terça-feira, 14 de agosto de 2007

O exterminador do racismo

Artigo - Sonia Bloomfield Ramagem
Folha de S. Paulo
25/5/2004

Em artigo publicado pela Folha no dia 3/5 ("O caso Ellwanger", pág. A3), o editor e auto-intitulado historiador Siegfried Ellwanger, condenado por crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal em 2003, pretende rebater "uma série de informações incompletas ou distorcidas constantes do artigo "O STF e o racismo; o caso Ellwanger", de Celso Lafer, voltadas a apresentar-me, novamente, como racista".




Ellwanger segue a trilha de outro negador do Holocausto e falso historiador, o inglês David Irving, da Inglaterra. Irving processou a historiadora Deborah Lipstadt, autora do livro "Denying the Holocaust: the Growing Assault on Truth and Memory", que o acusava de falsificar a história.

Um dos pilares da defesa de Lipstadt foi Richard J. Evans, professor de história da Universidade de Cambridge, que analisou as qualificações profissionais e as obras de Irving a partir das seguintes questões: "Existe objetividade histórica? Quando podemos saber se um historiador está falando a verdade? Será que todos os historiadores estão apenas apresentando suas diferentes versões do passado?". Respondendo-as, Evans disse que sim, existe objetividade no estudo da história, e que para isso "o treino de um historiador profissional há muito tempo é dependente de um doutorado, o qual requer provas de domínio de todas as técnicas necessárias em pesquisa em arquivos e pesquisa histórica baseada em documentos originais". Evans concluiu que Irving e outros que se passam por historiadores e negam o Holocausto, como é o caso de Ellwanger, não podem usar tal título, pois lhes faltam as qualificações necessárias.

Por Ellwanger haver escolhido o caminho do falseamento da realidade, ele se sente perseguido

Deborah Lipstadt afirmou que a negação do Holocausto é, na maioria dos casos, anti-semita e está ligada a uma agenda política antijudaica. A agenda anti-semita de Ellwanger é baseada na farsa "Os Protocolos dos Sábios de Sião", em especial nos protocolos de número 1, 3, 4, 5, 9, 11, 15, 16 e 17, que tratam de leis e liberdades. Ele ataca o professor Celso Lafer e o rabino Henry Sobel como os articuladores de uma trama diabólica de controle do Supremo Tribunal Federal pelos "sionistas", isto é, judeus, e acusa o ministro Maurício Corrêa de títere dos mesmos, além de insinuar que ele plagiou Celso Lafer na redação de seu voto. Ellwanger levanta também sérias suspeitas sobre a competência e probidade profissional dos ministros Celso de Mello, Carlos Velloso, Nelson Jobim, Ellen Gracie, Cezar Peluso e Sepúlveda Pertence, a quem acusa de votarem contra seu pedido de habeas corpus "por antecipação, isto é, sem pedir vistas do processo, mas citando o estranho parecer inimigo...". Em bom português: Ellwanger insinua serem os mesmos corruptos e incompetentes.

Ainda baseado nos "Protocolos", afirma ele que "todos os sete livros que motivaram o processo contra mim foram editados antes da lei 8.081, que foi encomendada pela Federação Israelita do Rio Grande do Sul ao então deputado Ibsen Pinheiro, [que] não consegu[iu] explicar, entre muitas acusações, a origem de valioso apartamento adquirido à vista no bairro judaico". Aí está a teoria básica dos "Protocolos": a de que os judeus dominam o mundo. Segundo ele, a lei foi "encomendada" a um deputado, a quem ele acusa de ter ganhado um "valioso apartamento (...) no bairro judaico" (implicando, com isso, que o imóvel está em local onde seu proprietário possa ser controlado). No entanto, como um deputado sozinho não é suficiente para aprovar uma lei, fica implícito em suas palavras que os deputados que votaram em favor da lei 8.081 são, no mínimo, corruptos!

Com relação à data da promulgação da referida lei, afirma ele que, até o ano de 1996, "para a ciência ainda havia distinção de raças" e que isso deveria anular sua condenação, pois, "sem lei, não há crime". Fosse ele um pesquisador como se intitula, teria procurado basear suas afirmações em trabalhos de antropologia e biologia, e não teria emitido opinião tão errônea e disparatada: há muitos e muitos anos a noção de raça humana não mais existe entre cientistas sérios.

Por Ellwanger haver escolhido o caminho do falseamento da realidade, ele se sente perseguido: "do primeiro voto até o final do processo, o auditório do STF esteve quase sempre lotado de sionistas de vários Estados". Quem realmente esteve presente às votações do Supremo sabe que havia vários assentos vagos durante as mesmas, e isso não aconteceria com o auditório lotado por tantos sionistas quanto ele criou em sua imaginação. Por outro lado, ele nem sequer menciona os negros, ciganos, indígenas e outros que lá estiveram, talvez por não considerá-los dignos de serem incluídos em sua contagem.

O mesmo sentido alterado da realidade o faz afirmar que, "em nenhum momento houve [da parte dele] incitação ao racismo. Propositada e falsamente, confundem meu anti-sionismo com anti-semitismo e racismo". E, mais ainda, declarando-se "anti-sionista", diz ele que "sionismo é o racista movimento político judaico" (sic).
Lendo tais garatujas, só posso concluir que ele quer que acreditemos que, em última instância, ele luta contra o racismo! Todos os leitores de seu artigo publicado na Folha deveriam se sentir ofendidos com esse ataque à sua inteligência e bom senso.

Sonia Bloomfield Ramagem, 53, doutora em antropologia pela Universidade Católica da América (EUA), é professora de geografia humana na UNB (Universidade de Brasília).
http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=125218
Nas fotos, da esquerda pra direita: Deborah Lipstadt, David Irving, Siegfried Ellwanger(S.E. Castan).

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Documento do Oberkommando Ostrow sobre Treblinka

Postado originalmente por Marcelo Oliveira em: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6272

Do relatório de Christopher Browning apresentado no julgamento Irving x Lipstadt:http://www.ess.uwe.ac.uk/genocide/browning4.htm

<<...The fate of the Jews sent to Treblinka is also reflected in a report noted in the October 10, 1942, entry to the War Diary of the Oberquartiermeister of the military commander in Poland.

OK Ostrow reports that the Jews in Treblinka are not adequately buried and as a result an unbearable smell of cadavers pollutes the air. [118]... Ostrow, it should be noted, was some 20 kilometers from Treblinka.
[...]
[118] . War Diary of the Oberquartiermeister, Mbfh Polen, 1.5..41-31.12.43, in National Archives, T-501/219/461. (OK Ostrow meldet, dass die Juden in Treblinka nicht ausreichend beerdigt seien und infolgedessen ein unerträglicher Kadavergeruch die Luft verpestet.)>>

Tradução:
<<...O destino dos judeus enviados para Treblinka também é refletido num relatório mencionado no registro de 10 de outubro de 1942 do Diário de Guerra do Oberquartiermeister do comandante militar na Polônia.
OK Ostrow relata que os judeus em Treblinka não estão adequadamente enterrados, e como resultado, um cheiro insuportável de cadáveres está poluindo o ar. [118]...
Ostrow, deve-se notar, ficava a cerca de 20 quilômetros de Treblinka.
[...]
[118] . Diário de Guerra do Oberquartiermeister, Mbfh Polen, 1.5..41-31.12.43, in National Archives, T-501/219/461. (OK Ostrow meldet, dass die Juden in Treblinka nicht ausreichend beerdigt seien und infolgedessen ein unerträglicher Kadavergeruch die Luft verpestet.)>>

Leia aqui a imagem original do documento em questão.
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/camps/aktion.reinhard/treblinka/images/ostrow2.jpg

"Vergasungskeller" - Documento sobre Câmara de Gás em Auschwitz

Originalmente postado por Marcelo Oliveira em: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/15

Traduzido do The Holocaust-History Project
"Esta carta de 29 de janeiro de 1943 foi escrita pelo SS-Hauptsturmführer (Capitão) Karl Bischoff para o SS-Oberführer(Coronel) Hans Kammler a respeito do progresso feito no Crematório II de Auschwitz. Nesta carta, a palavra "Vergasungskeller" é usada para descrever o suposto "necrotério". Essa palavra significa exatamente o que parece: "cela de gás", uma câmara de gás (homicida). Isto não só prova que houve uma câmara de gás no Crematório II, mas também que o arquiteto Bischoff sabia exatamente o que ele estava construindo.
Transcrição: [...]Das Krematorium II wurde unter Einsatzaller verfügbaren Kräftetrotz unsagbarer Schwierigkeiten und Frostwetter bei Tag- undNachbetrieb [sic] bis auf bauliche Kleinigkeiten fertiggestellt. DieÖfen wurden im Beisein des Herrn Oberingenieur Prüfer derausführenden Firma, Firma Topf u. Söhne, Erfurt, angefeuert undfuntionieren [sic] tadellos. Die Eisenbetondecke des Leichenkellerskonnte infolge Frosteinwirkung noch nicht ausgeschalt werden. Die[sic] ist jedoch unbedeutend, da der Vergasungskeller hierfür benütztwerden kann.Die Firma Topf u. Soehne konnte infolge Waggonsperre die Be- und Entlüftungsanlage nicht wie von der Zentralbauleitung gefordertrechtzeitig anliefern. Nach Eintreffen der Be- und Entlüftungsanlagewird jedoch mit dem Einbau sofort begonnen, sodass voraussichtlich am20.2.43 die Anlage vollständig betriebsfertig ist.Ein Bericht des Prüfingenieurs der Firma Topf u. Söhne wird beigelegt.[...]

Tradução: [...]Exceto por alguns pequenos serviços na obra, o Crematório II foiterminado após trabalharmos com todas as forças disponíveis dia e noite, apesar das dificuldades inexpressivas e do tempo gélido. Os fornos foram acesos na presença do engenheiro senior Prüfer da firma executora da obra, Topf e Filhos, Erfurt, e eles estão trabalhando impecavelmente. O teto de concreto reforçado do necrotério ainda não pôde ser eliminado devido ao tempo frio. Entretanto, isto não é significativo, uma vez que a cela de gás pode ser usada para este propósito. Devido à proibição da ferrovia, a firma Topf e Filhos não pode entregar o equipamento de aeração no tempo solicitado pelo Zentralbauleitung. Após a chegada do equipamento de aeração, entretanto, a instalação começará imediatamente, assim provavelmente em 20 de fevereiro de 1943, ele estará completamente pronto para operação. Anexo um relatório de inspeção do engenheiro da firma Topf e Filhos.[...]
Este documento é reproduzido no livro de Jean-Claude Pressac, "Auschwitz: Técnica e Operação das Câmaras de Gás", The Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 432. Podendo ser acessado pelo link:
Como Pressac observa, "O relatório de inspeção anexo à carta torna possível, através de eliminação, estabelecer que Bischoff usa "Vergasungskeller" para designar "Leichenkeller I" (câmara de despiolhamento) do Crematório II.

"Os negadores do Holocausto alegam que esta sala não foi uma câmara de gás homicida. E o que ela *foi* eles têm menos certeza ainda. Eles propuseram que ela teria sido um necrotério (Leuchter), uma câmara de despiolhamento (Mattogno), uma sala de armazenamento de materiais para fumigação (Faurisson), ou uma sala de geração de gás ou tratamento de esgoto ou abrigo anti-aéreo (Butz).
Em particular, Butz é o revisionista que questiona este documento direta e detalhadamente. Num ensaio tortuoso em seu web site, ele passa pelas explicações velhas (e contraditórias) da maioria dos revisionistas, antes de estabelecer a idéia de um abrigo anti-aéreo baseado na mais tênue evidência possível.

domingo, 12 de agosto de 2007

"Vergasungsapparate" - "Dispositivos de gaseamento"

"Vergasungsapparate" - 'Dispositivos de gaseamento'
Fonte: http://www.holocaust-history.org/19411025-wetzel-no365/

Tradução(Marcelo Oliveira):
Ministério do Reich para os Territórios Ocupados do Leste
Berlim, 25 de Outubro de 1941

Perito AGR Dr. Wetzel
Secreto!

Re: Solução da Questão Judaica

1. Para o Comissário do Reich para o Leste

Re: Seu relatório de 4 de outubro de 1941, com respeito à Solução da Questão Judaica
"Com referência à minha carta de 18 de outubro de 1941, esta é para lhe informar que o Oberdienstleiter Brack da Chancelaria do Führer concordou em colaborar na produção dos abrigos e dispositivos de gaseamento necessários. Neste momento, os dispositivos previstos não estão disponíveis em quantidade suficiente; primeiro eles terão que ser fabricados. Por causa da opinião de Brack, a fabricação dos dispositivos no Reich causará dificuldades muito maiores que fazê-lo no próprio local, Brack considera mais prático enviar seu pessoal para Riga, especialmente seu químico, Dr. Kallmeyer, que efetuará todos os passos adicionais lá. O Oberdienstleiter Brack chama a atenção para o fato de que o procedimento em questão não é livre de risco, portanto são necessárias medidas especiais de proteção.

Nestas circunstâncias, eu peço que você fale pessoalmente com o Oberdienstleiter Brack na Chancelaria do Führer através de seu Alto Líder da SS e da Polícia, e peça o envio do químico Kallmeyer e outros assistentes. Eu deveria informá-lo que o Sturmbannführer Eichmann, perito para a Questão Judaica na RSHA, está em total
acordo com este procedimento. De acordo com informação do Sturmbannführer Eichmann, campos para judeus deverão ser construídos em Riga e Minsk, para os onde os judeus do Velho Reich também podem ir. Neste momento, os judeus estão sendo evacuados para fora do Velho Reich para Litzmannstadt (Lodz), e também para outros campos, para então serem usados para trabalho no leste à medida em que eles forem capazes de trabalhar.

Do modo como as coisas estão agora, não há objeções se os judeus que não forem capazes de trabalhar sejam eliminados com o remédio Brackiano. Dessa maneira, os eventos tais como aqueles que, de acordo com um relatório que está à minha frente, ocorram pela razão dos fuzilamentos de judeus em Vilna, e que, considerando que os
fuzilamentos foram executados em público, possam dificilmente ser justificados, não serão mais possíveis. Por outro lado, aqueles capazes de trabalhar serão transportados para trabalho no leste. Isso sem mencionar que os judeus do sexo masculino e feminino serão mantidos separados.

Eu solicito um relatório sobre suas medidas adicionais."
Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6311

Risiera di San Sabba

Fonte: http://www.deathcamps.org/sabba/index.html

Tradução(Marcelo Oliveira): Risiera di San Sabba

Desde 30 de outubro de 1922, a Itália esteve sob o governo fascista.

Durante a IIGM, a Alemanha e a Itália tornaram-se aliadas e tropas alemãs ficaram estacionadas na Itália. Desde 1936, o anti-semitismohavia crescido, até que finalmente a discriminação e o terror contra os judeus italianos tornaram-se a ordem do dia.

Depois do desembarque dos Aliados no sul da Itália em julho de 1943e a rendição italiana em 8 de setembro, as partes sulinas do paísforam libertadas, mas o norte da Itália continuavam sob controle alemão. Ali moravam a maioria dos judeus que haviam decidido não deixar o país. O exército italiano foi dissolvido e as forças alemãs governaram o novo satélite fascista "Republica Sociale Italiana". Os alemães estabeleceram algumas das áreas costeiras do Mar Adriático(Fiume, Trieste, Udine, Pula, Gorizia e Ljubljana)como territórios alemães, chamados OZAK (Operationszone Adriatisches Küstenland).

Odilo Globocnik (nascido em Trieste) foi promovido a Höherer SS-undPolizeiführer (HSSPF) Adriatisches Küstenland e chegou a Trieste em meados de setembro de 1943. Ele morava na Via Nizza 21. Sob seucomando, a SS perseguia os judeus, opositores políticos e partisans.

O codinome para a operação era Einsatz R, um sucessor lógico para a antiga Aktion Reinhard na Polônia. 92 pessoas, experientes em assassinato em massa na Polônia e nos primeiros programas de eutanásia, seguiram Globocnik, incluindo alguns homens e mulheres ucranianos da SS. Um dos campos de concentração italianos era a Risiera di San Sabba, um antigo moinho de arroz bem distante do centro de Trieste. Os prédios foram construídos em 1913 e já haviam estado vazios poranos, quando os alemães os confiscaram. As instalações foram usadasprimeiramente como uma prisão.

Em outubro de 1943, elas foram convertidas numa Polizeihaftlager (campo de concentração policial). As premissas eram bem adequadas para tal campo. Três edifícios altos(3, 4 e 6 andares) incluíam celas, salas de armazenagem, oficinas de costura e sapataria e instalações para os SS. A antiga chaminé alta, em combinação com o antigo e forno expandido, era usado para cremar milhares de vítimas. As instalações do crematório foram planejadas econstruídas sob a supervisão de Erwin Lambert, o "arquiteto voador" da T4 [N. do T.: Aktion T4, nome do programa de eutanásia do IIIReich]. Ele já havia construído as câmaras de gás nos seis centros de eutanásia na Alemanha e Áustria e nos três campos de extermínio na Aktion Reinhard [N. do T.: Treblinka, Belzec e Sobibor.] na Polônia.

O crematório foi testado em 4 de abril de 1944 com a queima de 70 cadáveres. De 20 de outubro de 1943 até o início de1945, cerca de 25.000 partisans e judeus foram interrogados e torturados dentro do campo. 3.000-5.000 deles foram mortos, ou por fuzilamento, ou por espancamento, ou em caminhões de gaseamento. O pessoal de Globocnik consistia principalmente de alemães. De outubro de 1943 até maio de 1944, o SS-Obersturmbannführer Christian Wirth foi o comandante do campo.

Quando ele foi morto por partisans em 26 de maio de 1944, o SS-Obersturmbannführer Dietrich Allers tornou-se o comandante até a dissolução do campo em abril de 1945. No final de abril de 1945, partisans iugoslavos prepararam-se para conquistar Trieste. Em conseqüência, em 29 de abril os alemães explodiram a chaminé e o crematório a fim de encobrir os rastros de seus crimes. Os funcionários passaram a se esconder. Alguns deles foram sentenciados à revelia, mas jamais encararam a justiça num "Julgamento de San Sabba".

Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6307

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Declaração de Hans Frank, 16 de dezembro de '41

Declaração de Hans Frank, Governador Geral da Polônia, na Sessão do Gabinete de seu governo, em Cracóvia, em 16 de dezembro de 1941:
http://www.holocaustdenialontrial.com/evidence/browning005.asp

Tradução:
"Nós devemos pôr um fim aos judeus, isso eu quero dizer bem abertamente. O Führer uma vez disse essas palavras: se os judeus unidos conseguisse uma vez mais estourar uma guerra mundial, então os povos que fossem incitados a essa guerra não seriam suas únicas vítimas, porque o judeu na Europa também irá encontrar seu fim. ...Antes de continuar a falar, eu gostaria de pedir a vocês que concordassem comigo no seguinte princípio: nós queremos ter compaixão apenas pelo povo alemão, caso contrário por ninguém no mundo inteiro. Outros não têm tido compaixão por nós. Como um velho nacional-socialista, eu também devo dizer: se a tribo judaica sobrevivesse à guerra na Europa, enquanto nós tivéssemos sacrificado nosso melhor sangue pela preservação da Europa, então esta guerra seria somente um sucesso parcial. Portanto, com relação aos judeus, eu em princípio continuarei supondo que eles irão desaparecer. Eles devem ir. Eu entrei em negociações com o propósito de deportá-los para o leste. Em janeiro, uma grande reunião será convocada no Escritório de Segurança Central do Reich pelo SS-Obergruppenführer Heydrich. De qualquer forma, uma grande migração de judeus será colocada em movimento.

Mas o que irá acontecer com os judeus? Vocês acreditam que eles serão alojados em assentamentos na Ostland? Em Berlim eles nos dizem: por que toda essa aflição? nós não podemos usá-los na Ostland nem no Reichskommissariat; liquidem-nos vocês mesmos! Cavalheiros, eu devo lhes pedir, armem-se a si mesmos contra quaisquer pensamentos de compaixão. Nós devemos destruir os judeus, onde quer que nós os encontremos e sempre quando for possível, a fim de preservar a estrutura inteira do Reich."

Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6313

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Relatório Stroop, Treblinka e Gueto de Varsóvia

Os "revisionistas" do Holocausto dizem que o campo de concentração de Treblinka foi na verdade apenas um campo de trânsito, onde os judeus eram mantidos por pouco tempo antes de serem enviados para trabalharem outros lugares. [1] É estranho que nenhum deles comenta as descrições explícitas mostrando o contrário, no conhecido Relatório Stroop.

Treblinka foi um dos três campos "Aktion Reinhard". Junto com Belzec e Sobibor, serviu de destino para mais de um milhão de pessoas - quase exclusivamente judeus - que foram mortas imediatamente ao chegar. Exceto por um pequeno número de prisioneiros e SS que executaram as ações de extermínio, nenhum dos internos sobreviveu à sua estada no campo.

Treblinka foi o último dos três campos a ser construído. A construção começou em Maio/Junho de 1942 e as primeiras execuções começaram em Julho. Nas primeiras cinco semanas, cerca de 250 mil pessoas foram mortas somente neste campo. Câmaras de gás maiores foram construídas em Setembro e as execuções continuaram. Antes de o campo ser fechado,800 mil pessoas perderam suas vidas dentro deste terreno de sessenta acres.[2]

O desmantelamento de Treblinka começou depois da visita de Himmler ao quartel general da Operação Reinhard e aos campos de concentração no final de fevereiro e início de março de 1943. Antes que o campo pudesse ser fechado, os corpos de oitocentas vítimas ainda tiveram que ser exumados e incinerados e outros trabalhos tiveram que ser feitos para destruir toda a evidência incriminatória. Em março e abril de 1943, alguns comboios chegaram do gueto de Varsóvia, recém-destruído, da Iugoslávia e da Grécia, mas isso não atrasou muito o fechamento do campo.[3]

Como o sargento SS Franz Suchomel descreveu:
"Treblinka foi uma linha de produção de morte primitiva, mas eficiente. Entendeu? Primitiva, sim. Mas funcionou bem, como linha de produção de morte." [4]
Em janeiro de 1943, Heinrich Himmler visitou o Gueto de Varsóvia,onde dezenas de milhares de judeus ainda restavam após terem sido concentrados lá pelos últimos três anos. Ele ordenou sua limpeza. O SS-Brigadeführer (Major-General) Jürgen Stroop foi designado para esta tarefa e levou suas tropas militares para lutar contra os judeus. A operação começou em abril de 1943.

Esta operação foi diferente da maioria das outras executadas contra os judeus por várias razões. Aqueles que restaram no Gueto sabiam que seu destino era desesperador, porque eles testemunharam centenas de milhares sendo enviados para a morte desde julho de 1942. Eles lutaram com grande determinação. Na falta de armamento militar, mas, principalmente com explosivos improvisados e alguns rifles que possuíam, eles conseguiram atrasar a operação de Stroop por quatro semanas e matar muitos nazistas nesse período.[5]

Stroop comemorou esta bem-sucedida "expedição assassina" [6] produzindo um livro de 75 páginas mais 50 páginas de fotografias sobre o evento. Com grande conteúdo de telegramas sobre a operação, este livro é um registro histórico muito importante. O chamado "Relatório Stroop" nunca teve sua autenticidade contestada, mesmo por revisionistas do Holocausto que quase sempre rejeitam documentos incriminadores.

Os telegramas sobre quatro dias em particular revelam fatos sobre Treblinka, entretanto os revisionistas do Holocausto preferem ignorar. O campo T-II (Treblinka-II), [7] onde as execuções ocorreram, é explicitamente identificado como o destino para a "liquidação" e "destruição" dos judeus capturados.

As últimas execuções em massa em Treblinka ocorreram depois de um levante dos prisioneiros judeus em agosto de 1943, e o último equipamento foi desmantelado pelos judeus restantes (que foram então fuzilados) em novembro.

[...] 25 de abril de 1943:

No total, 1690 judeus foram capturados vivos. De acordo com as histórias dos judeus, houve certamente paraquedistas que caíram aqui e bandidos que forneceram armas de origem desconhecida. 274 judeus foram baleados, e como nos outros dias, inúmeros judeus foram sepultados vivos nos bunkers destroçados e, pelo que se sabe, queimados. Com as recompensas de hoje pelos judeus, uma grande parte dos bandidos e elementos inferiores do Gueto foram, na minha opinião, capturados. A liquidação imediata não foi feita devido à escuridão. Eu tentarei obter um trem para T II (Treblinka II) para amanhã, senão as liquidações terão que ser feitas amanhã.

26 de abril de 1943:

Neste momento não há mais judeus capturados em Varsóvia. O transporte para T II (Treblinka II) mencionado anteriormente foi bem-sucedido.

13 de maio de 1943:

Os poucos judeus e criminosos ainda restantes no Gueto usaram por 2 dias os abrigos disponíveis nas ruínas para voltar aos seus bunkers à noite, e lá comer e se abastecerem para o próximo dia. Nenhuma evidência sobre outros bunkers conhecidos deles pode ser obtida pelos judeus capturados. Onde houve incêndio, o resto dos habitantes foram destruídos pelas maiores cargas explosivas. Por uma operação da Wehrmacht, 327 judeus foram capturados hoje. Estes judeus capturados serão enviados somente para o T II (Treblinka II)

24 de maio de 1943:

De um total de 56.065 judeus capturados, cerca de 7.000 foram destruídos no curso da ação de grande escala no ex-gueto judeu. 6.929 judeus foram destruídos pelo transporte para o T II (Treblinka II), assim, no total, 13.929 judeus foram destruídos. Estima-se que, além do número de 56.065, de 5 mil a 6 mil judeus tenham sido destruídos pelas explosões e pelo fogo.[...]

A última entrada, mais explícita, foi traduzida do alemão "vernichtet" como "destruído". É a mesma palavra usada quando se refere à destruição dos bunkers. Outras traduções aceitáveis seriam "exterminado" ou "aniquilado". Não há dúvidas quanto ao seu significado.

Inspirado pela pesquisa do Dr. Daniel Keren.

Notas:

[1]. Por exemplo, veja Weber, Mark e Andrew Allen, "Treblinka," Journal of Historical Review, Vol. 12, p. 133, disponível em http://ihr.org/jhr/v12/v12p133_Allen.html. Apesar de saber que cinzas humanas foram encontradas enterradas em Treblinka numa profundidade de vinte pés, os autores revisionistas concluem: "... não há forte evidência de que Treblinka foi um centro de extermínio em massa onde centenas de milhares de judeus foram sistematicamente mortos. Pelo contrário, relatórios confiáveis de transferências de judeus de Treblinka para o Leste, para os territórios ocupados da União Soviética, a relativa falta de sigilo e segurança no campo, e o tamanho pequeno da área onde os corpos foram supostamente enterrados, tudo sugere que tenha sido um centro de triagem."

[2]. Kogon, Eugen, Hermann Langbein and Adalbert Rückerl, Nazi Mass Murder, 1993, pp. 124ff, 131ff. Área do campo é uma estimativa.

[3]. Ibid, p. 136.4.

[4]. SS Unterscharführer Franz Suchomel, entrevistado na câmera oculta para o filme Shoah. Transcrito do livro de mesmo nome, Claude Lanzmann, 1985, p. 54.5.

[5]. Snyder, Louis, Encyclopedia of the Third Reich, 1976, p. 374.6.

[6]. Este foi o termo cunhado pelo Coronel-General Alfred Jodl: "O porco sujo SS! Imagine escrever um relatório de 75 páginas sobre uma pequena expedição assassina, quando a grande campanha combatida pelos soldados contra um exército bem armado tem somente algumas páginas!" Reitlinger, Gerald, The Final Solution, 1953, p. 276, citing G.M.Gilbert, Nuremberg Diary, 1947, p. 69.7.

[7]. "T II" não é mencionado com freqüência, mas é o nome da área de extermínio do campo de Treblinka.

Fonte: The Holocaust History Project
Autor: Jamie McCarthy
Link: http://www.holocaust-history.org/works/stroop-report/
Tradução: Leo Gott

Grupo Dirlip e o terrorista e neonazista Horst Mahler

12 de Julho de 2005. "A página inicial do grupo "revisionista" DIRLIP traz um artigo assinado por Horst Mahler:




Na foto, Horst Mahler, ex-extremista de esquerda nas décadas de sessenta/setenta na Alemanha no século passado, e que passou a atuar/militar na extrema-direita com grupos neonazistas da década de oitenta pra cá; atrás dele na foto a bandeira do NPD(Partido Democrático Nacional da Alemanha)o legítimo herdeiro do NSDAP de Hitler(Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, vulgo Partido Nazista)

http://www.dirlip.org/

De acordo com o texto da Wikipedia sobre Horst Mahler (minha tradução):
http://en.wikipedia.org/wiki/Horst_Mahler

"Horst Mahler (nascido em 23 de janeiro de 1936), advogado, foi o co-fundador da organização terrorista alemã Fração do Exército Vermelho.

No final dos anos 90, ele mudou do extremismo de extrema-esquerda para o extremismo de extrema-direita. Mahler é hoje um dos mais proeminentes agitadores anti-semitas da Alemanha.

Ele defendeou o partido alemão de extrema-direita/neonazista Nationaldemokratische Partei Deutschlands (NPD) num julgamento diante do Bundesverfassungsgericht, a mais alta corte na Alemanha, sobre a proibição do NPD.

Com Reinhold Oberlecher e Uwe Meenen, ele pertence à Deutsches Kolleg (fundada em 1994), que pretende ser um centro de inteligência da extrema-direita. A Deutsches Kolleg é profundamente anti-semita, e
propaga uma revolução nacionalista na Alemanha."


Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6294

Noites dos Cristais - Ordens de Heydrich

Ordens de Heydrich referentes à Noite dos Cristais
Fonte:



http://www.ushmm.org/museum/exhibit/online/kristallnacht/issues/kn-1-1.htm
http://www.ushmm.org/museum/exhibit/online/kristallnacht/issues/kn-1-2.htm
http://www.ushmm.org/museum/exhibit/online/kristallnacht/issues/kn-1-3.htm
http://www.ushmm.org/museum/exhibit/online/kristallnacht/issues/kn-1-4.htm
Tradução:


SECRETO!
Cópia do telegrama mais urgente de Munique em 10 de novembro de
1938, 1:20 a.m.

Para todos

Quartéis Generais e Estações da Polícia (Política) de Estado

Para Todos

Escritórios Locais e Regionais do Serviço de Segurança (SD)

Urgente! Para atenção imediata do Chefe e seu assistente!

Re: Medidas Contra os Judeus Hoje à Noite

Por causa do assassinato do Secretário da Delegação vom Rath em
Paris, demonstrações por todo o Reich devem ser esperadas hoje à
noite -- 9 para 10 de Novembro de 1938. As seguintes ordens são
emitidas para lidar com ocorrências.

1) Ao receberem este telegrama, os chefes das estações da polícia
política [Gestapo] ou seus assistentes devem imediatamente entrar em
contato com as autoridades políticas apropriadas de seus distritos
[os líderes locais do Partido Nazista]... por telefone para planejar
uma discussão sobre a conduta das demonstrações. Essa discussão
deveria contar com o Inspetor competente ou com o Comandante da
Polícia Regular....

Autoridades políticas [locais] devem ser informadas de que a polícia
alemã recebeu do Reichsführer-SS e Chefe da Polícia Alemã as
seguintes ordens segundo as quais as ações das autoridades políticas
devem ser ajustadas correspondentemente:

a) Somente podem ser executadas os tipos de ações que não ameacem
vidas ou propriedades alemãs (ex.: queima de sinagogas somente
quando não houver ameaça de incêndio para os arredores).

b) Lojas e residências de judeus só podem ser destruídas, mas não
saqueadas. Os policiais são instruídos para supervisionar o
cumprimento desta lei e prender saqueadores.


c) Cuidados especiais devem ser tomados em ruas comerciais para que
empresas não-judaicas estejam completamente a salvo de danos.


d) Cidadãos estrangeiros, mesmo se forem judeus, não podem ser
molestados.

2) ... demonstrações em andamento não deverão ser prevenidas pela
polícia, mas apenas supervisionadas para o cumprimento das normas.

3) ... material de arquivamento existente deve ser confiscado pela
polícia em todas as sinagogas e escritórios dos centros da
comunidade judaica, para prevenir sua destruição no decurso das
demonstrações.... [Este material] deve ser entregue aos....
escritórios da SD.

4) A direção das operações da Polícia de Segurança [divisões tanto
políticas quanto criminais] relativas às demonstrações anti-judaicas
pertence às autoridades da Polícia Política, exceto quando as ordens
forem emitidas pelos inspetores da Polícia de Segurança.
Funcionários da Polícia Criminal, assim como membros do Serviço de
Segurança (SD), das unidades para-militares da SS, e da SS geral
podem ser chamadas para executar operações da Polícia de Segurança.

5) Assim que o curso dos eventos durante esta noite permitir que os
oficiais da polícia designados para esse propósito, deverão ser
presos tantos judeus -- em particular, judeus abastados -- quanto
puderem ser acomodados nas instalações de detenção existentes. Por
enquanto, somente judeus saudáveis do sexo masculino, cuja idade não
seja muito avançada, deverão ser presos. Imediatamente após as
prisões terem sido feitas, os campos de concentração adequados
deverão ser contatados para colocar os judeus nos campos tão rápido
quanto possível. Cuidados especiais deverão ser tomados para que os
judeus presos com base nesta instrução não sejam maltratados.

6) O conteúdo desta ordem deverá ser passado para os inspetores
competentes e comandantes da Polícia Regular e para setores regional
e local da SD....

O chefe da Polícia Regular emitiu as instruções correspondentes para
a Polícia Regular, incluindo as brigadas de incêndio. Deve ser
mantida coordenação próxima entre a Polícia de Segurança e a Polícia
Regular durante a implementação das ações ordenadas.

assinado: [Reinhard] Heydrich

SS-Gruppenfuehrer

[SS-Major General, Chefe Nazista e Polícia de Segurança]

[3051 PS]

Fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6301









quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Morre aos 81 anos o historiador Raul Hilberg

Morre o historiador americano Raul Hilberg, especialista em Holocausto
06/08 - 15:08 - AFP

O historiador americano Raul Hilberg, especialista do Holocausto, faleceu no sábado aos 81 anos em Burlington, Estado de Vermont (Estados Unidos), informou nesta segunda-feira em Paris sua editora francesa Gallimard.

Hilberg foi o autor de "A destruição dos judeus na Europa", uma obra de referência sobre a barbárie nazista, atualizada ao longo de 40 anos.

Nascido em junho de 1926 em Viena, Hilberg emigrou aos 13 anos para os Estados Unidos para fugir da perseguição nazista após a anexação da Áustria pela Alemanha. Aos 18 anos, combateu na Segunda Guerra Mundial nas fileiras do Exército americano na Europa.

Em 1955, apresentou sua tese universitária "A destruição dos judeus na Europa", que seria publicada em 1961 por uma pequena editoria de Chicago.

A obra, que se baseava essencialmente em fontes alemãs, suscitou então as reservas de uma parte da comunidade judaica americana.

Hilberg ressalta, por exemplo, a fraca resistência das populações judaicas às perseguições.

Uma segunda edição amplamente modificada foi publicada nos Estados Unidos em 1985, e nessa mesma década a obra chegou a vários países europeus.

A abertura dos arquivos soviéticos a partir de 1990 permitiu a ele enriquecer seu trabalho, cuja terceira edição chegou às livrarias americanas em 2003.

Hilberg é também autor de várias outras obras consagradas sobre o Holocausto, como "Executores, vítimas, testemunhas" (1994), "A política da memória" (1996) e "Holocausto: as fontes da história" (2001).

dch/dm
Fonte: AFP/Último Segundo
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2007/08/06/morre_o_historiador_americano_raul_hilberg_especialista_em_holocausto_953845.html

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Hans Münch, médico de Auschwitz

Declaração de Hans Münch em Auschwitz, 1995.

"Eu, Dr. Hans Münch, certifico que, como médico da SS de serviço em Auschwitz em 1944, testemunhei o processo de seleção das pessoas que iriam continuar a viver e os que iriam morrer. Outros médicos da SS de plantão nos campos fizeram seleções na plataforma onde os transportes chegavam. Eles também fizeram seleções nos quartéis. Eu era isento de fazer seleções porque eu tinha recusado a fazê-las.

Eu ainda atesto que vi milhares de pessoas serem gaseadas aqui em Auschwitz. As crianças, os idosos, os doentes e aqueles incapazes de trabalhar foram enviados às câmaras de gás. Eram seres humanos inocentes: judeus, ciganos, homossexuais, opositores políticos de Hitler - qualquer um que não concordasse com a idéia de Hitler de uma raça ariana pura.

Estou assinando este papel por minha própria vontade para ajudar a documentar a intolerância cruel dos meus colegas da SS.

Eu, um ex-médico da SS, testemunhei a queda de Zyklon-B nas saídas de ar de fora das câmaras de gás. O Zyklon-B começou a funcionar assim que ele foi lançado a partir de latas. Os efeitos do gás foram observados através de um olho-mágico por um médico designado ou oficial da SS de plantão. Depois de três a cinco minutos, a morte podia ser confirmada, e as portas eram abertas como um sinal de que os cadáveres estavam prontos para serem cremados.

Este é um pesadelo que continuo a viver cinquenta anos depois.

Eu sinto muito que de alguma maneira eu tenha sido parte disso. Sob as circunstâncias prevalecentes eu fiz o melhor que podia para salvar o máximo de vidas possível. Juntar-me à SS foi um erro. Eu era jovem. Era um oportunista. E uma vez que entrei, não havia maneira de sair."

(assinado)
Dr. Hans Münch
27 de janeiro, 1995, Auschwitz

(6 testemunhas)

Link com a cópia (digitalização) do documento: http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//images/auschwitz-declaration-950127.jpg

Fonte: Nizkor (declaração em Auschwitz)
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/people/m/muench.hans/ftp.cgi?people/m/muench.hans//auschwitz-declaration.950127
http://www.nizkor.org/hweb/people/m/muench-hans/auschwitz-declaration.html
Tradução: Roberto Lucena

Atualização: mudança de texto e tradução, 06 de março, 2014.

Ver mais:
Is Dr Munch a confused old man or a defiant Nazi? (The Independent, Reino Unido)

Relatório Jaeger - Evidência de Extermínio

"Relatório escrito pelo SS Coronel Karl Jaeger, um dos relatórios dos chamados Einsatzgruppen.Esta é uma das evidências de extermínio sistemático de judeus pelos nazistas.
Marcelo Oliveira"


RELATÓRIO JAEGER - EVIDÊNCIA DE EXTERMÍNIO DOS EINSATZGRUPPEN
=============================================================
Tradução: Marcelo Oliveira

Fonte:
http://www.holocaust-history.org/works/jaeger-report/htm/intro000.htm
http://www.holocaust-history.org/works/jaeger-report/gif/img001.gif
http://www.holocaust-history.org/works/jaeger-report/gif/img002.gif
http://www.holocaust-history.org/works/jaeger-report/gif/img003.gif
http://www.holocaust-history.org/works/jaeger-report/gif/img004.gif
http://www.holocaust-history.org/works/jaeger-report/gif/img005.gif
http://www.holocaust-history.org/works/jaeger-report/gif/img006.gif

04/07/41 Kauen - Fort VII- 416 Judeus............................47 Judias
.....................463

06/07/41 Kauen -Fort VII- 2514 Judeus ...................2,514

07/07/41 Mariampole.........32 Judeus ......................32

08/07/41 Mariampole.........14 Judeus
.............................5 Func.Comunistas
...........................................................19

08/07/41 Girkalinei..........6 Func.Comunistas..............6

09/07/41 Wendziogala........32 Judeus
.............................2 Judias
.............................1 Lituana
.............................2 Comun.Lituanos
.............................1 Comun.Russo
...........................................................38

09/07/41 Kauen - Fort VII...21 Judeus
.............................3 Judias
...........................................................24

14/07/41 Mariampole.........21 Judeus
.............................1 Russo
.............................9 Comun.Lituanos
...........................................................31

17/07/41 Babtei..............8 Func.Comun.(6 Judeus)........8

18/07/41 Mariampole.........39 Judeus
............................14 Judias
...........................................................53

19/07/41 Kauen - Fort VII...17 Judeus
.............................2 Judias
.............................4 Comun.Lituanos
.............................2 Comun.Lituanas
.............................1 Comunista alemão
...........................................................26

21/07/41 Panevezys..........59 Judeus
............................11 Judias
.............................1 Lituana
.............................1 Pole
............................22 Comun.Lituanos
.............................9 Comun.Russos
..........................................................103

22/07/41 Panevezys...........1 Judeu
............................................................1

23/07/41 Kedainiai..........83 Judeus
............................12 Judias
............................14 Comunistas Russos
............................15 Comunistas Lituanos
.............................1 Russo O-Politruk
..........................................................125

25/07/41 Mariampole.........90 Judeus
............................13 Judias
..........................................................103

28/07/41 Panevezys.........234 Judeus
............................15 Judias
............................19 Comun.Russos
............................20 Comun.Lituanos
..........................................................288

Sub-Total...............................................3,834


29/07/41 Rasainai..........254 Judeus
.............................3 Comun.Lituanos
..........................................................257

30/07/41 Agriogala..........27 Judeus
............................11 Comun.Lituanos
...........................................................38

31/07/41 Utena
...........................235 Judeus
............................16 Judias
.............................4 Comun.Lituanos
.............................1 Assassino
..........................................................256

11/31/07/41 Wendziogala.....13 Judeus
.............................2 Assassinos
...........................................................15

===========
AGOSTO/1941
===========

01/08/41 Ukmerge...........254 Judeus
............................42 Judias
.............................1 Comun.Polonês
.............................2 Lituanos da NKVD
.............................1 Prefeito de Jonova
...............................que deu ordens para
...............................incendiar a cidade de Jonova
..........................................................300


02/08/41 Kauen - Fort IV...170 Judeus
.............................1 Judeu Norte-Americano
.............................1 Judia Norte-Americana
............................33 Judias
.............................4 Comun.Lituanos
..........................................................209

04/08/41 Panevezys.........362 Judeus
............................41 Judias
.............................5 Comun.Russos
............................14 Comun.Lituanos
..........................................................422

05/08/41 Rasainai..........213 Judeus
............................66 Judias
..........................................................279

07/08/41 Uteba.............483 Judeus
............................87 Judias
.............................1 Lituano ladrão de
...............................cadáveres de sold.alemães
..........................................................571

08/08/41 Ukmerge...........620 Judeus
............................82 Judias
..........................................................702

09/08/41 Kauen - Fort IV
...........................484 Judeus
............................50 Judias
..........................................................534

11/08/41 Panevezys.........450 Judeus
............................48 Judias
............................1 Lituano
............................1 Comun.Russo
..........................................................500

13/08/41 Alytus............617 Judeus
...........................100 Judias
.............................1 criminoso
..........................................................718

14/08/41 Jonava............497 Judeu
............................55 Judias
..........................................................552

15 e 16/08/41 Rokiskis....3200 Judeus,
...............................Judias e
...............................Crianças Judias
.............................5 Comun.Lituanos
.............................1 Polonês
.............................1 Guerrilheiro
........................................................3,207

09 A 16/08/41 Rasainiai....294 Judias
.............................4 Crianças Judias
..........................................................298

27/07 A 14/08/41 Rokiskis..493 Judeus
...........................432 Russos
............................56 Lituanos
...............................(todos comunistas ativos)
..........................................................981

18/08/41 Kauen - Fort IV...689 Judeus
...........................402 Judias
.............................1 Polonesa
...........................711 Judeus da Inteligentzia
...............................do Guetto como retaliação
...............................por um ato de sabotagem
........................................................1,812

19/08/41 Ukmerge...........298 Judeus
...........................255 Judias
.............................1 Politr.,
............................88 Crianças Judias
.............................1 Comunista Russo
..........................................................645

22/08/41 Dünaburg............3 Comunista Russo
.............................5 Letões(1 assassino)
.............................1 Guarda Russo
.............................3 Polonês
.............................3 Ciganos
.............................1 Cigana
.............................1 Criança Cigana
.............................1 Judeu
.............................1 Judia
.............................1 Armênio
.............................2 Politruks
.............................(inspeção em prisão em Dünaburg)
...........................................................21


Sub-Total..............................................16,152

22/08/41 Aglona Doentes Mentais:
...........................269 Homens
...........................227 Mulheres
............................48 Crianças
..........................................................544

23/08/41 Panevezys........1312 Judeus
..........................4602 Judias
..........................1609 Crianças Judias
........................................................7,523

18 a 22/08/41 Dist. Rasainiai
...........................466 Judeus
...........................440 Judias
..........................1020 Crianças Judias
........................................................1,926

25/08/41 Obeliai...........112 Judeus
...........................627 Judias
...........................421 Crianças Judias
........................................................1,160

25 e 26/08/41 Seduva.......230 Judeus
...........................275 Judias
...........................159 Crianças Judias
..........................................................664

26/08/41 Zarasai...........767 Judeus
.........................1,113 Judias
.............................1 Comun.Lituano
...........................687 Crianças Judias
.............................1 Comun.Russa
........................................................2,569

26/08/41 Pasvalys..........402 Judeus
...........................738 Judias
...........................209 Crianças Judias
........................................................1,349


26/08/41 Kaisiadorys...........Todos os Judeus,
...............................Judias,
...............................Crianças Judias
........................................................1,911

27/08/41 Prienai...............Todos os Judeus,
...............................Judias,
...............................Crianças Judias
........................................................1,078

27/08/41 Dagda and Kraslawa
...........................212 Judeus
...........................4 Pris.Guerra Russos
..........................................................216

27/08/41 Joniskis...........47 Judeus
...........................165 Judias
...........................143 Crianças Judias
..........................................................355

28/08/41 Wilkia.............76 Judeus
...........................192 Judias
...........................134 Crianças Judias
..........................................................402

28/08/41 Kedainiai.........710 Judeus
...........................767 Judias
...........................599 Crianças Judias
........................................................2,076

29/08/41 Rumsiskis a. Ziezmariai
............................20 Judeus
...........................567 Judias
...........................197 Crianças Judias
..........................................................784

29/08/41 Utena and Moletai.582 Judeus
.........................1,731 Judias
.........................1,469 Crianças Judias
........................................................3,782

13 a 31/08/41 Alytus e Environs
...........................233 Judeus
..........................................................233

=============
SETEMBRO/1941
=============

01/09/41 Mariampole......1,763 Judeus
.........................1,812 Judias
.........................1,404 Crianças Judias
...........................109 Doentes Mentais
.............................1 Alemã casada com um judeu
.............................1 Russa
........................................................5,090

Sub-Total..............................................47,814


28/08 a 02/09/41 Darsuniskis
............................10 Judeus
............................69 Judias
............................20 Crianças Judias
...........................................................99

Carliava....................73 Judeus
...........................113 Judias
............................61 Crianças Judias
..........................................................247

Jonava.....................112 Judeus
..........................1200 Judias
...........................244 Crianças Judias
........................................................1,566

Petrasiunai.................30 Judeus
............................72 Judias
............................23 Crianças Judias
..........................................................125


Jesuas......................26 Judeus
............................72 Judias
............................46 Crianças Judias
..........................................................144

Ariogala...................207 Judeus
...........................260 Judias
...........................195 Crianças Judias
..........................................................662

Jasvainai...................86 Judeus
...........................110 Judias
............................86 Crianças Judias
..........................................................282

Babtei......................20 Judeus
............................41 Judias
............................22 Crianças Judias
...........................................................83

Wenziogala..................42 Judeus
...........................113 Judias
............................97 Crianças Judias
..........................................................252

Krakes.....................448 Judeus
...........................476 Judias
...........................201 Crianças Judias
........................................................1,125

04/09/41 Pravenischkis.....247 Judeus
.............................6 Hetz. I.A. -Lg
................................( signif.desconhecido)
..........................................................253

04/09/41 Cekiske............22 Judeus
............................64 Judias
............................60 Crianças Judias
..........................................................146


Seredsius....................6 Judeus
............................61 Judias
...........................126 Crianças Judias
..........................................................193

Velinona.....................2 Judeus
............................71 Judias
............................86 Crianças Judias
..........................................................159

Zapiskis....................47 Judeus
...........................118 Judias
............................13 Crianças Judias
..........................................................178

05/09/41 Ukmerge..........1123 Judeus
..........................1849 Judias
..........................1737 Crianças Judias
........................................................4,709

25/08 a 06/09/41 Mopping up In Rasainiai
............................16 Judeus
...........................412 Judias
...........................415 Crianças Judias
..........................................................843

In Georgenburg.............Todos Judeus
...........................Todas Judias
...........................Todas Crianças Judias
..........................................................412

09/09/41 Alytus............287 Judeus
...........................640 Judias
...........................352 Crianças Judias
........................................................1,279

09/09/41 Butrimonys.........67 Judeus
...........................370 Judias
...........................303 Crianças Judias
..........................................................740

10/09/41 Merkine...........223 Judeus
...........................355 Judias
...........................276 Crianças Judias
..........................................................854

10/09/41 Varena............541 Judeus
...........................141 Judias
...........................149 Crianças Judias
..........................................................831

11/09/41 Leipalingis........60 Judeus
............................70 Judias
............................25 Crianças Judias
..........................................................155

11/09/41 Seirijai..........229 Judeus
...........................384 Judias
...........................340 Crianças Judias
..........................................................953

12/09/41 Simnas.............68 Judeus
...........................197 Judias
...........................149 Crianças Judias
..........................................................414

11 e 12/09/41 Uzusalis
...............................Operação penal contra
...............................habitantes que alimentaram
...............................guerrilheiros russos
...............................alguns com posse de armas
...........................................................43

26/09/41 Kauen.............412 Judeus
...........................615 Judias
...........................581 Crianças Judias
........................................................1,608

Sub-Total..............................................66,159


============
Outubro/1941
============

02/10/41 Zagare............633 Judeus
..........................1107 Judias
...........................496 Crianças Judias
........................................................2,236

04/10/41 Kauen - F. IX.....315 Judeus
...........................712 Judias
...........................818 Crianças Judias
........................................................1,845

29/10/41 Kauen - F. IX....2007 Judeus
..........................2920 Judias
..........................4273 Crianças Judias
..........................(limpeza de judeus
..........................supérfluos do gueto)
........................................................9,200

=============
NOVEMBRO/1941
=============

03/11/41 Lazdijai..........485 Judeus
...........................511 Judias
...........................539 Crianças Judias
........................................................1,535

15/11/41 Wilkowiski.........36 Judeus
............................48 Judias
............................31 Crianças Judias
..........................................................115

25/11/41 Kauen - F. IX....1159 Judeus
..........................1600 Judias
...........................175 Crianças Judias
..............................(evacuados de Berlin,
..............................Munique e
..............................Frankfurt sobre o Main)
........................................................2,934

29/11/41 Kauen - F. IX.....693 Judeus
..........................1155 Judias
...........................152 Crianças Judias
..............................(evacuados de Viena
...............................e Breslau)
........................................................2,000

29/11/41 Kauen - F. IX......17 Judeus
.............................1 Judia que violou leis
...............................do gueto,
.............................1 Alemão do Reich que se
...............................converteu ao Judaísmo
...............................e frequentou escola
...............................rabínica
............................15 terroristas do grupo
...............................Kalinin
...........................................................34


Componente do Einsatz. 3 em Dünaburg no período de
13/Julho a 21/Agosto de 1941
..........................9012 Judeus,
...............................Judias e
...............................Crianças Judias
...........................573 Comunistas ativos
........................................................9,585

Componente do Einsatz. 3 em Wilna no período de
8/Agosto a 01/Setembro de 1941 - Cidade de Wilna
...........................425 Judeus
............................19 Judias
.............................8 Comunistas
.............................9 Mulheres Comunistas
..........................................................461

02/09/41 Cidade de Wilna...864 Judeus
..........................2019 Judias
...........................817 Crianças Judias
...............................(Operação Especial
...............................porque os judeus
...............................atiraram em soldados alemães)
........................................................3,704

Sub-Total..............................................99,804

12/09/41 Wilna.............993 Judeus
..........................1670 Judias
...........................771 Crianças Judias
........................................................3,334

17/09/41 Wilna.............337 Judeus
...........................687 Judias
...........................247 Crianças Judias
.............................4 Comunistas Lituanos
........................................................1,271

20/09/41 Nemencing.........128 Judeus
...........................176 Judias
............................99 Crianças Judias
..........................................................403

22/09/41 Novo-Wilejka......468 Judeus
...........................495 Judias
...........................196 Crianças Judias
........................................................1,159

24/09/41 Riesa.............512 Judeus
...........................744 Judias
...........................511 Crianças Judias
........................................................1,767

25/09/41 Jahiunai..........215 Judeus
...........................229 Judias
...........................131 Crianças Judias
..........................................................575

27/09/41 Eysisky...........989 Judeus
..........................1636 Judias
...........................821 Crianças Judias
........................................................3,446

30/09/41 Trakai............366 Judeus
...........................483 Judias
...........................597 Crianças Judias
........................................................1,446

04/10/41 Wilna
...........................432 Judeus
..........................1115 Judias
...........................436 Crianças Judias
........................................................1,983

06/10/41 Semiliski
...........................213 Judeus
...........................359 Judias
...........................390 Crianças Judias
..........................................................962

09/10/41 Svenciany
..........................1169 Judeus
..........................1840 Judias
...........................717 Crianças Judias
........................................................3,726

16/10/41 Wilna
...........................382 Judeus
...........................507 Judias
...........................257 Crianças Judias
........................................................1,146

21/10/41 Wilna
...........................718 Judeus
..........................1063 Judias
...........................586 Crianças Judias
........................................................2,367

25/10/41 Wilna
.............................0 Judeu
..........................1766 Judias
...........................812 Crianças Judias
........................................................2,578

27/10/41 Wilna
...........................946 Judeus
...........................184 Judias
............................73 Crianças Judias
........................................................1,203

30/10/41 Wilna
...........................382 Judeus
...........................789 Judias
...........................362 Crianças Judias
........................................................1,533

06/11/41 Wilna
...........................340 Judeus
...........................749 Judias
...........................252 Crianças Judias
........................................................1,341

19/11/41 Wilna
............................76 Judeus
............................77 Judias
............................18 Crianças Judias
..........................................................171

19/11/41 Wilna
.............................6 Prision.Guerra
.............................8 Poloneses
...........................................................14

20/11/41 Wilna
.............................3 Prision.Guerra
............................................................3

25/11/41 Wilna
.............................9 Judeus
............................46 Judias
.............................8 Crianças Judias
.............................1 Polonês com armas
...........................................................64



Componente do Einsatz. 3 em Minsk
De 28/Setembro a 17/Outubro de 1941

Pleschnitza,
Bicholin,
Scak,
Bober,
Uzda
...........................620 Judeus
..........................1285 Judias,
..........................1126 Crianças Judias
............................19 Comunistas
........................................................3,050

......................................................133,346

Judeus liquidados por pogroms e execuções, exclusivamente por partisans, antes das tarefas policiais do Einsatzkommando 3........4,000

=============================================================
Total.................................................137,346

Relatório reproduzido de:
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/667

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O Pianista(entrevista coletiva do filme - Varsóvia)

Entrevista coletiva à imprensa em Varsóvia
O depoimento do cineasta foi dado à imprensa em Varsóvia, Polônia, em 28 de Março de 2001, quando ainda filmava "O Pianista"

- Por que você ficou tão atraído pelo livro de Wladyslaw Szpilman? O que havia nele de tão importante e por que, como você mesmo disse, acredita neste filme como não acreditou em nenhum outro antes?

Roman Polanski: Este livro descreve os eventos que lembro de minha juventude. Por muitos anos, planejei fazer um filme sobre esta época, mas não conseguia encontrar o assunto certo, a história certa. O livro de Szpilman não é mais um capítulo da história sobre o martírio judeu que todos conhecemos. O livro descreve esses eventos sob o ponto de vista de um homem que viveu nele. Ele mostra a realidade dessa época com uma objetividade fria e surpreendente. Existem no livro poloneses maus e poloneses decentes, judeus maus e judeus decentes, alemães maus e alemães decentes. Como sabemos, o livro foi escrito logo depois da guerra e, talvez por isso, ele seja tão
verdadeiro, diferente do que foi escrito 20, 30 anos depois da guerra. Assim que li os primeiros capítulos soube que aquele seria o tema do meu próximo filme.

- O Sr. Ronald Harwood, co-autor do roteiro, disse: "A contribuição de Roman Polanski ao roteiro foi enorme. Muitas soluções, que ninguém mais teria pensado, foram tiradas de suas próprias experiências." Até que ponto este filme é sua criação pessoal?

R.P.: Veja, por muitas vezes, li coisas que poderiam ou não ser o tema de um filme como este, mas estavam sempre muito próximos das minhas experiências da guerra. Não era isso que eu queria. Neste aqui, entretanto, temos a descrição do gueto de Varsóvia, eu estava
no gueto de Cracóvia, o que significa que eu vivi naquele período, que conheci os alemães da época, bem como os judeus e poloneses. Ao mesmo tempo, poderia usar a minha própria experiência enquanto escrevia o roteiro, sem torná-lo biografia. Era tudo o que queria
evitar. Foi fácil para mim trabalhar neste roteiro, porque ele não estava relacionado aos eventos, ruas e pessoas que eu me lembro da época.

- Falando de Ronald Harwood, qual foi o motivo que o levou a escolhê-lo para escrever o roteiro, considerando que ele é um dramaturgo muito conhecido?

R.P.: Precisava de alguém que soubesse como escrever este tipo de roteiro, isto é, alguém que já tivesse alguma experiência no assunto. Ronald Harwood já escreveu peças e roteiros relacionados a este período na história. Eu o admiro enormemente tanto como escritor quanto dramaturgo, principalmente por suas peças, a já mencionada O Fiel Camareiro (The Dresser) e... não me lembro do título em polonês da outra peça, Taking Sides, que foi recentemente montada em Varsóvia. É uma peça sobre Furgwegler, o condutor que foi acusado de
colaboração com os nazistas. Qual é o título mesmo? "Za i przeciw". Depois de assistir a esta peça, grande sucesso em Paris do ano passado, que me convenci de que ele era perfeito para o trabalho.

- Você disse muitas vezes que tratou a história contada em O PIANISTA de forma muito pessoal. Você planeja dar seu testemunho, aparecendo pessoalmente em alguma das cenas?

R.P.: Absolutamente não. Quero que tudo no filme pareça o mais realista possível. Fazer aparições em filmes é uma das características de Hitchcock e... isto deixa no ar uma sensação de uma brincadeira pessoal, o que quero evitar neste tema em particular. É claro que seria simbólico, mas já que sou conhecido e as pessoas costumam me reconhecer pelas ruas, provavelmente provocaria conotações enganosas. Todos logo dirão: "É o Polanski, o Polanski!", prefiro evitar.

- Qual foi o maior desafio de seu filme?

R.P.: Provavelmente todos sabem que interpretar é, de certa forma, uma profissão pouco saudável. Isso porque a verdadeira interpretação requer a vivência do papel. Quando você diz isso a pessoas que não entendem muito sobre interpretação, elas normalmente reagem com um sorriso condescendente. Mas como alguém que tem experiência nesta profissão, posso garantir que é totalmente viciante. Um bom ator, que incorpora realmente o que interpreta, vive o seu papel por 12, 14, ou, como foi no nosso caso, 16 semanas até o final, raramente sai ileso.

- Falando nisso, como você imaginou o ator para interpretar o papel principal? Que características especiais queria? E como procurou e o que o fez escolher o Sr. Adrien Brody?

R.P.: Posso lhe dizer uma coisa com certeza: nunca procurei semelhança física, porque na minha opinião, isso não importava. O que eu queria era um ator que se encaixasse no personagem que tinha em mente enquanto escrevia o roteiro com Ronald Harwood. Era muito
importante que ele não fosse uma celebridade, um ator muito conhecido, pela mesma razão que já falei antes com relação a minha participação no filme. Foi por isso que decidimos, desde o começo, tentar encontrar um ator iniciante. Mas já que o filme seria filmado na Inglaterra, precisávamos de alguém que falasse inglês fluentemente. Então, procuramos em Londres, por talentos ainda não descobertos. Fizemos o casting lá. Os organizadores ficaram surpresos
ao ver tantos candidatos; 1.400 pessoas se candidataram, dentre eles algumas mulheres, alguns chineses, alguns negros, etc. Depois dos testes, percebemos que seria difícil encontrar alguém sem nenhuma experiência; então, começamos a procurar entre os atores rofissionais. Não encontrei ninguém na Inglaterra, então resolvi ampliar a minha busca. A América era a escolha óbvia, pois como todos sabem, fala-se inglês fluentemente lá.

- Quando se lê O PIANISTA, tem-se a impressão que Szpilman se culpa por não tentar encontrar Hosenfeld, o oficial alemão. Você concorda com isso? E neste caso, há algum momento de hesitação em seu filme, enfatizando a tragédia do oficial alemão?

R.P.: Há um momento assim no filme, mas não concordo que Szpilman tenha tido algum tipo de arrependimento, ou tenha se culpado. Na minha opinião, a questão é a expressão de sua modéstia. Como sabemos, le fez tudo que pode para salvar a vida de Hosenfeld. Ele até
recorreu às autoridades comunistas e não teve sucesso, é claro. Todos sabem que era uma causa perdida. Nós também sabemos que ele foi procurado pela família de Hosenfeld e que eles tiveram contato. Creio que a família esteve em Varsóvia duas vezes. A propósito, nós também procuramos o filho de Hosenfeld em Berlim.

- Como você ajudou o seu ator a entender a realidade mostrada no filme, a atmosfera da época?

R.P.: É difícil de explicar verbalmente. Você teria de ir até o set e ver como é feito. Depende do momento, da cena e, é claro, do autor. Não quero falar demais sobre Adrien aqui, para que não vire uma troca de elogios. Ia virar o próprio clubinho de elogios mútuos. Espero que
o filme chegue em breve aos cinemas poloneses e que vocês possam assistir.

- Gostaria de perguntar sobre o impacto psicológico ao realizar este filme. Como se sentiu filmando na Polônia? Sei que é o seu primeiro filme realizado aqui depois de A Faca na Água Este fato dá um toque diferente, principalmente quando o tema central do filme está
enraizado em suas próprias experiências? Ele é totalmente diferente de "O Último Portal". Como se você preparou emocionalmente para isto?

R.P.: Não precisei me preparar, foi suficiente ler o livro para voltar imediatamente àqueles momentos, psicologicamente falando. Voltar fisicamente, sem dúvida, ajuda, o idioma polonês, os costumes poloneses, a atmosfera do país, etc. Tudo aconteceu automaticamente.
Devo admitir, entretanto, que filmar com alemães em Berlim foi muito mais fácil para nós. Ao ouvir os alemães gritarem e ao vê-los vestidos em seus uniformes, dei-me conta que não poderia filmar em outro lugar que não fosse a Polônia.

- Deve ter sido uma experiência significante filmar na Polônia depois de tantos anos. A Faca na Água marcou sua estréia, é um dos melhores filmes que eu já vi. Gostaria de lhe fazer uma pergunta técnica: você filmará em locações originais em Varsóvia, como a Avenida Niepodlegosci, na rua Noakowskiego, ou na rua Puawaska?

R.P.: Não. Infelizmente essas ruas não existem mais. Mas temos que dar um jeito. Devo dizer que, felizmente, a tecnologia atual nos permite recriar certas coisas que já não existem mais. Estou falando do uso do computador que é tão comum em outros filmes, mas no nosso,
passará despercebido. Com relação às locações originais, só iremos filmar nas ruas Kralowskie Przedmiescie e na Kozia. As outras locações serão na cidade de Praga. Devo admitir que tive muita sorte. Não sei se é a palavra certa. Em 1939, logo depois que a guerra começou, todos os homens foram para o leste por alguma razão que não sei, visto que eu, minha mãe e irmã fomos para Varsóvia. Eu sobrevivi ao bombardeio de Varsóvia e vivi aqui por duas semanas. Lembro-me de tudo muito bem. Queria recriar tudo o que me lembro de minha infância. Não me lembro da Avenida Ujazdowskie, eu me lembro de uma Varsóvia igual à Praga de hoje: ruas escuras, tráfego intenso, prédios da virada do século. Foi por isso que filmamos lá.

- Mais uma pergunta técnica que esteve presente em nossa discussão desde o princípio. Gostaria de lhe pedir que comentasse sobre a ironia da história, você filmando O PIANISTA simultaneamente ao caso Jedwabno. Poderia comentar a coincidência?

R.P.: É, como você falou, uma coincidência e é difícil para mim relacionar isto à minha própria experiência de fazer o filme na Polônia. As pessoas continuarão a descobrir outros casos, talvez
porque muitos anos se passaram daquela época e os poloneses têm, agora, uma perspectiva maior e mais objetiva da história de seu país. E mais, a geração de hoje não precisa sentir qualquer responsabilidade pelo que aconteceu naquela época.

- Por quanto tempo vocês filmarão em Varsóvia?

R.P.: Resta ainda mais 11 semanas.

- Já considerou fazer um filme sobre Abi Rozner? Sua biografia foi mostrada recentemente na TV, acho que talvez mereça um roteiro para cinema? Estou segurando um livro "Roman by Polanski". Você vai filmá-lo ou entregará o roteiro para outra pessoa?

R.P.: Quanto a primeira pergunta, nunca pensei em desenvolver este projeto. Acho que já respondi a sua segunda pergunta. Voltando a primeira, posso garantir que não. Definitivamente, não estou fazendo a minha biografia, porque não me interessa. Faço filmes e não documentários. Espero que nunca realizem um filme sobre a minha vida.

- Pode nos falar sobre sua relação com o Sr. Szpilman? Vocês conversaram sobre o filme? Quais foram suas exigências? Quais foram suas sugestões?

R.P.: O Sr. Szpilman não fez nenhuma sugestão em particular, ele apenas se limitou a dizer como estava feliz de ver seu livro virar filme e ser dirigido por mim. Eu só vi o Sr. Szpilman três vezes. A primeira vez, em Los Angeles, muito tempo atrás, durante uma de suas
visitas a América. A segunda vez foi aqui, no Clube dos Jornalistas, cerca de 12 anos atrás. Jantava com Morgenstern, Szpilman apareceu e se sentou conosco, e jantamos juntos. Depois que resolvi fazer o filme, nós nos vimos pela terceira vez; visitei Szpilman com Gene
Gutowski, tomamos chá e conversamos sobre o filme.

- Seus filmes normalmente criam a realidade, mais do que a recriam. Depois do que disse hoje, posso assumir que você tentará recriar a realidade de Szpilman e não acrescentar nada de si mesmo?

R.P.: A minha aproximação neste filme é, definitivamente, diferente. Cada assunto requer um tratamento diferente.

- Existem atores poloneses famosos no elenco de O PIANISTA. Nós os identificaremos no filme?

R.P.: Você verá atores poloneses em pequenos papéis, pois como já falei, o filme é filmado em inglês. Por isso nossa escolha ficou limitada a atores poloneses que falassem bem inglês.

- Por que você se desviou da área do grotesco, em direção aos valores fundamentais como lágrimas, medo, fuga? O que aconteceu? Spielberg passou muito tempo lhe pedindo que fizesse um filme assim?

R.P.: A decidi, subitamente, fazer este filme. Essa situação pode ser comparada a escolha de um prato no cardápio de um restaurante. Meus mais recentes filmes foram puro entretenimento e careciam de profundos valores filosóficos e sociais. O PIANISTA é, sem dúvida, um prato mais elaborado. Com relação a A Lista de Schindler, ele estava muito próximo das minhas experiências pessoais. Evito situações assim, porque sei que não faria um bom filme. Acho que Spielberg fez um grande trabalho. Ninguém mais poderia fazê-lo tão bem quanto ele. Ele contou uma história sobre uma época, pessoas e até mesmo de ruas muitos familiares para mim. Enquanto procurava as locações para O PIANISTA, fomos com o Sr. Starski a Cracóvia, já que não existem mais muitas ruas antigas em Varsóvia. Estávamos caminhando pelas ruas do antigo gueto e o que senti comprovou que não deveria filmar em
Cracóvia. Até mesmo por razões pessoais. Eu raramente visito ruas que um dia significaram muito para mim e estive em Cracóvia uma segunda vez. Se eu trabalhasse nos lugares que tiveram valores históricos e pessoais para mim, certamente eles perderiam estes valores e se
tornariam apenas um cenário para mim. O fato é que não conseguia encontrar o tema certo. Perguntaram-me diversas vezes se eu faria um filme na Polônia e sempre respondi: "Sim, e planejo fazer, só não sei quando." Eu sempre soube que queria fazer um filme na Polônia sobre a Segunda Guerra Mundial ou sobre o período pós-guerra, só não conseguia encontrar o tema certo. O livro de Szpilman foi este tema.

Divulgação Europa Filmes
Fonte: http://oscar.uai.com.br/
Holocausto-Doc lista(Yahoo)
Postado em: http://www.casaamarela.org.br/cineclube/arquivo/novembro_03/novembro_roman_polanski.htm

domingo, 5 de agosto de 2007

Testemunho de Albert Speer e Holocausto

Testemunho de Albert Speer
Tópico: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=295037&tid=2438044408984177223

Albert Speer,(1) um dos confidentes mais próximos de Hitler e Ministro de Armamentos do Terceiro Reich, o qual foi condenado a 20 anos de prisão no Julgamento de Nuremberg pelos maiores crimes de guerra alemães, numa declaração, jurada e assinada em Munique no dia 15 de Junho de 1977, depôs como se segue: (2)================================================

"O ódio aos judeus era o motor e ponto central de Hitler talvez até o mesmo elemento que o motivou. O povo alemão, a grandeza alemã, o Império, todos eles não significavam nada para ele em última análise. Por esta razão, ele desejava na sentença final de seu testamento, fixar para nós alemães, até depois da queda apocalíptica um miserável ódio aos judeus.

Eu estava presente na sessão do Reichstag(Parlamento Alemão)de 30 de Janeiro de 1939, quando Hitler nos assegurou que em caso de guerra, não os alemães, mas os judeus seriam aniquilados. Esta sentença foi pronunciada com tal certeza com a qual não eu não senti permissão de questionar sua itenção de levar isso adiante. Ele repetiu este aviso de suas intenções em 30 de Janeiro de 1942, num discurso que também conheço: A guerra não terminará, como os judeus imaginariam, pela extinção dos povos arianos europeus, e sim que isso resultaria na aniquilação dos judeus. Esta repetição de suas palavras de 30 de Janeiro de 1939 não era a única. Ele recordaria com freqüencia em sua jornada desta sua sentença.

Quando o discurso das vítimas dos bombardeios, particularmente depois dos ataques massivos a Hamburgo no Verão de 1943, ele reiterou diversas vezes que se vingaria dessas vítimas sobre os judeus; apenas como se o terror-aéreo contra a população civil simplesmente o satisfizesse daquilo no qual tratou como uma motivação substituta tardia para um crime decidido bem antes e emancipado sob diferentes camadas de sua personalidade. Apenas como se ele procurasse justificar seus próprios assassinatos em massa com essas observações.

Sempre e quando Hitler tinha surtos de ódio, havia ainda esperança para uma mudança para direções moderados. No entanto, era a firmeza e a frieza que faziam que seus rompantes contra os judeus que então convencessem. Em outras áreas quando ele anunciava decisões terríveis com uma voz fria e calma, aqueles ao redor dele, e eu mesmo sabíamos que as coisas haviam se tornado sérias agora(irreversíveis). E com apenas esta superiodade fria ele declarava também, quando almoçávamos ocasionalmente juntos, que ele havia acertado a destruição dos judeus da Europa.

No verão de 1944, o Distrito Líder da Baixa Silesia, Karl Hanke, fêz-me uma visita. Hanke havia se distinguido por seu valor nas campanhas Poloca e Francesa. Ele não era certamente uma pessoa de se assustar facilmente. No entanto era um momento particular, quando, naquela época, ele me contou de uma maneira chocante, que coisas monstruosas estavam acontecendo em campos de concentração de seu distrito vizinho, Alta Silesia. Ele disse que estava lá e nunca seria capaz de esquecer que atrocidades ele tinha presenciado ali. Obviamente, ele não mencionou qualquer nome, mas ele quis mencionar Auschwitz na Alta Silesia. Da agitação deste soldado de batalha experiente, eu pude concluir que algo não declarado se sucedia ali, e que isso podia fazer este velho líder do partido de Hitler a perder sua calma.

"O método de trabalho de Hitler era que ele dava inclusive importantes comandos a seus confidentes verbalmente. Também nas gravações de membros de minhas entrevistas com Hitler completamente perservados no Arquivo Federal Alemão(German Federal Archives) - havia numerosos comandos até em importantes áreas aos quais Hitler claramente deu por palavra oral apenas. No entanto isso se conforma com seu método de trabalho e não deve ser encarado como um descuido, de que não existe uma ordem escrita para o extermínio de judeus."

Aqueles internos judeus dos campos de extermínio que foram assassinados foi estabelecido na Corte(IMT), por testemunhos e documentação, e de fato o feito não é seriamente contestado por qualquer dos acusados. O discurso de Himmler antes dos líderes das SS de 4 de Outubro de 1943, ao qual claramente ilustraram os êxitos nos campos de extermínio, não foram desacreditados como falsificados pela defesa, como sucedeucom o Protocolo Hossbach.

Frank nunca disputou a genuidade de seu diário que por sua própria admissão, ele se entregou aos americanos na ocasião de sua detenção. O diário contém observações provando que os judeus que na Polônia estavam, a exceção de um restante de 100 mil, foram aniquilados. O acusado também aceitou aquelas declarações de Frank e a crítica foi limitada a estupidez da entrega deste diário de incriminação aos oponentes.

Schirach confirmou numa conversa confidencial já durante o julgamento, que ele estava presente no discurso que Himmler deu aos líderes de distrito em Posen(em 6 de Outubro de 1943), no qual Himmler claramente e inequivocadamente anunciou que a matança projetada dos judeus havia sido realizada em grande parte. Ele retornou a este tema, que pesou em sua mente também durante seu encarceiramento em Spandau.

Em seu endereçamento final a Corte, Goering falou dos sérios crimes os quais haviam sido revelados durante o julgamento e condenou as atrocidades dos assassinatos em massa que segundo ele escapava a sua compreensão. Streicher também condenou os assassinatos em massa de judeus em seu direcionamento final. Para Fritzche, também em seu pronunciamento final, o assassinato de cinco milhões era um terrível alerta para o futuro. Estas palavras do acusado apoiou minha contenção no Julgamento de Nuremberg de que tanto os acusados como também a defesa reconheceram como fato que assassinatos em massa de judeus haviam ocorrido.

Todavia o Julgamento de Nuremberg para mim hoje está parado como uma tentativa de romper-se a um mundo melhor. Todavia reconheço hoje como genericamente corretas as razões de minha sentença pelo Tribunal Militar Internacional. Por outra parte, eu ainda hoje considero como justo aquilo que assumi a responsabilidade e assim a culpa por tudo aquilo foi perpetrado daquela forma, falando genericamente, crime, depois de minha estrada no Governo de Hitler em 8 de Fevereiro de 1942. Não os erros individuais, sepulcro como eles podem ser, pois estão carregando minha consciência, mas por minha atuação na direção. No entanto, eu para minha pessoa, tenho no Julgamento de Nuremberg, confessado a responsabilidade coletiva e também estou mantendo isto até hoje. Todavia vejo que minha culpa principal reside na minha aprovação da persecução dos judeus e do assassinato de milhões deles."

(assinado)ALBERT SPEER

Munique,
15 de Junho, 1977

1 Speer is the author of his memoirs, Inside the Third Reich. NY: Touchstone Books, 1997.
1 Speer é o autor de suas memórias, 'Inside the Third Reich'(Por dentro do 3o Reich). NY: Touchstone Books, 1997.

2 This affidavit is in German and what follows is a duly certified translation. A facsimile of the original affidavit in German is included here as Appendix III.
2 Esta declaração está em alemão e o que segue é uma tradução(pro inglês)devidamente certificada. Uma cópia da declaração original em alemão está incluída aqui como Appendix III.

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Fonte: Suzman, Arthur e Denis Diamond. 'Six million Did Die'(Seis milhões Morreram). Johannesburg, 1978.

http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/speer.html
Tradução: Roberto Lucena

Observação: no tópico original no final é digitado 'assassinato de milhares deles' ao invés de 'assassinato de milhões deles'(forma correta)por erro de revisão da tradução do original na época.

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