segunda-feira, 27 de agosto de 2007

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 21

Traduzido por Leo Gott

21. Como os judeus se beneficiam hoje com a história do “Holocausto”?

O IHR diz:

Evita que os critiquem como um grupo. Proporciona um "vínculo comum" com o qual seus líderes podem controlá-los. É fundamental em campanhas de captação de dinheiro e para justificar ajudas a Israel, que ultrapassam os dez bilhões de dólares ao ano enviado pelos Estados Unidos.

A versão da Editora Samisdat (Ernst Zündel):

A história "com H maiúsculo" está desenhada para envergonhar os gentios: "Pobres judeus! Como sofrem!"

Nizkor responde:

Este argumento beira a loucura. Os Estados Unidos foi uma das principais forças na denúncia do Holocausto. Os Estados Unidos inventaram o Holocausto para poder mais adiante dar dinheiro a Israel?

E o que há da União Soviética?

Os negadores do Holocausto afirmam que a maioria das provas do Holocausto supostamente falsas foram falsificadas lá. Um de seus livros favoritos é The Holocaust: Made in Russia, de Carlos W. Porter. E resulta que a União Soviética era um dos inimigos tradicionais de Israel, e apoiou e armou seus inimigos.

E quem pode argumentar que a memoria do Holocausto é a razão por que os Estados Unidos dão dinheiro a Israel?

Existia, e existem importantes razões estratégicas para eles apoiarem Israel, e inclusive eles dão um apoio maior ao Egito.

Finalmente, de onde sai a cifra de 10 bilhões de dólares ao ano? É um grande exagero, como podemos ver nesta tabela:

Em milhões US$
Ano Ajuda a Israel Ajuda ao Egito
1988 1.831 3.480
1989 1.902 2.085
1990 4.377 4.977
1991 2.028 2.478
1992 4.746 2.539
1993 2.886 2.734

Total 17.770 18.293

Fonte: Almanaque e Anuário de Seleções Readers' Digest (Egito foi o maior receptor de ajuda durante o período indicado, sendo Israel o segundo).

Total de fundos concedidos a Israel, de 1945 a 1984, em bilhões de US$

Ajuda $13.751
Empréstimos $11.756
Empréstimos por pagar $9.360

A cifra de US$ 10 bilhões, sem nenhuma base, foi eliminada da edição revisada de "66 P&R". O insultante comentário sobre como os judeus são controlados por seus líderes também foi eliminado.

O ainda mais insultante comentário sarcástico sobre "como sofrem" os judeus, é o parecer da obra de Ernst Zündel.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 20

Traduzido por Leo Gott

20. Existe alguma prova de que era costume entre os americanos, os britânicos, franceses e os soviéticos torturar prisioneiros alemães para fazer-lhes confessar antes do Julgamento de Nuremberg e em outros lugares?

O IHR diz:

Sim. A tortura foi usada extensamente para produzir “ provas” fraudulentas para o infame Julgamento de Nuremberg e para outros tribunais de “ crimes de guerra” do pós-guerra.

Nizkor responde:

Sem dúvida, aconteceram alguns excessos. Alguns soldados aliados se viram tão afetados pelo que encontraram nos campos que reagiram violentamente, mas isto não é um fator importante no quadro geral. Está muito longe de ser uma política de torturas para obter confissões.

Conforme respondido na pergunta 1: Que torturas e coações poderiam ser efetivas durante décadas para convencer os nazistas a continuar declarando sobre os horrores do Holocausto nos '60, nos '70, e nos '80? Que torturas ou coações estavam sendo aplicadas aos nazistas enquanto esperavam os julgamentos nos tribunais alemães?

Faça este experimento:

Envie um e-mail a Greg Raven, diretor do IHR, no endereço ihrgreg@kaiwan.com e pergunte:

  1. se ele pensa que ações individuais de soldados aliados batendo nos nazistas poderiam ser consideradas provas de uma política de torturas;
  2. que provas ele tem para demonstrar que "era costume entre os americanos, os britânicos, os franceses e os soviéticos torturar prisioneiros alemães para fazer-lhes confessar";
  3. se ele pensa que as ações individuais de nazistas que assassinaram judeus poderiam ser consideradas provas de uma política de extermínio;
  4. se ele considera que o discurso de Himmler de 4 de outubro de 1943 fala de uma política nazista de extermínio de judeus:
"Se está exterminando os judeus", dizem todos os miembros do Partido, "muito
certo, é parte de nossos planos, a eliminação dos judeus, extermínio, nós
estamos fazendo".


Envie uma cópia (Cc:) de seu e-mail a webmaster@nizkor.org, e peça ao Sr. Greg Raven que faça o mesmo.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 19

Traduzido por Leo Gott

19. Se Auschwitz não era um campo de extermínio, por que o comandante do campo, Rudolf Höss, confessou que era?

O IHR diz (edição original):

Porque foi torturado por interrogadores judeus com uniforme britânico, tal e como posteriormente admitiu um deles.

Na edição revisada:

Foi torturado pela Polícia Militar britânica, tal e como admitiu posteriormente um de seus interrogadores.

Na versão da Editora Samisdat (Ernst Zündel):

Empregaram métodos tradicionais para dizer o que seus captores queriam ouvir.

Nizkor responde:

Um momento! A história fica mais vaga a cada revisão?.

O que admitiu exatamente o suposto torturador?

A primeira afirmação do IHR dizia que os interrogadores eram agentes judaicos com uniformes britânicos falsos. Se um destes interrogadores supostamente admitiu, por que o IHR muda a história e converte estes agentes judaicos em verdadeiros policiais militares britânicos?

A verdadeira resposta é que esta afirmação não aparece em nenhuma outra obra da literatura negadora do Holocausto. Só aparece aqui nas "66 Perguntas & Respostas". Não existem provas que os apoiem.

Em outras palavras, alguém inventou. Mais tarde, alguém decidiu que era melhor fazer desaparecer esta história cuidadosamente. Quantas das outras 65 perguntas foram elaboradas da mesma maneira? Não podemos saber, porque não proporcionam provas que os respaldem.

E quanto a confissão de Höss:

Devemos considerar todas as informações em seu contexto. Existem numerosos testemunhos que confirmam os fatos essenciais da confissão de Höss. Existem documentos que falam claramente de gaseamentos e fuzilamentos em massa. A lista segue e segue; para ver uns poucos exemplos, ver a resposta à pergunta 1.

As teses negadoras defendem em sua grande maioria a suposta coação a Höss para que contasse uma história falsa. Mas só têm duas “provas”:

Um escabroso e sensacionalista libro de um tal Rupert Butler entitulado Legions of Death ("Legiones de Muerte"). Butler disse que viu que golpearam Höss quando lhe encontraram. Por exemplo não diz em nenhum momento que os interrogadores foram agentes judeus com uniformes britânicos.

E o mais importante de tudo, a versão de Butler sobre o que ocorreu contradiz a hipótese negadora segundo a qual Höss disse o que queriam que ele dissesse. O livro de Butler não menciona em lugar nenhum, simplesmente diz que golpearam Höss.

Um "testemunho de ouvido" foi supostamente incluído em um documento secreto que o "revisionista" Robert Faurisson “não está pronto para trazer-nos a luz”.

(E no caso de “sair a luz”, seria a primeira vez que os negadores aceitam um "testemunho de ouvido" como válido...)

(Ver nota 2 do ensaio de Mark Weber intitulado "Let's Hear Both Sides" ("Escutemos ambas as partes"), no site de Greg Raven, e "Different Views on the Holocaust" ("Diferentes visões do Holocausto"), no site de Ernst Zündel.)

Com este par de “verdades” escusas, os negadores depreciem e ignoram a confissão de Höss, seu testemunho, suas memórias, e tudo o que disse e escreveu sobre os gaseamentos e o programa de extermínio. Aqui temos alguns excertos de seu testemunho e suas memórias.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Entrevista com Raul Hilberg

Existe um novo anti-semitismo? Entrevista com Raul Hilberg à Revista Logos

LOGOS: Há um argumento seu bastante famoso de que havia três soluções para o problema judeu: conversão, expulsão e finalmente extermínio. Pode explicar o que queria dizer com isto?

RH: Este é um padrão recorrente que encontrei bem cedo em minha pesquisa. Olhando ao longo da história fica claro que conversão era um elemento do mundo cristão. As expulsões começam na baixa Idade Média quando parecia que os judeus não estavam dispostos a se tornarem cristãos. Este padrão existiu por vários séculos. Pode-se localizá-lo no início em Oxford, e depois até a Espanha de 1492 e Portugal alguns anos mais tarde. Então estamos realmente falando do final da Idade Média e do início dos tempos modernos para as expulsões.

Agora, para a questão de uma solução final, aquela solução permanente, esta é uma idéia nazista. Você pode ir até o início do partido nazista e descobrir que eles ainda estavam pensando em termos de emigração dos judeus – havia um plano chamado Plano Madagascar, que também tinha sido considerado na Polônia e mesmo na França (Madagascar era uma possessão francesa), e talvez todos os judeus pudessem ser enviados para lá. Então esta idéia ainda estava circulando no departamento de relações exteriores alemão e toda a burocracia até Hitler até pelo menos 1940, especialmente em 1940 quando a França se rendeu. No entanto, quando a guerra ainda não havia terminado (como os alemães esperavam que terminaria) com o ocidente (eles já estavam fazendo preparativos para atacar a União Soviética), considerações mais sérias de aniquilar os judeus emergiram. A primeira indicação que temos destas considerações é um encontro que Hitler teve com um grupo de membros do partido no início de fevereiro de 1941. Ele ainda não tinha completamente formulado a decisão, mas estava em processo de fazê-lo.

LOGOS: Houve uma conferência revisionista no Irã alguns meses atrás. Qual a preocupação que devem ter os estudiosos e o público em geral sobre a capacidade deste tipo de revisionismo de gerar anti-semitismo?

RH: Este revisionismo começou nos anos 60. Não é novo. Boicotei a Alemanha por bastante tempo, mas quando passei por Munique há um bom tempo atrás fui a uma banca e comprei um jornal local de extrema-direita, um jornal alemão, e para meu enorme espanto descobri que eu era mencionado na primeira página como um líder sionista. Agora, isto era uma grande novidade para mim, mas a manchete era: “A Mentira do Holocausto”. Então, na Alemanha nos anos 60 havia seguidores para esta crença, mesmo que eles lá devessem estar mais bem informados que em qualquer outro lugar. Havia um francês que já publicava sobre isto nos anos 60. Metade do seu livro era devotado a mim. Era uma publicação neo-nazista. Assim que o meu livro, 'A destruição dos judeus europeus', saiu em 1961, me tornei um alvo destes grupos.

Para mim, os desenvolvimentos seguintes em negação do Holocausto foram apenas uma lenta expansão, nem mesmo um crescimento, mas uma expansão da França e Alemanha para os EUA e para o Canadá, e finalmente chegou ao mundo árabe. O mundo árabe é bastante desorientado quando se trata da Europa, de qualquer maneira. Eles são tão confusos sobre o Ocidente como nós somos em relação a eles. Mesmo assim, a conferência no Irã não foi bem sucedida nem mesmo no Irã – era um problema e dificuldade sem necessidade. Havia iranianos que denunciavam publicamente esta conferência. Então, eu não estou terrivelmente preocupado sobre isto mesmo que no período desta conferência em dezembro último, eu houvesse sido convidado pelo governo alemão para tomar parte em uma contra-conferência que ocorreu ao mesmo tempo em Berlim, como o palestrante de honra.

Normalmente não me envolvo em debates com revisionistas do Holocausto. E continuei não fazendo isto em Berlim, mas a essência da minha fala era que, sim, houve um Holocausto, o que é, por sinal, mais fácil de dizer que de demonstrar. Demonstrei isto e houve um bom público naquela conferência. Ainda assim, os jornais alemães não deram publicidade à contra-conferência em Berlim porque eles não podiam resistir a publicar as caras dos rabinos que tinham ido ao Irã.

Cheguei à conclusão, não apenas uma vez, mas várias vezes, que, no que me concerne, não concordo com a legislação que torna ilegal fazer pronunciamentos declarando que não houve o Holocausto. Não quero criar amordaças para nada disto porque é um sinal de fraqueza e não de força quando você tenta calar alguém. Sim, tem sempre um risco. Nada na vida é sem risco, mas temos que tomar decisões racionais sobre todas as coisas.

LOGOS: Muitos dos recentes incidentes anti-semitas na Europa levaram as pessoas a falar de um novo anti-semitismo. Isto é algo que realmente deveríamos considerar seriamente ou se trata apenas da continuação de um anti-semitismo anterior?

RH: Não é nem isto. É como se alguém pegasse uns pedregulhos do passado e os jogasse nas janelas. Tenho idade o suficiente para lembrar os efeitos reais de atitudes anti-judaicas. Aqui, na Universidade de Vermont era impensável, mesmo neste estado bem liberal, ter um judeu como Decano até os anos 70, imagine como presidente. Em outras palavras, havia muita segregação nos EUA. Se você olhar para trás e pegar qualquer New York Times dos anos 30 ou mesmo dos anos 40, vai ver anúncios de apartamentos na cidade de New York e a palavra “restrito”. É um jornal cujo proprietário é judeu e eles publicam anúncios que excluem judeus. E isto era um regime anti-judaico entranhado na sociedade, que a sociedade mesmo apoiava e agora se foi. Simplesmente não mais existe.

Não se pode nem mesmo falar de restrições contra judeus no mundo islâmico porque judeus deixaram o mundo islâmico. Eles não estão mais lá exceto em Marrocos e talvez algumas dezenas de milhares aqui e ali, mas isto é o remanescente de duzentos mil que ainda estavam lá quando o estado de Israel foi criado. Então o anti-semitismo do passado pertence ao passado, e particularmente a palavra “anti-semitismo”. Havia um partido anti-semita na Alemanha e havia um partido anti-semita na Áustria. O lider do regime húngaro, Almirante Horthy, quando alguns caras de extrema-direita estavam tentando se apossar de negócios judaicos, acabou com a festa (os calou). Ele disse, mais ou menos com estas palavras, “vocês não vão tomar estas empresas/companhias/negócios porque os judeus ao menos sabem como dirigí-los e vocês, vocês quem são? E não me respondam porque eu já era anti-semita antes de vocês terem nascido”.

Adolf Hitler mesmo, e ninguém lê de fato o 'Mein Kampf', afirma que seu pai não seria um anti-semita porque isto o degradaria socialmente. A irmã de Nietzsche casou com um líder anti-semita e Nietzsche se referia ao cunhado, em todas as cartas para sua irmã, como “o seu marido anti-semita”. Agora, você pode ver que o anti-semitismo era de alguma forma relacionado a uma característica de atraso. Pertencia ao século 19 com todos os seus “ismos”, com o imperialismo, o colonialismo, com o racismo. Parece bizarro que eu diga que os Nazistas não se chamavam de anti-semitas. Você não consegue nem encontrar a palavra.

LOGOS: Mesmo?

RH: Sim, havia uma sensação de que Nazismo era algo novo. O anti-semita tinha parado num certo ponto; o anti-semita podia falar em eliminar judeus, mas não sabia como fazê-lo. O anti-semita não tinha o poder, o anti-semita era um propagandista. Os Nazistas eram sérios sobre o assunto e isto era uma proposição muito diferente. Quando vocês virem a atual legislação na Alemanha, Áustria e em outros lugares que declara que é um crime negar que houve um holocausto, é porque estes governos têm que se distanciar do Nazismo. Hoje em dia obviamente Nazismo e anti-semitismo confluíram em um tipo comum de ideologia, mas é um fenômeno diferente. Havia um jornal extremamente anti-semita na Alemanha, Der Stürmer, que era publicado por Julius Streicher. Não lembro se foi Höss, o comandante de Auschwitz, ou outra pessoa, a quem perguntaram se lia o Der Stürmer. Ele respondeu basicamente o seguinte, “Olha, eu sou um tenente-coronel das SS, nem morto me pegariam lendo Der Stürmer”. Era como ler o mais baixo dos mais baixos tablóides de fofocas dos EUA. Havia uma questão de status, de posição social.


LOGOS: O que você acha do uso retórico e simbólico da palavra “Holocausto”?

RH: Eu resisti ao uso da palavra “Holocausto”, primeiro por causa das suas implicações religiosas. No fim, é como tudo que se torna de uso comum; não dá para escapar. Mas “Holocausto” se torna problemático de várias formas, e uma delas é a que é menos discutida, porque é politicamente incorreto dizer isto, é que tudo se torna um Holocausto. Vou dar um exemplo: eu estava andando em Berlim um dia e vi uma placa “Holocausto” e vi alguns manifestantes nas ruas com cartazes que diziam “Holocausto, Holocausto, Holocausto”. Eu não conseguia entender sobre o que era a manifestação até que eu vi uma gaiola/jaula e entendi que estavam falando de crueldade contra animais. A palavra “genocídio” é também usada em muitas situações, e é claro que a Convenção de Genocídio tem uma definição que vai muito além do que eles chamam de “Holocausto”. Então se você sequestra crianças para forçá-los a fazer algo isto é genocídio, se você usar ópio, isto é genocídio, etc. Porque é uma convenção internacional, os gregos incluíram algo, os chineses incluíram outra coisa, e por aí vai.

Holocausto é uma palavra que é frequentemente utilizada erroneamente porque significa, especialmente quando em letra maiúscula, a catástrofe judaica e quando você a usa em todo o tipo de contexto ela perde sua eficácia. Agora há livros sendo escritos dizendo que os armênios não foram realmente sujeitos a um genocídio ou que os ciganos não foram realmente sujeitos ao genocídio – ainda que na minha opinião ambos foram – mas acaba nestas disputas e é uma situação inevitável. Assim que a Comissão Presidencial sobre o Holocausto foi criada –e foi este mesmo presidente Carter que hoje está sendo chamado de anti-semita quem criou a comissão – todos apareceram: os armênios, claro, compareceram, os poloneses apareceram, os ucranianos apareceram, os tchecos apareceram. Há todos estes problemas de definição e disputas que emergem quando se usa palavras como “Holocausto” ou “genocídio”.

LOGOS:Além da forma como estas palavras são empregadas simbólica e retoricamente, qual a relação que você vê entre o Holocausto e outros genocídios históricos e contemporâneos? Como podemos usar as lições [do Holocausto] para confrontar o tipo de violência e perseguição de grupos que ocorre hoje, considerando-os ou não genocídios sociologicamente?

RH: Eu não sabia o que fazer com o Camboja ou outros eventos como aquele, mas Ruanda me convenceu. Por isto que na terceira edição do meu livro eu incluí Ruanda. O que eu escrevi lá é a resposta à sua questão . Em Buchenwald e possivelmente em outros campos quando a guerra terminou, os prisioneiros colocaram grandes sinais que diziam “nunca mais”. Eu acho que foram os comunistas que organizaram aquilo, mas não tenho certeza. Os sinais diziam “nunca mais” em várias línguas porque era uma Babel de línguas naqueles campos. Milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças mortos apenas porque eram classificados como judeus. Agora, aquilo não deveria acontecer de novo e isto era responsabilidade do mundo. O resultado foi, de fato, a Convenção de Genocídio. A palavra genocídio foi criada por Raphael Lemkin, um advogado judeu da Polônia cuja prévia especialidade era terrorismo. Quando o Holocausto acontecia, ele publicou um livro em 1944, 'O comando do Eixo na Europa ocupada'. Neste livro ele inventou a palavra genocídio porque ele dizia que a lei devia ter este conceito como um crime. É claro que os EUA não queriam assinar a Convenção de Genocídio porque o Departamento de Estado e outros políticos tinham suas dúvidas. A dúvida maior era que se tivéssemos uma Convenção de Genocídio, então os negros neste país poderiam questionar legalmente as leis de segregação. A Convenção de Genocídio é um tratado, e se é um tratado sob o Artigo 6 da Constituição nós não podemos assinar esta convenção porque seria superior às nossas sagradas leis estaduais que discriminavam contra negros. Este era o argumento deles. No final este argumento desabou.

O que permanece hoje, contudo, é que o “Nunca mais” é implícito. E no entanto, chega Ruanda e o Presidente Clinton se recusa a chamar de genocídio quando de fato era! Dizemos que nunca mais vamos tolerar este tipo de coisa, mas permitimos mais de meio milhão de pessoas serem mortas em três ou quatro meses em Ruanda. Depois que dez belgas foram mortos, as forças de paz internacionais começaram a se retirar. Foi a mesma coisa como na Alemanha, os Hutu decidiram que agora 'nós vamos resolver o problema Tutsi como os alemães fizeram com os judeus'. Era óbvio que eles tinham decidido isto meses antes de começarem a matar porque eles importaram machetes e fizeram preparações como os alemães. Então aqui estamos, o mundo inteiro, não há Segunda Guerra Mundial acontecendo, não há desculpas de que nós precisamos de todos os aviões que temos, portanto não podemos bombardear Auschwitz porque precisamos deles na Frente Ocidental, e não se faz nada. É tempo de paz, são os anos 90, e não se faz nada. Grandes coisas para o “Nunca Mais”. Então o problema obviamente não desapareceu.

Você tem que tomar decisões. Quando você está sentado no Departamento de Defesa ou no Departamento de Estado na Casa Branca você nunca pode predizer exatamente quais as configurações que algum evento vai mostrar. Você tem que pensar todas as possibilidades e esta gente não tem tempo nenhum para pensar. Eles tem que fazer todas as considerações antes de assumir os cargos. Este é um problema crucial. Mesmo assim, esta é a primeira vez na história que a assumimos um tipo de responsabilidade global. Eu não estou dizendo que estamos sozinhos, temos parceiros fazendo isto e a noção de responsabilidade global é realmente muito nova, é de depois da Segunda Guerra Mundial.

LOGOS: O que você acha dos atuais debates sobre como interpretar o Holocausto e seu legado, pelo trabalho de pessoas como Norman Finkelstein ou Daniel Goldhagen?

RH: Bom, Finkelstein hoje é difamado por toda a parte. Há obviamente lobbies que tentam removê-lo de sua posição. Finkelstein é um cientista político. Acredito que tenha um doutorado por Princeton e, o que quer que se pense de Princeton, é um treinamento bem rigoroso para ser um cientista político profissional. Ele escreveu para mim algumas vezes. Ele foi o primeiro a enfrentar Goldhagen seriamente. Ele atacou Goldhagen em um longuíssimo ensaio que eu nunca teria escrito porque eu nunca teria tido a paciência. Goldhagen é parte de um grupo acadêmico que é um desastre no meu tipo de pesquisa…

LOGOS: Por que isto?

RH: Porque [Goldhagen] estava completamente errado sobre tudo. Completamente errado. Excepcionalmente errado. Em outras palavras, toda esta fúria do seu anti-semitismo que era, na raiz, anti-semitismo especialmente aniquilador, era totalmente absurdo. Ele fala sobre anti-semitismo entre os alemães, estonianos, ucranianos, letões, e lituanos, mas de onde este anti-semitismo aniquilador único veio? É simplesmente absurdo, totalmente absurdo. Quer dizer, completamente fora de parâmetros, vocês sabe, e factualmente sem qualquer base. Finkelstein leveu isto a sério. Eu levei um pouco menos a sério, mas só vim a atacar este Goldhagen bem mais tarde.

Agora, Finkelstein tem um segundo ponto, que, na minha opinião, estava cem por cento correto, e este é que a resposta ao caso dos bancos suíços e a indústria alemã, que tinha coincidido durante a guerra, foi coercitivo não só quanto aos judeus que se mobilizaram, mas também quanto a todas comissões de seguro, ao Senado, a Câmara, e aos comitês críticos. O único que eles não conseguiram dominar foram os tribunais, que ainda tem alguma independência. Então eles perderam nos tribunais, mas ameaçaram pessoas como Alan Hevesi em Nova York. Eles podiam fazer ameaças porque os bancos suícos queriam se expandir ali. Para Finkelstein, isto era pura extorção e não tenho certeza de quem concorda com ele exceto por eu mesmo e eu disse isto abertamente. De fato, disse isto para a imprensa em talvez sete países.

A imprensa não esperava esta minha resposta. O Congresso Judaico Mundial era liderado por um homem que parecia ser, concluindo isso em cima de suas próprias declarações autobiográficas, totalmente, nem mesmo mediano, mas infantil mesmo. O que este magnata, que assumiu o Congresso Judaico Mundial, estava dizendo era completamente absurdo. Os advogados das causas, mais o Congresso Judaico Mundial, deram uma mostra inacreditável de um comportamento totalmente inapropriado.

Agora quando ele [Finkelstein] fala sobre os árabes, alguns judeus sentem que ele é também anti-sionista, que ele é anti-Israel; que ele parece sempre enfatizar o sofrimento dos árabes. Eu não o apoio nesta área em particular porque eu tenho minha própria visão a respeito, mas também não dá para dizer que ele esteja completamente errado. Você gostaria de ser um cidadão árabe em Israel? Pense nas portas que estão fechadas [para estes]. Você pode até comer melhor e ter uma renda melhor do que se você morasse numa favela do Cairo. A grande ironia é que as condições econômicas dos árabes-israelenses são consideravelmente melhores que o proletariado de alguns países árabes, mas uma pessoa precisa de algo mais. Uma pessoa precisa de um sentimento de dignidade. Pense nas barreiras de checagem de segurança. É uma vida sobre a qual certamente alguma coisa tem que ser feita de um jeito ou de outro. Esta batalha em particular não pode durar para sempre. Não dá. Os israelenses vão cansar disto. Os israelenses vão simplesmente cansar de desconfiar das pessoas. Não é possível continuar deste jeito para sempre. Finkelstein está essencialmente na posição correta sobre estas coisas porque ele é extremamente perspicaz. Na maioria das vezes, especialmente nestes outros casos como Goldhagen e os bancos suícos, ele está certo.

LOGOS: Uma última questão, na medida que avançamos no século XXI que direção devem tomar os estudos do Holocausto?

RH: Bom, se você tivesse feito esta pergunta no início, isto já tomaria pelo menos meia hora. Corretamente, a pesquisa hoje está orientada no sentido de descobrir detalhes e principalmente o que aconteceu em nível local. Esta pesquisa já começou. Não está muito desenvolvida neste país (EUA), mas tem havido muitos avanços na Europa. Os principais pesquisadores do Holocausto hoje são alemães e austríacos. Há também alguns franceses e italianos. Não há muitos pesquisadores do Holocausto de renome neste país.

A segunda coisa que deveríamos e precisamos verificar são aqueles aspectos do que aconteceu que ainda são tabu. O que é tabu é a vida de uma comunidade judia terminal em algum gueto e a noção que algumas pessoas morriam primeiro, então outras pessoas morriam depois, e ainda outras morriam por último, e então, melhor ainda, algumas sobreviviam. O que explica estes desenvolvimentos bastante perceptíveis? Exemplo: os primeiros a morrer eram os mais probres entre os pobres. Nós temos que enfrentar este fato. Nós temos que entender que não se pode no mundo acadêmico simplesmente chamar a todos os judeus que morreram – como eu ouvi um Rabino dizendo uma vez, Kedoshim, que significa povo santo. Esta não é a minha linguagem. Nós não podemos fazer isto. Nos temos que vê-lo como eles eram e nós não temos feitos isto. Nós temos tido um roteiro estabelecido. Este é um aspecto em que eu discordo de Elie Wiesel não obstante conhecê-lo há muito tempo. Ele diz “ouçam os sobreviventes e ouçam mesmo seus filhos”. Eu digo, sim, temos que ouvir os sobreviventes. Temos escutado os sobreviventes já por bastante tempo, mas não é suficiente. Eles não vão nos dizer o que aconteceu às pessoas que não sobreviveram. Você não é uma amostragem aleatória. Isto requer muita pesquisa assídua em muitos registros que foram soterrados e que nunca foram examinados.

A terceira coisa que precisa ser feita é isto: temos que identificar mais claramente quem eram os vizinhos dos judeus. Que tipo de impacto sofreram, se sofreram? Como suas reações eram motivadas, seja para colaborar com o algoz ou para ajudar a vítima ou, na maioria dos casos, para permanecer neutro. Neutralidade não significa ignorar algo. Significa uma decisão de não fazer nada. Nós temos que examinar isto também. Então nós temos que examinar o Holocausto de todas as maneiras, e isto no fim implica fazer muita pesquisa local porque é no nível local que estão os documentos que nos dizem alguma coisa. Por exemplo, se eu leio nos registros locais que os bielorussos não estão entregando trigo o suficiente para os alemães porque eles roubam isto secretamente para fazer vodka e em enormes quantidades durante a ocupação alemã, você precisa começar a se perguntar qual o percentual daquela população que estava bêbada o tempo inteiro? Agora estas são questões muito, muito importantes e esta é a direção em que a pesquisa precisa avançar. E não é para diletantes, não é para pessoas sem treinamento, não é para filósofos, é para pessoas que sabem línguas, que sabem história, que sabem ciência política, que sabem economia, etc. Basicamente eles têm que ser bem preparados. O Holocausto hoje não é, como pode ter sido no início, um tema para leigos.

Link original da entrevista: https://logosjournal.com/issue_6.1-2/hilberg.htm

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 18

Traduzido por Leo Gott

18. Quantos judeus emigraram ANTES da guerra, estando assim fora do alcance dos alemães?

O IHR diz:

Cerca de 1 milhão (sem incluir os que foram para a URSS).

Nizkor responde:

Sim, mas existiam mais de seis milhões ao alcance dos alemães. Existiam cerca de 11 milhões de judeus na Europra em 1937, segundo as próprias estimativas dos nazistas, conforme Protocolo de Wannsee.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 17

Traduzido por Leo Gott

17. Quantos judeus fugiram para o interior da União Soviética?

El IHR dice:

Cerca de 2 milhões. E estavam fora do alcance dos alemães.

Nizkor responde:

O que importa é quantos eram. Ver pergunta 18.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 16

Traduzido por Leo Gott

16. Se os judeus da Europa não foram exterminados pelos nazistas, o que lhes ocorreu?

O IHR diz:

Depois da guerra os judeus da Europa continuaram ali, excetuando uns 300.000 que foram mortos por causas distintas durante a guerra, e os que emigraram para Israel, Estados Unidos, Argentina, Canadá...

A maioria dos judeus que saíram da Europa saíram depois da guerra, e não durante esta. Uma contagem foi feita.

Nizkor responde:

Isto é ridículo.

Implicaria que uns cinco milhões de judeus que faltam, emigraram a estes países depois da Segunda Guerra Mundial.

Isto não se apoia na realidade nem por aproximação.

A maioria dos judeus que foram para estes países foram ANTES da guerra.

Na Palestina, por exemplo, havia 370.000 judeus em 1936, e 590.000 em 1947.

Na América, havia uns 5,54 milhões em 1939, e uns 6 milhões hoje.

Faltam uns seis milhões de judeus europeus, e não foi feita nenhuma recontagem - exceto nos campos alemães.

Curiosamente, o famoso "revisionista" David Irving tem admitido algo surpreendente, recentemente em uma entrevista na rádio. Totalmente por surpresa, afirmou que agora crê que pelo menos quatro milhões de judeus morreram nos campos de concentração durante a guerra.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 15

Traduzido por Leo Gott

15. Quantos judeus existiam antes da guerra em áreas que passaram a ficar sob controle alemão?

O IHR diz (edição original):

Menos de quatro milhões.

Na edição revisada:

Menos de seis milhões.

Nizkor responde:

Não responderam na pergunta 1 que não havia "estatísticas demográficas credíveis"?

Cerca de três milhões na Polônia, um milhão na Hungria, mais de um milhão na parte da Rússia ocupada pelos nazistas, e muitos, muitos mais por toda Europa. De acordo com os próprios números dos nazistas estabelecidos no Protocolo de Wannsee, havia cerca de onze milhões de judeus na Europa ocupada de 1942.

Ver a resposta à pergunta 1.

Observa-se também que se os verdadeiros historiadores tivessem que trocar uma estimativa do Holocausto de seis milhões para quatro milhões ou vice-versa, os "revisionistas" iriam citar como prova de que os historiadores estão mudando suas conclusões e não têm números reais para respaldar o que dizem.

Mas quando os “revisionistas” trocam seus próprios números em dois milhões, parece não armam muito escândalo.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 14

Traduzido por Leo Gott

14. Quantas câmaras de gás destinadas a matar pessoas havia em Auschwitz?

O IHR diz:

Nenhuma.

Nizkor responde:

Incorreto como sempre, nenhuma prova como sempre.

Existiram cinco "Kremas", cada um deles com, entre outras coisas, uma câmara de gás de extermínio e fornos para incinerar as vítimas. A primeira foi reformada para desempenhar esta função. As outras quatro foram projetadas como câmaras de gás desde o princípio.

(Para toda a informação completa: um investigador aficcionado, de grande talento e muitíssimo respeitado que se chama Jean-Claude Pressac crê que as dos Kremas maiores foram projetadas originalmente como morgues para pouco depois de construídas, convertê-las em câmaras de gas, ainda está em minoria de um este planejamento). Para acesso à obra prima de Jean-Claude Pressac, clicar aqui.

Haviam outras duas instalações de extermínio chamadas "Bunker I", ou a "casinha vermelha", e "Bunker II", ou a "casinha branca".

E novamente para dar informação completa: o primeiro gaseamento foi executado no sótão do Bloco 11, e existiu um sexto Krema que nunca foi mais além dos primeiros projetos.

Leituras recomendadas: Anatomy of the Auschwitz Death Camp, Gutman et al., pp. 157-245, y, para uma excelente perspectiva histórica, Auschwitz: 1270 to the Present

66 perguntas e respostas sobre o Holocausto - Pergunta 13

Traduzido por Leo Gott

13. A qual nação se atribui o primeiro bombardeio em massa de população civil?

O IHR diz:

A Grã-Bretanha - em 11 de maio de 1940.

Nizkor responde:

Guernica, na Espanha, foi bombardeada em 1937 durante a Guerra Civil Espanhola pela Legião Condor (força expedicionária da Luftwaffe alemã enviada em apoio a Franco). Além disso Varsóvia também foi bombardeada em 1939.

(...)

Mas o que tem isso tem a ver com o HOLOCAUSTO?

É certo que os aliados bombardearam massivamente a população civil, igual aos alemães. O fato de que se cometeram atrocidades contra os alemães quer dizer que eles não cometeram nenhuma? Lógica estranha essa.

As últimas perguntas podem ter sido insinuações, mas o IHR sugere abertamente em outro site que aprisionar os judeus europeus foi algo justificado. Ver nesta página web: Envio dos judeus aos campos: é justificado?

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 12

Traduzido por Leo Gott

12. Isto ocorreu antes ou depois que apareceram os rumores sobre os “campos da morte”?

O IHR diz:

Cerca de seis anos ANTES. A Judea declarou guerra a Alemanha em 1933.

Nizkor responde:

"Guerra" econômica, tal e como foi respondida na pergunta 11.

Existe aqui mais uma contradição interna: na resposta à pergunta 10, a versão da Editora Samisdat afirma que as "historias falsas sobre campos da morte" estavam "circulando" em 1933.
E outra contradição interna [mais uma, como se contradizem esses “revisionistas”]: na resposta à
pergunta 54, o IHR afirma que "os alemães mantinham relações cordiais com os líderes sionistas". Uma guerra não é uma relação cordial.

Estas são algumas das declarações e ações dos líderes nazistas antes de estourar a guerra em 1939:

  • 1919: Hitler em uma carta:
    ...tudo que faça que o povo lute por conseguir maiores coisas, seja na religião, no socialismo, ou na democracia, simplesmente serve ao judeu como meio de satisfação de seu orgulho e sua sede de poder...
    O anti-semitismo racional, por contraste [com o anti-semitismo emocional], deve levar a uma luta sistemática e legal contra os privilégios dos que disfrutam os judeus em comparação com outros estrangeiros que vivem entre nós, e à erradicação desses privilégios. Seu objetivo final, entretanto, deve ser a total eliminação de todos os judeus que vivem entre nós.
  • 1924: Hitler escreve Mein Kampf quando está na prisão, e nele menciona que lamenta que Alemanha não gaseara os judeus influentes durante a Primera Guerra Mundial.
  • 1932: Hermann Goering, falando sobre o Partido Nazista (ainda não está no poder) diz a um jornalista italiano em uma entrevista que os nazistas necesitam defender-se dos judeus proibindo os matrimônios inter-religiosos, expulsando os judeus da Alemanha provenientes do leste da Europa, e afastando os judeus nascidos na Alemanha de todo tipo de trabalhos ou postos importantes onde os nazistas considerem que possam exercer sua "influência destrutiva, anti-nacional ou internacional".
  • No mesmo documento oficial que os nazista reimprimiram esta entrevista, disseram que incendiariam as sinagogas, trancariam os bandos assassinos de judeus em guetos e prisões, e pendurar-lhes-iam nas árvores.
    (13 de julho de 1932, Stellung der NSDAP [NSDAP = Partido Nazista.])
  • Verão de 1932: o grupo parlamentar nazista do Parlamento Prussiano (de Weimar) solicita que demitam todos os atores e artistas que não sejam de origem alemã, assim como foi posto em vigor de uma proibição do ritual judaico de sacrifício de animais destinados ao consumo humano, e a expropriação dos bens que pertençam aos judeus do leste da Europa e que vivam na Alemanha.
  • 1932, 31 de julho: Goebbels escreve um artigo no jornal Der Angriff pedindo um pogrom contra os judeus.
  • 1933, 30 de janeiro: Adolf Hitler é nomeado Chanceler da Alemanha.
  • 1933, março: começa a caça e aprisionamento aos primeiros opositores do governo nazista em campos de concentração.
  • 1933, 13 de março: Hitler cria o Ministério da Informação e Propaganda e nomeia Goebbels para o cargo de ministro.
  • 1933, 23 de março: Hitler assina a "Lei de Eliminação da Aflição do Povo e do Reich", concedendo a Hitler autoridade para abolir os parlamentos regionais da Alemanha.
  • 1933, 31 de março: Hans Kerrl, Comissário do Ministério da Justiça da Prússia e Hans Frank, Comissário do Ministério da Justiça da Baviera, anunciam que todos os fiscais e juizes judeus vão abandonar seus cargos imediatamente, e que não será permitido trabalhar a advogados e judeus notários [em suas províncias; o mesmo decreto foi aprovado em outras províncias em pouco tempo].


Em "66 Perguntas & Respostas" e na maioria da propaganda negadora, sempre se busca temas isolados e não relacionados. Apresentam um fato curioso e fora de contexto e esperam convencer o leitor de que não necessita saber mais. Mas depois que reintroduz o contexto, o fato curioso resulta em ser nada mais destacável que qualquer outra coisa das que ocorreram em seu tempo.
O que temos comentado são simplesmente as ações e escritos anti-judaicos, públicos e conhecidos cometidos antes do boicote judeu de 1933. As ações e escritos voltaram mais extremos e violentos à medida que passaba o tempo.

Hitler voltou mais e mais explícito, até que afirmou publicamente em 30 de janeiro de 1939:

Hoje quero voltar a converter-me em profeta: se a judiaria internacional da
Europa e de fora dela tiver êxito mais uma vez em sua intenção de levar as
nações a outra guerra mundial, a conseqüência não será a bolchevização da Terra
e assim, a vitória dos judeus, será a aniquilação da raça judia na
Europa.


Repetiu esta idéia pelo menos duas vezes mais, publicamente, durante a guerra, e não foi a única pessoa que disse.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 11

Traduzido por Leo Gott

11. A comunidade judaica mundial "Declarou guerra à Alemanha"?

O IHR diz (edição original):

Sim. Os meios de comunicação de todo o mundo publicaram manchetes como "Judea declara Guerra à Alemanha".

Na edição revisada:

Sim. Jornais de todo o mundo informaram sobre isto. Uma manchete em primeira página do London Daily Express (24 de março de 1933), por exemplo, dizia "Judea declara Guerra à Alemanha".

Nizkor responde:

"Os meios de comunicação de todo o mundo"?

"Jornais de todo o mundo"?

É citado somente um jornal britânico que fala dos planos de um boicote econômico.
Existe uma transcrição do artigo. Os parágrafos depois da manchete eram:

Tem surgido uma estranha e desafortunada conseqüência das histórias
sobre a acusação aos judeus na Alemanha.

Todo Israel, de todas as partes do mundo, estão se unindo para declarar
uma guerra econômica e financeira contra a Alemanha.

Até agora o grito era: "Alemanha está perseguindo os judeus". Se os
planos forem levados a cabo, o grito hitleriano será: "Os judeus perseguem a
Alemanha".



O fato de que este "grito hitleriano" volta a ser mencionado quatro décadas mais tarde pelos negadores do Holocausto não deveria surpreender em nada. (Ver pergunta 62 para mais informações sobre as distintas visões que os negadores dão sobre Hitler).

Em resumo, esta pergunta e sua resposta são uma fácil armadilha usada para que pareça que "os judeus do mundo" começaram a "guerra" contra Alemanha, no lugar do inverso.

A palavra "guerra" significa muitas coisas. Neste contexto se a planos para pressionar economicamente.

Mas o IHR e Zündel querem que você pense que foi uma autêntica declaração de guerra. Quantas divisões e exércitos teria a "Judea"? Quantos tanques? Quantos aviões? Quantos obuses?

O fato é que foi a Alemanha que começou a verdadeira guerra, a Segunda Guerra Mundial, começando por arrasar a Polônia com aviões, bombas, tanques e milhões de soldados.

Comparar isto com os planos de um boicote econômico é no mínimo absurdo, ainda que seja uma típica artimanha dos "revisionistas".

Mas ainda existe outra contradição interna[do IHR].

A resposta do IHR à pergunta 54 afirma que "os alemães mantiveram relações cordiais com os líderes sionistas".

Uma guerra não é uma relação cordial, deveriam corrigir sua história.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 10

Traduzido por Leo Gott

10. Que medida a comunidade judaica mundial tomou contra a Alemanha em 1933?

O IHR diz:

Um boicote internacional de produtos alemães.

Na versão da Editora Samisdat (Ernst Zündel):

Em 24 de março de 1933, a comunidade judia internacional declarou guerra à Alemanha e ordenou um boicote mundial dos produtos alemães simplesmente porque o governo alemão havia afastado os judeus de postos influentes e havia devolvido o poder ao povo alemão. A ordem do boicote e a "guerra" judia contra a Alemanha apareceram nos meios de comunicação de todo o mundo e foi difundida por todas partes.

Antes da Segunda Guerra Mundial começaram a circular historias falsas sobre os "campos da morte" alemães. Os alemães, portanto, tinham todo o direito do mundo de prender os judeus, como prisioneiros de guerra, onde quer e quando queria que eles se encontravam de 1933 a 1945.

Nizkor responde:

Este boicote é o mesmo de que se fala na pergunta seguinte, a não ser que aqui eles consideram isto como uma "declaração de guerra à Alemanha".

Por que o IHR descreve uma única coisa duas vezes com palavras diferentes?
Nesta existe algo suspeito.

O boicote aos produtos alemães foi levado a cabo em resposta a várias atrocidades nazistas, incluindo um boicote planejado pelos nazistas contra bens e serviços judaicos.

Mas o IHR se "esqueceu" convenientemente de mencionar isto.


Observem o patente anti-semitismo da versão da Editora Samisdat (de Ernst Zündel).

Não importam as câmaras de gás nem o serviço de extermínio, não importa a morte de seis milhões de pessoas.

Simplesmente pergunta-se se os nazistas tinham "todo o direito" de enviar crianças judias a campos onde não tinha comida, onde não havia condições salubres, onde havia fortes epidemias de tifo, onde morreram como moscas.

Estas crianças judias eram "prisioneiros de guerra"?

Inclusive os "revisionistas" têm que admitir que esta matança aconteceu, o negador do Holocausto David Irving descreve um discurso de Himmler de 1944 (revista Skeptic, Vol. 2, No. 4, p. 50):



"Se as pessoas me perguntam" - disse Himmler - "por que tem que matar também
as crianças?, então só posso dizer que não sou tão covarde como para deixar a
cargo dos meus filhos algo que eu mesmo posso fazer"...


De acordo, Himmler disse isso. De fato disse:



"Estamos eliminando os judeus. Estamos assassinando-os. Estamos matando-os"...


Ele está falando de resolver o problema judeu, sobre ter que matar também as mulheres e as crianças.

Um artigo de um jornal de 1933 deu aos nazistas "todo o direito" de fazer isto?

(Irving afirma na entrevista que como Himmler não havia mencionado especificamente quantos judeus estavam sendo assassinados, este discurso não é uma prova do Holocausto).

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 9

Traduzido por Leo Gott

9. Por que os alemães encarceraram os judeus em campos de concentração?

O IHR diz:

Porque os alemães consideravam que os judeus eram uma ameaça direta à sua soberania nacional e sua sobrevivência, e porque um número desproporcional de judeus fazia parte na subversão comunista. Entretanto, todos os suspeitos de ameaçar a segurança -não só judeus- poderiam ser presos.

E na versão da Editora Samisdat (Ernst Zündel):

Porque os alemães consideravam que os judeus eram uma ameaça direta a sua soberania nacional e sua sobrevivência. Um número desproporcional de judeus da Alemanha fazia parte da subversão comunista. Em uma comparação per capita, havia um número excessivo de judeus em postos chave do governo, no comércio e em determinadas profissões. Entretanto, todos os suspeitos de ameaças a segurança - não só judeus - poderiam ser presos.

Nizkor responde:

Todos os judeus eram comunistas e ameaçavam a segurança nacional?

E os judeus de outros países como a Polônia, por exemplo?

E os homossexuais, e os ciganos sinti e roma?

Isto é uma reencarnação da propaganda nazista da pior classe possível. Afirmações como que "um número desproporcional" de judeus fazia parte da "subversão comunista" e nas "profissões" incorreta é um eco exato da propaganda anti-semita nazista.

O fato é que os nazistas utilizaram esta propaganda para justificar o massacre de todos os judeus que encontraram, e também qualquer país que conquistaram: milhões deles, homens, mulheres e crianças.

Os negadores do Holocausto, por certo, admitem que se executou disparando em centenas de milhares de judeus, incluindo mulheres e crianças, nos territórios do leste. (Ver próxima pergunta).

Os nazistas disseram que era justificável devido às condições da guerra.

Ver aparecer estes mesmos argumentos cinqüenta anos depois, em nossa opinião, é algo que nos aterroriza.

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 8

Traduzido por Leo Gott

8. Se diferenciam em quê os campos de concentração alemães dos campos de realocação americanos onde prenderam americanos de origem japonesa, alemã ou italiano, durante a Segunda Guerra Mundial?

O IHR diz (edição original e revisada):

Excetuando o nome, a única diferença significativa foi que os alemães prenderam pessoas com base à ameaça da segurança, real ou suspeita, do esforço de guerra alemão, enquanto os americanos prenderam as pessoas simplesmente com base na raça.

Nizkor responde:

Irrelevante para o tema do Holocausto, e falso.

A frase " os alemães prenderam pessoas com base à ameaça da segurança, real ou suspeita " poderia ser verdade - se admitíssemos que todos e cada um dos judeus eram uma suposta ameaça à segurança simplesmente por serem judeus.

Por exemplo, um relatório de 1942 enviado a Hitler por Himmler lista três categorias entre os "Bandenverdaechtige" - suspeitos de pertencer à oposição:


De "capturados", havia 19.000. De "executados" havia 14.000. E de "judeus
executados", uns 300.000.

Existem disponíveis uma fotografía e uma transcrição do documento. Por certo, estamos falando de uns 300.000 judeus executados peloos Einsatzgruppen tão somente nos quatro meses finais de 1942.

Afirmar que não havia diferenças significativas é por exemplo uma mentira.

Os americanos não mataram de fome a milhões de pessoas, não obrigaram os seus prisioneiros a trabalhar sob condições brutais, e não os enviavam para câmaras de gás se não eram "apropriados ou aptos" para o trabalho.

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