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domingo, 6 de abril de 2014

Polêmica sobre papel da França ofusca aniversário do genocídio em Ruanda

AFP - Agence France-Presse
Publicação: 06/04/2014 15:40

Os preparativos para as cerimônias lembrando o 20º aniversário do genocídio em Ruanda foram ofuscados neste domingo por novas acusações contra a França por sua suposta cumplicidade nos massacres, levando Paris a rebaixar o nível de sua representação.

A França será representada segunda na capital ruandesa, Kigali, por seu embaixador Michel Flesh, informou neste domingo o Ministério das Relações Exteriores francês, que na véspera havia anunciado o cancelamento da viagem da ministra da Justiça, Christiane Taubira.

As cerimônias, que terão como tema "Lembrança, união, renovação", vão começar na segunda e vão durar 100 dias, tempo que bastou para que 800.000 pessoas fossem exterminadas, na maioria integrantes da etnia tutsi, entre abril e julho de 1994.

"O embaixador estará presente na cerimônia presidida por Paul Kagame", presidente de Ruanda, indicou à AFP o porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores, Romain Nadal. Ele ressaltou que "nunca esteve em questão um boicote", após as declarações do governante ruandês.

No sábado, a França havia lamentado "não poder participar" dos eventos e cancelou a viagem de Taubira, depois que Kagame voltou a acusar a França de ter desempenhado um "papel direto na preparação do genocídio" e de ter "participado em sua execução".

A França na época era aliada do regime extremista hutu e seu papel durante o genocídio continua sendo muito controverso.

O governo francês tinha decidido cancelar sua participação nas cerimônias depois de o presidente ruandês, Paul Kagame, ter acusado França e Bélgica, antiga potência colonial, de terem tido um "papel direto na preparação do genocídio" e de terem "participado de sua execução", em uma entrevista divulgada neste domingo pela revista Jeune Afrique (África Jovem).

"A França foi surpreendida pelas recentes acusações do presidente de Ruanda [...] em contradição com o processo de diálogo e de reconciliação iniciado há vários anos entre nossos dois países", reagiu o porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores, Romain Nadal.

"Nestas condições, a ministra da Justiça não viajará na segunda-feira para Kigali", acrescentou.

A decisão francesa representa um novo golpe nas já difíceis relações entre ambos os países, apesar de uma reconciliação oficial em 2010.

A Bélgica também rejeitou essas acusações, mas manteve sua participação nos atos oficiais. "O que nós faremos em Ruanda é lembrar um genocídio, ou seja, manter viva a memória das vítimas, de suas famílias", ressaltou neste domingo seu ministro das Relações Exteriores, Didier Reynders. "Não prestaremos homenagem ao governo ruandês atual", esclareceu.

Ruanda, que durante anos foi beneficiada em suas relações diplomáticas pelo sentimento de culpa da comunidade internacional devido à inação diante dos massacres, tem sido muito criticada há meses, inclusive por parte de seus aliados mais próximos, como os Estados Unidos.

As autoridades do país são acusadas de desestabilizar o leste da República Democrática do Congo e de estarem envolvidas nos assassinatos ou tentativas de assassinato de dissidentes ruandeses refugiados na África do Sul. Também é criticada pela ausência de uma verdadeira democracia.

A ONU, que em 1994 foi incapaz de impedir os massacres com apenas 2.500 capacetes azuis mal equipados presentes no país, será representada no aniversário por seu secretário-geral, Ban Ki-moon. Os Estados Unidos enviaram sua representante na ONU, Samantha Power.

"A escala de brutalidade em Ruanda continua escandalizando. Foi uma média de 10.000 mortos por dia, todos os dias durante três meses", lembrou Ban neste domingo, afirmando que o impacto dos massacres continua sendo sentido "na região dos Grandes Lagos e na consciência coletiva da comunidade internacional".

No Vaticano, o papa Francisco manifestou apoio aos esforços de reconciliação e de reconstrução do país.

"Desejo expressar ao povo ruandês meu sentimento paternal e estimulá-los a manter, com determinação e esperança, o processo de reconciliação que já rendeu frutos e o compromisso em favor da reconstrução humana e espiritual do país", declarou o Papa durante o tradicional Ângelus.

Vários chefes de Estado africanos devem chegar a Kigali nos próximos dias, mas não se sabe quem chefiará as delegações da Tanzânia e da República Democrática do Congo, que mantêm relações diplomáticas tensas com Ruanda há meses.

Fonte: AFP/em.com.br
http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2014/04/06/interna_internacional,516048/polemica-sobre-papel-da-franca-ofusca-aniversario-do-genocidio-em-ruanda.shtml

Observação: uma vez no Orkut na comunidade destinada a esse tipo de discussão, a Holocausto x "Revisionismo", um antigo forista citou esse genocídio de Ruanda como um cheque-mate no bla bla bla "revisionista", que sempre alega (apelando) que seria impossível matar tanta gente em tão pouco tempo como se não tivessem a mínima noção de como uma máquina de guerra mata. O genocídio em Ruanda foi executado com facões, de forma rudimentar e vejam a quantidade de mortos em 100 dias (800 mil pessoas).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Os ciganos, entre "as vítimas mais esquecidas do holocausto" 67 anos depois

Agencias. @DiarioSigloXXI. terça-feira, 22 de janeiro de 2013, 19:10

MADRID, 22 (SERVIMEDIA)

A Fundación Secretariado Gitano (FSG) recordou esta terça-feira as mais de 500.000 pessoas de etnia cigana (Roma e Sinti) que morreram nos campos de extermínio nazi, pela razão da celebração do Dia Internacional da Memória do Holocausto no próximo dia 27 de janeiro.

Depois do ato em homenagem às vítimas celebrado nesta terça-feira no Senado, a FSJ destacou também que os ciganos seguem sendo "uma das vítimas mais esquecidas deste terrível genocídio".

Quando se aproxima o 67º aniversário da libertação de Auschwitz (por esta razão a escolha do 27 de janeiro como Dia Internacional da Memória do Holocausto pela ONU), a comunidade cigana quis destacar que este coletivo é um dos "mais estigmatizados e perseguidos em toda a UE”, onde "o anticiganismo representa um fenômeno crescente em vários países".

Por isso sua petição aos Estados membros, para porem em marcha leis mais duras contra a discriminação e lhes exigir "uma atitude mais contundente frente a qualquer conduta racista, de estigmatização e de preconceitos" contra os ciganos.

Em nota à imprensa, a FSG expressou seu desejo de que este dia sirva para entender "a rejeição e perseguição que secularmente sofre este povo", assim como compreender sua situação atual.

Fonte: Diario Siglo XXI
http://www.diariosigloxxi.com/texto-s/mostrar/82572/los-gitanos-entre-quotlas-victimas-mas-olvidadas-del-holocausto-quot-67-anos-despues
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 20 de outubro de 2012

Especialistas da ONU exortam Estados a confrontarem a violência e ódio modernos contra os Roma

Jovens Roma forçosamente deslocados do sudeste
da Europa. Muitos não têm cidadania o que afeta
suas vidas diárias. Foto: ACNUR / L. Taylor
2 de Agosto de 2012 – Dois especialistas independentes das Nações Unidas pediram aos países, particularmente aqueles com comunidades Roma, para confrontar o atual ódio, violência e discriminação contra este grupo e encontrar soluções para sua persistente exclusão.

Seus comentários chegam no Dia da Lembrança do Holocausto Roma, ou ‘Pharrajimos’ (Porrajmos) na língua Romani, que é observado a cada ano em 2 de Agosto. Cerca de 3,000 Roma e Sinti foram assassinados nas noites de 2-3 de agosto de 1944, quando o campo "Cigano" no campo de concentração do complexo de Auschwitz-Birkenau foi liquidado pelo regime nazista.

A especialista independente da ONU sobre problemas das minorias, Rita Izsák, sendo ela mesma de origem húngaro-Roma, disse que não está sendo feito o suficiente para confrontar “a onda crescente de hostilidade e discriminação contra os Roma na Europa, algo que envergonha as sociedades.”

A Sra. Izsák, a quem a experiência pessoal com o racismo e discriminação motivou seu trabalho pelo direito das minorias, instou os Estados a adotar uma postura de tolerância zero contra atos de extremismo anti-Roma, ódio e violência, de acordo com o comunicado feito pelo Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (OHCHR).

Além disso, o relator especial da ONU sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância, Mutuma Ruteere, pediu por aumento da conscientização e ação para resolver estas questões.

"O ensino nas escolas da história dos Roma, incluindo o genocídio que sofreram durante o regime nazista, e medidas de sensibilização para informar e sensibilizar as populações sobre a identidade Roma e sua cultura são essenciais para enfrentar os preconceitos persistentes que servem de combustível para o racismo e a intolerância contra eles," disse o Sr. Ruteere.

"Deve haver também uma mensagem mais forte de que os Roma (ciganos) são uma parte valiosa da sociedade - e não apenas em palavras, mas em ações concretas - para proteger os Roma e melhorar suas condições de vida e inclusão", acrescentou.

Os especialistas que reportam ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, com um trabalho independente e não pago, saudaram em 2011 os esforços e iniciativas no âmbito do Quadro da União Europeia de estratégias nacionais para integração dos Roma.

No âmbito do Quadro, os países membros da UE concordaram em preparar estratégias nacionais de inclusão dos ciganos, ou um conjunto integrado de medidas políticas mais amplas dentro de suas políticas de inclusão social para melhorar a situação dos ciganos.

As estimativas sugerem que até 12 milhões de ciganos vivem na Europa, e outras populações consideráveis ​​de Romas vivem na América Latina e em outras regiões, a maioria deles à margem da sociedade.

Fonte: site da ONU (UN experts urge States to confront modern-day hatred, violence against Roma)
http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=42606&Cr=+Roma+&Cr1=
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Expertas de ONU piden recordar el Holocausto del pueblo gitano (mizamora)
Expertas de la ONU piden recordar el Holocausto que sufrieron los gitanos (lainformacion.com)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Corte de financiamento dos EUA prejudica atividades da Unesco

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afirmou nesta quarta-feira que não poderá manter seu nível de atividade sem a contribuição econômica dos Estados Unidos, que foi retirada após a adesão da Palestina como estado membro de pleno direito na organização.

"Os Estados Unidos continuarão na organização e espera-se que em breve seja encontrada uma solução para o problema do financiamento. Até que isso ocorra, será impossível manter nosso nível de atividade atual", declarou em comunicado a diretora-geral da instituição, Irina Bokova. Após a votação favorável de 107 Estados-membros e contrária de 14 sobre a entrada da Palestina na Unesco, Washington anunciou que eliminará os fundos que entregava à organização.

A suspensão é de efeito imediato, sendo assim, os EUA devem deixar de entregar à organização US$ 60 milhões que deveriam desembolsar em novembro, parte do total de US$ 80 milhões que destina anualmente à Unesco e que representa 22% do orçamento da agência. "A retenção do financiamento dos Estados Unidos e outras contribuições financeiras debilitará a eficácia da Unesco e prejudicará sua capacidade para construir sociedades livres e abertas", diz o comunicado.

O financiamento dos EUA ajuda a Unesco a desenvolver e manter meios de informação livres e competitivos no Iraque, Tunísia e Egito. "Os programas de alfabetização da Unesco em outras áreas em conflito permitem que a população tenha a capacidade de desenvolver o pensamento crítico e a confiança necessários para combater o extremismo violento", disse Bokova, citando que a organização trabalha, por exemplo, para alfabetizar "milhares de oficiais da Polícia" no Afeganistão.

Parte do dinheiro de Washington serve também para "apoiar o espírito democrático da Primavera Árabe", já que a Unesco está capacitando jornalistas para que possam cobrir os processos eleitorais de maneira objetiva nestes países.

Bokova afirmou que utilizando financiamento fornecido pelos EUA e Israel, a Unesco "desenvolve programas educativos para garantir que o Holocausto nunca seja esquecido". Ela defendeu que o financiamento econômico da organização que dirige "está no centro dos interesses dos Estados Unidos". Por isso, a diretora pediu "ao Governo dos Estados Unidos, ao Congresso e ao povo do país que achem um caminho para avançar e continuem apoiando a Unesco nestes tempos turbulentos".

Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5449613-EI8141,00-Corte+de+financiamento+dos+EUA+prejudica+atividades+da+Unesco.html

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

No Parlamento alemão, cigano lembra o "Holocausto esquecido"

O cigano holandês Zoni Weisz, sobrevivente do
Holocausto, discursa no Parlamento alemão. Foto: AFP
O cigano holandês Zoni Weisz foi nesta quinta-feira o principal orador no Bundestag, Parlamento alemão, na comemoração da libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz há 66 anos no dia em que a Alemanha presta homenagem às vítimas do Holocausto.

Seu discurso foi dedicado antes de tudo a lembrar o que ele classificou como "o Holocausto esquecido", em alusão ao cerca de 500 mil de Sinti e Roma, as grandes famílias de ciganos centro-europeus, vítimas da máquina nazista.

O Holocausto dos ciganos só começou a ser alvo de pesquisa histórica há pouco, lembrou Weisz, quem sobreviveu à perseguição nazista devido a uma série de casualidades.

Em 16 de maio de 1944, em uma série de batida policial, seus pais e irmãos, que viviam na pequena cidade holandesa de Zutphen, foram detidos pelas forças de ocupação nazistas.

Zoni Weisz, com sete anos, não foi detido porque estava de visita na casa de uma tia fora da cidade, mas posteriormente os nazistas o encontraram, e com outras nove pessoas.

No caminho a Auschwitz, em uma estação onde deviam mudar de trem, um policial holandês ajudou-o a ele e a seus companheiros a fugir.

Weisz sobreviveu no último ano da ocupação escondido e no final da guerra soube que seus pais e seus irmãos haviam morrido no campo de concentração.

Apesar de Weisz garantir que sua família foi normal e feliz até 1944, ressaltou que a perseguição dos ciganos havia começado muito antes da chegada ao poder dos nazistas e que em muitos países europeus ainda não terminou.

"Apesar dos 500 mil provenientes de Sinti e Roma assassinados pelo nazismo, a sociedade não aprendeu nada disso. Caso contrário, agora teria um comportamento mais responsável em direção a nós", disse Weisz.

"Somos europeus e devemos ter os mesmos direitos que os outros", acrescentou o sobrevivente do Holocausto.

Ressaltou que resulta especialmente preocupante que em países como na Bulgária e Romênia os Sinti e Roma tenham que seguir levando uma existência indigna.

Na Hungria, segundo Weisz, a minoria cigana é perseguida abertamente por ultradireitistas com uniformes negros e em outros países da Europa Oriental existem restaurantes com letreiros que dizem "Proibida entrada de ciganos".

O presidente do Bundestag, Norbert Lammert, ressaltou que os ciganos seguem sendo "a minoria maior e mais discriminada na Europa".

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4913989-EI8142,00-No+Parlamento+alemao+cigano+lembra+o+Holocausto+esquecido.html

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

S.O.S HAITI, doações

Repetindo o tópico da comunidade Segunda Guerra Mundial(site Orkut), pra quem quiser colaborar fazendo doações sem correr o risco de enviar dinheiro pra alguma "conta pirata", segue abaixo uma lista de contas que estão recebendo doações pras vítimas do terremoto no Haiti, caso alguém queira fazê-las.

Conta da Embaixada do Haiti no Brasil

Nome: Embaixada da República do Haiti
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1606-3
CC: 91000-7
CNPJ: 04170237/0001-71


Conta do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV)

Nome: Comitê Internacional da Cruz Vermelha
Banco: HSBC
Agência: 1276
CC: 14526-84
CNPJ: 04359688/0001-51


Conta do Movimento Viva Rio pro Haiti

Nome: Movimento Viva Rio
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1769-8
CC: 5113-6
CNPJ: 00343941/0001-28


Care Internacional Brasil

Banco: ABN Amro Real
Agência: 0373
Conta corrente: 5756365-0
CNPJ: 04180646/0001-59


Site: Care Brasil

Informações sobre cidadãos brasileiros no Haiti podem ser obtidas no Núcleo de Assistência a Brasileiros do Itamaraty, nos telefones abaixo(o DDD 61 é de Brasília, Distrito Federal):

(61) 3411-8803
(61) 3411-8805
(61) 3411-8808
(61) 3411-8817
(61) 3411-9718
(61) 8197-2284


Fora do Brasil, ONG haitiana recebe doações pra ajuda as vítimas do terremeto através do site
Yelé Haiti
http://www.yele.org/

Clique em "Donate", escolha o valor da doação e forneça os dados do seu cartão de crédito.

Caso interesse a alguém, comunidade no Orkut da Missão Brasileira no Haiti.

Os números de contas pra doações e telefones foram retirados desta página do site G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1445754-5602,00-VEJA+COMO+AJUDAR+AS+VITIMAS+DO+TERREMOTO+NO+HAITI.html

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Presidente do Irã causa abandono de diplomatas em conferência da ONU

REUNIÃO DA ONU. Presidente do Irã causa abandono de conferência

Ao todo, 40 diplomatas da União Européia deixaram a sala de reunião durante o discurso do líder iraniano; Israel, EUA e outros países boicotaram a conferência
REUTERS

Mahmoud Ahmadinejad acusou Israel de racismo, provocando a indignação dos diplomatas presentes

Genebra, Suíça. Dezenas de países abandonaram ontem uma conferência racial da Organização da Organização das Nações Unidas (ONU), em um gesto raro, depois de ouvirem o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, apontar Israel como um ´regime racista cruel e repressor´.

´Depois do final da Segunda Guerra Mundial, os aliados recorreram à agressão militar para tirar as terras de uma nação inteira com o pretexto do sofrimento judeu´, afirmou Ahmadinejad, o único chefe de Estado que assistiu a conferência.

´Enviaram imigrantes da Europa, dos Estados Unidos para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada´, continuou o presidente iraniano.

Ao todo, 40 diplomatas da União Européia (UE) abandonaram a sala após o discurso de Ahmadinejad. Os representantes também ameaçaram abandonar a conferência de houvesse novos apelos a retórica anti-semita ou outras críticas igualmente discriminatórias contra Israel.

O líder iraniano criticou ainda a ordem política mundial, ao afirmar que o Conselho de Segurança da ONU sempre ´recebeu com o silêncio os crimes desse regime (israelense), como os recentes bombardeios contra civis em Gaza´.

Afeganistão

Ahmadinejad disse ainda que a intervenção internacional no Afeganistão não trouxe a paz nem a prosperidade ao país, e que a invasão americana do Iraque deixou ´um milhão de mortos e feridos e perdas milionárias para a economia desse país´.

O presidente iraniano continuou as constantes referências ao ´sionismo mundial, que personifica o racismo´, disse, e chamadas para uma reforma da ordem política internacional. As vaias de alguns grupos a Ahmadinejad começaram no momento em que ele subiu à tribuna, quando foi interrompido com gritos de ´assassino´ por dissidentes iranianos que foram a Genebra. Algumas pessoas, no entanto, aplaudiram o presidente do Irã.

Ahmadinejad continuou dizendo que ´perdoava´ os que lhe tinham insultado, aos quais qualificou de ´ignorantes´. Membros de grupos judeus e ONGs favoráveis a Israel também protestavam na entrada da sala do Palácio das Nações, onde aconteceu a conferência.

A conferência da ONU foi boicotada por Israel, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Itália, Holanda, Polônia, Nova Zelândia, e Alemanha. Esses países alegaram que a reunião poderia ser dominada por ´críticas injustas´ a Israel.

A presença de Ahmadinejad em Genebra causou indignação de Israel, que chamou para consultas seu embaixador em Berna, em protesto contra o encontro que o presidente suíço, Hans-Rudolf Merz, manteve na noite do último domingo com o presidente iraniano.

Reações

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deplorou o discurso de Ahmadinejad. ´Foi uma experiência muito perturbadora para mim como secretário-geral´, disse ele numa entrevista coletiva ao final do dia. ´Nunca vi nem experimentei esse tipo de procedimento perturbador da assembléia, da conferência, por parte de nenhum Estado membro. Foi uma situação totalmente inaceitável´, afirmou.

O discurso de Ahmadinejad foi ´vil e odioso´, afirmou o enviado adjunto dos Estados Unidos, Alejandro Wolff. ´Eu não posso pensar em nenhuma palavra a não ser vergonhoso´, afirmou Wolff.

´Isso provoca uma séria injustiça contra a nação iraniana e o povo iraniano, e nós conclamamos a liderança iraniana a mostrar uma retórica muito mais equilibrada, moderada, honesta e construtiva quando lidar com as questões da região´, continuou o americano. Apesar disso, a Casa Branca declarou que ainda quer dialogar com o Irã.

Vaticano

O Vaticano também criticou as posições do líder iraniano e classificou suas declarações de ´inaceitáveis e extremistas´.

´Discursos como o do presidente iraniano não vão na direção certa, já que embora não tenha negado o Holocausto ou o direito à existência de Israel, usou expressões extremistas e inaceitáveis´, disse o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi a uma rádio.

A presença do Vaticano na conferência da ONU irritou os líderes judeus. ´Com sua participação, o Vaticano deu seu endosso ao que está sendo preparado ali (contra Israel)´, afirmou o rabino chefe de Roma, Riccardi Di Segni, ao jornal italiano La Stampa.

Shimon Samuels, diretor do escritório europeu do Centro Simon Wiesenthal, disse que o Vaticano ´está dando o selo de sua aprovação à campanha de ódio´ contra Israel. ´Não é possível ficar em cima do muro. O Vaticano é uma voz poderosa, e (um boicote) dele teria tido efeito demonstrativo poderoso´, ressaltou Samuels.

21.04.2009

Fonte: Diário do Nordeste/Reuters
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=632347

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Sobrevivente de Auschwitz pesava 28 kg ao fim da Segunda Guerra

FERNANDO SERPONE
da Folha Online
A libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz por tropas russas completa 63 anos neste domingo. O dia 27 de janeiro foi instituído como o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto em 2005, pela Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas foram assassinadas no local.

"Em Auschwitz, todos os inaptos para o trabalho foram enviados às câmaras de gás e cremados. Enquanto eram cremados, as gorduras eram canalizadas para a fábrica de sabão, ao lado", disse o polonês Ben Abrahan, um dos sobreviventes do campo, em entrevista à Folha Online. Sua mãe foi uma das vítimas da câmara de gás. O pai de Abrahan morreu de fome, no gueto.

Presidente da Associação Brasileira dos Sobreviventes do Nazismo, o polonês tinha 14 anos quando a Segunda Guerra Mundial (1939) começou. Quando o conflito terminou --quatro anos no gueto e seis campos de concentração depois-- o polonês pesava 28 kg, estava com tuberculose, escorbuto e disenteria com sangue.

"E estou aqui, sobrevivi, e levei comigo a tarefa de contar ao mundo tudo o que aconteceu", afirmou Abrahan, que tem 15 livros publicados sobre o Holocausto.

Outra vítima da perseguição dos alemães foi Henrietta "Rita" Braun. No entanto, documentos falsos e a ajuda de um alemão evitaram que ela fosse enviada com a sua família a um campo de concentração.

Entrevista com Ben Abrahan, sobrevivente de Auschwitz:

Folha Online - Como foi o início da guerra?

Ben Abrahan - Eu avistei os alemães pela primeira vez em 6 de setembro, quando eles entraram em nossa cidade, Lotz. Então, começaram perseguições. Os religiosos tiveram sua barbas cortadas, os judeus eram colocados em trabalhos forçados sob chicotadas.

Os judeus eram obrigados a usar uma braçadeira com uma estrela de David. Os alemães, não achando isso humilhante o suficiente, mandaram pregar nas costas uma estrela de David com a inscrição "juden" (judeu).

No bairro mais miserável, foi instituído o gueto, onde foram aglomerados cerca de 162 mil judeus. Só no primeiro ano, durante o inverno rigoroso, com parcas rações, sem lenha, morreram mais de 20 mil pessoas.

Folha - Uma vez no gueto, vocês eram obrigados a trabalhar?

Abrahan - Os alemães instalaram fábricas no gueto, para os seus utensílios de guerra, onde todos eram obrigados a trabalhar --desde os 12 anos até os 70. Os que não podiam trabalhar eram enviados a um local que diziam se tratar de um cidade próxima. Eram levados em caminhões, e diziam que iam trabalhar na roça. Ledo engano. Quando aglomerados dentro do caminhão, as portas eram fechadas, os gases de escapamento eram canalizados dentro da carroceria, e o trajeto --que demorava cerca de dez minutos até as valas comuns-- era o suficiente para que todos chegassem asfixiados.

Com a aproximação das forças russas, no verão de 1944, os judeus foram retirados, e diziam-lhes que iam trabalhar nas fábricas na Alemanha.

Folha - Aonde vocês foram levados?

Abrahan - Chegamos a Auschwitz [no sul da Polônia], onde passamos por uma seleção rigorosa. Crianças, velhos e inválidos eram retirados de imediato, e nós passamos na frente --no meu caso, na frente do famigerado [Joseph] Mengele [apelidado de "Anjo da Morte", fez experiências com presos, entre elas a de injetar substâncias químicas nos olhos de crianças para ver se mudariam de cor. Após fugir para a Argentina, Mengele veio ao Brasil, onde morreu de infarto quando nadava em Bertioga, em 1979].

Ele (Mengele) só mexia o dedo para a esquerda e direita e enviava as pessoas para trabalhos forçados ou para a câmara de gás.

Folha - O sr. foi levado a Auschwitz de trem?

Abrahan - Sim. Um trajeto que hoje demora quatro horas, demorava um, dois dias --sem água, com 170 pessoas no vagão, fechado, onde muitos morriam asfixiados. Em Auschwitz, todos os inaptos para trabalho foram enviados às câmaras de gás e cremados. Enquanto eram cremados, as gorduras eram canalizadas para a fábrica de sabão, ao lado.

Antes, as pessoas eram despojadas de todos os bens de valor --dentes de ouro, anéis, etc. As mulheres tinham os cabelos cortados. As cinzas eram enviadas à Alemanha para serem usadas como fertilizante. Quem duvida disso, basta ir a Auschwitz hoje, que permaneceu intacto.

Folha - O senhor ficou com quanto tempo em Auschwitz?

Abrahan - Duas semanas. Diretores de fábricas da Alemanha compravam os prisioneiros para suas fábricas. Eu fui enviado a uma fábrica de caminhões, onde trabalhei até a primavera de 1945.

Com a aproximação das forças aliadas, fomos levados de um campo a outro. Na noite de 1º para 2 de maio, fui libertado pelos americanos, na noite em que Hitler se suicidou.

Eu pesava naquela época 28 kg, com tuberculose, escorbuto e disenteria com sangue. E estou aqui, sobrevivi, e levei comigo a tarefa de contar ao mundo tudo o que aconteceu. Escrevi em meu primeiro livro, "E o mundo silenciou", toda a minha odisséia, 24 edições, todas esgotadas.

Folha - O que aconteceu quando o senhor foi libertado?

Abrahan - Passei meses nos hospitais americanos, curando-me de minhas doenças. Eu sou o único sobrevivente da minha família. Meu pai morreu de fome no gueto em 1942, e minha mãe foi retida por Mengele em Auschwitz e enviada à câmara de gás.

Folha - Depois do período no hospital, aonde o sr. foi?

Abrahan - Fui a Israel e, depois de um tempo, vim ao Brasil, em janeiro de 1955.

Folha - O sr. tinha parentes?

Abrahan - Tinha parentes em Israel --um tio e um primo que sobreviveram, e parentes que emigraram antes da guerra.

Folha - Por que o sr. veio ao Brasil?

Abrahan - Quando pequeno, ouvia conversas de meu pai, ele tinha aqui um tio e descrevia que é um país bondoso, tolerante, sem discriminação, principalmente aos judeus, e dizia que gostaria de emigrar ao Brasil. Isto ficou gravado em minha memória.

Folha - O que o sr. fez quando chegou aqui?

Abrahan - Fui trabalhar em uma fábrica como ferramenteiro. Depois, abri uma pequena indústria no Brás. Fui comentarista internacional, trabalhei oito anos na "Folha da Tarde", escrevia artigos para jornais do Brasil e para jornais internacionais.

Hoje, dedico-me a palestras em escolas e universidades, a conscientizar as novas gerações aonde um regime totalitário e inescrupuloso pode conduzir os destinos do mundo e, inclusive, da própria nação.

Folha - Qual é a proposta da associação dos sobreviventes?

Abrahan - De início, era de ajuda aos carentes ou doentes. Atualmente, ajudamos os sobreviventes a receber indenizações da Alemanha.

Fonte: Folha Online(27.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367402.shtml

Eventos no Rio marcam Dia de Lembrança das Vítimas do Holocausto

Uma série de atividades no Palácio Itamaraty, no centro do Rio, marca o Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, nesta sexta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta manhã da inauguração da exposição "Holocausto Nunca Mais", organizada pelo Museu Judaico do Rio.

O Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, é celebrado oficialmente em 27 de janeiro. Neste ano, como cairá em um domingo, as atividades foram antecipadas no Brasil.

A data foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2005 para lembrar o dia da libertação dos prisioneiros do campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia, ocorrida em 27 de janeiro de 1945.

As Nações Unidas adotaram nova resolução, em janeiro do ano passado, condenando as declarações que negam a ocorrência do holocausto. O documento, aprovado por consenso por mais de cem países, teve o Brasil como co-patrocinador.

A exposição "Holocausto Nuca Mais" ficará aberta à visitação até 15 de fevereiro, no Palácio Itamaraty (Av. Marechal Floriano, 196, no centro do Rio), de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h30.

Fonte: Agência Brasil(25.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u366906.shtml

Lula diz que Holocausto deve ser lembrado como exemplo de intolerância

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em cerimônia referente ao Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, no Rio, que a memória do holocausto não deve ser apagada. Lula ressaltou que o episódio deve ser passado aos mais jovens como um exemplo de intolerância e desrespeito aos direitos humanos.

"Participo deste encontro pelo terceiro ano consecutivo, pois acho fundamental rememorar o aparato de terror empreendido pelos nazistas. Lembranças tristes e trágicas como o holocausto não devem ser apagadas e, sim, transmitidas a outras gerações", disse o presidente, durante a abertura da exposição fotográfica "Holocausto Nunca Mais", organizada pelo Museu Judaico do Rio, no Palácio Itamaraty, no centro da capital fluminense.

O Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto, como ficou conhecido o extermínio de milhões de judeus e outros grupos considerados indesejados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, é celebrado oficialmente em 27 de janeiro. Neste ano, como cairá em um domingo, as atividades foram antecipadas no Brasil.

Lula reverenciou todas as pessoas que lutaram na 2ª Guerra Mundial, com destaque especial ao brigadeiro Rui Moreira Lima, que participou do evento. O presidente disse ainda que seu governo vem se empenhando para ampliar a garantia dos direitos humanos. Ele citou como exemplo o fato de, no Brasil, os crimes de racismo serem inafiançáveis.

"Esse ano haverá um grande mutirão de debate por todo o país para que haja uma reflexão de toda a sociedade. Somos um país de índole pacífica e tolerante. Se fosse possível, bateria na porta de cada um para que todos sejamos tolerantes e deixemos a violência de lado", disse. "É possível ter um país mais pacífico, acreditando na utopia da paz".

Após a cerimônia no Palácio Itamaraty, o presidente Lula almoça com o governador do Rio Sérgio Cabral. O retorno de Lula para Brasília está previsto para as 15h.

Fonte: Folha Online(Brasil, 25.01.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u366936.shtml

ONU realiza homenagem e eventos às vítimas do Holocausto

da Efe, em Nova York

As Nações Unidas renderam tributo nesta segunda-feira às vítimas do Holocausto em sua sede central, em Nova York, com um pedido para que as próximas gerações superem o ódio e a intolerância.

A organização iniciou nesta segunda-feira uma semana de atos vinculados ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, celebrado no último domingo (27), com o lançamento de um selo de comemoração da ONU junto ao Estado de Israel.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se encontra em Ruanda, assegurou que o selo tem como objetivo "render tributo às vítimas, honrar os sobreviventes e reafirmar os esforços para prevenir futuros atos de genocídio".

"Desta maneira, podemos inspirar as próximas gerações para que superem o ódio e a intolerância", afirmou.

A principal autoridade da ONU assegurou sentir-se "orgulhoso" de unir-se a Israel no lançamento de um símbolo que permita "venerar a lembrança e olhar em direção a um século livre da barbárie".

O ministro de Comunicações de Israel, Ariel Atias, que esteve presente no ato, disse que eventos como a apresentação do selo "evitarão que se esqueça o Holocausto".

"Esse acontecimento é um aviso para todos de que, se não estivermos alertas, o ódio e o racismo podem surgir de novo", disse.

O ministro israelense agradeceu "profundamente" pelas ações das Nações Unidas e de seu secretário-geral para combater o anti-semitismo e a negação do Holocausto.

Os atos em comemoração ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto prosseguiram com a apresentação do documentário "Paper Clips", que mostra o projeto de alunos americano para reunir seis milhões de clipes, para representar os seis milhões de judeus mortos no Holocausto.

As celebrações culminarão com um concerto da orquestra sinfônica da escola de música da Universidade de Tel Aviv, dirigida pelo mestre Zubin Mehta, na sala da Assembléia Geral.

Os atos em memória das vítimas do Holocausto continuarão na sede principal das Nações Unidas durante toda a semana, com exposições, conferências e projeções cinematográficas.

Fonte: EFE/Folha(28.01.2008, Brasil)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u367677.shtml

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