Muita gente não "se liga" ou não associa a propaganda anti-comunista ou anti-esquerda da Guerra Fria à onda anti-PT que culminou na derrubada do governo Dilma 2 (à parte erros do governo também), e como perdi acesso ao pessoal que estuda o assunto (ninguém responde mais email...) não consigo repassar muita coisa que vi esses anos sobre esses "movimentos". Por sinal, o "herói" que conseguir fazer um texto como o do uruguaio René Dreyfus (sobre o golpe de 1964, o que antecedeu), em detalhes, tem que ser chamado de herói mesmo, porque vai precisar da memória de gente que presenciou os eventos desde o Orkut (na ascensão do astrólogo Olavo de Carvalho e cia), e até hoje nunca ninguém sondou sobre a coisa, "história oral" é como se faz certos levantamentos também (https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_oral).
Muita coisa que a gente cita vem de "memória", porque os arquivos estão restritos, como o Google escondendo o "acervo" do Orkut e cia... e pra você localizar item a item nessas redes é "tarefa pra Titã"...
Mas voltando ao começo do post, o Stephano comentou na timeline do Breno (Altman) e eu ironizei (quase sempre ironizo algo) o "choque" dele com a premiação do Nobel pela reaça golpista da Venezuela e cia... o prêmio Nobel, destacadamente o da Paz e de Literatura, são projeções de poder da OTAN (a Escandinávia não é parte oficial, mas é um "puxadinho", fora os sentimentos anti-Rússia, anti-URSS, anti-comunistas etc e uma parte aqui no país, de forma tosca, idealiza a mesma como "socialista" por conta do estado de bem-estar forte... o Japão é de direita e tem a mesma coisa... esse negócio da classe média "ilustrada" desinformada do Brasil querer encaixar o mundo em "esquemas" fixos que aprenderam sabe-se lá onde é algo bem esdrúxulo, "complicado", pra dizer o mínimo...).
Citei até anteontem a premiação desse "caboclo russo" aqui por propaganda anti-soviética, é do "tempo" do Breno (rs), alguém lembra do título?
"Arquipélago Gulag" (https://en.wikipedia.org/wiki/The_Gulag_Archipelago), de Aleksandr Solzhenitsyn (https://en.wikipedia.org/wiki/Aleksandr_Solzhenitsyn), nome difícil de escrever/memorizar. "Nobel de Literatura" pela "denúncia/livro"... como disse ao Stephano no post (https://holocausto-doc.blogspot.com/2025/10/o-ataque-ao-capitolio-nao-foi-acidente-bolsonaro-imitou-e-esta-condenado-trump-esta-solto-e-impine-o-que-significa-o-inimigo-interno-de-trump-ditadura-nos-eua-terceiro-mundo.html), o tal "Prêmio Nobel de Literatura" é cabeça à cabeça em escrotice com o "Nobel da Paz"... o povo ainda se chocar com isso no Brasil e América Latina (pessoal de esquerda) mostra que ainda espera alguma "reparação histórica", "justiça" de um troféu do imperialismo europeu/norte-americano... haja ingenuidade ou uma vontade insana em ser rabo dos EUA/Europa Ocidental ou senso crítico.
Mas voltando de novo, eu estava passando por uma livraria (vou colocar as fotos) há semanas quando vi o livro da Applebaum reeditado no país de novo, porque eu ironizei o Breno dele receber o "troféu Applebaum" por ter andado levando gente "exótica de direita" pro canal dele (problema e direito dele, como é direito meu ironizar/criticar) achando que isso vai formular uma "frente ampla nacionalista" ou bizarrices do tipo... "haja fé, irmão, haja fé!".
Esse negócio de "troféu Applebaum" era uma brincadeira (que nem sei se mais gente lembra) que se tirava no Orkut quando queria apontar algum reaça (em algumas comunidades) que se destacava em um mês ou semana... era uma piada, gozação interna (do pessoal que tinha acesso às moderações das comunidades, com os moderadores/moderadoras). Pra quem não conhece? O "Applebaum" vem de Anne Applebaum, que é anti-comunista até o talo (anti-stalinista, Breno...), o livro dela "Gulag uma história" foi reeditado, junto de "O livro negro do comunismo" (https://jacobin.com/2025/01/black-book-communism-courtois-history) e mais "literatura" propagandística do tipo, estilo Guerra Fria (apesar dessas publicações serem posteriores à mesma, seguem o mesmo tom da panfletagem da Guerra Fria).
Não havia só esse tipo de livro nas prateleiras, um monte de adulação dos Estados Unidos na Segunda Guerra (Stephen Ambrose, o do "Band of Brothers" https://en.wikipedia.org/wiki/Stephen_E._Ambrose), que foi minissérie (https://en.wikipedia.org/wiki/Band_of_Brothers_(miniseries)), que também serviu de inspiração (uma das, se a IA do Google não "fraquejar", rs, mas lembro da questão) ao filme "O resgate do Soldado Ryan" com o "Dia D" (tem mais fontes pra esse filme).
Muita gente à esquerda fica lamuriando citando que a Europa e o mundo acham que a libertação da Europa se deu pelos EUA na Normandia e cia, citam sem apontar de onde saiu as "histórias"... e o peso desse tipo de propaganda com viés "acadêmico" e afins. Foi vendo a prateleira cheia desse tipo de "literatura" de novo que refleti de que no dia que eu vir um contraponto da China nas estantes ou de outros países, aí sim dá pra dizer que houve uma "virada" no mundo... e isso que sempre fui entusiasta em afirmar que a coisa já ocorreu ou está a caminho, mas ver esse cenário de novo de 2005 e cia é deprimente.
As fotos das prateleiras (só tirei duas, a quem "duvidar", podem fazer a verificação por conta própria na próxima livraria que visitarem... o povo que acessa tem hábito de ver essas coisas?...):
Esse tipo de literatura circulou pesado no Brasil nos governos Lula 1 e 2, muita gente não associa uma coisa a outra, mas isso é promovido por grupos externos junto com setores do grande Capital dentro do Brasil pra promover uma "propaganda anti-comunista" anti-esquerda que no caso atinge diretamente o PT, Lula e cia... quantas vezes o PT foi associado a "comunismo" esses anos? O povo acha que a associação "caiu do céu"? Nunca vi a turma que questiona esse ponto citar essas coisas. E talvez se eu não tivesse visto essas publicações reeditadas eu não fizesse esse post (pra alguma coisa serviu).
Os grupos do "golpe branco" contra o governo Dilma em 2016 estão operando na mesma toada... como a dita "esquerda brasileira" faz frente a isso? Você vê o comportamento desse pessoal em canais no Youtube (não generalizando) e fica preocupado. Refiro-me aos "canais maiores", que vivem invisibilizando as coisas, comentários e cia embora leiam na surdina... querem criar cidadãos de "segunda classe" mas dizem combater o "fascismo"... desse jeito?...
Um dos motivos deu criticar o Breno aqui (post sobre a participação dele em um podcast, primeira participação dele "debatendo" com uma olavete sobre nazismo: https://holocausto-doc.blogspot.com/2025/04/jogo-dos-200-erros-encontre-um-deles-debate-breno-altman-x-olavete-o-nazismo-foi-de-esquerda.html) é que ele implicou com o livro do Fest (Joachim Fest, biógrafo/historiador alemão, tem biografia famosa de Hitler, a principal ou uma das https://en.wikipedia.org/wiki/Joachim_Fest) que a olavete empilhou, sem nem ler pelo visto, porque o Fest nunca colocou Hitler como "esquerdista"... a crítica é que numa situação extrema como a do Brasil, você implicar com livros sérios de segunda guerra sem esse "propagandismo norte-americano ou da OTAN" é dar tiro no pé. Na situação adversa que o Brasil e América Latina vivem, você celebra quando tem um livro desse tipo junto dessa lixarada de propaganda da Guerra Fria.
Quando fizerem produção de livros críticos de segunda guerra nas livrarias do país, aí dá pra criticar o restante (e olhe lá).
A China vai se tornar hegemônica no mundo sem ocupar esse espaço de produção de livros (ou parcerias), filmes e cia? Em filmes anda tendo uma produção maior, mas quem domina as salas do país é a lixarada propagandística norte-americana, com seus "heróis" infantilizados da Marvel/DC Comics...
Mas voltando ao assunto dos livros, no período dos Lula 1 e 2 ainda rolava algum contraponto nas prateleiras, saia livro dos Finkelstein (tem o Israel Finkelstein desse livro de arqueologia https://pt.wikipedia.org/wiki/A_B%C3%ADblia_n%C3%A3o_Tinha_Raz%C3%A3o e o Norman Finkelstein https://www.versobooks.com/en-gb/blogs/authors/finkelstein-norman-g) nas prateleiras, do Edward Said (a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Said" target="_blank">https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Said), de vários autores críticos da política externa dos Estados Unidos, de História e cia. Se havia a lixarada da "Guerra Fria" ao menos havia um "refresco" com a diversidade de autores críticos... que pouca gente acessa no Brasil, livro do tipo, de História, infelizmente é coisa pra "privilegiado" ou gente "muito curiosa" no país, deixar o texto do Daniel sobre o "preço dos livros", post de 2023 e continua atual, a quem gostar de segunda guerra sugiro que também verifiquem o blog do Daniel, "A Vida no Front" (https://avidanofront.blogspot.com/2023/09/sobre-livros-e-valores-inflacionados.html).
Havia muito entulho olavista nas prateleiras, destacadamente na Livraria Cultura (que faliu... os "raios" caíram... muita coisa anda sumindo no país de "olavice"...).
Muita gente acha que a cabeça do povo é feita em canal de Youtube e cia... visão bem rasa da coisa... veja o esforço ($$$$), dinheiro gasto nesse tipo de publicação, reedição no país pra certos propósitos, agora sem contraponto aparente.
Não sei o que o governo federal pode fazer sobre isso (ou se vai fazer, nem me refiro às editoras de "esquerda" porque parecem viver no "mundo da lua", nunca vi as mesmas comentando a questão... não sei se é azar, encosto etc conseguir observar essas coisas), mas temos um país sem produção crítica acessível ao público (classe média e cia), e veja o "estrago" (no bom sentido), ou impacto que causou o filme "Ainda estou aqui" com memória da ditadura militar... a identidade brasileira recente foi muito forjada na ditadura militar pra cá e na redemocratização do país, à parte a identidade anterior. Você não encontra uma publicação sobre período Sarney, Collor, FHC (mais elaborada)... documentários mostrando como era o país nos anos 80 (a miséria abundante, desigualdade extrema deixada pela ditadura militar). Aí depois não vale chiar, reclamar que a "direita aloprada doente" com bandeira dos EUA deu golpe no país... fazem vista grossa a tudo isso, o que querem depois?...
Fica o registro, pra que depois não acusem de "omissão"...