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sábado, 23 de maio de 2015

O espanhol que se dizia sobrevivente do Holocausto, mas foi desmascarado

Enric Marco nunca lutou contra o fascismo; pelo contrário, ele se inscreveu
como trabalhador voluntário na Alemanha nazista
Dos 7.532 espanhóis mantidos no campo de concentração nazista de Mauthausen (Áustria), só 2.335 sobreviveram.

Nesta terça-feira, completam-se 70 anos da liberação desses sobreviventes, uma data particularmente especial para a Espanha. Foi ali que terminaram a maioria dos 9 mil espanhóis deportados.

No entanto, a memória deles correu o risco de ser distorcida. Tudo devido a um impostor, Enric Marco, que até dez anos atrás foi presidente da principal associação de vítimas do nazismo na Espanha, a Amical Mauthausen.
Discurso de impacto

O historiador madrilenho Benito Bermejo, especialista em deportados da Espanha, interessou-se por Marco depois de conhecê-lo em uma conferência em 2002 – e achou a história dele muito intrigante.

Enric Marco contava que havia sido preso em Flossenbuerg, um campo de concentração na Baviera (Alemanha) e um destino atípico para um deportado espanhol.

Bermejo leu tudo o que pôde encontrar sobre o passado de Marco, a partir da versão deste - de que havia sido um anarquista obrigado a fugir de Barcelona, sua cidade natal, para a França no fim da Guerra Civil Espanhola (1936-39).

"Eu estava curioso, interessado em descobrir mais, mas logo fiquei perplexo", conta Bermejo à BBC.

"A versão de Marco para os acontecimentos mudava a cada vez que ele contava. Tanto sobre o campo de concentração quanto sobre como havia chegado ali."

Benito Bermejo também achou misterioso que nas poucas ocasiões que conseguiu falar com Marco cara a cara, ele se recusou a contar suas experiências na Alemanha nazista.

Enric Marco tem 94 anos e não se arrepende de ter mentido sobre sua presença no campo de concentração
Como presidente da Amical Mauthausen, Marco mostrou uma predileção por discursos de grande impacto, cheios de detalhes horríveis de sua suposta vida em Flossenbuerg.

Deixou vários deputados chorando ao se dirigir a eles no Dia Internacional da Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto, em janeiro de 2005.

Desmascarado

Buscando no arquivo do Ministério das Relações Exteriores, o historiador encontrou uma solicitação oficial do comando do Exército na Catalunha para obter informações sobre o paradeiro de Marco, já que ele não havia se apresentado para o serviço militar obrigatório em 1943.

O ministério respondeu que Marco era empregado de um estaleiro naval de Deutsche Werke, em Kiel, no norte da Alemanha.

Longe da luta contra o fascismo, Marco na verdade fez parte dos 20 mil espanhóis que trabalhavam para o Terceiro Reich sob um acordo de 1941 entre o general espanhol Francisco Franco e Adolf Hitler.

"Quando soube que Marco não foi deportado, e sim que foi à Alemanha voluntariamente, vi que algo muito estranho estava acontecendo", disse Bermejo.

Mas ele ainda tinha dúvidas quanto um possível engano de Marco, já que alguns trabalhadores voluntários que tiveram problemas com o regime nazista terminaram em campos de concentração.

Durante meses, o historiador buscou uma explicação de Marco.

Descobriu que Marco fora preso brevemente em Kiel, mas nunca foi condenado, e muito menos enviado a um campo de concentração.

Logo, durante o evento para comemorar o 60º aniversário da liberação do campo de Mauthausen, ele enviou um relatório sobre o caso ao escritório do governo espanhol e à associação Amical. E esperou.

"O que mais eu poderia fazer? Decidi que ir a público com o que eu sabia seria uma espécie de declaração de guerra e algo muito controverso naquele momento."

A caminho da Áustria, um dia antes da cerimônia de Mauthausen, Bermejo leu na imprensa que Marco havia tido que voltar à Barcelona por estar "indisposto". A farsa havia acabado.

O livro O Impostor, do escritor Javier Cercas, escrito com a colaboração de Marco, sugere que o próprio Marco foi confrontado por seus colegas da Amical a respeito das conclusões de Bermejo e confessou ter sido um voluntário do Terceiro Reich.

Perto do desastre

Marco finalmente admitiu abertamente que nunca havia estado em um campo de concentração. Passou a argumentar que foi preso brevemente "sob acusação de conspiração contra o Terceiro Reich" mas nunca foi liberado pelas tropas aliadas - como contava anteriormente - em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial.

Aos 94 anos, não se arrependeu publicamente da mentira que contou por três décadas, alegando que o objetivo era manter viva a memória das vítimas espanholas de Hitler.

Marco ia participar de Comemoração oficial com o então premiê Zapatero (à dir.), mas acabou desmascarado
"Quem teria me escutado se eu não tivesse encarnado esse personagem?", disse recentemente.

"É assustador pensar que se eu não o tivesse conhecido, as coisas poderiam ter sido muito diferentes", afirmou Bermejo.

Para José Marfil, também de 94 anos e um dos poucos sobreviventes espanhós reais do campo de Mauthausen, a luta para manter as memórias do local vivas deve continuar.

"Temos que fazer tudo o que for possível para manter a memória da existência desses campos de concentração viva para as pessoas, já que nós sobreviventes vamos desaparecer."

James Badcock, De Madri para a BBC
5 maio 2015

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/05/150505_espanhol_nazista_rm
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Observação: curioso que nos sites "revisionistas" (ao menos os lusófonos) esta matéria não tenha sido citada como "prova" da "não existência" do Holocausto (como eles costumam alegar) com o alarde de costume. Matéria recente, do mês de maio.

Críticas à parte ao já habitual 'mantra' "revi", a matéria destaca a importância dos pesquisadores que desbancaram essa fraude antes que os ditos negacionistas usassem o caso pra fazer o alarde habitual deles ignorando que, num evento deste porte, com a quantidade de pessoas envolvidas, pode haver impostores como o da matéria e outros casos recentes, por exemplo:
Caso Misha Defonseca. Mulher que inventou memórias do Holocausto condenada a devolver mais de 22 milhões de dólares
Livro que conta história falsa sobre o Holocausto causa polêmica nos EUA (Caso Herman Rosenblat)

Só que casos como este têm sido coisas pontuais, mas na narrativa negacionista o que é pontual vira "regra" em vez de exceção, pois a agenda política deles está acima do evento em si. Todos os três casos citados foram descobertos e denunciados.

Por essas e outras que vale a repetição do dito popular de que "de boas intenções o inferno está cheio", pois pessoas com supostas boas intenções (pelo menos alguns alegam) podem agir de má fé e provocar prejuízos.

Esses casos acima sempre me faz lembrar daquele pessoal "bem intencionado" (na visão deles, que ignoram totalmente o que os outros comentam ou criticam), misturando a questão de Israel com essa questão da segunda guerra, causam ao irem provocar "revisionistas" com discurso moralista achando, tolamente, que irão mudar a visão de mundo dos negacionistas sem entender o quão são arraigadas essas crenças obscuras nos "revis", ignorando a agenda fascista (na acepção do termo) por detrás do discurso.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Caso Misha Defonseca. Mulher que inventou memórias do Holocausto condenada a devolver mais de 22 milhões de dólares

Trata-se da autora do livro "Misha: uma memória dos anos do Holocausto", que conta a história de uma garota judia que foi criada por uma manada de lobos e matou um soldado nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

Um tribunal de apelação de Massachusetts (noroeste dos Estados Unidos) ordenou à autora de uma autobiografia sobre o Holocausto que se converteu em bestseller mundial a devolver 22,5 milhões de dólares a seu editor, após a mulher admitir que inventou a história.

Trata-se da escritora belga residente nos Estados Unidos, Misha Defonseca, autora do livro "Misha: uma memória dos anos do Holocausto", publicado em 1997 e no qual conta a história de uma garota judia que, entre outras coisas, foi criada por uma manada de lobos e matou um soldado nazi na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A sentença do tribunal de apelações de Massachusetts foi emitido no último 29 de abril e leva a assinatura do magistrado Marc Kantrowicz, segundo uma cópia publicada na Courthouse News Service.

A autobiografia de Defonseca havia se convertido de maneira instantânea num sucesso na Europa e foi traduzida para vários idiomas, dando origem além disso a um filme "Sobrevivendo com lobos" (2007).

Contudo, em fevereiro de 2008 Defonseca, cujo verdadeiro nome é Monique de Wael, admitiu que muitas das coisas escritas eram falsas, começando pelo fato de que não era judia senão católica e que nunca abandonou sua casa na Bélgica durante a guerra, ainda que se amparou assegurando que foi seu modo de sobreviver à tragédia experimentada.

"Este livro, esta história, é minha. Não é a realidade real, mas foi minha realidade, minha maneira de sobreviver", havia dito em 2008.

A saga judicial nos Estados Unidos começou com uma apresentação da própria Defonseca e uma pessoa que deveria ajudá-la a escrever a versão em inglês, Vera Lee, a quem denunciaram à editora Mt. Ivy Press L.P. por não cumprimento de contrato.

Uma primeira sentença favorável a Defonseca e Lee outorgou 22,5 milhões de dólares à belga e 9,9 milhões a Lee.

Depois da apelação a editora, o caso passou para segunda instância, onde se reverteu a sentença a favor de Defonseca declarando sua nulidade.

A escritora belga recorreu por sua vez desta sentença ante o tribunal de apelações, que resolveu manter a decisão de anular a primeira sentença.

"O presente caso é único. A falsidade da história não tem discussão", indicou o juiz Kantrowitz em sua ordem de 29 de abril.

"Não opinamos sobre se é 'razoável' a crença de Defonseca na veracidade de sua história", precisou o juiz ,alegando contudo que "a introdução da prova dos fatos atuais de sua história no processo poderia haver feito uma diferença significava nas deliberações do júri".

"Esperamos que a saga tenha chegado a um final", conclui a sentença de nove páginas.

Fonte: Latercera (Espanha)
http://www.latercera.com/noticia/mundo/2014/05/678-577791-9-mujer-que-invento-memorias-del-holocausto-condenada-a-devolver-mas-de-us-22.shtml
Tradução: Roberto Lucena

Comentário: eu havia pensado que era a mesma notícia antiga quando saiu esse caso antes, mas notícia é nova, recente, sobre a penalização dela, notícia que não foi possível colocar na época. Houve também outro caso conhecido de fraude que repercutiu na imprensa, confiram no link (Livro que conta história falsa sobre o Holocausto causa polêmica nos EUA).

Li que no post do link acima tem um texto da Lipstadt (historiadora), como link, onde ela fala do problema que esse tipo de relato falso provoca, afirmando que é mais danoso que os próprios "revisionistas", no que concordo com ela.

Impressiona que esse livro ainda está sendo vendido na Amazon sem qualquer problema ou aviso de que se trata de uma fraude, aliás, a Amazon também vende livros negacionistas e outras porcarias do tipo, com pessoas atenuando a má conduta dessa pessoa ao invés de rechaçar. Qual é o imbecil que dá cinco estrelas a uma fraude? Ocorreu o mesmo com o livro do Rosenblat (link acima).

Esse é o outro lado do problema que o filossemitismo causa (eu abordei o problema aqui), pois o relato dela já soa como mentiroso pois parece adaptação da história de Mogli, o menino lobo (saiu como animação e filme). Uma pessoa não seria criada por lobos no meio de uma guerra, não sei como essas editoras não pedem uma perícia (análise de algum historiador etc) antes de publicar esse tipo de livro, evitaria coisas como o caso descrito acima.

domingo, 26 de maio de 2013

"Genocídio por Telepatia, Explica Hilberg" a "trollada" de Faurisson

Esse texto foi escrito em 1988 pelo negacionista francês Faurisson alegando que o historiador do Holocausto Raul Hilberg havia dito que o genocídio dos judeus na Segunda Guerra fora feito por "telepatia". O trecho da versão em português a se destacar do texto do Faurisson "Genocídio por Telepatia" é este:
Sete meses depois Hilberg resumiu a sua nova tese perante uma audiência de perto de 2,700 pessoas na Avery Fischer Hall em Nova Iorque: a política Alemã para a destruição física dos Judeus era explicada pela leitura da mente! Nenhum documento atestando esta política criminosa poderia ser encontrado, porque não existia tal documento. Por vários anos, a inteira máquina burocrática Alemã operou por uma espécie de telepatia. Como Hilberg acrescentou:[4]
O curioso é que a suposta fonte usada como sendo origem da afirmação do Hilberg simplesmente não existe, a fonte indicada é esta:
[4] Citado em: George De Wan, "The Holocaust in Perspective," Newsday (Long Island, New York), 23 de Fevereiro de 1983, p. II/3. Também citado no Summer 1985 Journal, pp. 170-171.
O suposto historiador citado George De Wan e seu livro "The Holocaust in Perspective" provavelmente são uma criação do Faurisson, e o texto aparece com alguns acréscimos de fontes diferentes nas edições em outros idiomas com a citação do "Summer 1985 Journal" e da revista "Newsday (Long Island, NY)", ou omitindo o suposto historiador "George De Wan" como podem verificar abaixo:
Na versão em inglês: Quoted in: George De Wan, "The Holocaust in Perspective," Newsday (Long Island, New York), Feb. 23, 1983, p. II/3. Also quoted in the Summer 1985 Journal, pp. 170-171.

Na versão em francês (outro link): (George DeWan, " The Holocaust in Perspective", Newsday (Long Island, NY), 23 février 1983, p. II-3)."

Na versão em alemão: Newsday, Long Island, New York, 23.2.1983, S. II/3)
Num dos textos hospedados no VHO diz o seguinte:
This essay is an adaptation of a piece originally written on 1st September 1988, "Raul Hilberg explique maintenant le génocide par la télépathie!", in Ecrits révisionnistes, vol. II, p. 783-786.. The Journal for Historical Review (http://www.ihr.org), Volume 18 number 1, January/February 1999, p. 15. First displayed on aaargh: 17 April 2001.
Tradução:
Este ensaio é uma adaptação do pedaço originalmente escrito em 1 de setembro de 1988, "Raul Hilberg explica a execução do genocídio por telepatia!", em Ecrits révisionnistes, vol. II, p. 783-786.. The Journal for Historical Review (http://www.ihr.org), Volume 18 número 1, Janeiro/Fevereiro de 1999, pág. 15. Primeiramente exibido no Aaargh: 17 de abril de 2001.
Como se demonstra que a fonte é forjada: qualquer publicação, principalmente de referências no assunto, encontra-se listado em algum banco de dados de Universidades e outros sites (de livros) espalhados na web, é praticamente impossível não haver qualquer referência ao livro citado como fonte, como também ao suposto historiador "George De Wan", caso existissem. Além de outros erros nas versões do texto em vários idiomas.

Os únicos registros do suposto historiador "George De Wan" e do livro dele, não catalogado em qualquer base de dados de biblioteca, são de sites de negação do Holocausto ("revisionistas").

Esta citação sobre o "genocídio por telepatia" atribuída ao Raul Hilberg é bem conhecido de sites negacionistas, bem conhecida e explorada, e muita gente cai na 'trollada' sem verficar este detalhe da fonte. Ela também foi usada e repetida no livro negacionista Debating the Holocaust, do fake Thomas Dalton.

Pra quem quiser ler mais sobre a fraude do Dalton, confiram os textos publicados no Holocaust Controversies sobre o assunto. Caso queiram ler um dos textos principais do HC sobre o caso Dalton em português, confiram a tradução em português do texto do Roberto Muehlenkamp Uma boa análise de "Debatendo o Holocausto" de "Thomas Dalton".

O incrível é que nem o Nizkor, site que é especialista em textos negacionistas (primeiro grande site que combateu o negacionismo, e igualmente conhecido), não detectou a fraude intencional do Faurisson, fazendo uma discussão aqui como se fosse verdadeira a fonte inexistente ao invés de verificá-la.

domingo, 8 de abril de 2012

Historiadores contra revisionistas

Uma trintena de especialistas em século XX participam em uma obra que enmienda o enviesamento ideológico do polêmico ‘Diccionario Biográfico Español’ (Dicionário Biográfico Espanhol).

Tereixa Constenla Madrid 7 ABR 2012 - 18:58 CET


Franco passando em revista em
Logroño, 1938, ante forças
legionárias italianas. / EFE
Apresentar o livro En el combate por la historia (Ediciones Pasado y Presente) como um contradicionário, uma réplica corrigida das falidas resenhas do século XX incluídas no Dicionário Biográfico Espanhol da Real Academia de História (RAH), é um astuto ardil comercial, mas que faz um fraco favor à causa que motivou a todos, editor e historiadores, que se somaram ao projeto. Sem querer, ele fomenta a visão de que a história espanhola do século XX pode ser contada sob dois pontos de vista e que os historiadores estão loteados nos mesmos grupos daqueles da Guerra Civil. E na verdade os únicos grupos possíveis são óbvios: historiadores bons e historiadores maus.

A maioria dos 33 especialistas reunidos para este projeto levam anos investigando o século XX e gozam de reconhecimento. Há, além disso, alguns que participaram do Dicionário como Fernando Puell ou Carlos Barciela. “Eu não estou nem com uns ou com outros, mas o que não se pode é justificar o golpe de Estado. Un golpe é um golpe e não um Glorioso Levante, e tampouco se pode chamar só de 'grupo nacional' a uns porque de iguais nacionalidades eram tanto uns como outros. O problema daquela obra é que algumas tantas vozes contaminaram o resto, é um livro que saiu imbecilizado”, afirma Fernando Puell, professor de História Militar no Instituto Universitário Gutiérrez Mellado da UNED e coronel reformado, que contribuiu com 40 biografias para a coleção da RAH e que analiza as operações militares durante a Guerra Civil e o papel do Exército durante o regime franquista no livro da editora Pasado y Presente.

Para Carlos Barciela, catedrático de História e Instituções Econômicas da Universidade de Alicante, ele não gosta da etiqueta de contradicionário. "Eu não faço contrainvestigação nunca. Fiz investigação e o que se vai publicar é o trabalho de muitos anos de estudo”, pontualiza. Colaborou com o Dicionário com cerca de umas 200 biografias de engenheiros agrônomos, recompiladas durante oito anos, e duas entradas para En el combate por la historia. Na parte que dedica à reforma agraria, ele demonstra que foi um aspecto capital para os sublevados: “Resultou como agressivo que desde agosto de 1936 começam a promulgar decretos que têm como finalidade paralizar a reforma agrária da República e devolver as terras a seus proprietários”.

O enviesamento ideológico e o escasso rigor que impregnavam algumas biografias sobre o século XX encarregadas pela Real Academia de História indignaram no ano passado a Gonzalo Pontón, histórico editor de Crítica que agora fundou a editora Pasado y Presente. Ele pediu a Ángel Viñas que coordenasse uma obra que sintetizasse com rigor o ocorrido entre 1931 e 1975, com a atualização do investigado nos últimos anos, e que gerou um volume de quase 1.000 páginas. “Aqui há uma escola historiográfica muito sólida e sensata, e não podíamos permitir que os historiadores espanhois fossem aqueles representados pela RAH”, expõe Viñas.

Quase ninguém disse não. Entre os 33 assinantes figuram alguns dos maiores especialistas no período: Paul Preston, Julio Aróstegui, Julián Casanova, Enrique Moradiellos, Ricardo Miralles, José-Carlos Mainer, Josep Fontana e Eduardo González Calleja. “Estão representadas três gerações: uma dos mais antigos Elorza ou Fontana; a intermediária com gente como Casanova e a mais jovem que está fazendo um trabalho muito rigoroso como Jorge Marco, Gutmaro Gómez Bravo ou José Luis Ledesma”, afirma o coordenador da obra, que ataca o revisionismo — e alguns expoentes do mesmo — num duro epílogo.

O volume inclui as biografias de 12 protagonistas do período (Aguirre, Azaña, Companys, Franco, Pasionaria, Carrillo, Largo Caballero, Mola, Negrín, Prieto, Primo de Rivera, Rojo e Serrano Suñer), além de 41 capítulos sobre as questões mais destacáveis da Segunda República, da Guerra Civil e do Franquismo (entre outros: anarquistas, reforma agrária, conspirações, operações militares, nacionalismos periféricos, a violência, a Igreja, o exílio, a repressão ou a política externa da ditadura). "Se faz uma atualização — ou resposta— ao Dicionário e a toda uma onda de revisionismo que é feita pela direita entusiasticamente defendendo que a Guerra Civil e a Ditadura foram meros acidentes e que metade do país estava enfrentando a outra metade. Foi reunida gente séria que investigou cada tema", assinala Josep Fontana, catedrático de História Econômica e autor de uma trintena de obras. "Pessoalmente, quando se desataram as iras com o Dicionário, tampouco aceitei criticar a obra em conjunto. O que é imperdoável é que se tenha a montado sem controle e que uma parte anule a validez da obra inteira. Eu espero que este livro seja uma ajuda para pôr as coisas no seu lugar", confia Fontana.

Franco, por Paul Preston...

Dizer que Franco foi uma figura medíocre não explica como chegou ao poder absoluto (...) ao lhe comparar com Hitler e Mussolini, e ele teve muito em comum com ambos, tropeça-se com o fato de que Franco tinha o hobby de jogar loteria e que ganhava de vez em quado.

A falta de escrúpulos em bombardear povos asturianos e o uso de mercenários marroquinos revelaram que Franco sentia pelos trabalhadores de esquerda o mesmo desprezo racista que lhe haviam despertado as tribos do Rif.

Levou a cabo uma guerra de terror, na qual a matança de tropas contrárias se veria acompanhada de uma repressão sem piedade da população civil. Ele se propôs a realizar uma inversão em terror para estabelecer a edificação de um regime duradouro.

A partir de 1953, começou a forjar uma nova imagem: a de pai do povo. Foi o momento em que na prática se retirou do posto de Chefe do Executivo (...) restou-lhe as obrigações rotineiras que cumpria ao estilo de um monarca.

...e por Luis Suárez

Montou um regime autoritário, mas não totalitário, já que as forças políticas que lhe apoiavam, a Falange, o Tradicionalismo e a Direita, ficaram unidas num Movimento e submetidas ao Estado.

Ao produzir a revolução de outubro de 1934, Franco foi chamado a Madrid como conselheiro do ministro, colaborando na extinção da revolta sem tomar parte das operações.

Uma guerra longa de quase três anos lhe permitiu derrotar um inimigo que em princípio contava com forças superiores. Mas ele, faltando possíveis mercados, e contando com a hostilidade da França e da Rússia, estabeleceu estreitos compromissos com Itália e Alemanha.

Em 22 de novembre de 1966, Franco se apresentou ante às Cortes a Lei Orgânica do Estado, que foi aprovada em referendo por uma maioria muito considerável. O regime dava a si mesmo uma Constituição, que Franco considerou como um êxito pessoal.

Arquivado em: Francisco Franco Guerra civil RAH Paul Preston Luis Suárez Fernández Guerra civil española Guerra Civil Espanhola Segunda república española Reales Academias Guerra Franquismo Instituciones culturales Historia contemporánea Historia Conflictos Cultura

Fonte: Seção de Cultura do jornal El País (Espanha)
http://cultura.elpais.com/cultura/2012/04/07/actualidad/1333817885_831167.html
Tradução: Roberto Lucena

Observação: eu não concordo com a linha editorial desse jornal espanhol, só que relevo algumas coisas que saem na seção de Cultura pois dá pra serem lidas e (se for possível) ter alguma tradução. No mais, como disse antes, não gosto desse jornal. Digo isso porque por vezes gente mal intencionada querendo fazer graça ou encher o saco, ou simplesmente com "pensamento binário" ou enviesado, pelo fato de uma pessoa traduzir um texto de um jornal altamente enviesado, acham que a pessoa que traduziu o texto concorda integralmente com um jornal. O pensamento binário(pensamento de "torcida", "ou está comigo ou contra mim") no Brasil, infelizmente, é um fato, e que leva um país ao radicalismo, alienação e polarização da população.

Eu iria trocar o título do post mas achei por bem mantê-lo embora a troca seria mais apropriada ao tema, o título era esse "Brasil e Espanha, países com sérios problemas de memória histórica", pois ambos possuem o mesmo problema e comportamento parecido com esse tipo de assunto, um fanatismo doentio (pleonasmo), além da desonestidade latente, pra distorcer o passado por falta de coragem em assumir erros históricos, e tanto as populações têm culpa na coisa como as elites desses países. Nunca vi tanta semelhança (no pior sentido do termo) pra distorcer o passado e tentar criar uma mitologia em torno de ditaduras(a da Espanha com o franquismo e as do Brasil, com Vargas e a ditadura civil-militar de 1964-1985) que ocorreram em ambos os países. Maldita estupidez cultural hereditária.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Descoberta fraude em fundos para vítimas do Holocausto nos EUA

Falsários recrutavam supostas vítimas e encaminhavam pedidos de indenização baseados em documentos falsos a dois fundos para vítimas do Holocausto nos Estados Unidos. Dezessete pessoas foram indiciadas.
Bharara: administradores
dos fundos ajudaram na fraude

Dois fundos financiados pela Alemanha para o pagamento de indenizações a vítimas do Holocausto foram fraudados em mais de 42 milhões de dólares, anunciaram nesta terça-feira (09/11) em Nova York investigadores federais dos Estados Unidos.

A fraude aconteceu com a ajuda de pessoas que deveriam administrar os recursos, disse o promotor Preet Bharara, de Nova York. Dezessete pessoas foram indiciadas, incluindo seis funcionários da organização que administra os fundos, a Conference on the Jewish Material Claims Against Germany (conferência sobre reclamações materiais judias contra a Alemanha), também conhecida por Claims Conference.

Segundo os investigadores, os falsários, a maioria de origem russa, recrutavam imigrantes de idade avançada vindos de países do Leste Europeu e da Europa Central. Os recrutados então submetiam documentos falsos ao fundo, nos quais pediam indenização alegando terem sido vítimas do nazismo.

Os investigadores afirmam que os falsários encaminharam 5.500 pedidos falsificados ao assim chamado Fundo Hardship, que prevê o pagamento de uma indenização única de 3.600 dólares a pessoas que foram expulsas de suas residências durante o regime nazista. Entre 2000 e 2009, 4.957 desses pedidos foram aprovados.

Foram descobertos ainda mais de 650 pedidos para o fundo Artigo 2, que faz pagamentos mensais de 411 dólares para vítimas do nazismo que viveram em guetos, campos de concentração ou em locais de trabalho forçado e tem, hoje, renda inferior a 16 mil dólares por ano.

No Fundo Hardship, a fraude alcança 18 milhões de dólares. No segundo fundo, soma 24,5 milhões. Em ambos os casos, os falsários ficavam com uma parte da indenização. Doze deles foram detidos nesta terça-feira. Os outros cinco já estavam presos.

"Fundos criados e financiados pelo governo alemão para ajudar sobreviventes do Holocausto foram desfalcados por gananciosos e não, como planejado, pagos aos necessitados", afirmou a diretora assistente do FBI Janice Fedarcyk. "Foi um vergonhoso mau uso dos programas de indenização."

AS/ap/dpa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,6214641,00.html?maca=bra-rss-br-top-1029-rdf

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A "Farsa" - Nenhum "revisionista" até agora respondeu

A "Farsa"
Adaptado de um ensaio escrito para a Usenet em 30 de julho de 1994
por Jamie McCarthy
e repostado em 30 de julho de 1997.

Nenhum "revisionista" até agora respondeu a este ensaio.
_______________________________________________________
Com certeza, se pessoas foram empregadas para fabricar montanhas de evidência como você diz, você deveria saber de alguns detalhes sobre essas coisas. Você parece ter descoberto esta grande farsa que enganou o mundo, com certeza alguns nomes e lugares deveriam ser um mero detalhe para esses gênios.

Barry Shein , 1994

Os negadores do Holocausto, ou "revisionistas", se eles preferirem, dizem que o Holocausto nunca ocorreu. Para ser preciso, eles insistem que os nazistas nunca tiveram um plano ou política para tentar matar aproximadamente 11 milhões de civis dos quais eles não gostavam, cerca de metade das quais eram judeus. Não tendo essa intenção, então é claro, eles não a colocaram em prática. Em particular, eles não tiveram nenhuma câmara de gás ou vans (peruas) de gaseamento.

Então como o mundo foi levado a acreditar que alguma coisa chamada "Holocausto" aconteceu no meio do século 20? Bem, é uma grande farsa, ouvimos dizer, em livros com títulos como A Mentira do Século Vinte. Nós estamos sendo trapaceados. Nós estamos sendo enganados.

O que estão realmente nos dizendo? Vamos ver o mundo com os olhos deles, vamos dar uma olhada nas coisas a partir desse ponto de vista fantasioso:
A partir de 1942, os judeus começaram a fazer circular rumores de que eles estariam sendo mortos. Esses rumores foram filtrados através de várias novas agências, de várias fontes.

Em 1945, os judeus haviam forjado dezenas de milhares de documentos nazistas, todos "provando" que os nazistas tinham cometido assassinatos em massa. Os judeus inventaram tudo num esforço-relâmpago. Eles inventaram os lugares onde os gaseamentos aconteceram. Eles forjaram fotografias e as colocaram nos registros documentais.

Seus químicos judeus imaginaram quais construções comuns seriam usadas como autênticas câmaras de gás. Eles forjaram relatórios sobre o bom andamento das operações de gaseamento. Eles forjaram relatórios endereçados para Hitler dizendo que os territórios orientais estavam livre de judeus.

Eles forjaram inventários dos necrotérios, dizendo que havia chuveiros e portas à prova de gás neles. Eles forjaram a história toda sobre os SS sendo levados para um campo especial para que eles se acostumassem com a idéia de matar judeus.

Tudo, cada pedaço, forjado.
No artigo <31clre$7sb@ankh.iia.org>, o revisionista Friedrich Berg brevemente discute esta fantástica falsificação relâmpago :

Praticamente cada pedaço de tais evidências é umproduto do pós-guerra, fabricado por pessoas que tinham sido empregadas primeiramente para gerar tais "evidências", uma vez que não havia absolutamente nenhuma evidência com a qual começar

"Pessoas que tinham sido empregadas primeiramente para gerar tais 'evidências'."

Quem era o empregador?

Quantos empregados havia?

Eu trabalho numa pequena empresa; meu departamento tem cerca de dez pessoas. Nós não tentamos nem de perto trabalhar do jeito como esses falsificadores judeus devem ter trabalhado.
Eu quero dizer, esses caras devem ter sido produtivos! Projetistas para forjar planos para as plantas dos prédios, químicos para decidir como os nazistas teriam matado as pessoas, autores para escrever diários falsos dos Sonderkommandos e enterrá-los em Auschwitz (para ficarem desaparecidos por décadas)... dubladores de voz e engenheiros de áudio para forjar horas de discurso de Himmler em Poznan, escritores para decidir quem escreveu quais memorandos para quem, e datilógrafos - céus, você pode imaginar o número de datilógrafos que a Operação Falsificação Judaica deve ter usado!? Eles literalmente tiveram que forjar trabalhos inteiros de uma parte pequena mas significativa do governo alemão por quatro ou cinco anos.

Logo abaixo das infinitas páginas detalhando que grupos militares tiveram que posições e quantos judeus foram mortos, linhas e linhas de pequenos números, tabulados, formulados. Eles devem ter interceptado as rotas verdadeiras que os Einsatzgruppen tomaram, imaginaram que prisioneiros eles pegaram, forjaram documentos dizendo que eles executariam todos os judeus, e então inseriram as falsificações nos lugares apropriados. Uau. É um trabalho e tanto. Centenas de relatórios dos Einsatzgruppen para forjar. E isso só para os Einsatzgruppen, é só cerca de um milhão de assassinatos para relatar. Multiplique por dez e você terá as dimensões do que estamos falando.

De alguma forma, os judeus levaram seus agentes judaicos para lá quando essa evidência forjada foi apresentada a Rudolf Höss e Pery Broad e Kremer e às dezenas de nazis julgados em 45 e 46. Todos eles devem ter tido a mesma reação inicial: "o quê!? Eu nunca escrevi isso!?". Mas os agentes judeus, claro, os estapearam um pouco até que eles admitissem que era verdade. E os agentes judaicos eram mesmo muito bons, porque cada um deles admitiu que era verdade. Esses agentes devem ter sido muito bons ao fazerem os nazistas admitirem coisas, porque vários deles eram militares experientes. Onde eles arrumariam esses agentes?

Eles encontraram alguns milhares de judeus que estavam dispostos a contar mentiras e dizer que Auschwitz era um campo de extermínio, não um campo de concentração. Eles devem ter tido uma grande reunião, juntado todos os sobreviventes. "Ok", o judeu-chefe deve ter dito, "repitam comigo: Auschwitz não era um lugar legal para viver. Vocês não nadavam em Auschwitz. Auschwitz usava necrotérios para gasear pessoas. No verão de 1944 eles queimaram corpos em valas. Vocês da esquerda, vocês realmente viram pessoas sendo levadas para as câmaras de gás. Vocês da direita, vocês não viram, mas ouviram muito falar nisso". E assim por diante.

No fim das contas, os sobreviventes fizeram um bom trabalho ao lembrar essas instruções. Claro, alguns deles começaram a falar sobre grande nuvens de fumaça saindo dos necrotérios, quando na verdade eles eram a prova de fumaça. De fato, esses detalhes seriam o único jeito de os revisionistas, décadas depois, deduzirem que eles estavam mentindo. No geral, eles mantiveram suas histórias muito bem.

E então eles fizeram as mesmas coisas de novo e de novo, para os tribunais da década de 50 e 60. Mesmo nos julgamentos que foram feitos na Alemanha, os agentes judaicos encontraram um jeito de torturar alemães inocentes em cadeias alemãs para confessar, diante de um tribunal alemão, os crimes que eles não cometeram.

A maior engenhosidade de todas: os judeus não forjaram documentos que forneciam ligações entre Hitler e as câmaras de gás. Eles se recusaram a forjara uma "Ordem do Führer" que pudesse incriminar Hitler. Eles fingiram que os gaseamentos foram encobertos por sigilo, assim eles forjaram documentos que falavam apenas em código, e então forjaram outros documentos que ligavam esses códigos a assassinato.

Em vez de forjar um inventário da câmara de gás a qual era chamada de "câmara de gás", eles forjaram um inventário para um necrotério que listava 17 chuveiros - e então deixaram que ele ficasse perdido por anos até que pesquisadores descobrissem sua importância!

A última palavra em esperteza!
Meu departamento na minha empresa gera um monte de documentos. Nós não decidimos sobre como nós abordaremos uma tarefa, para em seguida a executarmos, num passe de mágica. Eu desejaria que fosse assim, mas não é! Trabalhar junto exige comunicação constante. Nós temos reuniões o tempo todo; às vezes parece que eu levei dias inteiros sem fazer nada além de reuniões e falando sobre a próxima reunião e enviando avisos sobre futuras reuniões e fotocopiando propostas. E o meu departamento, pelo que ouvi dizer, é bem simples em relação a burocracia, nós somos notavelmente informais.
Essa Operação Falsificação Judaica toda deve ter gerado um monte de papéis também. Quantas pessoas devem ter usado para fazer tudo isso? Cinqüenta? Diabos, elea precisariam de uns cinqüenta datilógrafos. Cem? Mil?

Não, muito mais que isso. Há literalmente caminhões de documentação, e forjar essa documentação é fácil comparada a distribuí-la aos lugares certos, e imaginar quem fez o que, o que forjar, e quem acusar em falso, e fazer tudo isso se encaixar.

Fazer tudo se encaixar é a parte mais árdua. Os documentos falsos não podem contradizer os documentos verdadeiros do arquivo, e tinha que ter documentos corroborando também. Para cada documento mostrando um pouquinho de uma implicação direta, deve haver uma dúzia que a menciona indiretamente, e uma centena de outros documentos tinham que ser checados e cruzados para verificar se tudo se encaixava.

Dez mil pessoas, talvez?
E aqui eu paro com as fantasias em itálico, porque é aqui que a fantasia encontra a realidade. Ouço dizer que os empregados da Microsoft enviam e recebem um milhão de e-mails por semana. Digamos que a Operação Falsificação Judaica era tão grande quanto a Microsoft é. Eles devem ter precisado de mais ou menos o mesmo número de que a Microsoft precisa.

Vamos dizer que cerca de metade da comunicação era oral, e que eles conseguiram queimar 99,9% dela. Isso deixa carca de 500 mil comunicações escritas entre os membros desta Operação Falsificação Judaica. E, contando com os sobreviventes que disseram suas histórias, os nazistas que foram remunerados para concordar com tudo, e os próprios falsificadores, eu imagino que houve cerca de 20 mil pessoas depois da guerra que sabiam sobre a Operação Falsificação Judaica.

500 mil documentos e 20 mil testemunhas. Uma estimativa bem grosseira.

Aqui está minha pergunta para vocês, "estudiosos revisionistas":

Onde eles estão?

Onde estão todos esses documentos da falsificação? Onde estão todas as testemunhas dessa operação forjada? Ah, claro, nós entendemos que vocês pensem que a maioria dos judeus são mentirosos e trapaceiros e que, mesmo se eles não tivessem participado do "Holoconto", eles concordariam com a farsa só para dar dinheiro a Israel. Mas iriam todos os judeus concordar com a farsa? Vocês não acham que em algum lugar, talvez, houvesse alguns judeus honestos que admitiriam que eles estavam nos tapeando?

Onde eles estão?

Ou este é um tipo de teoria conspiratória insana, onde a falta de evidência somente prova quão insidiosos eram os conspiradores?

Desses papéis, um em mil hipoteticamente sobreviveu. Eles devem ter espalhado pela Europa Oriental pequenos pedaços de papel que diziam coisas como "Caro Isaac, por favor não esqueça de enviar o Documento 495B-14 para o Londres Times em 13 de agosto, como nós combinamos. Assinado, Abraham."

Onde eles estão?

Mostrem-me qualquer coisa. Eu quero um memorando entre os membros da Operação Falsificação Judaica, uma evidência escrita. Eu quero um prisioneiro de Auschwitz que veio a público e disse que não houve gaseamentos, que tudo foi uma grande farsa. (Christophersen e Stäglich chegaram perto, mas eles estavam, como admitiram, longe das câmaras de gás: eles foram internados em subcampos diferentes. Christophersen estava cultivando dentes-de-leão a uma milha de distância de Birkenau. Alguém entrou em contato com eles e pediu para eles mentirem sobre o que eles viram? Claro que não; eles nunca disseram isso.)

Eu não insisto em ter uma evidência irrefutável de primeira linha. Eu só quero alguma evidência corroborativa, mesmo que seja alguma coisa bem pequena.

Eu não estou falando sobre um relatório sobre Rudolf Höss ter apanhado. Ninguém se surpreende que criminosos de guerra sejam frequentemente maltratados por seus captores. Mas se esperam que eu acredito que ele foi torturado, e sua família ameaçada, com o objetivo de contar uma história específica - que tal alguma coisa sobre os conspiradores que organizaram a surra? Que tal um documento enviado de, para, ou sobre sua família? Que tal algo que irá provar, ou mesmo der uma dica, da existência dos conspiradores?

Eu não acho que esteja sendo abusivo ao pedir um pequeno detalhe sobre esta enorme operação de falsificação que foi executada. Não quando o revisionista Friedrich Paul Berg exige de seus oponentes algo como:

Certamente, os exterminacionistas podem nos contar algo sobre esses monstruosos motores de Diesel da Morte. Certamente, de suas "montanhas" de "testemunhas oculares" eles podem nos dizer se os motores eram externos ou internos (tanque, ou caminhão ou o que quer que seja), ou dentro de uma sala. Certamente, ele podem nos contar se eles eram V-12 ou eram alinhados em seis ou o quer que seja - se eles eram conectados a alguma coisa como um enorme ventilador ou quebra- ossos ou algo parecido. Esses motores a Diesel eram, supostamente, os maiores dispositivos de assassinato em massa de toda a história do mundo - e nós não temos nem uma fotografia deles.

Se o Sr. Berg achar aceitável me perguntar quantos cilindros um motor nazista tinha, eu não acho que seria muito se eu lhe perguntasse (e a Greg Raven, a Bradley Smith, a Ernst Zündel, e quem quer que deseje tentar responder):

Dê-me um documento, ou um testemunho, que sirva de evidência para essa tal mentira gigantesca, essa teoria conspiratória insana.

Apenas um.

Última modificação: 16 de Março de 2004
Copyright © 1994-8 Jamie McCarthy. Todos os direitos reservados.


Fonte: The Holocaust History Project(site)
Texto original(em inglês): The "Hoax"
http://www.holocaust-history.org/~jamie/the-hoax.shtml
Tradução(português): h-doc vilabol/Lista Holocausto-doc Yahoo!
http://h-doc.vilabol.uol.com.br/afarsa.htm
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/4053

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A "técnica" do negacionista Faurisson de "revisar" a História do Holocausto

Graças a atitude intempestiva e tola de um "revisionista"(negador do Holocausto) querendo mostrar que "sabia o que estava dizendo" e de que "iria demonstrar" que o Holocausto não ocorreu, o mesmo acabou de forma indireta ajudando a descobrir mais uma picaretagem dos ditos "revisionistas" do Holocausto(negadores do Holocausto).

Ele ao citar trechos das memórias de Hoess sem checar antes os trechos no arquivo orginal, acabou por "entregar" a técnica do Faurisson("revisionista" francês) de usar textos sem citar as notas que o livro contém que são comentários explicativos em cima do texto. Com uma simples checagem no arquivo original a pessoa encontra a omissão das notas, que claro, os "revis" não citam porque sabem que a maioria das pessoas não irá verificar quando ver um texto "rebuscado" demais ou mais longo.

As notas são acréscimos excenciais ou explicações adicionais em cima do texto do livro, omitidas pra dar a impressão de "estudo sério" do dito negacionista francês Faurisson, negacionista ou picareta, como queiram.

É dessa forma que os "revis" dizem que "revisam" a História, quando não distorcem algo escrito, deliberadamente omitem fontes ou inventam.

O trecho das memórias citado por "revis":

http://www.ihr.org/jhr/v07/v07p389_Faurisson.html
Do link do IHR: "At my first interrogation, evidence was obtained by beating me. I do not know what is in the record, although I signed it. Alcohol and the whip were too much for me. The whip was my own, which by chance had got into my wife's luggage. It had hardly ever touched my horse, far less the prisoners. Nevertheless, one of my interrogators was convinced that I had perpetually used it for flogging the prisoners."
Indo ao arquivo original do livro, a gente encontra algo 'a mais': as notas. Os trechos omitigos(as notas)pelos "revis" são destacados abaixo em vermelho, e são bastante importantes para a compreensão e validação do texto:
Livro: "At my first interrogation, evidence was obtained by beating me. I do not know what is in the record, although I signed it.

A typewritten document of eight pages, which Hoess signed at 2:30 a.m. on March 14, 1946. It does not differ substantially from what he later said or wrote in Nuremberg or Cracow.

Alcohol and the whip were too much for me."
Segunda parte onde o Faurisson omitiu a nota(em vermelho também):
IHR: "After some days I was taken to Minden-on-the-Weser, the main interrogation centre in the British Zone. There I received further rough treatment at the hands of the English public prosecutor, a major."

Livro: "After some days I was taken to Minden-on-the-Weser, the main interrogation center in the British Zone. There I received further rough treatment at the hands of the English public prosecutor, a major.

See page 16 of Lord Russell's Introduction for details of this interview.
"
Ou seja, o comentário sobre as notas e da importância delas, e que justamente por essa razão foram propositalmente omitidas pelo revimané(negacionista) francês, na primeira nota diz que Hoess assinou um documento de 8 páginas em 14 de março de 1946 que não diferia substancialmente do que ele disse ou escreveu mais tarde em Cracóvia e em Nuremberg (julgamento). Na segunda nota se pede pra que leiam a página 16 da introdução do livro feita pelo Lord Russell para detalhes desta entrevista. O arquivo está em inglês.

Conclusão: se alguém conhecer um "pesquisador"(entre aspas pra indicar que se trata de um picareta) que fica omitindo notas pra "ter razão" de forma falsa naquilo que lança como "tese", favor avisar.

Fica aqui mais um registro da forma como os ditos "revisionistas" do Holocausto(e considero o termo "revisionista" equivocado pois é usado pra confundir com revisionistas, sem aspas, até porque eles são de fato negacionistas) "revisam" a História da Segunda Guerra com intuito deliberado de negar fato histórico omitindo notas.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"Dr." Rudolf?

Outro ponto de similaridade entre negadores da evolução e negadores do Holocausto, embora talvez não tão forte quanto os outros, é o uso de credenciais fraudulentas.

Embora pareça que este fenômeno não é tão difundido entre os "revisionistas", houve dois notáveis exemplos. O primeiro é bastante categórico - Fred Leuchter se apresentou como sendo um engenheiro.

O segundo é mais interessante. Germar Rudolf não conseguiu receber um doutorado do Instituto Max Planck por Pesquisa do estado sólido. Aparentemente, a razão pra não deixá-lo defender sua dissertação foi política, mas mesmo que fosse, o fato é que ele não tem nenhum PhD.

É bem conhecido que Rudolf usou muitos pseudônimos durante sua carreira "revisionista". Embora o uso de pseudônimos não tenha importância geralmente, ele usou pseudônimos com doutorados, e mais tarde justificando isso dessa forma:
Na primavera e verão de 1992 fui chamado por vários advogados de defesa como uma testemunha especialista em vários julgamentos impostos aos revisionistas na Alemanha (ver a nota de rodapé 103 da brochura mencionada). Nestes julgamentos -- como em todos os julgamentos contra os revisionistas -- os juízes recusaram aceitar qualquer evidência apresentada pela defesa, incluindo todas as testemunhas especialistas. Tive que aprender que um químico (eu) estava sendo recusado porque não era um toxicologista e nem historiador, um engenheiro (Leuchter) sendo recusado porque não era nem químico e nem historiador, um historiador (Prof. Haverbeck) sendo recusado porque não era nem químico e nem um engenheiro. Minhas conclusões foram que alguém obviamente tinha que ser ao mesmo tempo um engenheiro, um químico, um toxicologista, um historiador e talvez ser um advogado para ser aceito como uma testemunha especialista na corte alemã. Com o processo legal sendo tão pervertido na Alemanha, decidimos burlar isso inventando uma pessoa com todas essas características, mas então demos conta que isto seria um tanto irreal, então dividimos aquela pessoa em várias.
Nenhuma desculpa dele por esta prática fraudulenta.

De qualquer forma, se você procurar no google por "Dr. Germar Rudolf" você conseguirá muitos hits. E que esta falsificação das credenciais de Rudolf pode ser deliberada está bem claro numa mensagem recente da Cesspit (ênfase minha):
Uma instituição que não identificarei (devido ao fato de anti-revisionistas lerem este tópico de discussão) está levantando dinheiro e como parte do esforço, elas estão vendendo tijolos nos quais pessoas podem ser inscritas com o nome ou algum dito.

Em homenagem às grandes contribuições ao Revisionismo que Germar Rudolf proporcionou aos caçadores da verdade em todo lugar, eu decidi comprar e dedicar um tijolo a ele.

Além do seu nome, eu também tive umas poucas linhas disponíveis onde pude incluir um curto dito.

Qualquer pessoa no tópico da discussão não faz a menor idéia de como é transmitir essa idéia junta.

Também, seria apropriado usar a palavra Dr. no título.

Eu também parti para comprar um tijolo para alguns outros revisionistas que se mobilizaram pela causa, em vida ou morte.
Esta pessoa obviamente sabe que Rudolf não é "Dr.", e já considera aplicar este título a ele de qualquer forma.

Atualização: heh, eles apenas não podem parar de cavar(e afundar). Citações(sugestões)para Rudolf.
"Para Dr Germar Rudolf,
preso por lutar contra
os falsos dogmas da nova religião"

("chamada 'holocau$to")
Atualização 2: e outra:
Tanto pelo Dr. título; pode não ser legal anunciá-lo como um doutor para o negócio, mas sinto que ele muito merece o título, então por que não adicionar o Dr. título. Além do mais, isso pode ajudar a acabar com suspeitas.

Que tal essa:
Dr. Germar Rudolf – por sua implacável procura pela verdade. Obrigado!
Atualização 3: como é costume pra Cesspit, quandouma postagem torna-se embaraçosa demais, ela desaparece. A primeira citação é de "vincentferrer", a segunda - de "kk", a terceira - de "Sushicotto".

Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/05/dr-rudolf.html
Tradução(português): Roberto Lucena

A seguir(mas isto só será tratado em 2009)... "cenas dos próximos capítulos"... Como a máscara nazista, ops, "revisionista", será desfraudada uma vez mais.

Um Raio-X das biografias e perfis dos principais(ou mais destacados ou 'cabeças' do "movimento") "gurus" "revisionistas", vulgo negadores do Holocausto, para servir de consulta pública e também para demonstrar o "quanto" são "pesquisadores e escritores de livros de História" os ditos "revisionistas" do Holocausto.

Esta história de fraudes credenciais de Germar Rudolf foi só um "pequeno" exemplo de como um legítimo "revi" costuma agir, numa espécie de vale tudo pela mentira e pela negação do Holocausto, para propagar suas mentiras e deturpações da História(e esse é um dos mais dedicados e destacados da tropa...).
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Encerramento de 2008.

Agradecendo a todos os falantes(ou não)do português(ao público lusófono em geral)que visitaram este espaço em 2008, e a todos os brasileiros que vivem em outros países e que também visitaram este espaço, felicidades a todos.

Feliz 2009 a todos. Happy New Year, Ein Gutes Neues Jahr, Feliz Año Nuevo, Bonne Année, Felice Anno Nuovo, 明けましておめでとうございます (akemashite omedetou gozaimasu), Gelukkig Nieuwjaar, Gelukkig Nieuwjaar, Szczęśliwego nowego roku, Bon any nou!!, Feliĉigan Novan Jaron, Laimingų Naujųjų Metų, Godt Nytår, Честита Нова Година, baxtalo nevo bersh, С Новым Годом (S novim godom).

Happy New Year for everyone, for whole world.

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