sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Os podres e as ligações da extrema-direita suíça, matéria do San Francisco Chronicle(EUA) de 2002

Investigação na suíça.
Suspeita de ligações financeiras entre neonazis anti-EUA com a al Qaeda
Jay Bushinsky, serviço estrangeiro do Chronicle

Terça, 12 de Março de 2002
(03-12) 04:00 PST Berna, Suíça -- Atendendo ordens do Presidente Bush, autoridades suíças estão investigando uma aliança entre extremistas islâmicos e neonazis europeus que tem alegadamente sido providos com apoio financeiro da rede al Qaeda de Osama bin Laden.

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Especialistas dizem que militantes islâmicos e movimentos de extrema-direita - uma coalizão que eles chamam de Terceira Posição(Third Position) - compartilham ódios em comum: em relação aos Estados Unidos e aos judeus.

"Extremistas tentam achar meios de pôr de lado suas diferenças e encontrar uma causa em comum," disse recentemente Rabbi Abraham Cooper do Centro Simon Wiesenthal.

A figura central da investigação é Ahmed Huber, um velho suíço de 74 anos convertido ao Islã que diz que o "Lobby Sionista de Israel controla o governo dos EUA e a mídia de massa e molda a política dos EUA."

A Nada Management, uma empresa de Berna de Huber que ajuda essas atividades de forma direta, foi a escolhida publicamente pelo Presidente Bush.

Huber, um sociável e franco ex-jornalista que passou três décadas cobrindo o Parlamento Suíço para um jornal socialista, é um forte apoiador do Partido Nacional Democrático(NPD)da Alemanha(partido neonazista alemão) e políticos de extrema-direita como Jean-Marie Le Pen da França.

Huber faz parte da comissão de diretores da Nada Management. Fundada por um nazista suíço e formalmente conhecida como Banco al Taqwa, a firma de consultoria e gestão é parte do grupo internacional al Taqwa, que os Estados Unidos acreditam ter um longo histórico como um consultor financeiro para a al Qaeda.

"Al Taqwa é uma associação de bancos multinacionais e firmas de gestão financeira que ajudam a al Qaeda a rotacionar o dinheiro ao redor do mundo," disse Bush em 7 de Novembro. O governo dos Estados Unidos congelou os bens de Huber e está pressionando o governo suíço a prendê-lo por seu alegado papel na rede de financiamento da al Qaeda.

Investigadores suíços dizem que as viagens de Huber ao circuíto de leitura muçulmano na Europa Ocidental e América do Norte o conduziu ao contato com seguidores de Bin Laden. Huber admitiu o encontro com associados do exílio Saudita, descrevendo-os como "discretos, bem-educados, pessoas muito inteligentes". Mas ele nega que a Nada Management subescreve atividades da al Qaeda.

Durante uma entrevista em seu estudo, alinhou livros e retratos e fotografias de Adolf Hitler, Richard Wagner, Aiatolá Khomeini, Haj Amin al- Husseini (o Grande Mufti de Jerusalém) e o egípcio Gamal Abdel Nasser, Huber expressou suas visões para o correspondente do Chronicle.

"Os EUA são aliados de 15 milhões de judeus contra 1.3 bilhões de muçulmanos; é aliado de 5 milhões de israelitas contra 200 milhões de árabes", disse ele. "Nós traremos abaixo o lobby de Israel e mudaremos a política externa. Nós faremos isso na América. Quando acontecer você entenderá."

Huber minimiza seu papel na comissão de diretores da Nada Management, dizendo que ele é um acionista minotário que recebe apenas $1,500(dólares) anualmente em compensação. Ele diz que os patrocinadores da empresa são em sua maioria ricos muçulmanos da Malásia e Estados do Golfo Pérsico que se especializam em projetos de "benefícios a países do Terceiro Mundo -- como novas estradas, clínicas, desenvolvimento de agricultura."

Mas Hansjuerg Mark Wiedmer, um portavoz de um procurador suíço, discorda. Seu escritório tem investigado as atividades da Nada Management na Suíça, Alemanha e Estados Unidos nos últimos seis meses.

"Não há quaisques indicações de que a al Taqwa poderia tenha estado a financiar a al Qaeda," diz ele. "Desde o 11 de Setembro, nós temos estado a procurar conexões criminosas. Nós temos estado em seu rastro desde antes mas não temos evidência suficiente para abrir processos criminais. Isto tem mudado."

Wiedmer diz que os dados que ele juntou tem sido fornecidos às autoridades dos EUA, mas especificou que se as acusações forem eventualmente comprovadas, os "acusados" serão julgados numa corte Suíça.

Três outros membros da comissão de diretores da Nada Management também foram interrogados pelas autoridades suíças, italianas e norte-americanas: Youssef Nada, um expatriado egípcio que tem cidadania italiana; Ali Himmat, um nacional sírio; e Mohamed Mansour, um residente de Zurique.

Nada vive em Campione d'Italia, uma pequeno enclave italiano e refúgio fiscal próximo ao sul da cidade Suíça de Lugano. Três meses atrás, a polícia de Campione vasculhou o escritório local da Nada Management e confiscou gravações e documentos.

A diretoria da Nada Management recebe assistência da comunidade de acadêmicos islâmicos encabeçada pelo Xeque Youssef al-Qaradawi, um egípcio ligado ao grupo fora-da-lei em seu país, a Irmandade Muçulmana. As proposições do comitê é de ter certeza de Nada segue a doutrina islâmica e também de banir taxas de juros.

O inimigo suíço de longa data de Huber é Jean-Claude Buhrer, um correspondente do proeminente diário francês Le Monde. Buhrer recentemente citou uma coluna publicada em Morgenstern, um jornal lido por ex-membros sobreviventes do tempo de guerra na Alemanha das Waffen-SS, no qual Huber diz que muçulmanos e nazistas estavam envolvidos na mesma luta.

"Isto é equivalente a um casamento entre a suástica e o crescente (Islâmico)," escreveu Buhrer.

Buhrer também atacou Huber por negar o escopo do Holocausto executado pelos nazistas e por ser um discípulo de fé de Francois Genoud, um advogado suíço que bancou Hitler e serviu como agente alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois da guerra, Genoud subescreveu a organização clandestina Odessa, que, de acordo com o famoso caçador de nazistas Simon Wiesenthal, possibilitou que notórios fugitivos nazistas como Adolf Eichmann, Alois Brunner e Klaus Barbie escapassem para a América do Sul e o Oriente Médio.

Autoridades acreditam que Genoud fundou o Banco al Taqwa e alocou seus recurços para apoiar terroristas internacionais tais como Vladimir Ilich Ramirez, Carlos o Chacal, e Bin Laden.

Genoud cometeu suícidio em 1996, logo após líderes judaicos e oficiais de bancos suíços anunciarem um acordo sem precedentes para abrirem uma comissão para examinar o banco secreto e arquivos de governo para pesquisar fundos depositados na Suíça por vítimas do Holocausto, de acordo com Buhrer.

Ao longo dos anos, Genoud pagou o advogado francês Jacques Verges para defender Ramirez e Barbie e também cobriu as despesas legais de Eichmann antes de ir à corte isralense em 1961. Ele também bancou o exílio prolongado de Khomeini na França quando o Irã era governado pelo Xá Mohammed Reza Pahlavi.

A admiração de Genoud por Khomeini é compartilhada por Huber. "'Ele era um homem fantástico," disse Huber.

Este artigo apareceu na página A - 12 do San Francisco Chronicle

Fonte: San Francisco Chronicle
http://www.sfgate.com/cgi-bin/article.cgi?file=/chronicle/archive/2002/03/12/MN192483.DTL

Infos adicionais, Spiegel(Alemanha), neonazistas na Suíça:
https://www.spiegel.de/international/0,1518,grossbild-925029-495943,00.html

Tradução minha, matéria de 2002 de um jornal tradicional dos EUA, o San Francisco Chronicle. Parece que não mudou muita coisa de lá pra cá no "cárater" da extrema-direita suíça(a bem da verdade é que toda extrema-direita se parece em quase todo p mundo, pra não isolar esse caso, o problema é quando isto começa a fazer parte ativa politicamente de um Estado). Pelo visto a extrema-direita xenofóbica na Suíça vive livre e feliz naquele país, parece que não houve um processo forte de 'desnazistificação' das posições ou de rejeição a este tipo de grupo deletério e racista, lamentavelmente.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sigla marcada em brasileira agredida na Suíça faz alusão a partido xenófobo

Sigla marcada em brasileira agredida na Suíça faz alusão a partido xenófobo

SVP é sigla do Centro da União Democrática (chamado UDC em francês).
Partido se proclama o o primeiro partido do país em número de eleitores.

Do G1, em São Paulo

Pôster do partido UDC mostra ovelhas brancas expulsando uma ovelha negra do território suíço (Foto: Reprodução)

Segundo a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitoria Cleaver, a sigla SVP, que foi marcada na pele da advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, durante agressão na Suíça, se refere a um dos principais partidos políticos suíços. O Centro da União Democrática (em livre tradução, chamado UDC em francês) se proclama o primeiro partido da Suíça em número de eleitores. São mais de 90 mil membros, segundo o site do grupo na internet, e um total de 29% do eleitorado.

"Uma facção do partido tem uma posição muito dura em relação à questão da imigração. Um grupo era contrário ao referendo (que pode dar mais abertura a imigrantes no país). Acham que tem com o aumento da imigração tem trazido mais problemas, mais concorrência e piora no serviço de saúde e na criminalidade", disse ela em entrevista à Globo News.

No domingo, quase 60% da população foi favorável à abertura do país para mais dois países. Antes eram 25 e agora romenos e búlgaros também terão livre acesso à Suíça como integrantes da comunidade europeia. Assim, terão os mesmos direitos de trabalho.

Xenofobia

Considerado populista e xenófobo, o partido venceu as eleições federais realizadas no final de 2007 no país ao obter um resultado melhor que o esperado nas pesquisas, o que intensificou o debate sobre a continuidade do sistema de governo colegiado no país. Segundo analistas políticos a alta do partido extremista mostra vontade de ruptura frente aos partidos tradicionais suíços, o Socialista, que sofreu a maior queda, e os de centro-direita PRD e PDC.

Durante a campanha, um polêmico cartaz do SVP mostrava bem as posições políticas do partido. A imagem trazia três ovelhas brancas sobre uma bandeira da Suíça, enquanto uma ovelha negra era chutada para fora do espaço. Abaixo disso, a frase "Para criar segurança".

O cartaz foi associado a projetos contra a imigração no país e a campanha foi rejeitada por partidos mais moderados do país na época, que a consideraram racista. Ele abriu espaço para questionamentos sobre a "neutralidade" muitas vezes associada à Suíça.

Agressão

A advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, foi agredida por três homens brancos, com cabelo raspados, na noite de segunda-feira (9) em Dubendorf, cidade que fica perto de Zurique. Grávida de gêmeos havia três meses, ela acabou perdendo as crianças e sofreu cortes em todas as partes do corpo.

Segundo relatos que fez para o pai, ela havia acabado de sair do trem e ia em direção para a casa onde reside com o companheiro, Marco Trepp, quando, segundo ela, foi surpreendida por três homens, aparentemente neonazistas.

“Deram socos, chutaram e a cortaram com estiletes no corpo inteiro e até fizeram a sigla SVP nas pernas”, afirmou Paulo Oliveira por telefone, de Zurique, ao G1. “Eles tinham suásticas na cabeça”, informou ele.

Paulo Oliveira, que é secretário parlamentar, foi avisado por ela, por telefone, sobre o ocorrido na madrugada de terça-feira (10), pelo horário de Brasília. Em seguida, avisou ao deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE), para quem trabalha, e também o senador Marco Maciel (DEM-PE) e pegou o primeiro voo em direção a Zurique, juntamente com a mãe de Paula, Geni.

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL998009-5602,00.html

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Antichavistas podem estar por trás do ataque à sinagoga na Venezuela

Venezuela: Detidos sete polícias e quatro civis suspeitos de vandalização da sinagoga de Caracas

Caracas, 09 Fev (Lusa) - As autoridades venezuelanas anunciaram no domingo terem detido onze pessoas, entre as quais sete polícias, suspeitas de terem vandalizado a sinagoga de Caracas, numa manifestação de anti-semitismo.

O gabinete do procurador-geral venezuelano informou que um agente da força policial de investigação federal e um dos seguranças da sinagoga estavam entre os 11 suspeitos detidos que hoje serão presentes a tribunal.

Elias Farache, presidente da Associação Venezuelano-Israelita aplaudiu as autoridades pela resposta rápida ao ataque à sinagoga.

"Agradecemos às autoridades a rápida detenção dos suspeitos", disse numa entrevista telefónica. "Queremos também agradecer a todos os que nos manifestaram a sua solidariedade."

A 30 de Janeiro, cerca de 15 pessoas dominaram pela força os dois seguranças da Sinagoga Tiferet Israel, destruindo objectos religiosos e escrevendo nas paredes "Judeus, vão-se embora". Foi também roubada uma base de dados de computador com nomes e moradas.

O Presidente Hugo Chávez condenou o ataque e prometeu à comunidade judia da Venezuela, que conta cerca de 15 mil membros, que os responsáveis seriam presentes à justiça.

Líderes judeus venezuelanos e internacionais consideraram que os ataques verbais feitos por Chávez à intervenção israelita na Faixa de Gaza terão estimulado a acção violenta contra a sinagoga.

Fonte: Lusa
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/496722

Detidos 11 suspeitos do ataque à sinagoga de Caracas

(Foto)Todos os suspeitos foram formalmente acusados da violação do templo e enviados a um juiz de instrução criminal

As autoridades venezuelanas detiveram 11 pessoas suspeitas de envolvimento no ataque à sinagoga de Caracas, no fim de Janeiro. A invasão do templo suscitou protestos de Telavive e da comunidade judaica nacional e internacional.

Os detidos são um detective, cinco oficiais da polícia metropolitana e um inspector-adjunto da polícia da capital, e ainda quatro polícias, informou o procurador local. As prisões foram feitas sábado e domingo de manhã em vários bairros da metrópole.

Todos os suspeitos foram formalmente acusados da violação do templo e enviados a um juiz de instrução criminal. Não foi adiantada a identidade de qualquer deles, sabendo-se apenas, de acordo com o diário El Universal, que a operação foi dirigida pelo detective.

Foi na noite de 30 para 31 de Janeiro. Um grupo entrou na sinagoga, destruiu objectos de culto e pintou nas paredes slogans como “Fora os judeus”, “Israel, maldito” ou “assassinos”. As autoridades israelitas e várias associações judaicas protestaram pelo carácter "anti-semita" do episódio.

O ataque seguiu-se ao corte de relações entre a Venezuela e Israel, que retaliou da mesma maneira, na sequência da invasão israelita da Faixa de Gaza, que o Presidente venezuelano Hugo Chávez considerou um acto de “genocídio".

Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1364490&idCanal=11

domingo, 8 de fevereiro de 2009

França condena novas provocações do bispo sobre Holocausto

Dirigentes do Governo e da oposição na França coincidiram neste domingo ao tachar de "inaceitáveis" as novas declarações do polêmico bispo Richard Williamson, que disse que não pensa em se retratar de sua negação do Holocausto.

"Aconselho a ele que vá a Yad Vashem (o Museu da História do Holocausto de Jerusalém) e veremos depois o que vai dizer", declarou hoje o ministro francês encarregado do plano de relançamento econômico, Patrick Devedjian, em alusão às últimas provocações do bispo.

O ministro ressaltou ainda que não concordava com a decisão do papa Bento XVI de revogar a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros quatro bispos seguidores do ultraconservador Marcel Lefebvre.

A líder da oposição na França, a número um do Partido Socialista (PS), Martine Aubry, condenou as novas e "infames" declarações do bispo, ao considerar que representam uma injúria "não só para todos os judeus, mas também para a consciência humana".

Aubry também descorda da decisão do papa e afirma, em comunicado, que seu partido se une "a todos aqueles que desejam decisões para frear esta situação que provoca tanto sofrimento moral".

Em uma entrevista que será publicada pela revista alemã "Der Spiegel" em sua edição da próxima semana, Williamson diz que, antes de se retratar, tem de revisar as provas históricas do Holocausto.

"Se encontrar provas me corrigirei, mas para isso vou precisar de mais tempo", acrescentou.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3501588-EI312,00-Franca+condena+novas+provocacoes+do+bispo+sobre+Holocausto.html

Bispo diz que nao vai retirar negação de Holocausto

Marcia Carmo
De Buenos Aires para a BBC Brasil

Richard Williamson disse que se encontrar provas vai se 'corrigir'.

O bispo britânico Richard Williamson, que integra uma ala conservadora e dissidente da Igreja Católica, disse que apesar do pedido do papa Bento 16 não pretende se retratar de sua negação sobre o Holocausto e uso de câmaras de gás que mataram milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Williamson é bispo da Fraternidade Sacerdotal Pio X - fundada em 1969 pelo bispo francês dissidente Marcel Lefebvre -, dirige um seminário e realiza missas na localidade de La Reja, na província de Buenos Aires desde 2003.

Em declarações à revista alemã Der Spiegel, que chega às bancas na semana que vem, ele afirmou que antes de se retratar, tem de rever as provas históricas. "Se encontro provas, me corrigirei, mas isso precisa de tempo", disse Williamson.

Suas declarações à publicação alemã foram reproduzidas neste sábado pelos principais jornais da Argentina - Clarin e La Nación - em suas edições online.

Williamson gerou polêmicas internacionais ao negar a existência do holocausto durante uma entrevista a uma emissora de televisão sueca.

Suas declarações foram feitas dias antes do anúncio no mês passado de que o Papa suspenderia sua excomunhão e de outros três bispos da mesma congregação.

Eles tinham sido excomungados em 1998 por terem sido nomeados bispos por Lefebvre sem a autorização do papa João Paulo 2º.

As afirmações de Williamson e a intenção do papa Bento 16 levaram o governo de Israel a divulgar um comunicado afirmando que a "reincorporação de um bispo que nega (o holocausto) é uma ofensa para todos os judeus, Israel e o mundo, e uma ofensa à memória das vítimas e sobreviventes do holocausto".

No comunicado, o governo de Israel diz que espera que o Vaticano se "separe" de todos os que negaram o Holocausto e de "Williamson em particular".

A iniciativa do papa também gerou críticas de diferentes rabinos e levou a chanceler alemã, Angela Merkel, a pedir publicamente que Bento 16 deixasse "claro" que "não tolera" a negação do Holocausto.

Pouco depois, na última quarta-feira, o Papa pediu que Williamson se "retratasse de maneira clara e pública" para ter o direito de exercer a função de sacerdote da Igreja Católica.

Desde então, havia a expectativa na Argentina, na Itália e na Alemanha, entre outros países, por declarações de Williamson.

De acordo com os sites argentinos, que reproduziram trechos da entrevista à revista alemã, Williamson também teria sido crítico sobre a ideia da validade universal dos direitos humanos.

"Onde os direitos humanos são vistos como objetivo que o Estado tem de impôr, acaba se chegando sempre a uma política anti-cristã", disse.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/02/090207_bispoholocausto_aw.shtml

Comentário: destacando trecho "Em declarações à revista alemã Der Spiegel, que chega às bancas na semana que vem, ele afirmou que antes de se retratar, tem de rever as provas históricas. "Se encontro provas, me corrigirei, mas isso precisa de tempo", disse Williamson.".

Em qualquer livro acadêmico(por acadêmico entender que se trata de livros não produzidos por pseudo-historiadores que dizem fazer "revisão" do Holocausto ignorando toda a metodologia histórica ou militante político vestido de "historiador"), toda a narrativa é/foi feita em cima de provas históricas, documentos, etc. Números, ou mais precisamente, estimativas não são feitas 'a base de chute'(ver os dois artigos sobre vítimas não-judias no Holocausto, parte 1 e parte 2).

Observação: explicando novamente os termos, entender a expressão 'a base de chute' no caso dos "revisionistas" como algo como "nós negamos tudo apesar de nunca provarmos nada e não ter metodologia alguma pra questionar números e estimativas a não ser disseminar mentiras e negar um fato histórico amplamente documentado". Mas a expressão também pode vir a ser adaptada pra descreer o comportamento dos "revoltados" de ocasião na internet e fora dela que "num lindo dia acordei com uma vontade tremenda de bancar o malvadão e pra chocar as pessoas resolvi dizer um monte de absurdos e bobagens sem ter a mínima ideia do que dizia ou apenas repeti o que li em sites neonazistas/antissemitas na internet que negam o Holocausto".

Se o Sr. Williamson faz declarações públicas que reproduzem todo o festival propagandístico de extrema-direita pró-nazi que nega Holocausto, não há "pesquisa" neste caso que dê jeito a suposta "ignorância" dele, digo suposta pois é praticamente impossível que uma pessoa com a formação dele desconheça o Holocausto e repeta "inconscientemente" discursos de grupos de extrema-direita sem ter pleno conhecimento prévio disto e plena afinidade ideológica com este tipo de discurso ou grupo.

A manifestação do Sr. Williamson é antes de tudo uma tomada de decisão política e afinidade ideológica com a extrema-direita de cunho fascista. A negação do Holocausto é uma ideologia propagada principalmente por grupos de extrema-direita na Europa e nos EUA(e também na América do Sul)para negar crimes de guerra nazistas e com isso facilitar o caminho para a ascensão ou retorno de políticas antissemitas/racistas propagados por grupos de extrema-direita.

No caso recente de mais um capítulo do conflito Israel-Palestina, grupos de extrema-esquerda na internet repetiram também as ladainhas já professadas por grupos de extrema-direita como suposta "arma política"(segundo umaa "concepção" distorcida e racista)de ataque ao Estado de Israel e com isso ferindo a memória das vítimas do Holocausto e do regime nazista como um todo.

Vê-se neste episódio a escalada política do extremismo, da irracionalidade, de um obscurantismo religioso fanático e do cinismo.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Sarkozy chama de 'inadmissível' negação do Holocausto por Williamson

PARIS (AFP) - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou nesta quinta-feira "incríveis, chocantes e inadmissíveis" as declarações do bispo integrista Richard Williamson, reintegrado à Igreja recentemente pelo Papa Bento XVI, nas quais negou o Holocausto.

"É inadmissível que, no século XXI, se possa encontrar alguém que se atreva a pôr em dúvida as câmaras de gás, o Holocausto e o martírio dos judeus", disse Sarkozy, em uma entrevista.

"Quando, além disso, esse homem que põe isso em dúvida se considera um pastor, não no sentido protestante, mas no evangélico, é ainda mais chocante", acrescentou.

"Francamente, não tenho vontade de conhecer esse senhor", concluiu.

Fonte: AFP/Yahoo!
http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090205/mundo/fran__a_vaticano_judeus

Crise no Vaticano continua, Lefebvriano diz que Concílio Vaticano II foi uma "heresia"

Lefebvriano diz que Concílio Vaticano II foi uma "heresia"

Cidade do Vaticano, 6 fev (EFE).- O chefe dos lefebvrianos no nordeste da Itália, o sacerdote Floriano Abrahamowicz, desafiou a exigência da Santa Sé de que o Concílio Vaticano II seja reconhecido pelo grupo ao afirmar que ele "é uma heresia, uma droga".

"O Concílio Vaticano II foi pior que uma heresia, já que significa tomar uma parte da verdade, fazê-la absoluta e negar o resto. Nesse contexto digo que foi uma droga, a maior", afirmou o sacerdote tradicionalista em declarações ao canal de televisão "Canale Italia".

Dois dias depois de o Vaticano ter endurecido sua postura com os lefebvrianos e ter exigido deles que aceitem o concílio para readmiti-los, e que o bispo que negou o Holocausto se retrate publicamente, as declarações de Abrahamowicz são vistas por observadores do Vaticano como um "desafio aberto" dos tradicionalistas ao papa e à Santa Sé.

Estas declarações foram conhecidas ao mesmo tempo em que - segundo publicou ontem o semanário alemão "Kolner Stadt Anzeiger" - o superior da Fraternidade São Pio X, Bernard Fellay, deve ordenar novos sacerdotes.

Fellay - um dos quatro bispos aos quais o papa retirou a excomunhão -, segundo o meio alemão citado pelos italianos, já teria ordenado vários diáconos.

Embora Fellay já não esteja excomungado, o Vaticano disse há dois dias que tanto ele como os outros três prelados ordenados em 1988 pelo arcebispo Marcel Lefebvre, que causou um cisma na Igreja, continuam suspensos "a divinis" (não podem celebrar missa, nem administrar os sacramentos, nem fazer sermões).

Segundo os observadores vaticanos, as novas manifestações de Abrahamowicz, unidas ao fato de que o bispo Richard Williamson - que negou o Holocausto - ainda não se tenha retratado publicamente como lhe exigiu o papa e as eventuais novas ordenações representam um "forte obstáculo" no caminho para o retorno dos lefebvrianos ao redil.

Fontes vaticanas, por sua parte, não descartam que detrás dessas manifestações se esconda "o desejo" de uma parte dos tradicionalistas de boicotar o retorno à Igreja Católica Apostólica Romana.

Abrahamowicz surgiu na opinião pública no dia 29 de janeiro ao relançar as teses revisionistas sobre o Holocausto feita pelo bispo Williamson ao assegurar que a única coisa segura em relação às câmaras de gás é que foram usadas para desinfetar.

"Não sei se as vítimas morreram pelo gás ou por outros motivos. Não o sei, de verdade. Sei que as câmaras de gás existiram pelo menos para desinfetar, mas não sei dizer se também mataram ou não, já que não aprofundei sobre o tema", disse o sacerdote a um jornal italiano.

Williamson, por sua vez, afirmou que não existiram as câmaras de gás e que apenas cerca de 300.000 judeus e não seis milhões morreram nos campos de concentração nazistas, mas nenhum por gás, o que deixa a situação em pé de guerra com a comunidade judaica, levantando vários protestos de políticos famosos e obrigando o papa a reiterar sua condenação ao Holocausto e aos que o negam. EFE

Fonte: EFE/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL990015-5602,00-LEFEBVRIANO+DIZ+QUE+CONCILIO+VATICANO+II+FOI+UMA+HERESIA.html

Foto: Vaticano, Concílio Vaticano II(1962-1965)

Crise no Vaticano longe do fim, líder italiano da seita de Marcel Lefebvre nega o Holocausto

Sacerdote lefebvriano diz que câmaras de gás foram usadas para desinfetar

Cidade do Vaticano, 29 jan (EFE).- O líder dos lefebvrianos no nordeste da Itália, o sacerdote Floriano Abrahamowicz, voltou a defender hoje as teses revisionistas sobre o Holocausto ao afirmar que a "única coisa certa sobre as câmaras de gás é que foram usadas para desinfetar".

Em meio à polêmica causada pelo bispo britânico Richard Williamson, que acabou de ter sua excomunhão revogada, Abrahamowicz disse hoje ao jornal "La Tribuna" que "junto com a versão oficial (sobre o número de mortos) existe outra baseada nas observações dos primeiros técnicos aliados que entraram nos campos (de extermínio)".

"Não sei se as vítimas morreram pelo gás ou por outros motivos. Não sei, de verdade. Sei que as câmaras de gás existiram pelo menos para desinfetar, mas não sei dizer se também mataram ou não, pois não me aprofundei sobre o tema", declarou.

Sobre a afirmação de terem sido seis milhões os mortos pelos nazistas, o sacerdote disse que "não a coloca em dúvida", que basta que uma pessoa seja assassinada injustamente que já é demais, "é como dizer que um é igual a seis milhões".

"Falar de números não muda nada com relação à essência do genocídio, que é sempre um exagero", acrescentou o sacerdote, que afirmou que estes números "derivam do que o chefe da comunidade judaica alemã disse às tropas anglo-americanas após a libertação".

Segundo ele, o chefe judeu "soltou um número no meio do ardor". O padre se perguntou "como podia saber este número".

Abrahamowicz acrescentou que a crítica que pode ser feita é "sobre o modo como foi administrada a tragédia do Holocausto, à qual se deu uma supremacia em relação a outros genocídios".

"Caso o monsenhor Williamson tivesse negado o genocídio de 1,2 milhão de armênios por turcos os jornais não teriam falado como estão fazendo", declarou Abrahamowicz, que citou também "a ordem dada por Winston Churchill de bombardear Dresden (Alemanha) com fósforo". EFE

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL977441-5602,00-SACERDOTE+LEFEBVRIANO+DIZ+QUE+CAMARAS+DE+GAS+FORAM+USADAS+PARA+DESINFETAR.html

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Porque teorias de conspiração são auto-ridicularizáveis

Nenhuma teoria de conspiração poderá explicar porque os conspiradores deixam pra trás as pistas para que o teórico de conspiração a detecte. Os conspiradores teriam supostamente o poder de fabricar qualquer evidência que eles quisessem - num padrão que enganasse gerações inteiras de historiadores, advogados, jornalistas e assim por diante - e fazer com que os perpetradores 'corroborarem' esta evidência fabricada, já que eles cometeram erros elementares em suas narrativas tais como ter uma arma letal 'cientificamente impossível' e testemunho ocular contraditório. Como os conspiradores podem ter habilidades super-humanas para controlar todas as variáveis na produção e disseminação de evidência - sem que a conspiração nunca sofra quaisquer vazamentos - já que seria incapaz de impedir os furos no desenvolvimento da narrativa que apenas o teórico de conspiração pode ver?

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/01/why-conspiracy-theories-are-self.html
Tradução: Roberto Lucena

Comentário: qualquer semelhança do que foi descrito acima sobre "teorias de conspiração" com o "revisionismo" do Holocausto(ou negação) não é mera coincidência.

Moonbat Wants You

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Breve aviso, sobre a parte de "comentários no blog"

Foi enviado um e-mail para o e-mail do blog(que se encontra no canto direito dele)perguntando do porquê de não haver 'comentários no blog'. Desde a última segunda-feira à noite que os comentários(pelo blogger.com)foram ativados mas os mesmos não aparecem. Foi discutida a questão e foi visto que não haveria problema em ativar os comentários. Para não precisar ser enviado mais um e-mail comunicando a razão do "problema" de não ter comentários(para quem fez esta pergunta), os mesmos não aparecem por contado blogger.com. Em caso de continuar a não aparecer os comentários será visto se é possível adicionar outro sistema de comentários ao blog.

O problema que surge disto já que nunca houve intenção de se abrir sistema de comentários no site é de que a questão de "haver ou não haver comentários" não pode ou não poderá em hipótese alguma sobrecarregar a função do site que não é de discussão, como ocorre na maioria dos blogs de esportes, entretenimento, etc, e sim de informativo e de repasse de textos sobre o Holocausto(documentos, traduções) pro público falante do idioma português ou a quem conseguir acompanhar o que é postado neste idioma(só a título de curiosidade, há pessoas falantes de outros idiomas que conseguem ler ou entender o que é escrito em português, como o espanhol, galego, etc).

Isto não impede e nem nunca impediu de que textos de outros sites sejam discutidos, citados ou refutados neste espaço, mas um ponto precisa ser frisado: o ritmo ou o andar do site é ditado ou pautado pelos postantes do blog e jamais por sugestões ou regras de "revisionistas".

A todos os que acompanham o site, uma boa noite.

Roberto

Caçada a nazistas fugitivos chega ao fim

"Dr. Morte" é declarado morto e caçada a nazistas termina

A última grande caçada a oficiais nazistas terminou. Segundo informações publicadas nesta quinta pelo jornal britânico The Times, o oficial da SS Aribert Heim, conhecido como "Dr. Morte" morreu no Cairo, Egito, em 1992, depois de ter se convertido ao islamismo. Acreditava-se que Heim pudesse ainda estar vivo, morando na Patagônia, no extremo sul da América do Sul, perto de onde sua filha vive, na cidade chilena de Puerto Montt.

Heim, que teria 94 anos se estivesse vivo, foi médico em campos de concentração e responsável pela morte de centenas de prisioneiros ao injetar veneno ou petróleo nos seus corações. Ele era o número dois da lista dos nazistas "mais procurados". O número um era Alois Brunner, o principal assistente de Adolf Eischmann, o qual também estaria morto, segundo Efraim Zuroff, líder da caçada por nazistas, do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles.

Segundo a televisão alemã ZDF, Heim, que morreu de câncer, estava sob a identidade falsa de Tarek Farid Hussein. Uma pasta contendo documentos seus (como um passaporte egípcio, um formulário para permissão de residência, recibos bancários, cartas pessoais e documentos médicos) foi encontrada no quarto de hotel onde ele vivia. Um dos papéis informava que a data de nascimento de Tarek era a mesma de Heim, 28 de junho.

Os experimentos científicos de Heim foram comparados aos de Josef Mengele, o "Anjo da Morte" do campo de concentração de Auschwitz, que morreu no Brasil em 1979. O corpo do médico foi enterrado em um hospital pobre do Cairo, onde as covas são reutilizadas várias vezes com o passar dos anos, o que diminui as chances de os restos de Heim serem encontrados.

Fonte: Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3494912-EI8142,00-Dr+Morte+e+declarado+morto+e+cacada+a+nazistas+termina.html

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

ZDF revela que médico nazi fugitivo está morto desde 1992

Aribert Heim, um dos criminosos do regime nazi mais procurados do mundo, conseguiu mesmo escapar à justiça. Segundo a televisão alemã, o médico que utilizou cobaias humanas em experiências clínicas morreu em 1992 no Egito.

Heim, mais conhecido por 'Doutor Morte', viveu durante décadas no Cairo, onde se converteu ao Islão, revelou esta quarta-feira a ZDF, que encontrou o seu passaporte e outros documentos pessoais num hotel onde o criminoso nazi terá morado.

O falecimento de Heim é confirmado por várias testemunhas e pelo filho do médico que sacrificou um número indeterminado de pessoas durante experiências clínicias realizadas no campo de concentração austríaco de Mauthausen.

Segundo relatos de um sobrevivente, Heim injectou água, veneno, petróleo e outras substâncias no coração de vários prisioneiros, para estudar a sua morte. Terá ainda mutilado, decapitado e mergulhado em água a ferver várias vítimas.

Depois da Segunda Guerra Mundial, Heim viveu na Alemanha Ocidental, até a polícia o ter identificado como o 'Doutor Morte', em 1962. O médico desapareceu então para nunca mais ser visto pelas autoridades.

Chegou a especular-se que Heim vivia no Chile, em Espanha, nos Balcãs, ou que viveu no Canadá até ter sido assassinado por militantes anti-fascistas.

Sabe-se agora que morreu no Cairo, em 1992, vítima de cancro. Usava o nome de Tarek Hussein Farid, e professava então a fé islâmica.

Citado pela Associated Press, o 'caçador' de fugitivos nazis Efraim Zuroff disse esperar pela confirmação oficial da notícia, que admitiu poder ser «arrasadora» para as vítimas dos crimes da Alemanha de Adolf Hitler.

Fonte: SOL com agências
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=125257&tab=community

Vaticano exige que bispo se retrate sobre negação do Holocausto

Cidade do Vaticano, 4 fev (EFE).- O Vaticano exigiu hoje que o bispo Richard Williamson se retrate de maneira "inequívoca e pública" de sua negação do Holocausto para poder exercer como prelado da Igreja Católica.

Além disso, pediu a Williamson e aos outros três bispos que recentemente o papa suspendeu a excomunhão que aceitem o Concílio Vaticano II, e sublinhou que Bento XVI desconhecia a posição negacionista do prelado britânico.

Uma semana depois de o papa reiterar sua condenação ao Holocausto e aos que o negam, o que foi considerado insuficiente por destacados rabinos judeus e políticos europeus, o Vaticano divulgou hoje um comunicado com o objetivo de encerrar o caso da suspensão da excomunhão de quatro bispos tradicionalistas.

Williamson, de 68 anos, negou o Holocausto e a existência das câmaras de gás e, após os protestos, se limitou a pedir desculpas ao pontífice.

Hoje, a Secretaria de Estado exigiu a Williamson que se retrate "publicamente" de suas posições sobre a Shoah se quiser exercer como prelado dentro da Igreja Católica.

"A postura de Williamson sobre o Holocausto é absolutamente inaceitável, e firmemente rejeitada pelo papa. O bispo, para ser admitido nas funções episcopais na Igreja, terá de se retratar de maneira absolutamente inequívoca e pública", precisou a nota.

O Vaticano ressaltou que quando reabilitou o prelado britânico conhecido por suas posições anti-semitas, Bento XVI "não conhecia" sua posição sobre o Holocausto.

Sobre o processo da reabilitação dos quatro prelados e a situação atual da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X, fundada pelo arcebispo tradicionalista Marcel Lefebvre, o Vaticano ressaltou que a revogação da excomunhão representa apenas a "abertura de uma porta para o diálogo".

Os quatro bispos foram excomungados depois de ser ordenados de maneira ilegítima em 1988 por Lefebvre, que nunca reconheceu o Concílio Vaticano II, o que provocou um cisma na Igreja Católica Apostólica Romana.

A suspensão da excomunhão destes prelados, acrescentou o Vaticano, "não significa" que a situação jurídica da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X tenha mudado.

"Os quatro bispos não têm uma função canônica e não exercem legitimamente pelo Ministério. Isso significa que eles não podem celebrar missas, administrar os sacramentos ou predicar", disse o Vaticano.

"Para um futuro reconhecimento da Fraternidade Sacerdotal de S. Pio X é condição indispensável a plena aceitação do Concílio Vaticano II e dos magistérios dos papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI", segundo exigiu o Vaticano.

Com estas exigências, a Secretaria de Estado vaticana quer transmitir "tranquilidade" aos setores da Igreja que temiam que a decisão de Bento XVI representasse "um passo atrás", segundo assinalaram à Agência Efe fontes eclesiais.

Os tradicionalistas continuam sem aceitar o Concílio Vaticano II desde o cisma de 1988, e qualificam de "destrutivas" as reformas surgidas dele.

Durante estes 21 anos, tanto João Paulo II como Bento XVI tentaram se aproximar dos tradicionalistas para que retornassem à obediência oficial da Igreja.

No entanto, os tradicionalistas mantêm suas "reservas" sobre o Vaticano II, apesar de agradecerem por algumas iniciativas do papa, como voltar a celebrar a missa em latim.

Da EFE
Juan Lara.

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL986789-5602,00-VATICANO+EXIGE+QUE+BISPO+SE+RETRATE+SOBRE+NEGACAO+DO+HOLOCAUSTO.html

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Merkel pressiona Papa sobre questão do Holocausto

Merkel pressiona Papa Bento XVI

A chanceler alemã, Angela Merkel, quebrou o silêncio que geralmente mantém sobre questões religiosas e exigiu ontem ao Papa Bento XVI que esclareça, de uma vez por todas, que o Vaticano não pactua com a negação do Holocausto.

04 Fevereiro 2009
Por:F. J. Gonçalves com agências

A intervenção da chefe de governo acontece enquanto alastram as críticas ao Papa por ter reabilitado quatro bispos excomungados, um dos quais, o britânico Richard Williams, nega que milhões de judeus tenham sido assassinados pela Alemanha nazi.

Filha de um pastor protestante, Merkel explicou o porquê de comentar assuntos da Igreja Católica: "Penso que se trata de uma questão fundamental, que é saber se, graças a uma decisão do Vaticano, alastra a sensação de que o Holocausto pode ser negado." Por isso exigiu ao Papa "que torne claro que não pode ser assim e que deve haver relações positivas com o judaísmo".

Em resposta, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse apenas que sobre a negação do Holocausto a posição do Papa "não podia ser mais clara".

Na semana passada o Conselho Central Judaico alemão cortou relações com a Igreja Católica, e a polémica alastra na própria Igreja.

Na segunda-feira, o cardeal Walter Kasper, responsável pelas relações com os judeus, criticou Bento XVI por não o ter alertado para o perdão aos bispos excomungados. Antes dele, o bispo de Hamburgo, Werner Thissen, considerou que a decisão do Vaticano compromete a confiança na Igreja, e o cardeal Karl Lehman, antigo presidente da Conferência Episcopal alemã, considera o caso uma catástrofe.

Fonte: Correio da Manhã(Portugal)
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/mundo/merkel-pressiona-papa-bento-xvi?nPagina=3

Líder alemã cobra posição do Vaticano sobre o Holocausto

Merkel e o papa: perdão de bispo causou mal-estar na Alemanha

A polêmica sobre a readmissão na Igreja de um bispo que nega o Holocausto pelo papa Bento 16 ganhou mais um capítulo ontem. A chanceler Angela Merkel exigiu que o Vaticano expressasse sua real posição sobre o "negacionismo", a conduta de negar o massacre de judeus na 2ª Guerra.

Na semana passada, o papa revogou a excomunhão do bispo inglês Richard Williamson, que em suas aparições costuma afirmar que as câmaras de gás não existiram e que os judeus não foram vítimas dos nazistas. "O papa e o Vaticano devem esclarecer sem ambiguidade que não pode haver negação do Holocausto", disse Merkel. Horas depois, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, respondeu à chanceler. Ele disse que a Igreja não tolera a negação do Holocausto e que a readmissão de Williamson foi um "gesto de misericórdia paterna".

Merkel e Bento 16 - ou Joseph Alois Ratzinger - são compatriotas. O papa nasceu na Baviera em 1927. Em 2005 admitiu que, como todas as crianças na década de 30, foi obrigado a entrar na juventude hitlerista. Mas segundo biógrafos, sua família se opunha aos nazistas.

Fonte: Destak(04/02/2009)
http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=10,32643

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