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2011/08/29/von-rundstedt-mariscal-profesional/
Tradução: Roberto Lucena
Ver mais:
Ordem de von Rundstedt - As ações da Wehrmacht e dos Einsatzgruppen: A luta contra elementos hostis ao Reich (blog Avidanofront)
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sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Morre em Roma o ex-comandante nazista Erich Priebke
Itália/nazismo - Artigo publicado em 11 de Outubro de 2013 - Atualizado em 11 de Outubro de 2013
Morre em Roma o ex-comandante nazista Erich Priebke. RFI
Morreu hoje em Roma Erich Priebke, um dos últimos criminosos de guerra nazistas ainda vivos. Ex-comandante da SS, a polícia nazista, Priebke havia completado 100 anos no final de julho e vivia em prisão domiciliar.
O comandante nazista Erich Priebke havia sido condenado em 1998 na Itália à prisão perpétua pela sua participação no massacre das Fossas Ardeatinas, ocorrido em março de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Priebke vivia há anos em prisão domiciliar em Roma, no apartamento de seu advogado.
Segundo a imprensa, Priebke deixou uma entrevista transcrita e um vídeo como "testamento humano e político."
O massacre custou a vida a 335 pessoas. Pelo menos 75 judeus foram mortos pelos policiais da SS com uma bala na nuca, em represália à morte de 33 soldados alemães.
Priebke foi o responsável pelo massacre, mas depois da guerra, conseguiu fugir para a Argentina.
Ele viveu tranquilamente na Patagônia durante 40 anos, até ser desmascarado pela justiça italiana depois da publicação do livro El pintor de la Suiza Argentina, do diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, Esteban Buch.
Nele, Buch denuncia os nazistas exilados que viviam em Bariloche, entre eles, Priebke, acobertado pela ditadura argentina. O ex-criminoso nazista foi extraditado para a Itália em 1995.
Em 1999, em razão de seu estado de saúde, ele obteve o direito de cumprir sua pena em casa, como autoriza a lei italiana.
Em 2004, o grupo o grupo de extrema-direita "Uomo e Libertá" (Homem e Liberdade) chegou a pedir um indulto presidencial para Priebke, gerando diversos protestos e manifestações de associações de defesa dos direitos humanos.
Fonte: RFI
http://www.portugues.rfi.fr/europa/20131011-morre-em-roma-o-ex-comandante-nazista-erich-priebke
Morre em Roma o ex-comandante nazista Erich Priebke. RFI
O ex-comandante nazista da SS Erich Priebke Foto: Reprodução |
O comandante nazista Erich Priebke havia sido condenado em 1998 na Itália à prisão perpétua pela sua participação no massacre das Fossas Ardeatinas, ocorrido em março de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Priebke vivia há anos em prisão domiciliar em Roma, no apartamento de seu advogado.
Segundo a imprensa, Priebke deixou uma entrevista transcrita e um vídeo como "testamento humano e político."
O massacre custou a vida a 335 pessoas. Pelo menos 75 judeus foram mortos pelos policiais da SS com uma bala na nuca, em represália à morte de 33 soldados alemães.
Priebke foi o responsável pelo massacre, mas depois da guerra, conseguiu fugir para a Argentina.
Ele viveu tranquilamente na Patagônia durante 40 anos, até ser desmascarado pela justiça italiana depois da publicação do livro El pintor de la Suiza Argentina, do diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, Esteban Buch.
Nele, Buch denuncia os nazistas exilados que viviam em Bariloche, entre eles, Priebke, acobertado pela ditadura argentina. O ex-criminoso nazista foi extraditado para a Itália em 1995.
Em 1999, em razão de seu estado de saúde, ele obteve o direito de cumprir sua pena em casa, como autoriza a lei italiana.
Em 2004, o grupo o grupo de extrema-direita "Uomo e Libertá" (Homem e Liberdade) chegou a pedir um indulto presidencial para Priebke, gerando diversos protestos e manifestações de associações de defesa dos direitos humanos.
Fonte: RFI
http://www.portugues.rfi.fr/europa/20131011-morre-em-roma-o-ex-comandante-nazista-erich-priebke
sexta-feira, 19 de julho de 2013
"Kube havia mostrado aos italianos uma câmara de gás na qual a matança de judeus havia ocorrido."
"Posteriormente Kube havia mostrado aos italianos uma câmara de gás na qual a matança de judeus havia ocorrido."
O documento do Ministério de Relações Exteriores alemão abaixo foi exibido como T/341 no julgamento de Eichmann. É também citado em Nationalsozialistische Massentötungen durch Giftgas. Eine Dokumentation (S.92). O autor da nota é Eberhard von Thadden, que se tornou especialista em Assuntos Judaicos no Ministério de Relações Exteriores em abril de 1943. Franz Rademacher foi seu predecessor e uma figura bem conhecida na história da "Solução Final". Werner Koeppen era ajudante de Alfred Rosenberg e seu representante permanente junto a Hitler. Wilhelm Kube foi o infame Gauleiter da Bielorrússia (Belarus).
Não havia câmaras de gás estacionárias em Minsk, portanto, uma câmara de gás móvel significa, em outras palavras, uma van de gás. Vans de gaseamento foram utilizadas no campo de extermínio Maly Trostenets não muito longe de Minsk.
Negadores vão tratar disso como uma mera questão técnica - como boato. Esta tentativa não pode ser levada a sério, obviamente. Todas as pessoas mencionadas eram nazistas de alto escalão, a maioria deles lidando com a "Solução Final" de uma maneira ou de outra. Isso é boato, mas nenhum elo desta cadeia de boato teria um motivo para introduzir a menção de uma câmara de gás se não fosse verdade. Eles podem ter tido razões para distorcer as ações de Kube etc (num grupo que briga e tudo mais) - mas não inventar o próprio método de assassinato. Esta nota de guerra secreta alemã é um pedaço legítimo da evidência do gaseamento nazista de judeus.
Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2010/01/thereafter-kube-had-shown-italians-gas.html
Tradução: Roberto Lucena
O documento do Ministério de Relações Exteriores alemão abaixo foi exibido como T/341 no julgamento de Eichmann. É também citado em Nationalsozialistische Massentötungen durch Giftgas. Eine Dokumentation (S.92). O autor da nota é Eberhard von Thadden, que se tornou especialista em Assuntos Judaicos no Ministério de Relações Exteriores em abril de 1943. Franz Rademacher foi seu predecessor e uma figura bem conhecida na história da "Solução Final". Werner Koeppen era ajudante de Alfred Rosenberg e seu representante permanente junto a Hitler. Wilhelm Kube foi o infame Gauleiter da Bielorrússia (Belarus).
O Sr. Conselheiro de Legação, Rademacher, informou-me que na ocasião de uma visita de autoridades fascistas em Minsk o Gauleiter Kube também tinha mostrado uma igreja que fora usada pelos comunistas para fins mundanos. Questionado pelos italianos sobre o que aqueles pequenos pacotes e malas lá empilhados significavam, Kube explicou que estes eram os únicos restos dos judeus deportados para Minsk. Posteriormente Kube havia mostrado aos italianos uma câmara de gás na qual a matança de judeus havia ocorrido. Aparentemente, os fascistas haviam ficado profundamente chocados.(Tradução de Roberto Muehlenkamp com pequenas alterações feitas por mim.)
O Sr. Rademacher soube do incidente através de Koeppen, ajudante do Reichsleiter Rosenberg. Em sua opinião, o General Consul Windecker em Riga provavelmente também seria informado deste incidente, tão distante dele, Rademacher conseguia se lembrar que o incidente ocorreu na ocasião em que autoridades fascistas eram enviadas para o leste para cuidar dos trabalhadores italianos.
Berlim, 15 de maio de 1943
Herr Leg.Rat Rademacher teilte mir mit, dass Gauleiter Kube anlaesslich eines Besuches von Faschio-Vertretern in Minsk auch eine von den Kommunisten zu weltlichen Zwecken benutzte Kirche gezeigt habe. Auf Frage der Italiener, was die kleinen Pakete und Koffer, die dort aufgestapelt waren, bedeuteten, habe Kube erklaert, das seien die einzigen Ueberbleibsel nach Minsk deportierter Juden. Anschliessend habe Kube den Italienern eine Gaskammer gezeigt, in der angeblich die Toetung der Juden durchgefuehrt wuerde. Die Fascisten sollen auf des Tiefste erschuettert gewesen sein.
Herr Rademacher hat diesen Vorfall durch Herrn Koeppen, Adjutant von Reichsleiter Rosenberg, erfahren. Seines Erachtens durfte auch Generalkonsul Windecker in Riga ueber den Vorfall unterrichtet sein, denn soweit er, Rademacher, sich erinnern koenne, sei die Angelegenheit anlaesslich der zur Betreuung italienischer Arbeiter nach dem Osten entsandten Faschisten-Vertreter vorgekommen.
Berlin, den 15. Mai 1943
Não havia câmaras de gás estacionárias em Minsk, portanto, uma câmara de gás móvel significa, em outras palavras, uma van de gás. Vans de gaseamento foram utilizadas no campo de extermínio Maly Trostenets não muito longe de Minsk.
Negadores vão tratar disso como uma mera questão técnica - como boato. Esta tentativa não pode ser levada a sério, obviamente. Todas as pessoas mencionadas eram nazistas de alto escalão, a maioria deles lidando com a "Solução Final" de uma maneira ou de outra. Isso é boato, mas nenhum elo desta cadeia de boato teria um motivo para introduzir a menção de uma câmara de gás se não fosse verdade. Eles podem ter tido razões para distorcer as ações de Kube etc (num grupo que briga e tudo mais) - mas não inventar o próprio método de assassinato. Esta nota de guerra secreta alemã é um pedaço legítimo da evidência do gaseamento nazista de judeus.
Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2010/01/thereafter-kube-had-shown-italians-gas.html
Tradução: Roberto Lucena
quinta-feira, 7 de março de 2013
O Massacre de Audrini
No início de
Janeiro de 1942, uma cidade que continha cristãos ortodoxos foi queimada até o
chão em Audrini, Letônia, e seus moradores foram baleados, incluindo mulheres e
crianças. O colaborador nazista responsável, Boleslavs Maikovskis, perdeu um
recurso contra a desnaturalização nos EUA em 1985, caso registrado aqui.
Ele fugiu para a Alemanha e morreu em 1996 sem cumprir pena pelos seus crimes.
Entretanto, como o
NYT resumiu, Maikovskis reconheceu que os assassinatos ocorreram:
Em 1975, ele já não estava negando que tinha
sido um policial durante a ocupação nazista, e quando foi ouvido durante a sua
deportação em 1981, ele disse que tinha sido Chefe de Polícia da segunda delegacia
de Rezekne de 1941 até quando os alemães começaram sua retirada em 1944. Ele
também disse que, depois que vários policiais letões foram mortos a tiros na
aldeia de Audrini por guerrilheiros soviéticos em 1941, ele ordenou a prisão dos
homens, mulheres e crianças, entre 200 e 300 pessoas, cumprindo ordens de seu
superior da Polícia.
Também cumprindo ordens, ele disse que ordenou
que cada casa fosse queimada até o chão. Mas disse que essa ação nada tinha a
ver com a execução pública de 30 aldeões na praça da cidade de Rezekne e o
abate do restante em uma floresta próxima. Ele disse que estava na igreja
durante a execução pública.
Na audiência
de deportação ele observou que:
Uma cópia de um documento datado de 31 de
dezembro de 1941, indica em seu original que tinha sido assinado pelo
supervisor imediato de Maikovskis, declarou que: “durante os últimos 6 meses,
nosso trabalho tem sido dominado por [inter alia] pelo nosso desejo de
livrar-nos dos restantes de judeus e comunistas...” E em um relatório da SS de
2 de fevereiro de 1942, posterior ao incidente de Audrini, observou:
Os habitantes da aldeia de Audrini são russos –
de fé ortodoxa – ao todo 48 famílias. Cegos em seu nacionalismo, eles apoiaram
em 100% o Exército Vermelho, 3 eram ex-membros da milícia, 3 prisioneiros de
guerra que tinha escapado do campo de prisioneiros e 11 ex-prisioneiros de
guerra.
Pergunta
para os negadores [do Holocausto]: Se crianças não-judias poderiam ser mortas
desta maneira, porque não judias?
Os grifos acima são do tradutor.
Fonte:
Holocaust Controversies
Autor:
Jonathan Harrison
Tradução: Leo
Gott
sábado, 27 de outubro de 2012
Sarajevo, 1941-1945. Muçulmanos, cristãos e judeus na Europa de Hitler
Sarajevo, 1941-1945. Muçulmanos, cristãos e judeus na Europa de Hitler
Em 15 de abril de 1941, Sarajevo caiu com a 16ª Divisão de Infantaria Motorizada da Alemanha. A cidade, como o resto da Bósnia, foi incorporada ao Estado Independente da Croácia, um dos mais brutais países entre os estados-satélites nazis governado pelo regime ultranacionalista croata Ustasha. A ocupação colocou uma extraordinária quantidade de desafios à cultura cosmopolita de Sarajevo e sua consciência cívica; esses desafios incluíam crises humanitárias e políticas e tensões sobre a identidade nacional. Como detalhado pela primeira vez no livro de Emily Greble, o complexo mosaico de confissões da cidade (Católico, Ortodoxo, Muçulmano, Judaico) e etnias (Croata, sérvio, judeu, muçulmano bósnio, Roma, e várias outras minorias nacionais) começaram a fraturar sob o violento assalto do regime Ustasha sobre os "sérvios, judeus e roma" — contestadas categorias de identidade neste espaço multiconfessional — atravessando as tradições mais básicas da cidade. Também não houve unanimidade dentro dos vários grupos étnicos e confessionais: alguns croatas católicos detestavam o regime Ustasha, enquanto outros caminharam para poder dentro dele; muçulmanos discutiam sobre a melhor forma de se posicionar no mundo do pós-guerra, e alguns lançaram sua sorte com Hitler e entraram para a malfadada divisão muçulmana da Waffen-SS.
Com o tempo, essas forças centrípetas foram envolvidas pela guerra civil na Iugoslávia, um conflito civil de vários lados onde havia luta entre partisans comunistas, Chetniks (nacionalistas sérvios), Ustashas, e uma série de outros grupos menores. A ausência de um conflito militar em Sarajevo permite que Greble explore os diferentes lados do conflito civil, lançando luz sobre os caminhos que as crises humanitárias contribuíram para aumentar as tensões civis e as formas com que os grupos marginalizados procuravam o poder político dentro do sistema político em mudança. Há muito drama nestas páginas: nos dias finais da guerra, os líderes da Ustasha, percebendo que seu jogo havia acabado, transformou a cidade num matadouro antes de fugirem do país. A chegada dos partisans comunistas em abril de 1945 marcou o início de uma nova era revolucionária, e que foi recebida com cautela pelas pessoas da cidade. Greble conta esta história complexa, com notável clareza. Ao longo do livro, ela enfatiza as medidas que os líderes da cidade tomaram para preservarem o pluralismo cultural e religioso que por muito tempo permitiu diversas populações da cidade prosperarem juntas.
Título original: Sarajevo, 1941–1945. Muslims, Christians, and Jews in Hitler's Europe
Autora: Emily Greble
Fonte: Cornell University Press
http://www.cornellpress.cornell.edu/book/?GCOI=80140100324500
Tradução: Roberto Lucena
Em 15 de abril de 1941, Sarajevo caiu com a 16ª Divisão de Infantaria Motorizada da Alemanha. A cidade, como o resto da Bósnia, foi incorporada ao Estado Independente da Croácia, um dos mais brutais países entre os estados-satélites nazis governado pelo regime ultranacionalista croata Ustasha. A ocupação colocou uma extraordinária quantidade de desafios à cultura cosmopolita de Sarajevo e sua consciência cívica; esses desafios incluíam crises humanitárias e políticas e tensões sobre a identidade nacional. Como detalhado pela primeira vez no livro de Emily Greble, o complexo mosaico de confissões da cidade (Católico, Ortodoxo, Muçulmano, Judaico) e etnias (Croata, sérvio, judeu, muçulmano bósnio, Roma, e várias outras minorias nacionais) começaram a fraturar sob o violento assalto do regime Ustasha sobre os "sérvios, judeus e roma" — contestadas categorias de identidade neste espaço multiconfessional — atravessando as tradições mais básicas da cidade. Também não houve unanimidade dentro dos vários grupos étnicos e confessionais: alguns croatas católicos detestavam o regime Ustasha, enquanto outros caminharam para poder dentro dele; muçulmanos discutiam sobre a melhor forma de se posicionar no mundo do pós-guerra, e alguns lançaram sua sorte com Hitler e entraram para a malfadada divisão muçulmana da Waffen-SS.
Com o tempo, essas forças centrípetas foram envolvidas pela guerra civil na Iugoslávia, um conflito civil de vários lados onde havia luta entre partisans comunistas, Chetniks (nacionalistas sérvios), Ustashas, e uma série de outros grupos menores. A ausência de um conflito militar em Sarajevo permite que Greble explore os diferentes lados do conflito civil, lançando luz sobre os caminhos que as crises humanitárias contribuíram para aumentar as tensões civis e as formas com que os grupos marginalizados procuravam o poder político dentro do sistema político em mudança. Há muito drama nestas páginas: nos dias finais da guerra, os líderes da Ustasha, percebendo que seu jogo havia acabado, transformou a cidade num matadouro antes de fugirem do país. A chegada dos partisans comunistas em abril de 1945 marcou o início de uma nova era revolucionária, e que foi recebida com cautela pelas pessoas da cidade. Greble conta esta história complexa, com notável clareza. Ao longo do livro, ela enfatiza as medidas que os líderes da cidade tomaram para preservarem o pluralismo cultural e religioso que por muito tempo permitiu diversas populações da cidade prosperarem juntas.
Título original: Sarajevo, 1941–1945. Muslims, Christians, and Jews in Hitler's Europe
Autora: Emily Greble
Fonte: Cornell University Press
http://www.cornellpress.cornell.edu/book/?GCOI=80140100324500
Tradução: Roberto Lucena
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Por que assistir ao filme "Um ato de liberdade"?
Por que assistir ao filme Um ato de liberdade? - por Patrícia Mendonça Jorge
*Sobre filme 'O Holocausto', ler o texto:
Minissérie 'Holocausto' (Gerald Green, 1978). Não existe filme com nome Holocausto
O primeiro motivo é simples: O cinema nos resgata de nossa mesmice, nos tira da alienação da TV, do estresse do trabalho e da vida cotidiana. Mas por uma perspectiva mais intelectualizada temos muitos outros motivos. Vamos conferir?
A ação narrativa do filme remonta ao ano de 1941 e os judeus do leste europeu estão sendo massacrados aos milhares. Para escapar da morte certa, três irmãos se refugiam numa floresta que conhecem bem desde a infância. Ali começa sua desesperada luta contra os nazistas.
O filme é estrelado por Daniel Craig, o novo espião 007 e por e Liev Schreiber, o astro coadjuvante de Wolverine: X-Men Origens, Victor creed. O elenco é de destaque, mas o que realmente conta a favor do filme é verossimidade, já que se trata de uma ficção montada a partir de fatos reais.
O filme apresenta uma temática fundada na luta pela sobrevivência de três irmãos judeus, que fogem da Polônia ocupada por nazistas e se escondem numa floresta na Bielorrússia. Ali se juntam a combatentes da resistência russa e planejam a construção de um vilarejo secreto com o objetivo de proteger a todos.
Baseado em uma extraordinária história real, "Um Ato de Liberdade" é um épico sobre fhonra, luta e salvação durante a II Guerra Mundial. Na desesperada luta contra os nazistas, Daniel Craig, Liev Schreiber e Jamie Bell são os irmãos que transformam instintos primitivos de sobrevivência em algo muito mais extraordinário - uma maneira de vingar a morte de seus entes queridos enquanto salvam centenas de pessoas, algumas conhecidas outra não.
Não bastasse a luta feroz contra os inimigos alemães, os irmãos travam entre si um luta pessoal: Tuvia (Craig) é o relutante líder cujas decisões são desafiadas por seu irmão, Zus (Schreiber), que o vê como um idealista prestes a comprometer irremediavelmente a todos. Asael (Bell) é o caçula, indeciso sobre qual irmão deve seguir. Com a aproximação de um inverno rigoroso, eles trabalham para criar uma comunidade, e manter a fé viva enquanto toda humanidade parece perdida.
A luta contra o inimigo também concorre com a luta contra fome e o frio. Até que ponto o ser humano consegue manter-se humano passando fome, frio e com medo da morte? Nestas condições de desespero é possível manter a integridade física e moral? A ausência da esposa e do esposo contribui para a busca de novos companheiros afetivos, dando-se para isso os termos “a esposa da floresta” e “o esposo da floresta”. A fúria da guerra é perversa: separa as famílias, mas unem desconhecidos em torno de uma causa comum: sobreviver.
O protagonista Tuvia representa para alguns o líder hebreu Moisés, responsável pela libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. No enredo de “Um ato de liberdade”, Tuvia é confrontado, a todo momento, por valores éticos e morais: a sobrevivência em vários momentos é contraposta ao sentimento de solidariedade e lealdade. Ajudar os outros pode comprometer o provisão de alimentos.
Complexo de culpa e vingança caminham lado a lado. O herói de Um ato de liberdade não tem apenas acertos e força de vontade. Através de seus erros e acertos ele busca o equilíbrio para garantir o maior número de sobreviventes possíveis.
Para professores e estudantes, vale a pena assistir ao filme e discuti-lo a partir de vários planos: a segunda guerra mundial, o nazismo, o anti-semitismo, a resistência durante o conflito, os relacionamentos interpessoais construídos durante e por causa da guerra, etc.
A linguagem cinematográfica pode ser discutida através de várias perspectivas: a visão de mundo dos judeus, dos anti-semitas, dos colaboradores do nazismo (os “traidores”), dos comunistas, a voz das mulheres durante a guerra, etc. Além disso, valiosa é a seleção das cenas, os ambientes do refúgio, a fuga pelo pântano, etc.
Um ato de liberdade é uma abordagem atual, mas também dramática, como a temática da guerra impõe. Vale a pena assisti-lo pelas amplas possibilidades de discussão sobre as implicações de um estado de guerra. É um filme aberto. Ao expectador, cabe avaliar qual visão de mundo realmente deveria ter prevalecido para evitar uma guerra que, para muitos, foi a mais previsível de todas.
Fonte: O Girassol(crítica)
http://www.ogirassol.com.br/pagina.php?editoria=%C3%9Altimas%20Not%C3%ADcias&idnoticia=7377
Atrás de uma lista de filmes, documentários e séries sobre o Holocausto? Confira em:
Filmografia do Holocausto
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/12/filmes-holocausto-nazismo-fascismo.html
*Sobre filme 'O Holocausto', ler o texto:
Minissérie 'Holocausto' (Gerald Green, 1978). Não existe filme com nome Holocausto
O primeiro motivo é simples: O cinema nos resgata de nossa mesmice, nos tira da alienação da TV, do estresse do trabalho e da vida cotidiana. Mas por uma perspectiva mais intelectualizada temos muitos outros motivos. Vamos conferir?
A ação narrativa do filme remonta ao ano de 1941 e os judeus do leste europeu estão sendo massacrados aos milhares. Para escapar da morte certa, três irmãos se refugiam numa floresta que conhecem bem desde a infância. Ali começa sua desesperada luta contra os nazistas.
O filme é estrelado por Daniel Craig, o novo espião 007 e por e Liev Schreiber, o astro coadjuvante de Wolverine: X-Men Origens, Victor creed. O elenco é de destaque, mas o que realmente conta a favor do filme é verossimidade, já que se trata de uma ficção montada a partir de fatos reais.
O filme apresenta uma temática fundada na luta pela sobrevivência de três irmãos judeus, que fogem da Polônia ocupada por nazistas e se escondem numa floresta na Bielorrússia. Ali se juntam a combatentes da resistência russa e planejam a construção de um vilarejo secreto com o objetivo de proteger a todos.
Baseado em uma extraordinária história real, "Um Ato de Liberdade" é um épico sobre fhonra, luta e salvação durante a II Guerra Mundial. Na desesperada luta contra os nazistas, Daniel Craig, Liev Schreiber e Jamie Bell são os irmãos que transformam instintos primitivos de sobrevivência em algo muito mais extraordinário - uma maneira de vingar a morte de seus entes queridos enquanto salvam centenas de pessoas, algumas conhecidas outra não.
Não bastasse a luta feroz contra os inimigos alemães, os irmãos travam entre si um luta pessoal: Tuvia (Craig) é o relutante líder cujas decisões são desafiadas por seu irmão, Zus (Schreiber), que o vê como um idealista prestes a comprometer irremediavelmente a todos. Asael (Bell) é o caçula, indeciso sobre qual irmão deve seguir. Com a aproximação de um inverno rigoroso, eles trabalham para criar uma comunidade, e manter a fé viva enquanto toda humanidade parece perdida.
A luta contra o inimigo também concorre com a luta contra fome e o frio. Até que ponto o ser humano consegue manter-se humano passando fome, frio e com medo da morte? Nestas condições de desespero é possível manter a integridade física e moral? A ausência da esposa e do esposo contribui para a busca de novos companheiros afetivos, dando-se para isso os termos “a esposa da floresta” e “o esposo da floresta”. A fúria da guerra é perversa: separa as famílias, mas unem desconhecidos em torno de uma causa comum: sobreviver.
O protagonista Tuvia representa para alguns o líder hebreu Moisés, responsável pela libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. No enredo de “Um ato de liberdade”, Tuvia é confrontado, a todo momento, por valores éticos e morais: a sobrevivência em vários momentos é contraposta ao sentimento de solidariedade e lealdade. Ajudar os outros pode comprometer o provisão de alimentos.
Complexo de culpa e vingança caminham lado a lado. O herói de Um ato de liberdade não tem apenas acertos e força de vontade. Através de seus erros e acertos ele busca o equilíbrio para garantir o maior número de sobreviventes possíveis.
Para professores e estudantes, vale a pena assistir ao filme e discuti-lo a partir de vários planos: a segunda guerra mundial, o nazismo, o anti-semitismo, a resistência durante o conflito, os relacionamentos interpessoais construídos durante e por causa da guerra, etc.
A linguagem cinematográfica pode ser discutida através de várias perspectivas: a visão de mundo dos judeus, dos anti-semitas, dos colaboradores do nazismo (os “traidores”), dos comunistas, a voz das mulheres durante a guerra, etc. Além disso, valiosa é a seleção das cenas, os ambientes do refúgio, a fuga pelo pântano, etc.
Um ato de liberdade é uma abordagem atual, mas também dramática, como a temática da guerra impõe. Vale a pena assisti-lo pelas amplas possibilidades de discussão sobre as implicações de um estado de guerra. É um filme aberto. Ao expectador, cabe avaliar qual visão de mundo realmente deveria ter prevalecido para evitar uma guerra que, para muitos, foi a mais previsível de todas.
Fonte: O Girassol(crítica)
http://www.ogirassol.com.br/pagina.php?editoria=%C3%9Altimas%20Not%C3%ADcias&idnoticia=7377
Atrás de uma lista de filmes, documentários e séries sobre o Holocausto? Confira em:
Filmografia do Holocausto
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/12/filmes-holocausto-nazismo-fascismo.html
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Memorando escrito por Heinrich Himmler em 1941
Memorando escrito por Heinrich Himmler em 18 de dezembro de 1941:
http://www.mazal.org/archive/documents/DOC-00002.htm
Em alemão:
[...]
Führerhauptquartier Wolfsschanze 18 XII.41. 16.2 [16?]Führer
Judenfrage als Partisanen auszurotten
________
Neuorganisation. i. Waffen SS
________
Leibstandarte
Gebirgsdiv.
[...]
----------------------------------------------------------------------------
Tradução (inglês):
[...]
Fuehrer's Headquarters Wolf's Lair December 18 1941 16.2 [4:20 PM or
4:00 PM?] Fuehrer
Jewish Question to exterminate as partisans
[...]
----------------------------------------------------------------------------
Tradução (português):
[...]
Quartel General "Toca do Lobo" do Fuehrer
18 de dezembro de 1941 16.2 [16:20 ou 16:00?] Fuehrer
Problema judeu exterminar como guerrilheiros
[...]
Fonte: Mazal/Holocausto-doc Lista Yahoo!
http://br.dir.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/1
http://www.mazal.org/archive/documents/DOC-00002.htm
Em alemão:
[...]
Führerhauptquartier Wolfsschanze 18 XII.41. 16.2 [16?]Führer
Judenfrage als Partisanen auszurotten
________
Neuorganisation. i. Waffen SS
________
Leibstandarte
Gebirgsdiv.
[...]
----------------------------------------------------------------------------
Tradução (inglês):
[...]
Fuehrer's Headquarters Wolf's Lair December 18 1941 16.2 [4:20 PM or
4:00 PM?] Fuehrer
Jewish Question to exterminate as partisans
[...]
----------------------------------------------------------------------------
Tradução (português):
[...]
Quartel General "Toca do Lobo" do Fuehrer
18 de dezembro de 1941 16.2 [16:20 ou 16:00?] Fuehrer
Problema judeu exterminar como guerrilheiros
[...]
Fonte: Mazal/Holocausto-doc Lista Yahoo!
http://br.dir.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/1
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 35
35. Se os judeus que iam ser executados sabiam do destino que lhes aguardava, por que iam para a morte sem lutar nem protestar?
O IHR diz:
Não lutavam nem protestavam simplesmente porque sabiam que não havia nenhuma intenção de matar-lhes. Só lhes aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados.
Nizkor responde:
Muitos não sabia. Contundo, alguns sim, e se rebeleram. A maior rebelião teve lugar no Gueto de Varsóvia, e controlá-la presumiu uma dura luta para os alemães; tiveram que destruir todo o gueto para forçar a saída dos partisans judeus. Também houve rebeliões em Treblinka, Auschwitz-Birkenau e Sobibor (esta última foi levada até as telas de cinema), mas não tiveram um grande êxito, exceto em Treblinka, sendo o campo fechado entre outras razões pela rebelião.
Os negadores do Holocausto freqüentemente zombam dos sobreviventes citando que um deles disse que o processo de extermínio era um segredo bem guardado e citando outro que disse que muita gente não sabia. No há nenhuma contradição nisto. Em diferentes momentos e lugares, gente distinta sabia de coisas distintas.
Afirmar que se um judeu o sabia, qualquer outro judeu teria que sabê-lo, é uma variante da velha propaganda anti-semita sobre a conspiração mundial judaica.
A frase "só os aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados" - apagada na versão revisada - recorda a citação de Hitler, "os judeus deveriam me agradecer por ser o único que queira deles um pouco de trabalho duro".
Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena
O IHR diz:
Não lutavam nem protestavam simplesmente porque sabiam que não havia nenhuma intenção de matar-lhes. Só lhes aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados.
Nizkor responde:
Muitos não sabia. Contundo, alguns sim, e se rebeleram. A maior rebelião teve lugar no Gueto de Varsóvia, e controlá-la presumiu uma dura luta para os alemães; tiveram que destruir todo o gueto para forçar a saída dos partisans judeus. Também houve rebeliões em Treblinka, Auschwitz-Birkenau e Sobibor (esta última foi levada até as telas de cinema), mas não tiveram um grande êxito, exceto em Treblinka, sendo o campo fechado entre outras razões pela rebelião.
Os negadores do Holocausto freqüentemente zombam dos sobreviventes citando que um deles disse que o processo de extermínio era um segredo bem guardado e citando outro que disse que muita gente não sabia. No há nenhuma contradição nisto. Em diferentes momentos e lugares, gente distinta sabia de coisas distintas.
Afirmar que se um judeu o sabia, qualquer outro judeu teria que sabê-lo, é uma variante da velha propaganda anti-semita sobre a conspiração mundial judaica.
A frase "só os aprisionavam e lhes enviavam para trabalhos forçados" - apagada na versão revisada - recorda a citação de Hitler, "os judeus deveriam me agradecer por ser o único que queira deles um pouco de trabalho duro".
Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena
domingo, 12 de agosto de 2007
Risiera di San Sabba
Fonte: http://www.deathcamps.org/sabba/index.html
Tradução(Marcelo Oliveira): Risiera di San Sabba
Desde 30 de outubro de 1922, a Itália esteve sob o governo fascista.
Durante a IIGM, a Alemanha e a Itália tornaram-se aliadas e tropas alemãs ficaram estacionadas na Itália. Desde 1936, o anti-semitismohavia crescido, até que finalmente a discriminação e o terror contra os judeus italianos tornaram-se a ordem do dia.
Depois do desembarque dos Aliados no sul da Itália em julho de 1943e a rendição italiana em 8 de setembro, as partes sulinas do paísforam libertadas, mas o norte da Itália continuavam sob controle alemão. Ali moravam a maioria dos judeus que haviam decidido não deixar o país. O exército italiano foi dissolvido e as forças alemãs governaram o novo satélite fascista "Republica Sociale Italiana". Os alemães estabeleceram algumas das áreas costeiras do Mar Adriático(Fiume, Trieste, Udine, Pula, Gorizia e Ljubljana)como territórios alemães, chamados OZAK (Operationszone Adriatisches Küstenland).
Odilo Globocnik (nascido em Trieste) foi promovido a Höherer SS-undPolizeiführer (HSSPF) Adriatisches Küstenland e chegou a Trieste em meados de setembro de 1943. Ele morava na Via Nizza 21. Sob seucomando, a SS perseguia os judeus, opositores políticos e partisans.
O codinome para a operação era Einsatz R, um sucessor lógico para a antiga Aktion Reinhard na Polônia. 92 pessoas, experientes em assassinato em massa na Polônia e nos primeiros programas de eutanásia, seguiram Globocnik, incluindo alguns homens e mulheres ucranianos da SS. Um dos campos de concentração italianos era a Risiera di San Sabba, um antigo moinho de arroz bem distante do centro de Trieste. Os prédios foram construídos em 1913 e já haviam estado vazios poranos, quando os alemães os confiscaram. As instalações foram usadasprimeiramente como uma prisão.
Em outubro de 1943, elas foram convertidas numa Polizeihaftlager (campo de concentração policial). As premissas eram bem adequadas para tal campo. Três edifícios altos(3, 4 e 6 andares) incluíam celas, salas de armazenagem, oficinas de costura e sapataria e instalações para os SS. A antiga chaminé alta, em combinação com o antigo e forno expandido, era usado para cremar milhares de vítimas. As instalações do crematório foram planejadas econstruídas sob a supervisão de Erwin Lambert, o "arquiteto voador" da T4 [N. do T.: Aktion T4, nome do programa de eutanásia do IIIReich]. Ele já havia construído as câmaras de gás nos seis centros de eutanásia na Alemanha e Áustria e nos três campos de extermínio na Aktion Reinhard [N. do T.: Treblinka, Belzec e Sobibor.] na Polônia.
O crematório foi testado em 4 de abril de 1944 com a queima de 70 cadáveres. De 20 de outubro de 1943 até o início de1945, cerca de 25.000 partisans e judeus foram interrogados e torturados dentro do campo. 3.000-5.000 deles foram mortos, ou por fuzilamento, ou por espancamento, ou em caminhões de gaseamento. O pessoal de Globocnik consistia principalmente de alemães. De outubro de 1943 até maio de 1944, o SS-Obersturmbannführer Christian Wirth foi o comandante do campo.
Quando ele foi morto por partisans em 26 de maio de 1944, o SS-Obersturmbannführer Dietrich Allers tornou-se o comandante até a dissolução do campo em abril de 1945. No final de abril de 1945, partisans iugoslavos prepararam-se para conquistar Trieste. Em conseqüência, em 29 de abril os alemães explodiram a chaminé e o crematório a fim de encobrir os rastros de seus crimes. Os funcionários passaram a se esconder. Alguns deles foram sentenciados à revelia, mas jamais encararam a justiça num "Julgamento de San Sabba".
Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6307
Tradução(Marcelo Oliveira): Risiera di San Sabba
Desde 30 de outubro de 1922, a Itália esteve sob o governo fascista.
Durante a IIGM, a Alemanha e a Itália tornaram-se aliadas e tropas alemãs ficaram estacionadas na Itália. Desde 1936, o anti-semitismohavia crescido, até que finalmente a discriminação e o terror contra os judeus italianos tornaram-se a ordem do dia.
Depois do desembarque dos Aliados no sul da Itália em julho de 1943e a rendição italiana em 8 de setembro, as partes sulinas do paísforam libertadas, mas o norte da Itália continuavam sob controle alemão. Ali moravam a maioria dos judeus que haviam decidido não deixar o país. O exército italiano foi dissolvido e as forças alemãs governaram o novo satélite fascista "Republica Sociale Italiana". Os alemães estabeleceram algumas das áreas costeiras do Mar Adriático(Fiume, Trieste, Udine, Pula, Gorizia e Ljubljana)como territórios alemães, chamados OZAK (Operationszone Adriatisches Küstenland).
Odilo Globocnik (nascido em Trieste) foi promovido a Höherer SS-undPolizeiführer (HSSPF) Adriatisches Küstenland e chegou a Trieste em meados de setembro de 1943. Ele morava na Via Nizza 21. Sob seucomando, a SS perseguia os judeus, opositores políticos e partisans.
O codinome para a operação era Einsatz R, um sucessor lógico para a antiga Aktion Reinhard na Polônia. 92 pessoas, experientes em assassinato em massa na Polônia e nos primeiros programas de eutanásia, seguiram Globocnik, incluindo alguns homens e mulheres ucranianos da SS. Um dos campos de concentração italianos era a Risiera di San Sabba, um antigo moinho de arroz bem distante do centro de Trieste. Os prédios foram construídos em 1913 e já haviam estado vazios poranos, quando os alemães os confiscaram. As instalações foram usadasprimeiramente como uma prisão.
Em outubro de 1943, elas foram convertidas numa Polizeihaftlager (campo de concentração policial). As premissas eram bem adequadas para tal campo. Três edifícios altos(3, 4 e 6 andares) incluíam celas, salas de armazenagem, oficinas de costura e sapataria e instalações para os SS. A antiga chaminé alta, em combinação com o antigo e forno expandido, era usado para cremar milhares de vítimas. As instalações do crematório foram planejadas econstruídas sob a supervisão de Erwin Lambert, o "arquiteto voador" da T4 [N. do T.: Aktion T4, nome do programa de eutanásia do IIIReich]. Ele já havia construído as câmaras de gás nos seis centros de eutanásia na Alemanha e Áustria e nos três campos de extermínio na Aktion Reinhard [N. do T.: Treblinka, Belzec e Sobibor.] na Polônia.
O crematório foi testado em 4 de abril de 1944 com a queima de 70 cadáveres. De 20 de outubro de 1943 até o início de1945, cerca de 25.000 partisans e judeus foram interrogados e torturados dentro do campo. 3.000-5.000 deles foram mortos, ou por fuzilamento, ou por espancamento, ou em caminhões de gaseamento. O pessoal de Globocnik consistia principalmente de alemães. De outubro de 1943 até maio de 1944, o SS-Obersturmbannführer Christian Wirth foi o comandante do campo.
Quando ele foi morto por partisans em 26 de maio de 1944, o SS-Obersturmbannführer Dietrich Allers tornou-se o comandante até a dissolução do campo em abril de 1945. No final de abril de 1945, partisans iugoslavos prepararam-se para conquistar Trieste. Em conseqüência, em 29 de abril os alemães explodiram a chaminé e o crematório a fim de encobrir os rastros de seus crimes. Os funcionários passaram a se esconder. Alguns deles foram sentenciados à revelia, mas jamais encararam a justiça num "Julgamento de San Sabba".
Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6307
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