sábado, 1 de março de 2008

Centro oferece mais de R$ 800 mil para encontrar médico nazista

Centro oferece mais de R$ 800 mil para encontrar médico nazista
FERNANDO SERPONE
da Folha Online

Após 62 anos do fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), o Centro Simon Wiesenthal oferece recompensa de 310 mil euros [R$ 832 mil] para quem ajudar a encontrar o austríaco Aribert Heim, que foi médico em três campos de concentração durante o Holocausto.

Ele é acusado do assassinato de centenas de prisioneiros com injeções letais nos campos de concentração de Sachsenhausen e Buchenwald --ambos na Alemanha-- e Mauthausen, na Áustria.




A informação foi divulgada nesta terça-feira durante entrevista coletiva em São Paulo com o americano Efraim Zuroff, diretor do escritório israelense e principal autoridade em criminosos de guerra nazistas do centro, uma organização judaica de direitos humanos.

"Sei que vocês se perguntam por que fazemos isso depois de tantos anos. (...) Mas a passagem do tempo não diminui a culpa dos assassinos", afirmou Zuroff, ao iniciar a coletiva.



"Se uma pessoa, que Deus não queira, matasse sua avó e só fosse encontrada anos depois, não creio que o fato de ela ser idosa iria afetar seu desejo de que ela pagasse pelo crime", disse.

De acordo com o diretor, as verbas oferecidas como recompensa pela prisão de Heim são provenientes do governo alemão, do governo austríaco e de doações particulares.

A entrevista foi realizada para divulgar o início da fase sul-americana da Operação Última Chance, que visa encontrar os últimos criminosos de guerra nazistas ainda vivos na América do Sul.

Apesar das décadas após os crimes, entre abril de 2006 e março de 2007 o centro fez com que 21 criminosos de guerra fossem condenados. Em 14 países, 1.019 pessoas são investigadas atualmente. "Sabemos que temos pouco tempo, mas isso tem de ser feito", explica Zuroff.

O programa começou em 2002 na Lituânia, Letônia e Estônia, e oferece US$ 10 mil [cerca de R$ 18 mil] por informações que facilitem a localização, julgamento e condenação de criminosos nazistas em qualquer lugar do mundo.

De acordo o diretor americano, países como Alemanha, EUA, Canadá, Polônia e Lituânia têm escritórios oficiais para investigar criminosos nazistas.

A operação tem como principal objetivo encontrar criminosos de guerra até então desconhecidos.

Nazistas no Brasil

Segundo Zuroff, levando em conta a história do Brasil e a grande imigração depois da Segunda Guerra --especialmente da Alemanha-- é "mais do que provável" que algumas dessas pessoas ainda estejam vivas e possam ser julgadas.

"Faço questão de divulgar o número no Brasil para qualquer um que tenha informações sobre criminosos de guerra nazistas". Além do número de telefone (0xx11- 8408-7422), há um e-mail (ultimaoportunidade@gmail.com) para contato, e também o site: ( http://www.operationlastchance.org/ )".

O americano cita ainda quatro casos de nazistas de alto escalão encontrados no Brasil, entre eles o do médico alemão Joseph Mengele.

Apelidado de "Anjo da Morte", ele era o responsável por determinar quem seria exterminado e quem seria submetido a trabalhos forçados no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Também fez experiências com presos, entre elas a de injetar substâncias químicas nos olhos de crianças para ver se mudariam de cor.

Após fugir da Alemanha para a Argentina, Mengele veio ao Brasil, onde morreu de infarto quando nadava no mar em Bertioga, em 1979.

Falta de cooperação

Anualmente, o escritório do centro em Israel envia um questionário a todos os governos que possam ter alguma relação com a questão de criminosos nazistas.

O documento questiona se os países encontraram, condenaram ou investigam nazistas.

Segundo Zuroff, o questionário enviado ao Brasil, através da Embaixada em Tel Aviv, nunca foi respondido.

Ele diz ainda que nenhum país da América do Sul tem uma instituição do governo voltada para a questão, e nunca realizou uma operação ampla para investigar quantos nazistas entraram no país e quantos ainda estão vivos.

Há 27 anos em busca de nazistas pelo mundo, Zuroff faz uma ressalva: após a transição para a democracia na América do Sul, alguns criminosos foram extraditados -- um alemão que foi extraditado do Brasil, outros quatro da Argentina, e um da Bolívia.

Em todos os casos, o centro foi responsável pela localização dos nazistas.

Foto: Fernando Serpone/Folha Online
O americano Efraim Zuroff durante entrevista coletiva em São Paulo nesta terça-feira (04)

Fonte: Folha de SP(Brasil, 04.12.2007)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u351284.shtml

Reflexões sobre a educação e críticas aos negadores

Día de recordação do Holocausto: Reflexões sobre a educação e críticas aos negadores
30 - 01 - 08



A educação e suas implicações éticas; o valor da memória e o repúdio contra toda expressão negacionista foram os pontos destacados durante o ato de celebração do “Dia Internacional da Recordação das Vítimas do Holocausto”, realizado anteontem pelos três ministérios nacionais e as organizações da sociedade civil que integram o capítulo argentino da ITF.

A data se designou em 2005 por consenso de 192 países, em coincidência com a da liberação do campo de extermínio de Auschwitz (27 de janeiro 1945), como símbolo do que causou a nefasta maquinário criminal nazista.

O ato, realizado no abarrotado Salão de Atos do Banco Nación, foi presidido pelos ministros da Justiça Aníbal Fernández e Educação, Juan Carlos Tedesco; o vice-chanceler Roberto García Moritán; o secretário de Direitos Humanos, Eduardo Luis Duhalde; o presidente da DAIA, Aldo Donzis; e o sobrevivente de Auschwitz, David Galante.

Tedesco refletiu acerca do papel da educação e da formação ética dos cidadãos, científicos e dirigentes. “É muito duro mas devemos recordar que os que arquitetaram e executaram o Holocausto eram, do ponto de vista cognitivo, muito instruídos. O problema, portanto, não é puramente cognitivo. O problema é ético”, assinalou.

O vice-chanceler García Moritán, por sua parte, referiu-se à participação da Argentina — através dos ministérios da Educação, Justiça, e Relações Exteriores, e de diversas organizações não governamentais - , no Grupo de Trabalho e Cooperação para a implementação da temática da Shoá nos programas educativos de seus países membros (ITF).

“O co-patrocínio do país na ITF significa que para Argentina as teorias negacionistas e a violação massiva e sistemática dos direitos humanos são inaceitáveis, e devem ser combatidas. Nenhum delito de lesa humanidade pode ficar impune”, afirmou García Moritán.

"As sociedades que não recordam seu passado estão cometendo um crime contra a memória. É nosso dever enfrentar a quem se nega a reconhecer os horrores do nazismo", concordou o ministro da Justiça, Aníbal Fernández, que acrescentou "este deve ser um dia de reflexão para toda a humanidade".

O presidente da DAIA, Aldo Donzis, ressaltou que “Não é moralmente admissível a neutralidade ante a violação dos direitos humanos” e que “A memória se transforma em um mero ritual se só se recorda o passado como um fato histórico, se não se aprende dele, se não se eleva ao clamor generalizado contra aqueles que pretendem repeti-lo”.

Assistiram ao ato os embaixadores de Israel, dos Estados Unidos, França e Croácia; a vice-presidenta das Avós da Praça de Maio, Rosa Roisinblit; o secretário de Culto da Chancelaria, Guillermo Oliveri; a presidenta do Banco Nación, Mercedes Marcó del Pont; o titular da Associação Mutual Israelita da Argentina (AMIA), Luis Grynwald e o presidente do Museu do Holocausto, Mario Feferbaum, sobreviventes do Holocausto, e funcionários de diversos ministérios.

O sobrevivente do Holocausto David Galante comoveu com seu testemunho a todos os presentes: “A alguém lhe parecerá estranho, mas não todos os que se debruçam ao inferno de Auschwitz padecem da mesma reação que o campo despertou em seus libertadores. Sessenta e três janeiros depois, sua recordação parece causar indiferença e pior ainda, sua negação. Não vou dar nomes nem detalhes. Não importam às pessoas senão os fatos. Os que negam o que eu vivi, tem a sorte de que não poderão jamais experimentar uma só das sensações que eu padeci dentro do campo.”

As Nações Unidas, através de sua resolução 60/7 de 2005, que instaura o 27 de janeiro como dia de recordação das vítimas da Shoá, “condena sem reservas todas as manifestações de intolerância religiosa, incitação, assédio ou violência contra pessoas ou comunidades baseadas na origem étnica ou nas crenças religiosas, de onde quer que tenham origem”.

Asssim mesmo, insta “os Estados Membros a que elaborem programas educativos que inculquem as gerações futuras os ensinos do Holocausto com o fim de ajudar a prevenir atos de genocídio no futuro”.

Baixe a resolução 60/7 (ano 2005) do site das Nações Unidas.

Fonte(espanhol): Fundación Memoria del Holocausto(Argentina)
http://www.fmh.org.ar/prensa/gacetillas/postacto280108.html
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Auschwitz e os números de mortos (por Robert Jan Van Pelt)

A primeira tentativa após a guerra de estabelecer o número total de mortos no contexto de uma investigação forense foi feita pela Comissão Estadual Extraordinária para Averiguar e Investigar os Crimes Cometidos pelo Invasores Alemães Fascistas e os Seus Associados no Campo da Morte de Oswiecim. O comitê chegou à conclusão de que quatro milhões de pessoas tinham sido mortas em Auschwitz. A sua conclusão foi baseada numa avaliação da capacidade dos crematórios. Os cinco crematórios teriam sido capazes de queimar, ao menos em teoria, 5.121.000 cadáveres. Adicionalmente existia a capacidade adicional proporcionada pelas piras. Tendo em consideração a possibilidade de operação abaixo da capacidade e de paradas, no entanto, a Comissão de peritos técnicos estabeleceu que durante a existência do campo de Oswiecim os executores alemães tinham assassinado pelo menos quatro milhões de cidadãos da URSS, Polônia, França, Iugoslávia, Tchecoeslováquia, Romênia, Hungria, Holanda, Bélgica e outros países.[26].

Além da abordagem de engenharia questão de quantas pessoas tinham morrido em Auschwitz, surgiu um segundo método de estabelecer o número de vítimas. Este baseava-se numa análise do número de deportações para o campo. Já em 1946, Nachman Blumental, usando este método, chegou a suposição informada que o número de vítimas devia ter sido entre 1,3 e 1,5 milhões.[27] No início da década de 50, Gerald Reitlinger igualmente tentou chegar a uma estimativa grossa do número de vítimas com base no número de deportados.

No que diz respeito ao número total de judeus trazidos para o local de seleção em Auschwitz, é possível estimá-lo com alguma exatidão para os países da Europa Oriental e Central bem como para os Bálcãs, mas não para a Polônia. Não existe uma guia real quanto à porcentagem de gaseados. Foi baixa antes de Agosto de 1942, e geralmente baixa também após Agosto de 1944, mas no período intermediário podia variar entre cinqüenta e cerca de cem por cento. A lista seguinte tem em conta um número de transportes franceses e gregos enviados para Majdanek e 34.000 judeus holandeses que foram para Sobibor:

Bélgica 22.600
Croácia 4.500
França 57.000
Grande Reich [....s transportes diretos] *25.000 (incerto)
Grande Reich [via Theresienstadt] 32.000
Grécia 50.000
Holanda 62.000
Hungria (fronteiras durante a guerra) 380.000
Itália 5.000
Luxemburgo 2.000
Noruega 700
Polônia e Países Bálticos *180.000
Eslováquia (fronteiras de 1939) 20.000

TOTAL----840.800

Deste total, 550.000 a 600.000 poderão ter sido gaseados logo após a chegada, e a estes deve-se- acrescentar uma parte desconhecida dos 300.000 ou mais, desaparecidos do campo, que foram selecionados.[28] importante anotar que Reitlinger, se confrontado com várias estimativas diferente do número de vítimas, escolhia por sistema a mais baixa. A primeira razão era que o exagero serviria àqueles que quisessem negar o Holocausto.[29] A segunda deve-se localizar na sua disposição invulgarmente otimista perante toda a história, baseada na sua avaliação muito sombria da natureza humana: enquanto escrevia o livro, lembrava-se sempre a si próprio de que poderia ter sido pior um sentimento que poucos têm partilhado.[30 ]

Finalmente, havia avaliações diferentes por parte das testemunhas. A mais importante destas era, sem dúvida, o Comandante Rudolf Höss. Durante os seus interrogatórios iniciais, Höss parece ter confirmado uma avaliação inicial feita pelos seus interrogadores de que três milhões de pessoas tinham sido mortas em Auschwitz.[31] Em Nuremberg ele deu números diferentes em ocasiões diferentes. Durante os seus interrogatórios deu uma lista detalhada de números por nacionalidade que somava mais do que 1,1 milhões de deportados.[32] Na sua declaração sob juramento, no entanto, afirmou que pelo menos 2.500.000 vítimas foram executadas e exterminadas [em Auschwitz] mediante gaseamento e incineração, e pelo menos outro meio milho sucumbiu a fome e doenças, o que dá um total de cerca de 3.000.000 de mortos."[33]

Confirmou este número numa conversa com o psicólogo de prisão, Dr. Gilbert. "Ele prontamente confirmou que cerca de 2 milhões de judeus tinham sido exterminados sob a sua direção.[34] Num breve memorando que escreveu para Gilbert mais tarde em Abril Höss voltou ao número menor. Agora afirmava que o número de 2,5 milhões se referia ao potencial técnico. "Por tudo quanto sei, este número parece-me ser demasiado alto. Se eu calcular o total das operações em massa de que ainda tenho memória, e ainda tiver em conta uma certa porcentagem de erro, chego nos meus cálculos a um total de 1,5 milhões no máximo para o período entre o início de 1941 e o fim de 1944."[35]

Finalmente, na Polônia, Höss afirmou novamente que o número de vítimas tinha, com maior das probabilidades, sido menor do que 1,2 milhões de pessoas, comentando que: Eu considero o número de 2,5 milhões muito alto por demais. Mesmo Auschwitz tinha limites s suas capacidades destrutivas.[36] Portanto, no início da década de 1950, existiam basicamente três estimativas do número de vítimas, cada uma baseada em fontes diferentes: uma alta de 4 milhões, baseada na suposta capacidade dos crematórios, uma baixa de cerca de 1 milhão baseada no número do transportes e a avaliação final que Höss forneceu ao Dr. Gilbert em Nuremberg e ao Dr. Jan Sehn em Cracóvia, e uma intermediária de 2,5 milhões, baseada no número de Eichmann conforme relatado a Höss, e inicialmente substanciada por Höss na sua declaração sob juramento em Nuremberg.

Até o início da década de 80 nos foi empreendido nenhum estudo original para resolver a margem inaceitavelmente grande entre a estimativa mais baixa e a mais alta. A culpa recai em grande medida sobre a Guerra Fria: a cifra de 4 milhões tinha sido estabelecida pelos Soviéticos, a cifra de 1 milhão tinha sido primeiramente proposta no Ocidente. As relações entre Este e Oeste deterioraram, com a maior parte da Alemanha passando a fazer parte da OTAN, e como este país se recusava a reconhecer a legitimidade da anexação das antigas regiões alemãs da Prússia Oriental, Pomerânia e Silésia pela Polônia depois da guerra, a questãoo do número de vítimas tornou-se matéria de política. Os governantes comunistas da Polônia não estavam dispostos a fazer a menor cessão perante a Alemanha enquanto o governo de Bonn não reconhecesse a integridade territorial da República Popular da Polônia, e portanto mantiveram a política de afirmar que 4 milhões de pessoas tinham sido mortas em Auschwitz. No Ocidente, a maior parte dos historiadores do Holocausto que, devido ao clima político, estavam incapacitados de fazer pesquisa original na matéria, tendiam a aceitar, com reservas, o número intermediário de 2,5 milhões. Inicialmente só Raul Hilberg, que fez uma importante análise estatística do número de vítimas, suportou o número menor de 1 milhão. O seu raciocínio, justificado, era que, dado o número de vítimas do Holocausto (5,1 milhões na sua estimativa conservadora), e dadas as estimativas maiores ou menos fiáveis do número dos judeus que morreram de privação geral nos guettos, dos que foram executados a tiro a céu aberto e dos que morreram em outros campos de extermínio e de concentração, o número total de vítimas de Auschwitz não pode ter sido maior do que 1 milhão.[37]

O advento de [Partido] Solidariedade e a eleição do polonês Karol Wojtyla como Papa João Paulo II (1978) mudou o clima intelectual na Polônia. Enquanto o governo continuava agarrado ao número oficial de 4 milhões de vítimas, o Dr. Piper do Museu de Auschwitz, que até então se tinha visto impedido de pesquisar a matéria, começou a focar a sua atenção na questão de quantas pessoas tinham morrido no campo. A sua pesquisa foi catalizada por novos números publicados na França por Georges Wellers, que tinha chegado à conclusão de que 1.613.455 pessoas tinham sido deportadas para Auschwitz (das quais 1.433.405 eram judeus) e que 1.471.585 destas tinham morrido (das quais 1.352.980 eram judeus). Piper levou o seu trabalho a uma primeira conclusão em 1986. Uma vez que tinha em grande parte endossado as cifras que tinham sido propostas no Ocidente por Reitlinger e Hilberg, decidiu proceder de forma cuidadosa, decisão sábia, tendo em conta que em meados da década de 1980 a Polônia se encontrava sob regime militar. Primeiro submeteu as suas conclusões a um processo de revisão interna dentro do museu, e depois a uma revisão externa pormenorizada pelo principal instituto polaco de pesquisa sobre a era nazi, a Comissão Principal para a Investigação de Crimes Nazis na Polônia. Em 1990, depois das suas conclusões terem sido endossadas (e com o primeiro governo pós-comunista no poder), Piper deu a conhecer a sua nova estimativa de 1,1 milhões de vítimas à comunidade internacional. Esta cifra tem sido endossada por todos os historiadores profissionais sérios que têm estudado a complexa história de Auschwitz com algum detalhe, bem como pelos institutos de pesquisa do Holocausto Yad Vashem em Jerusalm e United States Holocaust Memorial Museum em Washington D.C.[38]

Traduzido por Roberto Muhlemkamp no RODOH Fórum à partir do link: http://www.holocaustdenialontrial.com/trial/defense/van/ii

Ver também:
Números do Holocausto - Ciganos (Estimativa do número de mortos)
Números do Holocausto - Estimativa de vítimas judaicas
Números do Holocausto por Raul Hilberg
5 milhões de vítimas não judias? (1ª Parte)
5 milhões de vítimas não judias? (2ª Parte)
Número de judeus húngaros gaseados na chegada a Auschwitz
Números de vítimas do Holocausto por país em relação aos números da populaçao de 1937

sábado, 23 de fevereiro de 2008

As Perguntas e Respostas do IHR, e a Resposta do Nizkor

As Perguntas e Respostas do IHR,
e as respostas do Nizkor

Uma respostas as "66 P&R" do IHR e Zündel

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Generalidades

1. Que provas existem de que os Nazis praticaram o genocídio ou assassinaram deliberadamente seis milhões de judeus?
Nota-se que esta resposta é maior que o normal, sendo uma rápida introdução a essência do "revisionismo".

2. Que evidências existem de que os nazis não mataram seis milhões de judeus?
3. Simon Wiesenthal afirmou por escrito que "não havia campos de extermínio em solo alemão"?
4. Se Dachau estava na Alemanha e inclusive Simon Wiesenthal disse que não era um campo de extermínio, por que milhares de veteranos dizem que o era?
5. Auschwitz estava na Polônia, não na Alemanha. Há alguma prova da existência de câmaras de gás destinadas a assassinar seres humanos em Auschwitz?
6. Se Auschwitz não era um "campo da morte", qual era sua finalidade?

Trivialização do Holocausto; Culpar os judeus

7. Quem, onde e quando foram criados os primeiros campos de concentração?
8. Diferenciam-se em quê os campos de concentração alemães dos campos de realocação americanos onde prenderam americanos de origem japonesa, alemã ou italiana, durante a Segunda Guerra Mundial?
9. Por que os alemães encarceraram os judeus em campos de concentração?
10. Que medida a comunidade judaica mundial tomou contra a Alemanha em 1933?
11. A comunidade judaica mundial "Declarou guerra à Alemanha"?
12. Isto ocorreu antes ou depois que apareceram os rumores sobre os “campos da morte”?
13. A qual nação se atribui o primeiro bombardeio em massa de população civil?

O destino dos judeus

14. Quantas câmaras de gás destinadas a matar pessoas havia em Auschwitz?
15. Quantos judeus existiam antes da guerra em áreas que passaram a ficar sob controle alemão?
16. Se os judeus da Europa não foram exterminados pelos nazistas, o que lhes ocorreu?
17. Quantos judeus fugiram para o interior da União Soviética?
18. Quantos judeus emigraram ANTES da guerra, estando assim fora do alcance dos alemães?
19. Se Auschwitz não era um campo de extermínio, por que o comandante do campo, Rudolf Höss, confessou que era?
20. Existe alguma prova de que era costume entre os americanos, os britânicos, franceses e os soviéticos torturar prisioneiros alemães para fazer-lhes confessar antes do Julgamento de Nuremberg e em outros lugares?

Conspirações

21. Como os judeus se beneficiam hoje com a história do “Holocausto”?
22. Como beneficia ao Estado de Israel?
23. Como beneficia as Igrejas cristãs?
24. Como beneficia os comunistas?
25. Como beneficia a Grã-Bretanha?
26. Existe alguma prova de que Hitler ordenou um extermínio em massa de judeus?

Zyklon-B

27. Que tipo de gás foi utilizado pelos nazistas nos campos de concentração?
28. Com que finalidade se fabricava, e fabrica, este gás?
29. Por que o utilizaram no lugar de algum gás mais apropriado para o extermínio em massa?
30. Quanto tempo se leva para ventilar uma área fumigada com Zyklon-B?
31. O comandante de Auschwitz, Höss, disse que seus homens entravam nas câmara de gás dez minutos depois que os judeus haviam morrido e levavam os cadáveres como se explica isto?
32. Höss disse em sua confissão que seus homens fumavam enquanto retiravam os cadáveres da câmara de gás 10 minutos depois do gaseamento. O Zyklon-B não é explosivo?

Generalidades

33. Qual era o procedimento exato que dizem que usavam os nazistas para exterminar judeus?
34. Como se poderia manter um programa tão massivo em segredo, sem que os judeus que iriam ser exterminados soubessem?
35. Se os judeus que iam ser executados sabiam do destino que lhes aguardava, por que iam para a morte sem lutar nem protestar?
36. Quantos judeus morreram aproximadamente nos campos de concentração?
37. Como morreram?
38. O que é o tifo?
39. Que importa se morreram seis milhões de judeus ou 300.000 durante este terrível período?

Cremação

40. Muitos sobeviventes judeus dos "campos da morte" dizem que viram corpos sendo empilhados em valas e queimados. Quanta gasolina deveria ter feito falta para fazer isto?
41. Pode-se queimar cadáveres numa vala?
42. Os escritores sobre o "Holocausto" afirmam que os nazis podiam cremar corpos em uns dez minutos. Quanto tempo leva incinerar um cadáver, segundo diversos operários profissionais de crematórios?
43. Por que os campos de concentração tinham fornos crematórios?
44. Dado um ciclo de trabalho de 100% de todos os crematórios de todos os campos em território controlado por alemães, qual é o número máximo de cadáveres que foi possível incinerar durante todo o período em que os crematórios estiveram em funcionamento?
45. Pode se utilizar um forno crematório em 100% do tempo?
46. Quanta cinza deixa um corpo cremado?
47. Se os nazis incineraram seis milhões de pessoas, que fizeram com as cinzas?
48. Vêem-se cámaras de gás nas fotos aliadas feitas no tempo de guerra de Auschwitz (durante o período no que se supõe que as "câmaras de gás" e os crematórios estavam funcionando cem por cento)?

Trivialização das Leis Anti-judaicas(anti-semitas)

49. Quais eram as princípais disposições das "leis de Nuremberg" alemães de 1935?
50. Houve algum precedente às Leis de Nuremberg na América?
51. 51. Que relatório deu a Cruz Vermelha Internacional sobre a questão do "Holocausto"?
52. Qual foi o papel do Vaticano durante o tempo em que se supõe que seis milhões de judeus foram exterminados?

Generalidades

53. Que provas existem de que Hitler sabia que se estava levando a cabo o extermínio de judeus?
54. Houve colaboração entre os nazis e os sionistas?
55. O que provocou a morte de Anne Frank algumas semanas antes do fim da guerra?
56. É autêntico o Diário de Anne Frank?
57. O que se pode das numerosas fotografias e filmes feitos nos campos de concentração que mostram pilhas de cadáveres esqueléticos? São falsos?
58. Quem criou o termo "genocídio"?
59. Filmes como 'Holocausto' ou 'Ventos da Guerra' são documentários?

Sobre o "Revisionismo"

60. Aproximadamente, quantos livros foram publicados que refutem algum aspecto das afirmações feitas sobre o "Holocausto"?
61. O que ocorreu quando um instituto dedicado à História ofereceu 50.000 dólares a qualquer pessoa que pudesse provar que se gaseou judeus em Auschwitz?
62. O que se pode dizer dessa afirmação segundo a qual os que questionam o "Holocausto" são anti-semitas ou neonazis?
63. O que tem ocorrido aos historiadores que tem questionado o "Holocausto"?
64. O Institute for Historical Review tem sofrido represálias por seu empenho em defender a liberdade de expressão e a liberdade de ensino?
65. Por que se dá tão pouca publicidade a seu ponto de vista?
66. Onde posso conseguir mais informação sobre "a outra versão" da história do "Holocausto", assim como sobre fatos referentes a outras áreas do Revisionismo Histórico da Segunda Guerra Mundial?
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Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/features/qar/qar00-sp.html
Tradução: Leo Gott; Roberto Lucena

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Testemunho de Otto Ohlendorf no IMT

CORONEL JOHN HARLAN AMEN (Advogado Associado de Julgamento para os Estados Unidos):
Permita-me o Tribunal, eu desejo chamar como testemunha para a Acusação, Sr. Otto Ohlendorf ...
[Testemunha Otto Ohlendorf ocupou a posto de testemunhas]
O PRESIDENTE: Otto Ohlendorf, repita este juramento depois de mim "Eu juro por Deus Todo-Poderoso e Onisciente que eu falarei a pura verdade e não omitirei e não acrescentarei nada."
[A testemunha repete o juramento]
CEL. AMEN: Tente falar devagar e pausadamente entre cada pergunta e resposta.
OTTO OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Onde você nasceu?
OHLENDORF: Em Hohen-Egelsen.
CEL. AMEN: Quantos anos você tem?
OHLENDORF: Trinta e oito anos.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se tornou um membro do Partido Nacional-Socialista? OHLENDORF: 1925.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se tornou um membro da SA?
OHLENDORF: Pela primeira vez em 1926.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se tornou um membro da SS?
OHLENDORF: Eu devo corrigir minha resposta à questão anterior. Eu pensei que você estava falando sobre minha associação à SS.
CEL. AMEN: Quando você se tornou um membro da SA?
OHLENDORF: No ano de 1925.
CEL. AMEN: Quando, se alguma vez, você se juntou à SD?
OHLENDORF: Em 1936.
CEL. AMEN: Qual foi sua última posição na SD?
OHLENDORF: Chefe do Amt III na RSHA....
CEL. AMEN: Você nos contou por qual período de tempo você continuou como chefe da Amt III?
OHLENDORF: Eu era chefe por meio período da Amt III de 1939 a 1945.
CEL. AMEN: Voltando agora à designação "Unidades Móveis" com o exército mostrado no canto inferior direito do diagrama, por favor explique ao Tribunal a significância dos termos "Einsatzgruppe" e "Einsatzkommando."
OHLENDORF: O conceito "Einsatzgruppe" foi estabelecido depois de um acordo entre os chefes da RSHA, OKW e OKH, sobre o uso separado das unidades Sipo nas áreas operacionais. O conceito de "Einsatzgruppe" primeiro apareceu durante a campanha polonesa. Entretanto, só se chegou ao acordo com o OKH e OKW antes do início da campanha russa. Este acordo especificava que um representante do chefe da Sipo e da SD seria designado para os grupos de exército, ou exércitos, e que este oficial teria à sua disposição unidades móveis da Sipo e do SD na forma de um Einsatzgruppe, subdividida em Einsatzkommandos. Os Einsatzkommandos, sob ordens do grupo de exércitos ou exército, seriam atribuídos às unidades individuais do exército conforme preciso.
CEL. AMEN: Declare, se você souber, se antes da campanha contra a Rússia Soviética, algum acordo foi iniciado entre a OKW, OKH e RHSA?
OHLENDORF: Sim, os Einsatzgruppen e Einsatzkommandos, como acabei de descrevê-los, foram usados em razão de um acordo escrito entre o OKW, OKH e RSHA.
CEL. AMEN: Como você sabe que existiu tal acordo escrito?
OHLENDORF: Eu estive presente várias vezes durante as negociações com Albrecht e Schellenberg conduzidas com o OKH e OKW; e eu também tinha uma cópia escrita deste acordo, que era o resultado destas negociações, em minhas próprias mãos quando eu assumi o Einsatzgruppe.
CEL. AMEN: Explique ao Tribunal quem era Schellenberg. Que posição ele ocupava, se ocupava alguma posição?
OHLENDORF: Schellenberg era, no final, chefe do Amt VI na RHSA; na época em que ele estava liderando como um representante de Heydrich, ele pertencia à Amt VI.
CEL. AMEN: Em aproximadamente que data estas negociações aconteceram?
OHLENDORF: As negociações duraram várias semanas. Deve ter-se chegado ao acordo uma ou duas semanas antes do início da campanha.
CEL. AMEN: Você mesmo já viu uma cópia deste acordo escrito?
OHLENDORF: Sim!
CEL. AMEN: Você já teve motivo para trabalhar com este acordo escrito?
OHLENDORF: Sim!
CEL. AMEN: Em mais de uma ocasião?
OHLENDORF: Sim; Em todas as questões resultantes do relacionamento entre os Einsatzgruppen e o exército.
CEL. AMEN: Você sabe onde se encontram o original ou quaisquer cópias daquele acordo hoje?
OHLENDORF: Não.
CEL. AMEN: Do máximo que você sabe e se recorda, por favor explique ao Tribunal toda a substância deste acordo escrito.
OHLENDORF: Em primeiro lugar, o acordo declarava que as Einsatzgruppen e os Einsatzkommandos seriam criados nas áreas operacionais. Isto criou um precedente, porque até àquela época o exército tinha, sob sua própria responsabilidade, cumprido as tarefas que agora passariam a ser somente da Sipo. Em segundo lugar, estavam os regulamentos com relação à competência.
CEL. AMEN: Você está indo rápido demais. O que você é isso que você diz que os Einsatzkommandos fizeram sob o acordo?
OHLENDORF: Eu disse que esse era o relacionamento entre o exército e o Einsatzgruppen e os Einsatzkommandos. O acordo especificava que os grupos do exército ou exércitos seriam responsáveis pelo movimento e abastecimento das Einsatzgruppen, mas que as instruções para as atividades delas viriam do chefe da Sipo e do SD.
CEL. AMEN: Deixe-nos entender. É correto que um grupo Einsatz deveria ser ligado a cada grupo de exército ou exército?
OHLENDORF: Cada grupo de exército tinha que ter uma Einsatzgruppe ligada a ele. O grupo de exército, por sua vez, então ligaria os Einsatzkommandos aos exércitos do grupo de exército.
CEL. AMEN: E o comando do exército determinaria a área dentro da qual o grupo Einsatz iria operar?
OHLENDORF: A área operacional da Einsatzgruppe já era determinada pelo fato de que ela era ligada a um grupo de exército específico e portanto movia-se com ele, enquanto as áreas operacionais dos Einsatzkommandos eram fixadas pelo grupo de exército ou exército.
CEL. AMEN: O acordo também estipulou que o comando de exército iria controlar o tempo durante o qual elas iriam operar?
OHLENDORF: Isso estava incluso sob o título "movimento".
CEL. AMEN: E, também, para controlar quaisquer tarefas adicionais que eles iriam operar?
OHLENDORF: Sim. Muito embora os chefes da Sipo e SD tivessem o direito de emitir instruções a eles sobre seu trabalho, havia um acordo geral de que o exército também tinha o direito de emitir ordens às Einsatzgruppen se a situação operacional assim fizesse necessário.
CEL. AMEN: O que o acordo estipulava com respeito à ligação do comando do grupo Einsatz a esse comando do exército?
OHLENDORF: Eu não consigo me lembrar se qualquer coisa específica sobre isso estava contida no acordo. Para ser mais preciso, um homem de ligação entre o comando do exército e a SD era escolhido.
CEL. AMEN: Você se recorda de quaisquer outras provisões deste acordo escrito?
OHLENDORF: Acredito que eu possa declarar o conteúdo principal daquele acordo.
CEL. AMEN: Que posição você ocupava com respeito a esse acordo?
OHLENDORF: De junho de 1941 até a morte de Heydrich em junho de 1942, eu liderei a Einsatzgruppe D, e era o representante do chefe da Sipo e da SD com o 11º Exército.
CEL. AMEN: E quando foi a morte de Heydrich?
OHLENDORF: Heydrich foi ferido no final de maio de 1942, e morreu em 4 de junho de 1942.
CEL. AMEN: Quanto tempo você foi previamente avisado da campanha contra a Rússia Soviética?
OHLENDORF: Cerca de quatro semanas.
CEL. AMEN: Quantos grupos Einsatz havia, e quem eram seus respectivos líderes?
OHLENDORF: Havia quatro Einsatzgruppen, Grupos A, B, C e D. O chefe da Einsatzgruppe A era Stahlecker; o chefe da Einsatzgruppe B era Nebe; o chefe da Einsatzgruppe C, Dr. Rasche, e depois, Dr. Thomas; o chefe da Einsatzgruppe D era eu mesmo, e depois Bierkamp.
CEL. AMEN: A qual exército o Grupo D estava ligado?
OHLENDORF: O Grupo D não estava ligada a nenhum grupo, mas estava ligado diretamente ao 11º Exército.
CEL. AMEN: Onde operava o Grupo D?
OHLENDORF: O Grupo D operava no sul da Ucrânia.
CEL. AMEN: Descreva em mais detalhes a natureza e extensão da área na qual operava o Grupo D, nomeando as cidades e territórios.
OHLENDORF: A cidade mais ao norte era Cernauti; então indo ao sul através de Mohilev-Podolsk, Yampol, então na direção leste Zuvalje, Czervind, Melitopol, Mariopol, Taganrog, Rostov, e a Criméia.
CEL. AMEN: Qual era o objetivo mais importante do Grupo D?
OHLENDORF: O Grupo D foi mantido em reserva para o Cáucaso, para um grupo de exército que iria operar no Cáucaso.
CEL. AMEN: Quando o Grupo D começou a mover-se para dentro da Rússia Soviética?
OHLENDORF: O Grupo D deixou Duegen em 21 de junho e alcançou Pietra Namsk na Romênia em três dias. Lá, os primeiros Einsatzkommandos já estavam sendo convocados pelo exército, e eles imediatamente começaram a jornada para os destinos determinados pelo exército. A Einsatzgruppe inteira foi colocada em operação no início de julho.
CEL. AMEN: Você está se referindo ao 11º Exército?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Em que aspectos, se em algum aspecto, as tarefas oficiais dos grupos Einsatz eram relacionadas aos judeus e comissários comunistas?
OHLENDORF: As instruções eram que nas áreas operacionais russas das Einsatzgruppen os judeus, assim como os comissários políticos soviéticos, tinham que ser liquidados.
CEL. AMEN: E quando você diz "liquidados" você quer dizer "mortos"?
OHLENDORF: Sim, eu quero dizer "mortos".
CEL. AMEN: Antes da abertura da campanha soviética, você esteve presente em uma conferência em Pretz?
OHLENDORF: Sim, foi uma conferência na qual as Einsatzgruppen e os Einsatzkommandos foram informados de suas tarefas e receberam as ordens necessárias.
CEL. AMEN: Quem estava presente à conferência?
OHLENDORF: Os chefes das Einsatzgruppen e os comandantes dos Einsatzkommandos e Streckenbach da RHSA, que transmitia as ordens de Heydrich e Himmler.
CEL. AMEN: Quais eram essas ordens?
OHLENDORF: Essas eram as ordens gerais do trabalho normal da Sipo e da SD, e além disso a ordem de liquidação a qual eu já mencionei.
CEL. AMEN: E essa conferência aconteceu em aproximadamente que data?
OHLENDORF: Cerca de três ou quatro dias antes da missão.
CEL. AMEN: Para que antes que vocês começassem a marchar Rússia Soviética adentro vocês recebessem ordens nesta conferência para exterminar os judeus e funcionários comunistas, além dos trabalhos profissionais regulares da Polícia de Segurança e SD, isto é correto?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você teve alguma conversa pessoal com Himmler, relacionando alguma comunicação de Himmler para os chefes dos grupos de exército ou exércitos referente a esta missão?
OHLENDORF: Sim. Himmler contou-me que, antes do início da campanha russa, Hitler havia falado desta missão a uma conferência dos grupos de exército e dos chefes de exército - não, não os chefes de exército mas os generais no comando - e havia instruído os generais no comando a providenciar o apoio necessário.
CEL. AMEN: Para que vocês pudessem testemunhar que os chefes dos grupos de exército e dos exércitos tinham sido similarmente informados dessas ordens para a liquidação de judeus e funcionários soviéticos?
OHLENDORF: Eu não acho que é bem correto colocar dessa forma. Eles não tinham ordens para liquidação; a ordem para a liquidação foi dada a Himmler para que ele a executasse, mas como essa liquidação aconteceu na área operacional do grupo de exército e dos exércitos, eles tinham que receber ordens para fornecer apoio. Além disso, sem tais instruções ao exército, as atividades das Einsatzgruppen não teriam sido possíveis.
CEL. AMEN: Você teve alguma outra conversa com Himmler a respeito desta ordem?
OHLENDORF: Sim, no final do verão de 1941, Himmler estava em Nikolaiev. Ele reuniu os líderes e homens dos Einsatzkommandos, repetiu a eles a ordem de liquidação, e mostrou que os líderes e homens que estavam tomando parte na liquidação não arcavam com nenhuma responsabilidade pessoal pela execução desta ordem. A responsabilidade era dele, sozinho, e do Führer.
CEL. AMEN: E você mesmo ouviu esse discurso?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você sabe se esta missão do grupo Einsatz era conhecida pelos comandantes do grupo de exércitos?
OHLENDORF: Esta ordem e a execução dessas ordens eram conhecidas pelo general do exército no comando.
CEL. AMEN: Como você sabe disso?
OHLENDORF: Pelas conferências com o exércitos e pelas instruções que eram dadas pelo exército sobre a execução da ordem.
CEL. AMEN: Essa missão dos grupos Einsatz e o acordo entre OKW, OKH e RHSA eram conhecidas pelos outros líderes da RSHA?
OHLENDORF: Pelo menos alguns deles sabiam disso, já que alguns dos líderes eram mais ativos nas Einsatzgruppen e nos Einsatzkommandos no curso do tempo. Além disso, os líderes que estavam lidando com os aspectos legais e de organização das Einsatzgruppen também sabiam disso.
CEL. AMEN: A maioria dos líderes vinham da RSHA, não vinham?
OHLENDORF: Que líderes?
CEL. AMEN: Dos grupos Einsatz?
OHLENDORF: Não, não se pode afirmar isso. Os líderes das Einsatzgruppen e dos Einsatzkommandos vinham de todo o Reich.
CEL. AMEN: Você sabe se a missão e o acordo eram conhecidos por Kaltenbrunner?
OHLENDORF: Depois da sua posse no escritório, Kaltenbrunner tinha que lidar com estas questões e conseqüentemente deve ter conhecido detalhes das Einsatzgruppen que eram de seu ofício.
CEL. AMEN: Quem era o oficial no comandando do 11º Exército?
OHLENDORF: No início, Riter von Schober; depois, Von Manstein.
CEL. AMEN: Conte ao Tribunal de que maneira ou maneiras o oficial no comando do 11º Exército dirigia ou supervisionava o Grupo Einsatz D na execução de suas atividades de liquidação.
OHLENDORF: Uma ordem do 11° Exército foi enviada a Nikolaiev de que as liquidações iriam acontecer somente a uma distância de não menos de duzentos quilômetros do quartel-general do general em comando.
CEL. AMEN: Você se recorda de quaisquer outras ocasiões?
OHLENDORF: Em Simferopol, o comando do exército solicitou aos Einsatzkommandos na sua área que apressassem as liquidações, porque a fome estava era uma ameaça e havia uma grande carência de moradia.
CEL. AMEN: Você sabe quantas pessoas foram liquidadas pelo Grupo Einsatz D sob seu comando?
OHLENDORF: No ano entre junho de 1941 e junho de 1942, os Einsatzkommandos reportaram noventa mil pessoas liquidadas.
CEL. AMEN: Isso incluía homens, mulheres e crianças?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Em que você baseia esses números?
OHLENDORF: Em relatórios enviados pelos Einsatzkommandos às Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: Esses relatórios eram enviados a você?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E você os via e os lia?
OHLENDORF: Perdão?
CEL. AMEN: E você via e lia aqueles relatórios pessoalmente?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E é nesses relatórios que você baseia os números que você deu ao Tribunal?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você sabe como são esses números comparados com os números de pessoas liquidadas por outras Einsatzgruppen?
OHLENDORF: Os números que eu vi de outras Einsatzgruppen são consideravelmente maiores.
CEL. AMEN: Isso se devia a que fator?
OHLENDORF: Eu acredito que em grande parte os números enviados pelas outras Einsatgruppen eram exagerados.
CEL. AMEN: Você via relatórios de liquidações de outras unidades Einsatz de tempos em tempos?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E esses relatórios mostravam liquidações que superavam aquelas do Grupo D; isso está correto?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: Você supervisionou pessoalmente execuções em massa desses indivíduos?
OHLENDORF: Eu estive presente em duas execuções em massa para fins de inspeção.
CEL. AMEN: Você explicaria em detalhes ao Tribunal como uma execução em massa de indivíduos era executada?
OHLENDORF: Um Einsatzkommando local tentava agrupar todos os judeus em sua área para registrá-los. Esse registro era feito pelos próprios judeus.
CEL. AMEN: Sob que pretexto, se sob algum pretexto, eles eram agrupados?
OHLENDORF: Sob o pretexto de que eles seriam reassentados.
CEL. AMEN: Continue.
OHLENDORF: Depois do registro, os judeus eram agrupados em um local; e de lá eles eram mais tarde transportados ara o local de execução, que eram como regra, uma vala anti-tanque ou uma escavação natural. As execuções eram efetuadas de uma maneira militar, por pelotões de fuzilamento sob comando.
CEL. AMEN: De que maneira eles eram transportados ao local de execução?
OHLENDORF: Eles eram transportados para o local de execução em caminhões, sempre só a quantidade que poderia ser executada imediatamente. Desse jeito, tentou-se manter o mais curto possível o período de tempo entre o momento em que as vítimas sabiam o que estava para acontecer a elas até o hora real da sua execução.
CEL. AMEN: Essa idéia foi sua?
OHLENDORF: Sim.
CEL. AMEN: E depois que eles eram fuzilados, o que era feito com seus corpos?
OHLENDORF: Os campos eram enterrados na vala anti-tanque ou escavação.
CEL. AMEN: Que determinação, se alguma, era feita sobre se as pessoas estavam realmente mortas?
OHLENDORF: Os líderes de unidades ou os comandantes do pelotão de fuzilamento tinham ordens para observar isso e, se necessário, acabar com elas eles mesmos.
CEL. AMEN: E quem faria isso?
OHLENDORF: Ou o próprio líder de unidade ou alguém designado por ele.
CEL. AMEN: Em que posições as vítimas eram fuziladas?
OHLENDORF: De pé ou ajoelhadas.
CEL. AMEN: O que era feito com os pertences pessoais das pessoas executadas?
OHLENDORF: Todos os objetos de valor eram confiscados na hora do registro ou do agrupamento, e dados ao Ministério das Finanças, ou através da RSHA ou diretamente. No início, as roupas eram dadas à população, mas no inverno de 1941-42, elas foram coletadas e dispensadas pelo NSV.
CEL. AMEN: Todos os pertences pessoais deles eram registrados naquela época?
OHLENDORF: Não, não todos, somente os objetos de valor eram registrados.
CEL. AMEN: O que acontecia com as roupas que as vítimas usavam no momento em que elas iam para o local de execução?
OHLENDORF: Elas eram obrigadas a tirar suas roupas de cima imediatamente antes da execução.
CEL. AMEN: Todas elas?
OHLENDORF: As roupas de cima, sim.
CEL. AMEN: E quanto ao resto das roupas que elas estavam usando?
OHLENDORF: As outras roupas continuavam nos corpos.
CEL. AMEN: Isso era verdade não só para o seu grupo mas também para os outros grupos Einsatz?
OHLENDORF: Essa era a ordem na minha Einsatzgruppe. Eu não sei como era feito nas outras Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: De que maneira eles lidavam com isso?
OHLENDORF: Alguns dos líderes de unidade não executavam liquidações à maneira militar, mas matavam as vítimas individualmente, atirando na nuca delas.
CEL. AMEN: E você se opunha a esse procedimento?
OHLENDORF: Eu era contra esse procedimento, sim.
CEL. AMEN: Por que razão?
OHLENDORF: Porque, tanto para as vítimas quanto para aqueles que faziam as execuções, psicologicamente, era um fardo imenso para carregar.
CEL. AMEN: Agora, o que era feito com a propriedade coletada pelos Einsatzkommandos de suas vítimas?
OHLENDORF: Todos os objetos de valor eram enviados para Berlim, para a RSHA ou para o Ministério de Finanças do Reich. Os artigos que não podiam ser usados na área operacional eram dispensados.
CEL. AMEN: Por exemplo, o que acontecia com o ouro e prata tirados das vítimas?
OHLENDORF: Esses eram, como eu acabei de dizer, entregues a Berlim, para o Ministério das Finanças do Reich.
CEL. AMEN: Como você sabe disso?
OHLENDORF: Eu posso me lembrar que foi realmente tratado dessa forma em Simferopol.
CEL. AMEN: E quanto a relógios, por exemplo, tirados das vítimas?
OHLENDORF: Por solicitação do exército, relógios eram colocados à disposição das forças no front.
CEL. AMEN: Eram todas as vítimas, incluindo homens, mulheres e crianças, executadas da mesma maneira?
OHLENDORF: Até a primavera de 1942, sim. Então veio uma ordem de Himmler de que no futuro as mulheres e crianças iriam ser mortas somente em caminhonetes [N.do T:vans] de gaseamento.
CEL. AMEN: Como as mulheres e crianças tinham sido mortas anteriormente?
OHLENDORF: Da mesma maneira que os homens - por fuzilamento.
CEL. AMEN: O que era feito, se era feito, com relação ao enterro das vítimas depois de elas terem sido executadas?
OHLENDORF: Os kommandos preenchiam as sepulturas para remover os sinais da execução, e então unidades de trabalho da população as aplainavam.
CEL. AMEN: Com relação às caminhonetes de gás que você disse que recebeu na primavera de 1942, que ordem você recebeu a respeito ao uso dessas caminhonetes?
OHLENDORF: Essas caminhonetes eram para ser usadas no futuro para a matança de mulheres e crianças.
CEL. AMEN: Você explicaria ao Tribunal a construção dessas caminhonetes e sua aparência?
OHLENDORF: O propósito real dessas caminhonetes não podia ser visto do lado de fora. Elas se pareciam com caminhões fechados, e eram assim construídas para que na partida do motor, gás fosse conduzido para dentro da caminhonete, causando morte em dez a quinze minutos.
CEL. AMEN: Explique em detalhes apenas como uma dessas caminhonetes eram usadas para uma execução.
OHLENDORF: As caminhonetes eram carregadas com as vítimas e guiadas para o local do sepultamento, que era normalmente o mesmo usado para execuções em massa. O tempo necessário para o transporte era suficiente para garantir a morte das vítimas.
CEL. AMEN: Como as vítimas eram induzidas a entrar nas caminhonetes?
OHLENDORF: Elas ouviam dizer que elas tinham que ser transportadas para uma outra localidade.
CEL. AMEN: Como o gás era ligado?
OHLENDORF: Eu não sou familiarizado com detalhes técnicos.
CEL. AMEN: Quanto tempo levava normalmente para matar as vítimas?
OHLENDORF: Cerca de dez a quinze minutos; as vítimas não tinham consciência do que estava acontecendo a elas.
CEL. AMEN: Quantas pessoas podiam ser mortas simultaneamente?
OHLENDORF: De quinze a vinte e cinco pessoas. As caminhonetes variavam em tamanho.
CEL. AMEN: Você recebia relatórios dessas pessoas que operavam as caminhonetes de tempos em tempos?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta.
CEL. AMEN: Você recebia relatórios daqueles que estavam trabalhando nas caminhonetes?
OHLENDORF: Eu recebia o relatório que os Einsatzkommandos não usariam voluntariamente as caminhonetes.
CEL. AMEN: Por que não?
OHLENDORF: Porque o enterro das vítimas era muito desagradável para os membros dos Einsatzkommandos.
CEL. AMEN: Agora, você contaria ao Tribunal quem fornecia essas caminhonetes para os grupos Einsatz?
OHLENDORF: As caminhonetes de gaseamento não pertenciam à frota das Einsatzgruppen, mas eram designadas para a Einsatzgruppe como uma unidade especial, liderada pelo homem que havia construído as caminhonetes. As caminhonetes eram designadas às Einsatzgruppen pela RSHA.
CEL. AMEN: As caminhonetes eram fornecidas a todos os diferentes grupos Einsatz?
OHLENDORF: Eu não tenho certeza. Eu sei apenas no caso da Einsatzgruppe D, e indiretamente que a Einsatzgruppe C também fez uso dessas caminhonetes...
CEL. AMEN: ...Referente ao seu testemunho anterior, você explicaria ao Tribunal por que você acredita que o tipo de execução ordenada por você, isto é, militar, era preferível ao procedimento tiro-na-nuca adotado pelos outros grupos Einsatz?
OHLENDORF: Por um lado, o objetivo era que os líderes e homens devessem poder fazer as execuções numa maneira militar, agindo sob ordens e que não tivessem que tomar uma decisão por si; essa era, para todas as intenções e propósitos, uma ordem que eles deveriam executar. Por outro lado, eu sabia que, através da excitação emocional das execuções, tratamento de doenças não poderia ser evitado, já que as vítimas descobriam muito cedo que elas iam ser executadas e não poderiam portanto suportar ansiedade prolongada. E parecia intolerável para mim que líderes individuais e homens devessem como conseqüência ser forçados a matar um grande número de pessoas pos sua própria decisão.
CEL. AMEN: De que maneira você determinava que os judeus iam ser executados?
OHLENDORF: Essa não era parte do meu trabalho; mas a identificação dos judeus era executada pelos próprios judeus, já que o registro era manuseado por um Conselho Judaico de Anciãos.
CEL. AMEN: A quantidade de sangue judeu tinha alguma coisa a ver com isso?
OHLENDORF: Eu não posso me lembrar dos detalhes, mas acredito que os meio-judeus eram também considerados judeus.
CEL. AMEN: Que organização forneceu a maioria dos oficiais dos grupos Einsatz e dos Einsatzkommandos?
OHLENDORF: Eu não entendi a questão.
CEL. AMEN: Que organização forneceu a maioria dos oficiais dos grupos Einsatz?
OHLENDORF: Os oficiais eram fornecidos pela Polícia do Estado, pela Kripo e, em menor grau, pela SD.
CEL. AMEN: Kripo?
OHLENDORF: Sim, a Polícia do Estado, a Polícia Criminal e, em menor grau, a SD.
CEL. AMEN: Havia outras fontes de pessoal?
OHLENDORF: Sim, a maioria dos homens das Waffen-SS e Odnungspolizei. A Polícia do Estado e Kripo forneciam a maioria dos peritos e as tropas eram fornecidas pelas Waffen SS e as Ordnungspolizei.
CEL. AMEN: E quanto à Waffen SS?
OHLENDORF: A Waffen-SS e a Ordnungspolizei deviam cada uma fornecer uma companhia às Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: E quanto à Polícia de Ordem?
OHLENDORF: A Ordnungspolizei também fornecia uma companhia às Einsatzgruppen.
CEL. AMEN: Qual era o tamanho do Grupo Einsatz D e sua área operacional, comparada com outros grupos Einsatz?
OHLENDORF: Eu estimava que a Einsatzgruppe D era metade ou dois terços o tamanho das outras Einsatzgruppen. Isso mudou no decurso do tempo, já que algumas das Einsatzgruppen foram muito expandidas.
CEL. AMEN: Permita-me o Tribunal, com relação às questões organizacionais que eu acho que esclareceriam algumas das evidências que em parte já foram recebidas pelo Tribunal. Mas eu não quero tomar o tempo do Tribunal a menos que ele queira mais tais testemunhos. Eu achei talvez que se alguns membros do Tribunal tivessem alguma pergunta, eles perguntariam diretamente à testemunha porque ela está melhor informada sobre essas questões organizacionais do que qualquer um que estará presente na corte...
O PRESIDENTE: Coronel Amen, o Tribunal não acha que é necessário ir além nessas questões organizacionais nesta etapa, mas é uma questão que precisa ser realmente decidida por você porque você sabe de que natureza é a evidência na qual está pensando. Na opinião do Tribunal, eles estão satisfeitos na presente etapa por deixar a questão onde ela está, mas há um aspecto da evidência da testemunha que o Tribunal gostaria que você investigasse, que é se as ações das quais ele está falando continuaram depois de 1942, e por quanto tempo.
CEL. AMEN: [Para a testemunha] Você pode afirmar se as ações de liquidação que você descreveu continuaram depois de 1942 e, em caso positivo, por quanto tempo depois?
OHLENDORF: Eu não acho que a ordem básica foi revogada alguma vez. Mas eu não posso me lembrar dos detalhes - pelo menos não em relação à Rússia - que me permitiriam fazer afirmações concretas sobre esse assunto. A retirada começou bem pouco tempo depois, de forma que a região operacional dos Einsatzgruppen tornaram-se cada vez menores. Eu sei, entretanto, que outras Einsatzgruppen com ordens similares tinham sido previstas para outras áreas.
CEL. AMEN: Seu conhecimento pessoal estende-se até que data?
OHLENDORF: Eu sei que a liquidação de judeus foi proibida cerca de seis meses antes do fim da guerra. Eu também vi um documento acabando com a liquidação de comissários soviéticos mas eu não posso recordar uma data específica.
CEL. AMEN: Você sabe se, de fato, acabou assim?
OHLENDORF: Sim, eu acredito que sim.
O PRESIDENTE: O Tribunal gostaria de saber o número de homens no seu grupo Einsatz.
OHLENDORF: Havia cerca de quinhentos homens na minha Einsatzgruppe, excluindo-se aqueles que foram acrescentados ao grupo como assistentes do próprio país...
CEL. AMEN: Permita-me o Tribunal. A testemunha está agora disponível para outro advogado. Eu entendo que o Coronel Pokrovsky tem algumas questões que ele gostaria de perguntar como representante dos soviéticos.
CORONEL Y. V. POKROVSKY (Vice-Promotor Chefe para a URSS): O depoimento da testemunha é importa para o esclarecimento das questões num relatório no qual a delegação soviética está trabalhando no momento. Portanto, com a permissão do Tribunal, eu gostaria de colocar algumas questões para a testemunha.
[Virando-se para a testemunha]
Testemunha, você disse que esteve presente duas vezes em execuções em massa. Sob ordens de quem você foi um inspetor das execuções?
OHLENDORF: Eu estive presente às execuções por iniciativa própria.
CEL. POKROVSKY: Mas você disse que esteve presente como inspetor.
OHLENDORF: Eu disse que estive presente por motivo de inspeção.
CEL. POKROVSKY: Por iniciativa própria?
OHLENDORF: Sim.
CEL. POKROVSKY: Algum de seus chefes já esteve presente em execuções com propósito de inspeção?
OHLENDORF: Sempre que possível eu enviava um membro do quadro das Einsatzgruppen para testemunhar as execuções, mas isso não era sempre possível, já que as Einsatzgruppen tinham que operar sobre grandes distâncias.
CEL. POKROVSKY: Por que alguma pessoa era enviada com propósito de inspeção?
OHLENDORF: Você poderia por favor repetir a pergunta?
CEL. POKROVSKY: Com que propósito era enviado um inspetor?
OHLENDORF: Para determinar se as minhas instruções sobre a forma da execução eram realmente cumpridas ou não.
CEL. POKROVSKY: Devo entender que o inspetor tinha que certificar-se de que a execução tinha realmente sido cumprida?
OHLENDORF: Não, não seria correto disser isso. Ele tinha que averigüar se as condições que eu havia colocado para a execução estavam realmente sendo cumpridas.
CEL. POKROVSKY: Que forma de condições você tinha em mente?
OHLENDORF: Um: exclusão do público; dois: execução militar por pelotão de fuzilamento; três: chegada de transportes e execução da liquidação sem sobressaltos, para evitar excitação desnecessária; quatro: supervisão da propriedade para prevenir pilhagem. Pode haver outros detalhes de que não lembro mais. Para falar a verdade, todos os maus-tratos, tanto físicos como mentais, tinham que ser prevenidos através dessas medidas.
CEL. POKROVSKY: Você queria ter certeza que o que você considerava ser uma distribuição justa dessa propriedade fosse efetuada, ou você aspirava à completa aquisição dos objetos de valor?
OHLENDORF: Sim.
CEL. POKROVSKY: Você falou de maus-tratos. O que você quer dizer com maus-tratos nas execuções?
OHLENDORF: Se, por exemplo, a maneira na qual as execuções eram feitas causassem excitação e desobediências entre as vítimas, de forma que os kommandos fossem obrigados a restaurar a ordem por meio de violência.
CEL. POKROVSKY: O que você quer dizer com "restaurar a ordem por meio de violência"? O que você quer dizer por supressão da excitação entre as vítimas por meio de violência?
OHLENDORF: Se, como eu já disse, a fim de executar a liquidação numa maneira ordenada, fosse necessário, por exemplo, recorrer a espancamentos.
CEL. POKROVSKY: Era absolutamente necessário bater nas vítimas?
OHLENDORF: Eu mesmo nunca testemunhei isso, mas ouvi falar.
CEL. POKROVSKY: De quem?
OHLENDORF: Em conversas com membros e outros kommandos.
CEL. POKROVSKY: Você disse que carros, caminhonetes, eram usados para as execuções?
OHLENDORF: Sim.
CEL. POKROVSKY: Você sabe onde, e com a assistência de quem, o inventor, Becker, conseguiu colocar seu intento em prática?
OHLENDORF: Eu me lembro somente que foi feito através da Amt II da RSHA; mas não posso mais dizer com certeza.
CEL. POKROVSKY: Quantas pessoas foram executadas nesses carros?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta.
CEL. POKROVSKY: Quantas pessoas foram executadas através desses carros?
OHLENDORF: Eu não posso dar números exatos, mas o número era comparativamente pequeno - talvez algumas centenas.
CEL. POKROVSKY: Você disse que, na maior parte, mulheres e crianças eram executadas nessas caminhonetes. Por qual motivo?
OHLENDORF: Essa era uma ordem especial de Himmler que, em resumo, mulheres e crianças não deveriam ser expostas ao desgaste mental das execuções; e assim os homens dos kommandos, a maioria homens casados, não deveriam ser forçados a mirar em mulheres e crianças.
CEL. POKROVSKY: Alguém observou o comportamento das pessoas executadas nessas caminhonetes?
OHLENDORF: Sim, o médico.
CEL. POKROVSKY: Você sabe que Becker havia reportado que a morte nessas caminhonetes era particularmente agonizante?
OHLENDORF: Não. Eu fiquei sabendo dos relatórios de Becker pela primeira vez através de uma carta para Rauff, que me foi mostrada aqui. Do contrário, eu sei pelos relatórios dos do médico que as vítimas não estavam conscientes de sua morte iminente.
CEL. POKROVSKY: Alguma unidade militar - quero dizer, unidade do exército - tomava parte nessas execuções em massa?
OHLENDORF: Como regra, não.
CEL. POKROVSKY: E como exceção?
OHLENDORF: Eu acho que me lembro que em Nikolaiev e em Simferopol um expectador do Alto Comando do Exército esteve presente por um curto período.
CEL. POKROVSKY: Com qual propósito?
OHLENDORF: Eu não sei, provavelmente para obter informações pessoalmente.
CEL. POKROVSKY: As unidades militares eram designadas para levar a efeito as execuções nestas cidades?
OHLENDORF: Oficialmente, o exército não designava nenhuma unidade para este propósito; o exército como tal era na verdade contra as liquidações.
CEL. POKROVSKY: Mas e na prática?
OHLENDORF: Unidades individuais ocasionalmente se ofereciam. Entretanto, no momento eu não sei de nenhum caso assim entre o próprio exército, mas só entre unidades ligadas ao exército (Heeresgefolge).
CEL. POKROVSKY: Você era o homem por cujas ordens pessoas eram mandadas para a morte. Só os judeus eram entregues para execução pela Einsatzgruppe ou os comunistas - "autoridades comunistas" você os chama em suas instruções - eram entregues para execução junto com os judeus?
OHLENDORF: Sim, ativistas e comissários políticos. A mera afiliação no Partido Comunista não era suficiente para perseguir ou matar um homem.
CEL. POKROVSKY: Era feita alguma investigação especial com relação ao papel desempenhado pelas pessoas no Partido Comunista?
OHLENDORF: Não, eu disse que pelo contrário, a simples afiliação ao Partido Comunista não era, por si mesma, uma fator determinante na perseguição e execução de um homem; ele tinha que ter uma função política especial.
CEL. POKROVSKY: Você teve alguma conversa sobre as caminhonetes de extermínio enviada por Berlim e sobre seu uso?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta.
CEL. POKROVSKY: Você teve oportunidade de discutir, com seus chefes e colegas, o fato de que as caminhonetes tinham sido enviadas para sua própria Einsatzgruppe particular a partir de Berlim para fazer as execuções? Você se lembra de alguma conversa assim?
OHLENDORF: Eu não me lembro de nenhuma conversa específica.
CEL. POKROVSKY: Você teve alguma informação a respeito do fato de que membros do esquadrão de execução responsável pelas execuções não estavam dispostos a usar as caminhonetes?
OHLENDORF: Eu soube que os Einsatzkommandos estavam usando as caminhonetes.
CEL. POKROVSKY: Não, eu estava pensando em outra coisa. Eu queria saber se você recebeu relatórios de que membros dos esquadrões de execução não estavam dispostos a usar as caminhonetes e preferiam outros meios de execução?
OHLENDORF: De que eles preferiam matar por meio das caminhonetes de gaseamento, em vez de por fuzilamento?
CEL. POKROVSKY: Ao contrário, que eles preferiam execução por fuzilamento, em vez de por caminhonetes de gaseamento.
OHLENDORF: Eu já disse que as caminhonetes de gás...
CEL. POKROVSKY: E por que eles preferiam execução por fuzilamento à morte nas caminhonetes de gaseamento?
OHLENDORF: Porque, como eu já havia dito, na opinião do líder dos Einsatzkommandos, o descarregamento dos corpos era um desgaste mental desnecessário.
CEL. POKROVSKY: O que você quer dizer por "um desgaste mental desnecessário"?
OHLENDORF: Pelo que me lembro, as condições da época - a imagem apresentada pelos corpos e provavelmente porque certas funções do corpo haviam sido acionadas, deixando os corpos deitados em sujeira.
CEL. POKROVSKY: Você quer dizer que o sofrimento suportado antes da morte era claramente visível nas vítimas? Eu entendi você corretamente?
OHLENDORF: Eu não entendi a pergunta; você quer dizer, durante a morte na caminhonete?
CEL. POKROVSKY: Sim.
OHLENDORF: Eu só posso repetir o que o médico me disse, que as vítimas não estavam conscientes da sua morte na caminhonete.
CEL. POKROVSKY: Nesse caso, sua resposta à minha questão anterior, de que o descarregamento dos corpos dava uma impressão terrível aos membros do esquadrão de execução, torna-se totalmente incompreensível.
OHLENDORF: E, como eu disse, a terrível impressão criada pela posição dos próprios corpos, e provavalmente pelo estado das vans que tinham sido sujas e assim por diante.
CEL. POKROVSKY: Eu não tenho mais perguntas a fazer a esta testemunha na presente etapa do julgamento... O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): No seu testemunho, você disse que o grupo Einsatz tinha como alvo a aniquilação dos judeus e dos comissários, isso está correto?
OHLENDORF: Sim. O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): E em qual categoria você considerava as crianças? Por qual razão as crianças eram massacradas?
OHLENDORF: A ordem era que a população judaica deveria ser totalmente exterminada.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Inclusive as crianças?
OHLENDORF: Sim.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Todas as crianças foram assassinadas?
OHLENDORF: Sim.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Mas as crianças daqueles que você considerava pertencerem à categoria de comissários, elas também foram mortas?
OHLENDORF: Eu não estou ciente de que alguma vez investigações foram feitas atrás de famílias de comissários soviéticos.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Você enviou para algum lugar relatórios sobre as execuções que o grupo efetuou?
OHLENDORF: Relatórios sobre as execuções eram regularmente enviados à RSHA.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Não, você mandou pessoalmente algum relatório sobre a aniquilação de milhares de pessoas que vocês efetuaram? Você pessoalmente enviou algum relatório?
OHLENDORF: Os relatórios vinham dos Einsatzkommandos que executavam as ações, para a Einsatzgruppe e a Einsatzgruppe informava a RSHA.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Para quem?
OHLENDORF: Os relatórios iam para o chefe da Sipo pessoalmente.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Pessoalmente?
OHLENDORF: Sim, pessoalmente.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Qual era o nome deste oficial de polícia? Você pode dar o nome dele?
OHLENDORF: Naquela época, Heydrich.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): E depois de Heydrich?
OHLENDORF: Eu não estava mais lá, mas aquela era a ordem estabelecida.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Eu estou perguntando a você se você continuou a enviar relatórios depois da morte de Heydrich ou não?
OHLENDORF: Depois da morte de Heydrich, eu não estava mais no Einsatz, mas os relatórios continuaram, claro.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Você sabe se os relatórios continuaram a ser enviados após a morte de Heydrich ou não?
OHLENDORF: Sim.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Sim?
OHLENDORF: Não, os relatórios...
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): A ordem referente à aniquilação do povo soviético estava em conformidade com a política do governo alemão ou do Partido Nazista ou ela era contra ele? Você entende a questão?
OHLENDORF: Sim. Deve-se distinguir aqui: a ordem para a liquidação veio do Führer do Reich, e ela tinha que ser executada pelo Reichsführer SS Himmler.
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Mas ela estava em conformidade com a política conduzida pelo Partido Nazista e pelo governo alemão, ou estava em contradição com ele?
OHLENDORF: Uma política complementa uma prática de forma que nesse aspecto ela foi ordenada pelo Führer. Se você fosse perguntar se esta atividade estava em conformidade com a idéia do Nacional-Socialismo, eu diria "não".
O TRIBUNAL (Gen. Niktchenko): Eu estou falando da prática.
O PRESIDENTE: Eu entendi você dizer que os objetos de valor eram tirados das vítimas judaicas pelo Conselho Judaico de Anciãos?
OHLENDORF: Sim.
O PRESIDENTE: O Conselho Judaico de Anciãos decidia quem iria ser morto?
OHLENDORF: Isso era feito de várias formas. Pelo que me lembro, o Conselho de Anciãos recebia a ordem de coletar objetos de valor ao mesmo tempo.
O PRESIDENTE: De forma que o Conselho Judaico de Anciãos não soubesse se eles iriam ser mortos ou não?
OHLENDORF: Sim...
O PRESIDENTE: Agora, uma questão com relação a você pessoalmente. De quem você recebeu suas ordens para a liquidação dos judeus e assim por diante? E de que forma?
OHLENDORF: Meu trabalho não era a tarefa de liquidação, mas eu liderei o pessoal que dirigia os Einsatzkommandos no campo, e os próprios Einsatzkommandos já tinham recebido esta ordem de Berlim nas instruções de Streckenbach, Himmler e Heydrich. Esta ordem foi renovada por Himmler em Nikolaiev.
HERR BABEL: Você pessoalmente não estava relacionado com a execução dessas ordens?
OHLENDORF: Eu dirigi a Einsatzgruppe, e portanto eu tinha a tarefa de ver como os Einsatzkommandos executavam as ordens recebidas.
HERR BABEL: Mas você não teve escrúpulos com respeito à execução dessas ordens?
OHLENDORF: Sim, claro.
HERR BABEL: E como é que elas foram executadas apesar desses escrúpulos?
OHLENDORF: Porque para mim, é inconcebível que um líder subordinado não devesse executar ordens dadas pelos líderes do Estado.
HERR BABEL: Esta é a sua opinião. Mas isto deve ter sido não só o seu ponto de vista, mas também o ponto de vista da maioria das pessoas envolvidas. Alguns dos homens indicados para executar essas ordens não pediram a você para serem liberados de tais tarefas?
OHLENDORF: Eu não me lembro de nenhum caso concreto. Eu exclui alguns que eu não considerava emocionalmente apropriados para executar essas tarefas e eu enviei alguns deles para casa.
HERR BABEL: A legalidade das ordens era explicada para essas pessoas com fingimento?
OHLENDORF: Eu não entendo sua pergunta; como a ordem era emitida pelas autoridades, a questão da legalidade não poderia surgir nas cabeças daqueles indivíduos, porque eles tinham jurado obediência às pessoas que haviam emitido as ordens.
HERR BABEL: Algum indivíduo poderia esperar sucesso ao escapar da execução dessas ordens?
OHLENDORF: Não, o resultado teria sido uma corte marcial com uma sentença correspondente.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

O Panfleto

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto:
Resposta do Nizkor ao Institute for Historical Review e a Ernst Zündel

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O Panfleto

O Institute for Historical Review, o IHR, (Instituto para a Revisão Histórica), publica milhares de pequenos panfletos desenhados para informar erroneamente as pessoas sobre o Holocausto. Um dos mais publicados tem sido um entitulado "66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto", ou simplesmente "66 P&R" (por "Perguntas e Respostas").

Este panfleto resume quase todos os principais argumentos utilizados por aqueles que negam o Holocausto. Refutar estes 66 pontos é um golpe direto à raiz da negação do Holocausto.

Os leitores do newsgroup alt.revisionism se encontraram com afirmações e argumentos que lhes pareceram familiares. Isto é devido ao fato de que estas informações, e seus derivados, já haverem sido apresentados e discutidos na Usenet muitas vezes. Contudo, estas páginas web contêm respostas mais minuciosas que as que se podem ser lidas no newsgroup, e nos links a outras fontes de informação que aproveitam a tecnologia da Web.

O próprio panfleto tem sido publicado na Web por pelo menos dois negadores do Holocausto: Greg Raven, diretor do IHR, e Ernst Zündel, descrito pelo Comitê de Revisão de Inteligência de Segurança do Canadá como "um negador do Holocausto e um prolífico editor de publicações racistas", e o patrocinador e promotor de uma "conferência neonazi celebrada na Alemanha em 1991". Tanto o IHR como as editoras de Zündel distribuem o P&R no formato impresso.

O que vem na continuação é uma refutação ponto a ponto de meias verdades e mentiras. Incluiu-se o texto completo do panfleto, reproduzindo-se as perguntas e respostas do IHR sem modificação alguma, mas sem querer ver o original, pode-se ver a cópia de Greg Raven em seu website, ou a cópia de Ernst Zündel em seu website.

Tenha em conta que o texto literal das perguntas e "respostas" pode variar ligeiramente das que temos aqui. O panfleto tem sido revisado várias vezes nestes anos, e parece que tanto Raven como Zündel publicam em seus websites ao que chamamos de edição "revisada", em lugar da "original".

A editora de Zündel, Samisdat, distribuiu uma versão anterior a novembro de 1995, a que nos referimos ocasionalmente como versão "Samisdat" na falta de um nome melhor. Agora mesmo só temos a primeira página, e se salta bastante perguntas, assim sendo não sabemos muito a que nos falta. Tampouco estamos seguros de quando foi escrita, mas a resposta a pergunta 22 fala de uma Alemanha unida, o que nos situa nos anos '90. Iremos atualizando esta informação a medida que tenhamos novidades...

Seja como for, as revisões que se tem feito no panfleto raras vezes tem feito com que se fale de verdades. Não é algo surpreendente, já que o objetivo do editor de panfletos não é educar, e sim confundir. Se as revisões são notáveis, comentaremo-nas.



Se nosso documento lhe parece tedioso, considere-se afortunado: em 1983, o IHR publicou 120 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto. Temos uma cópia, mas por hora nos limitaremos a criticar a versão resumida. Recorde ao ler isto que houve outras 54 perguntas e respostas que não foram suficientemente boas para saírem na versão final.

Finalmente, se desejarem ler outros bons antídotos contra as "66 P&R", sugerimo-lhes dois documentos elaborados pelo Centro Simon Wiesenthal disponíveis em seu website: "Responses to Revisionist Arguments," e "36 Q&A" (que só coincidem no formato).

Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/features/qar/pamphlet-sp.html
Tradução: Roberto Lucena

Zündel recusa a cruzar suas informações com as do Nizkor

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto:
Resposta do Nizkor ao Institute for Historical Review e a Ernst Zündel
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Zündel recusa a cruzar suas informações com as do Nizkor

O Nizkor acredita que a verdade não necessita ser secreta. Apresentamos as informações publicadas pelos negadores do Holocausto sem alterar e abertamente, com links para seus websites, para que assim o leitor possa examinar o que dizem. E se elaborarem uma resposta a nosso trabalho, evidentemente poremos links, para que o leitor possa comparar com sua resposta.

Em 5 de janeiro de 1996, Ernst Zündel manifestou estar de acordo em pôr um link deste site em sua página das "66 P&R", e o fez. Zündel também prometeu que "contestaria a refutação do Nizkor com uma refutação do trabalho do Nizkor tão pronto quanto lhe permitisse o tempo". Ainda estamos esperando.

O Nizkor tem empregado muitos esforços em tratar de convencer o Sr. Zündel da importância dos links, e ele tem empregado muitos esforços em dar razões pelas quais prefere não o fazer. Alegra-nos que apesar de tudo, acabara fazendo o que acreditamos que é melhor. Pode ler sobre isto na nossa página de correspondência com o Zündelsite.

Greg Raven, ainda que se tenha pedido muitas vezes que intercambie links, só nos respondeu uma vez, dizendo que seria "ilógico" pôr links para todos os sites que têm links para o seu. Observe-se que ao que parece ele considera lógico pôr links em sua página para a dos outros negadores do Holocausto, como Zündel e Bradley Smith.

E falando em Bradley Smith: dado que dirige o Committee for Open Debate on the Holocaust (Comitê por um Debate Aberto sobre o Holocausto), gostaríamos que nos ajudasse em nossos esforços para "debater" estes assuntos, animando o Sr. Raven a pôr um link de nossas páginas em suas "66 P&R". Seus fins e os nossos coincidem neste ponto -"debate aberto"-, assim estamos intentando que nos ajude. Temo-nos posto em contato com ele, mas todavia não tem respondido.

Fonte: Nizkor
http://nizkor.org/features/qar/refusal-sp.html
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 66

66. Onde posso conseguir mais informação sobre "a outra versão" da história do "Holocausto", assim como sobre fatos referentes a outras áreas do Revisionismo Histórico da Segunda Guerra Mundial?

O IHR diz:

O Institute for Historical Review, P.O. Box 2739, Newport Beach, CA 92659, publica uma ampla variedade de livros, cassetes(audiobooks)e vídeos sobre temas históricos significativos (atualizado 1/95).

Nizkor responde:

Se você acredita que há "duas visões" do tema, só há um site onde se encontrará analizadas ambas: Nizkor.

Acabas de terminar de ler um estudo do Nizkor: um extenso trabalho de propaganda anti-semita, cheio de mentiras, com nossos comentários ponto a ponto. Temos incluído links ao website de Greg Raven e ao website de Ernst Zündel, em todos os momentos que nos era apropiado. Com esses links, você pode examinar as afirmações do IHR em seu contexto completo, e ver sua informação em vez da nossa se assim o desejar.

Também temos posto links para outro site importante sobre a negação do Holocausto, o de Bradley Smith.

De fato, só neste tratado sobre as "66 P&R", o Nizkor tem proporcionado links ao website não oficial do IHR destacado acima: cinco para sua página principal, e nove para páginas relevantes dentro do site. Em outras partes do website do Nizkor há um total de 26 links para esse site (na data de 11 de dezembro de 1995).

Não há uma só página do website de Greg Raven com links para o Nizkor, e Greg Raven tem afirmado que seria "ilógico" esperar que os pusesse.

Além de colocar links para todos os recursos na Internet sobre o Holocausto que podemos achar, arquivamos os envios à Usenet de todos os principais revisionistas. Desejarias ver todos os envios à Usenet feitos por Greg Raven em novembro de 1994? E suas opiniões sobre Hitler? Ou talvez uma sucessão de discussões que ele começou enviando um texto preparado sobre o que é a negação do Holocausto?

Queres ler informação sobre os fornos crematórios de Auschwitz procedente de "ambos os lados"? Está tudo em nossos arquivos. E estamos trabalhando duro para fazer com que todo este material -todo- seja mais acessível.

Fazemos isto porque acreditamos que, dando acesso a toda a informação que há sobre o tema, qualquer pessoa sensata chegará à conclusões sensatas.

O IHR, ao que parece, pretende outra coisa.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

Mattogno e Graf(“revisionistas” do Holocausto): Lógica reversa


(Carlo)Mattogno e (Jürgen)Graf têm problemas. Eles decidiram que irão simplesmente ignorar as vastas quantidades de dados de transportes (ver Sanning), que vai distorcer com eles. No entanto, quem estuda estes dados eventualmente encontra comboios para os campos do leste da Reinhard (Aktion Reinhard)(por exemplo, Bialystok, Minsk, Lida, Vilnius e Lwow). Para qualquer pessoa lógica, este fato, por si só já contradiz a "tese do reassentamento". Como Mattogno e Graf mentem à sua maneira em torno deste fato evidente?

A primeira abordagem de Mattogno/Graf(M/G) à esta questão é um flagrante non-sequitur. A "Evidência A" é citada em sustentação incondicional da "Hipótese B". Isso é o equivalente a alguém apontando para um barril de maçãs como prova de que deve haver laranjeiras na área. Isso é mais aparente na Seção 6 do Capítulo VIII, do seu “livro” Treblinka, que começa com a afirmação:

As deportações de judeus para o leste, por isso, tiveram lugar em duas fases: os judeus foram primeiro temporariamente assentados ou apresentados em campos de trânsito e, em seguida, deportados mais a leste. Em virtude da escassez de documentação existente, não é possível determinar com certeza o destino final desta deportação, mas existem vários elementos de prova, que tornam possível tirar conclusões plausíveis.
Na ausência de um "destino final", M/G inferem uma discussão por uma pequena parte de judeus holandeses que foram selecionados para o trabalho na rampa de Sobibor. Todavia, por definição, essas seleções trabalho não eram 'reassentamentos'. Os judeus citados por M/G nunca colocaram o pé dentro da URSS. Além disso, o trabalho nos campos citados em seu depoimento foram a oeste de Sobibor, assim os comboios estavam indo na direção errada, a fim de constituir deportações "para o leste".A própria fonte de M/G , uma declaração de Danneker de Junho de 1942, indica claramente que o "leste" foi entendido pelos nazistas para significar a URSS:

Por motivos militares, a expulsão dos judeus da Alemanha para a zona de deportação oriental, já não pode ter lugar durante o verão.

Estamos, assim, tendo um caso de "lógica reversa” por M/G entre leste e oeste, que foram deliberadamente mudados: a lógica geográfica e a falácia. Além disso, o número de trabalhadores para seleções nos transportes nos casos citados por M/G era inferior a 5%. Por exemplo, Cato Polak foi uma das 42 pessoas selecionadas a partir de um transporte de 1105 judeus.

A segunda distorção de M/G é falsear uma autoridade histórica e fragmentar um verdadeiro historiador da deportação dados sem dar o seu contexto. Por exemplo, no caso dos judeus eslovacos, M/G afirmam que:

Em um artigo publicado em 1992, o historiador polaco Janina Kielbon estabeleceu um estreito quadro completo da expulsão dos judeus no distrito de Lublin entre 1939 e 1942. [703] Nós reproduzimos os dados de 1942 em forma de quadro.


M/G dão os destinos como Trawniki, Izbica, 'Lublin' [Majdanek?], Lubartów, etc. O que eles deixam de mencionar é que os dados de Kielbon que estes foram apenas locais temporários em que os judeus sofreram seleção para o trabalho e aos inaptos para o trabalho foram realizadas em diferentes períodos nos ghettos aguardando transporte para campos de morte, como mostrado aqui. Veja também os casos individuais a partir do Majdanek State Museum mostrado aqui. A técnica de M/G aqui é portanto uma falácia instantânea. É usado um determinado momento de uma deportação, ou um elo de uma cadeia de transportes, e isso é usado para ofuscar o histórico completo da deportação de origem para a sua localização final.

Em terceiro lugar, e a mais grave de todas as mentiras cometidas por M/G está em distorcer o destino final das pessoas que foram selecionadas para o trabalho:

É característico que quase todos os judeus holandeses, que foram transferidos de Sobibór para outro campo, regressaram por algum meio de Auschwitz-Birkenau; em vez de serem liquidados como portadores de um conhecimento ultra-secreto, sobreviveram até a este 'campo de extermínio’.

Isto pode ser demonstrado como falso, analisando uma das próprias fontes de M/G: Estudo de Sobibor de Jules Schelvis. Mattogno escreve:

Dorohucza, a 5 km de Trawniki, era um campo de trabalho onde turfa era cortada. Segundo Schelvis, pelo menos 700 judeus holandês foram transferidos de lá diretamente após a chegada em Sobibór, mas segundo ele apenas dois deles supostamente sobreviveram à guerra.[765] Existe o conhecimento de 171 dessas pessoas - 147 homens e 24 mulheres - uma vez que enviaram postais de casa em Dorohucza.

M/G estão falando hipocrisias sobre Schelvis. Eles aceitam a sua estimativa do número de judeus no campo, que veio do Judenrat em Amsterdã, mas rejeitam as suas conclusões sobre o número de sobreviventes. Essa hipocrisia e metodologia quote-mining são típicas de M/G.

A estimativa de Schelvis de 700 holandeses judeus em Dorohucza é confirmada aqui:

De Dorohucza um total de 171 mensagens escritas (postais), foram recebidos no Judenrat em Amsterdã. Os remetentes destes 160 cartões puderam ser identificados juntamente com as datas da sua deportação. Estavam em 8 diferentes transportes. Com estes 8 transportes, além da primeira deportação de 10 - 13 Março 1943, que não teve sobreviventes, o número de judeus holandeses que trabalharam em Dorohucza, pode ser calculado como, pelo menos (9 x 80 + 1 =) 721.

O destino desses judeus é claro pelo mesmo link:

Foram mais de 34000 judeus holandeses deportados de Westerbork para Sobibor, estima-se que 1000 foram enviados para campos de trabalho forçado nas áreas de Lublin e Trawniki. Um desses campos era para cavar turfa, campo de Dorohucza. Dezesseis destes judeus holandeses sobreviveram à guerra, 13 mulheres e 3 homens.
[...]

Durante a noite de 3 de Novembro de 1943 quase todos os judeus em campos de trabalho no distrito Lublin (40 – 50.000) foram fuzilados. Esse massacre foi conduzido pelo nome código Aktion Erntefest (Operação Harvest Festival). Nesta operação, os trabalhadores judeus escravos em Dorohucza e Trawniki foram assassinados. Ele também significou o fim dos campos de trabalho. No livro digital "In Memoriam Lezecher” estão os nomes de 144 holandeses judeus que foram assassinados durante Aktion Erntefest em Dorohucza, por razões administrativas foi dado 30 Novembro 1943 como a data de sua morte.Ver o testemunho de Robert Jührs.

Esta evidência é por si só suficiente para confirmar as conclusões de Schelvis sobre o número de sobreviventes. Estou grato ao meu amigo Earldor pelo fornecimento deste excerto (Schelvis, "Sobibor", p.191):

Dos aproximadamente 700 homens holandeses que, à chegada, foram imediatamente transferidos para o campo de trabalho de Dorohucza para cavar turfa, apenas dois sobreviveram à guerra. Do restante do distrito Lublin, apenas treze mulheres e um homem foram liberados - embora não em Dorohucza ou Lublin - após passar algum tempo em vários outros campos, incansavelmente rasgados entre a miséria, a morte e a esperança.

Finalmente, M/G criaram um falso dilema, e um argumento falacioso de incredulidade, relativo ao Judeus na Galícia:

Se, como a historiografia oficial tem com ela, a criação desses distritos residenciais judaicos visando concentrar os judeus, a fim de ser capaz de liquidá-los com mais facilidade, então porque é que o campo de Belzec, supostamente fundado em Dezembro de 1942, com o objetivo de apenas acabar com esta liquidação, a 'atividade de extermínio", embora ainda tinham 161.514 judeus que viviam no distrito da Galícia em 31 de dezembro de 1942?

A resposta óbvia a este argumento de incredulidade é que os judeus morreram por outros meios, como sendo gaseados em Sobibor:

Após Belzec ter sido fechado em Dezembro de 1942, estima-se que mais de 25.000 judeus de Lwow (campo de Janowska) e do ghetto de Stryj foram enviados para Sobibór e assassinados.

Concluindo, portanto, embora Mattogno e Graf apresentaram documentação diferente dos seus colegas negadores, a abordagem para a documentação não é menos falaciosa e desonesta.


Fonte: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2007/12/mattogno-and-graf-reverse-logic.html

Tradução: Leo Gott

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